Semarh e Cohidro visitam Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará

Foto: Ascom/Semarh

O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, esteve nesta terça-feira, 17, no estado do Ceará, onde visitou a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) e a Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra). A visita, de caráter técnico, teve como objetivo adquirir conhecimento de como é feita a gestão, a governança das águas no estado do Ceará.

Acompanhou o Secretário, o superintendente estadual de Recursos Hídricos de Sergipe, Ailton Rocha e consultor Emerson Emiliano. Da mesma comitiva participavam, representando a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), o seu diretor-presidente José Carlos Felizola Filho, o diretor de irrigação João Quintiliano da Fonseca Neto e o diretor de Infraestrutura Paulo Henrique Machado Sobral.

Para a Cohidro, a parte mais importante da missão foi conhecer o trabalho desenvolvido, na gestão dos recursos, pela Cogerh. “No Ceará, o território do estado quase todo é caatinga, por isso eles tem lá as melhores tecnologias de aproveitamento da água Nordeste. É uma empresa pública, de economia mista e que faz a exploração dos escassos recursos hídricos do Estado. Por isso fomos lá, visitar e tentar trazer alguma experiência para Sergipe”, assinalou o presidente Felizola.

“O projeto do programa ‘Água de Sergipe’, tem um item que trata da busca um novo modelo de gestão da água bruta para a Bacia do Rio Sergipe. E o Banco Mundial sugeriu usar, como parâmetro, a experiência da Cogerh. Lá a Empresa faz a gestão desses recursos, fazendo a venda da água para as SAAEs do estado, para a indústria, a piscicultura e para a Irrigação. Além desenvolver projetos de novas formas de aproveitamento dos recursos hídricos”, acrescentou o diretor João Fonseca.

O Banco Mundial está investindo U$ 70 milhões, o equivalente a quase R$ 200 milhões, em obras estruturantes na Bacia do Rio Sergipe. O programa prevê a construção do sistema de esgotamento sanitário de Itabaiana e Nossa Senhora das Dores; macrodrenagem de Itabaiana; revitalização dos perímetros irrigados de Jacarecica I e II e Ribeira, da Cohidro; e reflorestamento de matas ciliares dos afluentes do Rio Sergipe.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Cohidro completa 33 anos de serviços a Sergipe em meio à reestruturação

Estrutura dos perímetros está sendo recuperada – Perímetro Piauí

Responsável pela tarefa de perfurar poços em todo Estado e gerenciar seis perímetros irrigados, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste dia 13 de abril, completa 33 anos atravessando uma fase de reestruturação. Graças ao Proinveste e do “Programa Águas de Sergipe”, está reformando e reequipando suas instalações que pouco sofreram melhorias desde sua fundação, na década de 1980. O financiamento federal ainda está possibilitando a compra de peças e suprimentos para aparelhar suas perfuratrizes.

Nesses seus 33 anos, a Empresa se estabeleceu como um órgão do Governo de Sergipe que, acima de tudo, promove a geração de renda em mais de duas mil propriedades rurais, garantindo sustento para mais de 14 mil pessoas. São seis perímetros irrigados em que a Cohidro fornece irrigação e promove a produção de alimentos com eficiência, tanto que estas unidades produtivas servem de modelo para o desenvolvimento agrícola do Estado, recebendo visitação de produtores rurais e acadêmicos do ramo, querendo conhecer os métodos e práticas lá aplicados.

Mardoqueu Bodano, presidente que comemora também em abril cinco anos à frente da Cohidro, contabiliza o que viu acontecer neste período, como amostra da funcionalidade da Empresa para o desenvolvimento do Estado. “Até 2015, acompanhei cerca de 500 mil toneladas de alimentos sendo produzidas nestes perímetros. Em valores atualizados, são mais de meio bilhão de reais em renda aos produtores rurais. Dinheiro que se transforma em qualidade de vida para a agricultura familiar, salários aos trabalhadores temporários e vendas, que aquecem o comércio no interior”, enumerou.

Segundo o Presidente, essa garantia de produção propiciada pela irrigação pública, além de abastecer o mercado alimentício com itens mais baratos ao consumidor, dá também aporte para que esses agricultores participarem de programas federais, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). “Desde que aqui cheguei, em 2011, vi 2,3 mil toneladas de comida sendo diretamente doadas para alimentarem, por um ano, 2,5 milhões de pessoas em insegurança nutricional. A doação é simultânea via projeto à Conab (Companha Nacional de Abastecimento) que remunerou, neste mesmo período, 1,1 mil produtores irrigantes”, acrescentou Mardoqueu.

Infraestrutura hídrica
Mas a Companhia também fortalece a permanência do agricultor no campo, provendo a água para consumo humano nas localidades mais longínquas do Estado, contribuindo com a saúde destas populações que passam a ter acesso à água limpa. “Até final de 2015, a Cohidro perfurou 3.650 poços tubulares, quase que a totalidade deles na zona rural e de uso coletivo. São localidades onde a Empresa, até hoje, faz o trabalho de manutenção e recuperação em parceria com as prefeituras e as associações de moradores, responsáveis por estes poços comunitários”, afirmou o Presidente da Cohidro.

“Além de evitar que o cidadão abandone o campo por falta de água de beber, perfurando poços, a Cohidro executa o Programa de Recuperação de Pequenas Barragens do Governo do Estado, focado na dessedentação animal. Mais de duas mil aguadas foram reformadas e ampliadas desde 2008, quando começou a ação conjunta entre a Seidh e Seagri (secretarias de estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos e da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca), via recursos do Funcep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza)”, completou Mardoqueu Bodano.

A Empresa ainda se tornou, em Sergipe, a responsável pela viabilização do “Programa Água para Todos”, levando água para o abastecimento de 1,6 mil famílias e emprega R$ 5.016.000 do Ministério da Integração Nacional, com a contrapartida do Governo Estadual de R$ 264 mil, para perfurar e equipar 40 novos poços. “Esta é só a primeira etapa do Programa, que ao todo construirá 107 destes sistemas de abastecimento em 28 municípios. Estamos na fase em que começa a construção da estrutura para prover o abastecimento nos povoados, com bombas, reservatórios e tubulações”, informou ainda o Presidente da Companhia.

Servidores
Titular da Seagri, pasta estadual à qual a Cohidro é subsidiada, o secretário Esmeraldo Leal acredita que, em maior parte, a importância e reconhecimento que tem a Companhia hoje, se deve ao empenho dos seus colaboradores. “Nenhuma empresa existe se não tiver pessoas e o que a gente já sentia, antes de estar oficialmente na Secretaria, é a força que a Cohidro tem, o papel que a Cohidro desenvolve nas regiões, no Estado de Sergipe como um todo. Secretário, pude conhecer e ter contato ainda mais próximo com os funcionários e fico impressionado com o esforço desses homens e mulheres para manter essa Empresa, que é tão estratégica”, avaliou.

Esmeraldo também relaciona a importância da Empresa ao abastecimento de água da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), que compartilha com a Cohidro a barragem ou a estrutura de alguns dos perímetros irrigados. “Por exemplo o Jabiberi, lá em Tobias Barreto que, além de ajudar a produzir em uma região árida, ajuda também na manutenção da água da cidade. O projeto de irrigação acaba tendo uma dupla função estratégica para o Estado. Em Itabaiana, em Canindé e em Lagarto, acontece a mesma coisa, a força da Cohidro acaba ajudando não só a gerar alimentos, ajuda a trazer água potável para os sergipanos dessas regiões”, colocou o secretário.

Proinveste
O Proinveste é uma linha de financiamento que a União ofereceu ao Governo Sergipe, no qual foi destinado para Cohidro R$ 11 milhões, verba que a Empresa vem utilizando para se reestruturar. Quatro dos perímetros irrigados estão recebendo reformas, depois de passarem quase 30 anos sem tais investimentos. Mas esses recursos também estão servindo para compra de equipamentos, tanto para suprir os polos de irrigação, como também para a área de perfuração poços. Mardoqueu Bodano relaciona os investimentos que a Empresa está fazendo.

“Em equipamentos já comprados, são R$ 385 mil em brocas tricônicas que agora equipam nossas seis perfuratrizes, hoje todas em funcionamento. Na aquisição de uma retroescavadeira e um compressor de ar, novos, foram empenhados mais R$ 200 mil. Licitados, são outros R$ 119 mil em bombas submersas, para atender os novos poços. Para novos equipamentos de bombeamento, irrigação, energia solar e veículos de transporte, serão injetados mais de R$ 2 milhões nos perímetros irrigados Califórnia, Piauí, Ribeira e Jabiberi e outros R$ 5,3 milhões, na recuperação estrutural destas mesmas instalações”, informou o Presidente da Cohidro.

Águas de Sergipe
A Cohidro participa de um movimento que pretende tanto recuperar como garantir, às próximas gerações, o acesso aos recursos hídricos na Bacia do Rio Sergipe: o Programa Águas de Sergipe (PAS). Coordenado no Estado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e contado com recursos oriundos de financiamento do Banco Mundial, a Empresa Pública terá R$ 12 milhões para a adequação dos seus três perímetros irrigados inseridos neste ecossistema, mantendo o potencial produtivo sem que sejam afetados pela gradativa redução da água disponível para a agricultura, evitando ainda que esta exploração degrade o meio ambiente.

Em Itabaiana, os perímetros da Ribeira e Jacarecica I terão todo sistema de irrigação trocados para um modelo mais eficiente e econômico: a Microaspersão e serão instaladas válvulas 100% automatizadas, que restringem o uso abusivo de água, reduzindo o atual consumo dos 3.200 metros cúbicos por hectare, para 1.200. “É inevitável que as cidades cresçam, assim como suas populações e isso aumente o consumo de água potável oriunda das reservas hídricas compartilhadas conosco. Por isso são urgentes essas ações em prol da economia, desde já”, concluiu Mardoqueu Bodano, enfatizando que “antes da eficiente, a Cohidro precisa trabalhar de forma responsável”.

Irrigantes da Cohidro vão doar 648 toneladas via Conab

Evento reuniu agricultores, representantes das entidades beneficentes e técnicos da Cohidro e Conab

Representantes de associações de produtores rurais dos perímetros irrigados e de entidades beneficentes estiveram reunidos quarta-feira, 13, com os diretores das companhias de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Nacional de Abastecimento (Conab). Na sede da Estatal Sergipana, houve a assinatura de dois contratos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) federal, que consolidou a doação de quase 240 toneladas de alimentos, beneficiando mais de sete mil pessoas em insegurança alimentar durante um ano.

Esse montante é só parte dos contratos que em 2015 foram liberados, pela Conab, para execução. Ao todo foi autorizada a compra 648.265 quilos de alimentos, de 171 produtores irrigantes, sob a remuneração total de R$ 1.367.445 e que beneficiarão, pelos 12 meses de vigência de contrato, 18.260 pessoas. São agricultores que cultivam nos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Ribeira em Itabaiana e Jacarecica II, estes de Malhador. Serão beneficiados com cestas de alimentos in natura ou na preparação de refeições, os assistidos por entidades beneficentes de Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Lagarto, Itabaiana e Areia Branca.

Emanuel Carneiro, Superintendente Estadual da Conab, ressaltou a longa parceria entre as duas Companhias, onde a Cohidro assessora os agricultores a formalizarem os seus projetos para o PAA, na modalidade de “doação simultânea”. “Fizemos hoje a assinatura da ata que autoriza o inicio da doação dos produtos. Então, a partir de agora, essas instituições já estão aptas a entregar os produtos. À medida que eles prestam conta, é feito o faturamento na nossa unidade e automaticamente a gente já autoriza o banco a desvincular e liberar o valor relativo aquela prestação”, disse.

Astrapicica

A Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica), de Malhador é a proponente do projeto de PAA no valor de R$ 263.995, correspondente a compra de 135,7 toneladas de alimentos de 35 agricultores, para a doação simultânea beneficiando 3,5 mil pessoas. Luiz Alves de Oliveira, presidente da entidade, conta que ele os produtores envolvidos no projeto conseguem melhores preços para o Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora e Abobrinha, na as entregas.

“Para nós, é muito benéfico, porque conseguimos nos livrar do atravessador, que não vai mais em nossa porta. Compensa muito, já tem ano que o atravessador está comprando o saco de Batata-doce por R$ 10, e a Conab comprar por R$ 32. A vigência do contrato é de um ano e assim o preço que fica assegurado para este período”, contou Luiz Alves, que explica que a Empresa Sergipana atua em toda elaboração do projeto. “O que mais ajuda a gente é a credibilidade da Cohidro, esse projeto feito por Sandro tem muita facilidade de ser aceito, a Conab acredita no projeto”, completou.

Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata informa que a Astrapicica é uma associação que está ativa no PAA desde 2009. “A entidade participou do PAA propondo cinco projetos, totalizando R$ 873.510 pagos aos 207 produtores, correspondente a mais de 500 toneladas de alimentos doados a quase 20 mil pessoas”, confirmou o Técnico que na Empresa. Ele atua indo até cada uma das associações para reunir produtores, assessorando na formalização dos seus projetos e orientando de que forma deverão se comportar, depois das propostas aceitas.

Neste projeto a entidade que receberá os alimentos é o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. O Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Meio Ambiente, José Agnaldo dos Santos, na reunião representou a beneficiaria. “A gente vai entregar a três povoados bem necessitados. A prefeita esta maravilhada e com urgência para entregar, porque são muitas pessoas para receber na comunidade. Vai ser uma distribuição feita anotando no documento, pra depois a gente prestar conta tanto à Cohidro quanto a Conab”, advertiu, comunicando ser a quarta doação simultânea do PAA que participam em menos de um ano, antes recebendo suco de uva, leite em pó e feijão.

Até 2013, Sergipe era atendido pela Conab na Bahia e o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considerou que a vinda de uma unidade da Companhia para o Estado só contribuiu com as equipes da Cohidro e as entidades proponentes e beneficiadas. “O Governador Jackson Barreto foi excelente ao cobrar do Governo Federal e assim viabilizar a vinda de uma Superintendência para nosso Estado. Isso facilitou muitíssimo o acesso aos programas e para nós, foi um voto de confiança em nossa capacidade de gerir os projetos para receber os recursos. O que retribuímos com o trabalho, instruindo e auxiliando cada vez mais agricultores para serem proponentes”.

Povoado São José

Paulo Souza Melo é o presidente da Associação dos Moradores de Amigos do Povoado São José, que é a outra entidade proponente ao PAA que possui recursos já liberados para a comercialização dos alimentos. Para o produtor e líder do grupo participante pela terceira vez com um projeto, é um benéfico que compensa para o agricultor. “A estabilização dos preços seria uma das vantagens. Em poucas oportunidades o preço de mercado está maior que o pago pela Conab. E a Cohidro tem um papel primordial, na elaboração dos projetos, no acompanhamento, na distribuição, inclusive na arrecadação dos produtos. Sem a Cohidro dificilmente se realizaria esse trabalho”, revelou.

“Formada por agricultores irrigantes do Perímetro da Ribeira, em Itabaiana os 34 produtores da Associação vão fornecer 103.175 quilos de alimentos, sub uma remuneração de R$ 272.000 que vai beneficiar 3,6 mil pessoas atendidas pelo Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole”, informou Sandro Prata da Cohidro.

Sandro assinala que também já possuem projetos, liberados para execução, a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, também do Perímetro da Ribeira e a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), esta de Lagarto. “Ambos projetos somam mais de R$ 800 mil em recursos para adquirir alimentos em quantidade superior a 400 toneladas. Estão somente aguardando a liberação da verba federal, o que pode ocorrer à qualquer momento”, acrescentou.

Lania Ribeiro é assistente social e gestora de projetos sociais da Entidade da Barra dos Coqueiros, que prepara refeições para as crianças da creche e aos jovens que participam de oficinas culturais ou da programação da Rádio Comunitária que fica na sede do Centro, ou então o alimento que recebem das doações é distribuído às famílias de baixa renda da mesma comunidade. Esta será a segunda vez que a ONG participa como beneficiária de um projeto de “doação simultânea” oriundo de um perímetro irrigado da Cohidro.

“O que a gente sempre conta, é que tem uma grande diferença de quando a gente passou a receber os alimentos e antes. A qualidade da alimentação na comunidade que a gente atende mudou muito, dos idosos e principalmente das crianças, que chegam lá de manhã sem ainda terem feito uma refeição e a gente tem alimentação para oferecer. Da nossa parte, é um trabalho sério de preparo, de distribuição e principalmente de conservação, para não haver desperdício ou qualquer perda”, relatou Lania Ribeiro.

Balanço do PAA

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista que desde 2008, quando a Empresa passou a prestar assessoria aos produtores proponentes ao PAA, os perímetros irrigados comercializaram mais de 3 mil toneladas de alimentos, que foram doados para 114.977 pessoas e que remuneraram 1.284 agricultores em quase R$ 6 milhões. “Quero agradecer a minha equipe que cuida destes projetos: o Sandro, a Gerente de Desenvolvimento Agrícola Sônia Loureiro e os gerentes dos perímetros irrigados, pelo excelente trabalho que têm feito. Aqui o programa sempre foi muito bem-vindo, porque é fantástico, tanto beneficia o produtor como às entidades”.

Governo investiu mais de R$ 47 milhões em ações para o Meio Ambiente em 2015

Obras de implantação de sistema de esgotamento sanitário estão sendo executas nos municípios de Nossa Senhora das Dores e Itabaiana/Foto: Paulo Tim Tim

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), investiu R$47 milhões na primeira etapa de obras que aliam qualidade de vida e preservação ambiental ao longo do ano de 2015. Este investimento é fruto do convênio com o Banco Mundial, firmado com o intuito de reduzir o impacto ambiental, recuperar os leitos do rio e assegurar a saúde da população a partir da execução de obras.

Além de promover meios de geração de renda no campo, incentivando a agricultura pelo fornecimento de água para irrigação aliado à assistência técnica. O Governo do Estado está indo buscar recursos no Banco Mundial para investir em projetos que que vão gerar uma impactante redução de danos ao Meio Ambiente na Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, aqueles efeitos nocivos causados pelo crescimento autônomo dos meios urbano e rural. Esse conjunto de ações ficou assim denominado de Programa Águas de Sergipe.

Somente em ações que visam restringir o uso abusivo de água na irrigação, com a adoção de equipamentos de ponta e automação, serão investidos R$ 12 milhões nos perímetros irrigados da Cohidro inseridos na bacia hidrográfica do Rio Sergipe (Poção da Ribeira, Jacarecica I e II). Assim, o percentual dos recursos hídricos utilizado pela agricultura será reduzido, fazendo sobrar água para os momentos de maior precisão, tanto no campo quanto na cidade.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

 

Novo recorde: Irrigação Pública Estadual colheu 119 mil ton/ano em Sergipe

Aumento na produção de tomate foi destaque nos perímetros da Cohidro em 2015. Foto: Bruno Noz

Levantamento feito nos seis perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado e administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), mostrou uma produção anual na ordem de 119.049 toneladas de alimentos em 2015, novo recorde que supera em quase 4 mil toneladas a do ano passado, uma alta de 3,28%. O Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, continua sendo o que mais produz: 40.419 toneladas, mas o maior aumento percentual foi registrado no Perímetro Piauí, de Lagarto, 11,5% a mais de alimentos gerados. Neste último, a alta que mais se destacou foi na produção de quiabo: 1.116 toneladas, 216 a mais em um ano.

Embora 2015 tenha sido um ano de crise econômica, a produção dos seis perímetros irrigados foi avaliada como positiva, com um valor aproximado de R$ 112 milhões, R$ 7 milhões acima do registrado em 2014. Se este valor fosse igualmente dividido entre os 14.355 trabalhadores rurais, empregados e familiares, ou seja, toda população diretamente envolvida, seria extraída a rentabilidade de R$ 7.810 per capita/ano, sem considerar os custos de produção. Mas analisando que o maior dos custos, para estes produtores, é a contratação de mão de obra complementar à familiar, é possível prever que quase a totalidade desta riqueza gerada se converta em renda direta.

O sistema de irrigação pública possibilita uma produção agrícola que tanto é continuada, onde se planta durante todo ano, quanto de baixo custo para o agricultor irrigante. Isso reduz o preço final dos alimentos e reflete diretamente no bolso da população sergipana, conforme o último estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), publicado em dezembro. Segundo o informe, em Aracaju se adquire a cesta básica mais barata (R$ 291,80) dentre as 18 capitais pesquisadas pela instituição no Brasil, posição que a cidade ocupa desde 2009.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explica que, para o agricultor irrigante, o risco para plantar nos perímetros irrigados é mínimo, diante de toda estrutura disponibilizada para tal. “Mesmo que ele passe a custear os 50% dos gastos de energia elétrica para o bombeamento de água para irrigação, o que estamos propondo aos produtores para 2016. Ainda assim existe toda uma estrutura física e de pessoal para atendê-lo, seja na parte da engenharia hídrica, seja na assistência técnica rural. E isso quem mantêm é o Governo do Estado, como forma de incentivo à agricultura irrigada”.

Assistência técnica

Além do acompanhamento técnico de todos os irrigantes, a Empresa beneficia produtores por meio de convênios, com campos experimentais para introduzir frutas exóticas ao nosso clima como a Pera, o Caqui e a Maçã em Lagarto, ou ainda Banana-Prata Anão, no Alto Sertão. Mas no Centro-Sul a Cohidro também tem incentivado a rentável atividade da produção Pimenta-do-Reino, a Hidroponia, métodos de cultivos protegidos e cedeu espaço físico, irrigação e assistência técnica para projeto de Farmácia Viva de plantas medicinais, junto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Perímetro Irrigado Piauí.

Estima-se ainda que das 119 mil toneladas geradas em 2015, ao menos mil sejam certificadas como alimentos produzidos sem o uso de agrotóxicos por 24 agricultores orgânicos organizados e regularizados pela Cohidro. Segundo a Gerente de Desenvolvimento Agrário da Companhia, Sonia Maria Souza Loureiro, são metas e prioridades estabelecidas, pelo Governo do Estado, fundamentar a atividade humana coletiva através de associação, cooperativas e parcerias dentro destes perímetros.

“Nesse sentido, é necessário orientar e executar ações solidárias destinadas a promover o desenvolvimento das comunidades rurais, envolvendo todos os segmentos do poder público e irrigantes. Tal medida oferecerá às populações rurais melhores condições de atuarem no processo de produção, objetivando aumentar a renda dos agricultores familiares e dar reais condições de inclusão e competição no mercado sergipano”, estabeleceu Sônia Loureiro, também Engenheira Agrônoma da Cohidro. Ela informa ainda que nas quase 1,2 mil visitas técnicas realizadas aos lotes irrigados no ano, foram emitidos 553 Receituários Agronômicos e 48 Boletins Agrometeorológicos, via às estações de medição nos perímetros.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, os resultados alcançados na produção dos perímetros irrigados são mais do que números positivos. “É a prova de que é possível gerar riqueza apesar da economia em crise para todos os setores e ainda, no caso do agricultor Sergipano, da estiagem que já interfere na produção em todo Nordeste. Isso nos faz perceber que estamos no rumo correto e a partir destas informações, fica mais fácil irmos atrás da captação recursos para a agricultura familiar, parcerias e convênios para beneficiar o homem do campo. Muito obrigado, aos nossos técnicos e colaboradores, diretamente responsáveis por este atendimento a estas pessoas, estão fazendo um ótimo trabalho”.

Lagarto

A posição de sétimo produtor nacional de Mandioca, auferido ao município de Lagarto pelo IBGE, também repercute na produtividade do Perímetro Piauí. Em 70 hectares foram colhidos 1,4 mil toneladas da raiz e a produção é praticamente toda beneficiada nas mais de 20 casas de farinha instaladas na área do pólo agrícola irrigado. Embora a produtividade do Quiabo tenha crescido quase 20% em um ano, foi o Tomate o responsável pelo maior volume produzido no Perímetro: 1.595 toneladas em 29 hectares de plantio, 18% das 8,8 mil toneladas de alimentos geradas com a irrigação da Cohidro nesta das suas unidades.

Para a Gerente Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, é o investimento em tecnologia que está contribuindo com o alto rendimento de culturas como o Tomate. “São alimentos de difícil manejo de produção, por não resistir ao ataque de diversas doenças, pragas e frágil para muita chuva ou sol. Mas o que é dificuldade para alguns, acaba sendo um diferencial para outros, que aproveitam a demanda do mercado para investir em métodos que vão desde lavouras forradas de lonas plásticas que impedem o contato do fruto com o solo, até plantações inteiras cercadas de telas de proteção que barram os insetos, raios UV e diminuem o impacto da chuva nas plantas”.

Alto Sertão

No Perímetro Irrigado da Cohidro em Canindé a produção anual, que superou as 40 mil toneladas em 2015, ainda tem como maiores responsáveis o Quiabo e a Goiaba, juntos os vegetais correspondem a 61,7% do total, ocupando 1.154 hectares de plantio irrigado. Porém, ganhou destaque no mesmo período o cultivo de Feijão de Corda, com uma área 165 hectares maior teve colheita de 2.140 toneladas, 30% acima do registrado em 2014. Outros produtos bastante cultivados no Califórnia, como o Aipim e o Milho em espiga, continuam tendo aumento na produtividade, chegando as 7.100 e 2.930 toneladas respectivamente, 5,4% a mais em um ano.

Itabaiana

Jacarecica I e Poção da Ribeira são os dois perímetros irrigados administrados pela Cohidro no município. Em ambos, existe grande atividade na produção de hortaliças que abastecem boa parte do mercado interno e diariamente chega à capital baiana Salvador. Principalmente a Alface e o Coentro, que tiveram 10.812 e 4.644 toneladas colhidas respectivamente durante o ano em ambos. A Batata-doce é outro alimento produzido em larga escala nos dois pólos de irrigação, somando 7.740 toneladas produzidas, 3,5% a mais que em 2015. No somatório de todas as culturas, a irrigação pública propiciou uma colheita superior a 29 mil toneladas de alimentos em Itabaiana.

Na busca de manter o potencial produtivo destas unidades sem que elas sejam afetadas pela gradativa redução da água disponível para a agricultura, uma completa reestruturação dos dois perímetros irrigados está sendo possibilitada pelo Programa Águas de Sergipe (PAS). Todo sistema de irrigação será trocado para um modelo mais eficiente e econômico: a Microaspersão e serão instaladas válvulas 100% automatizadas, que restringem o uso abusivo de água na irrigação. Sem esse controle o problema ocorre com frequência, segundo o Engenheiro Agrônomo e mestre em Irrigação e Drenagem da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis.

“Hoje, com o uso da Aspersão Convencional, o consumo mensal de água no Perímetro da Ribeira, por exemplo, é de 3.200 metros cúbicos por hectare. Com a implantação da Irrigação Localizada (Sistema de Microaspersão), esse consumo diminui para 1.200. Todo processo vai promover uma folga de vazão nos sistemas de bombeamento, da ordem de 44,35% na Ribeira, e de 27,71% em Jacarecica I”, conta Luiz Gonzaga sobre o PAS, que investirá R$ 12 milhões, financiados pelo Banco Mundial, nas ações que envolvem a Cohidro.

Leite

Em Tobias Barreto o Perímetro Jabibieri focou sua aptidão à criação de gado leiteiro, quando, em 2010, a assistência técnica e irrigação pública da Cohidro, consultoria do Sebrae e financiamento do Bando do Brasil, inseriram no Pólo De Irrigação o modelo de produção de leite do “Programa Balde Cheio”, criado pela Embrapa. Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 produtores que aderiram ao sistema, segundo o Gerente do Perímetro, Jose Reis Coelho.

“Hoje eles produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa”, contabilizou Coelho. A produtividade, ano a ano, só tem crescido e em 2015 foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a mais que no ano anterior. Ainda segundo o Técnico da Cohidro, o investimento em melhoramento genético do rebanho e a qualificação das práticas adotadas pelos criadores têm influenciado nessa melhoria.

Diferente do Poção da Ribeira, Jacarecica I, Piauí e Califórnia, no Perímetro de Tobias Barreto a irrigação pública vai da Barragem no Rio Jabiberi até os lotes por meio da gravidade, sem consumir eletricidade. De canais de concreto os produtores, por contra própria, bobeiam a água que irriga o capim do gado leiteiro.

Jacarecica II
Outro perímetro irrigado da Cohidro em que não há custos com o bombeamento da água para o Estado é o Jacarecica II, onde seus 25 quilômetros adutoras atendem produtores dos municípios de Riachuelo e Malhador. É a segunda unidade mais produtiva da Companhia, alcançando as 39.238 toneladas colhidas em 2015. Destas, 34.720 foram provenientes do cultivo de cana-de-açúcar, em seus 12 lotes empresariais. No restante das áreas atendidas, 609 famílias assentadas em projetos de reforma agrária produziram principalmente o Inhame, o Aipim e a Batata-doce, 1.240, 660 e 450 toneladas no ano, respectivamente.

Semana do Sebrae capacita irrigantes da Cohidro em Lagarto

A tenda montada pelo Sebrae na Praça Filomeno Hora, em Lagarto

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo

A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

 

Cohidro e UFS em Lagarto mantêm farmácia viva para estudos fitoterápicos

O encontro terminou com a realização de didáticas de grupo 1

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo
A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

Convênio entre Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Movimento Popular de Saúde (Mops), criou uma coleção viva de espécies vegetais com aplicação fitoterápica, junto ao escritório do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Empresa Pública em Lagarto. No último sábado, 19, aconteceu no local o segundo encontro das turmas do Curso de Extensão de Práticas Interativas, dos campi Lagarto e São Cristóvão, com a participação da pesquisadora Fátima Guedes, de Parintins-AM.

A Farmácia Viva serve como laboratório de estudo para os alunos do Curso de Farmácia e do Curso de Extensão da UFS em Lagarto. Para reunir cerca de 50 espécies de plantas, foi válido tanto o conhecimento dos pesquisadores ligados à Universidade e Mops, como também a contribuição das famílias de agricultores, alocadas no pólo de irrigação da Cohidro.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto e cuida do projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Cohidro, para produzir as plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora na área no Perímetro Piauí. Ela conta que, além disso, a farmácia viva que toma conta recebe sempre a visita de professores e alunos de outras instituições.

“Hoje são 160 alunos das Práticas Interativas envolvidos nesse projeto e que vêm aqui, onde promovemos as práticas de Fitoterapia, para plantar, cuidar e colher as plantas. Depois disso existem práticas que envolvem o preparo para o consumo e também esse projeto envolve o plantio de mudas para distribuição em outros municípios, onde as prefeituras desenvolvem projetos de farmácias vivas em suas secretarias de saúde, a exemplo de Capela e Poço Verde”, relatou Meirinha.

Explica ela que o grande incentivo ao projeto se deu com a criação da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). Meirinha possui boa parte das 71 espécies que, segundo o Ministério da Saúde, apresentam potencial para gerar produtos farmacêuticos. 12 delas já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) desde 2014. “Dessas 12 tenho em nossa Farmácia Viva a Aroeira, a Babosa, o Guaco, o Hortelã, o Salgueiro e o Plantago, conhecida popularmente como ‘Transagem’”, relacionou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, conhece o projeto e se diz deslumbrado com a ação promovida no Perímetro Piauí. “É impressionante saber que este trabalho que nós fazemos, de fornecer irrigação e assistência técnica no campo, também cria espaço para este tipo de movimento. Este conhecimento da cura por meio das plantas precisa ser resguardado de alguma forma, para que não se perca diante de tantos avanços da indústria farmacêutica. Hoje criam, em laboratório, solução para tudo, mas que não garantem a mesma facilidade de acesso, que uma planta regada no quintal de casa dispõe”, afirmou.

Sabedoria popular
A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, foi quem solicitou à direção da Companhia a autorização para acolher o projeto na área da Cohidro. Para ela, é importante promover este trabalho de resgate da sabedoria popular. “Colaboramos com esta ação da UFS e Mops, porque os produtores também contribuem, trazendo as plantas que tem em casa e conhecendo as demais aqui plantadas. Contribuímos assim para que eles tirem da terra a cura para muitas enfermidades, além do próprio alimento e sustento, garantido pela irrigação pública”, relata.

Cícero Alves dos Santos é agricultor irrigante no Perímetro Piauí e foi até a Farmácia Viva levar um pé de Abre Caminho. “Trouxe porque eu tive que arrancar o pé por falta de espaço, mas a maioria das plantas que preciso tenho lá em casa. Antes eu perdia muita coisa, o espaço é pequeno, agora tenho pra onde trazer”, elucidou. Conhecedor da aplicação das plantas, ele diz que está vendo no jardim criado pelo Convênio, uma maneira de expandir o que sabe e compartilhar com a comunidade essa informação que tem.

Meirinha explica que o Abre Caminho, embora seja bastante usado nos rituais da Umbanda, como o próprio nome popular sugere, tem mais de uma propriedade medicinal, sendo usado na América do Sul, África e Índia como analgésico e anti-inflamatório. “A população já sabe de tudo isso, a gente só precisa lapidar este conhecimento deles, conservar essa informação e oferecer essas alternativas de cura. É disso que nosso Curso de Extensão trata, preparando agentes de disseminação deste conhecimento”, informou.

Encontro dos cursos
Coordenadores, facilitadores e alunos do Curso Práticas Interativas se encontraram na unidade da Cohidro em Lagarto no sábado passado. As turmas do campus local e também de São Cristóvão puderam conhecer melhor o trabalho desenvolvido na Farmácia Viva que vem sendo constituída no Perímetro, além de poder adquirir o conhecimento passado pelos fitoterapeutas, como a amazonense Maria de Fátima Guedes de Araújo. Ela desenvolve trabalho junto do Movimento de Mulheres, Mops e atualmente faz a pesquisa acadêmica de especialização denominada “Vestígios do Curandeirismo”.

Na sua pesquisa, Fátima Guedes busca unir o conhecimento caboclo, do cultivo de ervas medicinais e o indígena, que é extrativista, tirando a cura da mata. Em ambos os casos, ela acredita numa cultura de não agressão aos “outros elementos naturais que constituem a mãe terra, além de nós. Principalmente os ‘engenheiros do solo’, que são as minhocas, formigas, os insetos que promovem a trituração dos nutrientes brutos, para facilitar a transformação feita pelos microrganismos, as bactérias e fungos, para então servirem de alimento às plantas”, considerou ela que no processo de disseminação fitoterápica valoriza o papel da mulher, precursora da agricultura nos primórdios da formação social.

Sergipano de Aquidabã, José Erivaldo de Oliveira passa o conhecimento familiar e de suas pesquisas em Fitoterapia, aos alunos dos cursos de Práticas Interativas, como facilitador. “Meu trabalho é mais focado na identificação de plantas com princípio ativo para uso medicinal”. Para ele, pode ter aplicação como remédio “desde o simples mato, sem valor, até os alimentos que utilizamos, incluindo suas folhas, talos e cascas que não consumimos”, esclareceu ele que também desenvolve atividades de alimentação alternativa. Exemplo dado por ele foi o de fazer um brigadeiro de feijão, para motivar a nutrição das crianças.

Simone Leite é coordenadora Estadual do Mops e do Curso de Extensão no campus São Cristóvão da UFS, que existe há mais tempo que em Lagarto. “Lá já é a sexta turma, aqui a segunda, porém nossa farmácia viva é menor”. Ela conta que participam dos cursos pessoas de diversas ocupações. “Tem gestores de saúde dos municípios, agentes de saúde, lideranças comunitárias, estudantes e professores universitários. Além de Fitoterapia, há cursos de Massagem Terapêutica, Reiki, Acupuntura Auricular e o Cone Chinês”, listou, convidando a todos para 6ª Conferência Estadual de Saúde, de hoje, 23, até amanhã, no Clube do Banese, no Bairro Atalaia em Aracaju. Na ocasião, o Grupo distribuirá mudas e sementes de plantas medicinais.

ExpoLagarto
Recentemente, a Coordenadora Meirinha participou como expositora da 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto2015), no stand da Cohidro. Ela explicou que a intenção principal era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí. Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de Hortelã com Guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de Flor da Colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com Manipueira e ainda o óleo de Arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de Aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Cohidro recebe nova retroescavadeira do Governo do Estado via Proinveste

 

retroescavadeira da Cohidro

Dentro do cronograma de investimentos do Governo do Estado via Proinveste, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), acaba de receber a retroescavadeira adquirida com recursos do financiamento federal, em que o projeto destinou R$ 11 milhões para o reaparelhamento da Empresa Sergipana. Em breve, a diretoria da Estatal aguarda a finalização do processo licitatório para aquisição de caminhão caçamba que associado à máquina, executarão obras nos perímetros irrigados, em locações e manutenção de poços e na reforma de aguadas.

Os investimentos ocorrem simultaneamente na reforma da infraestrutura dos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Califórnia em Canindé de São Francisco, Jabiberi em Tobias Barreto e Ribeira, em Itabaiana. Acrescido da compra de novos equipamentos para incrementar o trabalho destes pólos de irrigação e na atividade de perfuração e recuperação de poços artesianos, como a aquisição de bombas submersas e brocas para as perfuratrizes. Segundo o diretor de Infraestrutura (Dinfra) da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a máquina recém adquirida terá uma função polivalente, pois contribuirá em diversas funções.

“Vai prestar apoio às equipes de perfuração, na limpeza do acesso da locação, ajuda as equipes responsáveis por recuperar antigos poços. Temos também, a cargo da Dinfra, o trabalho de combate a dessedentação animal nos períodos de estiagem, através da recuperação e ampliação de pequenas barragens rurais. Nos perímetros irrigados, a retroescavadeira poderá atuar arrumando estradas rurais, no conserto de adutoras subterrâneas, limpeza das barragens. Enfim, é um equipamento que estava fazendo falta para a Cohidro e agora vai fazer render mais o resultado de nosso trabalho”, colocou Paulo Sobral.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, agradece aos governos Estadual e Federal pelo empenho que propiciou o Proinveste à Sergipe. “Foi uma luta ganha em favor do povo sergipano e estamos fazendo por onde melhor aplicar estes recursos, para aperfeiçoar a qualidade do serviço que prestamos, de levar a presença do Estado até o homem do campo e suas famílias, suprindo as carências por recursos hídricos. Muito me orgulha fazer parte deste processo que, como muitas outras ações paralelas feito o Água Para Todos e o Águas de Sergipe, estão fazendo a Companhia ser cada vez mais atuante e presente”, concluiu.

A retroescavadeira

Adquirido em processo licitatório, ao valor de R$ 195 mil, o equipamento tem a multifunção de escavação, elevação de carga e abertura de valas. É um equipamento com tração nas quatro rodas e motor turboalimentado, que permite trafegar todo tipo de terreno e tem sistema hidráulico reforçado, com bomba dupla de engrenagens, o que oferece uma vazão hidráulica de até 152 litros por minuto, reduzindo o tempo dos ciclos para realizar as tarefas. Possui controles eletrônicos que diminuem o esforço no manuseio, acrescido de cabine refrigerada, para melhor condição de trabalho do operador.

Paulo Sobral
O equipamento tem a multifunção de escavação, elevação de carga e abertura de valas
Mardoqueu Bodano

Governo investirá 90 milhões na Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe

Olivier Chagas – Foto: Paulo Tim Tim/Semarh

Será implantada nos perímetros irrigados Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana, a irrigação localizada, com respaldo do Programa Águas de Sergipe (PAS). Este será o principal investimento que os R$ 12 milhões, financiados pelo Banco Mundial, farão somente nos pólos de irrigação da Cohidro.

Incluindo outras ações do Governo do Estado, ao todo serão R$ 90 milhões investidos pelo Programa. O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Olivier Chagas, apresentou este e os outros projetos que estão previstos para a bacia hidrográfica do rio Sergipe através do PAS, na última quarta-feira, 02, na Câmara Municipal da Cidade.

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Governo do Estado apresenta o PAS aos irrigantes através da Cohidro

Reunião reuniu agricultores, técnicos e diretores da Empresa

Representantes das associações de produtores rurais irrigantes, dos perímetros irrigados João Alves Filho (Poção da Ribeira) e Jacarecica I, administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana e Areia Branca, foram recebidos na sede da Empresa, no último dia 11, por diretores, técnicos e o Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal.

A pauta principal da reunião foi apresentar, aos agricultores, a ação de irrigação localizada a ser executada nos dois pólos de irrigação, com respaldo do Programa Águas de Sergipe (PAS), assim como expor os principais investimentos que os recursos, totalizando R$ 12 milhões financiados pelo Banco Mundial, trarão em suas atividades produtivas.

A Instituição Financeira, através da subsidiária Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) disponibilizou, ao Governo do Estado, o empréstimo de US$ 70,275 milhões, com a finalidade de recuperação e conservação da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe (BHRS). Nela estão inseridos os dois perímetros irrigados, além do Jacarecica II, que abrange os municípios de Malhador, Riachuelo e Areia Branca. Neste, estão inseridos no projeto, ações de recuperação das matas ciliares de sua barragem. Mas no Jacarecica I e Ribeira, além desses cuidados, o PAS vai promover a substituição de todo sistema de irrigação para microaspersão automatizada, em todos os 592 lotes.

O Engenheiro Agrônomo e mestre em Irrigação e Drenagem da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis, expôs seu estudo feito na área, que apresenta excesso no uso de água na irrigação e até o risco de desabastecimento, se não ocorrer uma total transformação no sistema. “O solo encharcado lava e tira os nutrientes do solo, inclusive a adubação posta pelo agricultor, além disso, favorece a salinização. Em cortes que fiz, encontrei água até a um metro de profundidade, o que não é necessário para o cultivo o que comprova o uso abusivo”, informou. Ele calcula que uma lâmina correspondente a um terço da água na barragem esteja espalhada no subsolo da área total dos perímetros. Sendo este montante “alimentado” todos os dias, através do excesso de irrigação, o dado corresponde a um desperdiço hídrico diário.

O especialista expôs que hoje, com o uso da aspersão convencional, o consumo mensal de água no Perímetro da Ribeira é de 3.200 metros cúbicos por hectare. “Com a implantação da Irrigação Localizada (Sistema de Microasperssão), esse consumo diminui para 1.200, o que é totalmente justificável a troca do sistema de irrigação, vindo também a permitir que a irrigação seja efetuada de forma 100% automatizada. Todo processo vai promover uma folga de vazão nos sistemas de bombeamento, da ordem de 44,35% na Ribeira, e de 27,71% em Jacarecica I”, conta Luiz Gonzaga. Mas o agrônomo falou que as transformações não param somente na troca dos aspersores.

“Não só os aspersores, como também toda tubulação, mangueiras, registros, filtros, injetores de fertilizantes, válvulas nos lotes, como também dos sistemas de bombeamento, serão fornecidos pela Cohidro no Programa. Equipamento novo, moderno e de primeira linha, que ainda incluiu o sistema automatizado que fará a gestão da água para até oito setores de irrigação diferentes, irrigando um de cada vez e sem sobrecarregar o sistema”, completou Luiz Gonzaga, lembrando que com a vazão reduzida em cada lote, os que são atendidos no final das adutoras terão o fornecimento regularizado.

Irrigação noturna

A preocupação com a economia, por parte dos especialistas que elaboraram o projeto do PAS, não se limitou somente à racionalização do uso da água para irrigação, explicou o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto. “O projeto inclui também a mudança no horário de bombeamento e irrigação, que passará a ser noturno, das 21h às 6h, somando nove horas de irrigação, justamente no período de tarifação reduzida da energia elétrica, utilizada no bombeamento”, colocou.

Para o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o plano prevê o uso racional de todos os recursos: naturais, energéticos e financeiros. “Vai se pagar o equivalente a 10% ou 15% do que se paga hoje. O menor gasto com a eletricidade vai contribuir com a redução do maior custo que o Governo do Estado tem com estes dois perímetros. Diante da atual conjuntura, de cortes de gastos em todos os níveis do poder executivo, nós estaremos assim contribuindo bastante com Sergipe”, justificou.

Mas olhando além do atual panorama da economia, que nacionalmente enfrenta situação corte de despesas públicas, Mardoqueu projeta, na iniciativa do PAS, o desenvolvimento para o futuro. “Isso é economia não só para a Estado, é para o contribuinte, que verá o dinheiro da Estatal investido em outros setores, como a própria ampliação da capacidade de irrigar, que é um dos aspectos previstos também no Programa. Se todos vão usar menos água e se ela não for fazer falta nas outras prioridades que tem a barragem, poderemos sim ampliar o número de famílias com acesso à um ponto de água para irrigação”, concluiu o presidente da Cohidro.

A parte dos irrigantes

A Diretoria de Irrigação, através da Coordenação do PAS, informou que nenhum agricultor irrigante vai ser forçado a aceitar as modificações sem antes ser ouvido em reuniões, a serem realizadas entre o final de agosto e início de setembro, na Ribeira e Jacarecica I. Ocasião em que poderão sugerir ou contestar qualquer ponto proposto. Depois dos detalhes discutidos, todos vão assinar um documento, firmando o compromisso em atender as orientações e deveres estipulados neste acordo. O ente financiador, no caso o BIRD, só liberará os recursos sob esta condição.

Janiel Domingos Santos é presidente da Associação dos Produtores Rurais do Povoado Mangabeira e presidente do Conselho de Desenvolvimento Social (CMDS) de Itabaiana. Ele posicionou-se a favor das mudanças e considera que a maioria dos irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, como ele, concordam que deva existir um controle no consumo de água, inclusive punindo aqueles que adulterarem os mecanismos de limitação, para ter acesso a mais água que os demais.

“Eu acho ótimo e isso pode resolver todos os problemas que existem hoje no Perímetro. A Cohidro precisa arranjar meios de proibir os abusos, que acabam prejudicando muito os agricultores que estão no fim de linha, onde a água demora e chega pouca. Lá 80% hoje pensa assim, só mesmo quem faz a coisa do modo errado, que prejudica os demais para ter mais água, é que vai ser contra”, enfatizou o agricultor Janiel, que produz em seu lote uma grande variedade de hortaliças.

Para o Secretário Esmeraldo Leal, ao mesmo tempo em que a Cohidro discute a sua própria reestruturação, para melhor cumprir sua obrigação, está preocupada com a melhoria da oferta da água nos perímetros irrigados que, para ele, contribuem muito com a economia do Estado na produção de alimentos e na economia. Mas o que ele considera mais importante é o fato dos beneficiários destes pólos agrícolas, os produtores, se mostrarem receptivos às mudanças e estão participando deste processo de modernização, em que o Governo está investindo.

“Os próprios beneficiários também se deram conta que eles têm que assumir um papel cada vez mais protagonista, de sujeito de fato, não só de beneficiário passivo, como alguém que recebe um favor do Estado, mas de alguém que ajuda a pensar todo perímetro e deve contribuir também, para que isso seja um financiamento mútuo.Até porque o Estado está fazendo um investimento muito grande, em tecnologia, justamente privilegiando este publico em especial. Toda sociedade ganha com o uso racional de água, que é importante pro planeta, não só para o Estado”, completa Esmeraldo.

O engenheiro Agrônomo da Cohidro, Antônio Paulo Feitosa, encerrou a reunião expondo, aos agricultores presentes, um estudo dos custos de uma possível taxação do fornecimento de água para irrigação. “Sanados todos os problemas que comprometem hoje a eficiência dos perímetros, a partir desta modernização e automação de todo sistema, o Governo do Estado imbuiu à Cohidro de averiguar uma forma de, ao menos, dividir este custo com a energia elétrica com o produtor. Custo que será bem menor do que é pago hoje, por operar em horário reduzido e rateado com todos os irrigantes, o valor total vai se tornar então bastante acessível”, finalizou.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:00.

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