Perímetro Piauí comemora Dia da Água com a comunidade escolar de Lagarto

Palestra de Overland é ponto alto do Dia da Água no perímetro Piauí

Como tradicionalmente já ocorre há alguns anos, o Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, realiza uma programação de atividades alusivas ao Dia da Água, comemorado em 22 de março. Sob o tema: “A resposta está na natureza – Uso de soluções baseadas no meio ambiente para resolver problemas de gestão dos recursos hídricos”, a gerência do Piauí, que é uma unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), preparou uma tarde voltada a conscientização das crianças e jovens das escolas convidadas. Terá concurso cultural, música, dança, teatro e culmina com a palestra do meteorologista Overland Amaral.

O perímetro Piauí engloba o atendimento de 421 lotes agrícolas no município de Lagarto, há 75 km de Aracaju, aos quais fornece água para irrigação através de sua infraestrutura de captação na barragem Dionísio Machado. Em 2017, esses agricultores familiares assistidos produziram 9,5 mil toneladas de alimentos e geram renda em anual de R$ 16,3 milhões na comercialização da produção agrícola.

Nesta mesma área de abrangência aonde chegam as tubulações da Cohidro, a empresa também presta o serviço público de assistência técnica agrícola e desenvolve frequente trabalho fiscalização e conscientização na preservação do meio ambiente e do consumo racional da água. Nisso ainda se inclui o incentivo à conversão da agricultura convencional para a orgânica, em que se dispensa o uso de agrotóxicos e se adotam meios sustentáveis e ecológicos de manejo das plantas. Esse knowholl de atuação junto aos produtores rurais é o que influi e permeia a temática da realização do Dia da Água no perímetro irrigado, todos os anos, fazendo-o chegar à comunidade.

Autoridade em Sergipe quando o assunto é a Climatologia, Overlan Amaral é meteorologista da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e pela segunda vez palestra no Dia da Água do perímetro, tendo como plateia os estudantes da rede de ensino de Lagarto, produtores rurais do polo irrigado e servidores da Cohidro.

Estes estudantes também terão sua parcela de participação ao exporem seus trabalhos sobre a importância da água e preservação do meio ambiente, concorrendo a uma premiação simbólica, seguindo o grau de relevância da apresentação e pesquisa mostrada por cada grupo. Serão atividades anteriormente provocadas pelos educadores em sala de aula, adotando o tema do Dia da Água. E para eles, também estão sendo preparadas as apresentações artísticas musicais, com a Banda Louca Tentação; de teatro e humor com o Palhaço Pilombeta e a bela apresentação de dança da Escola de Ballet Promenade.

Origem do Dia Mundial da Água
Em 22 de março de 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a ‘Declaração Universal dos Direitos da Água’, texto que apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água. No ano posterior, através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993, a instituição então determinou o dia 22 de março como data oficial para comemorar e realizar atividades de reflexão sobre o significado da água para a vida na Terra.

O que: Dia da Água no Perímetro Irrigado Piauí
Quando: dia 22 de março, das 14h às 17h
Onde: Perímetro Irrigado Piauí – Rodovia SE-270, S/N, Pov. Moita Redonda, Lagarto-SE

Batata-doce no Piauí e modernização da irrigação pública em Itabaiana

O programa Sergipe Rural deste sábado mostrou que os produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, optando cada vez mais pelo cultivo da batata-doce, pela facilidade e menor custo no cultivo e pelo mercado mais atrativo.

E o programa também foi até os perímetros da  Ribeira e Jacarecica I, mostrar o que muda na agricultura irrigada com a assinatura das ordens de serviço para modernização do sistema de irrigação deste polos de produção, feita pelo governador Jackson Barreto no último dia 9. Uma das ações do Programa Águas de Sergipe.

Cohidro recebe visita e demandas de Goretti Reis e moradores de Riachão do Dantas

Na manha desta quinta-feira, 15, os diretores Jorge Kleber Soares Lima (presidente interino) e Paulo Henrique Machado Sobral (Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola) da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) receberam a visita da deputada estadual Goretti Reis, acompanhada de moradores da comunidade Limoeiro, em Riachão do Dantas. Na pauta do encontro, o agradecimento por ações executadas pela empresa, na região de Lagarto e Simão Dias, e solicitações para perfuração de poços e ampliação de sistemas de abastecimento nestes três municípios.

Segundo Paulo Sobral, a partir da semana que vem inicia o atendimento das demandas trazidas pela deputada. “Primeiro enviaremos equipes na área de Geologia para os locais onde se fazem necessários novos poços, para fazer a locação e Engenheiros Civis avaliam de que forma podemos ampliar a capacidade de operação dos sistemas existentes”, colocou. Segundo ele, são sistemas de abastecimento que, devido ao aumento populacional, deixaram de poder atender à demanda das povoações em crescimento.

Já o presidente interino da Cohidro, agradeceu à visita de Goretti Reis, expondo que a empresa está de portas abertas à comunidade e seus representantes. “É uma satisfação enorme saber, diretamente dos deputados, prefeitos e vereadores que aqui chegam, que nossas ações têm surtido o efeito pretendido. Principalmente quando se trada do fornecimento de água para estas populações que estavam sem acesso e que agora passam a ter, depois das ações de nossas equipes. Exemplo disso se fez nos povoados Piabas e Tapera do Saco, em Lagarto,  e Sítio Alto e Assentamento Maria Bonita, em Simão Dias; onde perfuramos poço, construímos reservatório e rede de distribuição que leva água até as casas de 1.600 pessoas”, listou Jorge Kleber.

“O comprometimento dos diretores da Cohidro nos deixa satisfeita porque é a certeza de que poderemos atender mais essa solicitação da população. Tudo só pode ser definido após estudos do local, o que será feito nos próximos dias. São pessoas que sofrem com a falta de água, principalmente no período de estiagem. Um poço seria uma forma de amenizar a situação daquelas pessoas. Como parlamentar precisamos intermediar essas demandas e os anseios dos sergipanos”, ressaltou Goretti Reis.

Ascom/Cohidro com informação da Ascom/Goretti Reis

 

Povoado Piabas tem abastecimento de água residencial implantado pela Cohidro

Dona Creusa Natália diz que a água é de boa qualidade, para todo uso da casa – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Sistema de abastecimento residencial em funcionamento no Povoado Piabas, em Lagarto, é um dos 40 instalados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em 2017. Lá, são 42 famílias que dependem dessa água fornecida diariamente para todas as funções da casa. Rede provida a partir da captação em poço, também perfurado pela empresa, na obra foram investidos R$ 100.000, como parte dos R$ 2 milhões obtidos em convênio com a Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh).

Além do Piabas, em Lagarto (75 km de Aracaju) também foram assistidas as 95 famílias residentes no Povoado Saco da Tapera, que recebeu sistema de abastecimento idêntico no mesmo convênio. Em Simão Dias (há 10 km da capital) um sistema no Povoado Sítio Alto e outro no Assentamento Maria Bonita completam os 1.605 habitantes atendidos nos dois municípios, investimento total de R$ 402.084,10.

As benfeitorias, todas abastecidas pela água subterrânea dos poços da Cohidro, levam a infraestrutura hídrica às localidades que são tanto distantes das redes convencionais de distribuição, como também têm população reduzida, tornando técnica e economicamente inviável a construção de um acesso para as adutoras de grande vazão de água. “Tal demanda, torna indispensável a atuação da nossa empresa. Sem esta intervenção do Governo do Estado, o acesso à água nessas localidades continuaria sendo precário e demandando esforço por parte dos moradores, em ir buscar a água percorrendo grandes distâncias”, avaliou o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola.

Creusa Natália Maria dos Santos, dona de casa que mora há 30 anos no Piabas, sabe bem da dificuldade que ela e os outros 210 habitantes na localidade enfrentavam antes do sistema de abastecimento. “A água antes aqui era de tanque, mais barro do que água e muito distante. Representou uma beleza pra gente, para comunidade toda, porque aqui a gente vivia sem água, pagando carrocinha de água de R$ 10”. Indagada quanto à qualidade da água, ela é objetiva ao responder. “Água boa, dá pra usar pra tudo, até para beber, e dá para usar na casa, não falta. Estou muito feliz por essa riqueza que Deus mandou”, agradece a moradora.

Paulo Henrique Machado Sobral, diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Companhia, lista as atividades realizadas no Povoado Piabas e os materiais demandados para a implantação do sistema de abastecimento de água. “Fizemos a instalação do poço, colocando bomba e quadro elétricos, para elevar a água a um reservatório de 10.000 litros. O reservatório ficou instalado em base elevada de concreto armado, com 6m de altura, que construímos. No percurso percorrido pela água para subir até o reservatório e depois descendo, para passar na porta das casas, foram 1.126 metros em tubulações para formar a rede de água. Isso fora os tubos usados nas ligações domiciliares”, enumerou.

Convênio Seidh
Ainda Segundo o presidente Felizola, o convênio com a Seidh gerou muitos benefícios à população rural do estado, contribuindo com o trabalho de várias linhas de atuação da empresa. “Dos R$ 2 milhões em recursos da Seidh, oriundos do Funcep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza), o que não foi utilizado nos quatro sistemas de abastecimento, uma parte foi destinado à aquisição dos materiais utilizados na perfuração, tais como bentonita (fluído de perfuração), revestimento, filtro e pré-filtro, suficientes para 20 novos poços. Mas aonde mais direcionamos as verbas, foi na recuperação de 12 barragens de médio porte em todo estado. Obras que limparam e prepararam estes tanques escavados para que, no período de chuvas, acumulassem o máximo de água e na seca dessem um período prolongado de resistência ao sertanejo, principalmente ao pequeno criador de gado”.

 

Sistema de abastecimento de água residencial no Povoado Piabas

Creusa Natalia Maria dos Santos, dona de casa, mora há 30 anos no Povoado Piabas, em Lagarto. Localidade beneficiada com um sistema de abastecimento de água residencial instalado a partir de poço perfurado pela Cohidro. “Água antes aqui era de tanque, mais barro do que água e muito distante. Representou uma beleza pra gente, para comunidade toda, porque aqui a gente vivia sem água, pagando carrocinha de água de dez reais e pra gente aqui foi uma riqueza que Deus mandou”.

Incluindo Dona Creusa, são 210 pessoas beneficiadas na Comunidade. “Água boa, dá pra usar pra tudo, até para beber, e dá para usar na casa, não falta. Estou muito feliz por essa riqueza que Deus mandou”.

 

 

Imagens Dinfra/Cohidro e Portal Lagarto Notícias

Orgânicos em Lagarto recebem práticas extensivas para avaliar qualidade de solo

IFS – São Cristóvão faz aulas práticas no Perímetro Irrigado Piauí beneficiando produtores  
Produtores participam de coleta de solos e aprendem mais de como fazer periodicamente a amostra de solo – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Produzir alimentos a partir do método orgânico, ou seja, sem a adoção de defensivos agrícolas industriais que possam oferecer algum risco de contaminação ao solo, a água, ao trabalhador e o próprio alimento; tem sido um desafio à agricultura familiar. Principalmente porque geralmente são lavouras que migraram do método convencional, onde antes a solução de qualquer problema passava pelas bulas agroquímicas. São unidades produtivas que não foram iniciadas, às vezes pelos seus pais e avós, pensando na Agroecologia como o diferencial do produto que vão oferecer no mercado.

Buscar soluções alternativas aos agrotóxicos requer muito do conhecimento prático do agricultor, do ‘errar para poder acertar’, mas não dispensa a ajuda do meio acadêmico-científico. Principalmente quando se tem por perto um corpo docente de especialistas nessa nova área dos saberes, como é o caso do curso superior tecnológico em Agroecologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS-SE), que funciona em seu campus de São Cristóvão, há 26 km da capital. A instituição tem utilizado de seu expediente de preparação dos novos ‘agroecólogos’, aplicando atividades acadêmicas em áreas produtivas de muito potencial, mas que requerem bastante atenção diante do histórico de intensa produção agrícola por métodos convencionais: os perímetros irrigados.

Mais uma destas ‘aulas práticas’ se deu no dia 6 de março no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, município distante 75 km de Aracaju. Desta vez, o trabalho de estudo foi na coleta de amostras de solo, para a análise laboratorial de seus componentes, buscando encontrar soluções agroecológicas às deficiências minerais que farão falta à planta que for ali semeada. Para tal, foram escolhidos seis lotes de agricultores já consolidados na produção orgânica e integrantes de uma Organização de Controle Social (OCS), grupo formado desde 2010 e que conquistou, junto ao Ministério da Agricultura (MAPA), a autorização para comercialização do orgânico diretamente com o consumidor ou em programas governamentais de compra da produção agrícola familiar.

Quem organizou a visita acadêmica aos lotes do ‘Piauí’ foi a professora e doutora em Ciências Sociais Gleise Prado da Rocha Passos. Seus alunos coletaram cerca de 10 amostras de solo, há 10 cm da superfície, em cada uma das seis propriedades. As 10 partes de terra, obtidas uma em cada ponto diferente das áreas de plantio, foram então misturadas para que seja feito o diagnóstico homogêneo da situação do lote. “Depois, estas serão analisadas pelo Laboratório de Solos do IFS, coordenado pela Professora Liamara (Perin)”. Ainda segundo a especialista, este foi só um primeiro trabalho de campo, que vai se estender em atividades que renderão novas idas ao perímetro. “Pretende-se realizar uma ação de extensão rural. Num segundo momento retornaremos para ministrar oficinas pedagógicas sobre as culturas adequadas aos diferentes tipos de solo”.

Redução de custos
Para a doutora em Solos, Liamara Perin, “a agroecologia busca aumentar os níveis de matéria orgânica nos solos pela aplicação de adubos orgânicos, que são em sua maioria resíduos, mais completos nutricionalmente”, ensina. Ela terá a missão de emitir o parecer das amostras de solo retiradas dos lotes orgânicos do perímetro irrigado e justifica, do ponto de vista econômico, a necessidade da realização dos testes laboratoriais também na produção orgânica. “A realização da análise de solo permite ao agricultor conhecer o nível de fertilidade do seu solo e adubar apenas o necessário. Dessa forma, buscará aumento de produtividade evitando gastos com aplicação de adubos sem necessidade”.

Redução de custos na produção agroecológica corrobora com o que diz o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, ao justificar as dificuldades encontradas por estes produtores. “Aos poucos isso está mudando, mas quem se dispõe a consumir o produto orgânico ainda está concentrado nos grandes centros urbanos, distantes do produtor. Fazer o produto chegar lá diminui do retorno financeiro que eles conseguem, intensificado com o percentual de perdas de safras que é muito maior, quando não se pode usar agrotóxicos. Contrapondo a isso, temos feito um trabalho para criar novos mercados, a partir de campanhas e eventos de apresentação deles às comunidades do local onde produzem”, explicou.

Já o presidente interino da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima, considera fundamental esse apoio oferecido pelo IFS-SE, colaborando com as equipes da própria empresa. “Nossos engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas foram responsáveis por muitos casos bem-sucedidos de conversão à agricultura orgânica. Temos até o exemplo do produtor Delfino Batista, que tanto compramos seus alimentos semanalmente aqui em nossa sede, como também o indicamos para as feiras especializadas realizadas por outros órgãos. Mas ainda existe muita gente que optou pelos orgânicos e que requer um acompanhamento extra ao que nós damos aos mais de 2.000 lotes que provemos irrigação e assistência. É muito bom poder contar com este apoio dos acadêmicos. Serão sempre muito bem recebidos em nossos perímetros nessa intenção de ajudar”.

Delfino Batista do Nascimento, que vive exclusivamente da produção orgânica há 8 anos, há tempos já aderiu ao uso da análise de solos em sua propriedade. Como os estudantes precisam diferenciar o certo do errado, também foram coletadas amostras de seu lote. “Aqui pelo menos é bom, porque fica sabendo como está nosso solo, direito, e aí nós vamos trabalhar com a recomendação que vem de lá. Quase todo ano, eu faço. Igual ano passado, eu fiz, sempre faço análise de solo. Só coloca a adubação recomendada”, orienta o produtor que disse que enquanto estiver dando certo os resultados do laboratório, vai continuar fazendo deste modo.

Vizinho de fundo de Delfino está o lote do seu irmão, Raimundo Batista Nascimento. Incentivado pelo exemplo na família, começou na prática orgânica depois e diz ainda ter dificuldades para investir na conversão da produção convencional – que ele utilizou por mais de 30 anos – para a que usa os métodos agroecológicos. “Rapaz, vai ser muito bom, porque a gente não está tendo esse acompanhamento. Vocês fazendo isso para gente, a gente agradece muito, porque é um incentivo muito grande e nós preparamos mais o nosso terreno, fica bem melhor”, considerou. Incentivado pela prática dos alunos, ele aguarda os resultados laboratoriais do seu solo e a orientação técnica de como aplicará isso em sua lavoura. “Tenho intenção de fazer por conta própria, se vocês ajudarem a gente, vamos agradecer muito”.

O graduando Jonathas Bruno Santos, que já foi estagiário da Cohidro e conhecem bem o perímetro, talvez seja um dos principais responsáveis pela sua classe ter escolhido o ‘Piauí’ para a realização das aulas práticas que, embora culmine numa avaliação físico-química das amostras de solo, está sendo realizada a partir de uma disciplina acadêmica das Ciências Sociais. “Através da Extensão Rural, visamos contribuir para a elevação da qualidade de vida das famílias dos produtores rurais. O objetivo é o de realizar um dia de campo em Extensão Rural, juntamente com os produtores orgânicos assistidos pela Cohidro”, descreveu.

Quiabo fertirrigado no Perímetro Piauí

Quiabo fertirrigado de Gideon Dias, no Perímetro Irrigado Piauí. Um desafio encarado pelo produtor, já que o quiabo é um cultivo bastante regional e as marcas importadas que trabalham com esta tecnologia não possuem produtos específicos para este tipo de plantação. Foi preciso improvisar, mas o resultado é positivo, como se vê o quiabeiro bastante vistoso.

Neste sistema, os nutrientes diluídos na água de irrigação são levados ao pé da planta em mangueiras de gotejamento, sem desperdícios de produtos nem de água, sem necessidade de mão de obra para a adubação de lance.

IFS fará aulas de extensão rural e correção de solos no perímetro da Cohidro em Lagarto

Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Próxima terça-feira, 6, estudantes do curso superior em Agroecologia do campus São Cristóvão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS) farão visitas monitoradas a lotes de Agricultura Orgânica inseridos no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, 75km da capital. Nesse dia de campo e extensão rural, os alunos orientarão os agricultores em como fazer a coleta de solos para medir seus níveis de nutrientes. Posteriormente as amostras passarão por análise no Laboratório de Solos da instituição de ensino.

Essas amostras, após serem feitos os testes laboratoriais, terão o resultado analisado pela doutora em Solos do IFS, Liamara Perin, que fará as orientações para a adubação orgânica. “A realização da análise de solo permite ao agricultor conhecer o nível de fertilidade do seu solo e adubar apenas o necessário. Dessa forma, buscará aumento de produtividade evitando gastos com aplicação de adubos sem necessidade. A Agroecologia busca aumentar os níveis de matéria orgânica nos solos, pela aplicação de adubos orgânicos que são em sua maioria resíduos, mais completos nutricionalmente”, explicou. Em data posterior, os estudantes retornarão ao perímetro Piauí para devolver a análise e explicar como proceder às correções de nutrientes dos solos.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, contribui muito, aos lotes irrigados, este tipo de inserção do meio acadêmico. “Auxilia ao nosso trabalho de assistência técnica agrícola, temos um grande número de produtores – 421 só no perímetro de Lagarto – para nosso reduzido quadro de técnicos. O produtor ganha em atendimento e o estudante adquire experiência, para depois poder retornar a este ou em outros campos. Volta como profissional mais gabaritado, a partir desta vivência que teve em ambiente rural de alta produtividade, movida pela irrigação pública”.

Será a professora-doutora em Ciências Sociais Gleise Prado da Rocha Passos, quem levará os alunos ao campo, em sua disciplina de Extensão Rural. “Pretende-se realizar uma ação de extensão rural através de oficinas pedagógicas sobre as culturas adequadas aos diferentes tipos de solo. Para isso, numa primeira etapa faremos visitas a algumas propriedades para fazer a coleta das amostras de solo. Depois, estas serão analisadas pelo Laboratório de Solos do IFS campus São Cristóvão, coordenado pela professora Liamara. Num segundo momento, retornaremos para ministrar as oficinas. Além disso, objetiva-se proporcionar aos alunos a possibilidade de aplicação prática dos conhecimentos aprendidos em sala de aula”, revelou ela.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto observa que a proposta do curso do IFS aborda uma matéria deficitária, que exige mais atenção no meio rural. “Talvez pelo fato de os agricultores de hoje serem, geralmente, filhos e netos de agricultores que fecundavam a terra somente a partir de análises empíricas, baseadas no próprio conhecimento ou da sabedoria popular, que por isso eles aderem muito pouco a possibilidade de análise laboratorial do solo, para ser feita a correção de fertilidade. Vejo com bons olhos a iniciativa das professoras e alunos, de oferecer o serviço de modo gratuito e incentivando, convencendo eles e seus vizinhos da necessidade de continuar a fazer as análises”, considerou.

Serviço:
O que: Dia de Campo e Extensão Rural dos estudantes de Agroecologia do IFS
Quando: dia 7 de março de 2018, a partir das 8h
Onde: Perímetro Irrigado Piauí, Rodovia SE-270, S/N, Povoado Moita Redonda, Lagarto-SE

Cohidro regulariza e recebe novos cadastros de orgânicos em Perímetro de Lagarto

Foto: arquivo pessoal

Nesta quarta-feira, 28, os técnicos da Gerência de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Gedea) estiveram reunidos com os agricultores orgânicos do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Presentes, tanto os irrigantes já registrados no MAPA e autorizados à venda de produtos agroecológicos, quanto os que se espelharam nessa caminhada e agora pretendem buscar a regularização, para a produção de alimentos livres do uso de agrotóxicos. O grupo, que possuía 10 produtores, agora pode passar a ter 15.

Os técnicos Maria Terezinha Albuquerque e Luís Roberto, da Gedea, estão recadastrando os integrantes da Organização de Controle Social (OCS), grupo formado por exigência do Ministério da Agricultura para o formalizar o registro, para assim averiguar quais persistem plantando orgânicos. Da mesma forma que estão fazendo um primeiro cadastro daqueles que estão dispostos à conversão de sua produção convencional para o método agroecológico, ou seja, sem o uso de agroquímicos em seu manejo de cultivo.

Receberam os técnicos de Aracaju e organizaram o encontro Marcos Emílio Almeida e Gildo Almeida Lima, respectivamente, técnico agrícola e gerente do perímetro Piauí.

PAA permite a ‘doação simultânea’ de alimentos das famílias do campo para as da cidade

Dois projetos assessorados e viabilizados pela irrigação da Cohidro estão fornecendo alimentos a populações carentes de Lagarto e Simão Dias, e ao mesmo tempo gerando renda ao agricultor familiar fornecedor.

Entrega de alimentos ao Asilo São Francisco de Assis – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Está sendo possível de agricultores familiares produzirem alimentos de primeira qualidade, que são diretamente doados a famílias em situação de insegurança alimentar. Se dá pela ação conjunta entre órgãos públicos dos três níveis de governo, a partir do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que é gerido e custeado pela Conab, em sua modalidade ‘Doação Simultânea’. Centros de referência de assistência social municipais (Cras), fazem o repasse dessa produção a entidades beneficentes e diretamente a população carente. O Estado, por sua vez, fortalece os meios de produção, com a irrigação, assistência técnica e assessoramento documental.

Foi assim nesta quarta-feira (7), quando os agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), fizeram a primeira entrega ao PAA no ano. As associações Movimento Associativista do Brejo e de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), juntas coletaram 10 toneladas de alimentos dos seus associados, repassados aos Cras dos municípios de Lagarto, há 75km da capital e onde é feita a produção agrícola, e do vizinho Simão Dias, distante 100km de Aracaju.

Diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola justifica o porquê da empresa dedicar parte do seu pessoal de assistência, aos projetos do PAA. “A Conab, que é uma grande parceira de nossos agricultores, tem uma tabela de preços pagos aos produtos justa, superior àquilo que os agricultores recebem dos negociantes locais. Isso gera melhor renda e incentiva o esmero do agricultor, para oferecer um produto de excelente qualidade, sem riscos de ser recusado pelas entidades receptoras e isso interferir na sua permanência do projeto. Mas o melhor de tudo é que nas duas pontas deste caminho, ambos ganham. O alimento vai parar na mesa de quem precisa muito. Um outro incentivo para superar dificuldades, seja nas entidades socioassistenciais, seja por parte das famílias diretamente assistidas”, considera.

Antônio Cirilo Amorim, presidente da Appip, reforça a importância de fornecer produtos de primeira linha ao PAA. Nessa primeira coleta, foram 4.503 quilos, quantidade que ele garante que vai aumentar nas próximas entregas, quando os agricultores estarão mais engajados. “Eu falei para os produtores: mande pouco, mas mande produto de qualidade. Pois esse alimento é doado para pessoas diferenciadas, pessoas carentes que merecem ser bem atendidas pelo programa. Até porque o preço está, nesse projeto, muito bom”, argumenta o irrigante que contribuiu fornecendo a batata-doce que plantou, mas outros associados entregaram quiabo, cebolinha, macaxeira, alface, couve, coentro e acerola.

Da associação do Povoado Brejo, o presidente Gedeão José de Santana, diz que as entregas renderam aproximadamente 6 toneladas de alimentos, que incluíram batata-doce, acerola, pepino, laranja, jaca, quiabo, couve, coentro, alface, cebolinha e macaxeira, entregues ao Cras de Lagarto, que tem cadastradas 1.700 pessoas para receber as doações. “É um programa muito bom, um programa que vem assegurar o homem no campo. Ele planta com garantia de preço, porque independente do mercado, a gente tem uma garantia de preço do início ao fim do programa. Não são grandes produtores, mas a quantidade que ele produz, ele já está com o preço garantido, porque ele já pode plantar sabendo o preço que vai vender. O programa é muito bom, porque ele tem garantia de venda”, acrescentou.

Apoio da Cohidro
A Appip formulou projeto onde participam 18 produtores-fornecedores, já no Brejo, são 16. Juntos, estes 34 produtores receberão R$ 250.000 para produzir 68 toneladas de alimentos beneficiando, nas doações, 3.800 pessoas carentes. Segundo Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, a primeira associação está executando o PAA com o seu sétimo projeto, a segunda, no terceiro. “Já estamos trabalhando com novas propostas para estes produtores e também em Canindé de São Francisco, com irrigantes do Perímetro Califórnia. Buscando as informações na Conab, de como o programa vai proceder em 2018 e auxiliar as associações na organização dos projetos. É importante reafirmar que quem propõe e assume o compromisso são os agricultores e a gente auxilia orientando no que eles precisam saber para acessar a documentação e formular os projetos, que eles encaminham a Conab”.

Desde 2008, quando os agricultores decidiram aderir ao PAA, já foram 3.232.280 quilos de alimentos produzidos nos perímetros da Cohidro só para a ‘doação simultânea’. Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica que “o principal fator que favorece esses agricultores assistidos pela empresa atuarem continuamente, tendo projetos aprovados, é a irrigação. Sem a irrigação oferecida pelo Governo do Estado, eles não teriam como garantir a produção a qualquer tempo e por longos períodos de entrega.” comenta. Segundo ele, a queda de recursos destinados para a ‘doação simultânea’ em Sergipe, tem diminuído o tamanho e duração das propostas aceitas pela CONAB.

Ana Maria de Almeida é uma das agricultoras que participa do projeto da Appip, colheu o quiabo dos 0,33 hectares que tem plantando, mas já prepara área para ampliar o tamanho do cultivo. Além desse produto, também forneceu, na quarta-feira, cebolinha, coentro, alface e couve.  Ela não tem dúvida do motivo de ter aderido ao programa. “Porque é um projeto bom né? Ajuda sempre no financeiro da gente. Graças a Deus é um projeto que caiu do céu. A gente só tem que agradecer a Deus, porque deu tudo certo na vida da gente. Foi mandado de Deus e hoje nós temos algo para fazer e complementa a vida da gente”, avaliou.

Com a política de favorecimento e apoio às agrofamílias e tendo como base o conceito de que o pilar e sustentação de toda casa é a mulher, mãe, avó ou esposa; as novas determinações do conselho deliberativo do PAA, para 2017, foram de dar preferência aos projetos com o maior número de mulheres na hora de ranquear quais das propostas devem ser aceitas na concorrência pelo orçamento, que no ano passado foi bastante reduzido. Dona Ana Maria e muitas outras foram beneficiadas por esta norma, já que para ela não resta dúvida de que a participação no PAA protege as agricultoras da especulação do comércio em atacado de alimentos. “Compensa, a gente se dá muito melhor trabalhando do jeito que ‘nós tá’, do que do lado de fora. A gente só tem a agradecer a Deus e a vocês todos”, referencia a produtora irrigante diretamente assistida pela Cohidro.

Simão Dias
Ainda na quarta-feira, depois da coleta realizada pela Appip no perímetro Piauí, os alimentos foram recebidos pelo Cras de Simão Dias para serem distribuídos, no mesmo dia, em quatro instituições municipais diferentes. O primeiro a beneficiado, com alimentos para o preparo de refeições, o Asilo São Francisco de Assis, mantido pela Secretaria Municipal Inclusão Social, segundo o secretário da pasta, Flávio Matos de Souza, ali os produtos alimentarão os 20 idosos internados e os 20 funcionários que se revezam nos cuidados.

Da mesma forma ocorreu no abrigo para menores, também gerido pela Inclusão do município e onde os alimentos doados pelos agricultores irrigantes de Lagarto, vão alimentar as 15 crianças lá internas hoje. Assim também foi na Unidade de Pronto Atendimento (Upa), da Saúde municipal, onde os produtos de primeira qualidade servidão para o preparo das dietas especiais recomendadas aos pacientes. “É uma grande importância para o asilo, para o Cras, para a UPA. A demanda de insegurança alimentar no município é alta, por isso a importância dessa parceria com a Cohidro e a Conab”, defendeu Flávio Matos, informando que hoje o Cras 2 tem cerca de 1.500 famílias carentes inscritas e no Cras 1, aproximadamente 2.000.

No Cras 1, no início da noite foram convocados os membros da Cooperativa de Catadores de Material Reciclável de Simão Dias  (Coocamar), para receberem kits de alimentos montados pela equipe da Inclusão municipal, com todos os itens coletados pela Appip em Lagarto. Segundo o secretário Flávio, o centro de referência presta auxílio diferenciado a estas famílias, para que abandonem a arriscada prática de coleta em lixões, a partir da profissionalização no ofício de coleta seletiva, nas ruas e instituições. Como ocorreu com o PAA, eles são incluídos em todo convênio ou parceria que a pasta Social disponibilizar para a comunidade, mas, além disso, os 38 recicladores recebem projetos específicos à classe, como cursos, capacitações e campanhas de conscientização da sociedade.

Além do secretário de Inclusão Social e os gestores dos Cras, também participaram das entregas o prefeito Marival Santana, os secretários de Saúde, Lenivaldo Nunes e Agricultura, José Caetano. No dia posterior, quinta-feira (8), toda estrutura de distribuição se refez, para então repassar os kits de alimentos para outras 90 famílias cadastradas nos dois centros de referência municipais.

 

Última atualização: 8 de julho de 2020 10:53.

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