Milho verde dos festejos juninos está garantido pela irrigação pública do Estado

Irrigação do milho e outras culturas ainda está sendo possível na maioria dos perimetros irrigados da Cohidro

Sergipe, no campo, correu para plantar e suprir a demanda do milho verde para os festejos juninos, quando é tradicionalmente consumido cozido in natura, ou como base para diversos pratos típicos. O produto só pôde ser plantando na maioria das lavouras a partir de meados de março, quando se deram as primeiras chuvas de 2017. O mesmo não ocorreu nos perímetros de irrigação pública do Governo do Estado, onde é possível colher antes ou depois do São João, independente do que ‘manda’ São Pedro.

Embora as chuvas tenham faltado no ano passado, e isso esteja hoje prejudicando a irrigação em alguns desses polos irrigados, essa possibilidade de cultivo do milho, independente do que permite a meteorologia, ainda está sendo possível na maioria dos perímetros estaduais administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Só na unidade de Lagarto, a 69km de Aracaju, quando as chuvas chegaram em março, já eram 25,63 hectares (ha) plantados, o que vão gerar, passando 80 dias, 387.525 espigas de milho verde, para entrar junho com o alimento na mesa dos sergipanos.

Gildo Almeida Lima, gerente do Perímetro Piauí da Cohidro em Lagarto, acompanha os produtores de milho e fala do que muda na produção quando é possível contar com irrigação no lote. “Totalmente diferente né? A gente cultiva, fora de época, vários tipos de produção, de produto. Como o milho verde agora. Esse aqui foi plantado na época de estiagem e já está na fase de colheita”, assinalou visitando a área plantada pelo agricultor irrigante José Roberto de Jesus.

No lote de 4ha de José Roberto, 2,64 estão ocupados com o milho plantado há 70 dias, já bem perto da colheita, que acontece depois dos 80. Embora tenha água para plantar o ano todo, prefere seguir a tradição. “Porque a gente planta no dia de São José. É que quando em São João, ele está maduro, ‘tá’ pronto para comer. Garante a festa com pamonha e canjica. A produção está boa e as vendas, pelos preços, acreditamos que estejam melhor de que o ano passado”, disse o produtor, que tem oferta de compra, para toda a lavoura, de R$ 0,50 a espiga no pé.

Técnico Agrícola da Cohidro no Perímetro Piauí, José Américo explica que o preço praticado na maioria das plantações irrigadas é feito com o milho no pé, ou seja, é pago o valor pelo número de espigas arrancadas na lavoura, mas quem arca com o custo de colheita é o comprador. Segundo ele, os fatores climáticos influenciaram uma grande alta de preços do produto. “Subiu mais de 10% e a tomada de preço, no ano passado era de R$ 0,40 e hoje é R$ 0,50, por cada espiga”, afirmou.

Fatores climáticos
Embora a irrigação pública pela Cohidro, transponha a necessidade de chuvas para plantar, os perímetros irrigados ‘guardam a água da chuva’ em barragens para então ser usada o ano inteiro. Água que vem de rios e tirando o São Francisco, responsável por abastecer o Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco (213Km de Aracaju) e o Platô de Neópolis (121km de capital), todos os outros cinco têm sua perenidade dependente da pluviosidade que ocorrer em Sergipe. Deste modo, 2016 foi um ano atípico, de baixíssima precipitação em todo estado e fez com que a irrigação tivesse que ser racionada e em certos casos, já em 2017, interrompida. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Rural da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, isso prejudicou a produção tanto do milho como de outras culturas.

“O ano de 2016 foi um ano com dificuldade de chuva e com isso, nós sofremos com o armazenamento de água nas barragens, principalmente em Jacarecica I (em Itabaiana, 54km da capital) quando a partir de janeiro de 2017 nós tivemos que paralisar totalmente a operação. A Ribeira (Itabaiana), que é uma barragem importantíssima para produção de alimentos para o estado de Sergipe já estamos fazendo racionamento e torcendo para que as chuvas aconteçam e volte a reabastecer a sua bacia hidráulica e com isso possamos continuar irrigando. E Jacarecica II (abrangendo Malhador, Riachuelo, Areia Branca e distante 49km de Aracaju), que é a nossa maior barragem, por enquanto não temos racionamento mas sofreu uma grande redução do seu volume hídrico e a princípio, não exige risco de paralisação”, esclareceu João Fonseca.

Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola ainda exalta o fato de os irrigantes tenham maiores chances de continuar garantindo sua renda no campo, mesmo com a estiagem prolongada. “Com a seca que se abateu em nosso Estado, só pôde plantar o milho, antes da chuva, quem faz parte de projetos irrigados. Isso põe nossos irrigantes à frente na comercialização, faz com que o seu produto chegue mais cedo no mercado, melhorando a condição de venda. Além de que, quando plantam perto do São João, têm a certeza de que haverá água para fazer crescer as plantas, a colheita é certa”, avaliou.

Otimismo
José Raimundo Simão e Fontes e outro produtor irrigante do Perímetro Piauí. Ele plantou seu milho há 50 dias, em uma área de 0,82ha. Ele aproveitou da irrigação pública para também investir na produtividade e diminuição de custos com mão de obra, eliminando o processo manual de adubação pós-plantio. Para tal, utiliza mangueiras de gotejo alimentadas por um sistema de ‘fertirrigação’, onde os nutrientes necessários ao desenvolvimento da planta vão diluídos na água de irrigação. Para o agricultor, dispor de milho para vender antes dos produtores convencionais, que plantam no sequeiro, ajuda muito na rentabilidade do cultivo. “Tem quadro que em São João é melhor e antes de São João é melhor ainda”, justifica.

José Roberto já plantava antes de adquirir um lote no Perímetro Piauí e para ele, a mudança é grande. “Antes era mais complicado, porque não tinha irrigação, a gente esperava o período da chuva. Hoje, com a irrigação, a gente já pode plantar antes de São José, já vai molhando, tem água o suficiente, já facilita a colheita, mais”. No calendário popular do nordestino, o 19 de março é a data mais propícia para ocorrer a primeira chuva de inverno, molhar a terra e então iniciar o plantio do milho colhido para o São João. Para o produtor, a irrigação cria autonomia e gera mais produtividade. “É, exatamente, não necessita tanto da chuva. Fica mais independente para o agricultor. Sempre melhora a produção, sempre dá espiga melhor. Fica bonito, não é?”.

“Com relação ao plantio de milho, a época é propicia nesses perímetros que ainda temos água para fornecer para a irrigação, a exemplo de Lagarto, a exemplo da própria Itabaiana, na Ribeira e em Canindé de São Francisco. Nós temos uma produção de milho que irá atender na época junina à população do Estado de Sergipe”, conclui o diretor João Fonseca. Ele ainda expõe que no ano passado foram 765ha cultivados com o milho verde em todos os polos irrigados administrados ou gerenciados pela Cohidro, incluindo o Platô de Neópolis, o que gerou uma produção de 3.888 toneladas.

Cohidro inicia plantio de uva em cooperação com a Embrapa

Pequenas mudas vão crescer, percorrer arames de sustentação e começar a dar frutos em cerca de 12 meses- Foto: Ascom/Cohidro

Foi retomado o plantio de uva adaptada ao clima Semiárido, no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em Canindé de São Francisco. Um acordo de transferência de Tecnologia com a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Petrolina-PE (Embrapa – Semiárido), vai propiciar o acompanhamento de quatro produtores irrigantes sergipanos, que irão cultivar campos experimentais das variedades cujo fruto será destinado para produção de suco e vinho, totalizando 2.700 pés, com a previsão de um ano para começar a primeira colheita.

Nesta quarta-feira, 7, chegaram a Canindé 2.400 mudas da variedade de uva BRS Isabel Precoce e 300 da BRS Violeta. Estas serão divididas entre os quatro campos experimentais de forma igual. Dois são produtores do Califórnia e outros dois pertencentes ao perímetro Jacaré-Curituba. Esses agricultores irão entrar com a área do lote para receber os parreirais e a mão de obra. O restante dos custos está incluso na cooperação técnica com a Embrapa, que entra com as mudas, sistema de irrigação, estaqueamento, adubos e insumos que serão utilizados para desenvolver a planta durante dois anos, tempo em que haverá também o acompanhamento dos técnicos e engenheiros agrônomos da empresa federal a estas plantações.

Técnico Agrícola da Cohidro em Canindé, Edmilson Cordeiro relata que os quatro agricultores foram selecionados levando em conta a experiência com plantas frutíferas e a facilidade de assimilar as orientações técnicas. “Eles são produtores que aceitam bem nossas orientações e estão abertos ao uso, por exemplo, de novos sistemas de irrigação. Aliás, já usam a microaspersão em suas plantações de goiaba, a cultura mais praticada aqui, depois do quiabo”, conta, explicando que este método de rega é mais econômico que a aspersão convencional, assim como o sistema de gotejamento, o que será usado nas uvas.

Um desses produtores, o primeiro a receber 625 mudas das duas variedades, é José Leidison dos Santos. Ele explica que aceitou o desafio proposto pelos técnicos da Cohidro por que pretende mudar, sair do cultivo da goiaba, de olho na aceitação do mercado. “A plantação de goiaba é uma cultura que não está dando uma rentabilidade como em anos anteriores. Por isso vou investir na uva para gente saber e ver se tem um futuro melhor. Pelo que eu percebo nesses canais de TV aí, eu acho que tem futuro”, explica o fruticultor que dedicou meio hectare para a uva, preparado com adubação de esterco.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, não é a primeira vez que o plantio de uva é inserido no Perímetro Califórnia. “Há 17 anos, o Governo do Estado tentou introduzir este cultivo no polo irrigado, mas nada comparado com o que hoje está sendo oferecido pela Embrapa. Eles estão treinando nossos técnicos agrícolas e produtores que já estiveram lá em Petrolina, vendo como a uva é produzida no clima semelhante ao de Canindé. Acreditamos no êxito principalmente, porque as novas variedades que estamos introduzindo no Califórnia são adaptadas e testadas pela Embrapa, sendo que uma delas é destinada ao consumo in natura ou na produção de sucos”.

Guy Rodrigues de Santana é o Técnico Agrícola da Embrapa que trouxe as mudas e vem acompanhando de perto os produtores na explicação das técnicas de manejo da uva. “Nossa intenção é de estar passando aqui constantemente, vindo para cá quando a plantação tiver sequência. Havendo necessidade a gente vem, orientando eles no dia a dia, como vai ocorrer a formação das mudas”. Para ele, as características de Petrolina e Canindé são bem parecidas. “Temos a mesma água de irrigação, que é a do Rio São Francisco. Um solo um pouco diferente, o nosso lá é muito arenoso e o solo aqui é bem argiloso. Mas a gente tem 90% de certeza que vai dar certo sim, a produção de uva aqui”.

Fertirrigação
Outro produtor que está apostando na uva é Levi Alves Ribeiro (Sidrack). Por um lado, ele tem vasta experiência no cultivo de frutas, como a goiaba. Do outro, já trabalha com a fertirrigação produzindo, com alto rendimento, o tomate. No sistema, os nutrientes necessários para a planta progredir são diluídos e dosados na própria água, sendo levados pela irrigação localizada, que usa mangueiras de gotejamento para que não haja desperdício dos fertilizantes. O método diminui o uso de mão de obra, que na forma convencional teria que lançar manualmente a adubação e ainda é mais eficiente, pois no meio líquido vai chegar mais de pressa às raízes.

Sidrack acredita que será muito benéfico aos produtores do Califórnia a inserção da uva. “Eu acho que é importante esse programa e através da Cohidro, do Governo do Estado, é mais uma cultura nova. Com certeza estamos com uma boa expectativa.Temos assistência técnica, que é muito boa, muito responsável através da Cohidro e agora somando com o pessoal da Embrapa”. Ele considera que, havendo sucesso em produzir o fruto, não terá dificuldade de escolar a produção. “O mercado é muito espaçoso. Só precisamos trabalhar, produzir e mercado a gente consegue”, confia o produtor que irá plantar 684 mudas da variedade Isabel, também em meio hectare.

A Cohidro, que é uma empresa pública subsidiária à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), presta o serviço de fornecimento contínuo de irrigação e assistência técnica para produtores rurais como Levi Ribeiro, neste em mais cinco perímetros irrigados em Sergipe. Para o presidente da Companhia, José Carlos Felizola Filho, também é papel da estatal introduzir novos modelos de plantação. “Se der tudo certo com a uva, dos quatro, multiplicaremos para muito mais parreirais. Outros produtores vão acreditar e investir na produção desse fruto que tem muito potencial. Diferente do quiabo, a uva pode ser processada e virar suco ou vinho, criando novas oportunidades de negócios para Canindé, atraindo investidores e desenvolvendo essa região carente de recursos, mas rica por poder contar com a água do São Francisco”.

Isabel e Violeta
Ambas são variedades criadas ou melhoradas pela Embrapa, a fim de adaptar o plantio às características dos microclimas brasileiros, tanto para suco quanto para vinhos. A BRS Violeta, mais recente, é tanto recomendada ao clima temperado do Sul do Brasil como para o clima tropical, do Nordeste. Com sua cor preto-azulada, é de alta produtividade, chegando a produzir dois cachos – pesando em torno de 150 gramas – por broto. A BRS Isabel Precoce, preta e com cachos pesando em média 110 gramas, tem tempo de produção mais reduzido e foi selecionada para regiões tropicais. Esta última, além da aplicação industrial, tem potencial também para o consumo in natura.

“Evolui as variedades e evolui também o manejo. A gente hoje tem um acompanhamento técnico mais consistente. Já se modernizou bem mais coisas, como a absorção dos nutrientes pela planta, disponibilidade de nutrientes através de fertirrigação e manejo da planta. Também esse manejo semanal, de estar amarrando, de estar conduzindo a planta e trabalhando ela no solo. E isso a gente faz diariamente. Isso tudo somado, aumentou a capacidade de colheita que em vez de ser dois anos, como era no passado, a gente consegue colher com 11 a 12 meses, quando se faz a primeira que poda”, concluiu o técnico Guy da Embrapa.

Viabilização de produção da Malagueta no Perímetro Piauí gera reportagem de TV

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou no dia 20 de fevereiro a produção de Pimenta Malagueta no Perímetro Irrigado Piauí da Cohidro, no município de Lagarto. A pimenta apareceu como o destaque de produtivo do Pólo de Irrigação, mas que devido a baixa do preço de compra, o produtor dela está tendo mais dificuldade de cultivar com rentabilidade.

Na reportagem de Patrícia Dantas, a variedade de pimenta apareceu como o destaque de produtivo do Pólo de Irrigação, mas que devido a baixa do preço de compra, o produtor dela está tendo mais dificuldade de cultivar com rentabilidade.

Fato este que a Cohidro tem enfrentado junto ao agricultor, mostrando a ele alternativas como a fertirrigação, o cultivo consorciado com outras culturas e até indo buscar, em outros estados, compradores para a produção, de modo a melhorar a condição de venda da Malagueta.

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Irrigante pela Cohidro aposta em tomate fertirrigado no Sertão Sergipano

O plantio irrigado ocupa uma área de 1,5 ha

Partindo do conceito de diminuição dos custos com infraestrutura e mão de obra, o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro (o popular Sidrack), assistido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado Califórnia (Canindé de São Francisco), aposta na variedade de Tomate Ty 2006, que dispensa o uso de estaqueamento, é resistente ao Geminivírus e se adéqua ao sistema de fertirrigação, onde a adubação é levada até a planta por meio da irrigação por gotejamento. Na primeira de três áreas que pretende implantar, o Agricultor quer colher 3,6 mil caixas em 1,5 hectares.

O Geminivírus, transmitido pela Mosca Branca, praticamente dizimou o cultivo do Tomate no Vale do Rio São Francisco no início da década passada. Com o surgimento de variedades híbridas como a Ty 2006, associado ao manejo correto de espaçamento e correção de solo, o problema foi superado, despontando atualmente o Semiárido Baiano como grande produtor do fruto. Atrás desses resultados, Sidrack adequou a variedade a um sistema de fertirrigação amparado pela irrigação pública, fornecida pelo Governo do Estado através da Cohidro.

“Acho que até o pequeno produtor, tem que estar atento às novidades da tecnologia. Antes, aqui o cultivo era feito sem a irrigação por gotejamento e a fertirrigação, situação em que se tem um trabalho maior, para suprir o que a planta requer”, justificou Sidrack. No método de adubação que aderiu os nutrientes complementares à planta são transferidos por meio da água, que já é o meio de transporte dos elementos naturais fundamentais à sobrevivência vegetais, a citar o Hidrogênio, Oxigênio e sais minerais.

O trabalho começou a partir da análise de solo via laboratório, para depois reparar as deficiências que precisam ser corrigidas. “Além do esterco de gado, usado para adubar o solo, a partir da análise pudemos saber o quando era necessário repor de Nitrogênio, Potássio e Fósforo (NPK)”, complementou Sidrack. Paralelo a isso, o Agricultor desenvolveu o plantio das mudas de Tomate em sua estufa. Na instalação ele produz mudas de outras plantas que cultiva, mas também para comercialização, atendendo produtores do Califórnia e do Jacaré-Curituba, Perímetro Irrigado administrado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), em Canindé e Poço Redondo.

As mudas hoje com 28 dias de transplantadas da estufa-berçário, têm um acompanhamento frequente para suprir suas necessidades de fertilização e é onde entra a assistência fornecida pela Cohidro. O técnico agrícola da Empresa, Antônio Roberto Ramos (Beto), é o responsável por atender o setor do Perímetro Califórnia onde se encontra a nova plantação de tomates. “Nesse caso, oriento o Sidrack nas alterações que podem ser feitas na dosagem de cada um dos adubos usados para nutrição da planta, via irrigação por gotejamento. Dependendo do estágio em que se encontra, a idade e aspecto da planta, é necessário alterar a proporção do NPK adicionado à água”, considerou.

Utilizando canteiros com espaçamento de 2,5 metros entre eles, e de 0,60 entre uma planta e outra, a plantação é irrigada, na maior parte do terreno, por duas mangueiras microperfuradas em cada leira. Por ser um declive, na seção menos elevada da área, os canteiros são atendidos por só uma mangueira. “É uma forma de compensar a dispersão de água neste nível, pois na parte alta, onde há menos pressão, a água sai com menos força e poderia até não sair se na parte mais baixa tiver uma vazão maior, ou seja, se usarmos duas mangueiras também”, complementou o técnico Beto.

Uva fertirrigada
Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro disse não ser a primeiro cultivo via fertirrigação por gotejamento no Pólo de Irrigação, mas em poucos casos se mostraram ser tão eficazes como o de Levy Alves. “É um investimento bem estruturado o que Sidrack está fazendo e há até projetos bem mais elaborados para um futuro bem próximo, como é o caso do acordo transferência de tecnologia que está sendo firmado com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Semiário de Petrolina (PE), onde vai ser usado o mesmo sistema para o cultivo da Uva”, ressaltou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, esclarece que o convênio com a Embrapa foi propiciado via Emendas Parlamentares (EP) propostas pelo senador sergipano Antônio Carlos Valadares. “A primeira EP de Valadares, há dois anos, beneficiou o nosso Perímetro Piauí, em Lagarto, levando para lá campos experimentais de Maçã, Pera e Caqui, dois mil pés de cada uma. Nesta terceira empreitada, será trazido para o nosso Sertão o cultivo de Uva. Todos plantios já em estágio de produção comercial em Petrolina, que deram certo”, compartilhou sobre a inovação que chegará ao Califórnia ainda este ano.

Rotação de culturas
Beto esclarece o período produtivo dos tomates, que pode durar até 130 dias. “Por 20 dias, depois de plantadas em bandejas, as pequenas mudas ficam na estufa. Depois de transplantadas, elas vão demorar mais 80 dias no campo até começar o ciclo produtivo, que vai propiciar uma colheita por semana, que vai durar entre 25 e 30 dias”, esclareceu. Para depois disso, o Técnico da Cohidro orientou o Produtor introduzir um outro tipo de planta, de preferência uma leguminosa, como o feijão de corda, ou o milho, para repor nutrientes perdidos no solo e prevenir doenças. “Na rotação de culturas, você quebra o ciclo de algumas pragas que atacam só o tomate. Mudando a cultura, a praga perde a ação”, completou.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, afirma que o sistema de irrigação por gotejamento é algo bem-vindo aos perímetros da Empresa. “Há culturas que se adaptam bem ao método e se desenvolvem evitando excesso de umidade, reduzindo a ação dos fungos, como é o caso do tomate. No mais, é um sistema de irrigação que proporciona economia de água, pois a água só cai no pé da planta, o que na fertirrigação trás enorme vantagem para seu desenvolvimento”, finalizou.

Última atualização: 26 de novembro de 2018 09:40.

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