Governo do Estado busca solução para problema de desabastecimento de água

Dados do Exército demonstram que em Sergipe são 11 municípios atendidos pela Operação Carro-Pipa, sendo eles: Canindé do São Francisco, Feira Nova, Frei Paulo, Monte Alegre de Sergipe, Gararu, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Tobias Barreto e Porto da Folha – Foto:Jorge Henrique/ASN

O abastecimento de água em Sergipe, principalmente no Sertão, foi alvo de discussão nesta sexta-feira, 02, entre Governos do Estado e Federal, municípios, Exército, Ministério Público (MPE/SE) e órgãos estaduais. Com participação do governador Jackson Barreto, a reunião buscou solução para sanar problemas de transporte de água, de modo a reduzir os efeitos da estiagem e não prejudicar agricultores, seus animais e a produção agrícola sergipana. Na ocasião, prefeitos declararam suas preocupações com relação à diminuição da água distribuída pela operação carro-pipa do Exército e solicitaram ampliação do número de moradores atendidos com a iniciativa.

O governador Jackson Barreto comentou que semana passada houve reunião com agricultores, diretores de órgãos estaduais, deputados, federações agrícolas e prefeitos, e que estes manifestaram apreensão com relação ao abastecimento de água. “Os municípios declararam que precisam de mais água, e eu disse que eles tinham que buscar o Exército, pois o governador não tem competência para intervir no trabalho das Forças Armadas. Resolvi, então, convidar o tenente coronel Mariano, responsável pelo assunto, para que o Exército pudesse ouvir os gestores municipais, suas reclamações e angústias, e pudesse mudar sua forma de atuação no sentido de ampliar o abastecimento de água. Agradeço a presença das Forças aqui hoje e tenho certeza que vão buscar soluções”, disse.

Jackson Barreto também destacou que é necessário atender não só o consumo humano, como o abastecimento animal, e lembrou de municípios como o de Glória, que se destaca por sua bacia leiteira que gera renda para os produtores e movimenta a economia local. “Espero que haja melhoria. Caso não aconteça, vou ter que ir a Brasília para tratar com o presidente da República sobre o desabastecimento de água da população que está sofrendo muito”, complementou.

O secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, por sua vez, destacou as iniciativas do Governo de Sergipe no tocante a busca de alternativas a falta de água. “Ressalto o esforço do governador que, desde o ano passado, durante o período de estiagem, mantém um grupo, chamado de Força Tarefa do Semiárido, que conversa regulamente todas as semanas, procurando saídas, acompanhando obras e ações do governo. Isso é bom porque nos oferece estratégia de ação. Com relação ao ato de hoje, isso é fruto de uma mobilização que tivemos há uma semana. Esse é um sinal que o Governo do Estado responde rápido. E saímos satisfeitos, pois tivemos uma reunião produtiva, que é consequência de uma série de ações do governo”, pontuou.

Esmeraldo Leal também declarou que Sergipe possui uma das melhores redes de adutora do Brasil, e que, por isso, o impacto do estado com relação ao consumo de água é bem menor que de outras localidades. “Além disso, destaco que o Governo do Estado está fortalecendo as ações da Deso, melhorando as condições hídricas de modo geral com relação à capacidade de barragens. Como exemplo, foi disponibilizado R$ 3 milhões para revitalizarmos algumas, de modo a beneficiar o consumo humano e animal, principalmente no Alto Sertão sergipano. Existe ainda uma série de investimentos com relação à irrigação e principalmente o uso racional da água. Há perímetros que no momento estão com aspersor [sistema utilizado em irrigação], que gasta muita água, e que passarão para gotejamento, manobra que economiza água. Existem perímetros em que passaremos a usar a estrutura de bombas em períodos que o custo de energia e o consumo de água são menores. Então há preocupação com relação à irrigação, de modo que existe acompanhamento permanente, que proporcionam impactos também no consumo humano”, finalizou.

Presenças
Participaram da solenidade o deputado federal Jony Marcos; procurador geral do Ministério Público, Paulo Lima; diretores presidentes da Cohidro, José Carlos Felizola, da Deso, Carlos Melo, e da Emdargo, Jefferson Feitosa; além dos prefeitos de Poço Verde, Thiago Dória, Tobias Barreto, Dilson de Agripino, Glória, Chico do Correio, Aparecida, Vera Silva, Monte Alegre, Antonio Fernandes e de Porto da Folha, Albino Tavares.

Leia a matéria completa clicando aqui

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Técnicos do Ministério do Meio Ambiente visitam obras do programa Água Doce

Iniciativa visa à implantação e recuperação de dessalinizadores para garantia do fornecimento de água de qualidade para um quarto da população rural do semiárido | Foto: Ascom/Semarh

Técnicos e consultores do Ministério do Meio Ambiente (MMA) estão passando a semana em Sergipe para averiguar o andamento do programa Água Doce, uma iniciativa do Governo Federal que visa à implantação e recuperação de dessalinizadores para garantia do fornecimento de água de qualidade para um quarto da população rural do semiárido.

A equipe visitou os municípios de Poço Verde, Nossa Senhora da Glória, Carira e, na última quarta-feira, 08, esteve na comunidade Serra da Guia, em Poço Redondo. “Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte e a Paraíba são os estados que estão mais avançados”, avaliou o consultor do MMA, Henrique Veiga. Ele ainda pontuou a boa qualidade das obras e chamou a atenção para a necessidade de garantia do fornecimento de energia para o pleno funcionamento do serviço.

A respeito da energia, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, garantiu que segue na busca da resolutividade. “Nós, enquanto Semarh, juntamente com Cohidro e Deso, estamos empenhados para resolver isso. É uma questão que vem sendo acompanhada pessoalmente pelos gestores dessas pastas e é uma cobrança do governador. Queremos que todos os sistemas estejam funcionando a pleno vapor, mas isso também depende do acesso à energia nas comunidades”, explicou.

Leia a matéria completa clicando aqui

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Nota da Ascom/Cohidro: A cooperação da Cohidro está sendo decisiva em 14 dos 25 pontos do programa Água Doce, disponibilizando suas equipes da Geperf (Gerência de Perfuração) e Dipoços (Diretoria de Instalação e Manutenção de Poços), para a recuperação de poços e instalação da infraestrutura necessária para esses sistemas de abastecimento gerarem água dessalinizada para as populações atendidas.

Jackson Barreto busca fortalecer programa de dessalinizadores no sertão sergipano

O governador Jackson Barreto reuniu-se na tarde desta terça-feira, 1°, com a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, para tratar da ampliação do programa “Água Doce”, que prevê a instalação de 33 dessalinizadores no sertão de Sergipe. O programa é fruto da parceria entre Estado e Governo Federal e tem como meta a recuperação, implantação e gestão de 33 sistemas de dessalinização, beneficiando mais de 13.800 pessoas com investimentos de R$ 6,6 milhões. Serão beneficiados sete municípios: Poço Redondo, Canindé de São Francisco, Porto da Folha, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Poço Verde e Carira.

A Cohidro é parceira da iniciativa, pois é a principal responsável pela perfuração de poços em todo Estado e que também atua fazendo manutenção e recuperação desse tipo de sistema de abastecimento de água já existentes.

 

Leia a matéria completa clicando aqui

Fonte: AGÊNCIA SERGIPE DE NOTÍCIAS

Semana do Sebrae capacita irrigantes da Cohidro em Lagarto

A tenda montada pelo Sebrae na Praça Filomeno Hora, em Lagarto

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo

A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

 

Cohidro e UFS em Lagarto mantêm farmácia viva para estudos fitoterápicos

O encontro terminou com a realização de didáticas de grupo 1

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo
A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

Convênio entre Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Movimento Popular de Saúde (Mops), criou uma coleção viva de espécies vegetais com aplicação fitoterápica, junto ao escritório do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Empresa Pública em Lagarto. No último sábado, 19, aconteceu no local o segundo encontro das turmas do Curso de Extensão de Práticas Interativas, dos campi Lagarto e São Cristóvão, com a participação da pesquisadora Fátima Guedes, de Parintins-AM.

A Farmácia Viva serve como laboratório de estudo para os alunos do Curso de Farmácia e do Curso de Extensão da UFS em Lagarto. Para reunir cerca de 50 espécies de plantas, foi válido tanto o conhecimento dos pesquisadores ligados à Universidade e Mops, como também a contribuição das famílias de agricultores, alocadas no pólo de irrigação da Cohidro.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto e cuida do projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Cohidro, para produzir as plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora na área no Perímetro Piauí. Ela conta que, além disso, a farmácia viva que toma conta recebe sempre a visita de professores e alunos de outras instituições.

“Hoje são 160 alunos das Práticas Interativas envolvidos nesse projeto e que vêm aqui, onde promovemos as práticas de Fitoterapia, para plantar, cuidar e colher as plantas. Depois disso existem práticas que envolvem o preparo para o consumo e também esse projeto envolve o plantio de mudas para distribuição em outros municípios, onde as prefeituras desenvolvem projetos de farmácias vivas em suas secretarias de saúde, a exemplo de Capela e Poço Verde”, relatou Meirinha.

Explica ela que o grande incentivo ao projeto se deu com a criação da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). Meirinha possui boa parte das 71 espécies que, segundo o Ministério da Saúde, apresentam potencial para gerar produtos farmacêuticos. 12 delas já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) desde 2014. “Dessas 12 tenho em nossa Farmácia Viva a Aroeira, a Babosa, o Guaco, o Hortelã, o Salgueiro e o Plantago, conhecida popularmente como ‘Transagem’”, relacionou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, conhece o projeto e se diz deslumbrado com a ação promovida no Perímetro Piauí. “É impressionante saber que este trabalho que nós fazemos, de fornecer irrigação e assistência técnica no campo, também cria espaço para este tipo de movimento. Este conhecimento da cura por meio das plantas precisa ser resguardado de alguma forma, para que não se perca diante de tantos avanços da indústria farmacêutica. Hoje criam, em laboratório, solução para tudo, mas que não garantem a mesma facilidade de acesso, que uma planta regada no quintal de casa dispõe”, afirmou.

Sabedoria popular
A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, foi quem solicitou à direção da Companhia a autorização para acolher o projeto na área da Cohidro. Para ela, é importante promover este trabalho de resgate da sabedoria popular. “Colaboramos com esta ação da UFS e Mops, porque os produtores também contribuem, trazendo as plantas que tem em casa e conhecendo as demais aqui plantadas. Contribuímos assim para que eles tirem da terra a cura para muitas enfermidades, além do próprio alimento e sustento, garantido pela irrigação pública”, relata.

Cícero Alves dos Santos é agricultor irrigante no Perímetro Piauí e foi até a Farmácia Viva levar um pé de Abre Caminho. “Trouxe porque eu tive que arrancar o pé por falta de espaço, mas a maioria das plantas que preciso tenho lá em casa. Antes eu perdia muita coisa, o espaço é pequeno, agora tenho pra onde trazer”, elucidou. Conhecedor da aplicação das plantas, ele diz que está vendo no jardim criado pelo Convênio, uma maneira de expandir o que sabe e compartilhar com a comunidade essa informação que tem.

Meirinha explica que o Abre Caminho, embora seja bastante usado nos rituais da Umbanda, como o próprio nome popular sugere, tem mais de uma propriedade medicinal, sendo usado na América do Sul, África e Índia como analgésico e anti-inflamatório. “A população já sabe de tudo isso, a gente só precisa lapidar este conhecimento deles, conservar essa informação e oferecer essas alternativas de cura. É disso que nosso Curso de Extensão trata, preparando agentes de disseminação deste conhecimento”, informou.

Encontro dos cursos
Coordenadores, facilitadores e alunos do Curso Práticas Interativas se encontraram na unidade da Cohidro em Lagarto no sábado passado. As turmas do campus local e também de São Cristóvão puderam conhecer melhor o trabalho desenvolvido na Farmácia Viva que vem sendo constituída no Perímetro, além de poder adquirir o conhecimento passado pelos fitoterapeutas, como a amazonense Maria de Fátima Guedes de Araújo. Ela desenvolve trabalho junto do Movimento de Mulheres, Mops e atualmente faz a pesquisa acadêmica de especialização denominada “Vestígios do Curandeirismo”.

Na sua pesquisa, Fátima Guedes busca unir o conhecimento caboclo, do cultivo de ervas medicinais e o indígena, que é extrativista, tirando a cura da mata. Em ambos os casos, ela acredita numa cultura de não agressão aos “outros elementos naturais que constituem a mãe terra, além de nós. Principalmente os ‘engenheiros do solo’, que são as minhocas, formigas, os insetos que promovem a trituração dos nutrientes brutos, para facilitar a transformação feita pelos microrganismos, as bactérias e fungos, para então servirem de alimento às plantas”, considerou ela que no processo de disseminação fitoterápica valoriza o papel da mulher, precursora da agricultura nos primórdios da formação social.

Sergipano de Aquidabã, José Erivaldo de Oliveira passa o conhecimento familiar e de suas pesquisas em Fitoterapia, aos alunos dos cursos de Práticas Interativas, como facilitador. “Meu trabalho é mais focado na identificação de plantas com princípio ativo para uso medicinal”. Para ele, pode ter aplicação como remédio “desde o simples mato, sem valor, até os alimentos que utilizamos, incluindo suas folhas, talos e cascas que não consumimos”, esclareceu ele que também desenvolve atividades de alimentação alternativa. Exemplo dado por ele foi o de fazer um brigadeiro de feijão, para motivar a nutrição das crianças.

Simone Leite é coordenadora Estadual do Mops e do Curso de Extensão no campus São Cristóvão da UFS, que existe há mais tempo que em Lagarto. “Lá já é a sexta turma, aqui a segunda, porém nossa farmácia viva é menor”. Ela conta que participam dos cursos pessoas de diversas ocupações. “Tem gestores de saúde dos municípios, agentes de saúde, lideranças comunitárias, estudantes e professores universitários. Além de Fitoterapia, há cursos de Massagem Terapêutica, Reiki, Acupuntura Auricular e o Cone Chinês”, listou, convidando a todos para 6ª Conferência Estadual de Saúde, de hoje, 23, até amanhã, no Clube do Banese, no Bairro Atalaia em Aracaju. Na ocasião, o Grupo distribuirá mudas e sementes de plantas medicinais.

ExpoLagarto
Recentemente, a Coordenadora Meirinha participou como expositora da 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto2015), no stand da Cohidro. Ela explicou que a intenção principal era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí. Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de Hortelã com Guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de Flor da Colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com Manipueira e ainda o óleo de Arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de Aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Última atualização: 24 de novembro de 2019 12:32.

Acessar o conteúdo