TOBIAS BARRETO | Irrigantes aderem ao plantio de palma forrageira como reserva de alimento para o gado

Novos reservatórios de água promovem economia de 50% da água utilizada na irrigação

Cohidro incentiva cultivo em lote comunitário, que fornece sementes para irrigantes [Foto: Fernando Augusto]
Quando os níveis da barragem de irrigação reduzem, a produção leiteira no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, tem sido garantida pelas reservas alimentares, estrategicamente asseguradas pelos criadores para o rebanho. A palma forrageira está sendo a solução encontrada pelos irrigantes, plantada em lote comunitário cedido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o perímetro do governo do Estado. Nos seus lotes individuais, os irrigantes replicam a palma cultivada na área coletiva. A Cohidro incentiva também a produção de milho e sorgo, para a produção de silagem – plantios iniciados no período chuvoso, com utilização de irrigação durante o verão, para compensar a escassez hídrica e garantir a forragem necessária à sobrevivência e produtividade do rebanho.

O criador Uilde de Jesus tem um lote no Jabiberi, onde cria 10 vacas e 60 ovelhas. Usando a irrigação para produzir a alimentação, ele pensa em aumentar o seu rebanho. Para tanto, seguiu o projeto feito pelo engenheiro agrônomo Luiz Gonzaga, da Cohidro, indicando a microaspersão invertida para cultivar a palma; e o gotejamento, para o capim. “Eu quero criar em confinamento, não quero mais em pastagem. Então, quero produzir o alimento deles dentro do lote. Vou plantar o capim de corte Capiaçu, palma e sorgo para silagem. A palma é excelente também para o leite. O animal, com esses alimentos, consegue produzir mais. Quero ampliar para 20 vacas de leite, por isso, primeiro preciso produzir minha forragem e garantir a alimentação do meu gado”, relata o produtor.

Segundo o técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, nove produtores irrigantes fizeram o plantio da área coletiva cedida pela empresa e que, hoje, fornece sementes para a criação de novas áreas. “Uma forma de preparar o produtor de leite para os períodos de seca mais prolongada – que certamente virão – está sendo o incentivo ao plantio da palma forrageira em todas as áreas disponíveis dentro dos lotes irrigados, incluindo esse Lote Experimental da Cohidro. O apoio técnico inicial aos cultivos e a oferta de sementes da variedade Palma Miúda foram do Projeto Palma para Sergipe, do Sebrae. Diversos produtores estão plantando pequenas áreas de palma em seus lotes ou em áreas próximas, como uma das diversas medidas para o enfrentamento dos períodos de estiagem mais prolongados”, explicou.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca justifica a preocupação com a segurança alimentar dos rebanhos. “A mesma água que abastece o perímetro irrigado tem o uso prioritário no abastecimento humano em Tobias Barreto. E como já tivemos dificuldades em garantir a água para uso da irrigação durante todo o ano, estamos incentivando o plantio para que, nesses momentos de crise hídrica, eles tenham essa reserva alimentar para os seus rebanhos de leite”. Ele informa, ainda, que a empresa trabalha com novos parceiros para promover essa geração de comida para a seca. “Em parceria com a Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), queremos plantar outra área coletiva e fornecer sementes, tanto para os irrigantes quanto para pequenos pecuaristas da região de sequeiro fazerem seus plantios”.

Contramedidas à seca
Além de incentivar a reserva de alimento para os momentos de crise hídrica, a Cohidro diminuiu o período de distribuição de água para os lotes do Jabiberi para reduzir 50% do consumo. As 9h diárias de fornecimento passaram a ser 5h. A distribuição da água é feita por gravidade, em canais trapezoidais em concreto. Ramais recarregam os reservatórios a partir dos quais os 74 irrigantes bombeiam água para a irrigação. No projeto original do perímetro, esses tanques eram pequenos e precisavam de mais de uma recarga para sustentar o consumo diário do lote, exigindo maior tempo de operação de todo o sistema de distribuição. Isso mudou. Hoje, a Cohidro fornece máquina e operador, para que os produtores cavem reservatórios de 100 mil litros e só seja necessária uma recarga, se adequando às 5h diárias de fornecimento de água.

Perímetros irrigados produziram mais de dois milhões de espigas de milho verde no período junino

Ozéias Beserra e espigas para uso do milho em grão [foto: arquivo pessoal]
Cozido, assado, na canjica, na pamonha, no bolo ou no cuscuz, o milho verde é bastante requisitado nas noites festivas para comemorar os santos católicos do mês de junho. Mas as mudanças climáticas que afetam o globo influenciam cada vez mais no planejamento do plantio no mês de abril, dependendo da chuva para a boa colheita no período junino. Assim, com o uso de irrigação é possível garantir a colheita e os lucros da época de consumo maior. Nos perímetros irrigados em que o governo do Estado fornece água para agricultores, a produção ocupou 124 hectares [ha] e gerou uma média de 2.480.000 espigas.

A versatilidade do milho oferece a possibilidade do seu aproveitamento para a ração animal; em forma de forragem, o pé inteiro e as espigas verdes, ou o grão seco. “Eu vendo a espiga, e o que eu não consigo vender, deixo na secagem e tiro para alimentar as galinhas e algumas ovelhas que eu tenho. A outra parte eu faço silagem, para três vacas que temos aqui”, explicou Ozéias Bezerra, irrigante do Setor 05 do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco.

Neste ano, Ozeias plantou em torno de 0,75ha em três datas diferentes, para colher dia 17 e 28 junho e neste dia 5 julho que passou. “Eu planto todo ano no ‘período da fogueira’ e a irrigação é fundamental, porque quando a gente faz o plantio não está chovendo aqui ainda, ai nós irrigamos praticamente o ciclo todo do milho. Eu mesmo só fui parar de irrigar o milho de umas três semanas para cá. Do plantio até 60 dias, a irrigação no milho é primordial. E isso varia muito, tem vezes que a chuva vem mais cedo e outras que é mais tarde”, acrescentou.

A gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes, identifica que a demanda por milho é constante e garante a viabilidade dos plantios. Fator que, segundo ela, só é possível pela oferta de água distribuída pela companhia nos 333 lotes dos irrigantes. “Aqui se colhe milho todos os meses do ano.Mas geralmente uma média de 15ha são plantados ao todo, ao mesmo tempo em que se colhe outros 15ha plantados anteriormente. Já no plantio feito em abril, com previsão de colheita no período junino, foram 46ha”, informou.

Outros perímetros
No Perímetro Irrigado Piauí, outra unidade da Cohidro que leva irrigação para 421 lotes agrícolas familiares em Lagarto, o milho verde para colher no São João ocupou 38ha e, levando em conta a média de produtividade de 20 mil espigas por hectare, chegou a cerca de 760 mil unidades. Na região Agreste, os perímetros irrigados Jacarecica I e II tiveram, respectivamente, 25 e 15ha ocupados com o milho verde para colher em junho, com a produção de 500 mil e 300 mil espigas vendidas em Itabaiana, Malhador, Riachuelo e Areia Branca.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento agrícola da Cohidro, João Fonseca, explica como é realizado o processo de adubação desses locais. “Em todos os perímetros, mas principalmente em Lagarto, os agricultores estão buscando maiores produtividades para o milho utilizando a fertirrigação, que é o uso de fertilizantes diluídos na água de irrigação que leva esses nutrientes até a planta, rapidamente absorvidos pela raiz e dispensando a mão de obra da adubação manual”, detalha, acrescentando que essa mudança está sendo facilitada pela troca dos sistemas para os modelos de irrigação localizada, que consomem menos água que os aspersores convencionais.

Segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a troca dos aspersores e tubulações, válvulas de controle de vazão e implantação de novo sistema de controle automatizado, está sendo subsidiada pelo governo do Estado, nos perímetros de Itabaiana. “Nos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, via Programa Águas de Sergipe, investimos mais de R$ 14 milhões nessa substituição de tecnologia, que deve gerar uma economia de 50% aos cofres públicos, em comparação ao consumo em energia elétrica para bombear a água até os lotes, e deixou de consumir 60% da água que antes era empregada nesta mesma irrigação”, finaliza.

Chuvas de junho trazem novas perspectivas para a safra de milho de 2019

A Cohidro registrou a produção de 2.480.000 espigas de milho verde só para o são João, nos perímetros irrigados administrados pela empresa
Chuvas de junho trazem novas perspectivas para a safra de milho de 2019 / Fotos: Ednilson Barbosa

Estimativa de safra de milho para 2019, que era de 520.639 toneladas em Sergipe, cresceu para 724.500, segundo relatório do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, publicado pelo IBGE no início deste mês de junho. Significa uma evolução de 39,2% em relação às previsões de abril e supera em 350% a safra de 2018. A chegada das chuvas do período junino é a principal causa das novas perspectivas de safra, segundo testemunho dos agricultores do Alto Sertão sergipano e das instituições que lidam diretamente com os produtores. Eles relatam que, com a terra molhada, as sementes de milho doadas pelo governo de Sergipe no final de abril, estão sendo plantadas e servirão, em grande parte, para alimentação do rebanho leiteiro da região.

Informações da Sala de Situação de tempo e clima da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (SERHMA) confirmam que as chuvas chegaram com atraso, e que há boas previsões para os próximos meses. “Essa ocorrência de chuvas deveria ter acontecido em maio. Mas o importante é que, neste mês de junho, teremos um bom índice de chuvas, prolongando-se até setembro, o que considero nova tendência no período”, relatou o meteorologista da SERHMA, Overland Amaral.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, o milho verde vendido nos festejos, normalmente usado para o preparo de comidas típicas, é originado nos perímetros irrigados. E nas regiões de sequeiro, este cultivo tem outras finalidades. “As 180 toneladas de sementes de milho que o Governo entregou, em grande parte para as regiões do sertão e agreste, tem sua produção voltada para a alimentação dos animais, venda do grão e consumo da própria família. Esse milho verde que assistimos chegar fartamente no Ceasa e nas feiras livres vem mais fortemente dos plantios irrigados, visto que as chuvas chegaram só agora no mês de junho”, disse o secretário.

A Cohidro registrou a produção de 2.480.000 espigas de milho verde só para o são João, nos perímetros irrigados administrados pela empresa.

Distribuição de sementes
Segundo a Emdagro, o programa de distribuição de sementes, este ano, beneficiou 18 mil famílias de agricultores familiares em situação de vulnerabilidade social e econômica com inscrição no NIS (Número de Inscrição Social). Cada família de agricultor recebeu 10 kg de sementes. Foram contemplados, prioritariamente, os 22 municípios que aderiram ao Programa Garantia Safra, do Governo Federal, situados entre o semiárido e o sertão ocidental. A aquisição representa um investimento de cerca de R$ 900.000,00, fruto de convênio firmado entre a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência Social e do Trabalho (Seit), com execução da Emdagro.

A iniciativa beneficiou agricultores dos municípios de Aquidabã, Canindé de São Francisco, Feira Nova, Frei Paulo, Gararu, Gracho Cardoso, Itabi, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Pedra Mole, Poço Verde, Porto da Folha, Ribeirópolis, São Miguel do Aleixo, Simão Dias, Tobias Barreto, Lagarto, Pinhão e Poço Redondo.

 

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

[LAGARTO] Perímetro irrigado espera colher 1 MI de espigas de milho até São Pedro

Para a véspera de São João, são aguardadas 760 mil espigas de milho e 80 T de amendoim

Já tem milho garantido para o ciclo junino que se aproxima. Em Lagarto, a colheita vem sendo farta. O agricultor Jodeclan Santos, por exemplo, colheu mais de 7 mil espigas no Perímetro Irrigado da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. “Essa área que eu estou limpando é para daqui a 20 dias, mas aquela de lá vai colher já perto do período de São João. Compensa, tem procura boa, mas sem irrigação não produz. Só produz por causa do perímetro irrigado. É o ano todo produzindo, tirando uma área e botando outra. Aqui, onde acabei de colher, vai ser milho de novo. É milho verde o ano todo”, diz Jodeclan, que produz em dois hectares (ha) de terra.

De agora até São Pedro, serão colhidos 54 ha de milho no Perímetro Irrigado Piauí, infraestrutura do Governo do Estado que atende a 421 lotes iguais ao de Jodeclan. Segundo Gildo Lima, gerente do perímetro, o plantio vem sendo feito desde fevereiro e a colheita já começou, com estimativa de produção superior a um milhão de espigas até o fim do período junino. “No São João do ano passado, chegou muito milho de uma vez só e o milho caiu muito o preço [para R$ 20 o cento]. Este ano, muita gente apostou em plantar antes e muito milho já está sendo colhido”, explicou. Cerca de 38 ha serão destinados exclusivamente à colheita na semana em que se festejam os dois principais santos do ciclo junino. Neles, deverão ser colhidas 760.000 espigas. Outros 26 ha foram plantados com amendoim, e a perspectiva é que a produção chegue perto das 80 toneladas.

Na região Centro Sul, onde está Lagarto, a irrigação continua sendo o diferencial para a produção no período em que o milho verde é mais requisitado. Segundo o técnico agrícola da Cohidro, José Américo, quem está plantando no perímetro irrigado ou tem acesso à mesma tecnologia disponível nesses lotes, sai na frente. “Tudo indica que esse ano o preço vá ser melhor para o produtor irrigante no período dos festejos juninos. Até porque, quando não chove, se não tiver irrigação, não tem como ter milho para colher na véspera de São João”, analisa o técnico.

Gildeon Dias é um dos produtores que aproveitam a demanda do período junino. Ele vai colher em 34 dias o milho verde que plantou há um mês e meio. A plantação está em 1,8 hectares preparados para cultivar tomate, quiabo e pimenta malagueta, utilizando mangueiras de irrigação por gotejo fixas. Por isso, os pés de milho foram dispostos em duas linhas a 33 e 40 cm um do outro, com intervalo de quase dois metros entre as fileiras. O número reduzido de mudas é compensada pela tecnologia de ‘fertirrigação’ que os dois lotes possuem, levando até as raízes, a adubação à base de ureia diluída na água. Assim, é aguardada uma colheita próxima de 35.000 espigas.

“Esse é o melhor tempo de se plantar. É para o São João, é tradição. Vou vender aqui mesmo. Tem quem compre para levar em Carira e Boquim, outros para Estância. Eu mesmo vou vender, às vezes. A gente espera preço bom, mas só sabe no tempo”, disse Gildeon. Ele não quer desfazer a estrutura que montou para as outras culturas que produz com a irrigação do perímetro no resto do ano, mas não desperdiça as vantagens de comercialização do milho no período. “Tem uns quatro anos que eu faço. Sempre coloco antes um tomate, uma pimenta, e quando tira aquela cultura, eu entro com o milho, porque compensa”, concluiu.

Sementes doadas pelo Governo do Estado tiveram rendimento certo em perímetros irrigados no Sertão

Aproveitamento das sementes é de 100%. Irrigação da Cohidro fornece principal insumo para agricultores irrigantes suprirem demanda de ração animal para criadores durante o verão seco.

Edivânia Freitas garantiu o milho para produzir espigas e palhada de fazer ração para carneiros, cabras e a vaca que cria (foto Ascom Cohidro – Fernando Augusto)

Das 12 toneladas de sementes de milho entregues pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco (SE) este ano, 4.350 quilos ficaram a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) distribuir entre os irrigantes dos perímetros irrigados Califórnia, que a empresa administra, e o Jacaré-Curituba (Codevasf). A partir de setembro, 435 produtores começaram o plantio irrigado para que já em novembro pudessem começar a colher a forragem, dando suporte à alimentação dos rebanhos sertanejos no período de maior seca. Se todo milho for aproveitado para a silagem, a estimativa é de uma produção próxima das 8.000 toneladas de ração animal.

Ao todo a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), distribuiu 247 toneladas de sementes certificadas de milho das variedades BRS Caatingueiro e BR 106, e 90 toneladas de sementes de milho na variedade Crioula, atendendo os municípios de Carira, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo e Canindé do São Francisco. Um investimento de R$ 1.383.200,00, recursos estaduais do Fundo Estadual de Erradicação e Combate à Pobreza (Funcep).

Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, o aproveitamento das sementes nos perímetros irrigados é praticamente de 100%. “O plantio, usando a irrigação que nós fornecemos durante todo ano, não está condicionado à periodicidade de chuvas que nós sabemos não ter sido significativa em 2018. Mas essa parcela do que foi doado teve bom uso. Como resultou em uma safra fora da época junina, quando a procura pelo milho espiga é maior, está resultando em um milho quase todo aproveitado na alimentação animal, que casa perfeitamente com a real necessidade que passam todos os criadores do Alto Sertão, da falta de chuvas e muito pouco para dar ao gado nas propriedades”, argumenta.

Edivânia Freitas Santos foi uma agricultora familiar que em setembro recebeu uma saca de 10 quilos da semente BRS Caatingueiro, variedade de milho superprecoce que produz grãos entre 90 e 100 dias. Após plantar no perímetro Califórnia, ela tem a intenção de aproveitar as espigas e moer a palha para fazer ração, destinada à sua criação de cabras, ovelhas e uma vaca. “Muito bom, pois a situação que está agora não está podendo nem comprar, porque está muito caro o milho. Por isso estamos com a área lá desocupada, porque o interesse é de plantar o milho, mas como estava sem condições de comprar a semente. E agora graças Deus consegui, porque não tem inverno, mas tem a irrigação, e com fé em deus vamos plantar e colher”, justifica.

Em 2018, houve tempo hábil, já em meados do mês de maio, para que a entrega de sementes do Governo do Estado ocorresse antes do período de chuvas no inverno. “Queremos todo mundo com sua semente em casa. Isso será bom para ajudar o pequeno agricultor, principalmente, aquele que participa da agricultura familiar. Isso é possível graças aos recursos adquiridos através do Fundo de Pobreza, recursos arrecadados pelo tesouro do Estado, através dos impostos que são pagos pela população e que a gente faz questão de reservar ano a ano. Temos essa preocupação de reservar essa quantidade para que possamos adquirir essas sementes e distribuir para o pequeno agricultor”, destacou o governador Belivaldo Chagas.

Titular da Seagri, Rose Rodrigues destacou a qualidade da semente e o impacto que elas terão na produção agrícola do estado.  “Essa semente é selecionada e chega na hora certa. Ela é uma semente com dupla aptidão, tanto para forragem quanto para grãos. É uma semente adaptada para a região, semente caatingueiro”. A secretária ainda afirmou que a distribuição das sementes é a mão do Estado fomentando a agricultura camponesa. Ela cumprimentou a equipe da Emdagro que, através dos seus técnicos, oferece tecnologia ao campo.

A distribuição feita no escritório da Cohidro, segundo a gerente do perímetro Califórnia  Eliane de Moura Morais, seguiu critérios que certificassem a condição de baixa renda dos agricultores familiares. “Esteve disponível para entrega a quem se interessasse as sementes de milho para plantio aqui na sede da Cohidro. Foram mais de 4 mil quilos à disposição dos produtores do Califórnia e Jacaré-Curitiba. Fazia o cadastro e levava uma saca de 10 quilos, trazendo o NIS (Número de Identificação Social), Cartão Cidadão ou Cartão da Bolsa Família”, explicou. Ela conta que já em novembro houve colheita deste milho. “Alguns colheram só a palha para fazer a silagem, nem esperaram embonecar”.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica que o aproveitamento do milho na ensilagem representa uma capacidade de armazenar grandes quantidades de alimento para os animais em pequenos espaços e por longos períodos de tempo, preservando as propriedades nutricionais das plantas. “É um método ideal para quem pretende plantar o milho com a intenção de comercializar com os criadores da região. Quando é para aproveitamento com animais no próprio lote, é feito em silos ou cobertura em lona. Como o objetivo de comercialização, os produtores o fazem em sacos plásticos vedados, para que haja o processo anaeróbico de fermentação por bactérias”, orienta. Ainda segundo ele, foram colhidos 333 hectares de milho durante em 2018 nos perímetros irrigados administrados pela empresa, onde o aproveitamento das plantas é completo, com o uso integral ou só da palhada para ração.

Por Ascom Cohidro com informações da ASN

 

IBGE prevê 770 mil toneladas de milho em Sergipe

Presidente da Cohidro, Felizola/ Foto: Ascom/Cohidro

Atualmente, a área plantada com milho destinado à colheita verde nos perímetros públicos atendidos pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), é de 137 hectares e tem média de produtividade de 20 mil espigas por hectare. Sob o auxílio da irrigação pública, é esperada uma produção de 2,7 milhões unidades colhidas em junho. O presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, comemora essa safra junina. “Com auxílio público, o risco do produtor não ter boa colheita é mínimo. A água e assistência de nossos técnicos vão garantir milho para as festas dos Santos Antônio, João e Pedro”, defendeu.
Segundo dados da Emdagro, no ano passado Sergipe colheu 1.308 hectares de milho verde, equivalente à produção de 8.591 toneladas, e o rendimento foi de 6.568kg por hectare, superando os números de 2014.

“Sempre pensamos o milho como grão, mas Sergipe é destaque também na produção de milho in natura, utilizado principalmente no São João. E aí o destaque especial vai para os perímetros irrigados. Temos seis do Estado e mais dois, o Jacaré-Curituba e Platô de Neópolis, que têm recurso público envolvido. Se somarmos esses perímetros públicos, temos excelente produção de milho em espiga, e isso pouca gente nota”, expôs o secretário de Agricultura.

Destaque na produção de milho verde e em pleno Alto Sertão, é o perímetro irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Foram 65 hectares plantados visando à demanda do mês de junho. Um dos produtores é José Ivanio Almeida. “Plantei duas tarefas dia 02 de abril e vou colher no dia 23. Tenho 12 anos aqui, sempre fazendo a mesma coisa. Depois de tirar o quiabo, planto o milho verde”.

No Perímetro, as plantações de milho verde alcançam a produtividade de 5,5 toneladas por hectare e, segundo José Ivanio, a espiga na região está sendo comercializada à R$ 0,50. “No verão, planto também, mas é para fazer silagem”, completou o agricultor que tem um total de dois hectares de terra irrigada.

Agricultores do perímetro irrigado do Piauí, município de Lagarto, também garantem milho para o período junino e pretendem evitar o atravessador. O agricultor Genivaldo Azevedo de Jesus, por exemplo, pretende se encarregar de todo processo de plantio, colheita e investe para fornecer o produto diretamente ao consumidor final, alcançando, assim, maior lucro com sua lavoura.

Genivaldo e seu pai, João Benigno de Jesus, plantaram dois hectares de milho, sendo parte cultivado na última semana de março, e o restante uma semana depois, intervalo de tempo para poder conciliar as atividades da colheita e da comercialização. “Quero vender nas feiras livres em Lagarto, Boquim e Simão Dias, colocando funcionários para me ajudar a colher e vender nas feiras”, anunciou o agricultor, que espera produzir 60 mil espigas nesta safra e pretende vender entre R$ 0,75 e R$ 1 cada uma delas.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Última atualização: 17 de outubro de 2017 10:08.

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