Platô de Neópolis se destaca pela grande produção e impacto socioeconômico na região

Infraestrutura do Estado emprega milhares de pessoas e exporta o nome de Sergipe para o país com sua produção de qualidade e variedade de fruticulturas, que no ano passado chegou a 161 toneladas produzidas

Área administrada pelo Estado emprega milhares de pessoas e exporta o nome de Sergipe para o país – Foto Igor Matias

Conhecida como ‘a capital sergipana do frevo’, a cidade de Neópolis, na região do baixo São Francisco, também tem a agricultura como ponto forte. O Platô de Neópolis, que fica a 9km da sede do município, é dividido em 41 lotes de 40 concessionários, fiscalizados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A área, além de gerar milhares de empregos, exporta o nome de Sergipe para o país com produtos de qualidade.

Fundado em 1993, o Platô engloba, majoritariamente, Neópolis, mas, também, abrange os municípios de Santana do São Francisco, Japoatã e Pacatuba. Inicialmente, a ocupação se dava por seleção e, hoje, acontece via licitação pública. Os concessionários possuem a responsabilidade sobre a infraestrutura do lote e precisam oferecer uma contrapartida ao Governo do Estado, podendo ter o contrato rescindido, caso não cumpram. Além disso, pagam ao Estado, anualmente, uma taxa com base no valor da terra. Com isso, além dos investimentos para lucro, eles também trabalham pelo desenvolvimento da região. 

O engenheiro agrônomo Paulo Feitosa está no Platô desde o início e, atualmente, é gerente de contratos da Coderse. Ele explica como se dá parte do funcionamento estrutural. “É um projeto destinado para fruticulturas diversas, ao longo do tempo, que vão se adaptando. Existe a infraestrutura hidráulica, de fornecimento de água para os produtores, e a parte interna. Cada lote tem, no mínimo, um reservatório compatível com a área a ser irrigada. Aqui, você tem áreas subdivididas de diversos tamanhos, entre 30 e 500 hectares. O concessionário é responsável por implantar toda a infraestrutura e nós acompanhamos o desenvolvimento do lote, além de fiscalizar questões de área de reserva legal, entre outras questões”, pontua.

Exportação e qualidade
A alta variedade de produtos é um destaque do Platô, que exporta culturas de qualidade para todo o país. Apenas em 2024, foram produzidas quase 160 mil toneladas de frutas, mais de 51 milhões de cocos e 1.900.000 m² de grama ornamental e esportiva. Há produções de frutas como manga, banana, limão, tangerina, goiaba e mamão, além de um dos carros chefes: o coco verde. Neste último, a produção está em torno de 80 milhões de frutos por ano – seriam necessários 8.320 caminhões para transportar tal carga.

“Hoje, fornecemos frutas para o mercado interno, toda a região Nordeste, e estados do Sudeste. Não apenas fazemos a venda da fruta e o fornecimento, mas também temos a mão de obra. Na safra, chegamos a triplicar o número de funcionários para atender a demanda”, ressalta o gerente de dois lotes do Platô com diversas culturas, Thawan Ferreira.

Toda a estrutura é pensada para que a produção seja constante, mantendo-se durante todo o ano. A regularidade é fundamental, independentemente da época e do contexto climático. Também por isso, a parceria com o Governo do Estado, por meio da Coderse, é essencial para que esse mercado se desenvolva.

“Enviamos coco para São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mamão para o Maranhão e Distrito Federal. Onde a gente consegue, de fato, comercializar, temos frutos para atender. Essa parceria entre o governo, na concepção e organização, e os empresários, trazendo investimentos e gerando empregos, vem desenvolvendo bastante a nossa região”, destaca o gerente da Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis (Ascondir), Ricardo Barroso. 

O projeto
A complexa estrutura dá uma dimensão do tamanho do Platô de Neópolis. E para ajudar a gerir um projeto de tamanha envergadura foi criada a Ascondir. Para se ter uma noção, apenas na distribuição de água, há uma estação de bombeamento com uma adutora de, aproximadamente, 6 km de tubulação, junto a uma rede de canais com cerca de 53 km, que faz a distribuição de água para os reservatórios dentro dos lotes, que possuem entre 30 e 500 hectares.

O atual gerente da Ascondir, Ricardo Barroso, também ressalta o tamanho do trabalho. “É uma estrutura muito complexa. Desde a sua criação, ele já teve um valor muito alto para instalação desses canais, estações de bomba, rede elétrica, entre outros. Algumas culturas são implantadas hoje para terem receitas depois de um ano, no mínimo. Atualmente, para implantar um hectare, você tem com sistema de irrigação um custo de R$ 20 a 30 mil. O Governo do Estado, em nome da Coderse, fiscaliza e dá todo o apoio necessário”, relata. 

Valor socioeconômico
Mas a importância do Platô de Neópolis vai além do contexto econômico. Ao todo, são cerca de três mil empregos diretos gerados na região, além dos postos indiretos. Milhares de famílias dos municípios que compõem o Platô são beneficiadas, comprovando o grande impacto social do mesmo.

É o caso de Aloísio Santos, montador de irrigação em um dos lotes. São 26 anos trabalhando nesta área, com um grande impacto gerado pelo Platô. “Desde quando surgiu o Platô, para mim, melhorou 100%. E para todos os envolvidos, melhorou bastante, em todos os sentidos. Moro aqui, sou da região, e a vida da minha família também melhorou. Alguns associados possuem os mesmos funcionários aqui desde o início”, conta.

Após tantos anos estabelecido no local, Aloísio já começou a estabelecer uma nova geração. Um de seus ajudantes na função é o sobrinho, Edson Brandão, que trabalha no lote há um ano. “Trabalho com meu tio e vim por conta dele, trabalhando junto. Estou aprendendo bastante. Isso mudou a nossa vida para melhor”, exalta.

Há, ainda, um claro objetivo em fornecer segurança e oportunidades aos funcionários. Além de 98% deles serem de carteira assinada, a maioria é formada por trabalhadores locais, incentivando o desenvolvimento da região. Como ressalta o engenheiro agrônomo Paulo Feitosa. “Esse é um patrimônio da Coderse e do Estado, um empreendimento de valor socioeconômico muito elevado. Considero um dos melhores projetos de desenvolvimento para a região, pela produção de alimentos e pela mão de obra direta e indireta, gerando emprego dentro dessas cidades, trazendo trabalhadores daqui”, reforça. 

Thawan Ferreira vai ainda além e afirma que “a região basicamente é sustentada, hoje, pelos lotes do platô, contribuindo bastante para o sustento de muitas famílias”.

Em uma região onde a agricultura é tão presente, o Platô de Neópolis transforma a vida de milhares de famílias e eleva o nome de Sergipe a um patamar nacional com segurança, qualidade e um trabalho reconhecido.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Primeiro ‘Sergipe é aqui’ de 2025 destaca potencial agrícola de Neópolis

Na tenda da Seagri, empresas vinculadas levaram informações e realizaram atendimentos aos agricultores familiares
Governador Fábio Mitidieri recebeu frutas produzidas pelos concessionários do Platô de Neópolis . Foto: Fernando Augusto (Ascom/Coderse)

O programa de governo itinerante ‘Sergipe é aqui’ chegou nesta quinta-feira, 23, a Neópolis, na região do baixo São Francisco, para realizar sua 38ª edição. Conhecida como a “Capital Sergipana do Frevo”, a cidade também se destaca pelo grande potencial agrícola e por abrigar o Distrito de Irrigação Platô, uma estrutura física pública que compõe o patrimônio do Governo do Estado. Neste dia de atendimentos e serviços administrativos e sociais voltados à população local, a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) mais uma vez esteve presente, com suas empresas vinculadas (Coderse, Emdagro e Pronese) levando informações e realizando atendimentos público aos agricultores familiares.

Coderse em Neópolis
Durante o ‘Sergipe é aqui’, a Coderse fez uma exposição de itens produzidos no Platô de Neópolis. A área, que fica a 9 quilômetros da sede do município, é dividida em 41 lotes e ocupada por 40 empresários agrícolas (concessionários). A estrutura é administrada pela Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis (Ascondir), que possui concessão pública para cultivar a terra e operar o sistema.

Patrimônio da Coderse e administrado pelos seus concessionários, o Platô de Neópolis produziu quase 160 mil toneladas de frutas, mais de 51 milhões de cocos e 1.900.000 m² de grama ornamental e esportiva durante o ano de 2024. Os 41 lotes, sob cessão gerida pela companhia do Governo do Estado, geram 3.500 empregos diretos.

A Coderse expôs ainda a maquete de uma Unidade de Produção de Água Dessalinizada do Programa Água Doce. Técnicos da companhia estiveram no local prestando informações sobre a locação, perfuração, limpeza e teste de vazão em poços comunitários, além de informar sobre a instalação, manutenção e recuperação de sistemas simplificados de abastecimento de água.

Em 2024, a Coderse perfurou e fez limpeza com teste de vazão em novo poço para atender às cerca de 130 pessoas que vivem no Assentamento 1º de Maio, com a produção de 1.127 litros de água por hora e investimentos de R$ 67.023,75, com recursos dos governos Federal e Estadual.

Governo autorizou obras e licitações para implantação de sistemas de abastecimento e aquisição de equipamentos para Cohidro

Governo de Sergipe também coloca 20 motocicletas à disposição de prefeituras, associações Cohidro e Seagri para fortalecer a agricultura familiar

[Foto: Vanessa Passos]

Nesta quinta-feira, 13, representando o governador Belivaldo Chagas, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, participou da solenidade de anúncio de uma série de investimentos para o estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), a partir da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro). Na ocasião, foram assinadas ordens de serviço e autorizada licitação para execução de sistemas de abastecimento de água no interior do estado e aquisição de equipamentos para Cohidro.

Também foram entregues motocicletas a prefeituras e cooperativas sergipanas com objetivo de fortalecer a atividade agropecuária familiar. O Governo de Sergipe, por meio da Seagri, colocou à disposição de prefeituras, associações e cooperativas 20 motocicletas. O investimento é da ordem de R$ 299.000,00, originado de emenda parlamentar do deputado João Daniel, visando o fortalecimento da produção agrícola e pecuária familiar por meio do apoio da assistência técnica e social do Estado.

José Carlos Felizola [Foto: Vanessa Passos]
“Hoje é um dia importante para o Governo do Estado, estamos entregando motocicletas tanto para prefeituras quando para diversas associações e dando ordem de serviço para a construção de sistemas simplificados de abastecimento de água, bem como de outras obras de infraestrutura para fortalecer a agricultura familiar, investir no homem do campo e fortalecer a cadeia produtiva agrícola do estado de Sergipe”, destacou Felizola.
André Bomfim [Foto: Vanessa Passos]
O secretário de Estado da Agricultura, André Bonfim, também ressaltou a importância do benefício. “Essas motos irão fomentar o trabalho de assistência técnica, extensão rural, que é feito pelos municípios e também pelas cooperativas aqui do nosso estado, inclusive o próprio Governo também tem duas motos dessas entregues à Cohidro, que ficarão à disposição do perímetro”, afirmou.
O incentivo à atividade agropecuária tem uma grande importância econômica para as instituições de apoio às atividades produtivas das comunidades rurais, principalmente no atual período de pandemia, com significativo impacto da Covid-19 na agricultura familiar. Portanto, a distribuição das motocicletas tem também as finalidades de se somar às diversas ações emergenciais do Estado para mitigação e resposta ao impacto da pandemia na preservação do homem do campo no campo, no apoio à busca de crédito, na elaboração de projetos e nas ações de segurança alimentar e nutricional das famílias do interior sergipano.
Foram entregues 20 veículos do tipo motocicleta Yamaha/Crosser 20/21, 150 cilindradas, partida elétrica, injeção eletrônica, flex (gasolina e etanol) ano de fabricação 2020, modelo 2021. Dois veículos serão destinados à Cohidro; dois à Seagri; sete para as prefeituras de Carira, Canindé de São Francisco, Cristinápolis, Feira Nova, Indiaroba, Salgado e Santa Luzia do Itanhi; quatro para cooperativas de produtores rurais; quatro para sindicatos de trabalhadores rurais e um para uma Associação Agro Industrial.

Ordem de Serviço
Foram assinadas, também, Ordem de Serviço para construção de 20 sistemas simplificados de abastecimento de água em 15 municípios, a partir de poços, da 2ª fase do Programa Água para Todos, com recursos originados do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Paulo Sobral [Foto: Vanessa Passos]
O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Henrique Sobral, destaca o compromisso do Governo do Estado com o homem do campo, levando água para as comunidades que realmente necessitam. “Hoje, assinamos a ordem de serviço de dois convênios: um é o Água para Todos, com 20 sistemas que vão atender 20 comunidades e o outro é um convênio, oriundo de emenda de deputado João Daniel, no qual novos sistemas que também vão atender nove comunidades no abastecimento de água, água de qualidade, água potável, que é de fundamental importância para Sergipe”, ressaltou.
Em sua fala, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, destacou, também, a importância da Companhia para o estado. “A Cohidro é muito mais que a administradora dos nossos perímetros irrigados, a Cohidro é uma das responsáveis, por exemplo, por termos uma cesta básica mais barata no estado. E temos, além dos perímetros, micro perímetros em todo o estado, que produzem hortaliças e alimentos que fortalecem a agricultura familiar.
A Companhia, ainda, leva água à população de comunidades de difícil acesso, o que representa levar dignidade ao nosso povo”, reiterou.
Lucivanda Nunes, secretária de Estado da Inclusão e Assistência Social [Foto Vanessa Passos]
O valor contratado para esta obra de perfuração de poços tubulares profundos e instalação de sistemas simplificados de abastecimento é de R$ 2.030.108,99. Serão beneficiadas cerca de 600 famílias, dos municípios de Aquidabã, Cristinápolis, Estância, Ilha das Flores, Indiaroba, Itaporanga D’ajuda, Japaratuba, Neópolis, Poço Verde, Riachão do Dantas, Riachuelo, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Santa Rosa de Lima e Umbaúba.
“Hoje também é um dia importante para a nossa cidade e para o nosso estado. Como gestor do município de Canindé de São Francisco, venho aqui dizer a importância desse grandioso projeto que está chegando para os nossos municípios, para os nossos munícipes, para ajudar aquele povo sofrido, em especial, o povo da minha cidade com o Água para Todos”, enfatizou Weldo Mariano de Souza, prefeito de Canindé do São Francisco.
A primeira fase do Programa Água para Todos, concluída em 2018, atendeu a 37 localidades rurais em 18 municípios sergipanos. Com a distribuição de água de qualidade para mais de 6.300 pessoas beneficiadas com investimento de mais de R$ 4,3 milhões.
João Daniel [Foto: Vanessa Passos]
Foi assinada, também, Ordem de Serviço para perfuração de oito Poços Artesianos em povoados e assentamentos de oito municípios, sendo eles: Areia Branca, Canindé de São Francisco, Indiaroba, Itabi, Graccho Cardoso, Monte Alegre de Sergipe, São Cristóvão, Tomar do Geru, beneficiando 241 famílias. O investimento é de R$ 124.229,40 e o recurso é proveniente de emenda do deputado federal João Daniel.
Felizola assinou, ainda, Ordem de Serviço para construção de 9 Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água a partir de Poços em Povoados e Assentamentos em 09 municípios, sendo eles: Areia Branca, Canindé de São Francisco, Gararu, Indiaroba, Itabi, Graccho Cardoso, Monte Alegre de Sergipe, São Cristóvão, Tomar do Geru. A ação beneficia 271 famílias, a partir de um investimento de R$ 278.409,51, por meio de emenda do deputado João Daniel.
Licitações
O secretário Felizola, o deputado federal João Daniel, a Seagri e a Cohidro assinaram Autorização de Licitação de Obras para construção de 15 sistemas simplificados de abastecimento de água com rede de distribuição para povoados e assentamentos de cinco municípios: Cristinápolis, Estância, Indiaroba, Lagarto e Riachuelo. O valor destinado à obra é de R$ 900.000,00. Os recursos são oriundos de emenda parlamentar do deputado federal João Daniel.
O Governo do Estado autorizou, também, a Licitação para aquisição de peças mecânicas a serem utilizadas em obras de recuperação dos perímetros irrigados, por meio de recursos próprios, no valor de R$ 359.215,32. Serão adquiridos registro, válvulas, tubos e conexões utilizados na recuperação das estações de bombeamento e das linhas de distribuição de água para irrigação nos perímetros irrigados da Cohidro, situados em área dos municípios de Canindé de São Francisco e Itabaiana.
[Foto: Fernando Augusto]
Com o objetivo de proporcionar um melhor ambiente de trabalho e maior eficiência na execução de funções para os servidores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação, o gestor da Secretaria de Estado Geral de Governo autorizou a Licitação de Obras para reforma civil do prédio administrativo da sede da Cohidro em Aracaju, com recursos próprios, no valor de R$ 326.194,19. A obra vai contemplar o reparo e substituição de peças do telhado, rede elétrica e hidráulica do edifício que abriga diretorias Financeira e Administrativa e Presidência da Cohidro, em Aracaju. O secretário Felizola, na ocasião, entregou, ainda, oficialmente, a recuperação das coberturas dos almoxarifados e oficinas da sede da Cohidro. A reforma, fruto de um investimento de R$ 514.309,84, garante melhor segurança e condição de trabalho aos funcionários, além da conservação do material de expediente, veículos, equipamentos de irrigação, perfuração e instalação de poços guardados nestes prédios.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias
Fotos: Vanessa Passos, Fernando Augusto e Gabriel Freitas

 

Sergipe Rural mostra o Platô de Neópolis

A equipe do Programa da TV Aperipê que foi ao ar neste sábado esteve no distrito de irrigação, mostrando a realidade do empreendimento público sob concessão ao agronegócio. Lá, gera-se emprego e renda, ao mesmo tempo em que se produz itens para o mercado interno e exportação – principalmente no ramo da fruticultura. Toda a infraestrutura do Platô de Neópolis pertence ao Governo de Sergipe, patrimônio da Cohidro, que exerce o papel fiscalizador do uso do bem público e das APPs.

Do Platô de Neópolis vem quase todo coco verde do estado 3º maior produtor

Procura pelo coco verde é cada vez maior, seja para refrescar os turistas, seja para os adeptos da alimentação saudável – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Extensão de terra que ocupa um total de 10.312 hectares (ha), sendo 7 mil irrigável por sistemas de bombeamento e distribuição de água via canais, o Platô de Neópolis, que também se estende até o município vizinho de Japoatã, é uma área de exploração agrícola e infraestrutura que pertence ao Governo do Estado. É subdividido em 40 lotes empresariais em regime de concessão, que entre si administram o funcionamento do polo irrigado. Lá, prevalece a atividade da Fruticultura, com a produção de coco em destaque, alcançando 1795 ha e produção que se aproxima de 3,3 milhões de unidades por mês.

Quase 88% da área destinada ao plantio do fruto, no Platô, é ocupada pelo coco verde, que fornece a água de coco. O produto, vendido in natura ou envasado, conquista cada vez mais consumidores, impulsionados pelo turismo das praias nordestinas e pela população cada vez mais adepta à alimentação natural. Saudável, não engorda e é recomendado até na recuperação de pacientes hospitalares. A produção irrigada de Neópolis contribui com quase todo coco produzido em Sergipe, terceiro produtor no ranking nacional, com mais de 230 mil toneladas do fruto em 2016, segundo dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal do IBGE.

Um só grupo empresarial concessionário do Platô ocupa 600 ha com os coqueirais e produz 1.000.000 de frutos por mês. Gerente desta área, Cláudio Dinisio Nascimento diz que o coco irrigado é um produto superior ao adquirido em plantações de sequeiro, com bem mais água por unidade. “A irrigação é o essencial, porque sem irrigação a gente não consegue ter essa produção, nem o volume de água por coco que hoje é uma média de 400 a 500 ml e tem coco até com 600 ml. Se não tiver água, o coco fica muito pequeno, um volume de 200 a 300 ml então não vale a pena produzir, não tem viabilidade. Um coco de péssima qualidade de 200, 300 ml não entra no mercado. Não tem viabilidade comercial. Então tem que ter água para irrigar a plantação de coco, água é essencial”, expõe o administrador.

Engenheiro agrônomo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Antônio Paulo Feitosa acompanha e fiscaliza a produção agrícola-comercial do Platô de Neópolis. Ele concorda que a alta produtividade se deve à irrigação fornecida pela infraestrutura estadual. “Irrigado, um coqueiro leva só três anos para crescer e começar a produzir. Nessa fase adulta, são de 250 a 300 litros de água/dia por pé, o que equivale de 2 a 3 horas de irrigação. Com este manejo de irrigação, o coqueiro dura mais. São 20 anos produzindo, em média. Como o Platô tem 22 anos desde que entrou em operação, atualmente temos os primeiros coqueiros plantados no início do projeto sendo substituídos por novos pés, que já iniciaram produção, a segunda geração”.

Cohidro
A Cohidro é a empresa estatal a quem pertence o patrimônio utilizado pelos concessionários do Platô. Ela desempenha a função fiscalizatória, quanto à execução dos contratos que os empresários têm com o Estado, a consumação da atividade produtiva e a geração de empregos, e ainda a garantia da preservação das áreas de proteção permanente (APP), em cada lote. Presidente da Companhia, Jorge Kleber Soares Lima, estabelece que em Neópolis a infraestrutura pública é explorada de modo diferente do aplicado aos perímetros irrigados.

“Primeiramente, o foco do Platô de Neópolis é a excelência em produtividade a partir da exploração da água do Rio São Francisco e isso exige alto grau de investimento técnico e de custeio mensal no bombeamento para irrigação. Um custo que seria oneroso para o Estado manter, como ocorre nos nossos outros perímetros. Essa elevada produção, de aproximadamente 570 mil toneladas anuais, gera divisas à Sergipe e ao Brasil, sendo parte exportada para outros países. Há certamente um reflexo imediato na economia local, pois nesses dois municípios abrangidos, são gerados 3.500 empregos diretos”, expôs Jorge Kleber.

Geovane dos Santos é um dos 120 funcionários que trabalham sob a gerência de Cláudio Dinisio no processo de colheita dos cocos verdes no pé, atividade que ocorre todos os dias nas plantações. A alta produtividade dos coqueirais quando somada ao mercado promissor, como grande procura pela água de coco, cria também terreno para melhores rendimentos aos trabalhadores. Nessa empresa, por exemplo, tem sido possível de até prover um décimo quarto salário anual aos operários. “Significa muito, porque é o sustento de minha família. O que eu ganho aqui é para manter a minha família”, considerou Geovane.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, considera o modelo adotado no Platô de Neópolis o mais apropriado para a gestão dos perímetros públicos de irrigação. “O Estado delega aos produtores o papel de administrar e de autogerir o Projeto de Irrigação. Isso é possível no Platô em função das áreas de produção serem maiores, culturas comercialmente mais rentáveis, a exemplo da fruticultura, e serem organizados em uma associação, a Ascondir (Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis). Os produtores arcam com todos os custos de operação e manutenção do projeto, bem como pagam anualmente a ‘taxa de concessão de uso’ à Cohidro, conforme o estabelecido nos contratos”, esclarece.  

Governo do Estado amplia fornecimento de água para sergipanos na zona rural

Inve

Sistemas de abastecimento instalados em poços da Cohidro solucionaram carência por água potável em regiões fora do alcance redes de distribuição

stimentos realizados pelo Governo do Estado estão garantindo maior acesso à água no interior sergipano. Seja em comunidades rurais ainda sem fontes de abastecimento, ou em regiões afetadas pela seca e sem reservas hídricas para o gado, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste ano dispôs de R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), para investir na compra de materiais de perfuração para 20 poços, instalação de quatro sistemas de abastecimento e a recuperação de 12 barragens de médio porte, beneficiando cerca de 20.000 pessoas em 22 municípios sergipanos.

São recursos oriundos do convênio entre o órgão e a Secretaria de Estado Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). O trabalho nas barragens foi concluído e agora estes reservatórios estão acumulando água das chuvas de inverno, para uso no próximo período de estiagem nessas áreas onde, em 2016, foi decretado estado de emergência devido à seca e que atendem, principalmente, a dessentação animal, em rebanhos que são a geração de renda para 9.978 moradores da zona rural.

No último dia 9, o vice-governador Belivaldo Chagas, em Simão Dias assinou ordem de serviço para começo das obras que vão construir quatro sistemas de armazenamento e distribuição de água para consumo humano no Assentamento Maria Bonita e no Povoado Sítio Alto, naquele município, atendendo 217 pessoas. O mesmo vai acontecer nos povoados Saco Grande e Piabas, em Lagarto. Neste último, a infraestrutura vai poder também abastecer a comunidade vizinha de Candeal das Cajazeiras, totalizando o benefício para cerca de 800 pessoas no município.

“Quando a gente investe no campo, a gente tem a garantia de desenvolvimento do estado, afinal de contas, quando falamos dos pequenos agricultores, os agricultores da agricultura familiar, são eles que produzem os alimentos que levamos à mesa em nossas casas. Então é preciso que a gente dê condições de trabalho para eles. Quando trabalhamos em benefício do campo, também fazemos com que o município como um todo tenha desenvolvimento. Porque o que se produz lá gera uma cadeia produtiva e, além, de ajudar os agricultores, ajudamos a economia local e do estado”, disse Belivaldo, no ato em que distribuiu 28 mil quilos de sementes de feijão e milho, material forrageiro para pequenos criadores e a reforma do Terminal Rodoviário de Simão Dias.

Segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a atuação da Empresa tem se adaptado à realidade de cada município, buscando parcerias, como esta na Seidh e com as prefeituras. “Nos dois sistemas de abastecimentos em Simão Dias, as obras incluem a implantação de tubulação que vai ampliar e interligar a uma rede pré-existente, permitindo com que a água chegue até as casas dos moradores desses povoados”, informou. Complementando que os recursos do Funcep ainda vieram por contribuir na perfuração de 20 poços comunitários em Poço Redondo, Lagarto, Simão Dias, Moita Bonita, Umbaúba, Neópolis, Rosário do Catete, Siriri, Santa Rosa de Lima, Aquidabã, Santa Luzia do Itanhy, Boquim, assistindo aproximadamente 10 mil pessoas.

Programa de Recuperação de Barragens

As reformas ocorreram nos povoados Alagadiço, em Frei Paulo; Serra da Guia e Queimadas, em Poço Redondo; Poço dos Bois, em Cedro de São João; Mancinha, em Carira; Montes Coelho, em Tobias Barreto; Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Lagoa de Dentro, em Gararu. E também nos assentamentos Paulo Freire, em Porto da Folha; Francisco José dos Santos, em Poço Verde; João Pedro Teixeira, em Canindé do São Francisco e na sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

As barragens recuperadas pela Cohidro neste ano dão sequência às ações iniciadas em 2012, quando foi lançado o Programa de Recuperação de Barragens. Antes, foram mais 1.800 dessas aguadas recuperadas, incluindo barragens particulares de pequenos criadores de gado que assinaram termo de compromisso, de compartilhar a água com os vizinhos, para poder receber o benefício. Mas também, nestes quatro anos anteriores, ocorreram obras em 20 barragens de médio porte, iguais às 12 reformadas em 2017. José Carlos Felizola, diretor-presidente da Companhia, acredita que essa ação garante maior autonomia ao homem do campo, dando uma sobrevida à criação que é seu sustento.

“No Sertão, quando as chuvas vão embora, a água dos pequenos barreiros, que todo criador abre no lote, logo acaba. Essas barragens maiores e coletivas criam uma reserva emergencial de água para que o vaqueiro leve seu gado lá ou puxe água de carroça. Muitas vezes a assistência vai para longe, outro município e não muito raro esses reservatórios, que nós recuperamos, abastecem até regiões da Bahia, como nos foi revelado em Glória e Carira. Em outros casos, o uso da água é múltiplo, como em Cedro de São João, onde a Barragem do Algodão abastece as criações, casas, serve para pescar e atrai gente de longe, para o lazer”, assinalou Felizola.

Nas obras, o trabalho das máquinas consiste em limpar os sedimentos depositados no fundo das barragens, assoreadas pela erosão e pela terra trazida pelas enxurradas. Barreiras de proteção são reforçadas e também, quando é possível, há a retirada de terra para aumentar o leito do reservatório. O conjunto de ações sempre amplia e muitas vezes até dobra a capacidade de acúmulo, fazendo com que esses depósitos emergenciais água durem por um maior período assistindo o sertanejo.

Assentado no Paulo Freire desde 2001, José da Silva Pereira cria 80 cabeças de gado em seu lote e disse que todos na comunidade utilizam da barragem reformada pela Cohidro para a dessedentação animal. “Quando tem água aqui, é a fonte mais certa. Aqui é assim, quando está chovendo, todo mundo utiliza as barragens pequenas dos terrenos, né? Mas aí quando o verão pega, todo mundo vem para cá. Alguém de fora pega, mas é para gado também. Eu estou achando muito bom (a obra), aqui está aumentando muito a barragem e como vai encher agora, vai durar mais para secar, né? Um dos benefícios maiores que a gente está recebendo aqui, nesse período seco. Uma barragem grande, é muito viável aqui para gente”, afirmou.

 

Cohidro adere ao ‘Dia do Rio’ em seus polos irrigados

Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Passando a valer a partir de ontem, 21, via a Resolução Nº 1.043 da Agência Nacional de Águas (ANA), o ‘Dia do Rio’ impõe a paralisação, todas às quartas-feiras e até 30 de novembro, em todas as captações feitas no Rio São Francisco, em barragens e principais afluentes, desde Minas Gerais até a foz, na divisa entre Alagoas e Sergipe.Salvo quando se trata de uso de água para consumo humano e dessedentação animal. O Governo do Estado de Sergipe, através de sua Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), atendendo a resolução já determinou esta suspensão no bombeamento do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco e no Platô de Neópolis.

A medida, tomada na 660ª Reunião Ordinária da Diretoria Colegiada da ANA, se vale da “grave situação de escassez hídrica ocorrente na bacia do rio São Francisco desde 2013, caracterizada pelas baixas precipitações (pluviométricas) com prejuízo para a reposição do estoque de água dos reservatórios”, e em seu artigo primeiro, estabelece que, “tendo em vista a situação de escassez hídrica na bacia, o Dia do Rio como medida de restrição de uso para captações em corpos d’água superficiais perenes de domínio da União na bacia hidrográfica do rio São Francisco que ainda não estejam submetidas a outras regras de restrição de uso mais restritivas”. A regra, que vai até o dia 30 de novembro, poderá ser prorrogada, “caso se observe atraso no início do período de chuvas na bacia do rio São Francisco”, acrescenta o documento publicado no Diário Oficial da União em 20 de junho.

No Perímetro Califórnia, há 213Km de Aracaju, segundo o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, a determinação já está sendo adotada e não vai afetar a os beneficiados pela Empresa e nem das suas conveniadas, que utilizam do sistema de irrigação. “Em Canindé, diferente do dispositivo proibitivo a nós e que lá vale também para o Perímetro Jacaré-Curituba da Codevasf, a Deso pode utilizar-se de sua captação própria, sem prejudicar o abastecimento da cidade. Muito mais do que uma regra, punível com multas, será uma forma de nós, que utilizamos do ‘Velho Chico’ para desenvolver a Agricultura, contribuirmos com a reversão da situação de escassez de água em seu leito ou represas”, avalia.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Dirir), João Quintiliano da Fonseca Neto, o impacto que possa ocorrer na irrigação dos dois polos irrigados da Empresa, passará a ser sentido só depois do fim do período de chuvas. “Por agora e desde abril, quando se iniciou um dos melhores períodos de chuva registrados em Sergipe, nossos perímetros têm permanecido praticamente todo tempo inoperantes quanto ao serviço de bombeamento de água até os lotes irrigados. A boa precipitação registrada elimina quase por completo a necessidade de irrigação em todo Estado”, observa.

Porém, ainda segundo João Fonseca, a estiagem vai chegar e com ela, a necessidade de religar as bombas. Para isso, o diretor considera que o manejo hídrico das lavouras, orientado pelos técnicos agrícolas da empresa e de parceiros, vai saber superar a suspensão de água das quartas-feiras. “Depois de agosto, provavelmente, quanto chegar ao fim o período de chuvas, é que esta paralisação da Resolução da ANA vá de fato interromper o fornecimento de água para a agricultura. Porém, nesses perímetros que utilizam do São Francisco dificilmente haverá prejuízos na produtividade, pois predominam as culturas de ciclo longo, como a fruticultura, que suportam mais de um dia sem irrigação. Já para as olerícolas, como a alface e o coentro, um dia sem água ainda é suportável. De toda forma, estaremos atentos para identificar qualquer necessidade orientar mudanças na forma de irrigar essas plantações, no decorrer dos outros seis dias da semana”, completou.

Platô de Neópolis
Distante 107km da capital, área e sistema de distribuição de água do Platô de Neópolis pertencem ao Governo do Estado através da Cohidro. Estrutura administrada pela Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação de Neópolis (Ascondir), que possuem a concessão pública para cultivar a terra e operar o sistema. Lá, predominam a fruticultura e a plantação de cana de açúcar, cultivos de ciclos longos e até resistentes a períodos maiores de que um dia por semana.

Antônio Paulo Feitosa, Engenheiro Agrônomo da Dirir, é responsável por gerenciar e fiscalizar a operação do polo irrigado e ontem esteve com os concessionários para oficializar a decisão que foi tomada no dia 19, pela ANA. “Fomos até lá só para dar certeza de que a Resolução estava em vigor, pois todos concessionários já estavam cientes da paralisação semanal. A paralisação da quarta nem precisou ocorrer ontem, pois como está chovendo bem, também na região de Neópolis, não houve necessidade de irrigação nesta semana”, informou.

 

Última atualização: 18 de junho de 2018 21:03.

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