Governo cria bancos de sementes em perímetro irrigado para multiplicar palma forrageira no Alto Sertão

Produtores beneficiados devolvem primeiras raquetes colhidas, para que mais produtores utilizem como semente

[foto: Fernando Augusto]
Própria do clima Semiárido, a palma forrageira é, por natureza, uma espécie que sobrevive a longos períodos de seca e chuva escassa. Ao mesmo tempo que serve de alimento para o gado, ela contribui, principalmente na região Nordeste, com a produção de leite e carne. Para auxiliar os pequenos criadores na alimentação dos seus rebanhos, o Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), contribuiu para a criação de mais dois bancos de sementes da palma forrageira do Projeto Sergipe de Combate à Desertificação no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, Alto Sertão Sergipano. Mesmo resistente à escassez de água, é na irrigação que a palma cresce acelerada, chegando precocemente ao ponto de corte das novas sementes.

Através do projeto, mais de três mil famílias estão sendo beneficiadas com a entrega de sementes da palma forrageira, da variedade Orelha de Elefante Gigante, e mudas de gliricídia. Entre eles, há cinco pequenos criadores de gado de leite irrigantes do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, que assim como o Califórnia, é administrado pela Cohidro. O Projeto Sergipe de Combate à Desertificação é fruto da parceria entre o Governo de Sergipe, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A execução fica por conta da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), tendo na ponta a expertise técnica das suas subsidiárias, Cohidro e Emdagro [Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe].

Nos dois perímetros irrigados, além das sementes, as famílias também receberam os insumos necessários para iniciar a produção, como kits de irrigação. A irrigação ajuda no crescimento vegetativo acelerado da palma e geram, em menor tempo, as ‘raquetes’ de palma, que já podem ser picadas e oferecidas como alimento às criações, mas também servem de semente para gerar uma nova planta. O irrigante do Califórnia, Antônio da Silva, beneficiário do projeto com o campo de palmas, aponta que há uma perspectiva de colheita já para os próximos meses. “O governo forneceu adubo, já plantamos e, por enquanto, estamos aguando com o sistema da irrigação de aspersor, mas a Cohidro forneceu o sistema de bico, só falta a gente instalar. A perspectiva é a gente colher, e depois entregar os primeiros cortes. Colher tudo certinho”, confia seu Antônio.

Nesses campos, que são bancos de sementes, após as plantas atingirem o tamanho de colheita, cada produtor irá repassar parte da produção para outros criadores, multiplicando o alcance do projeto e a disseminação mais rápida da variedade para os outros produtores. A gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes, conta que houve uma parceria entre a empresa e os produtores. “Firmamos com eles o compromisso de que, nos dois primeiros cortes, serão entregues 80% da produção ao Governo do Estado e, a partir do terceiro corte, a produção será 100% dos produtores. Por ser uma produção rápida, a palma irrigada já pode ter o primeiro corte com apenas seis meses”, explica a gerente.

Governo autorizou obras e licitações para implantação de sistemas de abastecimento e aquisição de equipamentos para Cohidro

Governo de Sergipe também coloca 20 motocicletas à disposição de prefeituras, associações Cohidro e Seagri para fortalecer a agricultura familiar
[Foto: Vanessa Passos]

Nesta quinta-feira, 13, representando o governador Belivaldo Chagas, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, participou da solenidade de anúncio de uma série de investimentos para o estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), a partir da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro). Na ocasião, foram assinadas ordens de serviço e autorizada licitação para execução de sistemas de abastecimento de água no interior do estado e aquisição de equipamentos para Cohidro.

Também foram entregues motocicletas a prefeituras e cooperativas sergipanas com objetivo de fortalecer a atividade agropecuária familiar. O Governo de Sergipe, por meio da Seagri, colocou à disposição de prefeituras, associações e cooperativas 20 motocicletas. O investimento é da ordem de R$ 299.000,00, originado de emenda parlamentar do deputado João Daniel, visando o fortalecimento da produção agrícola e pecuária familiar por meio do apoio da assistência técnica e social do Estado.

José Carlos Felizola [Foto: Vanessa Passos]
“Hoje é um dia importante para o Governo do Estado, estamos entregando motocicletas tanto para prefeituras quando para diversas associações e dando ordem de serviço para a construção de sistemas simplificados de abastecimento de água, bem como de outras obras de infraestrutura para fortalecer a agricultura familiar, investir no homem do campo e fortalecer a cadeia produtiva agrícola do estado de Sergipe”, destacou Felizola.
André Bomfim [Foto: Vanessa Passos]
O secretário de Estado da Agricultura, André Bonfim, também ressaltou a importância do benefício. “Essas motos irão fomentar o trabalho de assistência técnica, extensão rural, que é feito pelos municípios e também pelas cooperativas aqui do nosso estado, inclusive o próprio Governo também tem duas motos dessas entregues à Cohidro, que ficarão à disposição do perímetro”, afirmou.
O incentivo à atividade agropecuária tem uma grande importância econômica para as instituições de apoio às atividades produtivas das comunidades rurais, principalmente no atual período de pandemia, com significativo impacto da Covid-19 na agricultura familiar. Portanto, a distribuição das motocicletas tem também as finalidades de se somar às diversas ações emergenciais do Estado para mitigação e resposta ao impacto da pandemia na preservação do homem do campo no campo, no apoio à busca de crédito, na elaboração de projetos e nas ações de segurança alimentar e nutricional das famílias do interior sergipano.
Foram entregues 20 veículos do tipo motocicleta Yamaha/Crosser 20/21, 150 cilindradas, partida elétrica, injeção eletrônica, flex (gasolina e etanol) ano de fabricação 2020, modelo 2021. Dois veículos serão destinados à Cohidro; dois à Seagri; sete para as prefeituras de Carira, Canindé de São Francisco, Cristinápolis, Feira Nova, Indiaroba, Salgado e Santa Luzia do Itanhi; quatro para cooperativas de produtores rurais; quatro para sindicatos de trabalhadores rurais e um para uma Associação Agro Industrial.

Ordem de Serviço
Foram assinadas, também, Ordem de Serviço para construção de 20 sistemas simplificados de abastecimento de água em 15 municípios, a partir de poços, da 2ª fase do Programa Água para Todos, com recursos originados do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Paulo Sobral [Foto: Vanessa Passos]
O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Henrique Sobral, destaca o compromisso do Governo do Estado com o homem do campo, levando água para as comunidades que realmente necessitam. “Hoje, assinamos a ordem de serviço de dois convênios: um é o Água para Todos, com 20 sistemas que vão atender 20 comunidades e o outro é um convênio, oriundo de emenda de deputado João Daniel, no qual novos sistemas que também vão atender nove comunidades no abastecimento de água, água de qualidade, água potável, que é de fundamental importância para Sergipe”, ressaltou.
Em sua fala, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, destacou, também, a importância da Companhia para o estado. “A Cohidro é muito mais que a administradora dos nossos perímetros irrigados, a Cohidro é uma das responsáveis, por exemplo, por termos uma cesta básica mais barata no estado. E temos, além dos perímetros, micro perímetros em todo o estado, que produzem hortaliças e alimentos que fortalecem a agricultura familiar.
A Companhia, ainda, leva água à população de comunidades de difícil acesso, o que representa levar dignidade ao nosso povo”, reiterou.
Lucivanda Nunes, secretária de Estado da Inclusão e Assistência Social [Foto Vanessa Passos]
O valor contratado para esta obra de perfuração de poços tubulares profundos e instalação de sistemas simplificados de abastecimento é de R$ 2.030.108,99. Serão beneficiadas cerca de 600 famílias, dos municípios de Aquidabã, Cristinápolis, Estância, Ilha das Flores, Indiaroba, Itaporanga D’ajuda, Japaratuba, Neópolis, Poço Verde, Riachão do Dantas, Riachuelo, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Santa Rosa de Lima e Umbaúba.
“Hoje também é um dia importante para a nossa cidade e para o nosso estado. Como gestor do município de Canindé de São Francisco, venho aqui dizer a importância desse grandioso projeto que está chegando para os nossos municípios, para os nossos munícipes, para ajudar aquele povo sofrido, em especial, o povo da minha cidade com o Água para Todos”, enfatizou Weldo Mariano de Souza, prefeito de Canindé do São Francisco.
A primeira fase do Programa Água para Todos, concluída em 2018, atendeu a 37 localidades rurais em 18 municípios sergipanos. Com a distribuição de água de qualidade para mais de 6.300 pessoas beneficiadas com investimento de mais de R$ 4,3 milhões.
João Daniel [Foto: Vanessa Passos]
Foi assinada, também, Ordem de Serviço para perfuração de oito Poços Artesianos em povoados e assentamentos de oito municípios, sendo eles: Areia Branca, Canindé de São Francisco, Indiaroba, Itabi, Graccho Cardoso, Monte Alegre de Sergipe, São Cristóvão, Tomar do Geru, beneficiando 241 famílias. O investimento é de R$ 124.229,40 e o recurso é proveniente de emenda do deputado federal João Daniel.
Felizola assinou, ainda, Ordem de Serviço para construção de 9 Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água a partir de Poços em Povoados e Assentamentos em 09 municípios, sendo eles: Areia Branca, Canindé de São Francisco, Gararu, Indiaroba, Itabi, Graccho Cardoso, Monte Alegre de Sergipe, São Cristóvão, Tomar do Geru. A ação beneficia 271 famílias, a partir de um investimento de R$ 278.409,51, por meio de emenda do deputado João Daniel.
Licitações
O secretário Felizola, o deputado federal João Daniel, a Seagri e a Cohidro assinaram Autorização de Licitação de Obras para construção de 15 sistemas simplificados de abastecimento de água com rede de distribuição para povoados e assentamentos de cinco municípios: Cristinápolis, Estância, Indiaroba, Lagarto e Riachuelo. O valor destinado à obra é de R$ 900.000,00. Os recursos são oriundos de emenda parlamentar do deputado federal João Daniel.
O Governo do Estado autorizou, também, a Licitação para aquisição de peças mecânicas a serem utilizadas em obras de recuperação dos perímetros irrigados, por meio de recursos próprios, no valor de R$ 359.215,32. Serão adquiridos registro, válvulas, tubos e conexões utilizados na recuperação das estações de bombeamento e das linhas de distribuição de água para irrigação nos perímetros irrigados da Cohidro, situados em área dos municípios de Canindé de São Francisco e Itabaiana.
[Foto: Fernando Augusto]
Com o objetivo de proporcionar um melhor ambiente de trabalho e maior eficiência na execução de funções para os servidores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação, o gestor da Secretaria de Estado Geral de Governo autorizou a Licitação de Obras para reforma civil do prédio administrativo da sede da Cohidro em Aracaju, com recursos próprios, no valor de R$ 326.194,19. A obra vai contemplar o reparo e substituição de peças do telhado, rede elétrica e hidráulica do edifício que abriga diretorias Financeira e Administrativa e Presidência da Cohidro, em Aracaju. O secretário Felizola, na ocasião, entregou, ainda, oficialmente, a recuperação das coberturas dos almoxarifados e oficinas da sede da Cohidro. A reforma, fruto de um investimento de R$ 514.309,84, garante melhor segurança e condição de trabalho aos funcionários, além da conservação do material de expediente, veículos, equipamentos de irrigação, perfuração e instalação de poços guardados nestes prédios.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias
Fotos: Vanessa Passos, Fernando Augusto e Gabriel Freitas

 

Irrigação estadual no Alto Sertão deverá ser ampliada com o Canal de Xingó

Quando concluído, o Canal poderá otimizar os sistemas de distribuição de água para irrigação nos perímetros públicos ao mesmo tempo em que amplia a oferta de água
Foto: Fernando Augusto

A notícia do aporte federal de R$ 5,9 milhões para elaboração do projeto executivo do Canal de Xingó renovou as expectativas. Quando concluído, o Canal poderá otimizar os sistemas de distribuição de água para irrigação nos perímetros públicos. Ao mesmo tempo em que amplia a oferta de água, podendo irrigar uma área de cerca de 11 mil hectares de terra, só no Alto Sertão Sergipano, também se amplia em até 16,5 mil o número de empregos diretos ofertados pela agricultura irrigada naquela microrregião. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, tem a expectativa de otimizar a oferta de água e diminuir custos operacionais com o novo canal; além de dispor de volume operacional para cobrir a demanda de novos projetos de irrigação que poderão surgir na faixa de influência do canal.

O engenheiro agrônomo que atua no planejamento dos perímetros irrigados da Cohidro, Platô de Neópolis e no projeto do futuro Perímetro Irrigado Manoel Dionísio, Paulo Feitosa, dá uma dimensão do que será o Canal de Xingó. “O canal inicia-se na barragem (da hidrelétrica) de Paulo Afonso IV, na Bahia. Entra em Sergipe com uma vazão de aproximadamente 22 mil litros de água por segundo e percorre 104km, aproximadamente, iniciando no município de Canindé passando por Poço Redondo, Porto da Folha e Monte Alegre de Sergipe, chegando até Nossa Senhora Glória. Esse projeto tem influência de 5km para cada margem, portanto, vai beneficiar pessoas que se situam nesta faixa de 10km, por onde passar dentro de Sergipe”, explicou o agrônomo.

Ainda de acordo com Paulo Feitosa, a água que vem aduzida do Rio São Francisco pelo canal será distribuída pelo Sertão, região mais seca do Estado, para fins de irrigação, abastecimento humano e animal, e também para indústria. “No caso da irrigação, ele prevê irrigar 11 mil hectares nessa trajetória, sendo os perímetros irrigados Califórnia e Jacaré-Curituba (Codevasf), em operação, o Manoel Dionísio Cruz, a ser implantado pelo Governo do Estado, e diversos outros novos projetos de irrigação previstos em toda sua extensão, até chegar em Glória. Do ponto de vista social, ele é de grande importância, assim como da parte do desenvolvimento econômico na região do Semiárido, que abrange 36 projetos de reforma agrária do Estado e do INCRA existentes, com cerca de 2 mil famílias assentadas. Cada hectare de terra irrigada gera de 1 a 1,5 emprego direto fixo por ano. Além disso, tem grande produção de alimentos”, complementa Paulo Feitosa.

O presidente da Cohidro, Paulo Sobral, considera a iniciativa um passo importante para o desenvolvimento do Alto Sertão, favorecendo as atividades-fim da Cohidro. “Recebemos, em Sergipe, a visita do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho no dia 23 de abril, que, na presença do governador Belivaldo Chagas, assinou a ordem de serviço para elaboração do projeto executivo do Canal de Xingó. A nossa companhia terá grande benefício na execução das suas atividades. Para a irrigação, a redução dos custos será repassada à tarifa d’água cobrada do irrigante do Califórnia, que tem como base o consumo de energia elétrica do perímetro. O canal vai colaborar muito na missão de levar água às localidades rurais distantes e carentes de abastecimento – demandas que hoje suprimos com a perfuração de poços, instalação de dessalinizadores, abertura e limpeza de barragens e construção de cisternas”, conclui Paulo Sobral.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, quando concretizada, a obra trará os benefícios de, ao mesmo tempo, otimizar o abastecimento de água no perímetro Califórnia e viabilizar o início das atividades no Manoel Dionísio, novo perímetro cujo projeto executivo já está elaborado, prevendo o atendimento de 1.205 famílias com irrigação. “Hoje, o maior dos custos operacionais do perímetro Califórnia é a energia elétrica que bombeia a água com uma altura manométrica de 70m até o início do canal adutor do perímetro Califórnia, e, daí, a água chega à Estação de Bombeamento 02 (EB-02). O Canal de Xingó eliminaria esse uso de energia, com a água chegando à EB-02 só por gravidade”, destaca João Fonseca.

[fotos] Dia das Mães na Cohidro teve distribuição de lembrança no lugar de festa

Em homenagem a todas as mães que contribuem com o sucesso da Cohidro, a Diretoria Executiva da companhia distribuiu, na sexta-feira (07) uma lembrança. O mimo faz referência ao Dia das Mães, comemorado no segundo domingo de Maio (09). A iniciativa dos diretores contraria os anos anteriores, em que era possível fazer comemorações festivas em homenagem às mães, em alinhamento às normas de não-aglomeração por prevenção à Covid-19.

A escolha pelos mini cactos simboliza a vida. Apesar de toda dificuldade que estas espécies de plantas encontram para sobreviver nos seus áridos ambientes naturais, demonstram vigor, saúde e muita beleza por suas cores, formas e floração. Muito disso, e bem mais, tem no ato de ser mãe.

Parabéns para todas as mamães!

Cohidro recebe demandas de abastecimento de água da equipe do deputado Iran Barbosa

[Foto: Gabriel Freitas]
O mandato do deputado estadual Iran Barbosa esteve presente na reunião que aconteceu na sexta-feira, 9, na sede da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para discutir demandas de comunidades de Brejo Grande, Salgado, Divina Pastora e Porto da Folha quanto à recuperação ou perfuração de poços artesianos nesses municípios.

A reunião, que foi dividida em dois momentos para evitar aglomeração, contou com a presença do diretor-presidente da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral; do geólogo da Companhia, Diego Siqueira; do técnico agrícola e assessor do núcleo de Agricultura e Meio Ambiente do mandato de Iran Barbosa, Juvenal Patrício; do secretário de Agricultura de Divina Pastora, Bruno Sá; além de representantes das comunidades envolvidas.

De acordo com o assessor Juvenal Patrício, a reunião foi bastante produtiva e a direção da Cohidro se comprometeu, dentro do que é de sua competência, em enviar equipes para as comunidades, a fim de executar serviços de limpeza e recuperação de poços artesianos, como também o estudo e a execução de obras para perfuração de poços onde for necessário e viável.

“Foi uma reunião muito boa onde eu pude expor sobre os vários problemas com falta de água não só nessas comunidades, como em outras, que os representantes não puderam estar presentes, e que estão sofrendo muito com esse problema, como os povoados Serra, em Malhador, e Covões, em Porto da Folha”, destacou o técnico agrícola.

O presidente da Cohidro, Paulo Sobral, que agradeceu ao deputado estadual Iran Barbosa pelo empenho em indicar recursos ao Orçamento do Estado para a perfuração de poços em comunidades onde o abastecimento de água é precário. Ele destacou que uma equipe da Companhia deve iniciar os trabalhos de limpeza e recuperação dos poços do Povoado Quebrada II, em Salgado, e que tentará incluir também o Povoado Covões, em Porto da Folha.

Também destacou que já há previsão para uma outra equipe iniciar a perfuração de um poço em Brejão dos Negros, no município de Brejo Grande; como também será feita a doação de uma caixa d’água de 5 mil litros para o Assentamento Flor do Mucuri I, em Divina Pastora, a fim de auxiliar na retenção e oferta de mais água àquela população, depois que a prefeitura local conseguir a licença ambiental necessária junto à Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). Ainda de acordo com Paulo Sobral, estão sendo realizados estudos para avaliar a possibilidade de perfuração de um quarto poço neste assentamento agrário.

 

Fonte: Assembleia Legislativa de Sergipe

Em Lagarto, agricultor irrigante desafia clima no plantio de espécies frutíferas incomuns

Cohidro incentiva produtores atendidos nos perímetros irrigados a diversificar culturas para conquistar mercados

[Foto: Jorge Henrique]
Na entrada do distrito sede de Lagarto, no caminho de quem vem de Salgado, fica a propriedade de Edelzio Góes. Nos seus 2,3 hectares de área plantada no Perímetro Irrigado Piauí, ele não se contenta em plantar as espécies comuns aos outros 420 lotes atendidos pela irrigação do Governo do Estado; como milho, macaxeira e pimenta. A produção de mamão Havaí está consolidada e lhe garante boa freguesia, já que o fruticultor encontrou meios de produzir praticamente sem pesticidas, mas inventivo e inquieto, ele também quis plantar pinha e uva. Contando com a irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Edelzio não para e, agora, faz experiências com um cultivo ainda mais incomum ao clima quente do centro sul-sergipano: o morango. E já começou a investir em uma estufa, para plantar a fruta protegida de pragas.

Quem bota fé na capacidade de Edelzio e dá orientação para cada nova cultura que ele põe na terra é o técnico agrícola da Cohidro, Willian Domingos, responsável por atender os irrigantes do setor do perímetro Piauí em que o lote do agricultor está localizado. “Ele introduz certas culturas aqui, que às vezes nós não apostamos. A pinha, por exemplo, é uma cultura que enfrenta vários problemas com o vento, na polinização. Mesmo assim, ele apostou e estamos apoiando. Já conseguimos colher algumas, de boa qualidade, mas ainda não foram comercializadas. O morango foi outra cultura que alertamos a ele dos riscos de fungos e bactérias. Mas a intenção dele é inovar, cultivando o morango dentro da estufa”, conta.

Edelzio encara o desafio de plantar frutas diferentes do habitual em Lagarto. Lança mão da sua criatividade para superar as dificuldades, mas também investe nos seus sonhos. “Gosto de experiências, tanto que plantei pinha que ninguém tinha. Mamão e morango quem começou também fui eu, e tudo isso é bem inovador. Tenho o tratorito, onde faço o serviço de limpeza, uso a grade e faço pulverizações também puxadas por ele. Tenho investido na construção da estufa que pretendo fazer, para ajudar no plantio de morango”, revela o agricultor. Para ele, a retribuição vem quando alcança o resultado que espera, antes mesmo do seu esforço lhe gerar lucro. “Me sinto muito realizado quando faço alguma coisa que dá certo. Mesmo ainda não tendo uma produção em grande escala, já comemos bastante pinha aqui nesse ano e, no ano que vem, com certeza já dá para comercializar”, confia o produtor irrigante.

Embora no perímetro da Cohidro em Canindé de São Francisco a produção de uva já esteja em nível comercial, no perímetro de Lagarto a cultura é uma novidade. Willian Domingos acompanha de perto, e aprende com a evolução dos parreirais. “Nós temos alguns desafios aqui e trouxemos três variedades: a Vitória com os porta-enxertos 313, e Paulsen, e a Itália. Porém a Itália terá de ser eliminada, por não ter produzido nada e com grandes problemas com doença”, avalia Willian. Para ele, a dificuldade no cultivo da uva é a umidade. “Aqui chove em torno de 1.000 a 1.300 mm/ano, com isso, muitas doenças surgem e o controle se torna mais complicado”, explicou o técnico. Ainda assim, ele acredita que a cultura promete bons resultados, se empregada a tecnologia certa nas videiras plantadas há cerca de um ano e meio.

“A gente nunca sabe de tudo, né?! Estamos sempre aprendendo. A experiência aqui é boa, está produzindo, mas ainda é em pequena quantidade. Espero que quando a planta ficar mais velha, ela comece a produzir mais, porque o investimento foi alto e temos esperança que uma hora melhore. Temos pontos positivos e pontos negativos, porque a umidade relativa do ar é muito alta, então ela dá muita doença fúngica, como o ‘míldio’; e quando dá essa doença no cacho da uva, ele não vinga e se perde inteiro. Temos procurado controlar, mas no período de chuva é difícil. Nossa felicidade é a pessoa comer e gostar. Mesmo que não tenha bom lucro, a gente sabe que está produzindo coisa boa”, diz o viticultor Edelzio. Ele ainda garante que, na fase maturação de suas 400 videiras, não aplicou nenhum pesticida, permitindo o consumo seguro dos frutos in natura.

Governo atua em parceria com Prefeitura para recuperação de poços rurais antigos em Pinhão

Cohidro dará continuidade ao trabalho, em poços já bombeados e limpos

[Foto: Fernando Augusto]
Incluso dentre os limites do Semiárido, o município de Pinhão se caracteriza pelas poucas chuvas. Em localidades assim, o abastecimento humano e a normalidade das atividades agropecuárias muito dependem da captação de água subterrânea, através de poços perfurados. Desde 2020, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) vem realizando um trabalho de avaliação e reativação de poços de sistemas de abastecimento de água inoperantes em Pinhão. De janeiro de 2021 até agora, R$ 14.802,77 já foram investidos pelo Governo do Estado em ações de limpeza, bombeamento, manutenção corretiva e troca de equipamentos de bombeamento, em sistemas localizados na zona rural do município.

Segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a partir do bombeamento dos poços antigos, é possível constatar a viabilidade técnica para uma recuperação. “É essencial fazer o bombeamento, que ao mesmo tempo limpa o poço e faz o teste da vazão, que é a sua capacidade técnica de produzir água. Assim, vamos saber a viabilidade do poço, se ele produz água em quantidade suficiente para compensar investir em sua recuperação, como também conhecemos a capacidade de equipamentos necessários para repor, quando estão com defeito. É importante ressaltar que recuperar um poço antigo é muito mais eficiente, barato e rápido, do que perfurar um novo, dando celeridade ao atendimento da comunidade”, avaliou o presidente. Paulo Sobral afirma ainda que, desde o ano passado, os serviços estão sendo possíveis a partir da cooperação firmada com a Prefeitura Municipal.

Secretário Municipal da Agricultura de Pinhão, Alex Andrade considera que essa parceria entre a Prefeitura e a Cohidro é de suma importância. “Importante no tocante ao desenvolvimento das comunidades, com o sofrimento que estamos passando agora, em relação a essa falta d’água, essa estiagem. E no momento em que procuramos a Cohidro, prontamente recebemos uma manifestação positiva a fazer essa parceria, e hoje já colhemos frutos. Então, o município agradece essa parceria, pois com certeza o caminho é esse: o da união”, avalia o secretário. Sobre a finalidade dos poços que estão sendo selecionados pela prefeitura, ele explica que a água é usada tanto para dessedentação animal, quanto para uso doméstico diário. “Já que a água potável, servida para o consumo humano, está sendo entregue pela Defesa Civil Estadual juntamente com o Exército e prefeitura”, concluiu Alex Andrade.

Serviços
Em fevereiro, as equipes de bombeamento e limpeza, ligadas à Gerência de Perfuração da Cohidro (Geperf), atuaram nos povoados Serra Solteira, Espinheiro e Rajas. Nesta última localidade, em 2020, a Cohidro recuperou outro poço antigo. O trabalho tem continuidade com a Divisão de Manutenção e Instalação de Poços (Dipoços), atuando nos poços bombeados pela outra equipe da empresa. No povoado Beija Flor de Cima, já foram substituídos equipamentos de bombeamento no sistema de abastecimento de água, a partir de recursos próprios da Cohidro e do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), através de convênio firmado entre a companhia e a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias).

Já no povoado Diogo, a Dipoços fez manutenção corretiva. Lá, o pecuarista Paulo Roberto utiliza a água do poço para saciar a sede do gado. Segundo ele, são mais de 200 vacas. “Quando aqui está seco, usamos o poço para manter o gado. Quando deu defeito, as coisas ficaram difíceis, mas aí a Cohidro veio com o pessoal da Prefeitura, ajeitaram e agora está tudo ótimo. O importante para nós é ver a água saindo; é o que nós precisamos nesse clima seco”, relata o produtor. Ainda segundo ele, alguns produtores levam a água de trator até o gado e outros que têm a propriedade mais próxima do poço, levam o gado até o bebedouro comunitário, instalado ao lado dele. O criador relata que, com o clima seco, a comunidade também utiliza a água para consumo residencial.

Irrigação pública estadual influencia na maior parte dos itens da Cesta Básica mais barata do Brasil

Irrigantes do Perímetro de Lagarto produzem esterco e forragem, abastecendo municípios do entorno

Gilvan e as batatas-doces, que tem as ramas utilizadas na alimentação animal [Foto: Gabriel Freitas]
Além de tomate, mandioca, banana e cana-de-açúcar, que influenciam diretamente nos preços que fazem de Aracaju a capital com a Cesta Básica mais barata do Brasil por quatro meses seguidos, a irrigação pública dos perímetros estaduais também produz forragem para bovinos. Com a adição do leite, da manteiga dele derivada e da carne bovina, sobe para sete o número de alimentos da cesta básica, cuja produção é favorecida pela irrigação estadual, dentre os 12 pesquisados mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, há os criatórios que produzem sua própria ração, os que vendem capim de corte, forragem de milho, ramas de batata-doce e esterco até para produtores fora do perímetro, promovendo a ‘Integração Irrigado-Sequeiro’.

Gilvan Lima reserva um hectare de seu lote, no perímetro Piauí, para a produção contínua dos capins de corte das espécies palmeirão, roxo e elefante, para alimentar 10 cabeças de boi de engorda e 17 vacas de leite. A ração dos animais é composta da mistura de capim, palhada e espigas de milho e restos culturais, como o pé da mandioca – chamado por eles de ‘manaíba’. “É tudo do plantio que eu faço. O milho, quando eu não coloco verde picado, com espiga e tudo, eu moo o grão de milho seco junto com o capim”, explica o produtor rural. Para ele, a chegada do perímetro abrangendo sete povoados de Lagarto modificou toda a forma de produzir. “Antes, era complicado, mas depois da irrigação foi outra coisa. Planto o milho, planto o capim. Até a rama da batata-doce se aproveita para o gado. Antes do perímetro, só tinha capim no inverno. Tinha que dar tudo contado e comprar fora o farelo”, lembra.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, o excedente do plantio de capim, somado a todo milho para silagem e restos culturais gerados nos 421 lotes do perímetro de Lagarto, suprem um mercado consumidor de ração animal e outros insumos, bem maior que os 14,5 km² do perímetro Piauí. “Em Sergipe, 29 municípios são considerados pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) como de clima semiárido, em que o déficit hídrico é muito grande, prejudicando a atividade agrícola na maior parte do ano. Por isso, em nossos seis perímetros incentivamos, além do produto in natura, a produção de espécies vegetais para alimentação animal, que o agricultor possa comercializar o excedente com o mercado do entorno dos perímetros”, defende.

A pecuária dentro do perímetro irrigado é uma prática paralela à agricultura, que muito se aproveita desta oferta de água para a produção da ração, como afirma o gerente do Piauí, Gildo Almeida. “Tem entre 15 e 20 produtores que usam o capim de corte para sustentar suas criações de gado, e tiram o sustento da venda das cabeças de gado de corte, do leite e do esterco”, conta. Segundo ele, é no verão que se torna mais importante a oferta de água para a pecuária, suprimindo a falta de pastos verdes. “Usam o capim e a palhada do milho para fazer silagem e sustentar o gado nesta época de estiagem. Muitos fazem o confinamento, para abate; mas a maioria é para produção de leite”, conclui Gildo.

Para Gilvan, compensa plantar capim. “No verão, quem tem um capim verde, ganha dinheiro. Pois se não tem gado, vende o capim. Quando tem capim de sobra no inverno, eu dou para os vizinhos que têm criação. Porque se o capim ficar muito velho, é ruim. É melhor tirar, adubar e plantar de novo”, ensina o irrigante. Em seu lote, criando gado, o número de produtos só aumenta. Vai do leite, que vende para um atravessador; até o adubo natural, indispensável para a produção agroecológica. “O esterco eu vendo também, para quem não gosta de usar agrotóxicos e adubos químicos. É muito bom adubar com o esterco no verão. Eu mesmo uso no capim de ração, no cultivo do milho e na batata-doce italiana e roxinha”, finaliza.

DIA DA ÁGUA | Governo do Estado amplia acesso à água para comunidades rurais

Entre recursos próprios e captados pela Seagri e Cohidro, investimentos para 2021 ultrapassam R$ 7,8 milhões
Foto: Ascom/Cohidro

Este Dia Mundial da Água, 22 de março, é de celebração. A Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) firmou cooperação com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) para a aplicação de R$ 7,8 milhões na construção de sistemas de abastecimento de água a partir de poços tubulares em municípios sergipanos. Com recursos estaduais, federais e internacionais, a Cohidro irá cuidar da perfuração e instalação de novos poços e, juntamente com a Seagri, busca recursos de emendas parlamentares para continuar a investir na revitalização da irrigação pública ofertada pelo Governo de Sergipe nos seis perímetros irrigados que administra, fornecendo a água que torna agricultáveis 3.415 hectares de terra, em benefício de 13,8 mil pessoas no campo.

“Já revitalizamos a estrutura civil de três estações de bombeamento [EBs] e estamos partindo para a quarta obra, no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé; e duas no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Em todas, o que conta é a melhoria na condição de trabalho e o aumento da garantia da prestação contínua do serviço de fornecimento de água ao produtor irrigante, aumentando o rendimento e a vida útil de equipamentos e instalações”, afirma o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral. Segundo ele, o agricultor beneficiado pela irrigação do Governo do Estado tem contribuindo para as obras nos perímetros, através do pagamento da tarifa d’água, que é revertida em melhorias. “Buscamos agora um incremento em recursos para recuperar, por exemplo, os nossos canais de irrigação e fazer a troca de motores elétricos e bombas, muitos em operação há mais de 30 anos”, conta.

O secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, destacou que, em 2021, a prioridade da SEAGRI serão os investimentos em segurança hídrica. “Nos últimos meses, conseguimos assegurar recursos e firmamos parcerias importantes com a Cohidro no intuito de minimizar os efeitos da escassez de água nas comunidades rurais, tanto para fins de abastecimento humano quanto para as ações produtivas, possibilitando sistemas de irrigação que fomentarão a renda das famílias, a exemplo das ações via Projeto Dom Távora”. André afirma, ainda que, para além dos sistemas de irrigação, alguma áreas já foram visitadas para elaboração de projetos de construção de grandes barragens. “É o caso, por exemplo, de Santa Rosa do Ermírio, com grande potencial para fortalecer a cadeia produtiva do leite naquela região”, indica.

No projeto Dom Távora, fruto de acordo internacional firmado entre o Governo de Sergipe e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), são investidos R$ 351 mil para implantar cinco sistemas simplificados de abastecimento de água em Carira, Poço Verde e Tobias Barreto. Nestes dois últimos, já foi iniciada a perfuração dos poços. Em breve, também terá início a segunda edição do Programa Água para Todos: outra cooperação entre a Seagri e a Cohidro para, com recursos federais na ordem de R$ 2,5 milhões, implantar 20 sistemas de abastecimento em benefício de mais de 3 mil pessoas em povoados de Ilha das Flores, Neópolis, Poço Verde, Riachão do Dantas, Itaporanga D’ajuda, Riachuelo, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Japaratuba, Santa Rosa de Lima, Aquidabã, Cristinápolis, Estância, Indiaroba e Umbaúba.

O secretário da Agricultura destacou, ainda, que conseguiu renovar parcerias para a continuidade de programas federais de segurança hídrica. “Já garantimos continuidade, em 2021, das parcerias com o Governo Federal para execução além do Água Para Todos, do programa Água Doce, que até dezembro do ano passado estava sob gestão da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS) e, agora, está sob a coordenação estadual da SEAGRI. Pelo Água Doce temos um saldo financeiro de R$ 2.51 milhões que serão investidos na manutenção dos 29 sistemas de dessalinização já implantados, em nove municípios, e construção de mais cinco sistemas”, anuncia André Bomfim.

Irrigação antecipa colheita e produz macaxeira de melhor qualidade em Lagarto

Cohidro fornece irrigação, assistência técnica agrícola e assessoria em agronegócio nos perímetros irrigados que mantém em sete municípios

 

Gildo Almeida e Leda Fontes [Foto: arquivo pessoal]
O uso da irrigação na plantação de macaxeira produz raízes maiores e mais macias para cozinhar, por conta da precocidade com que a planta atinge o tamanho para colheita. A opção também permite que o agricultor cultive e colha em épocas em que o produto é escasso, como no verão, pois quando plantada em sistema de sequeiro, a macaxeira fica à mercê do volume de chuvas para produzir bem. Cerca de 30 agricultores do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, estão optando por cultivar com o uso de sistemas de irrigação como a aspersão convencional e a microaspersão. A partir da orientação técnica da Cohidro, contudo, o sistema mais usado pelos irrigantes tem sido a mangueira de gotejamento.

O equipamento é de baixo custo e agrega eficiência com economia de água, já que o gotejador pode ser direcionado à base da planta, sobre as raízes, sem desperdiçar. Segundo o gerente do perímetro irrigado Piauí, Gildo Almeida, a opção da maioria dos irrigantes se deve muito à redução da mão-de-obra que o equipamento demanda. “A agricultora Leda Fontes, por exemplo, optou pelo gotejamento porque permite uma forma mais prática para remanejar no sistema de irrigação. Aqui, a vantagem na macaxeira é que a raiz cresce mais rápido, o preço de venda nessa época é melhor e, no cozimento, ela fica mais ‘molinha’”, acrescenta Gildo. De acordo com ele, atualmente, a raiz é comercializada pelo agricultor por R$ 1,20, o quilo.

A irrigante Leda Fontes reforça o fato da precocidade da planta ajudar na qualidade do produto. “Além de ajudar no crescimento mais rápido, a irrigação deixa a macaxeira mole quando a gente cozinha, aí é melhor para o consumidor. Sem o gotejo ela não cozinha direito e fica dura; nenhum consumidor gosta”, explica a agricultora. Em seu lote, no perímetro Piauí, sempre são reservados 0,33 hectares [uma tarefa] para o plantio da macaxeira. Se não fosse a irrigação, dependendo somente do ciclo das chuvas, a macaxeira levaria de 12 a 18 meses para crescer ao ponto de ‘arrancar’. Irrigando, esse tempo de colheita é reduzido para oito meses, em média.

O mês de março, que é de entressafra na produção de sequeiro, é um dos meses em que os agricultores irrigantes dos perímetros mais produzem, para aproveitar o preço vantajoso. No ano passado, somente no perímetro de Lagarto, foram colhidas 270 toneladas da raiz, produzida em 23 hectares, gerando renda bruta de mais de R$ 336 mil para os irrigantes. Em 2018, todos perímetros do Governo do Estado, juntos, produziram 3.365 toneladas de macaxeira, rendendo mais de R$ 5,5 milhões para os produtores, na época. Também nos perímetros irrigados mantidos pela Cohidro nas zonas rurais de Areia Branca, Canindé de São Francisco, Itabaiana, Malhador, Riachuelo e Tobias Barreto, é possível encontrar raízes de macaxeira de até 50 centímetros de circunferência.

Consumo
A demanda por macaxeira é grande em Sergipe. O alimento é culturalmente bastante consumido nas três refeições principais do dia, sendo servida tanto como prato principal quanto como acompanhamento, e servindo ainda para o preparo de sobremesas. Cozida, frita ou assada, ela vai bem salgada ou doce. Mas é importante que o consumidor adquira uma macaxeira de boa procedência. Existe uma diferença, conhecida por poucos, entre a macaxeira e a mandioca (brava), usada na produção da farinha e do polvilho. Se a mandioca for consumida in natura, sem um processamento que elimine a alta concentração de ácido cianídrico, pode provocar intoxicações.

Última atualização: 20 de abril de 2021 15:44.

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