Assistidos pela Cohidro poderão receber assistência técnica e gerencial rural

A horticultura irrigada e orgânica tem se tornado uma escolha frequente entre os produtores di Perímetro Piauí – Fotos Ascom/Cohidro

Prestes a entrar em operação no Estado, a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) está selecionando municípios sergipanos para o programa, onde grupos de 20 agricultores irão receber, por dois anos, atendimento técnico individualizado e capacitações coletivas, principalmente na gestão técnica econômica de propriedades rurais. Serão três ramos de produção agrícola os atendidos em Sergipe: o de gado de leite – Programa Sertão Empreendedor em parceria com o Sebrae – o da Citricultura e também na área da Horticultura.

O Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, dispõe de número de produtores irrigantes suficientes para compor um destes grupos atendidos pela ATeG voltada à Horticultura, tanto na convencional quanto na orgânica, defende a gerente do polo agrícola, Gilvanete Teixeira. “Atendemos 421 agricultores com irrigação e parte considerável deles se dedicam a produção de hortaliças. Temos agricultores convencionais que utilizam produtos químicos, os que têm intenção de parar o uso e os que já são orgânicos”.

Para Gilvanete, um grupo considerável de agricultores poderia ser formado, se reunir os orgânicos com aqueles que têm a intenção de fazerem a conversão para o método agroecológico. “Vamos repassar ao Senar-SE uma lista com os agricultores propensos a receberem a atenção do projeto”, informou. Hoje existem 11 produtores com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Perímetro Piauí, que formam um Organismo de controle Social (OCS) com autorização à venda direta de alimentos sob a especificação de orgânicos.

A possibilidade de o Piauí ser inserido no projeto da ATeG se deu com a visita, ao polo de irrigação, da coordenadora do programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar-SE, Luana Aragão, nesta terça-feira, 11. Ela veio conhecer e cadastrar o polo agrícola como uma possível localidade a receber o atendimento. “Serão visitas de 4h mensais a cada agricultor e pecuarista, isso acrescido ainda de cursos para capacitações em empreendedorismo rural. Como programa terá duração de quatro anos, e possível que os municípios atendidos possuam dois grupos, com 20 produtores cada”, explicou.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, o Perímetro Irrigado reúne características suficientes para receber o serviço do Senar. “O perímetro irrigado possui quase 30 anos de existência e há 20 anos tem agricultor produzindo sem o uso de agrotóxicos. Capacidade de produção, durante todo ano, eles têm com a irrigação pública oferecida pelo Governo do Estado. Um apoio gerencial como este, para transformar em negócio a atividade rural, só tende a melhorar a capacidade de geração de renda para esses agricultores, suas famílias e trabalhadores rurais. Iniciativa que será benvinda”, considerou.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, vai mais longe e considera que o empreendedorismo pode consolidar o cultivo de orgânicos no perímetro irrigado. “Às vezes, o que falta é apoio com um programa desses, para que o agricultor possa aderir completamente à ideia de produzir sem os agrotóxicos. Isso vale também para quem já é orgânico, pois a comercialização diferenciada, do produto, ainda é o maior obstáculo a ser superado por quem escolheu esse método de cultivo. Saber como vender o orgânico ainda é uma dificuldade, tanto para o produtor como para o consumidor entender o porquê da diferença no preço em função da qualidade do produto final. O que muitas vezes desestimula o agricultor”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Comunicação do SENAR/SE

Universitária alemã visita áreas orgânicas em perímetro irrigado sergipano

Na Farmácia Viva Maddalena, Gilvanete, Meirinha, Daniela e Terezinha

Agricultura Orgânica é aquela que abdica do uso de defensivos industriais que podem ser tóxicos a quem vai consumir os alimentos, convive com a lavoura e ainda oferece risco de degradar o meio ambiente. Produzir nesse sistema exige conhecer métodos alternativos de como substituir os agrotóxicos e uma forma disso dar certo é trocando experiências com outros agricultores, através de uma Organização de Controle Social (OCS). A formalização desses grupos, em Sergipe, despertou o interesse da estudante alemã Maddalena Moel, há dois meses no Brasil pesquisando arranjos produtivos.

Formada a partir de uma associação ou cooperativa de agricultores familiares, a OCS precisa que, entre os participantes, exista uma relação de organização, comprometimento e confiança, para tanto conquistar a credibilidade da sociedade como para ser regulamentada. Comercializar seus produtos orgânicos diretamente com o consumidor exige que a organização esteja cadastrada junto à Superintendência Federal da Agricultura do seu estado, subsidiada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), através de seus técnicos e engenheiros agrônomos, incentiva o surgimento destas organizações e faz um acompanhamento frequente destes arranjos produtivos nos polos de irrigação que administra, existindo hoje três desses grupos formalizados. O mais ativo deles fica no município de Lagarto, no Perímetro Piauí.

Maddalena Moel cursa Gestão de Desenvolvimento Internacional de Cadeias de Valores Sustentáveis, na Van Hall Larenstein University Of Applied Sciences da Holanda. Há dois meses ela faz estágio na Associação Biodinâmica de Botucatu-SP, instituição que a indicou o Instituto Social Micael, em Sergipe, para complementar sua pesquisa acadêmica na área. A Ong, com sede em Aracaju, já aplicou cursos de Agricultura Biodinâmica para técnicos da Cohidro e por esse motivo levou a visitante até o perímetro de Lagarto, no dia 13 de abril.

Biodinâmica é um modelo de Agricultura Orgânica criado por Rudolf Steiner em 1924, onde além do conceito de produção natural de alimentos, prima por uma propriedade rural em que várias modalidades agrícolas sejam exploradas de forma integrada, mas independente de elementos externos, em um nível de individualidade que não precise de qualquer tipo de insumo comercial. Maddalena Moel tem seu estudo voltado para esta metodologia produtiva, mas antes quer entender como acontece a convivência entre os agricultores que compõem as OCS.

“Me interessa mais a Agricultura Biodinâmica, mas quero entender como funciona o controle social da produção orgânica na prática, como ocorre através do OCS. Estou visitando algumas fazendas, fazendo um mapeamento da biodinâmica do Brasil. Já estive na Fazenda Toca, em Itirapina-SP e lá eles fazem agora a conversão à biodinâmica. Estive no Espirito Santo, vendo plantações de café orgânico e biodinâmico”, contou a visitante, curiosa em saber como os agricultores de Lagarto produzem para atender a demanda, como são aceitos os produtos pelos consumidores e qual o critério para escolher as culturas plantadas. Ela ainda informou que continuaria sua pesquisa viajando, ainda naquela semana, para o estado da Paraíba, onde iria conhecer uma fazenda de criação de cabras que produz queijos orgânicos.

Roteiro da visita

Visita à horta irrigada de Tal

O primeiro local visitado por Moel, no Perímetro Piauí, foi a Farmácia Viva de espécies fitoterápicas, anexa ao escritório da Cohidro em Lagarto. Esta atividade é desenvolvida em parceria com o Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que utiliza o espaço para pesquisa. “Esse aqui é um herbário mãe, cultivado no sistema orgânico e que abastece outras unidades de produção. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que 80% dos brasileiros usam algum tipo de planta medicinal e é esse conhecimento que disseminamos aqui, a partir de cursos extracurriculares”, explicou Rosimeire Barbosa (Meirinha), que coordena o espaço.

Gilvanete Teixeira, Gerente do Perímetro Piauí, reitera a importância dessa parceria com a UFS. “A Cohidro tem apoiado a Farmácia Viva, cedendo o espaço, a água para irrigação, insumos e mão de obra. Em troca tentamos inserir os agricultores nesse trabalho, para que eles contribuam com novas espécies medicinais (difundidas pelo conhecimento popular) e utilizem também as plantas para a própria saúde e nas suas plantações, já que tem espécies pesquisadas aqui que podem ser usadas como substituto aos agrotóxicos”, afirmou, dando como o exemplo as folhas do Nim, árvore asiática identificada como excelente inseticida natural.

Da sede da Cohidro, a visita seguiu para o lote irrigado de José Edmilson dos Santos (Tal), agricultor orgânico há mais de 15 anos e integrante da OCS. Ele explicou uma técnica alternativa de combate de pragas que Maddalena ainda não conhecia. “Aprendemos em um curso, um procedimento usando o arroz cozido, que é enterrado, depois lavado e usa esse líquido que sai, para combater fungos nas plantações”. Na entrevista feita pela estudante, o produtor contou que hoje o que dá mais trabalho é combater o pulgão que dá nos brócolis. “A gente incentiva um ao outro, chega um produtor aqui e eu ensino o que usei para combater um problema na cultura, mas a gente tem sempre a Cohidro para dar apoio técnico”, completou.

Maria Terezinha Albuquerque, Técnica da Gerência de Desenvolvimento Agrário da Cohidro (Gedea), acompanhou toda visita e explicou à estudante alemã como se dá o procedimento da legalização das OCS. “Existe uma Comissão Estadual da Produção Orgânica, formada por representantes das instituições governamentais e sociedade civil, que está visitando os grupos objetivando reestrutura-los. Mas também existe um movimento para a criação de Opac’s (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade), que consiste em integrar, além dos agricultores, outros agentes da sociedade no controle, na produção e comercialização dos orgânicos. Nesse sistema a produção poderá ser comercializada também de forma indireta, em outros canais de comercialização e com certificação”, assinalou.

O final da visita se deu na propriedade de outro agricultor orgânico e membro da OCS, João Pacheco, que cultiva alimentos orgânicos há mais de 20 anos. “Participar da OCS é bom porque a gente aprende mais, trocando experiências, produzindo e comercializando alimentos sem agrotóxicos”, argumentou o produtor que é modelo a ser seguido no Perímetro Irrigado, recebendo sempre a visita de grupos de estudantes para conhecer sua propriedade, onde ele garante não ter uso de veneno. “Eu não vejo problema nenhum em virem visitar minha horta, porque sei que estou trabalhando correto”, destacou.

Maddalena Moel agradeceu a recepção que teve na Cohidro e todo apoio que tem recebeu do Instituto Micael, como também de Daniela Campos, colaboradora da Ong que a acompanhou na visita à Lagarto. “A experiência hoje aqui para mim foi muito boa. Depois do Brasil, espero conhecer trabalhos parecidos com os que estou vendo aqui, também na Argentina e no Chile”, completou a estudante, indicando quais serão os próximos países que irá dar continuidade à sua pesquisa.

Agricultores de Gararu fazem visita técnica à Cohidro em Canindé

A visita culminou nos pomares de Goiaba irrigada

Quinta-feira, 7, o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, recebeu a visita de um grupo de oito produtores rurais provenientes de Gararu, ambos municípios localizados no Alto Sertão Sergipano. Pensando em diversificar os tipos de culturas que já trabalham, eles queriam conhecer as principais plantas cultivadas nesse polo agrícola que utiliza tecnologia agrícola e métodos de irrigação adaptados à realidade do clima Semiárido.

A agricultura empregada nos perímetros irrigados da Cohidro serve de modelo para outras áreas agrícolas devido ao empenho de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas que tem a função de coordenar e incentivar a aplicação de métodos aprimorados de produção, buscando fazer valer o investimento público de prover irrigação para mais de duas mil unidades de produção agrícola nos seis polos de irrigação da Empresa. Segundo o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o auxílio dos especialistas vai dos cultivos escolhidos pelos agricultores até os campos experimentais propostos pela Companhia e parceiros.

“Nossos valorosos técnicos e engenheiros ajudam os agricultores irrigantes produzirem melhor aquilo que estão acostumados, ou o cultivo que está sendo mais lucrativo da época, como também estão aptos para orientar a produção nos campos experimentais. Está sendo assim em Lagarto (Perímetro Piauí) com a Pimenta-do-reino e foi com a Maçã, Pera e Caqui, através de convênio com a Embrapa, mesma parceria que vai introduzir, em breve, a Uva no Califórnia. E não podemos esquecer do Programa Balde Cheio (originado na Embrapa São Carlos-SP) de produção leiteira, introduzido com sucesso no Perímetro Jabiberi (Tobias Barreto)”, relacionou o presidente Mardoqueu.

Perímetro Califórnia

No Perímetro Califórnia, foram duas das suas particularidades as mais observadas pelos visitantes: a experiência dos produtores irrigantes com a fruticultura, em destaque a goiaba e as técnicas por eles usadas para conviver com a aridez do clima do Alto Sertão Sergipano, ao qual compreende, igualmente, Gararu. Josias José dos Santos é presidente da Associação de Produtores Rurais de Gararu e um dos produtores que estiveram em Canindé para observar a agricultura assistida pela Cohidro.

“Como a gente já produz, têm irrigação direto do rio ou de cisterna, estamos entrevistando os agricultores, sobre as plantas que cultivam, espaçamento e tipo de adubação. Vamos tentar transferir isso daqui para nós. Eu já vi e gostei da goiaba, estamos tirando foto, catalogando as técnicas usadas. Lá temos condição de produzir, mas não conhecemos. Vamos também levar contatos sobre fornecedores de mudas e usar lá”, relatou Josias José.

Segundo Josias, eles pretendem repassar tudo que viram para os demais produtores das três localidades que enviaram representantes: povoados Monte Santo, João Pereira e Assentamento Nova Esperança. “Cada um vai ser um agente multiplicador, nossa intenção é isso”. Ele e os outros sete agricultores visitantes fornecem alimentos para Prefeitura Municipal através do Penae (Programa Nacional de Alimentação Escolar). “Todos nós somos cadastrados no fornecimento para a merenda escolar e por isso viemos aqui na intenção de diversificar a produção, procurar outras culturas”, acrescentou o produtor do Monte Santo.

O gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro foi quem recepcionou os agricultores e os orientou em toda visita, acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas, também da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto) e Joaquim Ribeiro dos Santos. “Considero como um intercâmbio técnico, é bom a gente mostrar o nosso trabalho para esses agricultores que estão interessados em diversificar os plantios, procurando fazer uma agricultura agroecologia e sustentável, aproveitando a água que está bem próximo dos seus lotes”, expôs o chefe do Perímetro que, como em Gararu, utilizada do Rio São Francisco para irrigação.

“Mostramos para eles desde o histórico do Califórnia, como está hoje, todos os dados técnicos de plantio, a produção e toda infraestrutura do Perímetro. Mostramos a importância econômica do Perímetro Califórnia para o município de Canindé. Depois fizemos a visita ao lote de José Bispo do Nascimento (Zé Branco), produtor de goiaba que é referência aqui. Ainda fomos até a EB-100 (Estação de Bombeamento), onde eu expliquei todo o sistema, como funciona desde a captação até a pressurização nos lotes”, complementou Edmilson, relatando como foi toda a visita que guiou.

Agricultura Familiar e Orgânica

Cleovan de Freitas é o Secretário Municipal de Agricultura de Gararu e estava também na visita ao Califórnia. Ele agradeceu a forma como foi recebido em Canindé. “A gente queria, de início, ressaltar o apoio que teve aqui ao chegar. A equipe da Cohidro atendeu a gente muito bem. A atenção do produtor, Zé Branco, foi muito boa, que atendeu as perguntas que a gente fez sobre adubação, mudas e poda da goiaba”, avaliou. Ele disse ainda que esses agricultores, além de fornecer para a merenda escolar, participam da Feira da Agricultura Familiar da Cidade, conduzida em parceria com a Seidh (Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos).

Feirante assídua na Feira da Agricultura Familiar é a agricultura Neusa Soares Poderoso Santos. Ela também atravessa o São Francisco para levar, os alimentos que produz com o Marido no Povoado João Pereira, em mais duas feiras no Estado de Alagoas e ainda fornece para o Penae. Mesmo com sua rotina corrida na lavoura, vendas e ainda cuidar da família, arranjou tempo de participar da visita ao Califórnia. Do que viu, chamou mais atenção a goiaba, embora também quisesse saber mais da Agricultura Orgânica praticada no Perímetro de Canindé.

“Eu Planto quiabo, melancia, milho, coentro, alface e pimentão, que forneço para a merenda escolar e trabalho na feira livre também, uma em Gararu, uma em Traipu (AL) e uma em Giral (do Ponciano-AL). Há 15 anos na luta, trabalhando no campo, consigo sustentar a família e boto o filho ainda na faculdade, um está formado e o outro está formando e tudo isso é fruto da agricultura”. Embora estudem, Ela diz que todos em casa têm que ajudar. “Eu só boto funcionário quando eu vou colher, mas para produzir e trabalhar somos nós quatro, é só a gente mesmo”, relatou Neusa.

Embora a Agricultora não tenha certificação, trabalha coma produção orgânica baseada na confiança que seus produtos conquistaram e já tem freguesia certa. “Procuram muitos produtos orgânicos, eles gostam muito. – Olha o pessoal que não usa veneno! Aí todo mundo chega para cá. É tudo na confiança. É você ver a qualidade né? Há anos a gente trabalha e dizem: – Ah, eu comprei seu Coentro e não apodreceu na geladeira, comprei na outra banquinha e apodreceu. São mais duradouros, mas é difícil de plantar, a gente perde muito”, justifica Neuza Soares, o motivo dos Agroecológicos custarem mais nas feiras livres.

Cohidro e parceiros exaltam importância da Água em seu Dia Internacional

Evento reuniu estudantes de duas escolas locais para aprender mais sobre a água

No Dia Mundial da Água a gerência do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, chamou alunos de escolas e produtores rurais para uma programação que incluía a exposição dos trabalhos de instituições parceiras através de estandes temáticos, peça teatral e um concurso escolar de maquetes. O evento ocorreu nesta terça-feira, 22, no escritório local da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), empresa que administra o Pólo de Irrigação e organiza, todo ano, o evento.

Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Banco do Nordeste (BNB), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Lagarto (Semader), Associação de Produtores Orgânicos de Lagarto e Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) montaram estandes onde os visitantes recebiam explicação de como é a atuação destas organizações no município e seu envolvimento com uso da água. Estudantes da Fundação Escola Nossa Senhora das Graças e a Escola Municipal Monsenhor Jason Barbosa Coelho puderam conhecer este trabalho e também como funciona o Perímetro da Cohidro.

Esses estudantes ainda participaram de uma competição entre turmas, para a escolha da melhor maquete com a temática do uso consciente da água. A maquete feita pelos 4º e 5º anos da Fundação Escola trabalhou o reaproveitamento da água. Esta ideia, desenvolvida pelos alunos das professoras Talita Santana Viana e Ana Clara Andrade, ganhou o primeiro lugar e o troféu, oferecido pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto, outro expositor no evento.

“Estamos trabalhando, em sala de aula, os recursos naturais. E pensando no Dia da Água, fizemos uma maquete no reaproveitamento da água. Uma para a escola e outra para uma residência. Como é o assunto dado nas aulas, ficou mais fácil”, contou a professora Talita Santana, sobre o projeto que ilustra o reuso da água dos bebedouros para irrigação de uma horta.

Para o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, esse interesse dos pequenos pelo tema da água tem que ser muito exercitado na época escolar. “Com os adultos nem sempre souberam dar a devida importância à conservação dos recursos hídricos, é bom saber que no futuro, quando for a vez deles, exista uma conscientização maior. Mas para sobrar água para eles, depende hoje de nós o uso responsável, tanto de quem compartilha, como é o caso da Cohidro e da Deso, como também dos cidadãos e os agricultores, que recebem. Não podemos desperdiçar este bem natural tão precioso”.

Deso

Hoje, para abastecer a cidade de Lagarto, a Deso faz a capitação de 600 metros cúbicos por hora (m³/h) de água no Rio Piauitinga e outros 400, na Barragem Dionísio Machado, alimentada pelo Rio Piauí. Esse reservatório acumula 15 milhões de m³ e a Empresa Estadual faz o uso compartilhado com a coirmã Cohidro, a qual fornece água para a irrigação em 421 lotes irrigados, a uma vasão de 2.960 m³/h. Como explica o superintendente de produção regional da Companhia de Saneamento, Sérgio Dias, para a agricultura a água pode ser distribuída em estado bruto, mas para ser potável ao consumo humano, ela precisa passar por um complexo tratamento.

“Em nosso estande trouxemos hoje uma maquete funcional, para mostrar o tratamento de água potável, que é feito com a água captada na barragem”, contou Sergio Dias. Na apresentação aos alunos, ele faz outro alerta preocupante aos estudantes e visitantes. “A falta de fossas sépticas e falta de cuidado com a lavagem de carros, acabam contaminando os mananciais com metais pesados e resíduos de combustíveis. Devido a isso, a Deso não tem muitas alternativas de captação de água”, informou ele, sobre a restrição à somente duas fontes de água potável em Lagarto.

Organizadora do evento, a gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, comentou que, a cada ano, mais instituições, assim como a Deso, estão se interessando em atuar no Dia da Água da Cohidro. “Assumimos, para nós, esse trabalho de conscientização do uso responsável dos recursos hídricos. Buscamos parceiros para nos ajudar a montar esta atividade, neste dia do ano e agradecemos, de coração, esse apoio. Mas o nosso trabalho na Empresa, de técnicos e gestores, é de todo dia insistir com os agricultores para economizar água na irrigação. Para usar sem desperdícios porque senão, amanhã ela pode faltar”.

A peça teatral do Grupo Geração Eleita, da Igreja Batista Betel de Lagarto, abordava também o preocupante tema do desperdício da água em seu uso corriqueiro, como no exemplo do simples ato de tomar banho. “Hoje, o banho é só para tirar o suor e a sujeira do corpo. Não dá mais para prolongar esse momento, debaixo do chuveiro, meditando sobre a vida”, lembra o texto proferido, com humor, pelas jovens atrizes: Amenaide de São Paulo Nascimento, Camilla Caroline dos Santos Fontes e Franciele de Almeida Santos.

Farmácia Viva

Em um espaço cedido pela Cohidro e usando a água de irrigação do Perímetro Piauí, o Curso de Extensão em Fitoterapia, da UFS em Lagarto, montou uma rica coleção de espécies vegetais de uso medicinal, batizada de “Farmácia Viva”. Rosimeire Barbosa coordena o espaço e montou estande, junto ao herbário, para explicar aos visitantes o trabalho que ali é realizado. Para ela, a exposição foi bastante produtiva. “A criançada gostou, muitos deles disseram que as mães já usavam algumas das plantas mostradas, pois já conheciam pelo nome”, revelou.

Tem início campo experimental de Pimenta-do-reino na Cohidro em Lagarto

Reunião realizada no escritório da Cohidro

Reunião realizada nesta terça-feira, 8, no escritório da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em seu Perímetro Irrigado Piauí no município de Lagarto, determinou os detalhes preliminares para a introdução de mais uma área de plantio experimental no Pólo Agrícola. Dessa vez, serão 75 mudas de Pimenta-do-reino, da variedade Kottanadan e vindas de viveiro registrado nos órgãos de fiscalização do Espírito Santo, Estado que é o segundo maio produtor da cultivar no Brasil.

A pequena plantação experimental de 500 metros quadrados será feita na área irrigada do agricultor Givaldo Santos Souza, que é atendido pela Cohidro com irrigação e assistência técnica rural. Por ser um dos irrigantes mais atentos às orientações dos técnicos da Companhia, foi escolhido para abrigar a nova variedade em seu lote, preenchendo requisitos que vão desde a disponibilidade de tempo, até a dedicação com a lavoura. “Agradeço muito a confiança depositada em mim, espero poder dar o retorno esperado. Ainda hoje vou providenciar o adubo e as estacas para plantar as mudas dentro de cinco ou seis dias”, avisou.

As mudas foram trazidas pelo Técnico Agrícola e Representante Comercial Rivaldo Lima França. Sergipano radicado no Espírito Santo, ele atua na área de revenda de insumos agrícolas e também auxilia o irmão, que possui plantio da mesma Pimenta-do-reino no município de Arauá. Por estes motivos, ele se propôs trazer para Lagarto as plantas e os produtos necessários para seu desenvolvimento, na intenção de criar, no Perímetro Piauí, um mercado propício à Pipericultura. Segundo ele, são diversas as vantagens em apostar nesse cultivo.

“Ou muda este conceito, ou fica na mão do atravessador. O produtor tem que se livrar do imediatismo de produzir e ter logo que vender, sem a possibilidade de estocar e esperar o até aparecer o melhor preço. A Pimenta-do-reino é uma das culturas que mais se adequam a esse conceito, pois permite que seja estocada por um bom tempo sem perder suas qualidades”, afirmou Rivaldo Lima. Ele também assinala que hoje o produto tem em média um custo de produção de R$ 7 o quilo e pode ser vendido por R$ 25, o que corresponde a um ganho maior que 350%.

O Técnico Agrícola considera outros fatores como vantagem da Pimenta-do-reino, como a longevidade. “É bastante lucrativa, mas é um investimento a longo prazo. Leva três anos para começar a produzir comercialmente e depois segue dando frutos por mais 10 anos seguidos”, constatou Rivaldo França, que explicou que o segredo do sucesso para cultivar a planta está num “bom preparo de solo e uma excelente qualidade de mudas”.

Ele orientou o novo produtor, que irá abrigar o campo experimental, como também os técnicos da Cohidro, quanto ao início do plantio. Rivaldo explicou que as mudas são plantadas em um espaçamento de três metros entre cada linha e de dois entre as plantas. São plantadas junto a estacas de 2,5 metros de altura, no lado que bater sol nesta estaca, que será enterrada por 50 centímetros. Mesma profundidade da cova para a muda, mas o buraco será preenchido por até 10 litros da soma de matéria orgânica, adubo e fertilizantes apropriados.

Marcos Emílio Almeida, Técnico Agrícola da Cohidro, assinalou positivamente para o sucesso do cultivo da Pimenta-do-reino em Lagarto, pelo fato das características do estado de origem das mudas ser muito semelhante ao do Centro-Sul Sergipano. Ele irá acompanhar este primeiro campo experimental e demonstra estar animado com a nova variedade. “Fui no Espírito Santo e notei uma boa produtividade em área com pluviosidade igual a daqui. Vamos adubar essas primeiras covas com o esterco curtido e o superfosfato simples, ou supersimples, este na medida de 70 gramas por cova”, orientou.

O Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, participou da reunião seguida de visita ao lote do produtor. Para ele, “é importante diversificar as culturas, deixar o produtor cada vez menos dependente do atravessador. Temos aqui os campos experimentais de frutas de clima temperado como Maçã, Pera e Caqui que estão se desenvolvendo bem, uma parceria com a Embrapa Semiárido (em Petrolina-PE). Se ao menos uma destas culturas e agora a pimenta do reino derem resultados positivos, estaremos num bom caminho, pois o sucesso de um produtor acaba influenciando no comportamento dos outros”, analisou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, considera bastante animador presenciar os agricultores e técnicos buscando alternativas, nas atividades no campo, para produzir com maior rentabilidade. “Impressiona esta capacidade que o produtor rural adquire quando pode contar com a irrigação pública e assistência técnica do Estado. Ele é capaz de sempre se reinventar, pois tem a garantia de contar com a oferta de água e o acompanhamento dos nossos especialistas para sempre estar inovando, seja com Pimenta-do-reino, Maçã, Pera, Caqui ou Uva”, avaliou ele, lembrando que, em breve, também vai começar o plantio das videiras experimentais no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco.

Gerente do Piauí, Gilvanete Teixeira explica que já existia um anseio de alguns produtores em cultivar a Pimenta-do-Reino no Pólo de Irrigação. “Está é uma reivindicação antiga aqui no Perímetro, um grande desejo de nossos irrigantes que sempre quiseram produzir a planta que é famosa pela rentabilidade e pela longevidade e agora estamos podendo atendê-los”, comemorou. Ela recorda ainda que, no dia 27 de janeiro, esteve com outros quatro produtores em Arauá, visitando a plantação de Hugo França, irmão do Técnico Rivaldo Lima. “Voltamos bastante motivados com a Pipericultura, que já é realidade em Sergipe”, concluiu.

 

Viabilização de produção da Malagueta no Perímetro Piauí gera reportagem de TV

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou no dia 20 de fevereiro a produção de Pimenta Malagueta no Perímetro Irrigado Piauí da Cohidro, no município de Lagarto. A pimenta apareceu como o destaque de produtivo do Pólo de Irrigação, mas que devido a baixa do preço de compra, o produtor dela está tendo mais dificuldade de cultivar com rentabilidade.

Na reportagem de Patrícia Dantas, a variedade de pimenta apareceu como o destaque de produtivo do Pólo de Irrigação, mas que devido a baixa do preço de compra, o produtor dela está tendo mais dificuldade de cultivar com rentabilidade.

Fato este que a Cohidro tem enfrentado junto ao agricultor, mostrando a ele alternativas como a fertirrigação, o cultivo consorciado com outras culturas e até indo buscar, em outros estados, compradores para a produção, de modo a melhorar a condição de venda da Malagueta.

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Irrigação da Cohidro vai gerar R$1,3 mi em alimentos para doação

Os produtos são entregues, em média, a cada 15 dias devido a perecividade

Agricultores que são atendidos pela irrigação pública, oferecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), têm oferta de água para produzir alimentos ininterruptamente e na mesma quantidade o ano inteiro. Isso cria uma maior facilidade para eles cumprirem os contratos com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), gerido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na semana passada, mais duas associações de produtores assinaram contrato e três delas iniciaram a entrega de alimentos às entidades beneficentes inscritas.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445. Compromissos em que a Conab remunera os agricultores para que sejam feitos os repasses, duas vezes por mês durante um ano, às entidades sócio-assistenciais credenciadas na homologação das propostas ao PAA e que atendem 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar.

Sandro Luiz Prata, Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, é diretamente responsável por assessorar os produtores na confecção e trâmites burocráticos das propostas enviadas à apreciação da Conab, um serviço que complementa o fornecimento de água e a assistência técnica que a Empresa oferece aos agricultores, nos perímetros. “Além dos contratos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos contratos com o PAA para entrar em vigência já em 2016, no perímetros irrigados: Piauí em Lagarto, em Riachuelo no Jacarecica II e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

O Analista da Conab, Engenheiro Agrônomo José Bomfim Júnior, durante a assinatura de contratos, dia 16, confirmou que a assistência da Cohidro auxilia na composição das propostas oriundas de produtores dos perímetros irrigados e explica que “a reunião foi uma orientação para as entidades que vão participar do PAA e deixando bem claro os objetivos, em termos de não fazer qualquer coisa errada e seguir corretamente o projeto. O dinheiro já está na conta bloqueada das associações e a partir de agora eles podem entregar os produtos que, à medida que já forem prestando contas, nós da Conab iremos liberando o dinheiro,” garantiu.

Contratos assinados

De Lagarto veio a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip) assinar o contrato para passar a entregar, a partir de 22 de março, 296 toneladas de alimentos. Antônio Cirilo Amorim, presidente da entidade, explica de que forma o PAA contribui com o agricultor. “O mercado hoje tem vários preços e na Conab é um preço garantido e vai beneficiar assim, mais de 69 agricultores nesse projeto e mais de seis mil pessoas receberão esses produtos. É muito gratificante, é muito compensador e a gente fica feliz por mais um projeto em Lagarto. Vai para cinco projetos que participamos já, só da Associação”, completou.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considera crucial a Empresa dar este auxílio ao produtor, para atuar neste e em outros programas governamentais que possam trazer benefício ao homem do campo, dentro dos perímetros irrigados. “Faz parte de nosso papel de incentivar a produção agrícola, assim como fazemos fornecendo água e assistência técnica. Para nós, é muito gratificante que esses projetos bonifiquem os produtores, com preços justos pela riqueza que é fruto do seu trabalho. Muito melhor quando sabemos que a Conab beneficia a população carente com esses alimentos, produzidos com o nosso apoio”.

A outra entidade que acaba de assinar contrato é a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, formada por agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana. O presidente, José Silva de Menezes, vê no PAA uma forma do produtor evitar os intermediários. “Atravessador só quer comprar barato e como esse dinheiro da Conab vem para os agricultores, é bom por que o preço sai mais caro. Porque tem tempos mesmo lá que são baratas demais as plantações e na Conab é fixo. Bom para a gente, que coloca e mais ainda para quem recebe, que é gente carente”, avaliou.

Entregas

A Associação do Povoado Mangueira foi uma das que, na quinta-feira, 18, fez a sua primeira entrega de alimentos, diretamente a três entidades beneficentes também de Itabaiana. Foram, por exemplo, 565 quilos de Cenoura, mesma quantidade também de Quiabo e Vagem; 525 de Inhame e ainda outros 500 de Batata-doce. Totalizando, foram mais de sete toneladas de 16 alimentos variados, compondo uma dieta básica para doação in natura à população assistida pelas ONGs. Até o final da vigência de um ano do contrato, serão 113 toneladas entregues só por estes 35 agricultores da Ribeira.

No mesmo dia e no mesmo Perímetro Irrigado, outros 34 produtores da Associação dos Moradores e Amigos do Povoado São José (AMAPSJ) entregaram também Aipim, Pimentão, Rúcula e mais 13 tipos de alimentos, totalizando 6,4 toneladas. Produtos doados, pelo vínculo do PAA, ao Centro Sócio Cultural de Barra Dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole, entidades que vão dividir as 103 toneladas produzidas por estes agricultores irrigantes da Ribeira, até o fim do contrato.

O agricultor José Carlos Xavier é irrigante da Ribeira e fez a entrega de 10 sacos, de 50 quilos, de Batata-doce. Fará este mesmo processo duas vezes por mês, durante um ano. Ele conta que agora, que é verão e o produto é mais valorizado, o preço de mercado até supera o valor pago pela Conab, mas isso não garante um ganho estável durante todo ano, como proporciona o Programa. “Recebo R$50 pelo saco, serão R$ 8 mil sem os impostos, bruto, até o final do projeto. Vale mais a pena no inverno, quando o preço de mercado baixa”.

Em Malhador, no dia 16, a Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica) também fez sua a primeira entrega do ano ao PAA e iniciou a temporada 2016 de doações nos perímetros da Cohidro. Neste projeto, os produtos são destinados a 3,5 mil pessoas assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. São 33 agricultores irrigantes que vão fornecer, durante um ano, 135.700 quilos de alimentos como Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora, Abobrinha e outros.

Farmácia Viva no Perímetro Piauí é tema de reportagem de TV

No último domingo, 14, o programa Estação Agrícola, da TV Sergipe, levou ao ar a reportagem que mostra a Farmácia Viva do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Neste projeto de parceria, Cohidro forneceu o espaço, sistema de irrigação, estrutura e a água usada diariamente. A Universidade Federal de Sergipe (UFS) administra o herbário para tanto realizar aulas práticas de seus cursos de fitoterapia, como também para servir de berçário de mudas, na criação de novas farmácias em outros municípios.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto e é quem cuida da Farmácia Viva. Os agricultores irrigantes atendidos pela Cohidro também participam, levando mudas das plantas que conhecem e usando as que tem no acervo, seja para uso medicinal, seja para fins fitossanitários, para tratar de pragas nas plantações orgânicas. Assista o vídeo:

Visita técnica à produção de Pimenta-do-reino anima irrigantes pela Cohidro

Luiz Barbosa, José Armando de Menezes, João Pacheco, gerente Gilvanete Teixeira, Hugo e Rivaldo França e Gidelson

Produtores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, fizeram visita técnica em uma produção comercial de Pimenta-do-reino no município de Arauá, no dia 27 de janeiro. Organizado pelo escritório da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Pólo Agrícola, a viagem tem como objetivo a introdução da atividade também nos lotes dos produtores assistidos pela Empresa, assimilando as técnicas e conhecendo os insumos, em uma propriedade que fica no mesmo Estado e que já colhe bons resultados.

Gilvanete Teixeira, gerente do Perímetro Piauí, explica que esta não é a primeira vez que os agricultores estão tentando cultivar a Pimenta-do-reino no Pólo de Irrigação. “Noutra oportunidade, alguns desses agricultores foram até o Sul da Bahia visitar uma produção e até tivemos a visita de um dos produtores acostumados com o cultivo, que esteve em Lagarto para explicar melhor como era feito o cuidado com as mudas. Mas por não se atentarem, talvez, com o cuidado necessário com a aquisição de mudas com vendedores cadastrados, os primeiros pés plantados não foram muito bem sucedidos”, relatou.

A visita em Arauá ocorreu na propriedade do agricultor Hugo França. Para ele, a principal vantagem está no preço do produto para a venda no mercado. “Você vender um quilo de pimenta por R$ 30, é algo extraordinário né? Mas não pode tirar só isso como parâmetro, pois a vantagem, a meu ver, é de ser uma cultura que você pode colher e te dá o privilégio de poder armazená-la, ou seja, você não está exposto ao mercado. A fruta como a Laranja, a Manga, a Uva, o Mamão, você colhe e está obrigado a aceitar o preço que o mercado paga”, avaliou o produtor que possui três mil pés da planta em plena produção.

Experiente irrigante pela Cohidro e que esteve na visita às plantações de Pimenta-do-reino em Arauá, foi Gidelson Gonçalves dos Santos. Ele é produtor de pimenta, no Perímetro Piauí das variedades Malagueta, Jalapeño, Biquinho e hoje também aposta no novo cultivo. Ele considera o negócio vantajoso, mas em que o planejamento e a paciência devem prevalecer. “A variedade é bastante lucrativa, mas é um investimento a longo prazo. Leva 3 anos para começar a produzir e depois segue dando frutos por mais 10 anos”, constatou.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano considera que esta busca por inovação nos cultivos, por parte dos produtores irrigantes, é o combustível necessário para que eles cresçam na atividade rural. “É preciso buscar alternativas ao mercado para prosperar, nem tão pouco devem se limitar à monocultura e ficar refém dos preços. Para nós, é gratificante saber o quanto variada pode ser a produção em um único projeto de irrigação, como é o caso do Piauí, sempre com novidades que geram mais renda para estas famílias agrícolas, para quem dedicamos nosso trabalho na Empresa”.

Recepcionou também os produtores de Lagarto, na viagem à Arauá, o irmão do produtor de Pimenta-do-reino e técnico agrícola Rivaldo Lima França. Atuando como representante comercial de insumos agrícolas, foi ele quem trouxe a ideia do cultivo e aconselhou os visitantes. “Trabalho na área agrícola já há 30 anos, revendo ao Espírito Santo e Sul da Bahia, Juazeiro e Petrolina. Hoje, o ponto chave é ter acompanhamento técnico, não tem jeito não, não tem como fugir disso. E uma forma correta de começar é procurar um produtor de mudas e que tenha certificado e registro junto aos órgãos competentes, usar material de qualidade, tudo de boa procedência”, concluiu.

Diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto parabeniza o empenho da equipe técnica da Cohidro em Lagarto, que tornou em realidade a aspiração dos agricultores irrigantes. “Eles vinham constantemente solicitar nosso apoio para fazer as viagens e agora estão acompanhando, in loco, que há mesmo viabilidade na Pimenta-do-reino em Sergipe. É uma cultura tardia, leva tempo para começar a produzir, mas em que o espaço entre as linhas pode ser aproveitado para consórcios de outras culturas perenes como a cebolinha, o feijão e o milho, aproveitando o mesmo sistema de irrigação”, analisou.

Irrigantes orgânicos pleiteiam espaço no novo Mercado de Lagarto

Produção orgânica no Perímetro Piauí é variada e pode aumentar conquistando novos mercados

A agricultura orgânica legitimada nos Organismos de Controle Social (OCS) tem como obrigatoriedade a venda direta ao consumidor. Sem intermediários, encontrar espaços para oferecer seus produtos se torna um obstáculo a mais na nobre função de produzir sem agrotóxicos. Nesta terça-feira, 19, um grupo de 11 irrigantes agroecológicos, instalados no Perímetro Irrigado Piauí da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), foi conhecer as obras do novo Mercado Municipal de Lagarto, na expectativa de concretizarem o desejo de terem um espaço fixo de comercialização.

Eles foram convidados pelo prefeito Lila Fraga, que depois de ter uma reunião com esses agricultores, no dia 21 de junho do ano passado, assegurou reservar espaço exclusivo à venda de produtos cultivados sem agrotóxicos no novo Mercado Municipal. A obra do Governo do Estado orçada em R$ 16.329.441,90 e executada com recursos do Proinveste, ampliou a estrutura do prédio público municipal, criando espaço para a venda de carnes no térreo, praça de alimentação no novo piso superior e a seção de Hortifruti com 298 boxes, setor onde os orgânicos pretendem se instalar.

“Hoje o orgânico é uma realidade e quem usa o produto orgânico é mais sadio. Então, com o Perímetro Irrigado vamos separar umas bancas para este pessoal. Estamos discutindo e nos reunindo para decidir como será o leilão, de forma que principalmente não prejudique os feirantes da cidade, mas uma coisa certa é que as bancas do pessoal dos orgânicos estão garantidas”, estabeleceu Lila Fraga. O Prefeito também prevê que a reinauguração do Mercado aconteça em no máximo quatro meses e garante que a Administração Municipal está trabalhando para definir a distribuição dos boxes antes disso.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira reuniu e acompanhou os produtores na visita às obras do Mercado. Da Prefeitura ela recebeu a requisição do cadastramento de todos os orgânicos instalados no pólo de irrigação. “Eles querem saber, destes agricultores integrantes da OCS, quais a Cohidro considera aptos neste modelo produtivo e que poderão arcar com a responsabilidade de um estande no mercado. Isso não será problema da nossa parte. Pelo trabalho feito pelos nossos técnicos agrícolas, acompanhando os produtores periodicamente e temos estes dados sempre atualizados”, considerou.

José Barbosa Irmão, o Barbosinha, é um dos irrigantes do Perímetro que se dedica a produzir orgânicos. Atualmente está somente cultivando o Coentro, mas ele acredita que arranjando este espaço fixo no Mercado Municipal, para venda na Cidade, possa ter uma nova demanda para aumentar tanto área plantada como variedade de produtos. “Eu creio que tem que ficar melhor. Estou conversando com o meu sobrinho, para conseguir uma nova área e plantar mais coisas com a ajuda dele”, comentou agricultor que considera encontrar mão de obra qualificada, o maior entrave para produzir mais.

Para o Diretor-presidente, Mardoqueu Bodano, é também uma das missões da Cohidro encontrar pontos de venda direta para estes produtores. “Estamos sempre encaminhando estes agricultores familiares e orgânicos para participarem das Feiras da Agricultora Familiar organizadas pelo Governo do Estado, Sebrae e Banco do Nordeste. Calculamos que a nossa produção orgânica em 2015, foi de cerca de mil toneladas. Com o auxílio da irrigação, acreditamos que este número ainda pode aumentar, diante da possibilidade de se produzir o ano inteiro, ininterruptamente, alimentos sem agrotóxicos nos nossos Perímetros”.

Outro produtor entusiasmado com o novo Mercado Municipal é Lauriano Rocha dos Santos. Atualmente Ele só planta batata-doce sem agrotóxicos, e não vai para as feiras livres. Acaba por vender sua produção orgânica como convencional para os atravessadores. “Eu não tenho mercado, tendo o incentivo, aumento a minha produção. Eu posso arriscar com a Cebola Branca orgânica, Plantei cinco carreiras como experiência e deu certo”, conta o agricultor que quer apostar em variedades diferentes da oferta comum dos orgânicos.

Fábio Henrique Santos, Secretário Municipal do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas de Lagarto, esclareceu que quem adquirir um box no novo Mercado, terá direito de uso por 35 anos e os valores, ainda a serem estipulados para cada um dos três tipos de bancas, serão pagos em seis parcelas. “Conforme determinação do Ministério Público do Estado, estas bancas terão de ser licitadas. Mas vai se deixar um determinado número de bancas para os produtos orgânicos e estes produtores terão direito de participar da licitação”, elucidou, advertindo que só sendo registrado como produtor orgânico será possível disputar uma vaga nesse local reservado.

Diretor de Irrigação Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explica que os agricultores orgânicos são inscritos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio da OCS e isso lhes dá a autorização para a venda direta ao consumidor dos seus produtos. “O documento de inscrição individual deve se exibido no ponto de venda para certificar ao consumidor que eles são aptos para este tipo de cultivo. Mas nesse grupo, sendo um Organismo de Controle Social, cada qual zela pela qualidade dos alimentos orgânicos que todos produzem, de forma que ninguém se desqualifique e com isso prejudique aos demais”.

Já o produtor Raimundo Carlos Pereira, o Raimundinho, considera que havendo este espaço exclusivo para os orgânicos no Mercado, estabelecido e avalizado pelo poder público municipal, as chances serão maiores para convencer o cliente da veracidade do cultivo agroecológico. “Vendo aqui, com barraca na feira de Lagarto, como produto convencional, sem dizer ser orgânico. Mas fui em duas feiras do Sebrae em Aracaju, como orgânico, e vendeu bem, lá tendo mais espaço. Tendo um local próprio é mais fácil, o povo vai acreditar, pois mesmo tendo um certificado é difícil”, estabeleceu.

O novo Mercado

Com 521 boxes, o Mercado possui 9.510,79 m² de área construída em dois pavimentos. Onde funcionava o antigo mercado, são 223 boxes padronizados destinados à comercialização de carnes. Já o segundo módulo é novo e composto por 298 espaços para vendedores de cereais, legumes, verduras e frutas, local onde será reservada a área específica para a venda de produtos orgânicos.

Um novo pavimento superior foi construído sobre este setor de Hortifruti e terá uma praça de alimentação com 28 lanchonetes, espaço administrativo, ponto bancário, posto da guarda municipal e ambulatório médico. A área externa do mercado terá 69 vagas de estacionamento para automóveis, área para carga e descarga, casa de força, casa de lixo, central de gás, 11 quiosques e um reservatório subterrâneo.

 

Última atualização: 18 de outubro de 2017 11:11.

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