Produção anual de maracujá na irrigação pública aumentou 161% em 2024

Agricultores são assistidos pelo Governo do Estado por todo ano, em 1.866 unidades produtivas de seis perímetros irrigados

Perímetros irrigados estaduais produtores de maracujá até setembro deste ano produziram 183 toneladas de maracujá, atingindo 161% a mais que as 70 toneladas em todo o ano de 2023. Em Lagarto, região Centro-Sul do estado, a assistência técnica dada aos irrigantes pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) superou a fusariose em pomares irrigados, e também registrou aumento de 106% na produção já nesses nove meses. Já no perímetro de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão, a produção parcial foi de mais de 45 toneladas e fez ressurgir a cultura agrícola.

No Perímetro Irrigado Califórnia, administrado em Canindé pela Coderse – empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) -, um dos responsáveis pelo retorno do maracujá às áreas irrigadas e nas prateleiras do comércio local foi o agricultor José dos Santos. Ele planta maracujá há pouco mais de um ano e meio, e está satisfeito com os resultados e a facilidade de escoar o produto. Em uma área de 0,75 hectares, ele colhe até 60 caixas de 30 kg por semana.

“Gostei do maracujá porque é um plantio que a gente vende diretamente para o consumidor. O pessoal compra o maracujá aqui e leva diretamente para a feira. Não tem dificuldade. A Coderse fornece água de qualidade para nós, os técnicos estão aí dando assistência, e todos estão de parabéns”, agradeceu José dos Santos, conhecido no perímetro como ‘Duda’.

No Perímetro Califórnia, o rendimento das 45 toneladas produzidas até setembro de 2024 foi de R$ 259.089,00 de renda bruta aos irrigantes. Depois de plantado no perímetro de Canindé, o maracujazeiro leva seis meses para começar a dar frutos, em colheitas que podem durar até dois meses. Daí então ele pode passar até dois anos produzindo frutos em escala comercial, com intervalos de três ou cinco meses entre as safras.

Lagarto
A maior produção, até setembro, está sendo a do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. São 138 toneladas até agora em 2024, contra as 66,7 lá produzidas durante todo o ano de 2023, e superando as 97 toneladas de expectativa inicial para a safra anual. Nos nove primeiros meses deste ano foram R$ 393.350,00 em renda bruta para o irrigante lagartense.

Muito disso se deu pelo surto de fusariose em pomares irrigados de maracujá no início do ano. Esta doença fúngica mata as plantas infectadas e tem alta capacidade de contaminação do solo e até de outras plantações. Segundo o diretor de Irrigação da Coderse, Aldebrando Leite, a ação da assistência técnica prestada no perímetro teve influência direta no quadro positivo.

“Os técnicos agrícolas e os engenheiros agrônomos da Coderse levaram aos produtores afetados com a doença, a orientação necessária para controle, tomando medidas sanitárias com os pomares existentes e a iniciativa de só adquirir mudas ou sementes certificadas. Isso evitou tanto que a fusariose se alastrasse, como a entrada da doença vinda de outras regiões produtoras”, disse ele.

Técnicos do Governo do Estado combatem doença provocada por fungos em pomares irrigados em Lagarto

Fusariose atinge principalmente espécies frutíferas

A assistência técnica aos agricultores nos perímetros irrigados do Governo do Estado complementa o fornecimento da irrigação. Em Lagarto, centro-sul sergipano, os técnicos agrícolas do perímetro Piauí têm dado toda orientação para combater a incidência da fusariose em pomares irrigados, principalmente de maracujá. A doença fúngica mata as plantas infectadas e tem alta capacidade de contaminação do solo e até de outras plantações.

A fusariose, ou murcha do maracujazeiro, é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum que impede o crescimento e atrofia as plantas, culminando até na sua morte súbita. Conforme explica o engenheiro agrônomo da Coderse, Fernando Andrade, a contaminação ocorre com o plantio de mudas contaminadas e também entre as plantas, por meio do contato entre as raízes.

“É uma das principais patogenicidades que acometem o maracujá, constituindo-se em uma doença de grande expressividade econômica que, caso não seja adequadamente combatida, poderá ser transmitida de um pomar para o outro. A fusariose ataca as raízes, com o micélio do fungo atuando nos vasos da planta, bloqueando o xilema e impedindo o fluxo normal de água, provocando a murcha e, posteriormente, a morte das plantas”, advertiu Fernando Andrade.

Produtor irrigante do perímetro Piauí, Weverton da Silva disse que, por conta da fusariose, perdeu cerca de 50, dos 700 pés de maracujá que plantou com a irrigação da Coderse. “A orientação dos meninos foi boa, graças a Deus. Eles vieram para verificar tudo certinho e me orientaram que arrancasse a planta que foi infectada e as outras próximas dela. Abri uma valinha onde tem os pés, joguei a cal e fiz a aplicação do fungicida”, disse.

Gerente do Piauí, Gildo Almeida informa que os técnicos agrícolas têm dado bastante atenção à fusariose, pela sua gravidade. A recomendação geral é de que ao fazer o tratamento sejam eliminadas as plantas infectadas e mais as cinco plantas sadias em volta da doente. “O técnico tem que indicar o defensivo para o produtor usar, como prevenção das plantas sadias e não deve ser feito um novo plantio na área em que foi identificada a doença”, observou.

O técnico da Coderse em Lagarto, Jackson Ribeiro, reforça que a doença se dissemina de uma planta para outra. “De urgência, tem que evitar a gradagem, arrancar a planta que está doente pela raiz e queimar, abrir um buraco de 20 cm, onde estava a planta e jogar cal dentro. Depois disso, usar um fungicida sistêmico para pulverizar, diluído em água, na planta toda [na parte sadia da lavoura]. Devem ser feitas três aplicações no intervalo de sete dias”, ensinou, observando ainda sobre a necessidade de limpar bem as ferramentas usadas com as plantas doentes, a fim de não infectar as sadias.

“Quanto mais a gente divulgar, melhor. Porque só assim os outros produtores vão começar a se prevenir. Já vão saber quando começar a atacar as plantinhas, para a gente conseguir frear essa doença e não dar tanto prejuízo para os produtores também. Sempre quando aparece algum problema, eu já procuro William e o Gildo, que dão uma assistência muito boa para a gente”, considerou o agricultor Weverton da Silva, se referindo à equipe da Coderse.

Ainda segundo Fernando Andrade, a doença não tem controle curativo, sendo recomendadas medidas preventivas para que ela não se dissemine e possa comprometer toda a plantação. “Para o caso de a doença já estar instalada, recomenda-se evitar o novo plantio na área infectada, mantendo-se a mesma em ‘pousio’”, acrescentou o agrônomo.

[Vídeo] Plantio consorciado de maracujá com amendoim no perímetro Piauí

O agricultor irrigante Luciano Oliveira aproveita o espaço entre as espaldeiras do maracujá para plantar amendoim. Com isso, ele aproveita a mesma irrigação, fornecida pela Coderse no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, para plantar duas culturas agrícolas. O agricultor terá duas colheiras em um só espaço de terra.

O amendoim tem ciclo mais curto e está pronto para colher antes que a ramada de maracujá cubra a área, entre uma linha e outra, e se torne impossível o plantio e o manejo de mais uma plantação entre as linhas. Dessa forma, ele promove o cultivo consorciado, opção prática para quem tem a garantia da irrigação fornecida pelo o ano inteiro.

[vídeo] Maracujá irrigado em Canindé está acima da média de Sergipe

Plantação comercial de maracujá no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, está dando frutos com níveis de qualidade acima da média do estado, qualificando o produto até para a exportação. Essa novidade foi mostrada pelo programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, do último sábado (20). Com 8 hectares plantados só com o fruto, a plantação já fornece o fruto para toda a região e se prepara aumentar produção e fornecer ao beneficiamento da indústria, gerando ainda mais postos de trabalho.

A Cohidro, que mantém este o perímetro do Governo de Sergipe , fornece água para o lote produtivo durante todo ano. Ao mesmo tempo em que presta assistência técnica usando exemplos bem-sucedidos, como o deste lote de maracujá, para incentivar outros produtores irrigantes à adoção de cultivos diferenciados, para aumentar a gama de produtos entregues ao mercado. Diversificação que evita a superprodução de determinados produtos, melhorando a renda do agricultor e a sua capacidade de geração de empregos no perímetro.

Plantação comercial de maracujá na irrigação estadual dá frutos de alta qualidade

Cohidro incentiva adoção de cultivos diferentes, abrindo novos mercados, melhorando renda e capacidade de geração de empregos nos seus perímetros

O calor típico do Semiárido somado à disponibilidade de água do Rio São Francisco, que no Perímetro Irrigado Califórnia ocorre o ano todo, possibilitaram a implantação de uma plantação de maracujá a nível comercial em Canindé de São Francisco. São oito hectares (ha) plantados com a fruta e que está alcançando padrões de qualidade acima da média estadual e, tão logo os maracujazeiros atinjam a sua produção plena, vão abastecer uma indústria de sucos no município de Estância. Embora o lote empresarial no perímetro possua assistência técnica própria e tenha promovido um alto investimento neste maracujá, é o fornecimento de água feito pelo Governo do Estado, através do perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que dá suporte à produção em pleno Alto Sertão.

Gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes ficou surpresa com o tamanho e o rendimento dos frutos do novo pomar. Comparando o peso delas inteiras com o da polpa sem sementes, o aproveitamento pode chegar a 35,7%. “O Califórnia fornece irrigação para este e outros 332 lotes e incentiva a adoção de culturas diferentes daquelas que têm excesso de oferta e baixo preço de venda no perímetro, a exemplo do quiabo, visando melhorar a geração de renda no campo. Agora que vemos que este maracujá de alto rendimento pode dar certo, vamos compartilhar esta boa nova e até organizar visitas guiadas ao pomar, para que outros produtores irrigantes fiquem animados em produzir. Criando um novo mercado de clientes, fornecedores de insumos e mão de obra qualificada para a produção”, defende.

O maracujá do lote empresarial de Lívia Sales, gerenciado por Humberto Ribeiro, segundo análise laboratorial feita pela indústria de beneficiamento, alcançou 13,9º de Brix, que determina a quantidade de açúcar no suco da fruta, superando a média regional que fica entre 12 e 13. O peso médio de 286g por fruto supera a média da região, que é de 200g. Acidez, porcentagem de polpa e semente, aspecto do fruto, cor e aroma também estão acima da média para Sergipe, qualificando a produção a oferecer um suco com potencial para ser exportado. A projeção é de que esta nova área plantada de 8ha, depois de todas as colheitas, vá alcançar as 320 toneladas de maracujá. A colheita está sendo feita há pouco mais de um mês e toda a produção atende o varejo local, abastecendo os três maiores estabelecimentos de Canindé.

“O resultado da produção está excelente e estamos trabalhando com dois distribuidores, para distribuir em cidades da região e em outros estados. Não estamos tendo dificuldade de mandar para fora. Essa não é a nossa capacidade total de produção, porque é a primeira colheita que começamos a fazer, então o fruto ele dá menos, porque as plantas ainda não enramaram para baixo formando uma cortina, fechando normalmente, então vamos produzir muito mais. A nossa previsão é de produzir por mais ou menos 1,5 ano, aí depois teremos que tirar essas plantas e replantar novamente. A estrutura vai ficar, então seria só replantar realmente”, apontou Humberto Ribeiro. A expectativa dos produtores é que entre dezembro e janeiro a plantação vá ter uma produção com porte para fornecer frutos também à indústria.

Já no começo da plantação, o senhor Humberto aperfeiçoou um instrumento de polinização das flores do maracujazeiro, usando uma escova em forma de anel, copiando o trabalho que na natureza só consegue ser feito por alguns poucos tipos de insetos. “Aquela polinização deu muito certo. Dá um resultado melhor do que fazer com a mão”, reforçou o gerente do lote que explica que existiram outros cuidados para que a plantação tenha prosperado. “Temos um grupo, com o engenheiro agrônomo e técnico agrícola, que determina um programa mensal de pulverização. Mas a gente faz uma vistoria diária na área, e assim que detectamos qualquer problema na planta ou no fruto, a gente aplica outra pulverização com recomendações também do nosso engenheiro agrônomo, e assim a gente vai corrigindo”, finaliza o gerente do lote empresarial.

 

Agro-SE: Perímetro irrigado de Canindé prospera com uva, pera e agora maracujá industrial

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

No programa Agro-SE desta quarta-feira (25), a  Tv Atalaia  mostrou as novidades no ramo da fruticultura no Perímetro Irrigado Califórnia, que é administrado pelo  Governo de Sergipe , através da Cohidro, em Canindé de São Francisco. Por lá, desponta o cultivo de uva, pera e agora o maracujá. Este último já era cultivado pela Agricultura Familiar, mas agora ganha status de produção comercial, voltada para a demanda da indústria.

Uva e pera foram introduzidas naquele perímetro da Cohidro a partir de um convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa Semiárido, de Petrolina/PE, e o Governo do Estado. Onde, há 5 anos, a empresa federal entrou com mudas, material de construção dos parreirais, sistema de irrigação por gotejo, todos os insumos necessários à nutrição da planta e a assistência técnica, estes dois últimos durante os dois anos iniciais. A companhia sergipana, além da água para irrigar os três pomares, agora dá continuidade na assistência técnica aos fruticultores.

Um lote empresarial do Califórnia fez grande investimento em uma plantação de maracujá que ocupa 8 hectares de área, formada por maracujazeiros de espécie voltada ao aproveitamento industrial. A Cohidro contribui garantindo o fornecimento contínuo de água para irrigação e empreendimento tem gerado postos de trabalho para a implantação do pomar – com estacas para espaldeira, irrigação por gotejo e plantio de mudas, manejo – e vai continuar empregado nas etapas de reprodução artificial do maracujazeiros, mostrada na reportagem, e na colheita.

Rotação de culturas faz sucesso em lavoura irrigada em Lagarto

Juntos, experiência do agricultor, irrigação pública e assistência técnica da Cohidro elevam produtividade da propriedade, gerando renda para pequenos agricultores

Gilvan mostrou a produção do seu lote no programa Sergipe Rural, da Aperipê TV [Reprodução de imagens de Jorge Henrique]
Produtor rural há mais de 25 anos, Gilvan Silva planta variadas espécies de hortaliças e culturas anuais em lote no Perímetro Irrigado Piauí, localizado em Lagarto, região centro-sul de Sergipe. Com a irrigação fornecida pelo governo do Estado, ele pode optar por um sistema de rotação de culturas, em que o produtor colhe diferentes alimentos durante todo ano e mantém a fertilidade do solo. Produtividade reforçada pelas orientações dadas pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro), que administra o perímetro. Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, o produtor conta que não teve prejuízo nas vendas, incrementadas pelo período junino.

Utilizando completamente a sua área de 2,3 hectares, Gilvan conta com produtos que têm tido grande procura por parte do consumidor, principalmente porque ele tem o cuidado de sincroniza-los aos períodos de maior saída, como o São João, quando o milho verde e o amendoim disparam nas vendas. Apesar do cenário atual, em meio à crise provocada pela pandemia de Covid-19, o produtor está conseguindo render bons lucros, graças à versatilidade da sua produção, que resulta em maior retorno financeiro a todos os envolvidos no plantio. “Planto milho, planto amendoim, planto macaxeira, planto mandioca, de tudo um pouco! Para cuidar da lavoura, às vezes coloco um ou outro trabalhador para me ajudar, e assim vai. Todo mundo ganha”, conta o agricultor.

Os produtos comercializados in natura, Gilvan entrega aos feirantes da região. Já os que dependem de processamento, como é o caso da mandioca e do amendoim, abastecem as casas de farinha e as fabriquetas de amendoim cozido, presentes no próprio perímetro irrigado, se valendo da grande oferta nos lotes dos irrigantes. “Além do milho e do amendoim, estou conseguindo vender bem o repolho, que está novinho e, por isso, rendendo um dinheirinho”, afirma. Além de avaliar o mercado e o período do ano para escolher o que plantar, a diversidade de cultivares encontrada no lote de Gilvan, por si só, melhora a sua capacidade de escoamento da produção e garante a renda familiar. Sempre tendo diferentes produtos para ofertar, ele não fica na dependência do preço de um só item.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Fonseca explica que o plantio do amendoim no sistema de rotação de culturas tem vantagens que vão além da boa procura, preferência no estado que lhe rendeu o título de Patrimônio Imaterial Sergipano, desde 2013. “É uma cultura que atua na fixação do nitrogênio ao solo e fornece grande quantidade de restos culturais, ajudando o agricultor a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba por suceder outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revela.

Mantendo a terra sempre ocupada com estas várias plantações ao mesmo tempo, o agricultor aproveita todo potencial oferecido pela terra e a infraestrutura de irrigação pública instalada e mantida pelo governo de Sergipe, através da Cohidro. Gildo Almeida, gerente do Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, aponta que além da água, os irrigantes recebem a Assistência Técnica Agrícola e Extensão Rural (ATER) nos lotes. “A Cohidro está à disposição de todos os 421 produtores do perímetro. No caso do Gilvan, sempre que necessário ele nos procura, e disponibilizamos técnicos agrícolas para acompanhá-lo no que for preciso. Fornecemos uma irrigação de qualidade que, somada à experiência do Sr. Gilvan, faz da sua rotação de culturas um case de sucesso”, conclui o gerente.

Estudantes de Agronomia do Campus Sertão da UFS visitam perímetro da Cohidro em Canindé

Universitários puderam conhecer técnicas de produção irrigada para frutas e hortaliças

 

A estudante Damares Francisco pretende se especializar na área de irrigação [Foto Arquivo pessoal]
Na última quarta-feira (11), o perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, recebeu a visita da turma do quarto ano do curso de Engenharia Agronômica do Campus Sertão da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Os estudantes puderam conhecer a aplicação de técnicas de produção irrigada para espécies frutíferas e olerícolas, como banana, maracujá, tomate, quiabo, pera e uva. Esta foi a terceira visita acadêmica dos alunos a um perímetro irrigado administrado pelo governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro.

A gerente do perímetro irrigado no sertão sergipano, Eliane Moraes, destacou que no ‘Califórnia’ há 333 lotes agrícolas recebendo água de irrigação para produzir anualmente cerca de 30 mil toneladas de alimentos, que injetam mais de R$ 33 milhões na economia local através da comercialização. “A partir de 2016 começaram a ser implantados campos experimentais de variedades frutíferas adaptadas ao clima semiárido, em convênio de transferência de tecnologia com a Embrapa Petrolina (PE). Primeiro foi a uva, que já está partindo para sua quinta colheita comercial, e depois a pera, que já rende lucros ao produtor que abrigou a nova cultura”, informou a gerente do perímetro ‘Califórnia’, que também se destaca na produção de quiabo: 4.620 toneladas foram produzidas em 2018, superando a produção de todos os outros alimentos.

A visita acadêmica foi orientada pelos professores da UFS, Marcos Eric e Thiago Matos, que levaram os 26 alunos do curso de Agronomia para conhecer experiências práticas nos sistemas de produção de fruteiras e olerícolas. “A vivência superou as expectativas. Os alunos tiveram a oportunidade de ver, no perímetro Califórnia, o trabalho prático e as áreas de produção de fruteiras, como maracujá e banana. Inclusive, estivemos em áreas experimentais de uva e pera, o que foi bem interessante”, conta o professor Marcos – que, além de engenheiro agrônomo, é doutor em Irrigação e Drenagem pela UFS.

Conhecendo na prática
No perímetro, os alunos foram recebidos pelo técnico agrícola da Cohidro, Roberto Ramos, que os acompanhou pelos lotes irrigados do produtor de peras, Ozeias Beserra, e do produtor de uvas, José Leidison. A aluna Damares Francisco participou da visita e destacou os conhecimentos apreendidos. “Vimos na prática a produção, tanto de fruteiras como de olerículas. O técnico que nos acompanhou explicou tudo certinho, foi muito atencioso e a visita foi ótima. Achei muito interessante a produção de uva e pera com o uso de tecnologias aqui em Canindé. Acho bem positivo, tanto para os produtores, quanto para o desenvolvimento da região. Tudo muito bem organizado e manejado, de acordo como deve ser”, avaliou Damares, natural do município de Carira.

A aluna enfatiza, ainda, a importância da irrigação para a produção agrícola na região do Alto Sertão Sergipano e disse que pretende se especializar na área. “A irrigação é essencial para a produção durante o ano inteiro, pois com isso o produtor não fica dependente de questões climáticas – se vai ter chuva ou não. Como aqui a gente sofre muito com a falta de chuvas, a irrigação acaba com esse problema. Eu e o professor Marcos Eric somos membros do grupo de estudos de Salinidade e Irrigação da UFS Campus Sertão e tudo o que vimos na visita, vamos levar para o grupo de estudos também”, completa Damares.

A turma do Prof. Marcos também já visitou perímetros irrigados localizados em outros municípios. Segundo ele, dessa forma, os alunos têm observado as experiências técnicas dos agricultores. “No perímetro Jacarecica I, em Itabaiana, eles conheceram a parte de sistemas de irrigação, como é feito o manejo. Em Lagarto, no perímetro Piauí, eles viram a parte de produção de grandes culturas”, recordou o professor. Em Itabaiana, os perímetros irrigados da Cohidro receberam investimentos de mais de R$ 14 milhões na troca de todo sistema dos lotes para a irrigação localizada e automatizada, reduzindo o consumo de água em 60% e o de energia elétrica em 50%. Já o perímetro Piauí se destaca em fornecer a produção para a indústria, como a de molhos e conservas de pimenta, a tabagista e às casas de farinha.

Sergipe Rural mostra cultivo de maracujá no Perímetro Piauí

Programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou hoje que os irrigantes assistidos pela Cohidro no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, estão apostando na produção do maracujá.

Espécie frutífera que se adapta muito bem com o clima, tem reforço significativo da irrigação pública fornecida pela Empresa, que aumenta bastante sua produtividade, como destaca o técnico Marcos Emílio, da Cohidro. Ele, na reportagem, também listou as informações cruciais para quem se interessar em começar uma plantação de maracujá, como o tempo para a primeira colheira e precauções fitossanitárias.

Última atualização: 12 de fevereiro de 2018 19:11.

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