Cohidro expõe ações e distribui material informativo durante a Sealba AgroShow

No estande do Governo de Sergipe foram apresentados resultados do investimento público em perfuração e instalação de poços, sistemas de abastecimento e irrigação pública

 

[foto: Fernando Augusto]
Sucesso de público, volume de negócios concretizados e oportunidade para o lançamento de políticas públicas estaduais para o meio rural, o Sealba AgroShow foi também espaço, no estande do Governo de Sergipe, para a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) expor suas ações em todo estado e os resultados do investimento público em perfuração e instalação de poços, sistemas de abastecimento e irrigação pública. Na feira realizada entre os dias 10 e 12 de fevereiro em Itabaiana, chamou a atenção dos visitantes a maquete de uma unidade de dessalinização de água e produção do Programa Água Doce, exposta pela Cohidro, e ainda uma amostra constante das hortaliças produzidas pelos irrigantes atendidos pela companhia nos dois perímetros irrigados estaduais naquele município.

Dividindo o estande com a Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Secretaria de Estado do Turismo (Setur); Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro); a Cohidro cumpriu uma agenda de mostrar ao público presente, as suas unidades e atividades para a promoção de água no campo e os programas a qual participa como executora ou colaboradora. “Foi oportunidade para a justa prestação de contas, diretamente com a sociedade, do que é gerado de benéfico ao povo sergipano a partir do investimento público feito na empresa”, destacou o diretor-presidente da companhia, Paulo Sobral. “O resultado dessa participação foi bastante positivo, muitos visitantes paravam para saber mais do que se tratava aquele pedacinho bonito e vivo do agro show, que era a parte da Cohidro”, complementou.

Estudante do 5º período do curso Tecnologia em Agroecologia, do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – campus São Cristóvão, Inara Cruz disse ter gostado do modelo do Programa Água Doce, ao mesmo tempo em que achou importante a exposição dos produtos da irrigação pública. “O que eu mais gostei no estande da Cohidro foi a maquete, explicando e mostrando como a eles fornecem a água para o povo sergipano, e que eles também levaram as hortaliças, raízes, representando a garra do nosso povo aqui de Sergipe”, assinalou. De origem rural, a aluna do IFS natural de Cedro de São João, considerou proveitosa a visita à Sealba e ao estande onde a Cohidro foi expositora. “Para a gente que é da área agrária, que estuda e que produz, foi muito legal poder ali ver, compartilhar conhecimento e eu gostei bastante”, concluiu.

Água Doce
A maquete exposta na feira agropecuária pela Cohidro, mostra todos os detalhes de um sistema integrado de dessalinização de água com reaproveitamento do rejeito salino para criar peixes e irrigar a planta forrageira ‘atriplex’, utilizada como ração de ovinos e caprinos. Como esta, em Sergipe operam 29 unidades do programa federal Água Doce, que a Seagri executa através das suas vinculadas Cohidro e Emdagro. A diretora de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Elayne de Araújo, reforçou a importância de apresentar a maquete. “É uma maneira didática de mostrar para a população como é feita a extração de água do subsolo para abastecimento humano e toda a estrutura empregada quando existe a necessidade de dessalinizar a água de um poço. Um sistema complexo que dá água potável e que cria meios para complementação de renda dos moradores destes povoados atendidos”, avaliou.

Irrigação pública
Sergipe conta com seis perímetros irrigados estaduais, mantidos pela Cohidro, e o Platô de Neópolis, distrito de irrigação em que o patrimônio pertence ao Estado e a companhia gere contratos de concessão a empresas que exploram a produção agrícola em larga escala. Diante disso, para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, a participação da empresa na Sealba se torna essencial. “Só em Itabaiana, que sediou o agroshow, são dois perímetros irrigados – Poção da Ribeira e Jacarecica I – que a Cohidro tem e que os 590 lotes de irrigantes produziram juntos um volume de mais de 36 mil toneladas de alimentos em 2021, movimentando quase R$ 65 milhões no município, com a comercialização destes produtos em Sergipe e Bahia”, expôs o diretor, complementando que a área do estande ocupada pela Cohidro, contou com amostras sempre frescas das hortaliças produzidas em Itabaiana.

Seagri visita perímetros irrigados em Itabaiana e acompanha nível das barragens

Produção de tubérculos e folhosas abastece mercado local e de outras regiões do país

 

Saber as necessidades do homem do campo, observar in loco o que está sendo produzido nas lavouras sergipanas e verificar como estão os níveis de água das barragens que abastecem os perímetros irrigados de Sergipe. Essas são algumas demandas do governador Belivaldo Chagas para o setor agrícola, e, com esse propósito, o secretário da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva, iniciou nesta quarta-feira, 24, uma série de visitas que fará aos perímetros. Acompanhado do diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, ele foi até Itabaiana, na região agreste do estado, para conhecer de perto os perímetros Jacarecica I e Ribeira.

Simeão Santana [Foto – Vieira Neto]
Em operação desde março de 1987, o Jacarecica I compreende uma área total de 398 hectares e 126 lotes familiares onde são produzidos tubérculos e folhosas, como batata-doce, quiabo, amendoim, coentro, alface, cebolinha, tomate, pepino e maxixe, entre outros. Toda a produção abastece Sergipe e grande parte da região Nordeste, principalmente os estados da Bahia e Alagoas. “Além disso, nossa batata-doce é vendida para Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. São 250 a 300 toneladas ao mês de itens produzidos em 248 hectares de área cultivada, onde é beneficiado um público de 630 pessoas”, destacou o técnico agrícola da Seagri, Simeão Santana, no povoado Agrovila, onde está localizado o escritório da Cohidro.

[Foto – Vieira Neto]
Também inaugurado na mesma época, em 1987, o Perímetro Irrigado da Ribeira é um projeto do tipo irrigação pública, gerido pelo governo do Estado que comporta uma área total de 1.970 hectares, sendo 1.100 hectares de área agrícola irrigável, beneficiando mais de 4.600 pessoas, e de onde saem diariamente entre quatro a cinco caminhões carregados de produtos. São 466 lotes familiares onde se cultivam batata-doce, coentro, cebolinha, pimentão, tomate, pepino, couve, amendoim, berinjela, alface, feijão, vagem, quiabo e milho verde. “O governo do Estado é responsável pela gestão dos perímetros, por toda a assistência técnica, a cessão de uso da área e pela água que os abastece. O resultado disso é a produção de diversas culturas agrícolas que abastecem todo o estado, inclusive contribuindo para que tenhamos uma das cestas básicas com menor custo do país”, ressaltou Paulo Sobral.

Roberto Santos [Foto – Vieira Neto]
São famílias de agricultores que trabalham na terra e dela tiram seu sustento, numa cadeia produtiva que avança de geração em geração, como no caso do produtor Roberto Santos Nascimento. “Desde que foi inaugurado o perímetro, meu pai, José Francisco, começou a plantar na região. Hoje, infelizmente, ele não está mais com a gente, mas continuo na lavoura junto com meus irmãos e assim garantimos nossa renda e o sustento de nossa família”, afirmou o agricultor que planta batata-doce e coentro em uma área de dois hectares, no Jacarecica I, juntamente com mais cinco irmãos.

Zeca da Silva [Foto – Vieira Neto]
Para o secretário Zeca da Silva as visitas foram muito produtivas e vão acontecer com uma maior regularidade de agora em diante. Preocupado com a estiagem deste ano e as consequências para as lavouras, observadas no baixo nível de água das barragens visitadas, o secretário ouviu os produtores e garantiu estar atento, junto com os órgãos competentes, caso seja necessário interromper o fornecimento de água. “Foi muito gratificante conhecer de perto o funcionamento de nossos escritórios nesses perímetros da região, ver as lavouras verdinhas, produzindo itens de qualidade que abastecem nosso mercado, de estados vizinhos e até de outras regiões do país”, afirmou. “São milhares de pessoas beneficiadas diretamente, além de outras tantas de forma indireta, através desse trabalho realizado pelo governo do Estado, que promove renda, gera empregos e garante o sustento do homem do campo”, comemorou.

 

Cohidro estima produção de 1.795 T de milho verde irrigado para o período junino

Agricultores de quatro perímetros devem colher 2,3 milhões de espigas em área superior a 120 ha, no período

[Foto: arquivo pessoal]
A pandemia de Covid-19 pode até querer atrapalhar a festa, mas a tradição do consumo de milho verde no período junino resiste, contribuindo não só para a perpetuação da tradição cultural, mas também com a geração de renda para os sergipanos que plantam, transportam e comercializam o produto. Nos perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) não é diferente: o milho verde é o cultivo predominante em praticamente em todos os lotes, seja para comercializar ou para o consumo da família no período de festas. Em quatro dos seis perímetros – Califórnia, Jacarecica I, Piauí e Ribeira – são esperados 1.795.000 quilos colhidos em junho, o que corresponde a 2.332.000 espigas. O perímetro o Califórnia, situado em Canindé de São Francisco, é onde está sendo aguardada a maior colheita: 960 mil espigas só para este mês.

A maioria da produção é destinada à demanda interna, mas existem exceções. No Califórnia os agricultores irrigantes fornecem para feiras livres de algumas cidades de Alagoas. No perímetro Piauí, em Lagarto, o milho verde atende mercados baianos, na região da divisa com Sergipe, como informa o gerente do perímetro, Gildo Almeida. “O pessoal de Paripiranga compra milho verde aqui para vender para aquela região de lá; tem pessoas de Boquim que pegam aqui; e essa semana encontrei um comprador de Campo do Brito”, conta Gildo. Dos perímetros irrigados de Itabaiana também saem cargas diárias para a capital baiana. “Se até o São João não tiver milho chegando em Salvador, com certeza um pouco desse milho daqui deve ser enviado para lá também”, reforçou o técnico agrícola do perímetro Jacarecica I, Simeão Santana.

[Foto: Fernando Augusto]
Derinaldo Brito, irrigante do perímetro Jacarecica I, plantou 0,6 hectares (ha) de milho verde, pensando no São João. “Sempre planto nesse período, para vender na feira mesmo. Este milho faz 50 dias que plantei e vou colher daqui uns 15 dias. Só planto o milho nesse período; tiro a batata-doce e planto; e quanto tirar o milho, ponho o quiabo. Vejo que tá R$ 40 o cento, mas vai depender do tempo”, afirma o agricultor. Não se perde nada no lote. Tem a oferta de palha do pé de milho, depois de colhido verde, e até com, se tiver alguma sobra de espigas: tudo é picado para servir de ração para as vaquinhas que ele cria no lote. “Aproveita a palha para o gado que crio. Dá para aproveitar a palha do milho, o milho e a rama da batata”, completa Derinaldo. No Jacarecica I, foi estimada a área de 37 ha plantada para o período junino de 2021, o que pode promover uma colheita de 481 toneladas, ou 740 mil espigas.

Em Canindé, para o período junino neste ano, foram plantados 48 hectares de milho verde irrigado também pensando nos festejos, o que pode render, aproximadamente, a colheita de 624 toneladas. Mas, segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, nem todo esse milho tem como destino certo a mesa dos sergipanos. “Nós temos uma produção de milho que irá atender, na época junina, a população do Estado de Sergipe, mas nessa produção, principalmente em Canindé, há uma predisposição dos irrigantes em produzir milho também para que, no próximo verão, possa acontecer a integração entre o irrigado e o sequeiro, para o fornecimento de ração para os animais da nossa bacia leiteira”, explica João Fonseca.

Manoel Alves [Foto: arquivo pessoal]
A gerente do Califórnia, Eliane Moraes, reforça que a produção de milho no perímetro do Alto Sertão Sergipano é continuada, acontecendo durante todo ano. “Neste mês de junho ainda vão plantar mais, e colher em 65 dias. Cerca de 16 hectares foram plantados em maio, para colher lá para agosto”, revela a gerente. O irrigante no perímetro Califórnia planta o milho com a certeza de que vai colher, já que a irrigação fornecida diariamente garante o desenvolvimento das plantas e também tem a certeza de que, se não for como espiga, ele vai encontrar comprador para outros usos do produto. Um deles é Manoel Alves, que sempre aproveita esta época para plantar milho, esperando as boas vendas. “Plantei uma roça, uma tarefa (0,33 ha) de milho para vender agora no São João, mas se não vender a gente sabe que dá para fazer outras coisas com ele”, confirma o agricultor.

 

 

 

PAA: Irrigação pública estadual gera renda no campo e segurança alimentar em Itabaiana e Pedra Mole

Mais da metade do grupo do projeto dos irrigantes itabaianenses é formado por mulheres, critério classificatório ao programa

Conab fez reunião com os agricultores proponentes na semana passada [Foto: Fernando Augusto]
De Itabaiana a Pedra Mole, no Agreste Sergipano, são enviados alimentos produzidos pela Associação dos Produtores Rurais da comunidade Lagoa do Forno, adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade ‘Compra com Doação Simultânea’. Os 11 agricultores familiares produzem no Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, gerenciado pela a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), e são remunerados a preço justo, escoando sua produção agrícola pelo período de 9 meses. Ao mesmo tempo, cerca de 2 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar atendidas pelo Fundo Municipal de Assistência Social de Pedra Mole passam a ter acesso a esse alimento fresco, numa dieta saudável e balanceada. Até o momento, cerca de 7 toneladas de alimentos já chegaram em Pedra Mole, em entregas realizadas desde agosto, seguindo as recomendações preventivas demandadas pela pandemia.

As entregas seguirão quinzenalmente até os agricultores completarem o fornecimento das 22,1 toneladas de alimentos propostas no projeto, aceito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na última quinta-feira (19), os técnicos da empresa federal fizeram uma reunião de orientação com esses produtores, em Itabaiana. A Conab dispõe de quase R$ 4,5 milhões para remunerar 30 projetos do PAA em 28 municípios do estado. Ao todo, R$ 11 milhões foram liberados pelo Ministério da Cidadania ao Programa de Aquisição de Alimentos em Sergipe – distribuídos entre frentes de trabalho nas secretarias de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS) e da Agricultura (Seagri). Vinculada a esta última, a Cohidro exerce o papel de facilitador do PAA em seus perímetros irrigados, como é o caso do Poção da Ribeira, fornecendo água para irrigação, assistência técnica agrícola e assessoria na elaboração dos projetos e no planejamento das plantações, para atender os compromissos das entregas.

“Nosso papel é bastante importante, não só na elaboração do projeto, mas também no planejamento da produção por produtor. São elaborados, através da assistência técnica, cálculos para o ciclo de cada cultura. Tudo dentro do que foi estipulado no projeto. Além de tudo, damos o apoio no recolhimento das folhosas através do nosso transporte, no dia da entrega. Então, sem o apoio da Cohidro, o PAA aqui não funcionaria. A aceitação tem sido positiva dentre os agricultores”, avalia César Rocha, gerente do perímetro da Ribeira. Nos perímetros da Cohidro em Lagarto, Canindé de São Francisco e Itabaiana, 55 produtores têm participações confirmadas no programa, sendo três propostas formalizadas em grupo [PAA Conab] e 14 individuais [PAA SEIAS]. A expectativa é que, até o ano que vem, esses irrigantes sejam remunerados em cerca de R$ 550 mil, se somadas as entregas periódicas previstas.

Antônio Almeida é presidente da associação da Lagoa do Forno e fará a entrega, durante nove meses, de tomate, pimentão e couve ao PAA. “Para nós, agricultores, está sendo ótimo, por conta do preço, que está bem melhor. Às vezes, a depender do tempo, o preço está bem baixo e assim não tem como melhorar nossa renda. No projeto há esta mudança. É muito melhor a venda pelo PAA do que nas feiras”, destaca o agricultor irrigante, que considera importante também o cunho assistencial do programa. “Ajudar o próximo é sempre bom, principalmente os mais necessitados”, afirma. Também na avaliação de Edjane do Nascimento, irrigante da Ribeira, o programa incrementa a renda do agricultor.

“É ótimo e super importante, pois da mesma forma que ajudamos as pessoas que precisam, o projeto também nos ajuda, com uma renda extra. Participo do projeto há muito tempo, sempre entregando cebolinha. Temos a segurança de entregar os produtos com um bom preço, melhor do que nas feiras”, pontua Edjane. A sua colega Elineuza Ribeiro, que entrega coentro ao PAA, cita a relevância do serviço prestado pela Cohidro tanto para o participar do programa, quanto para a irrigação. “Se não fosse a Cohidro não estaríamos fazendo isso. Eles sempre ajudam a gente aqui, sem falar da irrigação. Nós vivemos da roça e ter essas entregas ajuda muito. Vendemos para a feira e para o projeto. Acho melhor vender para o PAA, porque já entrega em casa, e na feira já tem o transporte, barraca, etc. com um custo maior. E o valor está ótimo. Já participei outras vezes do projeto e espero que não termine, porque é muito bom para todo mundo, tanto para o agricultor quanto para quem recebe”, conclui a irrigante.

 

[vídeo] Novo poço perfurado na zona rural de Itabaiana

Mais um poço concluído pela Gerência de Perfuração da Cohidro (Geperf, desta vez no povoado Bom Jardim, em Itabaiana, agreste de Sergipe. As 15 famílias da localidade rural vão poder contar com o abastecimento a partir do poço de 80m de profundidade, que é capaz de produzir água a uma vazão de 1.320 litros por hora. O investimento do Governo de Sergipe no projeto, até esta etapa de perfuração, foi de R$ 14.220,38.

Cohidro reúne irrigantes em Canindé e Itabaiana para conter mau uso da água

Perímetros irrigados vão intensificar fiscalização para punir desperdício e captação irregular

 

Foto: Fernando Augusto

A diretoria executiva da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro se reuniu com a gerência local e os agricultores do Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana, para comunicar que vai adotar medidas para conter o consumo excessivo e o desperdício de água, que têm causado sobrecarga nos equipamentos e prejuízos aos produtores mais distantes das estações de bombeamento [EBs], pela vazão reduzida da água nos lotes. Uma semana antes, um encontro com o mesmo objetivo aconteceu em Canindé de São Francisco, onde a Cohidro também irá intensificar a fiscalização, no combate à adulteração dos hidrantes, bem como à captação irregular de água na rede, com aplicação de advertências, multas e cortes.

O presidente Paulo Sobral avisou, durante as reuniões, que serão reinstaladas placas de controle de vazão nos lotes, como já ocorreu no Perímetro Irrigado Jacarecica I, também em Itabaiana. “Esses mecanismos equilibram o recebimento de água para todos os lotes de um setor. Periodicamente, os funcionários do perímetro repõem as placas que, em alguns casos, são retiradas ou adulteradas para passar mais água que nos lotes dos vizinhos. A diferença é que, agora, a Cohidro está buscando amparo na Justiça para punir essa atitude, em último caso, com o corte da água e cobrança de taxa de religamento. Procedimento igual será adotado para quem se opuser a pagar a tarifa de água, que passou a ser cobrada de todos os usuários do sistema: advertência seguida de corte”, alertou o presidente da Cohidro.

Até ser regularizado o acesso uniformizado da água nos lotes, emergencialmente, o perímetro de Canindé terá irrigação aos domingos. Presidente da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia – Coofrucal, Levi Alves observa que aumentou a frequência com que a Cohidro dialoga com os produtores e pede celeridade no conserto das bombas. “A reunião foi boa. Acreditamos que desses encontros com a diretoria da Cohidro certamente surgirão efeitos positivos. Eu percebo que a manutenção dessas EBs é de suma importância, até porque já aguardávamos por muitos anos. Visitamos algumas obras e o trabalho está ficando muito bonito, estão de parabéns pela iniciativa e a manutenção”, disse o agricultor, em referência às reformas feitas com a receita da tarifa de água nas estações de bombeamento dos perímetros.

Outra iniciativa sugerida na reunião do perímetro Califórnia foi a adoção da irrigação localizada. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Rural da Cohidro, João Fonseca, existe um quadro de engenheiros da Cohidro para realizar projetos de irrigação e técnicos agrícolas para orientar o uso dessa tecnologia. “É aconselhável trocar os aspersores convencionais pelos microaspersores ou as mangueiras de gotejamento, pois exigem bem menos pressão para serem ativados, sem falar da enorme economia de água que eles proporcionam, eliminando muito o desperdício. Os técnicos agrícolas de todos os perímetros irrigados acabaram de participar de uma capacitação, em Itabaiana, para o uso e manutenção desses equipamentos e vão ajudar muito o produtor que optar pela irrigação localizada”, pontua.

Nos perímetros de Itabaiana a aspersão localizada foi adotada em todos os lotes e sem custo para os agricultores, a partir de um investimento de mais de R$ 14 milhões feito pelo governo do Estado e pelo Banco Mundial, através do Programa Águas de Sergipe. Mesmo assim, o projeto que inclui a automação e o uso da fertirrigação depende que a água chegue igual em todos os lotes. Também na Ribeira serão recolocadas as placas de vazão e será fiscalizado todo o desvio de água fora dos hidrantes, com a reincidência passível de punição. “A proposta é boa. Se eles levarem adiante, vai ser bom para todo mundo. Os desvios de água tem que tirar e punir mesmo, que é o jeito certo”, opinou Edmilson da Silva, agricultor do povoado Lagoa do Forno. Em seu lote, atendido pelo perímetro, ele planta alface, coentro cebola e outros vegetais.

Programa Águas de Sergipe capacita alunos do ensino médio sobre o uso adequado dos agrotóxicos

Cerca de 1.200 estudantes da rede pública estadual serão capacitados, servindo como multiplicadores do conhecimento nas suas comunidades
Foto: Fernando Augusto

A semana começou com a capacitação para Uso Adequado dos Agrotóxicos, no Colégio Estadual Murilo Braga, em Itabaiana. Voltada para o ensino médio, a atividade teve como público os alunos da zona rural, principalmente os que residem nas áreas abrangidas pelos perímetros irrigados estaduais do Agreste Sergipano. É uma das ações do Programa Águas de Sergipe – PAS, que possibilita que os estudantes levem para casa as noções e cuidados que se deve ter com o uso de agroquímicos nas lavouras. Também foram passadas informações sobre o consumo seguro de alimentos e a alternativa de produtos orgânicos.

A capacitação do PAS já tinha sido aplicada aos técnicos da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro e da secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade – Sedurbs; bem como a agentes de saúde e professores dos 26 municípios que integram a bacia hidrográfica do Rio Sergipe, aos produtores irrigantes dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana, e do Jacarecica II – situado ente Riachuelo, Malhador e Areia Branca; além dos agricultores das adjacências. Nesses municípios e em Campo do Brito, novas capacitações serão promovidas até a próxima semana, com alunos de todas as escolas estaduais do ensino médio da região.

Integrante da comissão intersetorial do governo estadual que vem acompanhando as capacitações, a técnica da Cohidro, Terezinha Albuquerque, explica que o PAS realiza ações voltadas para a preservação ambiental e o desenvolvimento humano. “A capacitação nas escolas tem como objetivo instruir os alunos sobre o uso dos agrotóxicos, salientando que sua utilização de forma inadequada pode ocasionar riscos à saúde e ao meio ambiente”, disse. O PAS em Sergipe é coordenado pela Sedurbs; com parceria da Cohidro, Emdagro, Deso, secretarias de estado da Educação e Saúde, e é financiado pelo Banco Mundial, com a contrapartida do Governo de Sergipe.

Paula Ismerim, instrutora da empresa responsável pela capacitação, afirma que a meta é atingir 1.200 estudantes da rede pública de ensino e maiores de 16 anos. “É abordada a questão do agrotóxico no dia a dia deles, tanto para quem mora na cidade como para quem mora no campo, e os riscos que todos estão correndo com o seu uso indiscriminado. A gente dá algumas informações sobre como eles podem orientar um parente ou um vizinho e sobre como se deve utilizar de forma correta o agrotóxico. É uma segunda fase. Primeiro a gente fez a capacitação dos agricultores, nos próprios povoados, agora são os estudantes, que consideramos como multiplicadores, formadores de opinião. Como muitos moram nos povoados e ajudam os pais na agricultura, fica sendo uma forma deles passarem a informação”, pontuou.

Leandro Oliveira (16) é aluno do 2º ano do ensino médio no Murilo Braga. Ele, que reside no povoado Rio das Pedras, em Itabaiana, é filho de um dos irrigantes atendidos no perímetro da Ribeira. O adolescente já ajudou na lavoura da família e conta que nunca teve que fazer a aplicação de agrotóxicos, mas já tinha uma noção do que é necessário. “Tem que ter os equipamentos apropriados, nunca ter contato direto com os produtos e nem ingerir”, afirma. Também do 2º ano, Franciele Lima (17) mora na cidade, mas na palestra ficou sabendo que mesmo fora da lavoura, ainda é necessário ter cautela com os agroquímicos. “Aprendi que é para ter cuidado com os alimentos e lavar bem antes de comer, por causa dos agrotóxicos”.

O professor Marcos Santiago coordena um programa de arborização que está sendo implantado no Murilo Braga, com o uso de mudas frutíferas e floríferas. Para ele, a capacitação acaba sendo mais uma contribuição ao projeto. “Como é o aluno que vai plantar as árvores, ele vai ter que saber lidar com o solo, o que inclui qual o adubo que se deve usar e os produtos corretos para que seja um plantio orgânico”. Em casa ou na comunidade acadêmica, ele acredita que o estudante vai se beneficiar com a atividade do PAS. “Essa palestra foi muito importante porque eles vivem isso já na comunidade, onde eles plantam, e vai servir como base para eles refletirem sobre o uso correto dos agrotóxicos. É um trabalho interativo, que foge um pouco da rotina da sala de aula e que chama mais a atenção deles”, avaliou.

 

Produção comercial de mudas no perímetro da Ribeira é tema de reportagem na TV Aperipê

Givanilson Andrade Menezes, o Zezelo, é agricultor irrigante do Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana. Sua atuação é tema da reportagem que foi ao ar neste sábado, no programa Sergipe Rural, da TV Aperipê. De 6 anos para cá, sua visão empreendedora o transformou em um empresário de sucesso. Seus negócios prosperaram quando ele identificou que poderia atender à demanda de outros produtores por mudas de hortaliças prontas para plantar.

Cohidro e engenheiros realizam projeto de automação dos perímetros de Itabaiana

Projeto do PAS é de troca de equipamentos de bombeamento para reduzir as perdas de água, o consumo elétrico e o uso de mão de obra, além do aumento da vida útil das máquinas e da segurança operacional.
EBs possuem maquinário defasado e que exige manutenção constante (foto Jacarecica I /Cohidro)

Tendo entrado em operação no mesmo ano de 1987, os perímetros irrigados da Ribeira e Jacarecica I, ambos implantados pelo Governo do estado em Itabaiana (SE) e até hoje administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), passaram quase 32 anos operando a partir de uma tecnologia acessível à época, da mesma forma que contavam com uma oferta de água e de energia elétrica menos concorrida com as necessidades do restante a sociedade. Hoje muita coisa mudou e tem sido necessária a substituição dos métodos empregados para irrigar o campo e de operacionalizar a água disposta ao agricultor, desde as bombas d’água até os aspersores.

A mudança já ocorre nos 592 lotes irrigados por estes dois perímetros, com a troca completa no sistema de irrigação que, além de ser automatizado, tem uma saída de água reduzida e regulada à só fornecer a quantidade necessária para a planta crescer, sem desperdícios. O que ainda é regulado por válvulas de controle de pressão em cada uma dessas unidades de produção, resolvendo outro problema que era o da distribuição de água de forma desigual, penalizando aqueles agricultores que tinham plantações mais distantes das estações de bombeamento (EBs).

Esta modernização foi proposta pelos engenheiros da Cohidro no momento em que foi elaborado o plano de ações do Programa Águas de Sergipe (PAS). Financiado pelo Banco Mundial, pretende diminuir o impacto ambiental e recuperar a degradação ocorrida nos mananciais da bacia do rio Sergipe e o que está sendo feito pela empresa corresponde a uma diminuição no consumo de água dos lotes irrigados de até 60%, enquanto que poderá ser reduzida em até 50% a eletricidade necessária para bombear a água de irrigação, desde o reservatório até os campos.

Mas no mesmo programa também foi proposta a contratação de empresa especializada para elaborar um projeto de automação das EBs dos perímetros compreendidos pelo PAS, que hoje operam com máquinas ultrapassadas, de forma manual e sem dispositivos que controlem o bombeamento adequado ao nível de consumo ou acusem distorções na rede de distribuição de água até os lotes, como o caso de vazamentos.

Início dos trabalhos
Os trabalhos para da elaboração de projeto de automação das EBs instaladas em Itabaiana (SE), iniciaram em reunião entre engenheiros da Cohidro e da empresa licitada, a TPF Engenharia, realizada no último dia 5, na sede da estatal em Aracaju (SE). O engenheiro elétrico da Cohidro Ricardo Luiz Lima disse que o encontro alinhou os pontos quanto ao projeto, definindo então as melhorias que são pretendidas.

“Este projeto definirá os equipamentos e conceitos a serem empregados nas três unidades de bombeamento e no escritório administrativo da Ribeira, e que atenderão aos requisitos do que há de mais atual e moderno no mercado industrial de automação e monitoramento à distância. O projeto contemplará a substituição de todos os equipamentos elétricos, mecânicos e hidráulicos, os quais estão em operação há mais de 30 anos e com vida útil esgotada, causando com isso muitas paradas para manutenções corretivas e emergenciais gerando, com isso, gastos excessivos e comprometendo a eficiência do sistema”, explica Ricardo Luiz.

Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, as mudanças são urgentes e atendem às demandas da comunidade. “Um perímetro irrigado é a infraestrutura fornecida pelo Estado que compreende um reservatório de água de grande porte, as EBs e as adutoras que fazem chegar água até os hidrantes instalados em cada lote. Essa necessidade de diminuir o consumo dos perímetros se deu a partir de que o aumento do consumo humano nas áreas urbanas requereu a captação da água de nossas barragens, contrastando com os fatores climáticos e degradação ambiental que têm diminuindo a oferta das águas que fazem a recarga desses sistemas. Outro fator é o econômico, quando os recursos públicos empregados para fornecer o subsídio da irrigação ao agricultor têm que ser racionalizados, impactando menos no orçamento estadual cada vez mais enxuto para atender todas as áreas sociais”.

Através do projeto, as três EBs inclusas no plano passarão a funcionar por meio de um sistema automatizado. Um dos principais benefícios da substituição do sistema manual é a otimização do uso de energia. “Nós vimos que tem uns equipamentos bem obsoletos e a operação está manual, então nós estamos aqui juntamente com uma equipe multidisciplinar para tentar otimizar o uso da energia, trocar essas bombas e colocar bombas mais eficientes. Porque já vimos que o sistema parcelar já esta sendo trocado nos lotes, e a gente vai fazer a nossa parte, que é a de eficiência energética. O maior insumo que tem em um projeto desses é o custo de energia, esse que é o nosso objetivo” afirma o engenheiro civil Sérgio Luiz Fontes, da TPF Engenharia.

Ricardo Luiz, salienta a economia de energia, com o novo sistema de bombeamento que será implementado. “O projeto de automação visa à melhoria da eficiência no fornecimento de água e que trará uma economia de até 60% no consumo, eliminando as perdas e o desperdício que o atual sistema manual é incapaz de detectar de forma eficaz. Também trará uma maior eficiência no consumo de energia elétrica, pois os novos equipamentos a serem empregados funcionarão de acordo com a demanda de campo evitando que haja um funcionamento de 100% da capacidade operacional durante todo tempo de bombeamento. Com isso, haverá uma economia no consumo de energia que poderá chegar até 50% do que hoje se consome”.

Automatização
Automatizar o processo irá fazer com que o sistema opere de maneira remota através de um centro de operações (CO), que ficará situado no escritório do perímetro da Ribeira com todos os equipamentos necessários a operar as três EBs sem que para isso haja a necessidade da presença de funcionários nas unidades de bombeamento, mas este benefício não trará desligamento de pessoal. “O quadro (de funcionários) fica o mesmo, se você vai automatizar um processo é uma coisa que o homem não podia fazer, nós vamos tirar a pessoa do trabalho braçal e colocar ele numa função mais nobre. E com a automação você evita perdas você, por exemplo, detecta se uma bomba está vibrando antes dela dar problema então você vai lá e troca o rolamento dela senão ela vai quebrar. Isso, a longo prazo, é uma eficiência muito grande e baixa muito o custo do projeto, então isso viabiliza projetos de irrigação”, argumenta o engenheiro Sérgio Fontes.

Outros investimentos do PAS
Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, expõe que a elaboração do projeto de automação será com recursos financiados pelo Banco Mundial. “Além dessa ação, existem várias outras em andamento que visam recuperar a capacidade operacional dos perímetros, capacitar produtores, aquisição de equipamentos, reforma de prédios, segurança de barragens, dentre outras que somam investimentos da ordem de R$ 40 milhões nesses Perímetros e barragens”, informou, lembrando que as demais ações do PAS contemplam também o Perímetro Irrigado Jacarecica II, situado entre os municípios sergipanos de Malhador, Riachuelo e Areia Branca.

Capacitação para uso de agrotóxicos é iniciada em perímetro da Cohidro de Itabaiana

Quase R$ 1 mi do PAS é destinado ao treinamento de agricultores e de replicadores, que são agentes de saúde e educadores que atuam nas comunidades rurais.

Com as duas aulas e o dia de campo, a capacitação será de 12h-aulas para cada agricultor (Foto: Ascom/Cohidro)

Desde segunda-feira (3), no Perímetro Irrigado da Ribeira em Itabaiana (SE), ocorrem aulas pela manhã e pela tarde para as quatro primeiras turmas do ‘treinamento e capacitação para o uso adequado dos agrotóxicos’, na modalidade voltada aos agricultores irrigantes inseridos nos perímetros da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) que fazem parte da bacia do rio Sergipe. É uma das ações do Programa Águas de Sergipe (PAS), realizado pelo Governo de Sergipe e em parte financiado do Banco Mundial.

Com as quatro turmas findando nesta sexta-feira (7) com um dia de campo, nesta semana vão ser habilitados em torno de 150 produtores irrigantes. Ao repetir esse cronograma semanalmente, a as capacitações ao todo atenderão 980 destes agricultores assistidos pela Cohidro, ao serem incluídos os inseridos nos perímetros Jacarecica I e II, que abrangem áreas de irrigação pública também de Itabaiana, Malhador (SE), Riachuelo (SE) e Areia Branca (SE). Com as duas aulas e o dia de campo, capacitação será de 12h/aula para cada agricultor.

Nos 26 municípios sergipanos que compõem a bacia hidrográfica do rio Sergipe, ocorrerão treinamentos de outros agricultores, por intermédio da Empresa de Desenvolvimento Agrário (Emdagro). Professores e agentes de saúde que atuam na zona rural em todo estado receberão treinamento para conscientizar as populações assistidas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) coordena o PAS e licitou a empresa que está fazendo todo este treinamento, um investimento total de R$ 985.548,88.

Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera primordial essa preocupação do PAS com a preparação dos moradores e trabalhadores do campo com o manuseio e precauções com os defensivos tóxicos. “O agrotóxico, se for exposto à nossa pele ou se for ingerido em alimentos ou água contaminados, prejudica muito a saúde. Os animais de criação e toda fauna e flora estão sujeitos aos riscos de contaminação, se não nos preocuparmos com a aplicação correta e, principalmente, com o descarte adequado das embalagens”, observa. Para ele, é um tema que nunca vai ser esgotado no meio rural. “Não é a primeira vez que reunimos agricultores dos perímetros para falar disso e certamente, não será a última. A indústria de agrotóxicos está sempre pondo produto novo no mercado e isso confunde bastante o agricultor na hora de usar. A conscientização tem que ser constante”.

Adenilson Xavier de Almeida é um dos irrigantes da Ribeira presente na primeira das quatro turmas da semana inicial de curso. Embora já tenha buscado se informar sobre manuseio correto dos agrotóxicos em outras atividades, não dispensa a oportunidade dada pelo PAS e Cohidro. “Claro, sempre aprendendo alguma coisa a mais, né? Sempre eu participo, toda reunião, todo curso que eu sou convidado, eu marco presença. Aprender sempre é bom, qualquer coisa que a gente aprende é bom para a vida, para o dia a dia. Faço (uso de agrotóxicos), eu geralmente já sigo essas regras, infelizmente são poucas pessoas, mas uso o mínimo possível”, relevou.

O instrutor dos cursos é o engenheiro agrônomo Pedro Acioli de Souza, que além de prestar serviço para empresas e entidades como o Senar e o Sebrae, é agricultor e apicultor, com trabalhos científicos publicados nas áreas. “Eu quero passar uma bagagem que faça com que além de receber uma gama de informações, procure fazer com que ele questione a situação que ele vive, pois só através do questionamento pode-se tomar algumas atitudes. Não é aquela capacitação de levar a informação e isso tá certo, não! Então este treinamento, eu acredito que ele dá muito resultado devido a essa metodologia um pouco inovadora”, considera.

Cláudia Silva Sampaio é coordenadora das capacitações pela STCP – Consultoria, Engenharia e Gerenciamento. “O curso de capacitação para o uso adequado de agrotóxicos tem três módulos e sempre no primeiro se discute a questão da legislação, de uma forma bem geral. Depois se discute a questão do uso de EPIs, que está vinculada a segurança e saúde dos trabalhadores e finalmente a manipulação do uso de agrotóxicos, que é todo o processo de aplicação. Dentro disso nós precisamos, antes de realizar essas ações, realizar um questionário para identificar quais são as atividades e a forma como elas estão sendo desenvolvidas por esses agricultores. A partir deles a gente vai ter uma ideia do todo”, completa ela, informando que irá ocorrer um seminário com todos os secretários municipais de educação, saúde, meio ambiente e agricultura, os agentes de epidemiologia, além dos delegados e coordenadores de educação ambiental.

Águas de Sergipe
O programa resulta de contrato firmado entre o Governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O PAS tem como finalidade a melhoria da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Sergipe. Desse montante, US$ 8 milhões serão destinados à Cohidro para ações de modernização da infraestrutura dos perímetros irrigados e segurança de barragens, atendendo as demandas inseridas no PAS, que se destinam à recuperação ambiental da bacia do rio Sergipe.

“Nesse sentido, com os recursos destinados à empresa já foram implantadas ações de monitoramento, segurança e reflorestamento das margens das barragens públicas que atendem nossos perímetros e a aquisição de veículos novos para atuar dentro dos perímetros. E atualmente ocorre a reforma predial das nossas diretorias técnicas; a completa substituição do sistema de irrigação em cada lote dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, adotando o modelo de irrigação localizada e automatizada, economizando 60% no consumo de água e reduzindo 50% na conta da energia elétrica. Nesta semana, simultaneamente aos treinamentos, demos início a elaboração de um audacioso projeto de automação de nossas estações de bombeamento, repercutindo em menos consumo de eletricidade”, listou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

 

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.

Acessar o conteúdo