Cohidro tem estande e dá palestras na Exposição Agropecuária de Lagarto

Ornamentais

A exposição agropecuária anual, realizada em Lagarto pela Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese) de 3 a 7 de setembro, conta mais uma vez com a participação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que no Parque de Exposições Nicolau de Almeida tem estande fixo para demonstrar o trabalho realizado no Perímetro Irrigado Piauí, situado no mesmo município. Nesta edição da Feira, a Empresa também deu palestras temáticas nos dias 4 e 5, tratando dos temas: “Receituário Agronômico para Agrotóxicos” e “Agroecologia”.

No estande, painéis temáticos, vídeos e impressos expõem o trabalho realizado pelos técnicos e servidores da Cohidro, dando assistência aos agricultores irrigantes pelo Perímetro Piauí, mas também os visitantes podem conhecer uma amostra de tudo aquilo que é produzido no campo, com a exposição de hortaliças orgânicas e plantas ornamentais, onde os técnicos da Companhia explicam aos visitantes de que forma são produzidas. Neste ano, também estão sendo mostradas variedades de ervas medicinais cultivadas a partir do projeto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que aplica um curso sobre o tema aos produtores de Lagarto, alunos que também estarão mostrando ao público o que estão aprendendo.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, conta que a expectativa é de que a maior ocorrência de público se dará no fim de semana e que o estande da Cohidro, por sua gama de atrações, é sempre o mais visitado, contando com mais novidades para esta edição da Feira. “É muito movimentado, chegamos a receber a visita de turmas de alunos das escolas públicas de Lagarto para conhecer e receber uma explicação de nossos técnicos e dos produtores que iniciam o trabalho com as plantas medicinais. Construímos um canteiro em forma de ‘mandala’, separando nossos principais cultivos e ao lado nosso lago, simbolizando a represa do Perímetro, que recebeu seis exemplares de tambaqui doados pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus São Cristóvão”, revelou.

Serão cinco dias de Exposição, que também abriga a “51ª Exposição de Animais da Região Centro Sul”. Taynã Matos faz parte da coordenação do evento e expõe a Feira em números. “São aproximadamente 150 bovinos, 250 cabeças – entre caprinos e ovinos – além de mais 45 equinos, expostos para competições e comercialização. A expectativa é que sejam negociados, durante a Exposição, um volume de R$ 600 mil em negócios, entre a venda de animais, máquinas, implementos e insumos”, relata ela sobre o Evento, que tem expectativa de um público superior aos 50 mil visitantes do ano passado.

Para o presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano, a Exposição é uma ótima oportunidade para a Companhia mostrar à sociedade suas realizações, além de espaço onde é possível conhecem as novidades do mercado agrícola. “Serve como uma prestação de contas ao público que visita a Feira, que pode ver pessoalmente uma pequena amostra daquilo que é possível produzir graças à irrigação e assistência técnica agrícola fornecida – pelo Governo do Estado – aos 421 lotes de produtores e que gera anualmente, em média, 7 mil toneladas de produção agrícola. Além das oportunidades de fazer negócios, os agricultores recebem instrução em palestras realizadas pela nossa Empresa e outros parceiros do Evento”.

Receituário Agronômico

Arício Resende Silva, engenheiro agrônomo da Cohidro, proferiu palestra sobre a obrigatoriedade do “Receituário Agronômico” para uso e compra de agrotóxicos. “Venho expor o ponto de vista legal, sobre a necessidade de receita que é um trabalho que vem sendo feito pelo Governo do Estado também através da Cohidro. O produtor quer ir comprar sem receita e acha quem venda, sem se preocupar com as restrições que não são só quanto as leis infringidas. O uso irregular, sem proteção, em excesso e descartando as embalagens usadas de forma errada, pode causar prejuízos a saúde do agricultor e da família, além dos danos ao meio ambiente”, explicou, alegando que só com o documento emitido por um profissional técnico autorizado, o agricultor estará amparado e instruído dos cuidados que deve tomar no uso do agroquímico.

Haroldo Araújo Fontes é produtor irrigante no Perímetro da Cohidro em Lagarto e participou da palestra sobre o receituário agronômico, nesta quinta-feira, 4. Ele conta que faz o possível para não usar, mas quer estar ciente da legislação quando for necessário a aplicação em suas plantações. “Usei recentemente para a lagarta no milho, mas produzo macaxeira e comecei também a cultivar pimenta-do-reino sem usar nenhum agrotóxico nelas. Vim pegar conhecimento sobre o uso do agrotóxico, sobre a legislação e normas. Só quando não tem jeito, mesmo assim evito usar”, comenta ele que também cultiva batata-doce.

Agroecologia

Na sexta-feira, 5, o cultivo agrícola de produtos orgânicos será tratado em palestra proferida pelo técnico agrícola da Cohidro José Raimundo Pereira de Matos. Ele é responsável, no Perímetro Piauí, pelo acompanhamento e assistência técnica aos irrigantes agroecológicos, principalmente aqueles que fazem parte da Organização de Controle Social (OCS) e tem autorização do Ministério da Agricultura para produzir e comercializar – diretamente ao consumidor e aos programas governamentais – produtos de origem orgânica. Em sua explanação, quer apresentar aos agricultores que visitam a Feira, tudo aquilo que usa como orientação para com os produtores que assiste.

“Vou falar da agroecologia, mas para os produtores agrícolas em geral que venham à Exposição, buscando orienta-los para que tenham mais preocupação com a saúde e com a natureza na hora de produzir alimentos. Aproveitarei para ensinar a fazer fungicida e inseticida natural, adubação líquida, composto orgânico, substrato e explicar a utilidade da construção de barreiras naturais para proteção do cultivo agroecológico. São ações que os agricultores assistidos por mim estão familiarizados, mas quem não faz parte do Perímetro Irrigado, talvez nem saiba que existam estas formas de produzir, sem apelar aos insumos comerciais e quimicamente tóxicos”, complementou José Raimundo.

Cohidro presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) esteve presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe, representada pelos seus irrigantes e técnicos. O Evento aconteceu nesta sexta-feira, 22, no Instituto Federal de Sergipe (IFS) no Campus de São Cristóvão. Com a cooperação do Sebrae e apoio da Cohidro, a Instituição reservou este dia para reunir e motivar a troca de experiências entre os produtores e fez parte da “III Semana de Agroecologia”, que desde o dia 20, vinha realizando palestras, debates, oficinas e minicursos, voltados aos acadêmicos, técnicos e agricultores.

Presidente da comissão organizadora da III Semana, a Professora Msc. Marisa Borin da Cunha revelou que o Encontro de Agricultores ocorreu dentro das expectativas de público e alcançou seus objetivos. “Dentre agricultores, técnicos e estudantes que também tiveram interesse de participar, foram cerca de 70 pessoas. A intenção era de que os produtores orgânicos tivessem espaço para expor suas experiências, suas conquistas e reivindicar – aos representantes dos órgãos públicos presentes – suas necessidades. Pela quantidade desses produtores que vieram dar seus relatos e o outro quantitativo que se dispus a fazer perguntas, acreditamos que conseguimos. Nos demais dias de evento, participaram das atividades outros 185 inscritos”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considerou bastante produtiva a participação da Cohidro no evento realizado pelo IFS e Sebrae, garantindo que a Companhia está sempre disposta a colaborar e participar de eventos do setor agrícola. “Se buscam beneficiar e levar a experiência para o produtor orgânico e a agricultura familiar, estão caminhando para o mesmo rumo tomado por nós, que temos como principal foco contribuir com o pequeno produtor. Esta conversão do uso do agrotóxico na produção convencional, para o método agroecológico é uma briga já comprada por nós há algum tempo em nossos perímetros irrigados, onde frequentemente novos produtores aderem à ideia por meio do incentivo de nossos técnicos e agrônomos”.

PAIS

Pela manhã, o Encontro foi destinado a exposição de resultados e debate sobre o projeto de Produção de Alimentos Integrada e Sustentável (PAIS) do Sebrae, que forneceu os kits para a montagem de 300 unidades em todo Estado, 99 destes em cooperação com a Cohidro, nos lotes de produtores alocados nos seus perímetros irrigados. Maria Terezinha Albuquerque é quem coordena o Projeto na Companhia de Irrigação. “Baseado em sistema de produção agroecológico e voltado à agricultura familiar, o PAIS tem todos os requisitos para o cultivo de alimentos orgânicos e corresponde ao método adotado pela maioria dos produtores do gênero em Sergipe”, revelou.

José Raimundo Pereira de Matos é técnico agrícola da Cohidro no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto e trouxe ao Evento os agricultores irrigantes Delfino Batista e João Pacheco, dois dos mais bem sucedidos produtores orgânicos que atuam nesta unidade da Companhia. “Aqui eles podem trocar conhecimento, as experiências que deram certo e que tem resultados diferentes de região para região no Estado. Em Lagarto, por exemplo, o que mais deu certo foi adaptar o PAIS para a produção de galinhas caipiras. Fomos os primeiros a receber os kits, como já fazem mais de quatro anos, as galinhas de postura originais já foram substituídas por estas raças mais rústicas e apresentaram bons resultados”.

Delfino Batista deu seu relato – no Encontro – de como se sucedeu essa adaptação do PAIS a sua realidade no Perímetro Piauí. “Crio perto de 100 galinhas caipiras, por isso eu e outros produtores tivemos que aumentar o galinheiro do PAIS, em alvenaria, para também evitar os roubos. Não é mais aquele galinheiro redondo rodeado pelos canteiros, mas segue o mesmo estilo: o adubo servindo para horta que depois ajuda a alimentar as galinhas”, conta o produtor que também integrou a plantação a criação de ovelhas. Um dos pioneiros, ele cultiva alimentos orgânicos e vende em feiras agroecológicas em Lagarto e na capital Aracaju, inclusive na sede da Cohidro.

OCS

Organização de Controle Social (OCS) é o instrumento criado, por Decreto Federal, que elimina a necessidade dos pequenos produtores orgânicos terem que arcar com os altos custos dos institutos de certificação orgânica. André Barretto Pereira é coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe (CPOrg-SE) e chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa. Ele expos os dados de que já são 20 OCS em Sergipe, presentes em 16 municípios e compostas por 228 produtores orgânicos. A mais nova delas é a BIO5, formada por agricultores irrigantes da Cohidro no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco que já estão cadastrados no Mapa e recebem seus certificados na próxima quinta-feira, 28, em cerimônia na Secretaria de Agricultura do município, a partir das 9 horas.

Presidente da BIO5 e representando os agricultores orgânicos do Perímetro Califórnia, Marli Soares dos Santos Pereira reiterou, no Encontro, o apoio da Companhia de Irrigação para o surgimento da nova OCS em Canindé. “A Cohidro está sempre lá contribuindo com a gente, com a presença dos técnicos, como Tito Reis, Terezinha Albuquerque e a Drª. Sônia Loureiro. Não imaginava que existia esse apoio como o da Cohidro nos dando o ‘sombrite’ para construir nossas estufas, que todos nós já temos para produção de mudas e construídas por meio de mutirões entre produtores”, relatou.

III Semana de Agroecologia

Na quinta-feira, 21, 15 agricultores irrigantes, alocados no Califórnia, em Canindé participaram – dentro da “III Semana de Agroecologia” – do minicurso “Criação de Galinhas Caipiras”, ministrado pelo Professor Dr. Claudson Oliveira Brito, da UFS. O técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis foi quem promoveu a vinda destes produtores, tanto neste dia como ao Encontro de Produtores na sexta-feira, quando também relatou um pouco da sua atuação para formação da OCS no Perímetro. “Atualmente auxiliamos os produtores da BIO5 à compra de alguns equipamentos para medir a acidez e condutividade elétrica do solo e da água de irrigação, para quando haver necessidade, ser feita a devida correção do PH por formas alternativas e agroecológicas”, expôs.

Aspoagre

Manuel Messias, conhecido como Seu Lelé, pratica a agricultura utilizando métodos agroecológicos desde 1985 em sua propriedade atendida pelo Perímetro Irrigado da Ribeira, em Areia Branca. Essa experiência contou muito para a formalização, em 2006, da Associação Dos Produtores Orgânicos do Agreste (Aspoagre), que reúne ainda produtores de Itabaiana e Malhador, instalados no Perímetro Jacarecica II, também da Cohidro. Para o agricultor, que por meio da Entidade tem sua produção orgânica garantida em instituto certificador, nunca é demais buscar experiências em encontros como o realizado pelo IFS.

Irrigante da Cohidro cultiva repolho de alta produtividade em Lagarto

Vegetal que exige água constante, o repolho do tipo “Midori” tem chamado a atenção pelo fato do tamanho, podendo desenvolver “cabeças” de até 4 kg. Isso acontece no Perímetro Irrigado Piauí, assistido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município de Lagarto. O irrigante Nemilson Araújo Santos é o único a apostar nessa variedade, ele que é um dos quatro produtores que cultivam a hortaliça no pólo de irrigação.

Plantado há 75 dias, o repolho que Nemilson cultiva em parceria com o irmão, já dá sinais de boa produtividade. Faltando ainda 15 dias para chegar ao ponto propício à colheita, já desenvolveu cabeças com média de 2 kg. “batendo nesta cabeça se observa que ela ainda é fofa, isso dá o sinal de que ainda vai crescer mais. Só quando estiver dura é que chega ao tamanho máximo que pode crescer”, comentou o agricultor ao examinar os pés plantados ainda em desenvolvimento.

Localizado no Povoado Limoeiro, uma das localidades atendidas pela irrigação do Perímetro Piauí em Lagarto, a propriedade de Nemilson tem cerca de 2 hectares, destes, 0,6 hectares (2 tarefas) são destinados ao cultivo da variedade “Midori”. “A escolha da variedade deve-se pelo tamanho da cabeça, que tem boa aceitação, embora o preço seja baixo,R$ 1,00 pela cabeça, independente do tamanho. Como se trata de uma nova variedade, plantada no terreno pela primeira vez, observou-se que o espaçamento que demos entre as plantas poderia ser maior, o que prejudicou o crescimento, ficando evidente que os repolhos nas pontas das linhas são maiores.Mesmo assim, no geral, a planta está se desenvolvendo bem”, considerou,lembrando ainda que o repolho exige a incidência do sol em toda planta.

Irrigação

O repolho exige a oferta de muita água para seu desenvolvimento, fato que torna indispensável o uso da irrigação fornecida pela Cohidro. “Tenho que ligar a irrigação todo dia que não chover, a planta pede muita água. Sem ter a irrigação nem teria como plantar”, complementa o irrigante Nemilson Araújo, que primeiro planta a semente – comprada em lojas agropecuárias – em viveiros e depois transplanta as mudas para a lavoura quando atingem os cerca de 15 centímetros de altura.

Técnico agrícola da Cohidro responsável pela área do Povoado Limoeiro, José Américo relata que além de Nemilson, outros três irrigantes do Perímetro Piauí apostam na produção de repolho, mas da variedade “Suki”. Ele explica que na plantação convencional, a planta é bastante vulnerável ao ataque de pragas, o que exige a aplicação controlada de defensivos.

“É recomendada a aplicação quinzenal – sendo que a última seja feita 15 dias antes da colheita – de inseticida que combata a borboleta da ‘lagarta de rosca’. O repolho tem a vantagem de ter as folhas externas – que não são aproveitadas na colheita, mas servem de adubo para a próxima cultura a ser plantada na área – que de certa forma protegem o ‘miolo’ da ação do agrotóxico aplicado, não havendo contato direto do agrotóxico com a parte que comemos”, explicou o técnico, reconhecendo que somente fazendo toda adequação da propriedade, para os métodos agroecológicos, seja possível produzir repolho sem o uso de defensivos químicos.

Versatilidade

O produtor Nemilson Araújo, depois de colher o repolho, vai introduzir na mesma área a cultura da pimenta jalapeño, a qual já planta em lavoura vizinha ao mesmo tempo.Essa versatilidade, conquistada pelo agricultor,só veio depois de chegar a irrigação ao seu sítio, ressalta a gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira. “Se num mesmo pólo agrícola, como o que a Cohidro administra aqui em Lagarto, for possível produzir repolho, tomate, quiabo, pimenta de variados tipos, inhame, milho, etc., em períodos distribuídos do ano, maior será a oferta que teremos de produtos para abastecer o mercado e mais ganho terá o produtor”, completa.

Da mesma forma pensa Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, que ficou satisfeito com o resultado conquistado pelo produtor, considerando que a variabilidade de processos e culturas, torna o setor agrícola mais dinâmico e preparado ao mercado.“Em nossos perímetros, o agricultor é irrigante e não fica parado esperando cair à chuva.Ele tem acesso à irrigação para produzir alimentos variados e tirar o sustento da família o ano inteiro, seja aquele que pratica a agricultura convencional ou orgânica”, avalia.

A planta, segundo o diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto,se favorece das questões climáticas encontradas no Nordeste quando é cultivada tendo acesso constante à água, como acontece no Perímetro Piauí. “Nosso clima onde temos luminosidade e altas temperaturas quase o ano inteiro,favorece na introdução de diferentes cultivos. O repolho é uma delas,que com a água fornecida pela irrigação, cria-se as condições ideais para seu cultivo”,finalizou.

Perímetro da Cohidro em Lagarto recebe III Feira de Trocas de Sementes Crioulas

Foi realizado nesta terça-feira, 15, no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, a terceira edição, no Estado, da Feira de Trocas de Sementes Crioulas, organizada por pesquisadores e estudantes do Instituto Federal de Sergipe (IFS). O evento contou com a presença de irrigantes pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) do próprio município, além de agricultores visitantes de Boquim e São Cristóvão, todos eles provenientes da agricultura familiar e que cultivam usando técnicas agroecológicas de produção de alimentos. Também participaram do evento técnicos da Empresa, do Sebrae e da ONG Icoderus, envolvidos com o tema.

Como foco principal, a Feira de Trocas, tem a intenção de reunir estes agricultores familiares para que – além da interação e da troca de sementes crioulas entre eles – sejam ofertadas palestras e apresentações audiovisuais sobre a agroecologia e a importância do hábito de guardar as sementes, que para professora doutora Eliane Dalmora, do IFS, é um dos cernes da agricultura orgânica, pois evita o uso das sementes comerciais e propicia a diversificação de culturas no decorrer do ano.

“Dependendo do período do ano, há variedades de plantas diferentes para serem colhidas e com isso, o agricultor orgânico precisa diversificar suas culturas e assim sempre ter algo a colher e oferecer nas diferentes estações do ano. A troca de sementes orgânicas favorecem isso, propiciando esta variedade ao produtor”, comenta Drª. Eliane, coordenadora do “Sementes da Terra”, projeto que organiza a Feira de Trocas, frisando que os hábitos do consumidor também precisam se adaptar a outras alternativas alimentares que acompanhem essa diversificação.

Sementes crioulas

São consideradas “sementes crioulas” aquelas que não passam por processos industriais de beneficiamento, como a adição de pesticidas ou por algum tipo de modificação genética laboratorial, ou seja, aquela semente que sempre é guardada pelo agricultor depois que colhe, para ser usada na próxima plantação. Maria Terezinha Albuquerque, coordenadora do PAIS (Produção de Alimentos Integrada e Sustentável) na Cohidro, reafirma a importância da diversidade no cultivo orgânico e considera fundamental a realização destes encontros que tem o apoio da Companhia.

“O evento contribui para sensibilizar os agricultores familiares da importância de valorizar a diversidade de sementes crioulas que são produzidas e possibilita a troca de saberes, na perspectiva do fortalecimento e construção de uma agricultura familiar de base agroecológica. É preciso que os agricultores familiares se conscientizem e resgatem os hábitos de seus antepassados, como produzir, selecionar, armazenar, conservar e partilhar suas sementes, contribuindo para a preservação dos cultivos crioulos e para garantir a segurança alimentar”, considerou Terezinha, sublinhando que “o trabalho em parceria com IFS e o Sebrae vem propiciando, aos técnicos e irrigantes da Cohidro, mais conhecimento, mudanças de atitudes e também despertado novos desafios”.

Orgânicos de Lagarto

Agricultor irrigante pela Cohidro, João Pacheco já é veterano, em Lagarto, na agricultura orgânica. Ele faz parte da Organização de Controle Social do Centro Sul Sergipano (OCS-CSS) e conta que já cultiva o hábito de conservar e trocar sementes há algum tempo. “Eu tenho uma semente de feijão preto que inclusive já foi plantada lá no Perímetro (Califórnia) de Canindé de São Francisco e está se dando bem lá. Foi uma semente crioula que adquiri, na visita que fizemos a Embrapa de Petrolina (PE). O evento é bom, sempre que posso participo. Aprendo coisas novas e conhecendo pessoas de outros lugares”, relatou, satisfeito por participar da Feira de Trocas.

Técnico agrícola da Cohidro alocado no Perímetro Piauí, José Raimundo Pereira de Matos é o responsável pelo acompanhamento e registro dos agricultores orgânicos. Ele conta que na OCS-CSS, atuam 12 irrigantes de Lagarto que agora estão buscando novas formas de comercialização dos produtos agroecológicos. “Estamos tentando junto ao Ministério da Agricultura (MAPA), alterar a organização dos produtores orgânicos, de OCS, para o Sistema Participativo de Garantia (SPG), que vai permitir que eles vendam seus produtos também para empresas atacadistas e supermercados. Os produtores já foram recadastrados, receberam a visita dos técnicos do MAPA e estamos só aguardando o parecer de Brasília”, conta, explicando que a OCS só autoriza a venda direta ao consumidor final.

Pesquisa acadêmica

Também palestrou no evento a graduanda em Agroecologia do IFS, Dinamarta Ferreira. Ela fez seu trabalho de conclusão de curso (TCC) baseado na experiência com a agricultura orgânica dos irrigantes – pela Cohidro – em Lagarto e expôs no evento os resultados de suas pesquisas, orientadas pela Drª. Eliane Dalmora. “A intenção do meu trabalho de pesquisa é ver quais as possibilidades e limites, para estabelecer como está a produção orgânica no Estado, baseado na OCS de Lagarto. Avaliando de que forma é feito o manejo de orgânicos”, esclareceu, ressaltando que a organização de feiras de trocas de sementes também faz parte da proposta do seu estudo.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considera um grande avanço, para agricultura familiar, esta interação com o meio acadêmico. “As instituições de ensino, que vem por auxiliar o trabalho já realizado pelos órgãos estatais, trazem oxigênio novo ao extensionismo rural. Trabalho que tem que ser persistente e contínuo, em prol de orientar, da melhor maneira possível, nossos produtores. Deixo claro que os perímetros irrigados, administrados pela Companhia, estão sempre abertos a receber estudantes e pesquisadores que tenham, como nós, a intenção de somar esforços a uma produção de alimentos que seja, ao mesmo tempo, proveitosa ao agricultor e saudável para quem consome”.

Visitantes

Livia Feitoza, gestora do PAIS no Sebrae-SE, organizou grupos de agricultores agroecológicos de Boquim e também do Assentamento Quissamã, em São Cristóvão, para participar da Feira de Trocas em Lagarto. Ela conta que em Boquim, são 19 e do Quissamã, são 16 produtores que, tanto estão inseridos no PAIS, como também fazem parte de OCSs, que os certificam a comercialização de orgânicos.“Trouxemos esses produtores para participar da feira e conhecer outras variedades de sementes, trocar experiências com os agricultores daqui e além disso, eles estão colhendo algumas informações técnicas e isso é muito bom para eles”, relatou.

Maria Meire Rosa, ou Dona Mariazinha, como é mais conhecida, é uma das agricultoras orgânicas do Assentamento Quissamã que cultiva o hábito de guardar sementes e participou de todas as feiras de trocas que o IFS organizou. “É bom que a gente conhece outras pessoas e troca sementes, eu mesma trouxe sementes de quiabo, cenoura, rúcula, milho pipoca, coentro, melancia, melão e noni. Até o momento troquei por semente de ‘cravo de defunto’, girassol, ‘feijão de porco’, ‘fava esperança’, várias pimentas e de outro quiabo, diferente da variedade que eu trouxe”, comemora.

Também organizando a vinda do grupo de Boquim, participou da Feira o chefe do Departamento de Agricultura, da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Eduardo Silva Santos. Ele explica que a Prefeitura dá suporte à agricultura familiar no Município. “Fazemos um acompanhamento técnico desde a produção até a comercialização que ocorre, por exemplo, na Feira da Agricultura Familiar, idealizada Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides) e organizada na cidade por nós”, conclui, informando que os agricultores assistidos também vendem para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Cohidro recebe outorga d’água para Perímetro Piauí em Lagarto

Barragem do Perímetro Irrigado Piauí que acaba de receber a outorga dágua

O Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Município de Lagarto, recebeu no último dia 13 de maio, a outorga d’água, concedida pela Agência Nacional de Águas (ANA). O documento atesta o direito ao uso da água para irrigação pelos agricultores, o que é, dentre outras finalidades, exigido pelas instituições financeiras para a concessão de crédito agrícola nestas áreas.Jacarecica I e II, Ribeira, Jabiberi e também o Platô de Neópolis, são unidades da Empresa que já possuem este documento.

A outorga é o meio pelo qual as agências governamentais, a nível estadual e federal, fazem o controle quantitativo e qualitativo do uso da água. Esse controle é necessário para delimitar como será feita a distribuição dos recursos hídricos de cada afluente e para asseguraro efetivo direito de acesso à água para todos. Em Sergipe, quem concede a outorga de água para rios que tem seu curso d’água restrito ao território do Estado é a Superintendência de Recursos Hídricos (SRH). Os demais rios, a exemplo do Piauí, que nasce no Estado da Bahia e abastece o reservatório do Perímetro da Cohidro em Lagarto, é de responsabilidade da ANA a concessão do documento.

Com validade de cinco anos, a outorga concedida ao Perímetro Piauí, veio a partir de estudo realizado pela Companhia e apresentado a ANA, que determina o quanto desta água pode ser utilizada pela irrigação sem interferir nas outras finalidades da bacia hidráulica, como explica o engenheiro agrônomo da Cohidro, Antônio Paulo Feitosa. “É feito o balanço hídrico da barragem, que determina o que poderá ser utilizado de água para a irrigação, sem afetar o abastecimento humano que a barragem também realiza através da captação da Deso (Companhia de Saneamento de Sergipe). Durante o prazo de duração da outorga do Piauí, por exemplo, foi determinado que 702 hectares de terra poderão ser abastecidos com água de irrigação”, elucidou.

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação da Cohidro, considera a concessão da outorga em todos os perímetros um passo importante para a irrigação pública em Sergipe. “Agora os irrigantes estão aptos a participar de qualquer programa governamental de concessão de crédito agrícola, o que antes os limitava na hora de pedir empréstimo. Estamos aptos a emitir documento que atesta a eles o direito ao uso da água para apresentar aos bancos”, afirmao diretor que informa que a Empresa está somente aguardando a liberação da outorga de água pela ANA, para o Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, requerido em abril de 2010.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, se orgulha em dizer que está acontecendo no atual Governo esta regulamentação ambiental do uso dos recursos hídricos. “Para nós da Companhia, é a garantia de que estamos trabalhando dentro de um planejamento responsável e sustentável do uso da água, para que ela seja sempre disponível para a agricultura e para o consumo humano. Nossos técnicos estiveram empenhados em garantir esta reinvindicação que os irrigantes faziam há algum tempo, para que a partir de agora possam buscar investimentos para ampliar suas lavouras e gerar mais renda”, considera.

Unidades da Cohidro outorgadas
Abastecidas por rios legitimamente sergipanos, as barragens dos perímetros irrigados da Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana; Jabiberi, em Tobias Barreto e Jacarecica II em Malhador, tiveram a outorga d’água concedida em agosto de 2012 pela SRH e delimitou, como uso racional da água, a irrigação para 1.100, 252, 111 e 802 hectares, respectivamente, em cada um destes pólos de irrigação da Cohidro, pelo período de dois anos.

Os lotes concedidos pelo Governo do Estado à iniciativa privada e administrados pela Cohidro, no Platô Neópolis, tem a outorga d’água para atender 7.063 hectares de cultivo irrigado. Por ser abastecido a partir da captação de água do Rio São Francisco, teve o documento expedido pela ANA, em 2010, com validade de 5 anos. Após estes prazos, um novo balanço hídrico será feito e encaminhado ao Órgão Estadual, levando em conta o nível de água atualizado e em quanto aumentou o consumo humano nesses sistemas hídricos, ressaltou Antônio Paulo Feitosa.

Comissão de Orgânicos e Seides visitam perímetro da Cohidro em Lagarto

Comitiva de técnicos visita o Perímetro Irrigado Piauí da Cohidro – Foto: Felipe Coringa

Membros da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe ( CPOrg-SE) fizeram mais uma visita aos pólos de irrigação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A intenção é de acompanhar o andamento das associações e agricultores que aderiram aos métodos de produção de alimentos livres de agrotóxicos. Nesta terça-feira, 10, foi a vez do Perímetro Irrigado Piauí, no município de Lagarto, onde a atividade agroecológica acontece desde o ano 2000.

A Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides) tem participado destas visitas. Com intuito de cadastrar novos agricultores orgânicos para integrar as “Feiras da Agricultura Familiar”, a Seides organiza duas novas edições nas quais pretende lançar exclusivamente com produtos orgânicos, e em Convênio com a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). Nesta visita, também estiveram presentes representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Lagarto (Semader), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS).

A Organização de Controle Social do Centro Sul Sergipano (OCS-CSS) foi criada em 2010 e atualmente conta com 18 membros. A associação de produtores orgânicos do Perímetro Piauí existe desde 2008 e é constituída por 10 dos produtores da OCS-CSS, mas alguns deles já produzem sem o uso de agrotóxicos há 14 anos. Eles possuem certificado de cadastro junto ao Mapa, que os permite a venda direta do produto orgânico através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O atual coordenador da CPOrg-SE e chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa, André Barretto Pereira, após a visita que fez a sete lotes orgânicos do Piauí, explicou a intenção desta ida a Lagarto. “A gente está fazendo este trabalho de resgate e fortalecimento das OCS’s em todo Estado e estamos levando o máximo de parceiros nestas visitas, a exemplo da Seides, IFS, secretarias municipais e a própria Cohidro, porque, conhecendo de perto essas unidades produtivas, poderemos ajudar ainda mais a esses agricultores, tanto na produção com qualidade, como na comercialização, bem como nos trabalhos de conscientização da importância do consumo do alimento orgânico para os consumidores em geral”, disse.

André Barretto avaliou como positiva a produção dos orgânicos do Perímetro Piauí, “ mas acredito que esses agricultores devem trabalhar de forma mais organizada e coletiva, como tem que acontecer em uma OCS”, completa. Em relação ao Estado, comentou também que já são 19 OCS em Sergipe e mais duas estão em fase final de aprovação. Uma delas é a do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, onde os irrigantes da Cohidro, que criaram a Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5), receberam a mesma visita da CPOrg-SE no último dia 20 de maio. Ele adiantou que até o final do mês de julho, estes agricultores agroecológicos do Alto-Sertão receberão seus certificados os autorizando à comercialização de orgânicos.

Outro membro da CPOrg-SE presente na visita foi a professora doutora Eliane Dalmora, do IFS. A bióloga, além de atuar na fiscalização e regulamentação dos produtores orgânicos no Estado, também coordena um projeto de pesquisa acadêmica que envolve os irrigantes do Perímetro Piauí, o “Sementes da Terra”. “Pertenço à Comissão, mas temos um trabalho de preservação das sementes crioulas com os integrantes da OCS de Lagarto, focado, dentre outras variedades, na horticultura. Nesse projeto introduzimos algumas práticas de manejo orgânico, que os auxiliam a produzirem melhor”, conta.

Na Organização de Controle Social, como o nome já diz, os próprios produtores têm a obrigação de refletir sobre os modos de produção, e por isso, visitas às áreas dos demais componentes do grupo são estratégicas para troca de experiências, em que um pode corrigir os erros do outro”, explica o técnico agrícola da Cohidro alocado no Perímetro Piauí, José Raimundo Pereira de Matos. “Se um componente do grupo não estiver cumprindo as normas da produção orgânica, ele terá que ser notificado pela própria OCS para que num momento posterior seja eliminado desse grupo”, revelou ele que é o responsável pelo acompanhamento e registro dos orgânicos em Lagarto.

A gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, Sônia Loureiro, é membro representante da Companhia na CPOrg-SE. Ela é uma das principais responsáveis pela viabilização da produção orgânica no Perímetro Irrigado Piauí e pela formação da OCS-CSS. Para ela, esta visita técnica à Lagarto veio em boa hora, pois o grupo estava precisando de um estímulo, já que esta “autofiscalização” na OCS-CSS, não estava acontecendo da forma ideal como se pretendia.

“Estamos fazendo estas visitas para ver de perto, quem está disposto a continuar trabalhando de forma coletiva e assim poder avaliar, quem tem realmente interesse em continuar participando da OCS. Tenho certeza que, se pelo menos uma vez ao ano as OCS’s forem visitadas pela CPOrg-Se, os agricultores ficarão bem mais confiantes da importância e da força que eles têm e se sentirão estimulados a continuar melhorando ainda mais, pois hoje alguns já têm consciência dos riscos da agricultura convencional e das vantagens da produção orgânica”, elucidou a agrônoma Sônia Loureiro.

Quem não quer sair da OCS e garante a autenticidade dos seus produtos orgânicos é o irrigante pela Cohidro João Pacheco, um dos visitados pela CPOrg-SE. “Quem trabalha errado, não fica no mercado. Quem oferece na feira um produto orgânico sem ser, logo é descoberto. Eu não vejo problema em virem visitar minha horta, porque sei que estou trabalhando correto”, estabelece o produtor agroecológico que desde o ano 2000, é referência em Lagarto, tanto que recebe vários outros agricultores interessados na produção livre de agrotóxicos para conhecer sua plantação, a exemplo do Bio5 de Canindé.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, relaciona o aumento do número de irrigantes orgânicos a mudança no comportamento da sociedade nos dias de hoje. “O produtor está consciente dos riscos que corre quando usa defensivos químicos e quando falamos de pequenas plantações, é inviável aderir às tecnologias nas quais máquinas fazem a aplicação do agrotóxico e livram o agricultor do contato direto. Por isso a agroecologia é a prática ideal para a agricultura familiar. Por outro lado, o consumidor é cada vez mais conhecedor dos benefícios que a alimentação saudável lhe traz. Por isso tem-se consumido mais frutas, legumes, verduras, porque esse consumidor já sabe que vai encontrar muito mais qualidade quando estes alimentos são orgânicos”, comenta.

Feiras orgânicas
Depois de ter ido ao Perímetro Califórnia em Canindé avaliar o trabalho dos irrigantes do Bio5 e também ter visitado assentamentos rurais onde há produção orgânica em Umbauba, Estância e Itaporanga d’Ajuda, o Técnico do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Dsan) da Seides e coordenador estadual do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA-Frutos da Terra), Lucas Aroaldo Dantas Cavalcante, teve a oportunidade de conhecer os agricultores orgânicos da OCS-CSS.

“Nossa Feira da Agricultura Familiar em Aracaju é de base agroecológica, mas em dois novos locais que vamos implantar, serão feiras restritas só a fornecedores orgânicos e para tal, precisamos de mais produtores catalogados. Agora, fechando o ciclo de visitas, vamos finalizar o relatório e determinar quais grupos de agricultores está capacitado para fornecer os produtos orgânicos. A PMA cedeu os espaços físicos no Parque Augusto Franco (Sementeira) e no pátio do Museu do Mangue, localizado no Bairro Coroa do Meio e a Seides entra com a estrutura e os comerciantes orgânicos”, explicou o agrônomo Lucas Aroaldo.

Produtor orgânico do Piauí e que já comercializa na Feira da Agricultura Familiar em Aracaju, é Delfino Batista. Ele conta que a criação desta feira exclusiva, para produtores orgânicos certificados, é uma reinvindicação antiga do seu grupo e agora vê com ânimo a parceria entre PMA e a Secretaria. “A intenção é boa e já tínhamos conversado com a Seides sobre isso. Garanto a procedência dos meus produtos orgânicos e não tenho nada para esconder. Recebo sempre os repórteres para mostrar a minha produção, pois sei que estou seguindo as recomendações para continuar dentro da OCS e vender em uma feira só de orgânicos”, avalia ele que também vende quinzenalmente no pátio da Cohidro, na capital e atua em mais 3 feiras em Lagarto.

Outra feira orgânica que tem pretensão de voltar a acontecer será a realizada pela Prefeitura de Lagarto. O diretor de Desenvolvimento Rural da Semader, Adelino Barbosa, acompanhou a visita da CPOrg-SE e comenta o interesse da Administração Municipal no cultivo agroecológico. “Queremos, em parceria com a Cohidro, reativar a feira orgânica de Lagarto. Além disso, temos um projeto de manter hortas comunitárias nas escolas da rede municipal”, disse, explicando que a intenção é a de reforçar a merenda escolar nas unidades de ensino e também criar hábitos alimentares saudáveis nos estudantes, aliados a conscientização da ecologia na agricultura.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:10.

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