Produtores de Lagarto voltam a apostar no plantio de fumo

Cohidro contabiliza 100 hectares plantados no Perímetro Irrigado Piauí.
Em 2019, o preço do quilo do fumo beneficiado chegou aos R$ 15

Seu Wilson, há mais de 40 anos produzindo e beneficiando fumo na área onde atua o perímetro Piauí [Foto: arquivo pessoal]
Os bons resultados alcançados na safra do fumo no ano passado, em Lagarto, animaram os produtores, levando em 2020. No Perímetro Irrigado Piauí, cerca de 100 hectares são ocupados pela plantação de fumo. Na época de colheita, de setembro a dezembro, pelo menos duas vezes por semana saem carregamentos para indústrias locais e, em boa parte, para o estado de Alagoas. O Governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro), auxilia na manutenção da produção, fornecendo água para irrigação das plantações e assistência técnica agrícola dentro do perímetro.

A colheita do fumo é realizada de forma manual, através da mão de obra local. O produtor rural, Deleon Manuel, conta como é feito esse processo. “Nós plantamos e, à medida que vai crescendo, a gente faz a ‘capa’ (corte), assim sempre renovando, crescendo e capando. O ponto certo para fazer esse corte é quando a folha está ficando amarelada e inchada”, explica. Após o processo de seleção das folhagens, elas são espalhadas em arames e expostas ao sol para dar início à etapa de secagem. Alguns cuidados são tomados para não haver perda das folhas, como por exemplo, sua posição, para evitar o acúmulo de água em dias chuvosos.

Logo em seguida, o fumo é triturado, prensado e enrolado. Assim, inicia-se uma segunda etapa, que o agricultor Antônio Carvalho chama de processo de ‘cura do fumo’. “Pegamos o rolo triturado e prensado e colocamos no sol; depois de um tempo, viramos de volta para o sol e assim sucessivamente. Desse jeito, ele vai curando, ficando mais escuro e com o cheiro mais forte. O ponto de cura ideal é quando o rolo do fumo está completamente duro, seco e na coloração preta. Geralmente ficam expostos ao sol por um período de 60 a 90 dias”, afirma. Após todo este processo, o fumo é comercializado em cordas, que formam grandes rolos. Em 2019, o preço do quilo do fumo beneficiado alcançou R$ 15, e R$ 4 o quilo da folha entregue aos produtores que fazem a cura.

O técnico agrícola da Cohidro, Willian Domingos, conta que a colheita no Perímetro Irrigado Piauí é considerada longa. “Geralmente os agricultores plantam em maio ou junho e dão continuidade à lida até dezembro. E com o sistema de irrigação da Cohidro, esse período pode aumentar em até 1 ano e meio”. Ele afirma também que, há muito tempo, o fumo tinha ficado inviável na região, mas nos últimos 3 anos, com a melhora nos preços, o produtor voltou a acreditar na cultura. Por isso, o fumo em Lagarto representa um fator importante para a comunidade. “A economia local se beneficia de forma representativa no comércio, porque o investimento do produtor nesse cultivo não é tão alto, mas o seu retorno é imediato”, conclui.

Para Gildo Almeida, gerente do perímetro da Cohidro em Lagarto, uma boa irrigação é de suma importância para o fumo e outros cultivos. “Se não houver o bombeamento que o perímetro faz, a água não chega na plantação. Além do fumo, auxiliamos o desenvolvimento de outras culturas. São quase 30 tipos de culturas produzidas o ano inteiro. É muito gratificante ver a satisfação do produtor como resposta aos nossos serviços”, relata. No Perímetro Piauí, 421 lotes são irrigados durante todo o ano, beneficiando 3.515 pessoas diretamente com o serviço mantido pelo Governo do Estado. Anualmente, é colhida uma produção média que se aproxima das 10 mil toneladas, entre alimentos e outros produtos de consumo, como fumo, material forrageiro e plantas ornamentais, injetando na economia local algo em torno de R$ 17 milhões a cada ano.

Governo de Sergipe amplia abastecimento de água em povoado de Salgado

Cohidro instalou novo reservatório para atender todas as residências da comunidade rural Privot

Maria Bispo [Foto: Fernando Augusto]
O povoado Privot, localizado no município de Salgado, recebeu a instalação de um novo reservatório de 10 mil litros, que permitirá o abastecimento de água para todas as cerca de 40 residências da comunidade rural. Realizada pelo Governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a obra substitui o reservatório do antigo sistema de abastecimento, construído em 2007, e dobrou a capacidade de armazenamento de água destinada ao povoado. A demanda  foi possível a partir de um investimento de R$ 2.882,94, com recursos oriundos do termo de cooperação técnica de crédito orçamentário, firmado com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias).

A produtora rural Maria Bispo mora há 15 anos no povoado Privot, com seu esposo e três filhos. Além dos afazeres domésticos, ela trabalha na roça da família, plantando de tudo um pouco: macaxeira, feijão, milho. Ela conta que, antes, só era possível ter água em casa se fosse buscá-la no chafariz acoplado ao antigo poço. Com o novo reservatório de maior capacidade de armazenamento, a pressão da água também aumentou e ela passou a receber água encanada em sua casa. “Antes era um sofrimento pra gente, ter que pegar água longe, no poço, ainda mais com menino pequeno no braço. Agora, melhorou bastante. Com esse reservatório maior, tenho água em minha casa, na casa dos vizinhos, da minha sogra. Todo mundo aqui tem água dentro de casa por causa da nova caixa. E a gente usa essa água para tudo, para cozinhar, para os bichos, para beber também. A água é ótima!”, garante.

Eraldo Ribeiro é o presidente da Associação dos Moradores da Macedina (Amama), localidade que também integra o povoado de Privot. Ele relembra o progresso da comunidade, que gerou o aumento da população e criou a demanda. “Fizemos a solicitação, porque no início apenas 5 ou 6 famílias eram atendidas. Mas, com o passar do tempo, aumentou para 40 famílias. Com isso, vimos que 5 mil litros não estava mais atendendo a necessidade básica da comunidade. Por isso solicitamos, com a ajuda do deputado, e conseguimos. A parceria entre a associação, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Salgado [que também estou presidindo] e a Cohidro possibilitou a chegada desse empreendimento para a comunidade, trazendo qualidade de vida ao nosso povo tão sofrido. A água é de suma importância para a sobrevivência do ser humano, principalmente nessa pandemia”, considera.

O diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Carlos Alberto, destaca que essa ação é viabilizada por parceria com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias). “A instalação do novo reservatório foi possível a partir do termo de cooperação técnica de crédito orçamentário firmado com a Seias, a partir de recursos do Funcep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza) na ordem de R$ 1 milhão. Com esse aporte do Governo do Estado, foi possível à Cohidro adquirir uma leva de equipamentos e peças necessários à instalação de poços. Esses itens estão sendo utilizados no trabalho da Dipoços (Divisão de Instalação e Recuperação de Poços da Cohidro), que tanto instala o sistema de abastecimento completo, em poços novos, quanto recupera e faz a manutenção nos antigos”, explica.

Já o presidente da Cohidro, Paulo Sobral, ressalta que a ação realizada pela empresa cumpre o compromisso firmado pelo Governo do Estado. “Como orientou o governador Belivaldo Chagas, neste momento, a Cohidro deve focar sua atenção na instalação e recuperação de poços em todo estado. O convênio com a Secretaria de Inclusão foi uma peça fundamental para que isso fosse possível. Neste ano, através do convênio, tivemos sistemas sendo implantados, ou recuperados, nos municípios de: Lagarto, Simão Dias, Pinhão, Riachão do Dantas, Capela, Carira, Porto da Folha, Indiaroba e São Cristóvão. Estes se somam ainda aos poços viabilizados com recursos próprios da Cohidro em Pedra Mole, Pedrinhas, Poço Redondo, Itabaiana, Boquim, Itabaianinha, São Francisco; novamente em Porto da Folha, Riachão, São Cristóvão, Simão Dias, Pinhão e Carira”, concluiu.

CEASA de Itabaiana irá ampliar escoamento da produção agrícola no Agreste gerando cerca de 600 postos de trabalho

A estimativa é que sejam internalizadas 6.800 toneladas de alimentos hortifrúti e carnes de modo geral

Perímetros irrigados da Ribeira e Jacarecica I são produtores de alimentos a serem escoados na nova Ceasa [foto: Fernando Augusto]
Estudos preliminares do Governo de Sergipe indicam que na nova Central de Abastecimento (Ceasa) de Itabaiana irá abrir cerca de 600 postos de trabalho, além de oportunizar serviços remunerados indiretos relacionados à logística de carga e descarga de alimentos e transporte, gerando novas oportunidades de geração de renda para a população. Cada vez mais perto de entrar em funcionamento, a Ceasa já tem concessionária definida, após realização de licitação, e é o primeiro projeto do Programa de Parcerias Público-Privadas (PPP) do governo do Estado. O contrato de concessão de uso foi assinado com a Iconbras (Inovação em Concessões do Brasil SPE Ltda.) pelo governador Belivaldo Chagas, na última semana.

A empresa deverá modernizar, manter e administrar o espaço, que é alvo de grandes expectativas dos produtores da região, enquanto canal impulsionador para o escoamento da produção agrícola do Agreste, já conhecido pela força do seu comércio. Outro aspecto importante, segundo o estudo, é o aumento no volume de mercadorias comercializadas. A estimativa é que sejam internalizadas 6.800 toneladas de alimentos hortifrúti e carnes de modo geral, mas com expectativa concreta de ampliação, visto que no município existem dois perímetros irrigados da Cohidro – Ribeira e Jacarecica I – que, juntos, já chegaram a produzir em média mais de 20 mil toneladas.

Segundo o governador Belivaldo Chagas, a Ceasa de Itabaiana resulta de um investimento de mais de R$ 30 milhões. “Os feirantes e clientes vão poder desfrutar de um espaço amplo e moderno para organizar os produtos e abastecer as feiras dos povoados e municípios próximos. Quando a empresa passar a administrar a Ceasa de Itabaiana, ela vai fazer investimentos de mais aproximadamente R$ 9 milhões de reais. A Ceasa impulsionará o comércio da região”, pontuou o governador. O administrador da Iconbras, Bruno Barreto, reconheceu a qualidade da estrutura que já está pronta no local. “A estrutura que existe na Ceasa de Itabaiana, hoje, é uma estrutura muito boa. É uma estrutura que, realmente, precisa somente ser adequada a algumas atividades. Por isso vamos fazer investimentos adicionais. E aí a gente vai aplicar também em toda a parte operacional”, afirmou.

Produtores e comerciantes se mostram confiantes. O produtor José Carlos Nascimento, vem de uma geração de pais irrigantes no perímetro Jacarecica I e reafirma a importância da Ceasa para quem planta. “Vai ter mais facilidade para comercializar nossa produção, com preços melhores para os feirantes de nossa região, evitando pagar frete para feiras distantes”, diz o produtor. O produtor José Wilson, que comercializa hortifrúti há mais de 15 anos no mercado de Itabaiana, conta que se apressou em fazer o cadastro para comercializar na Ceasa, porque vê vantagens no novo espaço.

“Sou comerciante de verduras no mercadão de Itabaiana, trabalho com uma variedade de hortaliças como repolho roxo e verde, acelga, berinjela, abobrinha, chuchu, pepino, pimentão. Acho que a Ceasa vai ser de grande vantagem pra nós, uma benfeitoria. Estive lá para conhecer e vi que vai ter agência bancária que ajudando na segurança, tem vigilante, tem espaço para descarregar o caminhão com facilidade, o ponto de venda é coberto e tem limpeza – tudo que não temos hoje. Porque quem trabalha aqui mercadão sabe que o espaço é pequeno, não tem como descarregar as mercadorias próximo, não tem segurança e comercializamos no meio da rua. Por todas essas vantagens que já fiz meu cadastro no CEASA e estou incentivando outros colegas a fazer o mesmo”, conta José Wilson.

A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) será a responsável por coordenar o processo de concessão de uso da CEASA Itabaiana, conforme decreto nº 40.516/2020. Segundo o dispositivo, a Seagri deverá fiscalizar, acompanhar, normatizar e gerir o contrato, cumprindo seu papel na operacionalização da atividade de escoamento de produtos agrícolas e de oferta de alimentos. O secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, comemorou e destacou a relevância da concessão. “A população vai ter mais uma opção de aquisição de alimentos e por isso a gente espera que toda a Agricultura saia fortalecida desse processo. É motivo de comemoração também a criação de dezenas de empregos, diretos e indiretos, que a Central vai gerar na região e tem odo estado”, conclui André Bomfim, que realizou nova visita na Ceasa na última quinta-feira (06), para acompanhar de perto o andamento das atividades no local.

 

Fonte: Seagri Sergipe

LAGARTO | População do bairro Ademar de Carvalho ganha sistema de abastecimento

Sistema fica em área do 7º BPM, beneficia comunidade e atende complexo esportivo que abriga projeto social

Deputado Fábio Reis e secretário de Estado Geral de Governo, José Carlos Felizola, fizeram entrega simbólica do sistema à comunidade [Foto: Fernando Augusto]
Na última sexta-feira (07), foi entregue à comunidade do bairro Ademar de Carvalho, no município de Lagarto, um sistema de abastecimento instalado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para aproveitar o excedente hídrico decorrente da boa vazão [2.731 litros por hora] e da qualidade da água de um poço perfurado nas dependências do 7º Batalhão de Polícia Militar (7º BPM). A partir dele, bomba e tubulação possibilitam o acesso livre da comunidade a três chafarizes para a coleta de água. Neste ano, quase R$ 50 mil foram investidos pelo Governo de Sergipe em Lagarto, em ações de infraestrutura hídrica a partir de poços.

Marina Leão, moradora de Lagarto há 56 anos, ficou feliz em acompanhar a instalação e pretende economizar com a compra de água mineral. “Essa água é muito boa, a gente usa para beber e fazer outras coisas. Foi ótimo para a nossa comunidade, a gente ficou muito satisfeito!”, destaca. Neste sistema, perfuração, bombeamento, instalação do poço e sistema de abastecimento somam o valor de R$ 20.816,20 investidos em benefício do bairro com mais de 5.000 habitantes, e das comunidades vizinhas. Manoel Messias, autônomo, morador no bairro há mais de 20 anos, também comenta sobre a qualidade da água para o consumo, e afirma que toda a comunidade está satisfeita. “A água é muito boa para beber e a gente aqui do bairro Ademar de Carvalho fica muito agradecido, vem todo mundo pegar a água aqui, porque fica bem perto da gente”, considera.

A demanda da população do Ademar de Carvalho chegou ao Governo do Estado por intermédio do deputado federal Fábio Reis. Segundo o parlamentar, a água do sistema vai servir às mais de 300 famílias da comunidade, ao próprio Batalhão e a um projeto socioassistencial que atua no local, em forma de escolinha de futebol para crianças e adolescentes. “Esse é um bairro carente, então vai ter grande utilidade. Além de estar servindo à comunidade, serve ao complexo esportivo do Batalhão, que tem papel fundamental na localidade”, avalia. O parlamentar destaca atenção dada pela Cohidro à região. “Aqui na nossa região Centro Sul, Paulo Sobral [presidente da Cohidro] deu um gás extraordinário à Cohidro, principalmente na cidade de Lagarto”, completa.

Segundo o presidente da Cohidro, em 2020 a companhia estadual implantou mais dois novos sistemas de abastecimento no município, nos povoados Quipé e Açu Velho; e realizou nove serviços de recuperação de sistemas de abastecimento com poços, beneficiando os povoados Carcará, Candeal da Tapera, Quilombo, Pau d’Arco da Mariquita, Tapera do Modesto, Poção, Limoeiro I e II. No mesmo período, foram realizadas ações de manutenção em outros 10 poços, atendendo os povoados Oiteiros, Fazenda de Cima, Piabas, Olhos d’Água, Quilombo, Saboeiro, Quipé, os assentamentos Palestina e Santo Antônio. “Ao todo, neste período de sete meses, o Governo do Estado beneficiou quase de 6.500 pessoas no município, com o fornecimento de água para consumo humano, uso residencial, dessedentação animal e irrigação, no caso do Açu Velho”, destacou Paulo Sobral.

Rotação de culturas faz sucesso em lavoura irrigada em Lagarto

Juntos, experiência do agricultor, irrigação pública e assistência técnica da Cohidro elevam produtividade da propriedade, gerando renda para pequenos agricultores

Gilvan mostrou a produção do seu lote no programa Sergipe Rural, da Aperipê TV [Reprodução de imagens de Jorge Henrique]
Produtor rural há mais de 25 anos, Gilvan Silva planta variadas espécies de hortaliças e culturas anuais em lote no Perímetro Irrigado Piauí, localizado em Lagarto, região centro-sul de Sergipe. Com a irrigação fornecida pelo governo do Estado, ele pode optar por um sistema de rotação de culturas, em que o produtor colhe diferentes alimentos durante todo ano e mantém a fertilidade do solo. Produtividade reforçada pelas orientações dadas pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro), que administra o perímetro. Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, o produtor conta que não teve prejuízo nas vendas, incrementadas pelo período junino.

Utilizando completamente a sua área de 2,3 hectares, Gilvan conta com produtos que têm tido grande procura por parte do consumidor, principalmente porque ele tem o cuidado de sincroniza-los aos períodos de maior saída, como o São João, quando o milho verde e o amendoim disparam nas vendas. Apesar do cenário atual, em meio à crise provocada pela pandemia de Covid-19, o produtor está conseguindo render bons lucros, graças à versatilidade da sua produção, que resulta em maior retorno financeiro a todos os envolvidos no plantio. “Planto milho, planto amendoim, planto macaxeira, planto mandioca, de tudo um pouco! Para cuidar da lavoura, às vezes coloco um ou outro trabalhador para me ajudar, e assim vai. Todo mundo ganha”, conta o agricultor.

Os produtos comercializados in natura, Gilvan entrega aos feirantes da região. Já os que dependem de processamento, como é o caso da mandioca e do amendoim, abastecem as casas de farinha e as fabriquetas de amendoim cozido, presentes no próprio perímetro irrigado, se valendo da grande oferta nos lotes dos irrigantes. “Além do milho e do amendoim, estou conseguindo vender bem o repolho, que está novinho e, por isso, rendendo um dinheirinho”, afirma. Além de avaliar o mercado e o período do ano para escolher o que plantar, a diversidade de cultivares encontrada no lote de Gilvan, por si só, melhora a sua capacidade de escoamento da produção e garante a renda familiar. Sempre tendo diferentes produtos para ofertar, ele não fica na dependência do preço de um só item.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Fonseca explica que o plantio do amendoim no sistema de rotação de culturas tem vantagens que vão além da boa procura, preferência no estado que lhe rendeu o título de Patrimônio Imaterial Sergipano, desde 2013. “É uma cultura que atua na fixação do nitrogênio ao solo e fornece grande quantidade de restos culturais, ajudando o agricultor a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba por suceder outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revela.

Mantendo a terra sempre ocupada com estas várias plantações ao mesmo tempo, o agricultor aproveita todo potencial oferecido pela terra e a infraestrutura de irrigação pública instalada e mantida pelo governo de Sergipe, através da Cohidro. Gildo Almeida, gerente do Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, aponta que além da água, os irrigantes recebem a Assistência Técnica Agrícola e Extensão Rural (ATER) nos lotes. “A Cohidro está à disposição de todos os 421 produtores do perímetro. No caso do Gilvan, sempre que necessário ele nos procura, e disponibilizamos técnicos agrícolas para acompanhá-lo no que for preciso. Fornecemos uma irrigação de qualidade que, somada à experiência do Sr. Gilvan, faz da sua rotação de culturas um case de sucesso”, conclui o gerente.

Governo de Sergipe investe R$ 1 milhão na garantia de acesso à água para comunidades rurais

Cooperação Técnica entre Cohidro e Secretaria de Inclusão Social assegura recursos para instalação de poços e recuperação de sistemas de abastecimento

Recursos do Funcep permitiram a aquisição de equipamentos e peças para instalação e reparação de poços [Foto: Gabriel Freitas]
A demanda pelo abastecimento de água em comunidades rurais sempre existiu, mas sua importância, que já era vital, tornou-se ainda maior na prevenção à Covid-19, sendo indispensável à higienização corporal, de ambientes e objetos de uso. Por essa razão, o Governo de Sergipe vem dando atenção especial à instalação de poços já perfurados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). E além dos novos poços, a Cohidro realiza manutenção preventiva e reposição de peças em sistemas de abastecimento comunitários. Os recursos são garantidos pela cooperação técnica de crédito orçamentário firmada com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS).

Os recursos disponibilizados à Cohidro são oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), administrado pela SEIAS, na ordem de R$ 1.012.692, que permitiram a aquisição de 170 motobombas e 8.000 de tubos geomecânicos, para fazer a captação da água nos poços e levá-la até a superfície. Também foram adquiridos 330 reservatórios, nas capacidades de 5, 7,5 e 10 mil litros, instaladas conforme a vazão de cada poço. Para fazer a transmissão da água dentro desses sistemas, entram mais 600 metros de tubos e 1.600 peças de conexões. Dos últimos sistemas de abastecimento reestabelecidos pela Cohidro está o do povoado Terra Dura, em Capela, que na última semana voltou a fornecer água para 170 famílias daquela localidade e de comunidades rurais do entorno. Uma nova bomba adquirida com recursos da parceria recuperou o sistema.

“A água do chafariz é uma água boa, o pessoal gosta muito. O pessoal de Japaratuba e dos povoados vizinhos também pegam água aqui, por ser uma água boa, água para beber. Todo dia fica lá disponível, 24h, de segunda a domingo”, destacou Elenaldo Santos, morador do Terra Dura e operador da bomba que abastece o sistema, ligado sempre à noite. Nos povoados Laje Grande e Lagoas, em Riachão do Dantas e Apertado de Pedras, em Simão Dias, os novos sistemas de abastecimento tiveram os reservatórios adquiridos na parceria com a SEIAS. Seu Chico, do Apertado de Pedras, contou da sua satisfação com a obra. “É a comunidade que vai ser servida e eu estou feliz, estamos bem, porque aqui na comunidade vai ter a água que nós estávamos precisando. Eu agradeço a todos que fizeram isso acontecer”, pontuou.

Presidente da Cohidro, Paulo Sobral avalia que a cooperação técnica veio no momento certo. “Depois da Cohidro receber três perfuratrizes novas do Governo Federal, entre 2013 e 2015, através do PAC 2 (Plano de Aceleração do Crescimento), mais do que dobramos nossa capacidade de perfurar poços, e isso resultou em um número expressivo de poços a serem instalados. O governador Belivaldo Chagas observou isso e determinou que a gente priorizasse esse serviço de instalação, para fazer a água dos poços servirem, de fato, à comunidade. A SEIAS é parceira da Cohidro, através do Funcep, há algum tempo. Custeou, por exemplo, quatro edições do nosso Programa de Recuperação de Barragens, onde foi possível beneficiar mais de 70 mil pessoas, devolvendo a capacidade de armazenar água da chuva para cerca de 2 mil pequenas e médias barragens”, apontou o diretor.

Para a secretária de Estado da Inclusão e Assistência Social, Lêda Lúcia Couto, a garantia do direito à água é uma utilização valorosa do Funcep. Ela, que é medica sanitarista, doutora em saúde coletiva, entende como essencial o acesso à água potável para todas as pessoas, em especial, as comunidades rurais. “Não existe vida digna sem acesso à água. A saúde de cada indivíduo depende diretamente da qualidade da água e dos alimentos que se consome. Sobretudo, neste momento de pandemia, em que existe uma demanda mais urgente por medidas de higienização mais eficazes, água é cuidado, prevenção e vida. A SEIAS fica muito gratificada em poder contribuir com a Cohidro na garantia deste direito”, conclui a secretária Lêda Lúcia, gestora do Fundo de Combate à Pobreza.

 

 

Agricultura familiar continua como alternativa viável de atividade econômica durante a pandemia

Estimativa de safra é positiva para 2020, e poder público e agricultores unem esforços para encontrar alternativas de escoamento

O casal de agricultores de Itabaiana – Lindinalva da Silva e Odair José dos Santos [Foto: Fernando Augusto]
Neste fim de semana, se celebra o Dia Internacional da Agricultura Familiar (25 de Julho), atividade econômica que continua forte em Sergipe e em plena expansão, segundo avaliação da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SEAGRI). De acordo com o censo do IBGE 2017, cerca de 77% dos 93 mil estabelecimentos rurais em Sergipe são compostos por agricultores familiares. Aqui no estado, como em todo o Brasil, a atividade é a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para consumo da população. A produção de arroz no Baixo São Francisco, a laranja produzida no Sul Sergipano, a pecuária leiteira do Alto Sertão, a ovinocaprinocultura no Agreste e Sertão, e a produção de mandioca na região Centro-Sul são bons exemplos de atividades agropecuárias significativas para a economia do estado, com participação importante do agricultor familiar. Regulamentada pela Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, a atividade é constituída de pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, aquicultores, extrativistas e pescadores,

As estatísticas de safra 2020 para Sergipe apresentadas no último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, publicado em junho pelo IBGE, mostram crescimento em várias culturas – em grande parte, de produção familiar. O milho, por exemplo, tem previsão de safra de 740 mil toneladas – alta de 13,9% em relação a 2019, ficando como 4º maior produtor do nordeste. O feijão tem produção estimada em 4.329 toneladas – alta de 33,9% em relação a 2019. Entre os grãos, apenas a safra de arroz apresentou queda de -5,3% em relação a 2019, mas com previsão de 32.619 toneladas, o que mantem o estado como 3º produtor do Nordeste. A safra da laranja, por sua vez, tem estimativa de 364.000 toneladas este ano, mantendo Sergipe como 5º produtor nacional e 2º do Nordeste.

Durante a pandemia, o gargalo, segundo os produtores, tem sido o escoamento da grande produção que vem contrastando com a redução da procura pelos produtos, em razão do isolamento social para enfrentamento à pandemia de Covid-19. Mesmo assim, iniciativas têm sido tomadas para incrementar as vendas. Entre elas, investimentos da Fundação Banco do Brasil que viabilizaram, por meio da Associação Camponesa de Sergipe (Accese), a compra e distribuição de 2.200 cestas de alimentos da agricultura familiar. Outra ação importante é o início da entrega dos alimentos produzidos nos perímetros púbicos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab. Segundo a Cohidro, o Califórnia e outros dois projetos similares estão autorizados a iniciar entregas e outros dois estão em processo de ranqueamento para participação. As cinco propostas, se aceitas, poderão injetar em torno de R$ 600 mil nos perímetros irrigados do estado e destinar mais de 200 toneladas de alimentos à doação. Ainda sobre o escoamento da produção, a Seagri afirma que já foram aprovados R$ 700 mil do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Funcep) para a compra de alimentos da agricultura familiar via chamada pública neste segundo semestre, com investimento de R$ 130 mil do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), parceiro do Governo do Estado.

Políticas Públicas e bons resultados
O secretário de estado da Agricultura, André Luiz Bomfim Ferreira, destaca que os agricultores familiares têm acesso a políticas públicas que vêm contribuindo para manutenção e expansão das atividades produtivas. “As políticas do Estado têm priorizado as atividades da agricultura familiar, seja via Seagri, Emdagro, Cohidro ou Pronese. A Emdagro, com escritórios por todo o estado, presta assistência técnica rural e fomento à produção. Exemplos são o programa de Distribuição de Sementes – só este ano, foram 43,6 toneladas entregues, em parceria com Embrapa, FIDA e empresa Di Solo; o programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro (IATF); o Programa de Regularização Fundiária; e o apoio à regularização das queijarias – só para citar algumas. Não se pode negar também o valioso trabalho da Cohidro na modernização e gestão dos perímetros públicos irrigados. Para se ter ideia, em 2019, os perímetros produziram 39 mil toneladas de alimentos, além das centenas de poços perfurados ou recuperados, assim como as barragens. Através do Pronese, o governo estadual vem implementando o Programa Nacional de Crédito Fundiário/Terra Brasil em parceria com o Ministério da Agricultura, que já possibilitou o acesso à terra para mais de 2 mil famílias. Tem também as políticas feitas em parcerias nacionais e internacionais  com Embrapa, Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, Incra , FIDA, PNUD, voltadas para o pequeno produtor ”, relacionou André.

O testemunho dos agricultores é a maior prova da força deste setor. Dá gosto de ver, por exemplo, a horta na propriedade de Davi Matos Cirilo, no povoado Apertado de Pedras, município de Simão Dias (SE). Tudo orgânico: alface, tomate, repolho, coentro, pimentão. “A gente tem de tudo um pouco e serve tanto para o consumo da família como para vender aqui na vizinhança”, explica o agricultor. A família do senhor Davi e mais 21 famílias deste povoado receberam apoio financeiro do Projeto Dom Távora para produção de ovinos, aves, horta comunitária e sistema de abastecimento de água. Outro produtor, Ranulfo Moura, em Capela, em menos de três anos, adquiriu um pedaço de terra por meio do Crédito Fundiário, e tem na fruticultura sua principal atividade. “Hoje, mesmo com a pandemia, estou com 25 mil pés de abacaxi, 200 bananeiras, 60 laranjeiras, 10 mangueiras e outras culturas menores. Faço a venda direta das frutas nas feiras aqui da região e envio também para a Central de Abastecimento de Aracaju – CEASA”, pontuou.

 

Fonte: Ascom/Seagri

Irrigação pública favorece cultivo do mamão havaí em Lagarto

No perímetro irrigado do Estado, a produção anual em média é de 150 toneladas

[Foto: Ascom/Cohidro]
O mamoeiro, que pode chegar a quase 10 metros de altura, dá fruto doce e suculento, bastante popular no Brasil. Seu cultivo tem ganhado espaço em Sergipe, a partir da irrigação, há bastante tempo. No estado, a variedade mais produzida e comercializada é o mamão havaí, também conhecido como papaia. No município de Lagarto, a 75 km da capital, o Governo do Estado fornece água e assistência técnica agrícola para que agricultores produzam o mamão de forma competitiva aos produtos vindos de outros estados. Com o subsídio oferecido através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) e o uso de recursos tecnológicos, como a fertirrigação e a microaspersão, os produtores geram renda familiar e abastecem, com o fruto, os mercados de  Lagarto e região, durante o ano inteiro.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Cohidro naquele município, o agricultor Josenaldo Conceição possui 3 mil pés de mamão distribuídos em parcelas, cada uma plantada em uma data, que começam a produzir cerca de sete meses após o plantio. Segundo o fruticultor, a estimativa é que sua produtividade média alcance 16 toneladas por hectare. “Em média, consigo tirar de 40 a 50 caixas por dia, quando as coisas estão no auge. Ouvi dizer que era bom e decidi experimentar. Gostei e continuei plantando”, considerou o produtor. Ele utiliza a fertirrigação, em que a adubação é diluída na água de irrigação, e a microaspersão – equipamentos de dispersão de água que geram economia, ao irrigar somente a parte necessária. Ele conta também que, por ter plantado em épocas diferentes, consegue vender o ano inteiro, algo que já faz há quatro anos, desde que começou a apostar no mamão.

A tática de cultivar pomares de mamão em épocas diferentes também é adotada pelo produtor Edelzio Goes, que planta o fruto há quase 10 anos e, hoje, possui mais de 1.500 pés, divididos entre suas três lavouras. “Vale muito à pena, apesar de ser trabalhoso. Aparece muita doença, por isso, tem que ter muito cuidado para produzir”, afirma. Para o produtor, a qualidade vale mais que a quantidade na hora de precificar a produção. “Você pode plantar muito, mas se não cuidar direito, não tem qualidade. Do meu cultivo, vendo tudo para uma única pessoa. Às vezes, é um pouco difícil calcular a quantidade da produção. Recentemente, tirei mil caixas. Então, se for calcular como se tivesse 30kg cada, daria 30 toneladas, mas esse número também não é muito preciso”, detalha.

Por ter raiz curta e esparramada, é necessário fazer o controle da quantidade de água, para que o excesso não prejudique as plantas. A assistência dos técnicos agrícolas do perímetro Piauí orienta os produtores a fazer esse controle de disponibilidade hídrica, além do controle fitossanitário, prescrevendo tratamentos para pragas e doenças, como aponta Willian Domingos, técnico agrícola da Cohidro. “No primeiro passo, é feita uma análise do solo, em seguida, o coveamento. A análise do solo serve para compreender quais os tipos de adubo que poderão ser usados. Na produção do Josenaldo, por exemplo, foi utilizado o esterco bovino. Já o processo chamado de coveamento consiste no tamanho da escavação onde o mamoeiro irá se enraizar”, orienta.

O técnico agrícola afirma, também, que para o cultivo ter um bom desenvolvimento é necessário se atentar aos cuidados desde a sua germinação, preparando bem o solo. “Nas plantações dos dois irrigantes é usado o espaçamento entre plantas 2x2m e, entre linhas, 2,5m. Agora, eu recomendo 2,5×2,5m entre plantas e 3m entre as linhas. As covas têm 40x40cm de profundidade e largura”, conta Willian. No perímetro de Lagarto, a produção de mamão em 2018 foi de 151 toneladas, produzidas em uma área total de 2 hectares, à época. Em valores corrigidos pelo IGP-M, a produção rendeu aos irrigantes aproximadamente R$ 134 mil.

Governo de Sergipe realiza manutenção em poço comunitário e garante água para povoado de Lagarto

Através da Cohidro, 2.250 moradores do município foram beneficiados por ações de manutenção de sistemas de abastecimento

[Foto: arquivo pessoal]
Para garantir a continuidade do abastecimento de água à cerca de 200 moradores do povoado Poção, em Lagarto, o poço comunitário da localidade rural recebeu a instalação de novos equipamentos nesta terça-feira (14). O poço, que possui um chafariz acoplado para facilitar a coleta de água por moradores, ganhou novo reservatório com capacidade para 5 mil litros, além de novos tubos e conexões. A intervenção foi realizada pelo Governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), após solicitação encaminhada pelo deputado federal Fábio Reis. Desde março deste ano, cerca de R$ 29 mil foram investidos em ações de instalação e recuperação de poços em Lagarto, beneficiando mais de 2 mil moradores dos povoados rurais.

Moradora do povoado, Irani do Poção agradece aos órgãos envolvidos na execução do serviço de reparo no sistema de abastecimento, que atende ao uso residencial da comunidade. Ela conta que o sistema corria risco de entrar em colapso por conta do antigo reservatório, feito em fibra, e ameaçava se romper. “Nossa caixa d’água, de 5 mil litros foi trocada, pois estava arriscado estourar a antiga caixa d´água. Venho agradecer, em nome da comunidade da Pista do Poção, a todos que se sensibilizaram e ouviram nosso pedido”, disse a moradora do povoado Poção, onde cerca de 50 famílias vivem da atividade rural.

O diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola (Dinfra) da Cohidro, Carlos Alberto, considera importante o investimento feito em pessoal e logística, além dos equipamentos necessários para instalação e recuperação de poços. “Temos que reconhecer o grande esforço e espirito solidário de nossas equipes de instalação e manutenção de poços e da Divisão de Transportes (Ditran) que, no período de distanciamento social da pandemia, tem atuado nessa missão de garantir água no campo para o abastecimento das famílias e reforço na higiene para prevenção ao coronavírus. O esforço é redobrado com todo o aparado de novos EPIs (equipamentos de proteção individual), que são obrigatórios como norma de segurança”, destaca o diretor, agradecendo ao trabalho de cada integrante da Dipoços e motoristas.

As parcerias são fundamentais para realização das ações, ressalta o presidente da Cohidro, Paulo Sobral. “Seguindo a determinação do governador do Estado, Belivaldo Chagas, estamos priorizando a instalação e a recuperação de poços já perfurados. Para tanto, contamos com o convênio com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS), que destinou mais de R$ 1 milhão do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) para a aquisição de equipamentos e materiais utilizados na montagem desses sistemas de abastecimento, além de recursos do tesouro do Estado. Em outros municípios, contamos com a cooperação indispensável das prefeituras, que auxiliam na aquisição de materiais, pessoal e máquinas para executar serviços essenciais aos sistemas de abastecimento, como construções em alvenaria para proteção do equipamento elétrico e redes de distribuição subterrâneas”, pontua Paulo Sobral.

Além do povoado Poção, as equipes da Divisão de Instalação e Recuperação de Poços (Dipoços) da Cohidro atuaram também na instalação, recuperação e manutenção de sistemas de abastecimento nas comunidades lagartenses de: Carcará, Candeal da Tapera, Quilombo, Pau D’Arco da Mariquita, Tapera do Modesto, Açu Velho V, Limoeiro I e II. Ao total, foram investidos R$ 30.343,82 nas intervenções para benefício das comunidades, que somam uma população de 2.250 moradores atendidos pelo fornecimento de água a partir de poços novos ou antigos. Nessas ações, a Cohidro emprega sua mão de obra especializada, dispõe da logística de transporte de pessoal e materiais, e adquire equipamentos, suprimentos hidráulicos e elétricos.

Pera irrigada é cultivada como alternativa de renda no Alto Sertão Sergipano

Perímetro irrigado da Cohidro em Canindé abriga campo experimental com mais de 400 plantas, para testar viabilidade de três variedades do fruto
O irrigante Ozeias Beserra [Foto: Fernando Augusto]

A pera tem se mostrado uma produção inovadora no Alto Sertão Sergipano, dando bons frutos de diferentes variedades. No Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco [infraestrutura mantida pelo Governo do Estado para fornecer irrigação e assistência técnica agrícola para 333 lotes agrícolas], chama a atenção um pequeno pomar com quase 400 pereiras, campo experimental fruto da parceria entre a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A mesma cooperação de transferência de tecnologia também levou a Canindé a produção de uva, criando modelos de alternância de culturas, no perímetro, economicamente favoráveis à geração de renda para os agricultores.

Ozeias Beserra é técnico em agropecuária e produtor rural irrigante no Califórnia. Com o convite para participar do experimento da Embrapa, enxergou na pera uma nova oportunidade de renda e melhoria da sua produção no campo. “Eu apostei na pera por ser uma cultura nova. Eu não conhecia, nem nunca tinha visto o pé da pereira, porque é uma planta que não tem tantos produtores. Eu, praticamente, sou exclusivo aqui no município. Resolvi apostar pra ter uma cultura nova, na expectativa de uma renda a mais, além do que consigo com as outras culturas que já venho trabalhando. Até agora, está sendo muito tranquilo de trabalhar, não vi dificuldades no manejo dela e dá pra ter um controle das pragas e insetos”, relata o produtor que, após a colheita no início de ano, fez uma pausa estratégica no ciclo de produção no pomar.

Ao mesmo tempo em que aplicou um tratamento fitossanitário para eliminar, com sucesso, uma doença fúngica, Ozeias quis atrasar a próxima colheita, para evitar colocar a produção no mercado em meio à pandemia e arriscar prejuízo. Agora, após induzir a quebra da dormência e a poda, que influenciam na produção, o processo de frutificação tem sido promissor e as plantas já estão florescendo. Em breve, haverá colheita nova. No pomar de 0,2 hectare, introduzido no final de 2017, há quase 400 pés de pera. A variedade Triunfo ocupa mais da metade da produção, enquanto as variedades Princesinha e Santa Maria ocupam o resto do cultivo – melhoradas e adaptadas para o clima do sertão nordestino.

O agricultor planeja gerar divisas para a fruta produzida em Canindé, escoando sua colheita para outras regiões, a fim de melhorar o rendimento financeiro do pomar. “Tenho planos de expandir essa produção para os municípios vizinhos, para a CEASA. A depender do tamanho que for a colheita, acredito que o mercado local não irá comportar, por isso, penso em expandir as vendas para outras regiões”, conta Ozeias. Na parceria, a Embrapa forneceu ao produtor toda a estrutura de fertirrigação por mangueiras de gotejamento, espaldeiras, mudas e nutrientes especiais para as plantas. A Cohidro, através do perímetro Califórnia, fornece a água de irrigação e os técnicos agrícolas que prestam assistência, em cooperação com os especialistas de Petrolina, que fazem visitas periódicas aos campos experimentais em Canindé.

Técnico agrícola da Cohidro, Roberto Ramos acompanhou, desde o início, a introdução dos pomares de pera e uva no Califórnia. “A gente sabe que é uma cultura nova e fica com uma expectativa muito boa de que essa área de pera sirva como vitrine, para que os outros produtores possam observar o que está sendo feito, a maneira que está sendo cultivada e, dentro dos resultados alcançados, queiram levar para os seus lotes. Quem sabe assim, mais tarde, a gente não tenha uma área bem maior de pera aqui na região?”, torce. Para ele, a experimentação de novas culturas expande o potencial econômico do perímetro. “É uma cultura resultante de uma enxertia por borbulhia, que leva um ano e meio para começar a produzir. O sistema de irrigação é o mesmo que se utiliza na área de uva, com duas mangueiras com gotejadores, cada um com uma vazão de um litro por hora. É o modelo que vai ter uma eficiência maior para esse tipo de cultura”, conclui.

Última atualização: 22 de setembro de 2020 09:47.

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