Assistência técnica e irrigação pública auxiliam redução de custos na pecuária em Tobias Barreto

Estado criou bancos de sementes para popularizar variedade de palma e a gliricídia

 

[foto: Fernando Augusto]
Tocado pela alta nos preços das commodities milho e soja, o valor da ração animal tem se elevado, dificultando a sustentabilidade nas pequenas propriedades da Agricultura Familiar. Em Tobias Barreto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, pequenos pecuaristas estão buscando alternativas alimentares aos grãos, para manter as criações de gado de leite, corte e ovinos. Orientados pela assistência técnica e programas do Governo do Estado, eles apostam no cultivo de espécies diferentes do que a pecuária convencional pratica, dentre elas a palma orelha de elefante, a gliricídia e o BRS Capiaçu. A irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) na maior parte do ano, facilita o desenvolvimento destas plantas que são dadas aos animais em suplementação ao capim, também irrigado.

“No perímetro irrigado, hoje, quase 70% das plantações são voltadas à produção leiteira. Estamos incentivando a produção do máximo de alimento possível dentro do lote, para alimentação dos animais, tentando variar o máximo possível. Desde o plantio de gliricídia, que produz uma proteína de alta qualidade; até o plantio da palma, que é mais energética; do BRS Capiaçu, de alta produtividade e também com um teor, tanto de energia quanto de proteína, elevado. Estamos trabalhando com diversos tipos de alimentação para o gado, de volumosos, para reduzir a aquisição de insumos externos. Assim, você aumenta a capacidade do produtor ter mais rentabilidade, porque essa produção é muito mais barata do que a comprada fora”, justificou o técnico agrícola da Cohidro que presta assistência ao Jabiberi, José Coelho.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Fonseca conta que o Capiaçu chegou ao Jabiberi por indicação da Cohidro. “Já a introdução da palma orelha de elefante e a gliricídia, recebeu o incentivo do Projeto Sergipe de Combate à Desertificação, há cerca de um ano. É uma parceria entre o Governo de Sergipe, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF)”, detalha.

A Cohidro é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), que através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), outra vinculada, executa o programa no estado. “Para ter acesso às sementes da palma, os irrigantes do perímetro se comprometeram a doar o saldo da primeira colheita de ‘raquetes’ para beneficiar mais pessoas com acesso às sementes. Desta forma, as espécies forrageiras se multiplicaram para os lotes de outros produtores”, complementa João Fonseca.

José Coelho já contabiliza que o incentivo vá chegar para todos os produtores através destes primeiros ‘bancos de sementes’ no perímetro. “Ao todo são 55 produtores de leite hoje no perímetro, produzindo leite, mas diretamente começamos com 15 pessoas e vamos ampliar até chegar a todos”, destacou o técnico. A intenção é de que o pequeno pecuarista atendido no perímetro consiga plantar a maior parte da alimentação destinada às suas criações. “Alguma coisa tem que comprar, não tem jeito, mas comprar cada vez menos insumos externos. Também tem a Associação dos Pequenos Criadores do Perímetro Irrigado Jabiberi (APEC). Nesse verão, vamos ter que adubar todos os lotes e fazer a aquisição de milho e soja. Se isso for feito de forma conjunta, reduz o custo de aquisição”, conclui, destacando o apoio dado pela empresa também ao associativismo.

Uilde de Jesus é presidente da APEC. Ele foi um dos beneficiados com sementes de palma, mudas de gliricídia e já ampliou sua gama de alimentos alternativos para o gado e os ovinos que cria. “Eu associei minha palma com o feijão guandu, que é fósforo, tanto para a alimentação animal quanto para a adubação para a palma. Eu quero baixar o mínimo de custo na minha propriedade, daí meus animais tiveram uma melhora, aumentando o estado corporal das vacas, porque aumentou também a quantidade de ração, já que saiu mais barato e com isso, só teve ganho no gado de engorda e no de leite, permaneceu ou foi até melhor que a ração convencional comprada. A Cohidro está dando o apoio essencial à gente porque, para a implantação do capiaçu, da gliricídia e da palma veio o projeto através dela, então estamos aproveitando a chance e estamos nos dando bem, graças a Deus”.

Produção do amendoim irrigado deve ser impulsionada por flexibilização do isolamento social em Lagarto

Grãos sem comprador serviram de semente na safra a ser colhida a partir de novembro
Seu Antônio cozinha o amendoim que planta e a colheita dos irrigantes vizinhos [Foto: Fernando Augusto]

Patrimônio Imaterial Sergipano, o amendoim cozido é um método de beneficiamento que absorve praticamente toda safra do produto no estado. Seu consumo é associado às festividades juninas e é um petisco dos mais apreciados nas atividades recreativas. Com a reabertura das praias, bares e eventos, depois de mais de um ano e meio de pandemia de Covid-19, o consumo do amendoim tem grande expectativa de voltar à normalidade neste fim de ano. Produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, após diminuírem a produção no primeiro semestre deste ano em cerca de 7%, agora estão animados em retomar os plantios. Queda que nem aconteceu em alguns desses lotes atendidos pelo Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), com irrigação e assistência técnica.

O casal Josefa Araújo e Alcides Meneses planta o amendoim no perímetro irrigado da Cohidro há cerca de uns três anos e sentiu dificuldade em escoar a produção no período da pandemia, mas isso não significou em perda da produção. “Mudou muito. Ficamos sem vender o amendoim. Daí, secamos o produto, guardamos para semente e agora estamos usando esta semente para plantar. Isso compensou, porque agora a gente não está precisando comprar a semente. Foi ruim, porque para comprar os adubos nós nos apertamos, não tinha o amendoim para vender. Mas agora [o mercado] está melhor, graças a Deus e até o comprador veio aqui esta semana olhar [a lavoura]. E já tem uma área ali limpa, que vamos plantar com esta semente que guardamos”, adianta.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida explica que além da queda o período é de entressafra, por conta do inverno chuvoso, condição climática que diminui a produtividade do amendoim e dificulta o trabalho de colheita. “O amendoim agora está em falta no mercado, a produção de amendoim caiu um pouco, mas a tendência dos próximos meses é de normalizar. O pessoal está começando novamente a plantar e outros estão se preparando para fazer plantação. Houve uma queda de 2021 com relação à 2020, porque em 2020 com a pandemia fechou tudo, as praias, as festas. Em 2021, muitos não plantaram com medo de não achar a quem vender o produto. Mas nos próximos meses vai normalizar. Tem gente que já fez a plantação e outros estão se preparando para fazer a plantação novamente”, esclarece.

Diretor de irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca justifica que além do mercado promissor para o amendoim, a cultura é muito empregada na rotatividade de cultivos. É incentivada pela assistência técnica dada pelos técnicos agrícolas da empresa, para melhorar a fertilidade natural do solo e, em consequência, a produtividade de outras espécies plantadas na mesma área depois, ou até mesmo consorciado ao amendoim, a exemplo do maracujá. “É uma cultura pouco exigente. Atua na fixação biológica do nitrogênio ao solo e fornece uma grande quantidade de matéria orgânica ao solo, através dos restos culturais, ajudando o agricultor a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba por ocupar as áreas na sequência de outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revelou o diretor.

Antônio de Souza, mais conhecido como Toinho do Amendoim, tem muita experiência plantando e cozinhando a sua produção e a dos seus vizinhos no perímetro irrigado de Lagarto. Para ele, a pandemia pouco interferiu no seu negócio. “São mais de 15 anos que eu trabalho com o amendoim, plantando e colhendo. [No período de pandemia] a vendagem foi boa, a diferença é que o pessoal não plantou com medo de não vender, já que não ia ter festa. Mas não caiu muito não, na verdade foi bom demais, tanto que o São João do ano passado faltou amendoim e nesse São João também foi bom demais, bom mesmo. Não pude reclamar não. Esse ano faltou também, para comprar. Se eu tivesse mais, teria ganhado dinheiro”, analisou o irrigante que plantou amendoim no dia 13 de outubro, em 0,5 hectares do seu lote.

 

Reunião faz balanço de termo de cooperação com DER e avalia expansão para outros perímetros

[Foto: arquivo pessoal]
Reunião produtiva no Departamento Estadual da Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER), na manhã desta sexta-feira (01). Além da avaliação dos primeiros dias de ações do Termo de Cooperação Técnica do DER com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) – para a revitalização do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco – o encontro serviu para que os gestores discutissem a ampliação da parceria para os outros demais perímetros do Governo de Sergipe administrados pela Cohidro.

Em Canindé, junto de um mutirão feito por agricultores irrigantes do próprio perímetro Califórnia, a cooperação com DER já permitiu a limpeza do reservatório da Estação de Bombeamento (EB) 07, para a retirada de plantas subaquáticas que prejudicam as bombas da Cohidro e os equipamentos de irrigação dos agricultores.

Ao mesmo tempo, está sendo feita a limpeza da vegetação às margens e dentro dos canais de irrigação, melhorando a qualidade da água e evitando danos às estruturas de concreto, provocados pelas raízes. Para chegar aos lotes e toda produção de alimentos ser escoada, existes entradas de terra percorrendo todo perímetro Califórnia. Nelas, o DER já começou a trabalhar na recuperação, facilitando o acesso de veículos de pequeno a grande porte.

Presentes à reunião, os diretores-presidentes Anderson das Neves (DER); Paulo Sobral (Cohidro) e Kaká Andrade (ITPS), representando a comunidade canindense; diretores e gerentes do DER.

Água para Todos inicia obras em Santa Rosa de Lima

Foto: Arquivo pessoal

Teve início a perfuração de mais um poço da segunda fase do Programa Água para Todos em Sergipe. Desta vez é na agrovila do Assentamento Marcelo Déda, em Santa Rosa de Lima. Este é o quarto poço do Água para Todos iniciado neste ano. O primeiro, de Poço Verde e o de Riachão do Dantas estão perfurados e já foram bombeados, ficando prontos para outra frente de trabalho do programa instalar um sistema simplificado de abastecimento de água para atender aos moradores da localidade. Simultaneamente a Santa Rosa, outro poço está sendo perfurado em Japaratuba.

Gerida em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura [Seagri] e executado através Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), esta fase do Água para Todos contempla o estado com 20 poços profundos equipados de sistemas de abastecimento, atendendo cerca de 600 famílias em comunidades rurais. Serão mais de R$ 2 milhões investidos na ação, em recursos federais e contrapartida do Governo de Sergipe. A primeira fase do programa atendeu a 37 localidades rurais, com o abastecimento de água de qualidade para mais de 6.300 pessoas.

No dia  16 de setembro, estiveram vistoriando às obras o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral; o prefeito de Santa Rosa de Lima, Júnior Macarrão e o vereador Henrickson Souza. O encontro teve como pauta, além do novo sistema do Água para Todos, outras parcerias entre a companhia estadual e a prefeitura municipal.

 

 

 

 

Famílias em situação de vulnerabilidade social receberão alimentos produzidos com subsídio da irrigação pública estadual

Cohidro forneceu irrigação e assistência técnica para agricultores entregarem mais de 4 mil toneladas ao Programa de Aquisição de Alimentos desde 2008

[Foto: Arquivo pessoal]
Em Canindé de São Francisco, Porto da Folha e Poço Redondo, as famílias em vulnerabilidade social por conta da pandemia da Covid-19, serão beneficiadas com os alimentos produzidos com o subsídio da irrigação pública estadual. Os produtos são adquiridos por preços justos e doados para pessoas em insegurança alimentar via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Estadual. Até no fim novembro, 14 agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia – mantido pelo Governo do Estado através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé – vão entregar mais de 40 toneladas de alimentos ao programa da Secretaria de Estado da inclusão e Assistência Social (Seias). Em todo estado, o Governo de Sergipe vai investir cerca de R$ 3 milhões na compra de alimentos.

Técnica da coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional da Seias, Tatiana Canuto explica como é definido a quantidade que cada produtor vai comercializar com o programa.  “A gente organiza de acordo com as demandas, do número de usuários que são atendidos em cada instituição. Na entrega dos alimentos é gerado um termo de doação via Sistema de Informação do Programa de Aquisição de Alimentos – Sispaa, em que a entidade recebedora vai assinar por estar recebendo e os agricultores vão gerar uma nota fiscal, que vai ser atestada pela Seias e inserida no mesmo sistema. E o pagamento é efetuado pelo Ministério da Cidadania na conta do agricultor, com o cartão”.

Diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral afirma que os irrigantes dos perímetros da companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), participam do PAA desde 2008, em edições promovidas pela Conab. “Já foram beneficiadas mais de 150 mil pessoas, entre os socialmente vulneráveis e os agricultores, estes remunerados em mais de R$ 13 milhões para entregar mais de 4 mil toneladas de alimentos à ‘Compra com Doação Simultânea’. É um programa magnífico, que adquire os produtos por preços melhores do que aqueles praticados pelo mercado para ajudar pessoas em insegurança alimentar”.

Irrigante do perímetro Califórnia que participa do PAA Estadual, Pedro Feitosa forneceu à Doação Simultânea, até a última entrega que ele fez, 539 kg de acerola e 376 kg de pimentão. “Eu acho um programa de suma importância com essas duas vertentes. Com relação ao produtor, é um preço justo. A gente vende os produtos aqui, ao atravessador, com um preço bem diferente ao do programa. Isso muito nos ajuda, nos beneficia nesse sentido e tem esse grande alcance social que eu vejo na ponta final. É justamente essas pessoas vulneráveis que estão em situação difícil e tem essa contribuição, essa participação do Estado no sentido de ajudar”. No Califórnia há 13 anos, Seu Pedro já participou de outros PAAs produzindo alimentos via irrigação pública. “Sem irrigação seria impossível falar em produção, em todas as estações do ano, no Semiárido”, complementa.

Gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes destaca que o agricultor tem a venda garantida de seus produtos via PAA Estadual. “É um programa perfeito. Ele beneficia o Agricultor Familiar numa ponta e no outra as pessoas carentes. Além de tudo isso, o produtor vai ter uma zona de escoamento certo para seu produto, com um preço justo. O PAA estabelece o preço e antes de aderir ao projeto ele já tem o valor que ele vai vender da sua produção até o final”.

Gicélio Oliveira é técnico da Prefeitura de Canindé e atua na organização do PAA Estadual naquele município. Segundo ele, os alimentos produzidos em Canindé atendem famílias cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Durvalina Rodrigues e o Centro Especializado Daniel Ricardo, em Canindé; o Cras de Poço Redondo e o Instituto Nacional de Inclusão Social (INIS), em Porto da Folha. Os irrigantes do Califórnia estão em um primeiro edital, que iniciou as entregas em abril. “No primeiro edital temos 14 agricultores familiares cadastrados, fornecendo mais de 41 toneladas dos produtos: macaxeira, coco verde, coco seco, acerola, couve, coentro, cebolinha, alface, pimentão, milho verde em espiga, melancia e mamão havaí”.

Cohidro converte escritório à energia solar e inicia campanha interna de economia no consumo de eletricidade

O excedente da energia fotovoltaica é abatido no consumo total da empresa.

[Foto: arquivo pessoal]
No esforço de reduzir os custos com o consumo de energia elétrica, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) converteu todo consumo de eletricidade do seu escritório no município de Lagarto à geração fotovoltaica, via captação da energia solar. A ação se dá em meio a um período de acréscimos na tarifação das concessionárias de fornecimento de energia elétrica e se soma a uma campanha interna de redução de consumo de eletricidade, direcionada aos funcionários das seis unidades da empresa em Sergipe. A intenção da Cohidro é de –  a partir do êxito da primeira experiência de conversão à energia solar, que entrou em operação na última semana em Lagarto –  copiar a ideia para os outros escritórios e estações de bombeamento dos perímetros irrigados da companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

O escritório da Cohidro em Lagarto faz parte do Perímetro Irrigado Piauí, onde o Governo de Sergipe fornece água de irrigação para 421 lotes agrícolas a partir de bombas movidas à eletricidade. O consumo de energia elétrica é hoje o maior custo deste e de mais três perímetros irrigados em que a água depende de bombeamento para chegar ao agricultor. Segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a conversão sistemática destas unidades da Cohidro à energia fotovoltaica, vai representar uma grande economia para o Estado e melhorias para o irrigante. “Tudo indica que neste projeto piloto em Lagarto dará tudo certo e o custo com aquele perímetro irá diminuir. Argumento necessário para que possamos investir na conversão das outras unidades. Diminuindo o que é gasto pelo Estado nos perímetros, será possível investir mais em melhorias. Inclusive alocando a Tarifa D’água paga pelos irrigantes, em mais investimentos”, avalia Paulo Sobral.

Diretor Administrativo e financeiro da Cohidro, Jean Nascimento explica que a conversão do escritório de Lagarto só foi possível a partir do reaproveitamento de equipamentos e painéis solares que a empresa tinha estocados. Material em desuso há algum tempo, já que era destinado à iluminação de projetos de aquicultura nas barragens de irrigação. A partir do momento que praticamente todos esses reservatórios estaduais passaram também a atender ao uso prioritário de abastecimento humano, a criação de peixes dentro dos lagos passou a ser descontinuada, a fim de preservar a qualidade da água. “Conseguidos reutilizar todo equipamento. O suficiente para energizar todo escritório de Lagarto e darmos início ao de Canindé de São Francisco, nosso próximo projeto de conversão à energia solar”, informou Jean Nascimento.

O novo sistema fotovoltaico em Lagarto é constituído de 45 Módulos, ou placas, de 50w (whatts), que geram 2,25kwp (quilowatt pico). Com um inversor de 4kw, gerando uma média de 400kWh. “A média de consumo do escritório é de 300kWh, então o sistema atende a demanda com folga. O sistema foi projetado para funcionar interligado à rede da concessionária de eletricidade. No fim do mês, se o escritório fornecer mais energia do que consumir, esse excedente poderá ser abatido em outras contas de energia, como a das estações de bombeamento”, acrescentou o diretor Administrativo. Para o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, a operação do sistema é simples. “Basta eu ativar três chaves, na sequência orientada pelo engenheiro. Um mostrador digital me informa se o sistema está ligado e os whatts gerados nas placas solares”, pontuou.

Campanha de conscientização
A Cohidro inicia uma campanha interna de economia de energia elétrica, mas que pretende estender ao seu site e redes sociais, de forma que a conscientização chegue a todos os funcionários e ao público em geral. “Agora, com a adoção de uma segunda bandeira tarifária vermelha, o preço da energia cresceu mais e cabe a nós sensibilizar o servidor de que a empresa não pode arcar com esse aumento de custo não programado. Queremos conscientizar para uma mudança de hábitos, como passar a desligar as luzes e o ar condicionado ao sair da sala, ou não deixar nenhum equipamento ligado fora do período de expediente. São ações simples, úteis para diminuir o consumo da empresa e que podem ser adotadas por todos também em casa. Ajuda a diminuir a conta e ajuda o País a atravessar esse período crítico, em que a geração de energia elétrica ficou mais cara pela falta de chuvas em diversos pontos do Brasil”, concluiu Jean Nascimento.

 

 

Rebanhos de criadores irrigantes de Tobias Barreto recebem Inseminação Artificial

Programa tem por objetivo o melhoramento genético do rebanho leiteiro sergipano

[Foto: Fernando Augusto]
Cerca de 50 vacas de pequenos criadores irrigantes do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, estão entre os animais beneficiados pelo Programa de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF). Destinado à melhoria da produtividade de leite nos pequenos rebanhos da bacia leiteira sergipana, o Governo do Estado, através da Seagri, planeja inseminar, até o final de 2021, 885 animais de 186 pequenos criadores, investindo R$ 200 mil só através da parceria firmada entre as secretarias de Estado da Agricultura (Seagri) e Inclusão e Assistência Social (Seias). Outra cooperação, com o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), prevê o investimento de mais R$ 150 mil em ações de inseminação e transferência de embrião.

Vinculada à Seagri, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) administra o perímetro Jabiberi, fornecendo irrigação e assistência técnica rural em 75 lotes agrícolas, em que a principal atividade é a criação de gado de leite.  O Programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro visa popularizar a adoção do IATF, aumentando os percentuais de vacas prenhes e o melhoramento genético de animais para reprodução, com a escolha de sêmen de raças leiteiras. Desde 2018, quando foi implantado, o Governo de Sergipe já investiu R$ 305 mil na inseminação de mais de 2 mil matrizes leiteiras.

Irrigante do perímetro Jabiberi, o criador Pedro Vidal possui 22 vacas leiteiras. Destas, 10 passaram pela inseminação do Projeto IATF. “Está melhorando o rebanho. Com a inseminação, a tendência é melhorar cada dia mais, para ver se aumenta a produção de leite. Eu já trabalhava com inseminação, mas agora ficou tudo mais fácil. Antes fazia sem veterinário e a chance era pequena de dar certo”, avalia Seu Pedro. Também do Jabieri, João Souza teve quatro animais inseminados. É a primeira vez que ele trabalha com inseminação artificial em seu rebanho. “Vai me ajudar muito a ter vacas melhores de leite. A Cohidro já ajuda com irrigação e dando suporte. E eu quero que venham mais benefícios, que a gente precisa”.

Segundo o técnico em agropecuária do Jabiberi, José Coelho, o IATF se soma ao trabalho que a empresa já desenvolve para aumentar a produção de leite nos lotes assistidos. “Nós escolhemos os sete melhores produtores do perímetro, que têm mais potencial para desenvolver atividade, e estamos iniciando um processo de melhoramento genético. Nós estamos trabalhando conjuntamente com a melhoria da pastagem, com adubação para melhor alimentação. O resultado de tudo isso será um acréscimo na produção de leite, com o mesmo número de animais”, disse José Coelho. O técnico acrescenta que existe uma parceria entre a Cohidro e o laticínio que recebe a produção do Jabiberi, para incentivar o associativismo e a redução dos custos na produção do leite. “A associação comprará o adubo para os lotes. Em maior quantidade, tem o preço reduzido”, afirma.

Médicos veterinários
Os processos de IATF são realizados por médicos veterinários. Foram usados sêmens das raças Holandesa e Gir, e diferentes graus do cruzamento entre as duas, o Girolando. “Primeiramente, é feita a ultrassom para diagnosticar os animais vazios. Depois, é colocado o implante (de progesterona) e introduzido um medicamento. Após oito dias, o implante é retirado das vacas, e são aplicados mais três hormônios para darem cio. Dois dias depois, elas são inseminadas. Em 30 dias, elas farão novamente a ultrassom para saber quem emprenhou”, explica o veterinário George Vasconcelos, do laboratório contratado pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

O laboratório atua até a etapa do diagnóstico das vacas que estão prenhas. Para acompanhar os animais da inseminação até o parto, a Cohidro disponibiliza, para o perímetro irrigado Jabiberi, a médica veterinária, Thaís Souza. “A empresa terceirizada faz o diagnóstico gestacional e a gente termina o acompanhamento dos animais, até o parto. Vamos dar o apoio aos produtores daqui, melhorando o manejo, a alimentação e a questão de estrutura também, para ajudar a melhorar a produtividade, aumentando a renda para os produtores”, informou.

Canindé produz mais de 3mil toneladas de quiabo no 1º semestre

Principal produto colhido no município, quiabo conta com tecnologias de irrigação pública e assistência técnica oferecida pela Cohidro
[Foto: Fernando Augusto]
O quiabo é o produto mais colhido no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, de janeiro até junho deste ano, a produção do alimento no perímetro foi de 3.486 toneladas (t), gerando uma renda bruta aos produtores rurais de R$ 3.187.600,00. Com isso, a produção deste ano aumentou em 41,6%, se comparada ao mesmo período de 2020 (com 2.034 t). Com modernização e investimento em tecnologia na irrigação, métodos de adubação, qualidade e variedade de sementes, o produto garante a liderança, ao longo dos quase 35 anos de existência do perímetro irrigado do Governo do Estado no Alto Sertão.A safra, que dura o ano inteiro, tem como principais destinos as cidades baianas de Salvador e Feira de Santana. A alta oferta também gera períodos em que o excesso do produto diminui a margem de lucro do produtor. Ainda assim, o quiabo é a cultura que mais gera renda à agricultura familiar, trabalhadores rurais, de estocagem e transporte em Canindé. “O quiabo colhe toda semana, três vezes por semana. Aí, dá para pagar o trabalhador. Tenho ainda o feijão de corda, que plantei como um complemento, e a macaxeira, que colhe de nove em nove meses. Mas o forte mesmo aqui, para mim, é o quiabo. O comprador tem todo dia na porta, todo dia nós mandamos”, destacou o agricultor irrigante Arnaldo Tomé da Silva.Para manter o quiabo como uma cultura rentável, eficiente e econômica, Seu Arnaldo apostou na modernidade. Ele investiu na irrigação por mangueiras de gotejamento e praticamente abandonou o uso de aspersores convencionais de irrigação, que são antigos, caros e desperdiçam água. De baixo custo, o agricultor consegue cobrir toda lavoura de quiabo com as mangueiras de gotejamento, tecnologia que também permite a fertirrigação. Nela, é possível adubar as plantas diluindo os fertilizantes na água. Ao mesmo tempo em que economizam a água dos reservatórios do perímetro, os gotejadores da mangueira irrigam somente o pé da planta, evitando a perda de nutrientes.O agricultor conta ainda que seu lote de 5,4 hectares utiliza 16 redes de irrigação de gotejo. “No início, só tinha uma rede e metade de outra, não sabia nem como fazer. Hoje, aqui, trabalho sossegado. Já houve épocas que colhi seis meses de quiabo, e outras que só colhi dois meses. Varia muito, mas graças a Deus, nunca faltou. Não sei fazer outra coisa, só sei trabalhar e não posso dizer que está ruim. Todo dia eu tenho o dinheiro do pão e da feira”, agradeceu Arnaldo Tomé. No clima Semiárido, o quiabo precisa de muita água, fornecida pela Cohidro juntamente com a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). “Eles fazem a parte deles e a gente faz a nossa”, complementa o irrigante.

Um dos técnicos agrícolas que atendem as roças de quiabo no perímetro Califórnia é Luiz Roberto Vieira, que conta que a plantação de seu Arnaldo é muito bem cuidada. “O nosso trabalho é no cotidiano. A assistência é feita todos os dias, e cada área tem um técnico responsável. Seu Arnaldo é um agricultor nato, com dez anos de experiência trabalhando com o quiabo. Procuramos orientar o produtor sempre dentro dos critérios técnicos da cultura. Ou seja, análise de solo, preparo do solo, as adubações”, disse o técnico agrícola.

CALIFÓRNIA: Cohidro dá continuidade em revitalização de EBs e instala vigilância eletrônica no perímetro

Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, na última quarta-feira (25) recebeu a visita de diretores executivos da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do polo irrigado. Eles inspecionavam a realização de obras de revitalização da Estação de Bombeamento (EB) 05 e da instalação do sistema de vigilância eletrônica, que será feito em todas as instalações do perímetro da Cohidro no Alto Sertão Sergipano. O mesmo aparato de segurança, com câmeras e alarmes, já está operando nos perímetros de Lagarto e Itabaiana.

A EB-05 é a quarta a ser reformada. Antes dela as EBs 03, 04 e 06 passaram por restauração da estrutura civil e tubulações, nova pintura protetiva, calçamento, cobertura para a área de bombas, além de novas portas, telhado, revestimento e louças sanitárias para a casa de força e o alojamento.

E em paralelo às reformas físicas, houve manutenção corretiva completa das estruturas mecânicas e elétricas, facilitando o manuseio de operadores e sanando riscos de falhas e panes. Como foi feito nas outras três EBs, na EB-05 os serviços estão sendo executados com recursos próprios – oriundos da receita da tarifa d’água – e mão de obra da Cohidro, a cargo de equipe formada pelos funcionários Gerson Gonçalves e José Antônio.

Os diretores Paulo Sobral (presidente) e Jean Nascimento (Administrativo e Financeiro); acompanhados do representante da Associação dos Servidores da Cohidro (ASC), Alberto Santos e do gerente comercial da companhia, Ricardo Pereira; inspecionaram o começo da instalação dos alarmes e câmeras de vídeo-segurança nos prédios do perímetro Califórnia. A instalação destes equipamentos já foi concluída nos perímetros irrigados de Itabaiana (Ribeira e Jacarecica I) e de Lagarto (Piauí).

“O perímetro Califórnia vem recebendo investimentos para oferecer mais qualidade e segurança no serviço de fornecimento de água. Estamos agora recuperando a quarta estação de bombeamento, a EB-05. São ações de revitalização que só estão sendo possíveis pelo compromisso que o agricultor irrigante assumiu em parceria com o Estado, ao contribuir com o serviço prestado pela Cohidro pagando regularmente a sua ‘tarifa d’água’. Canindé é onde ocorre a maior taxa de adimplência, possibilitando essas ações, resultado da parceria com os agricultores, na produção e geração de renda – para além da assistência técnica fornecida pela Cohidro juntamente com a água para irrigação, o que favorece a produção durante o ano todo”, pontua o presidente Paulo Sobral.

 

Alto Sertão produz toneladas de hortaliças irrigadas para Sergipe e estados vizinhos

Perímetro mantido pela Cohidro em Canindé produziu 626 T de alface e coentro até junho deste ano

 

Ednaldo Pereira [Foto: Fernando Augusto]
Em Canindé de São Francisco, os agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia produziram 1.330 toneladas (T) só de alface e coentro, em 2020. As folhosas, que requerem muita água e exposição direta aos raios solares, recebem irrigação durante todo o ano pelo Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O mercado para as duas olerícolas é grande, atendendo aos municípios vizinhos e até as feiras livres do estado de Alagoas. A alta produção rendeu aos irrigantes do Califórnia R$ 6,2 milhões em faturamento bruto no ano passado. Já em 2021, de janeiro a junho, foram produzidos 384 T de alface e 242 T de coentro no Califórnia, gerando um faturamento estimado em R$ 1.342.400,00.

Neste ano, o Califórnia já conta com uma área colhida de 38 hectares. Ednaldo Pereira é um dos agricultores que cultivam alface e coentro no perímetro irrigado pela Cohidro e está satisfeito com o retorno do investimento feito nas folhosas. “Para mim, é ótimo. Dá para sustentar minha família e ainda emprego um monte de gente. Tem três pessoas trabalhando comigo direto, e ainda têm as outras que trabalham indireto. Eu abasteço as feiras, então no meio da semana a gente bota mais quatro ou cinco funcionários. E, ali na frente, tenho mais pessoas trabalhando fazendo o plantio de milho”, conta o produtor.

Acompanhando Ednaldo e outros oleicultores, o técnico agrícola da Cohidro, Luiz Roberto Vieira, indica para onde as hortaliças de Canindé são enviadas. “Essas áreas abastecem todo o Alto Sertão. O principal escoamento é para as feiras livres de Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Canindé de São Francisco e até mesmo além-divisa com Alagoas, em Piranhas. É um faturamento semanal. Essa área daqui produz em torno de duas toneladas por semana. É uma contribuição social, pois Ednaldo é hoje um microempresário com cinco pessoas o auxiliando. E a Cohidro está presente e ativa para fazer o melhor para o produtor. O produtor rural é a razão da Cohidro e dos órgãos de assistência técnica do Governo do Estado”, disse.

O técnico agrícola da Cohidro no Perímetro Califórnia informa, ainda, que a equipe presta a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) nos lotes diariamente. Nas roças com hortaliças, em que o plantio e a colheita ocorrem quase todo dia, os técnicos comparecem quando são chamados. “No caso desse produtor, embora seja diariamente, é mais pontual. Por exemplo, se tiver alguma praga que fuja do controle dele, por não ter o recurso técnico para lidar, ele consulta a nossa equipe técnica e aí a gente faz o atendimento devido”, explicou Luiz Roberto Vieira.

O diferencial do trabalho do produtor Ednaldo Pereira é trabalhar todas as etapas da produção, investindo em ferramentas, mão de obra e tecnologia. Desde a semente com produção das mudas; o preparo do solo, em que ele investiu em motocultivador para arar a terra; até os tratos culturais diários e a irrigação por microaspersão, mais econômica e fixa. “Eu digo direto: a pessoa consegue produzir até em cima de uma pedra, se faz com carinho, sabendo o que está usando. A gente trabalha o ano todo sem preocupação com o sistema de água, porque tem água de inverno a verão”, finalizou o produtor, destacando a importância da irrigação pública para a produtividade dos seus lotes.

Última atualização: 21 de setembro de 2021 14:41.

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