Irrigantes do Perímetro Piauí voltam a cultivar pimenta malagueta

Cohidro identifica que aumento de procura fez o quilo subir para R$ 10, voltando a interessar aos agricultores

Irrigação da Cohidro permite o cultivo de pimentas o ano inteiro [Foto: Fernando Augusto]
A pimenta malagueta voltou a interessar os agricultores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, depois de perder espaço para outros cultivos em anos anteriores. Em 2020, com o aumento da demanda das indústrias locais e da vizinha Bahia, o preço do quilo subiu para R$ 10 e os produtores retomaram o plantio. A pimenta é o ingrediente principal para fabricação de molhos picantes. O alto grau de ardência da malagueta dificulta a colheita e aumenta os custos de produção, exigindo ao produtor vender aos melhores preços. Enquanto isso, a ardência da pimenta biquinho é bem moderada e, por ser de tamanho maior, é mais fácil de colher. O quilo da biquinho é vendido à indústria por R$ 6,00, para a fabricação de conservas, e sua produção não passou por variações significativas no perímetro irrigado mantido pelo Governo do Estado.

A irrigação pública e a assistência técnica rural são fornecidas a todos os 421 lotes do perímetro Piauí pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que dá o suporte necessário para os pipericultores plantarem durante o ano todo. No caso da pimenta malagueta, a colheita começa após 90 dias do plantio e o produtor faz colheitas semanais durante outros 90 dias. Depois dessa produção, o pé da pimenta fica mais 90 dias sem dar o fruto. Mas passado esse período, ele volta carregado e o processo é reiniciado. Ao completar seis meses de vida, os pés são arrancados para que seja iniciado um novo plantio na área. Só desta espécie, o polo irrigado já chegou a registrar uma produção anual de 508 toneladas, em 2017.

Irrigante no Perímetro Piauí há 25 anos, Luíz Barbosa trabalha com pimentas há 10. Para ele, a melhoria do preço do quilo fez compensar voltar plantar a malagueta. “Passei um tempo sem plantar porque a empresa que eu vendia baixou o preço demais, aí não tinha como repassar. Agora que voltou a um preço melhor, resolvemos plantar”, disse o agricultor. Ele utiliza uma área de 1 ha, produz em média 300kg de malagueta por semana, e vende o quilo da pimenta madura a R$ 10,00 e a pimenta ainda verde a R$ 8,00, repassando para compradores de Salvador (BA). Já a biquinho tem preço mais modesto. “Mesmo com o quilo a R$ 6,00, as pimentas biquinho são bem comercializadas, por isso vale a pena continuar plantando. Ela é peneirada e separada; as maiores são vendidas para as indústrias e as menores vão para as feiras da região”, conta o produtor.

Segundo o gerente do perímetro irrigado Piauí, Gildo Almeida, a baixa demanda foi o principal fator para que os produtores deixassem de plantar a malagueta e buscassem outros cultivos, incluindo a pimenta biquinho. “Agora, o pessoal está animado com o preço da pimenta malagueta; a indústria local está voltando a comprar. O produtor confia que agora vai dar lucro, que compensa e estão retornando com a produção da malagueta, que esteve em situação de quase acabar. E também tem uns compradores que vêm da Bahia. Ainda assim, muitos produtores estão optando pela pimenta biquinho, porque é mais fácil de trabalhar; não tem ardência e seu tamanho é maior, o que facilita a colheita”, analisa o gerente. Assim como ocorre com a malagueta, a indústria local compra a maior parte da produção da pimenta biquinho.

Rogério de Souza tem mais de 25 anos como irrigante no perímetro Piauí, e começou a plantar a pimenta biquinho há 8. Ele conta que deu uma pausa de dois anos na plantação do cultivo, mas logo retornou porque, na época, a malagueta não estava dando o retorno esperado e a colheita da biquinho apresentava mais facilidade. “Eu hoje continuo com a malagueta, só reduzi a área. Com a biquinho tenho mais vantagem”, completa o pipericultor, que ocupa dois 2 ha com os cultivos.

LAGARTO | Assentamentos Roseli Nunes e Saboeiro recebem novos reservatórios de água

Cohidro forneceu equipamentos e comunidade providenciou infraestrutura para instalação

Sistema do Saboeiro [Foto Arquivo Pessoal]
No caminho para a turística cachoeira do Saboeiro, em Lagarto, ficam os assentamentos de reforma agrária Roseli Nunes e Saboeiro, a 10 e 17km da sede municipal. As comunidades rurais foram beneficiadas com a instalação de dois novos reservatórios de 5.000 litros em seus sistemas de abastecimento, para que a água bombeada a partir de poços seja armazenada e possa, assim, atender às mais de 120 famílias dos povoados. A ação do Governo de Sergipe é fruto da parceria entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) e a Secretaria de Estado da inclusão e Assistência Social (Seias), que tem promovido a implantação e revitalização de sistemas de abastecimento de água em comunidades rurais de todo o Estado.

As duas caixas foram adquiridas por R$ 3 mil pela Cohidro – empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) – via convênio com a Seias. A mão de obra, a base em alvenaria para os reservatórios, os tubos e conexões para distribuir a água ficaram por conta dos assentados, que também contribuíram para que sua demanda fosse atendida pela a companhia. “Venho agradecer pelo benefício de uma caixa d’água para o Roseli Nunes”, disse o professor André Medeiros, em nome de sua comunidade. “Aqui, serão 61 famílias sendo beneficiadas com água. O custeio da operação da bomba vai ser rateado entre os assentados, quando o sistema estiver funcionando para o coletivo”, detalhou.

Diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Carlos Alberto, explica que o poço do assentamento Roseli Nunes vai poder ser compartilhado com toda comunidade depois de implantado o reservatório coletivo. “Só o assentado no lote onde fica o poço tinha a possibilidade de consumir a água. Como o sistema que ajudamos a construir, em parceria com a população, vai ser possível da água ser armazenada em grande quantidade e disponibilizada para todos, através de chafarizes. Ação muito parecida concluímos em agosto passado no bairro Ademar de Carvalho, também em Lagarto, onde a Cohidro criou um sistema de abastecimento compartilhando a água do poço (perfurado pela Cohidro) no 7º Batalhão de Polícia Militar, com a população”, recorda.

No Saboeiro, segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, já existia um sistema de abastecimento levando água até a casa dos assentados. “Pela ação do tempo, chuva e sol, a antiga caixa do sistema estourou. Sem a água armazenada no reservatório, ela não tem força para chegar em todas as casas, deixando parte da população desabastecida. Por isso atendemos, com a maior brevidade possível, a comunidade. E foi graças a esse convênio com a Seias, que disponibilizou à Cohidro R$ 1 milhão do Funcep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza) para a aquisição desses equipamentos, pudemos satisfazer essa demanda de maneira eficiente”, revelou o presidente. Ainda de acordo com Paulo Sobral, neste ano, mais de R$ 50 mil foram investidos pelo governo estadual em Lagarto, em ações de infraestrutura hídrica a partir de poços.

Josefa Andrade é moradora no Saboeiro. Há 10 anos, ela veio de São Domingos para morar e montar um bar e restaurante (famoso pela sua galinha caipira com pirão) que atende ao movimento dos visitantes atraídos pelas trilhas ecológicas e as águas da conhecida cachoeira, pontos turísticos distantes cerca de 3 km do povoado. Ela vive na comunidade com o esposo e filho, e expõe que o sistema de abastecimento tem muita importância para a sobrevivência da comunidade, sendo usado inclusive para a irrigação. “O poço atende lavoura e atende a necessidade de dentro de casa. Quando quebrou a caixa aqui não demorou muito para trazerem outra, nem quinze dias. Estava fazendo falta essa caixa, porque a bomba enche de manhã e o resto do dia as casas ficam com água. Aqui são 60 famílias, a água ajuda muito!” concluiu.

Agricultores irrigantes do Perímetro de Lagarto fornecem alimentos a famílias vulneráveis da Barra dos Coqueiros

Cohidro assessora produtores que fornecem ao Programa de Aquisição de Alimentos na modalidade Compra com Doação Simultânea

Lania Ribeiro faz entrega na residência de Ana Deise [Foto Fernando Augusto]
Mais de 300 famílias em situação de insegurança alimentar assistidas pelo Centro Comunitário Sócio-Cultural da Barra dos Coqueiros (CCSCBC) receberam alimentos da agricultura familiar adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade “Compra com Doação Simultânea”. Na última quinta-feira (10), os agricultores do Movimento Associativista Do Brejo, que produzem no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação (Cohidro) em Lagarto, levaram 1.848 quilos de produtos agrícolas até a Barra e, com todos os cuidados para evitar aglomerações, a equipe do Centro Comunitário entregou os kits de alimentos aos beneficiários do programa em seus respectivos bairros. Pelo fornecimento dos alimentos, os agricultores envolvidos são remunerados com recursos federais, enquanto recebem do Governo do Estado irrigação, assistência técnica rural e a assessoria necessária à atuação no programa.

Do Perímetro Irrigado Piauí, participaram dessa entrega 16 agricultores irrigantes. Segundo o presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a irrigação permite que o produtor entregue alimentos ao PAA o ano inteiro. “Por isso, a empresa incentiva o produtor a participar do ranqueamento de propostas de todo o Estado e, depois, dá o auxílio para os irrigantes realizarem a prestação de contas das entregas junto à Conab. Após a liberação de recursos, ocorreu a primeira entrega dos irrigantes ao PAA do ano, em 1º de julho, em Canindé de São Francisco”, conta Paulo. Ainda segundo ele, incluindo mais uma associação de Itabaiana, os três projetos já aprovados somam R$ 327.945,51 em remuneração a 41 produtores irrigantes. “Outras duas propostas de Canindé e Lagarto também estão pleiteando participação no programa, somando outros R$ 280 mil para mais 35 irrigantes, ainda neste ano”, completa o presidente da Cohidro.

O presidente do Movimento Associativista, Gildeon Santana, atua pela terceira vez como fornecedor de alimentos pelo PAA. “Este projeto dá alguma garantia ao agricultor, para que ele possa permanecer produzindo. Começa com o valor X e vai até o final. É um programa da Conab que lhe garante plantar e, tendo a produção, você já tem a garantia do preço. Para os agricultores, o PAA é uma forma de incentivo a produzir com mais qualidade, investir em adubação, dentre outras coisas”, considera. O produtor ressalta a importância do auxílio prestado pelos técnicos da Cohidro para que os irrigantes atuem no programa. “Tem os perímetros irrigados que atendem os agricultores, além dos técnicos que sempre nos dão apoio na nossa região, nos assessorando e dando o máximo de si para que as coisas aconteçam, e todos possam produzir mais e com melhor qualidade”, afirma o agricultor.

O Centro Comunitário da Barra dos Coqueiros irá receber, durante nove meses, quase 42 toneladas de alimentos, em entregas quinzenais feitas pelos irrigantes do perímetro Piauí. Assistente social do Centro, Lania Ribeiro conta que a instituição atua na proteção social básica no município há 40 anos. “Semanalmente, fazemos entregas de sopas e, quinzenalmente, a gente faz a entrega das cestas verdes, que são os produtos do PAA. Macaxeira, batata, maracujá, salada… produtos que geralmente eles não possuem o hábito de comprar, então, é um complemento importante à sua alimentação. São beneficiadas diretamente 306 famílias de vários bairros, não apenas do entorno da instituição. Todos os cuidados estão sendo tomados na hora das doações: máscaras, toucas, luvas, álcool a 70%. Também por isso, não podemos aglomerar aqui, então optamos por fazer a entrega nas próprias comunidades”, assinalou. O CCSCBC está aberto a receber outras doações de alimentos, embalagens e recursos, atendendo os interessados pelo telefone (79) 3262-1344.

Ana Deise é chefe de uma das 25 famílias assistidas no Rio das Canas, localidade onde vive com 8 pessoas, entre filhos e netos. Ela destaca a qualidade dos alimentos que recebe do CCSCBC. “Ajuda muito. Melhora a nossa condição e, por isso, agradeço muito. A macaxeira é boa, cozinha bem”, opina. Na mesma localidade vive Jucimara Cruz, com o esposo e filho, para quem a ajuda é importante para a economia do lar. “Contribui muito, porque já é um reforço na alimentação na minha casa. Principalmente porque, hoje, com essa pandemia, está tudo caro”, disse. Tatiane Pereira vive com o esposo, filho e sobrinho no loteamento Recanto das Andorinhas. Ela destaca a variedade dos alimentos fornecidos pelos produtores, que contribuem para uma dieta equilibrada, indicada por nutricionistas. “O coentro, que ajuda a temperar o almoço, a macaxeira, a cebolinha, a laranja do suco da criança, a batata-doce, o maracujá, que eu tiro a polpa e boto no congelador. A qualidade é boa”, concluiu a beneficiária.

CANINDÉ | Cohidro conclui reforma em estação de bombeamento no Perímetro Irrigado Califórnia

Melhorias estruturais são custeadas com recursos do pagamento da tarifa d’água e qualificam trabalho dos irrigantes

Funcionários da Cohidro presentando: operários da obra, Associação dos Servidores da Cohidro, Diretoria Executiva, operação de bombas e engenharia., [Foto: arquivo pessoal]
Foi concluída a reforma física e estrutural da Estação de Bombeamento (EB) 04, que abastece parte do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, com revitalização de pinturas, telhados, pisos, calçamentos e banheiros. A intervenção foi realizada para melhorar a qualidade de trabalho dos operadores, aumentar a vida útil de equipamentos e diminuir riscos de falha no serviço estadual, que fornece a água para irrigação de lotes agrícolas do perímetro. Anteriormente, as EBs 03 e 06 do Califórnia já tinham recebido a mesma melhoria; e as estações de bombeamento do perímetro Piauí, no município de Lagarto, também recebem as ações de recuperação, realizadas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

A recém-finalizada reforma na EB 04 do Califórnia envolveu nova pintura protetiva para todas as tubulações e conexões, instalação de piso permeável [em brita], instalação de telhado para proteger o maquinário da ação do tempo, além das restaurações no alojamento dos funcionários, localizado anexo à casa de força, com reforma estrutural nos telhados, pintura, piso, calçamento externo e banheiros. As próximas obras no Perímetro Irrigado Califórnia acontecerão nas EBs de número 05 e 07. Já no município de Lagarto, o Perímetro Irrigado Piauí já teve a EB 02 revitalizada e foram iniciadas as melhorias na EB 01, desde a última sexta-feira (28). As revitalizações das estações de bombeamento fazem parte do programa de recuperação das EBs da Cohidro.

O agricultor Leidison dos Santos é um irrigante considerado atuante pelos técnicos do perímetro. Selecionado para abrigar em seu lote um campo experimental de uvas – oriundas de transferência de tecnologia com a Embrapa Semiárido -, ele se diz satisfeito com a reforma da EB do seu setor (04). O agricultor relembra que, em 2016, o Governo de Sergipe adquiriu 45 novas bombas, das quais 37 foram somente para Canindé. “Colocando essas bombas novas e fazendo a reforma direito, as coisas ficam diferentes. A gente trabalha melhor e tem aquela tranquilidade de que não vai faltar água. É um serviço que nos ajuda. A expectativa é que continue assim. A tendência é ir sempre melhorando para dar mais tranquilidade ao produtor, que sofre tanto durante a estiagem, no verão, com a falta d’água”, pontua o produtor.

As reformas são custeadas através do pagamento das tarifas de água pelos próprios irrigantes, segundo destaca o diretor administrativo e financeiro da Cohidro, Jean Nascimento. “Foram investidos cerca de R$ 20 mil na reforma da EB 04 do Califórnia, através da reversão do pagamento da tarifa d’água em benefício do próprio agricultor. Com as reformas, melhoramos a qualidade do serviço para garantir o fornecimento da água necessário à produção dos alimentos”, ressalta Jean. O diretor de irrigação e desenvolvimento rural da companhia, João Fonseca, também avalia que as ações melhoram o trabalho do agricultor. “Aliado à assistência técnica agrícola, as estações de bombeamento em bom estado dão mais garantia ao produtor irrigante, de que ele poderá plantar e colher o seu produto. Isso repercute em maior confiança em seu empreendimento rural, para ele reinvestir e garantir maior renda familiar para si e para os seus colaboradores”, defende João Fonseca.

O diretor presidente da Cohidro, Paulo Sobral, reforça que as reformas nas estações de bombeamento são possíveis por contar com a mão de obra do próprio quadro de funcionários da companhia. “Além de contarmos com a receita obtida da tarifa paga pelos agricultores, dando a contrapartida ao interesse deles em contribuir com o serviço, também reduzimos os custos que teríamos caso contratássemos uma construtora. Conduzimos, portanto, nosso pessoal que atua em serviços gerais e conservação predial para fazer as revitalizações. Servidores estes a quem devo meu agradecimento por se aliarem ao projeto da Diretoria Itinerante, que percorre, semanalmente, os perímetros e obras executadas pela Cohidro no interior do estado”, ressalta Paulo Sobral.

LAGARTO | População do bairro Ademar de Carvalho ganha sistema de abastecimento

Sistema fica em área do 7º BPM, beneficia comunidade e atende complexo esportivo que abriga projeto social

Deputado Fábio Reis e secretário de Estado Geral de Governo, José Carlos Felizola, fizeram entrega simbólica do sistema à comunidade [Foto: Fernando Augusto]
Na última sexta-feira (07), foi entregue à comunidade do bairro Ademar de Carvalho, no município de Lagarto, um sistema de abastecimento instalado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para aproveitar o excedente hídrico decorrente da boa vazão [2.731 litros por hora] e da qualidade da água de um poço perfurado nas dependências do 7º Batalhão de Polícia Militar (7º BPM). A partir dele, bomba e tubulação possibilitam o acesso livre da comunidade a três chafarizes para a coleta de água. Neste ano, quase R$ 50 mil foram investidos pelo Governo de Sergipe em Lagarto, em ações de infraestrutura hídrica a partir de poços.

Marina Leão, moradora de Lagarto há 56 anos, ficou feliz em acompanhar a instalação e pretende economizar com a compra de água mineral. “Essa água é muito boa, a gente usa para beber e fazer outras coisas. Foi ótimo para a nossa comunidade, a gente ficou muito satisfeito!”, destaca. Neste sistema, perfuração, bombeamento, instalação do poço e sistema de abastecimento somam o valor de R$ 20.816,20 investidos em benefício do bairro com mais de 5.000 habitantes, e das comunidades vizinhas. Manoel Messias, autônomo, morador no bairro há mais de 20 anos, também comenta sobre a qualidade da água para o consumo, e afirma que toda a comunidade está satisfeita. “A água é muito boa para beber e a gente aqui do bairro Ademar de Carvalho fica muito agradecido, vem todo mundo pegar a água aqui, porque fica bem perto da gente”, considera.

A demanda da população do Ademar de Carvalho chegou ao Governo do Estado por intermédio do deputado federal Fábio Reis. Segundo o parlamentar, a água do sistema vai servir às mais de 300 famílias da comunidade, ao próprio Batalhão e a um projeto socioassistencial que atua no local, em forma de escolinha de futebol para crianças e adolescentes. “Esse é um bairro carente, então vai ter grande utilidade. Além de estar servindo à comunidade, serve ao complexo esportivo do Batalhão, que tem papel fundamental na localidade”, avalia. O parlamentar destaca atenção dada pela Cohidro à região. “Aqui na nossa região Centro Sul, Paulo Sobral [presidente da Cohidro] deu um gás extraordinário à Cohidro, principalmente na cidade de Lagarto”, completa.

Segundo o presidente da Cohidro, em 2020 a companhia estadual implantou mais dois novos sistemas de abastecimento no município, nos povoados Quipé e Açu Velho; e realizou nove serviços de recuperação de sistemas de abastecimento com poços, beneficiando os povoados Carcará, Candeal da Tapera, Quilombo, Pau d’Arco da Mariquita, Tapera do Modesto, Poção, Limoeiro I e II. No mesmo período, foram realizadas ações de manutenção em outros 10 poços, atendendo os povoados Oiteiros, Fazenda de Cima, Piabas, Olhos d’Água, Quilombo, Saboeiro, Quipé, os assentamentos Palestina e Santo Antônio. “Ao todo, neste período de sete meses, o Governo do Estado beneficiou quase de 6.500 pessoas no município, com o fornecimento de água para consumo humano, uso residencial, dessedentação animal e irrigação, no caso do Açu Velho”, destacou Paulo Sobral.

Irrigação pública favorece cultivo do mamão havaí em Lagarto

No perímetro irrigado do Estado, a produção anual em média é de 150 toneladas

[Foto: Ascom/Cohidro]
O mamoeiro, que pode chegar a quase 10 metros de altura, dá fruto doce e suculento, bastante popular no Brasil. Seu cultivo tem ganhado espaço em Sergipe, a partir da irrigação, há bastante tempo. No estado, a variedade mais produzida e comercializada é o mamão havaí, também conhecido como papaia. No município de Lagarto, a 75 km da capital, o Governo do Estado fornece água e assistência técnica agrícola para que agricultores produzam o mamão de forma competitiva aos produtos vindos de outros estados. Com o subsídio oferecido através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) e o uso de recursos tecnológicos, como a fertirrigação e a microaspersão, os produtores geram renda familiar e abastecem, com o fruto, os mercados de  Lagarto e região, durante o ano inteiro.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Cohidro naquele município, o agricultor Josenaldo Conceição possui 3 mil pés de mamão distribuídos em parcelas, cada uma plantada em uma data, que começam a produzir cerca de sete meses após o plantio. Segundo o fruticultor, a estimativa é que sua produtividade média alcance 16 toneladas por hectare. “Em média, consigo tirar de 40 a 50 caixas por dia, quando as coisas estão no auge. Ouvi dizer que era bom e decidi experimentar. Gostei e continuei plantando”, considerou o produtor. Ele utiliza a fertirrigação, em que a adubação é diluída na água de irrigação, e a microaspersão – equipamentos de dispersão de água que geram economia, ao irrigar somente a parte necessária. Ele conta também que, por ter plantado em épocas diferentes, consegue vender o ano inteiro, algo que já faz há quatro anos, desde que começou a apostar no mamão.

A tática de cultivar pomares de mamão em épocas diferentes também é adotada pelo produtor Edelzio Goes, que planta o fruto há quase 10 anos e, hoje, possui mais de 1.500 pés, divididos entre suas três lavouras. “Vale muito à pena, apesar de ser trabalhoso. Aparece muita doença, por isso, tem que ter muito cuidado para produzir”, afirma. Para o produtor, a qualidade vale mais que a quantidade na hora de precificar a produção. “Você pode plantar muito, mas se não cuidar direito, não tem qualidade. Do meu cultivo, vendo tudo para uma única pessoa. Às vezes, é um pouco difícil calcular a quantidade da produção. Recentemente, tirei mil caixas. Então, se for calcular como se tivesse 30kg cada, daria 30 toneladas, mas esse número também não é muito preciso”, detalha.

Por ter raiz curta e esparramada, é necessário fazer o controle da quantidade de água, para que o excesso não prejudique as plantas. A assistência dos técnicos agrícolas do perímetro Piauí orienta os produtores a fazer esse controle de disponibilidade hídrica, além do controle fitossanitário, prescrevendo tratamentos para pragas e doenças, como aponta Willian Domingos, técnico agrícola da Cohidro. “No primeiro passo, é feita uma análise do solo, em seguida, o coveamento. A análise do solo serve para compreender quais os tipos de adubo que poderão ser usados. Na produção do Josenaldo, por exemplo, foi utilizado o esterco bovino. Já o processo chamado de coveamento consiste no tamanho da escavação onde o mamoeiro irá se enraizar”, orienta.

O técnico agrícola afirma, também, que para o cultivo ter um bom desenvolvimento é necessário se atentar aos cuidados desde a sua germinação, preparando bem o solo. “Nas plantações dos dois irrigantes é usado o espaçamento entre plantas 2x2m e, entre linhas, 2,5m. Agora, eu recomendo 2,5×2,5m entre plantas e 3m entre as linhas. As covas têm 40x40cm de profundidade e largura”, conta Willian. No perímetro de Lagarto, a produção de mamão em 2018 foi de 151 toneladas, produzidas em uma área total de 2 hectares, à época. Em valores corrigidos pelo IGP-M, a produção rendeu aos irrigantes aproximadamente R$ 134 mil.

Governo de Sergipe realiza manutenção em poço comunitário e garante água para povoado de Lagarto

Através da Cohidro, 2.250 moradores do município foram beneficiados por ações de manutenção de sistemas de abastecimento

[Foto: arquivo pessoal]
Para garantir a continuidade do abastecimento de água à cerca de 200 moradores do povoado Poção, em Lagarto, o poço comunitário da localidade rural recebeu a instalação de novos equipamentos nesta terça-feira (14). O poço, que possui um chafariz acoplado para facilitar a coleta de água por moradores, ganhou novo reservatório com capacidade para 5 mil litros, além de novos tubos e conexões. A intervenção foi realizada pelo Governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), após solicitação encaminhada pelo deputado federal Fábio Reis. Desde março deste ano, cerca de R$ 29 mil foram investidos em ações de instalação e recuperação de poços em Lagarto, beneficiando mais de 2 mil moradores dos povoados rurais.

Moradora do povoado, Irani do Poção agradece aos órgãos envolvidos na execução do serviço de reparo no sistema de abastecimento, que atende ao uso residencial da comunidade. Ela conta que o sistema corria risco de entrar em colapso por conta do antigo reservatório, feito em fibra, e ameaçava se romper. “Nossa caixa d’água, de 5 mil litros foi trocada, pois estava arriscado estourar a antiga caixa d´água. Venho agradecer, em nome da comunidade da Pista do Poção, a todos que se sensibilizaram e ouviram nosso pedido”, disse a moradora do povoado Poção, onde cerca de 50 famílias vivem da atividade rural.

O diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola (Dinfra) da Cohidro, Carlos Alberto, considera importante o investimento feito em pessoal e logística, além dos equipamentos necessários para instalação e recuperação de poços. “Temos que reconhecer o grande esforço e espirito solidário de nossas equipes de instalação e manutenção de poços e da Divisão de Transportes (Ditran) que, no período de distanciamento social da pandemia, tem atuado nessa missão de garantir água no campo para o abastecimento das famílias e reforço na higiene para prevenção ao coronavírus. O esforço é redobrado com todo o aparado de novos EPIs (equipamentos de proteção individual), que são obrigatórios como norma de segurança”, destaca o diretor, agradecendo ao trabalho de cada integrante da Dipoços e motoristas.

As parcerias são fundamentais para realização das ações, ressalta o presidente da Cohidro, Paulo Sobral. “Seguindo a determinação do governador do Estado, Belivaldo Chagas, estamos priorizando a instalação e a recuperação de poços já perfurados. Para tanto, contamos com o convênio com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS), que destinou mais de R$ 1 milhão do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) para a aquisição de equipamentos e materiais utilizados na montagem desses sistemas de abastecimento, além de recursos do tesouro do Estado. Em outros municípios, contamos com a cooperação indispensável das prefeituras, que auxiliam na aquisição de materiais, pessoal e máquinas para executar serviços essenciais aos sistemas de abastecimento, como construções em alvenaria para proteção do equipamento elétrico e redes de distribuição subterrâneas”, pontua Paulo Sobral.

Além do povoado Poção, as equipes da Divisão de Instalação e Recuperação de Poços (Dipoços) da Cohidro atuaram também na instalação, recuperação e manutenção de sistemas de abastecimento nas comunidades lagartenses de: Carcará, Candeal da Tapera, Quilombo, Pau D’Arco da Mariquita, Tapera do Modesto, Açu Velho V, Limoeiro I e II. Ao total, foram investidos R$ 30.343,82 nas intervenções para benefício das comunidades, que somam uma população de 2.250 moradores atendidos pelo fornecimento de água a partir de poços novos ou antigos. Nessas ações, a Cohidro emprega sua mão de obra especializada, dispõe da logística de transporte de pessoal e materiais, e adquire equipamentos, suprimentos hidráulicos e elétricos.

Repolho: uma aposta rentável e saudável para o inverno

Produtor do perímetro irrigado de Lagarto conta as vantagens do cultivo e recomenda não plantar em altas temperaturas

[Foto: André Moreira- ASN]
Rico em vitaminas e minerais, capaz de fortalecer o sistema imunológico, o vegetal é mais produtivo no período chuvoso, entre o outono e inverno. Embora se dê melhor com a chuva, o repolho depende de água todos os dias e por isso se desenvolve bem nos lotes produtivos do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado em Lagarto, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. A safra no polo irrigado abastece boa parte do comércio de hortifrútis dos municípios sergipanos, principalmente em Lagarto, Simão Dias, Itabaiana, Boquim e redondezas.

O clima pode interferir diretamente no cultivo do repolho. Baseado em experiências anteriores, o agricultor Renilson Araújo relata que não arrisca mais cultivar a planta nas estações quentes do ano. “Plantei de dezembro para janeiro, mas a experiência não foi muito boa. Com muito calor e alta temperatura, mesmo com água, muitas pragas aparecem. A gente pulveriza, mas não tem jeito. Tomei uns prejuízos e agora só planto no período de inverno mesmo e, graças a Deus, nunca mais tomei prejuízo”. O produtor irrigante recebe a irrigação fornecida pela Cohidro em seu lote compreendido no perímetro Piauí, onde também conta com a assistência técnica rural a empresa pública.

José Américo, técnico agrícola da Cohidro que atende Renilson, reafirma o que o produtor disse. “No verão não é bom plantar o repolho, porque a temperatura é alta e atrai muitas pragas, como a broca e a mosca branca. Isso acaba prejudicando a formação da cabeça do repolho. Assim, o produtor terá pouco lucro. Combatendo as pragas e investindo em irrigação, é prejuízo na certa”, alega. Mesmo assim, o técnico recomenda a aplicação quinzenal (sendo que a última seja feita 15 dias antes da colheita) de inseticida que combata a borboleta da ‘lagarta de rosca’. “O repolho tem a vantagem de ter as folhas externas – usadas de adubo para a próxima cultura a ser plantada na área – que, de certa forma, protegem o ‘miolo’ da ação do agrotóxico aplicado, não havendo contato direto com a parte que comemos”, disse ele.

Considerado um vegetal de fácil manejo e produção, o repolho leva cerca de 60 a 75 dias desde a germinação até a colheita e, às vezes, conforme explica Renilson, dispensa o uso de defensivos. “Do plantio à colheita é até rápido, em três dias na bandeja para mudas, as sementes começam a germinar. Com 30 dias mudamos para a terra e, no máximo, com 60 a 75 dias, estamos colhendo. A depender da época, usamos pouco agrotóxico. No inverno, utilizamos apenas uma vez na semana e às vezes nem colocamos. O período de plantio começa em abril e, até agosto, é capaz que dê, mas a partir de setembro em diante não compensa, por causa das pragas”, alerta o produtor, que geralmente vende a unidade do repolho no valor entre R$ 1,50 e R$ 2,00, a depender do tamanho.

Cohidro realiza obras de manutenção no perímetro irrigado de Lagarto

Investimento destinado à manutenção é oriundo das tarifas d’água pagas pelos agricultores irrigantes

A EB 02 passou por revitalização do prédio, registros e tubulações [Foto arquivo pessoal]
Responsável por fornecer água para 421 lotes agrícolas, o Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, recebeu obras de reparo e conservação em três edificações que fazem parte do seu sistema. Com o investimento de R$ 18 mil, a manutenção foi realizada pelo Governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe – Cohidro. As obras aconteceram na área externa do prédio administrativo do escritório do perímetro, na Estação de Bombeamento (EB) 02 e no alojamento de operadores de bomba.

O investimento destinado às obras de manutenção é oriundo das tarifas d’água pagas pelos agricultores irrigantes, que são revertidas em melhorias para o próprio sistema. A Estação de Bombeamento (EB) 02 recebeu nova pintura e reparos no reboco em todo prédio, incluindo a aplicação de tintas especiais na tubulação, registros e conexões da área externa, para prevenir o desgaste causado pela ação do clima. No alojamento que recebe os operadores de bomba durante os turnos de trabalho, houve a troca das portas e louças do banheiro, a instalação de novo revestimento nos pisos e de novo forro em PVC. Além disso, foi feita ainda a manutenção na pintura geral do prédio e o retelhamento. Em 2016, o Governo do Estado já havia investido R$ 500 mil na EB-02, com a entrega de oito novas motobombas e recuperação do toda a parte mecânica e das tubulações.

As revitalizações também ocorreram nas EBs 03, 06 e 04, localizadas no perímetro irrigado pela Cohidro em Canindé de São Francisco. O diretor Administrativo e Financeiro da Cohidro, Jean Nascimento, destaca que uma nova metodologia de ação tem sido fundamental para identificar as carências na estrutura da empresa. “Temos uma rotina administrativa batizada de ‘Diretoria Itinerante’, através da qual deixamos de centralizar a atuação no gabinete e passamos a percorrer, semanalmente, todos os perímetros e as obras executadas pela Cohidro no interior do estado. Isso tem permitindo identificar com mais exatidão o que cada um desses polos necessita. Com essa proximidade, identificamos a necessidade e estamos entregando novos equipamentos de informática para facilitar o trabalho burocrático, distribuímos novos EPIs [equipamento de proteção individual] e crachás de identificação aos nossos funcionários operacionais”, informou Jean Nascimento.

O agricultor Adelmo Bispo é um dos produtores atendidos pela irrigação do perímetro Piauí. Em seu lote, tem realizado a produção de melancia consorciada com maracujá. Ele considera que as reformas melhoram as condições de trabalho dos operadores, refletindo na qualidade do serviço de irrigação. “Tem que fazer reforma. A pintura do prédio da Cohidro dá uma melhor estrutura para os trabalhadores do perímetro. Com isso, eles nos dão boa atenção nas bombas, para termos água de qualidade com mais pressão, e assim poder molhar a nossa plantação mais rápido”, destacou o produtor.

O gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, explica que a obra de revitalização da área externa do escritório foi uma solicitação feita à Diretoria para atender ao evento que tradicionalmente ocorre no final de março: o Dia da Água. “A obra foi feita no tempo certo, pena que a pandemia de coronavírus nos forçou a adiar, tanto pelo risco de contaminação que ocorre quando tem aglomeração de pessoas, quanto pela suspensão das aulas nas escolas. Os estudantes são a maioria do público que participa de atividades de conscientização ambiental que a gente traz todo ano”, disse.

Cultivo da uva em Sergipe se expande para perímetro irrigado de Lagarto

Aposta de irrigantes é inspirada no sucesso do perímetro da Cohidro em Canindé e tem base em experiência da Embrapa
Foto: Gabriel Freitas

Após experiências de sucesso em Sergipe, o cultivo da uva se expande para uma nova microrregião do Estado: o Centro-Sul. Com 90 dias de plantio das mudas, dois produtores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, já possuem 400 plantas, cada um com a área de 0,25 hectares. A aposta já havia dado certo anteriormente no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco (Alto Sertão Sergipano), com alcance de produção em nível comercial, servindo de matéria prima para vinhos fabricados no Estado. Ambos os pólos de irrigação são administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, utilizando a transferência de tecnologia empregada pela Embrapa em sua unidade Semiárido, em Petrolina-PE.

Produtor do perímetro Piauí, Edezio Góes passou a cultivar a uva sob o acompanhamento da Cohidro na esperança de que a colheita, prevista para o próximo verão, seja farta e proveitosa. Em um lote de 2,3 hectares, o agricultor já cultivava mamão, pimentão e pinha e, mais recentemente, decidiu investir nas uvas. “Há alguns anos atrás, quando cheguei de São Paulo-SP, decidi plantar mamão. No começo foi difícil, mas hoje consigo tirar os frutos com tranquilidade. Agora resolvi inovar com as uvas, que por enquanto, ninguém tem. Estamos tentando e aos poucos vamos chegando lá”, confia o irrigante. Seu parreiral ainda tem o diferencial de contar com o plantio consorciado do pimentão, nas linhas formadas entre uma parreira e outra, reaproveitando a água e o adubo das videiras.

Formado por mudas trazidas diretamente de Petrolina, em Pernambuco, os parreirais de uvas está aos poucos tomando forma. Edezio relata que os dois dias na Embrapa Semiárido (PE) serviram de experiência para aprender como funciona melhor o plantio da fruta. “Antes de plantar, fomos até Petrolina e o técnico agrícola da Cohidro, Willian Domingos, nos acompanhou. Visitamos alguns parreirais dos mais variados tipos, alguns em colheitas, outros em poda. E tudo isso nos deu um pouco de experiência”, disse. Além de transportar a água de irrigação aos 421 lotes do perímetro Piauí, a Cohidro presta assistência técnica agrícola – antes e depois de iniciada a lavoura – o que inclui assessorar o agricultor na hora de escolher novas culturas agrícolas e o incentivo à variação, diminuindo a incidência pragas, recompondo o solo e dinamizando os mercados com novos produtos.

O técnico agrícola da Cohidro, Willian Domingos, acompanhou os dois produtores, interessados em investir na cultura da uva, à visita a Petrolina. Segundo ele, apesar do intercâmbio ter sido rápido, foi bastante produtivo. “Visitamos cinco produtores de uva e vimos desde o início do plantio até a formação da planta. Tivemos conhecimento de tudo referente a esse cultivo. Após esse processo, consideramos que a uva do tipo ‘BRS Vitória’ seria a melhor para plantar aqui nessa região, por ser mais vigorosa, além de mais resistente a algumas doenças”, avaliou. Atualmente, o sistema de irrigação adotado para o cultivo da uva está sendo o de gotejamento. “Pretendemos mudar para o modo microaspersão invertida, que será realizado por cima, para abranger todo o parreiral”, acrescenta o técnico agrícola.

A variedade ‘BRS Vitória’, escolhida pelo técnico e os agricultores, foi uma inovação testada primeiramente nos plantios do perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco. Os dois irrigantes de lá produziram suas próprias mudas de uvas em uma prática de campo promovida pela Embrapa, há cerca de um ano. Os irrigantes deste perímetro iniciaram suas produções com as variedades ‘Isabel’ e ‘BRS Violeta’, fornecidas pela Embrapa, no final de 2016. Na época, além das mudas, os produtores receberam os materiais para construir os parreirais, o sistema de irrigação, os suprimentos necessários para nutrir as videiras e a assistência técnica durante os dois anos de duração do convênio. Hoje, os agricultores continuaram a produção, buscando novos mercados e contando agora com os técnicos agrícolas da Cohidro para prestar a assistência necessária à plantação.

Última atualização: 24 de fevereiro de 2020 08:05.

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