Capacitação para uso de agrotóxicos é iniciada em perímetro da Cohidro de Itabaiana

Quase R$ 1 mi do PAS é destinado ao treinamento de agricultores e de replicadores, que são agentes de saúde e educadores que atuam nas comunidades rurais.

Com as duas aulas e o dia de campo, a capacitação será de 12h-aulas para cada agricultor (Foto: Ascom/Cohidro)

Desde segunda-feira (3), no Perímetro Irrigado da Ribeira em Itabaiana (SE), ocorrem aulas pela manhã e pela tarde para as quatro primeiras turmas do ‘treinamento e capacitação para o uso adequado dos agrotóxicos’, na modalidade voltada aos agricultores irrigantes inseridos nos perímetros da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) que fazem parte da bacia do rio Sergipe. É uma das ações do Programa Águas de Sergipe (PAS), realizado pelo Governo de Sergipe e em parte financiado do Banco Mundial.

Com as quatro turmas findando nesta sexta-feira (7) com um dia de campo, nesta semana vão ser habilitados em torno de 150 produtores irrigantes. Ao repetir esse cronograma semanalmente, a as capacitações ao todo atenderão 980 destes agricultores assistidos pela Cohidro, ao serem incluídos os inseridos nos perímetros Jacarecica I e II, que abrangem áreas de irrigação pública também de Itabaiana, Malhador (SE), Riachuelo (SE) e Areia Branca (SE). Com as duas aulas e o dia de campo, capacitação será de 12h/aula para cada agricultor.

Nos 26 municípios sergipanos que compõem a bacia hidrográfica do rio Sergipe, ocorrerão treinamentos de outros agricultores, por intermédio da Empresa de Desenvolvimento Agrário (Emdagro). Professores e agentes de saúde que atuam na zona rural em todo estado receberão treinamento para conscientizar as populações assistidas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) coordena o PAS e licitou a empresa que está fazendo todo este treinamento, um investimento total de R$ 985.548,88.

Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera primordial essa preocupação do PAS com a preparação dos moradores e trabalhadores do campo com o manuseio e precauções com os defensivos tóxicos. “O agrotóxico, se for exposto à nossa pele ou se for ingerido em alimentos ou água contaminados, prejudica muito a saúde. Os animais de criação e toda fauna e flora estão sujeitos aos riscos de contaminação, se não nos preocuparmos com a aplicação correta e, principalmente, com o descarte adequado das embalagens”, observa. Para ele, é um tema que nunca vai ser esgotado no meio rural. “Não é a primeira vez que reunimos agricultores dos perímetros para falar disso e certamente, não será a última. A indústria de agrotóxicos está sempre pondo produto novo no mercado e isso confunde bastante o agricultor na hora de usar. A conscientização tem que ser constante”.

Adenilson Xavier de Almeida é um dos irrigantes da Ribeira presente na primeira das quatro turmas da semana inicial de curso. Embora já tenha buscado se informar sobre manuseio correto dos agrotóxicos em outras atividades, não dispensa a oportunidade dada pelo PAS e Cohidro. “Claro, sempre aprendendo alguma coisa a mais, né? Sempre eu participo, toda reunião, todo curso que eu sou convidado, eu marco presença. Aprender sempre é bom, qualquer coisa que a gente aprende é bom para a vida, para o dia a dia. Faço (uso de agrotóxicos), eu geralmente já sigo essas regras, infelizmente são poucas pessoas, mas uso o mínimo possível”, relevou.

O instrutor dos cursos é o engenheiro agrônomo Pedro Acioli de Souza, que além de prestar serviço para empresas e entidades como o Senar e o Sebrae, é agricultor e apicultor, com trabalhos científicos publicados nas áreas. “Eu quero passar uma bagagem que faça com que além de receber uma gama de informações, procure fazer com que ele questione a situação que ele vive, pois só através do questionamento pode-se tomar algumas atitudes. Não é aquela capacitação de levar a informação e isso tá certo, não! Então este treinamento, eu acredito que ele dá muito resultado devido a essa metodologia um pouco inovadora”, considera.

Cláudia Silva Sampaio é coordenadora das capacitações pela STCP – Consultoria, Engenharia e Gerenciamento. “O curso de capacitação para o uso adequado de agrotóxicos tem três módulos e sempre no primeiro se discute a questão da legislação, de uma forma bem geral. Depois se discute a questão do uso de EPIs, que está vinculada a segurança e saúde dos trabalhadores e finalmente a manipulação do uso de agrotóxicos, que é todo o processo de aplicação. Dentro disso nós precisamos, antes de realizar essas ações, realizar um questionário para identificar quais são as atividades e a forma como elas estão sendo desenvolvidas por esses agricultores. A partir deles a gente vai ter uma ideia do todo”, completa ela, informando que irá ocorrer um seminário com todos os secretários municipais de educação, saúde, meio ambiente e agricultura, os agentes de epidemiologia, além dos delegados e coordenadores de educação ambiental.

Águas de Sergipe
O programa resulta de contrato firmado entre o Governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O PAS tem como finalidade a melhoria da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Sergipe. Desse montante, US$ 8 milhões serão destinados à Cohidro para ações de modernização da infraestrutura dos perímetros irrigados e segurança de barragens, atendendo as demandas inseridas no PAS, que se destinam à recuperação ambiental da bacia do rio Sergipe.

“Nesse sentido, com os recursos destinados à empresa já foram implantadas ações de monitoramento, segurança e reflorestamento das margens das barragens públicas que atendem nossos perímetros e a aquisição de veículos novos para atuar dentro dos perímetros. E atualmente ocorre a reforma predial das nossas diretorias técnicas; a completa substituição do sistema de irrigação em cada lote dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, adotando o modelo de irrigação localizada e automatizada, economizando 60% no consumo de água e reduzindo 50% na conta da energia elétrica. Nesta semana, simultaneamente aos treinamentos, demos início a elaboração de um audacioso projeto de automação de nossas estações de bombeamento, repercutindo em menos consumo de eletricidade”, listou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

 

Cohidro recebe solicitações por novos poços de Robson Viana

Diretores Jorge Kleber Soares Lima (presidente) e Paulo Henrique Machado Sobral (Infraestrutura), da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), receberam hoje pela manhã na sede empresa o deputado estadual Robson Viana e comitiva de líderes comunitários do interior sergipano.
 
Além da visita de cortesia, como membro do poder legislativo, Robson e os representantes das comunidades trouxeram reivindicações pela perfuração de poços nos povoados de Malhador, Cristinápolis e Gararu. Os diretores consideraram contundentes os pedidos, acolhendo as solicitações encaminhadas pelas comunidades, intermediadas pelo deputado, para que possam ser colocadas dentro do cronograma das equipes de campo da Cohidro.
 
“Aqui nesta manhã de hoje se encontra o vereador Tião de Cristinápolis, Leo (Leonides) de Malhador, Jorge de Gararu. Uma equipe aqui conversando com Jorge (Kleber), para ver se a gente consegue, nesses municípios, dar uma melhor qualidade de vida para essas pessoas que precisam desses poços. Tenho certeza absoluta que a gente vai conseguir essas reivindicações aqui”, manifestou Robson Viana.

Governo inicia ciclo de reuniões para implantação dos novos sistemas de irrigação no Jacarecica I

Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Na manhã desta terça-feira, 27, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Olivier Chagas, coordenou reunião com os agricultores do perímetro irrigado Jacarecica I, em Itabaiana. O encontro visa esclarecer possíveis dúvidas relacionadas aos investimentos que o governo do Estado está realizando, a exemplo de ações de reflorestamento e modernização dos sistemas de irrigação.

Através do Programa Águas de Sergipe, gerido pela Semarh, o governo do Estado investe quase R$ 30 milhões nos perímetros irrigados. São aproximadamente R$ 14,8 milhões destinados ao reflorestamento na Ribeira, Jacarecica I e II, Açude da Macela, Cajueiro dos Veados (Malhador) e barragem do Poxim (entre São Cristóvão e Itaporanga D’Ajuda). Outros R$ 14 milhões estarão sendo aplicados na modernização e implantação da irrigação localizada, neste caso, beneficiando Ribeira e Jacarecica I.

“O nosso objetivo aqui é reunir os técnicos da Semarh, Cohidro, Emdagro, das empresas que executarão o projeto e os agricultores para que possamos explicar bem o plano e dizer como ele será desenvolvido. Além disso, iremos tentar consensuar alguma divergência de entendimento sobre a adequação do sistema”, explicou o secretário.

O presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo, acredita que a questão é de adaptação. “Quando se muda a cultura e tradições na maneira do plantio, se cria algumas resistências. Quando o Governo veio ao Jacarecica para lançar essa obra, alguns produtores nos procuraram para dizer que tinham dúvidas em relação às mudanças. Então, provocamos essa reunião justamente para ouvir os pleitos deles”, comentou.

Com a modernização dos sistemas de irrigação dos perímetros irrigados de Itabaiana, haverá economia de água, contribuindo com a resolução da crise hídrica que o estado vivencia. Além disso, a mudança também proporcionará economia de energia elétrica, facilitando a vida do agricultor.

O maior desafio no momento é mostrar ao produtor rural que o novo sistema trará mais benefícios que malefícios. João Fonseca, diretor de irrigação da Companhia de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e de Irrigação de Sergipe (Cohidro), disse que a ideia é eliminar todas as possíveis dúvidas. “O objeto da reunião é tirar as dúvidas dos produtores e esclarecer o que for possível para implantar o projeto com o mínimo de incertezas possível”, esclareceu.

Para o agricultor Genivaldo Brito, conhecido como Peba, o caminho é a experimentação. “Tem que fazer o teste primeiro, se não funcionar, temos que refazer. O próprio Dr. Olivier falou que vai fazer o teste em dois terrenos e se não funcionar, vai mudar. O povo precisa ouvir as sugestões e pelo menos tentar”, ponderou.

No que concerne ao reflorestamento, a empresa STCP Engenharia de Projetos será a responsável por sua execução. O projeto é voltado ao plantio de mudas de espécies nativas nas Áreas de Proteção Permanente – áreas que beiram a barragem – e cercamento das margens dos rios e afluentes, com cerca natural e artificial.

“Essa etapa nós chamamos de mobilização, que é justamente informar para eles do que se trata o projeto, os benefícios e estabelecer um canal de comunicação com todos. Ou seja, a partir do momento que eles identifiquem alguma coisa que acham fora do normal ou tenham alguma sugestão, podem nos contatar com facilidade”, assegurou Eder Fernandes, consultor técnico da STCP.

Antônio de Santana é agricultor há mais de 20 anos e acredita que o reflorestamento já deveria ter sido iniciado. “Isso já devia ser feito. Tem sobra de terra que é do governo e o povo desmata todinha. Do outro lado da barragem precisam ser plantadas árvores novas e povo está é derrubando”, lamentou.

Jacarecica I
O perímetro irrigado Jacarecica I está situado no povoado Agrovila, entrou em operação em 1987 e congrega 126 produtores rurais. As culturas em destaque são: batata-doce, alface, milho verde, quiabo, coentro, cebolinha, tomate, pepino, feijão, vagem, maxixe, pimenta e amendoim.

Águas de Sergipe
O programa resulta de contrato firmado entre o governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O Águas de Sergipe tem como finalidade a melhoria da qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. Somente na primeira etapa do projeto de esgotamento sanitário em Itabaiana, que compõe o programa, já foram investidos R$ 23,5 milhões.

Fonte: Ascom/Semarh

Governo realiza visita técnica em mananciais da bacia hidrográfica do rio Sergipe

Esses mananciais receberão ações de mobilização, sensibilização, cercamento, reflorestamento e manutenção das matas ciliares, num investimento superior a R$ 14,8 milhões, proveniente do programa Águas de Sergipe, em parceria com o Banco Mundial
Foto: Lucas Noronha/Ascom Semarh

Na manhã desta terça-feira (06), o grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), com interveniência da Deso, Cohidro e Emdagro, além da empresa STPC, deu continuidade às visitas de cunho técnico aos mananciais da bacia hidrográfica do rio Sergipe. Esses mananciais receberão ações de mobilização, sensibilização, cercamento, reflorestamento e manutenção das matas ciliares, num investimento superior a R$ 14,8 milhões, proveniente do programa Águas de Sergipe, em parceria com o Banco Mundial.

Na semana passada, o grupo de trabalho visitou as barragens Jacarecica I (em ltabaiana), Poção da Ribeira (Itabaiana), Poxim (São Cristóvão) e o Açude da Marcela (Itabaiana). Hoje, os locais visitados foram Jacarecica II (entre Malhador, Areia Branca e Riachuelo) e o riacho Cajueiro dos Veados (Malhador).

De acordo com o gestor da Semarh, Olivier Chagas – que acompanhou as visitas -, com a intervenção, serão recuperados, através de recomposição florestal, aproximadamente 220 hectares, além do plantio de 500 mil mudas.

“Desde a semana passada nós estamos fazendo visitas in loco, onde o nosso projeto de reflorestamento irá atuar. A ideia é plantar 500 mil mudas nessas regiões, para que a gente possa recompor as matas ciliares e garantir a perenidade desses mananciais, tão importantes para a vida e para o abastecimento. É a maior ação da história de Sergipe no que concerne à recuperação de matas ciliares. Nosso governador Jackson Barreto mostra o seu compromisso com o meio ambiente e com as gerações presentes e futuras. É uma ação que se realiza hoje e que terá resultados efetivos no futuro”, enfatiza o secretário.

O representante da Deso, Luiz Carlos, destacou que o grupo de fiscalização vem fazendo um trabalho minucioso para tentar corrigir uma distorção histórica.

“Os proprietários de terras no entorno desses reservatórios trouxeram degradação, comprometendo a qualidade das águas. Esse trabalho vem a corrigir essa distorção e trazer de volta a água com qualidade e quantidade. Se a gente continuar desmatando, jogando esgoto, Sergipe não terá água. Esse grupo de trabalho, a partir do processo de um decreto criado pelo governador para fiscalização desses investimentos, tem participação direta da Deso, Cohidro, Emdagro e Semarh”, elucida Luiz Carlos.

Maria Cleusa, técnica da Emdagro, explica como irá atuar. “A participação da Emdagro visa fazer o reconhecimento de possíveis problemas que a empresa que vai executar o trabalho possa ter, para que a gente possa traçar os passos que agilizem as tarefas. A Emdagro também tem um papel fiscalizador no que tange ao tamanho da muda a ser plantada”, afirma.

O técnico da Cohidro, Sergio Sá, afirma que o projeto é essencial. “Porque visa preservar todas as nascentes da bacia do rio Sergipe. Em nossas visitas, identificamos as degradações de alguns mananciais e isso não podemos deixar acontecer. O projeto do governo é essencial para a preservação dessas nascentes e a Cohidro está aqui para somar e ajudar”, frisa.

Plantação em maio
Claudia Pereira, engenheira da empresa STPC, que está fazendo a execução do projeto, disse que a parte inicial prevê a mobilização de todos os proprietários que estão fazendo o uso das áreas para que aconteça o plantio, previsto para o final do outono.

“Vai ser feita a identificação desses usos, depois o cadastro de todos esses ocupantes e, em seguida, a anuência para que seja feita a plantação. Depois de maio, nós já iniciaremos o plantio para aproveitar o período chuvoso”, avisou.

O projeto
O projeto, inédito em Sergipe, tem como objetivo atender a demanda crescente por água, garantindo o aumento da quantidade e da qualidade das águas da Bacia e provendo o abastecimento hídrico para consumo humano nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador, Campo do Brito, São Cristóvão, Itaporanga D’Ajuda e Riachuelo.

Entre as ações compreendidas estão, a adequação das propriedades rurais ao novo código florestal, no que diz respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs). Além disso, está prevista ainda a aplicação de técnicas efetivas de manejo do solo e da água, assegurando os projetos de irrigação nos perímetros irrigados de Jacarecica I e II, Ribeira e Açude da Marcela. Essas localidades têm importância fundamental para a economia local, sobretudo em se tratando dos pequenos produtores hortifrutigranjeiros.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

PAA: irrigação pública estadual produzirá alimentos para doar a 24 mil pessoas carentes em 2016

Na APPIP os agricultores entregam os produtos que são pesados, registrados e no mesmo dia são recolhidos pelas entidades beneficentes – Foto Ascom-Cohidro

A Superintendência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Sergipe visitou associações de agricultores em Lagarto e Malhador. Eles tanto são irrigantes atendidos pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), quanto vendem sua produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade “doação simultânea”. Em reuniões e entrevistas, o Órgão Federal visou orientar fornecedores e receptores nesses dois projetos que permitem a doação de alimentos para mais de três mil famílias carentes.

Dentro dos perímetros irrigados da Cohidro atualmente estão em andamento, na etapa de entrega de alimentos, quatro projetos do PAA e existem outros dois analisados e em fase de homologação e pagamento pela Conab, na Superintendência Regional de Sergipe. Nestes já aprovados, são 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar recebendo, até o final do ano, um total de 648 toneladas (ton) de alimentos fornecidos por 171 produtores, remunerados com recursos federais em R$ 1.367.445,00 de forma parcelada, uma parte a cada entrega. Para tanto, 13 órgãos públicos ou entidades sem fins lucrativos intermediarão as doações nas comunidades que atendem em Lagarto, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Pedra Mole e Itabaiana.

Em Lagarto, o superintendente Estadual da Conab, Emanuel Carneiro, explicou que é função da Companhia fazer visitas aos projetos em andamento ou que ainda serão implantados. “Nós solicitamos essa reunião para que fosse discutido o PAA, na sua essência. Se funciona, quais são as atribuições dos produtores, quais são as obrigações do recebedor, toda a normativa para que o projeto possa transcorrer da melhor forma possível e atender os objetivos, que é justamente atender a comunidade carente que necessita de uma complementação da alimentação”, considerou.

Emanuel tem avaliado como muito boa a atuação dos agricultores dos perímetros irrigados no PAA. “O presidente (da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP) é um parceiro nosso já há alguns anos, mas também a Cohidro é fundamental nesses projetos dos perímetros irrigados. Em Canindé do São Francisco, inclusive, nós já estamos analisando o projeto e vamos visitá-los ainda neste ano”, disse o superintendente, se referindo a proposta ao Programa feita por 24 irrigantes do Perímetro Califórnia, para fornecer 77 ton de alimentos. ”Eu acredito que nos próximos 30 dias esse projeto esteja já funcionando”.

O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, expõe que nos dois projetos, propostos pelas associações dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI) e dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa Do Forno, eles assumem fornecer quase 160 ton de alimentos para 5,8 mil pessoas em insegurança alimentar, assistidas pelos centros de referência de Assistência Social (CRAS) de Canindé, de Nossa Senhora das Dores e no Hospital e Maternidade São José, em Itabaiana. Neste último caso, as doações serão para o preparo de refeições aos pacientes.

“São 59 produtores irrigantes dos perímetros Califórnia e Ribeira inscritos em dois projetos aguardando homologação e o pagamento de R$ 472 mil (R$ 8 mil para cada), pela venda garantida de produção durante um ano. Dos aprovados, além da APPIP, temos outras duas associações de Itabaiana, no perímetro da Ribeira e mais a Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador. Todos fazendo entrega para o PAA”, assinalou Sandro Prata.

Lagarto
“Esse projeto da APPIP, se comparado aos que nós temos em funcionamento, é o maior que a Conab tem hoje no Estado de Sergipe. Atendendo 69 produtores e várias entidades. A Cohidro é um parceiro importantíssimo nesse contexto, se não fosse a Cohidro aqui, não teríamos este êxito. Nós sabemos das dificuldades que o produtor tem, o agricultor não é comerciante, ele é agricultor, então ele necessita de apoio técnico e a Cohidro tem feito isso de uma forma excelente em todos os perímetros que ela atua”, relatou o superintendente Emanuel Carneiro. A Conab investe nesses agricultores do Perímetro Piauí R$ 551.450,00, para que produzam 296 ton de alimentos, doados para 6.860 pessoas assistidas por seis instituições socioassistenciais de Lagarto.

Participou da reunião, realizada na sede recreativa da APPIP no dia 12, a coordenadora do CRAS 1 de Lagarto, Marta Catarina Dantas de Almeida. Ela foi convidada pela Associação para divulgar aos produtores o trabalho que a entidade faz, falando “sobre o que é o papel do CRAS, de estar distribuindo os alimentos para as famílias. Vim passar para os agricultores mais uma força, um incentivo”, relata, confirmando a função social no PAA, ao justificar que as doações chegam sim até as pessoas. ”Falei da importância dos alimentos para essas famílias, do quanto está sendo bom para elas”.

O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, estabelece que além das pessoas que recebem o alimento, o produtor também se beneficia no PAA. “É um preço fixo por cada produto e que não varia com o mercado. Se um preço cair, o que é bastante recorrente, o produtor não leva prejuízo como acontece quando ele vende para os atravessadores. Isso facilita muito o planejamento das suas plantações, ele pode programar sua produção durante toda vigência do contrato com a Conab sabendo que receberá seu repasse, toda vez que fizer uma entrega à doação simultânea”, argumentou.

Josileide Martins de Carvalho Nascimento (Dona Dicuri) reconhece essa vantagem no PAA. Ela é agricultora irrigante no Perímetro Piauí e entrega coentro, couve e alface e diz que já contabilizou mais de 300 quilos de alimentos à doação, cerca de 40 por semana. “Essa é a primeira vez que participo e digo que compensa, vale apena”, contou. Na reunião com a Conab, considerou importante ter esse tipo de encontro. “É bom porque a gente fica sabendo mais ainda, ficou por dentro do assunto. Eu sei que está tudo certo, guardo os documentos numa pastinha, é bom ter o controle. O pagamento está indo bem, entrego numa semana e recebo na outra”, completou.

Para o presidente da APPIP, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), a reunião serviu para melhorar o conhecimento que tinham do PAA e reforçar a importância do Programa. “A partir de agora todo mundo vai se organizar mais, vai procurar colocar mais produtos, produzir mais. É uma alegria muito grande receber o superintendente da Conab do Estado aqui na nossa Associação, pela primeira vez. Ele veio esclarecer nossas duvidas e nós ficamos agora tranquilos, todo mundo está consciente do seu papel”, avaliou, reforçando estarem recebendo os pagamentos corretamente, após cada entrega.

José Carlos Felizola Filho, diretor-presidente da Cohidro, considera que a cooperação dada pela Empresa, ao PAA, vá além do auxílio técnico para a elaboração dos projetos. “Para produzir com a variedade e quantidade de alimentos que esses agricultores se propõe à Conab e durante um ano, em Sergipe não há como plantar sem irrigação. A irrigação pública, oferecida pelo Governo do Estado, propicia essa garantia para esses pequenos produtores, de que eles podem assumir o compromisso com o Conab e com as entidades beneficentes que, por sua vez, poderão se comprometer com as pessoas que atendem, de que esse alimento vai chegar nas suas mesas”, relevou.

De Malhador para Areia Branca
Cerca de 750 famílias em situação de insegurança alimentar em Areia Branca estão recebendo alimentos doados pelo PAA. Doações que são produzidas por agricultores da Astrapicica, de Malhador. Eles são todos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II e repassam os produtos para coleta realizada pelo CRAS do município vizinho. Raine Costa é coordenadora da entidade beneficente e acompanhou a Conab na visita feita à a Associação, no dia 15.

“O projeto é bastante organizado e vem beneficiando famílias carentes. Ele contribui bastante para essas pessoas que estão numa situação nutricional delicada. A gente que trabalha na Secretaria de Assistência Social conhece de perto a realidade dos habitantes de Areia Branca”, destacou, acrescentando que a doação é feita priorizando os mais necessitados. “Nós procuramos primeiro ir aos povoados, que tem uma maior necessidade. A gente entrega praticamente na porta de cada um e como a Associação nos repassa produtos de ótima qualidade, a população dá um bom retorno, eles estão bastante satisfeitos com o projeto”, reforçou Raine Costa.

PAA em Lagarto vai doar 296 ton. de alimentos via Perímetro da Cohidro

Entrega às entidades socioassistenciais – Foto: arquivo Gildo Almeida

Com objetivo de fornecer uma dieta balanceada e composta por alimentos saudáveis e naturais, com origem no próprio estado e destinada a populações em situação de insegurança alimentar, o Governo Federal, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desenvolve a modalidade “doação simultânea”, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Deste modo, a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, já entregou 84 toneladas de sua produção agrícola gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem 6.860 pessoas.

Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, quando terá que atingir as 296 toneladas de alimentos doados. Para participar, as entidades representativas dos agricultores propõem à Conab um projeto onde dizem o quanto podem fornecer, em produtos, durante um ano. Baseado neste volume, eles identificam o tamanho da população que podem beneficiar, por meio das doações e então definem as entidades, legalmente aptas a receber, que se enquadram neste perfil. Um planejamento complexo, onde a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o Perímetro de Lagarto, auxilia os irrigantes do Piauí e dos seus outros polos irrigados.

Obedecendo a uma tabela regional, o PAA remunera esses produtores a cada nova remeça de alimentos. Dinheiro que antes de começar a vigorar o contrato, é depositado em conta-conjunta bloqueada, como uma certeza de recebimento ao produtor. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, ser agricultor assistido pela Companhia Estadual, é uma segurança a mais ao Programa. “Para a Conab, nossos irrigantes são mais confiáveis de que vão cumprir o que foi proposto pelo projeto, graças à água ofertada pela irrigação pública. Uma garantia de produzir alimentos durante todo ano, ininterruptamente”, avalia.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445,00, como revela o Chefe da Divisão de Agronegócios da Empresa, Sandro Luiz Prata. “Além dos projetos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos, para entrar em vigência já em 2016: outro do Perímetro Irrigado Piauí de Lagarto, no Jacarecica II, em Malhador e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

Somadas todas as entregas realizadas pela APPIP neste acordo, R$ 551.450,00 serão divididos entre os 69 fornecedores inscritos. Uma garantia de compra da produção agrícola e por valores que não sofrem as variações provocadas pela especulação dos atravessadores. Mas ainda existe uma recompensa além da renda para esses agricultores: a de poder participar de um acordo que beneficia pessoas carentes. Para o presidente da Associação de Produtores, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), “está sendo uma benção. Comunidades que nunca tinham visto um projeto desses, agora estão numa alegria só. Estão radiantes com a qualidade dos produtos que estamos entregando”, relatou o dirigente da entidade que está executando seu quinto ano de participação no PAA, o 11º contrato em que tanto produtores irrigantes do Piauí, como a população carente de Lagarto, estão sendo contemplados.

É o que está acontecendo com os atendidos pelo Centro de Referência de Assistência Social José Francisco Rodrigues (Cras I) de Lagarto, onde a coordenadora da instituição, Marta Catarina Dantas de Almeida, elenca o perfil da população que recebe os alimentos quinzenalmente. “São pessoas muito carentes, que a gente já acompanha. Muitas são famílias que vivem só do Bolsa Família, em extrema pobreza. Isso levando em conta atender os locais mais próximos, para facilitar que eles tenham acesso”, explicou enumerando que são 1.300 pessoas dos bairros Jardim Campo Novo, Albano Franco, Loyola I e II, os assistidos com a doação de um total de 56 toneladas de alimentos e onde “o resultado está sendo positivo, a população está muito satisfeita”, completou.

Investimento no homem do campo

Recentemente, o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, pode ver de perto o trabalho de recolhimento e aferição do volume e qualidade dos produtos entregues pelos produtores, filiados da APPIP. “São mobilizações que justificam tudo que foi e ainda é investido, de recursos do Governo do Estado, na agricultura e irrigação pública. Forma consciência no agricultor de que é preciso se organizar, planejar, e ainda entender que aquilo que produzem serve também para combater a fome daqueles que são mais necessitados. Soube que em Sergipe, o acompanhamento realizado pela equipe da nossa Empresa é modelo de organização, exemplo a ser seguido nos projetos fora da nossa área de atuação. Tenho que parabenizar esses dedicados técnicos pelo trabalho que nos orgulha”, considerou.

Um dos que são assistidos pela Cohidro é Jodeclan Silva Santos, produtor rural no Perímetro Piauí que pela segunda vez que entrega para um projeto do PAA da APPIP. Para ele, o Programa auxilia na rentabilidade do agricultor. “Está ajudando bem. O que muda é que aqui na entrega é o preço, que está garantido. No atravessador todo dia muda o preço”, avaliou o irrigante que tem fornecido, em todo dia de entrega de produtos, uma média de 500 quilos de batata-doce, 60 de cebolinha, 80 de couve e 40 de alface. Ainda pela manhã ele chega à sede da Associação com alimentos que colhe bem cedo, fazendo com que as entregas às entidades, no início da tarde, sejam de produtos sempre fresquinhos.

Essa ajuda à população rural vai além da renda. Há casos em que o PAA auxilia no fornecimento de alimentos a famílias residentes no campo e em situação emergencial, sem acesso à suplementação alimentar necessária. É o caso dos povoados Boieiro, Barro Vermelho e Quilombo, também em Lagarto. Segundo Sandro de Oliveira Chagas, presidente da Associação Comunitária e Produtiva do Boieiro, nas localidades o solo e pedregoso, até para o pasto da criação de gado, principal atividade rural praticada no local. “A criação depende tudo de ração. 90% trabalham na roça própria, mas na nossa comunidade se plantar, não dá”, justificou.

O dirigente considera importante o apoio da Cohidro à APPIP, a quem primeiro procurou por ajuda e a Conab, por terem beneficiado Lagarto com este Programa, que diz só ter elogios. “Esta sendo conforme foi elaborado no projeto: no horário estabelecido e os produtos de boa qualidade, produtos de primeira. Não tem esse que viesse estragado, vem tudo organizadinho. A gente só tem a agradecer esse projeto maravilho e queremos ver se a conseguimos renovar de novo”, frisou Sandro Chagas, que representa os 1.960 moradores que vão receber, até o final do contrato, 84.564 quilos de alimentos.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, diz ser constante a atuação dos produtores em projetos de garantia de compra, como o PAA. “Temos a APPIP, mas também existe a Cooperativa de Produtores e a Associação de Produtores Orgânicos que sempre fornecem alimentos tanto nesta modalidade, de doação simultânea como no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), via Prefeitura. A Cohidro incentiva e está aqui para auxiliar e intervir em favor deles”, estabeleceu ele, informando que, no projeto em vigência, ainda são favorecidos o Cras 2, o Povoado Olhos D’água e adjacências, a Pia União dos Pobres de Santo Antônio e a Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância, todos em Lagarto.

Veja um álbum de fotos completo abaixo:

Agricultura orgânica cresce entre irrigantes pela Cohidro em Malhador e Riachuelo

Irrigação pública motiva a produção de hortaliças no Jacarecica II

Agricultura Familiar é aquela onde a mão de obra é em maior parte provida por seus entes; possui até quatro módulos fiscais, suprimindo a mecanização e na maioria dos casos, tem área de plantio anexo às residências. Esses são fatores que por si sós desqualificam o uso de defensivos agrícolas químicos neste modelo, que é o predominante no Jacarecica II. Nesse perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a área irrigada abrange Riachuelo e Malhador. Lá tanto existem produtores em processo de transição agroecológica, como orgânicos registrados e até certificados.

Raízes, frutas e folhosos são produzidos a níveis mínimos de agrotóxicos ou nenhum. 11 produtores rurais no Jacarecica II integram um Organismo de Controle Social (OCS), onde um registro feito junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) os qualificam somente a venda direta ao consumidor. Mas dois deles também pertencem a um segundo grupo de produtor orgânico, os que compõem a Associação dos Produtores Orgânicos do Agreste (Aspoagre), também agregada por agricultores dos perímetros da Cohidro em Itabaiana. Por meio dessa segunda entidade, eles têm sua produção orgânica garantida pelo selo da IBD-Certificações, permitindo assim a comercialização no mercado atacadista.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, reconhece que em todos os perímetros da Companhia que são voltados à agricultura, há grupos de agricultores se convertendo aos métodos agroecológicos. “O natural é que conforme eles fossem progredindo em suas áreas plantadas, recebendo irrigação contínua e assistência técnica da Empresa, eles fossem adquirindo o potencial para inovar. O cultivo orgânico tanto oferece vantagens, por rentabilizar melhor os produtos, quanto evita os riscos causados com a contaminação de quem trabalha e consome esses alimentos”, disse.

Essa está sendo a visão do produtor José Carlos de Andrade, agricultor de Riachuelo que produz em seus dois hectares irrigados no Assentamento Colônia Penha. Lá ele cultiva Couve, Cenoura, Quiabo, Coentro, Amendoim, Alface de vários tipos e Pimentão. Embora ele ainda lance mão aos agrotóxicos, ele tanto tem a preocupação de respeitar os prazos de carência dos produtos como também só usa em último caso. “A última vez que usei foi numa plantação de couve anterior a esta de agora, quando ela estava novinha deu um ‘fogo’, que sapeca a parte trás da folha”, admitiu.

A intenção de José Carlos é se tornar um produtor orgânico registrado e para isso, já toma atitudes visando a sua conversão de método produtivo. “De vez em quando eu dou uma passada de um preparado de Nim e urina de gado, o que evita o uso de veneno”, informou o agricultor, sobre a planta em que o extrato de suas folhas serve de inseticida natural e que é usada massivamente nos cultivos agroecológicos. O agricultor sente a necessidade da mudança quando vende seus produtos em feiras de Riachuelo e de Itabaiana. “Às vezes perguntam, tem gente procurando sempre, gente que quando descobre que não é orgânico desiste de comprar. Por isso a gente procura essas alternativas”, completou.

José Jenaldo Oliveira é o Técnico Agrícola da Cohidro que atende José Carlos. Ele acredita no que diz o produtor, porque ele consulta a assistência técnica da Empresa nesses casos, em que vê ser necessária a aplicação de defensivos. “Ele aqui é um dos melhores produtores, pela quantidade que produz e pela facilidade em que assimila nossas explicações. Não dá trabalho algum”, resumiu, considerando que no Jacarecica II são muitos outros produtores procurando um direcionamento mais voltado a agricultura orgânica, mesmo não possuindo registro junto ao MAPA ou uma certificação autônoma.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, a Empresa tem oferecido tanto os canais corretos para o produtor usar o agrotóxico, quanto à disponibilidade para a conversão agroecológica. “Seja usando veneno ou virando produtor orgânico, os técnicos da Companhia estão disponíveis ao atendimento direcionado. Mas se tratando do método mais seguro e rentável para as pequenas produções, é óbvio que o empenho de nossas equipes tem sido incentivar a produção livre de agrotóxicos, intercedendo por eles junto aos órgãos reguladores e dando a instrução correta aos grupos de orgânicos que vem se formando nos perímetros Irrigados”, confirmou.

Veteranos

Na Associação de Pequenos e Médios Empreendedores Rurais de Produção e Comercialização de Orgânicos do Município de Malhador (APM-Cultiva) são 14 integrantes do Assentamento Grupo dos 20 que participam, 11 deles referendados legalmente para a venda de produtos orgânicos. José Luiz dos Santos é produtor certificado pelo IBD e coordena as vendas na Feira Sobre Rodas, ônibus adaptado que atualmente vende, todas às quintas-feiras, aos funcionários das duas unidades da Petrobras em Aracaju. “Hoje sou responsável por fornecer os folhosos para a feira volante, mas temos também frutas e tubérculos orgânicos. Em breve vamos voltar a ficar um dia por semana no Shopping Riomar, assim que eles terminarem as reformas. Vamos ter até um local exclusivo para nós lá”, anunciou.

Adquirido através do Edital de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APL) de Baixa Renda, da Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (SEIDH), o veículo da APM-Cultiva tem como foco a venda em pontos estratégicos da capital Aracaju. Segundo o Gerente do Jacarecica II, Osvaldo de Oliveira Andrade, a irrigação da Cohidro tem possibilitado o cultivo de hortaliças, raízes, frutas e grãos pelos métodos orgânicos no Perímetro. “Os integrantes da Entidade cultivam no método orgânico melancia, maracujá, mamão, laranja, inhame, verduras e vendem nessa feira itinerante”, relatou.

Dernival Lima de Oliveira é um dos produtores orgânicos do Grupo dos 20. Ele explica que no APM-Cultiva, todos compartilham a responsabilidade com a qualidade dos alimentos produzidos pelo grupo e não só com a sua própria plantação. “Com a irrigação, produzo milho e macaxeira uma tarefa cada um, duas de inhame e parceria em mais uma tarefa de laranja, tudo orgânico. Dentre as medidas para garantir que o produto seja orgânico, temos um minhocário e usamos a adubação biológica com o ‘Biogeo”, relatou ele sobre o preparado fermentado com esterco animal e restos culturais.

Irrigantes da Cohidro vão doar 648 toneladas via Conab

Evento reuniu agricultores, representantes das entidades beneficentes e técnicos da Cohidro e Conab

Representantes de associações de produtores rurais dos perímetros irrigados e de entidades beneficentes estiveram reunidos quarta-feira, 13, com os diretores das companhias de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Nacional de Abastecimento (Conab). Na sede da Estatal Sergipana, houve a assinatura de dois contratos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) federal, que consolidou a doação de quase 240 toneladas de alimentos, beneficiando mais de sete mil pessoas em insegurança alimentar durante um ano.

Esse montante é só parte dos contratos que em 2015 foram liberados, pela Conab, para execução. Ao todo foi autorizada a compra 648.265 quilos de alimentos, de 171 produtores irrigantes, sob a remuneração total de R$ 1.367.445 e que beneficiarão, pelos 12 meses de vigência de contrato, 18.260 pessoas. São agricultores que cultivam nos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Ribeira em Itabaiana e Jacarecica II, estes de Malhador. Serão beneficiados com cestas de alimentos in natura ou na preparação de refeições, os assistidos por entidades beneficentes de Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Lagarto, Itabaiana e Areia Branca.

Emanuel Carneiro, Superintendente Estadual da Conab, ressaltou a longa parceria entre as duas Companhias, onde a Cohidro assessora os agricultores a formalizarem os seus projetos para o PAA, na modalidade de “doação simultânea”. “Fizemos hoje a assinatura da ata que autoriza o inicio da doação dos produtos. Então, a partir de agora, essas instituições já estão aptas a entregar os produtos. À medida que eles prestam conta, é feito o faturamento na nossa unidade e automaticamente a gente já autoriza o banco a desvincular e liberar o valor relativo aquela prestação”, disse.

Astrapicica

A Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica), de Malhador é a proponente do projeto de PAA no valor de R$ 263.995, correspondente a compra de 135,7 toneladas de alimentos de 35 agricultores, para a doação simultânea beneficiando 3,5 mil pessoas. Luiz Alves de Oliveira, presidente da entidade, conta que ele os produtores envolvidos no projeto conseguem melhores preços para o Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora e Abobrinha, na as entregas.

“Para nós, é muito benéfico, porque conseguimos nos livrar do atravessador, que não vai mais em nossa porta. Compensa muito, já tem ano que o atravessador está comprando o saco de Batata-doce por R$ 10, e a Conab comprar por R$ 32. A vigência do contrato é de um ano e assim o preço que fica assegurado para este período”, contou Luiz Alves, que explica que a Empresa Sergipana atua em toda elaboração do projeto. “O que mais ajuda a gente é a credibilidade da Cohidro, esse projeto feito por Sandro tem muita facilidade de ser aceito, a Conab acredita no projeto”, completou.

Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata informa que a Astrapicica é uma associação que está ativa no PAA desde 2009. “A entidade participou do PAA propondo cinco projetos, totalizando R$ 873.510 pagos aos 207 produtores, correspondente a mais de 500 toneladas de alimentos doados a quase 20 mil pessoas”, confirmou o Técnico que na Empresa. Ele atua indo até cada uma das associações para reunir produtores, assessorando na formalização dos seus projetos e orientando de que forma deverão se comportar, depois das propostas aceitas.

Neste projeto a entidade que receberá os alimentos é o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. O Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Meio Ambiente, José Agnaldo dos Santos, na reunião representou a beneficiaria. “A gente vai entregar a três povoados bem necessitados. A prefeita esta maravilhada e com urgência para entregar, porque são muitas pessoas para receber na comunidade. Vai ser uma distribuição feita anotando no documento, pra depois a gente prestar conta tanto à Cohidro quanto a Conab”, advertiu, comunicando ser a quarta doação simultânea do PAA que participam em menos de um ano, antes recebendo suco de uva, leite em pó e feijão.

Até 2013, Sergipe era atendido pela Conab na Bahia e o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considerou que a vinda de uma unidade da Companhia para o Estado só contribuiu com as equipes da Cohidro e as entidades proponentes e beneficiadas. “O Governador Jackson Barreto foi excelente ao cobrar do Governo Federal e assim viabilizar a vinda de uma Superintendência para nosso Estado. Isso facilitou muitíssimo o acesso aos programas e para nós, foi um voto de confiança em nossa capacidade de gerir os projetos para receber os recursos. O que retribuímos com o trabalho, instruindo e auxiliando cada vez mais agricultores para serem proponentes”.

Povoado São José

Paulo Souza Melo é o presidente da Associação dos Moradores de Amigos do Povoado São José, que é a outra entidade proponente ao PAA que possui recursos já liberados para a comercialização dos alimentos. Para o produtor e líder do grupo participante pela terceira vez com um projeto, é um benéfico que compensa para o agricultor. “A estabilização dos preços seria uma das vantagens. Em poucas oportunidades o preço de mercado está maior que o pago pela Conab. E a Cohidro tem um papel primordial, na elaboração dos projetos, no acompanhamento, na distribuição, inclusive na arrecadação dos produtos. Sem a Cohidro dificilmente se realizaria esse trabalho”, revelou.

“Formada por agricultores irrigantes do Perímetro da Ribeira, em Itabaiana os 34 produtores da Associação vão fornecer 103.175 quilos de alimentos, sub uma remuneração de R$ 272.000 que vai beneficiar 3,6 mil pessoas atendidas pelo Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole”, informou Sandro Prata da Cohidro.

Sandro assinala que também já possuem projetos, liberados para execução, a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, também do Perímetro da Ribeira e a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), esta de Lagarto. “Ambos projetos somam mais de R$ 800 mil em recursos para adquirir alimentos em quantidade superior a 400 toneladas. Estão somente aguardando a liberação da verba federal, o que pode ocorrer à qualquer momento”, acrescentou.

Lania Ribeiro é assistente social e gestora de projetos sociais da Entidade da Barra dos Coqueiros, que prepara refeições para as crianças da creche e aos jovens que participam de oficinas culturais ou da programação da Rádio Comunitária que fica na sede do Centro, ou então o alimento que recebem das doações é distribuído às famílias de baixa renda da mesma comunidade. Esta será a segunda vez que a ONG participa como beneficiária de um projeto de “doação simultânea” oriundo de um perímetro irrigado da Cohidro.

“O que a gente sempre conta, é que tem uma grande diferença de quando a gente passou a receber os alimentos e antes. A qualidade da alimentação na comunidade que a gente atende mudou muito, dos idosos e principalmente das crianças, que chegam lá de manhã sem ainda terem feito uma refeição e a gente tem alimentação para oferecer. Da nossa parte, é um trabalho sério de preparo, de distribuição e principalmente de conservação, para não haver desperdício ou qualquer perda”, relatou Lania Ribeiro.

Balanço do PAA

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista que desde 2008, quando a Empresa passou a prestar assessoria aos produtores proponentes ao PAA, os perímetros irrigados comercializaram mais de 3 mil toneladas de alimentos, que foram doados para 114.977 pessoas e que remuneraram 1.284 agricultores em quase R$ 6 milhões. “Quero agradecer a minha equipe que cuida destes projetos: o Sandro, a Gerente de Desenvolvimento Agrícola Sônia Loureiro e os gerentes dos perímetros irrigados, pelo excelente trabalho que têm feito. Aqui o programa sempre foi muito bem-vindo, porque é fantástico, tanto beneficia o produtor como às entidades”.

Cohidro palestra na Colônia de Férias da SEEL

Nesta sexta-feira, 25, os cerca de 120 alunos, de 11 a 14 anos, matriculados nas três escolas de esporte de Aracaju – geridas pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) – participaram da Colônia de Férias organizada pelo Órgão com apoio do Serviço Social do Comércio (Sesc), no Parque dos Cajueiros, Zona Sul da Capital. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) foi convidada a participar das atividades do evento, com palestra sobre cultivo de hortaliças e agricultura orgânica, ministrada pelo técnico agrícola Tito Reis.

A manhã foi reservada para os jovens, que além do passeio no ambiente natural do Parque, praticarem atividades recreativas, com jogos, brincadeiras, oficina de maquiagem teatral, mas também partiu da Seel a iniciativa de acrescentar uma temática educativa ao cronograma do evento, como explica a coordenadora do Setor de Lazer do Órgão, Lilia Boaventura, que contou, ao todo, com o apoio de 12 professores estagiários da Secretaria, dois coordenadores de ensino e mais duas enfermeiras.

“Convidamos a Cohidro para que possamos trazer a eles não só o conhecimento sobre esportes, mas também como é feito o plantio de mudas de hortaliças, de que forma é cuidada e colhida. Isso pensando no que eles poderão ser no futuro, no mercado de trabalho, para quem sabe se tornarem um técnico agropecuário, um engenheiro agrônomo”, explicou a coordenadora Lilia, que também solicitou à Companhia mudas de hortaliças que foram distribuídas entre os alunos, para levarem para casa e terem a experiência de cultivar uma planta e depois a consumir como alimento.

Palestra educativa

O técnico Tito Reis, especialista em agricultura orgânica e que presta assistência técnica aos perímetros irrigados Jacarecica II (Malhador, Riachuelo e Areia Branca) e Califórnia (Canindé de São Francisco) da Cohidro, explicou às crianças qual é o trabalho realizado pela Companhia, prosseguindo com uma iniciação ao processo de plantio de mudas de hortaliças pelos meios convencionais, concluindo com a temática da produção agroecológica e abrindo espaço aos alunos fazerem perguntas sobre o assunto. “Demonstrei a eles como é este nosso trabalho de conscientização dos agricultores para a conversão aos métodos agroecológicos de plantio, principalmente na horticultura, demostrando que para nós, que consumimos, é muito mais sadio o alimento orgânico”, relatou.

Fazendo perguntas ao técnico e levando as mudas doadas pela Cohidro para casa, depois das brincadeiras, os alunos participaram ativamente da palestra oferecida pela Companhia. Daniel Menezes, 10, é aluno da Escola Municipal Letícia Soares e no turno oposto, pratica e aprende na Escola de Esportes José Gerivaldo Garcia, no Bairro Santo Dumont em Aracaju, uma das unidades da Seel. Ele disse que come hortaliças “às vezes sim, às vezes não”, mas o que gosta mais é de tomate.

“O que eu aprendi hoje é muito importante para vida, vou contar para minha mãe que foi muito bom, que aprendi muito sobre as plantas e que talvez seja bom que a gente plante uma horta em casa”, relatou.

Carla Daniely Machado da Silva, 13, cursa a 5ª série no Colégio Estadual Olavo Bilac e também é aluna na Escola de Esporte do Santo Dumont, onde gosta de praticar vôlei. Ela conta que em sua casa sempre come verduras, que a mãe compra em feiras livres. “Entendi como plantar, do jeito certo, as verduras. Agora sei como funcionam as coisas de onde vêm as verduras que comemos”, contou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, salienta que a Companhia contribui com a conscientização da sociedade sempre que existem oportunidades como a oferecida pela Seel. “Além da assistência dada ao agricultor, também contribuirá com esta agricultura familiar se cada vez mais pessoas ficarem cientes desta produção, principalmente da orgânica, mais saudável. Não há forma mais verdadeira de fazer entrar este conceito, nas casas das pessoas, que não seja pelas crianças”, considerou.

Escolas de esportes

As unidades de ensino da Seel têm como um dos objetivos revelar talentos em diversas modalidades esportivas, mas também contribuiu com uma função social na vida destes jovens, como expôs o professor estagiário de Educação Física, Carlos Campos Neto, da Escola de Esportes Professor Kardec, no Bairro Santa Maria, em Aracaju. “Nosso trabalho educativo é 100% para fazer a inclusão social através do esporte, para que eles tenham uma atividade para fazer no horário oposto da escola”, comentou.

Além da José Gerivaldo Garcia e Professor Kardec, a Seel ainda possui o Complexo Esportivo Josefa Silva Santos – Dona Finha, no Bairro Industrial, em Aracaju e a Escola de Esportes Raimundo Rodrigues, em Malhador. São atendidas, ao todo, mais de 3 mil crianças e adolescentes, de 8 até 17 anos, oferecendo espaço adequado e professores para 15 praticas esportivas: Boxe, Judô, Jiu-Jitsu, MuayThay, Tae-kwon-do, Karatê, KickBoxing, Basquetebol, além de Futsal, Futebol e Voleibol, Handebol, Basquete e Badminton.

Irrigante da Cohidro em Malhador colhe macaxeira gigante

Raízes da macaxeira gigante tem de 40 a 50 quilos ao todo

Soma de água farta para irrigação com uma adubação rica em nutrientes está fazendo com que o agricultor Adalberto dos Santos colha raízes de macaxeira que impressionam, devido ao tamanho fora padrão da espécie vegetal, em sua plantação, com túberos que podem pesar até 15 quilos e ter 60 centímetros de comprimento. Ele é um dos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no município de Malhador.

Seu lote de 5 hectares fica no Assentamento Dandara que é atendido pela Cohidro. Nele, Adalberto tem lavoura de milho, batata-doce, inhame, abobrinha, amendoim, mas são suas duas tarefas de plantio da macaxeira – também conhecida como aipim ou ainda mandioca-mansa – que o tem feito, ao mesmo tempo que contente, um pouco inconformado. “Assisto os jornais mostrando outros agricultores colhendo a macaxeira e dizendo serem as maiores do Estado, quando olho a que colho aqui, vejo que são maiores, mais produtivas. Nesse meu pé aqui mesmo, devo tirar entre 40 e 50 quilos”, conta o agricultor, enquanto mostra as raízes do seu pé plantado há 8 meses atrás.

PAIS
Adalberto Santos, além de contar com o fornecimento de água contínuo do Perímetro Irrigado e assistência dos técnicos da Cohidro, é um dos agricultores familiares atendidos pelo Programa de Agricultura Integrada e Sustentável (PAIS) e recebeu do convênio – entre a Companhia, o Sebrae, Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – o kit de irrigação, bomba e caixa d’água, materiais para construção do galinheiro e o plantel de 10 galinhas e um galo , fato este que explica um pouco do segredo de suas macaxeiras “gigantes”.

“Eu uso muito esterco das galinhas junto da irrigação constante por micro aspersão. Não deixo a água faltar”, complementa o agricultor que hoje cria as “filhas” e “netas” das aves que ganhou do Projeto, há cerca de 3 anos, lhe fornecendo ovos, carne e adubo orgânico. O PAIS também é um projeto agroecológico, porque dispensa o uso de ações prejudiciais à natureza, como o uso de agrotóxicos, o desmatamento e as queimadas. É integrado, pois alia a criação de animais com a produção vegetal, e ainda utiliza insumos da propriedade em todo o processo produtivo.

O técnico agrícola da Cohidro, José Ginaldo dos Santos, conta que não é difícil encontrar, nos lotes dos outros irrigantes, produções de macaxeira similares à de Alberto. “Dependendo dos lotes, conforme for o cuidado do agricultor, pode chegar a ter este resultado. O Adalberto é um exemplo bem sucedido, tem sempre mais de um lote de macaxeira ao mesmo tempo e sempre que colhe um, tem outro para colher na sequência. Mas usa a rotação de cultura, onde as próximas lavouras vão ser cultivadas em outros locais da propriedade, nunca repetindo a mesma cultura num mesmo lugar, fazendo o descanso do solo, com culturas de menor periodicidade”, comentou.

Irrigação o ano inteiro
Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, fica maravilhado ao saber do resultado obtido na plantação do agricultor e orgulhoso de participar deste processo produtivo. “É uma dádiva, ver essa gente trabalhadora, se favorecendo das políticas públicas de apoio à agricultura, oferecidas pelo Estado. Água é vida, que faz estas plantações cada vez mais prósperas, trazendo renda para agricultura familiar. No Jacarecica II, são 30 milhões de metros cúbicos armazenados em nossa barragem – o maior volume d’água de Sergipe, depois do Rio São Francisco – disponíveis para irrigação em uma área de 820 hectares, que abrange Malhador, Riachuelo e Areia Branca. Nossa barragem, devido sua altitude, abastece todos os lotes por meio da gravidade e a oferta de água é o ano inteiro”, relaciona.

Gerente do Jacarecica II, Osvaldo de Oliveira Andrade admite que a produção do agricultor impressiona, mas confirma que a irrigação é fator primordial para ter este resultado. “Realmente é grande a raiz, grossa, chega a dar 50 centímetros de circunferência. Mas se não fosse a irrigação, dependendo só do ciclo das chuvas, essa macaxeira, por exemplo, levaria de um a um ano e meio para crescer ao ponto de colher, contra os oito meses que eles conseguem por serem irrigantes. O que favorece no tempo de colheita, também favorece na produtividade”, esclarece, explicando que geralmente os agricultores do Perímetro plantam a macaxeira em agosto para colher em abril do ano seguinte.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.

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