O Programa Águas de Sergipe é um investimento do governo de Sergipe com aporte do Banco Mundial, promovendo o uso responsável das águas da bacia do Rio Sergipe.
Irrigação localizada por microaspersão diminui o consumo de água nos lotes [foto Fernando Augusto]Para modernizar e regularizar o consumo de água de irrigação nos lotes agrícolas, os perímetros irrigados Jacarecica I e da Ribeira, administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro em Itabaiana, receberam investimentos da ordem de R$ 14.334.110,64 para a troca e adição de novos equipamentos. A iniciativa do Programa Águas de Sergipe (PAS) também envolveu o Treinamento e Prática de Manutenção e Manejo de Sistemas de Irrigação dos técnicos da Cohidro, realizado no Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em Agroecologia da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro, no mesmo município.
Ministrado pelo engenheiro agrônomo Durval Lima, o curso teve dois dias de duração, envolvendo técnicos de todos os perímetros da Cohidro que ficarão encarregados, em campo, da orientação aos agricultores sobre como operar e fazer a manutenção dos equipamentos que integram o novo sistema de irrigação. “É o monitoramento de todo sistema de irrigação, desde a limpeza dos filtros até a limpeza química do sistema de irrigação. Também falamos sobre a parte da fertilização, sobre como utilizar o injetor de fertilizantes; o monitoramento de toda a malha; a parte de automação, como usa o controlador de válvula; qual a finalidade da válvula reguladora de pressão e a de alívio”, listou Durval.
O engenheiro agrônomo da Cohidro, Gonzaga Reis, teve grande participação no projeto de troca dos sistemas apresentado e aprovado pela Unidade de Administração do PAS (Uapas). Segundo ele, a finalidade principal era a economia e a melhoria das condições de trabalho dos irrigantes. “Antes precisava transpor tubo de um lado pro outro, e esse sistema agora é fixo, automatizado, inclusive a fertilização: não é necessário que ele esteja distribuindo adubo na mão; na condução da água já vai junto também o adubo. Eram emitidos 3.200m³ ha/mês. Com a introdução desse sistema de irrigação, caiu para 1.200m³ ha/mês – ou seja, uma economia de água muito grande [60%], e também de energia elétrica [50%]”, explicou.
Gerente do perímetro da Ribeira, o técnico agrícola César Rocha reforça que, além da economia gerada, o novo sistema traz mais praticidade para o produtor, que ainda está aprendendo a lidar com as novas tecnologias instaladas nos lotes – ao mesmo que tempo que facilita o trabalho da Cohidro para controlar o consumo de água, a manutenção da rede de adutoras e estações de bombeamento do projeto de irrigação. “Com a modernidade, a princípio, todos estão sentindo dificuldade, por isso que a gente está se aprimorando para poder passar isso na prática para o produtor. As dificuldades que ele vai encontrar no dia a dia, que ele possa superar”, confia.
Marcos Emílio é técnico agrícola da Cohidro alocado no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Também lá é cada vez mais comum encontrar lotes de agricultores dotados com os modernos equipamentos que o treinamento ensinou a operar. “A gente veio aprender sobre a parte de manutenção, a parte de fiscalização e a parte do uso desse novo sistema de irrigação no nosso dia a dia, para o nosso trabalho. Para que possamos conduzir uma irrigação que propicia ao agricultor um trabalho com mais qualidade e uma produção melhor para ele”, pontuou.
O projeto do novo sistema de irrigação previu os problemas mais comuns enfrentados pelos irrigantes. “Nós projetamos um filtro de tela, para minimizar os entupimentos dos microaspersores. Como esses filtros chegam a entupir, então projetamos uma retrolavagem. Quem indica isso são os manômetros, na diferença de pressão o produtor já sabe que está no momento de fazer a retrolavagem de limpeza do filtro”, explicou Gonzaga. Segundo Durval Lima, o objetivo é conscientizar os técnicos, para que eles passem para o agricultor esse tipo de monitoramento para ampliar a vida útil desse sistema de irrigação. “Não só isso, mas que também tenha uma produtividade maior. Se ele não faz esse monitoramento, a pressão cai, e a produtividade também”, alertou Durval.
O engenheiro agrônomo Durval Lima [foto Fernando Augusto]
O engenheiro agrônomo Durval Lima [foto Fernando Augusto]
Os técnicos vão orientar os irrigantes a manusear e fazer a manutenção dos novos equipamentos em campo [foto Fernando Augusto]
Os técnicos vão orientar os irrigantes a manusear e fazer a manutenção dos novos equipamentos em campo [foto Fernando Augusto]
Perímetros irrigados, como o Jacarecica I, utilizam a água represada de rios para canalizar e distribuir aos lotes agrícolas, por bombeamento ou gravidade [foto Fernando Augusto]
Perímetros irrigados, como o Jacarecica I, utilizam a água represada de rios para canalizar e distribuir aos lotes agrícolas, por bombeamento ou gravidade [foto Fernando Augusto]
Treinamento era direcionado aos perímetros em que houve a troca total do sistema de irrigação, mas os novos equipamentos estão presentes nos demais perímetros [foto Fernando Augusto]
Treinamento era direcionado aos perímetros em que houve a troca total do sistema de irrigação, mas os novos equipamentos estão presentes nos demais perímetros [foto Fernando Augusto]
César Rocha, gerente do perímetro da Ribeira [foto Fernando Augusto]
César Rocha, gerente do perímetro da Ribeira [foto Fernando Augusto]
Curso foi oferecido no CDT da Emdagro, que ocupa um dos lotes do perímetro Jacarecica I [foto Fernando Augusto]
Curso foi oferecido no CDT da Emdagro, que ocupa um dos lotes do perímetro Jacarecica I [foto Fernando Augusto]
Curso teve como público os funcionários da Cohidro que dão assistência técnica nos perímetros[foto Fernando Augusto]
Curso teve como público os funcionários da Cohidro que dão assistência técnica nos perímetros[foto Fernando Augusto]
Além de outras vantagens, novo kit de irrigação universalizou a irrigação localizada, a fertirrigação, a automatização de parcelas e filtro que evita entupimentos [foto Fernando Augusto]
Além de outras vantagens, novo kit de irrigação universalizou a irrigação localizada, a fertirrigação, a automatização de parcelas e filtro que evita entupimentos [foto Fernando Augusto]
Gonzaga Reis [foto Fernando Augusto]
Gonzaga Reis [foto Fernando Augusto]
Perímetro fornece água para irrigação de 333 lotes agrícolas [foto: Fernando Augusto]
Perímetro fornece água para irrigação de 333 lotes agrícolas [foto: Fernando Augusto]
Marcos Emílio, do perímetro Piauí de Lagarto [foto Fernando Augusto]
Marcos Emílio, do perímetro Piauí de Lagarto [foto Fernando Augusto]
Duas turmas de estudantes de Agronomia do Campus do Sertão visitaram o perímetro em pouco mais de um mês – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Duas visitas seguidas de diferentes turmas do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Campus do Sertão, situado em Nossa Senhora da Glória (SE), ocorreram ao Perímetro Irrigado Piauí, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto (SE). Nos dias 16 de outubro e 27 de novembro, professores e alunos quiseram conhecer os métodos empregados para os cultivos irrigados, convencionais ou orgânicos e de que forma os técnicos agrícolas da empresa estadual acompanham e colaboram com essa produção agrícola.
O curso superior é considerado novo em Glória, iniciou em 2016, e em outubro 24 estudantes da primeira turma de Agronomia do campus, hoje em seu 4º ciclo, foram levados pelos professores-doutores da UFS Thiago Matos Andrade e Gustavo Hugo Ferreira de Oliveira até o perímetro Piauí. A viagem técnica faz parte do módulo de Sistemas Agrícolas II, onde eles estudam fruticultura e olericultura. Depois de conhecer a infraestrutura da Cohidro que envia água para os 421 lotes irrigados, a Estação de Bombeamento 02, os estudantes seguiram para a visita técnica ao campo. Começando na plantação de banana prata anã do irrigante Rosendo José dos Santos. O plantio se destaca pelo uso da microaspersão com fertirrigação, mais econômica e eficiente, levando o fertilizante diluído na água de irrigação até as plantas.
A estudante de Porto da Folha (SE) que faz Agronomia em Glória, Andreza de Paula Pereira, está no 4º ciclo de agronomia e foi à visita acadêmica confirmar aquilo que viu em sala de aula. “Então, a gente está vendo na prática as coisas que a gente já vê na teoria. A questão da produção da banana, toda a forma de plantio, da irrigação, da fertirrigação. São coisas que a gente já vê no nosso cotidiano, nas questões da teoria. Vimos que tem a questão da Sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) que a gente já tinha debatido muito em sala de aula. Então, é juntar o útil ao agradável”, avaliou.
“Essa turma pôde ver de perto como o seu Rosendo está tratando a Sigatoka sem contabilizar prejuízos na plantação. Dalí, eu e os técnicos Willians Domingos e Marcos Emílio Almeida, levamos eles para conhecer um lote com diferentes espécies de pimentas: malagueta, jalapeño e biquinho, todas elas são fornecidas para a indústria aqui mesmo em Lagarto. O passeio dos alunos terminou no lote de João Pacheco, produtor orgânico há mais de 15 anos. Mostrando para esses estudantes que no perímetro existe também essa preocupação com a saúde das pessoas e meio ambiente. O João Pacheco e mais 10 produtores são reconhecidos e inscritos no Ministério da Agricultura através da OCS (Organização de Controle Social), o que dá direito deles vender nas feiras e direto nos lotes, os produtos como orgânicos”, esclareceu Gildo Almeida Lima, gerente do perímetro Piauí.
Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, a relação com os perímetros irrigados e a academia de Ciências Agrárias contribui muito com a formação desses futuros profissionais. “Fazendo essas visitas aos nossos perímetros, é possível de confrontar não só o que eles aprendem nos livros, mas também de ver muita coisa que eles não vão encontrar na agricultura convencional de sequeiro. Com a irrigação pública, garantida para esses produtores há 31 anos pelo Governo do Estado, praticamente é possível se plantar de tudo um e se qualifica em um laboratório vivo para o futuro agrônomo, inclusive para futuras incursões individuais que ele possa precisar fazer para concluir sua formação. As ‘porteiras’ desses perímetros estão sempre abertas para a comunidade acadêmica, onde já recebemos visitantes que vão desde o pré-escolar até os que fazem pós-graduação superior”, informa.
Thiago Matos, engenheiro agrônomo pela UFS e com título de mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Lavras (MG), reforça que a visita acadêmica dá suporte ao conteúdo teórico que ele leciona em sala de aula. “A gente trata das culturas que são as hortaliças e uma parte da fruticultura, como a cultura de maracujá, ou coco, ou a banana. E como aqui a Cohidro tem essa representação com todas as culturas, nada melhor do que ver aquele conteúdo que ele está vendo lá em sala, para ter o contato propriamente com o campo”, argumenta o professor.
Segunda turma de Agronomia Já em novembro, novamente os professores trazem seus alunos ao perímetro Piauí. Desta vez os estudantes do 3º ciclo, segunda turma de Agronomia do Campus do Sertão, pela disciplina Sistemas Agrícolas I e com um grupo maior: 28 alunos. Durante estas duas passagens pelo polo irrigado, o doutor Thiago Matos instituía notas de pela participação dos acadêmicos, mas também avaliava a condução da agricultura adotada por agricultores irrigantes, técnicos agrícolas e de como se comportava a empresa para com esses públicos que assiste.
“Um trabalho bom, a gente está vendo a substituição do sistema de irrigação antigo que consumia mais água, por um sistema mais moderno, como no caso aqui do gotejamento, esses avanços. Essa forma própria da condução (seleção de plantas por touceira) também é uma tecnologia bem mais nova, mais recente, pude perceber que incrementa produção, então está sendo bem satisfatório. Os técnicos daqui estão de parabéns pelo trabalho e que continue assim”, considera o professor Thiago.
Esse segundo grupo vindo do campus de Glória pôde conhecer a produção de tomate feita pelo irrigante Gidelson Gonçalves, utilizando um sistema moderno de cobertura dos canteiros com lonas do tipo mulching. “A tecnologia não é nova no nosso perímetro irrigado de Lagarto e consiste em proteger os frutos do acesso ao solo, inibindo o aparecimento de doenças e pragas que afetam diretamente a qualidade do produto. Além disso, auxiliam na propagação dos raios solares em toda planta, através do reflexo feito pelo material plástico. A água de irrigação, fornecida à planta a partir de mangueiras de gotejo que passam por debaixo da lona, também é melhor aproveitada, pois sofre muito menos evaporação com essa cobertura, resultando em economia de água e de nutrientes que seguem até a planta pela fertirrigação”, argumentou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.
Aprendizado O outro professor que acompanhou as turmas, Gustavo Hugo, é engenheiro agrônomo e doutor em melhoramento genético de plantas. Ele leciona os módulos Sistemas Agrícolas I e II, para as duas turmas de alunos visitantes. O assunto dado por ele cuida das hortaliças, frutos, a parte de fruticultura e grandes cultas também, como o milho e cana. “Acho que o maior objetivo nosso como tutores, professores da UFS é trazer a realidade do agricultor para os alunos e acredito que essa parceria com a Cohidro aqui de Lagarto, a gente pode dar essa vivência para os alunos, tanto do campo, como propriamente as dificuldades do agricultor no dia a dia. Eu acho que é isso, que a universidade tem que romper as barreiras e tirar os alunos daquela teoria, e partir para colocar eles na prática”, defende.
“Tanto a questão da organização do espaçamento das plantas, a de deixar o ‘mato’ para a reciclagem de nutrientes, do vapor de transpiração. Também a gente viu bastante a questão das folhas no chão, que isso é muito interessante, tanto para o olhar técnico para a conservação do solo, quanto para o agricultor, para potencializar o uso do que ele tem na área”, lista a estudante Andreza sobre o que aprendeu na visita à produção de bananas no perímetro. Na avaliação dela, os aspectos econômicos não passaram despercebidos. “Ele falou que é bem rentável, são híbridos e que apresentam potencialidade boa e falou do escoamento, que tem um bom escoamento. Essa é uma cadeia muito importante para a produção e faz parte da preocupação do curso também”.
Segundo seu professor, “vai ter um grande agregado de conhecimento. Desde a hora que chegamos, com uma recepção com a explicação de tudo que acontece no perímetro. Acho que isso eles vão levar para a vida profissional deles e uma volta futura, quem sabe, como profissional já nesse ramo, cuidando tanto da irrigação como a parte das hortaliças, orgânicos e fruticultura. Eles estão vendo, o produtor e técnicos aí dando esse conhecimento para eles discutir, vendo a realidade e finalizando como essa grande oportunidade de ver uma agricultura 100% orgânica na região”, conclui o professor Gustavo Hugo.
Agricultura orgânica Thalisson Oliveira Vieira é outro aluno do 4º de Agronomia. Para ele, o ponto alto da visita foi no lote agroecológico do irrigante João Pacheco, há 15 produzindo com sucesso. “Tendo em vista que ele tem um acompanhamento técnico com o pessoal da Cohidro; tem um selo que certifica a idoneidade dele com relação ao produto orgânico que ele comercializa. Ele tem um sistema de compostagem, que é essencial no processo de produção. Ele evita trazer o máximo de insumos de fora, procura utilizar-se dos próprios insumos da propriedade para que ele consiga produzir e isso potencializa a sua margem de lucro também”, listou.
Para o estudante, o diferencial do agricultor orgânico não ficou só no campo agronômico, pois identificou que no lote irrigado de João Pacheco existe uma visão empresarial e de fidelização do cliente. “Ele tem até a própria quitanda de venda em sua propriedade, onde ele possibilita que os clientes venham colher em sua lavoura. Essa interação entre agricultor e consumidor é de extrema importância, visto que isso é uma atividade muito difundida dentro da agroecologia, que é o ciclo de confiança entre agricultor e consumidor. Isso é extremamente importante e é uma coisa que a gente vê cada vez menos dentro do cenário global dos sistemas de produção agrícola”, avaliou Thalisson, que estuda em Glória, mas é natural de Lagarto.
Técnico Willians Domingos da Cohidro explicou aos visitantes dos os aspectos da assistência dada aos irrigantes – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Duas turmas de estudantes de Agronomia do Campus do Sertão visitaram o perímetro em pouco mais de um mês – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Na avaliação da estudante Andreza de Paula Pereira, os aspectos econômicos da produção irrigada não passaram despercebidos – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Chamou a atenção de Thalisson Oliveira o nível técnico e gerencial do produtor orgânico João Pacheco – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Produtor João Pacheco tem mais de 15 anos de experiência com Agricultura Orgânica – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Gerente Gildo Almeida acompanhando a segunda visita do dia 27 – Foto: Arquivo Pessoal
Visita ao lote orgânico foi um bônus à intenção inicial da visita – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Rosendo, em seus dois mil pés de banana prata anã. Quer agora aumentar em 30% seu bananal – Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Presidente Carlos Melo acredita que todo milho doado aos irrigantes terá bom uso, pela garantia de produção em solo irrigado (foto: Marcelle Cristinne/ASN)
Para o professor Thiago Matos, a visita acadêmica dá suporte ao conteúdo teórico que ele leciona em sala de aula – Foto Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Diretor João Fonseca [Foto: Fernando Augusto]
Professor Gustavo Hugo destacou aos alunos ser uma “grande oportunidade de ver uma agricultura 100% orgânica na região” – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Alunos foram recepcionados na sala de reuniões do escritório do perímetro, para uma explicação introdutória sobre o polo irrigado feita também pelo técnico Marcos Emílio – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Segunda turma de estudantes da UFS a visitar perímetro. No dia 27. Foto: Arwuino pessoal
Pimenta irrigada no perímetro atende à demanda da indústria de beneficiamento local e até de outros estados – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Plantação de banana de José Rosendo de destaca pela alta produtividade – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Visita ao bananal atendia à expectativa da atividade acadêmica por exemplos de fruticultura irrigada – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Estudantes também estivem na EB-02 da Cohidro em Lagarto – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Hortas irrigadas e com manejo agroecológico despertaram o interesse dos estudantes do Campus do Sertão – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Mulching tem sido amplamente utilizado na produção de tomate no perímetro Piauí
– Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
A turma do 4° ciclo de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Campus do Sertão, situado em Nossa Senhora da Glória (SE), esteve no Perímetro Irrigado Piauí, unidade da Cohidro em Lagarto (SE), no dia 16 de outubro. Os estudantes, acompanhados pelos professores-doutores Thiago Matos e Gustavo Hugo, puderam conhecer os campos irrigados de variedades frutícolas e a horticultura, os métodos empregados para o cultivo e de que forma os técnicos da companhia estadual acompanham e colaboram com essa produção agrícola.
Depois de conhecer a estrutura da Cohidro que envia água para os 421 lotes irrigados, a Estação de Bombeamento (EB) 02, os estudantes seguiram para a visita técnica ao perímetro irrigado, começando na plantação de banana prata anã do irrigante Rosendo José dos Santos. O plantio se destaca pelo uso da microaspersão com fertirrigação, mais econômica e eficiente, levando o fertilizante diluído na água de irrigação até as plantas.
Trata-se da 1° turma do campus, com 24 alunos e a viagem técnica faz parte do módulo de Sistemas Agrícolas II, onde eles estudam fruticultura e olericultura. O Principal objetivo da visita foi o de confrontar a teoria, vista em sala de aula, com a prática adotada nas plantações.
Foto: Isabela Menezes
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Na avaliação da estudante Andreza de Paula Pereira, os aspectos econômicos da produção irrigada não passaram despercebidos - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Pimenta irrigada no perímetro atende à demanda da indústria de beneficiamento local e até de outros estados - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Duas turmas de estudantes de Agronomia do Campus do Sertão visitaram o perímetro em pouco mais de um mês - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Técnico Willians Domingos da Cohidro explicou aos visitantes dos os aspectos da assistência dada aos irrigantes - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Plantação de banana de José Rosendo de destaca pela alta produtividade - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Visita ao bananal atendia à expectativa da atividade acadêmica por exemplos de fruticultura irrigada - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Estudantes também estivem na EB-02 da Cohidro em Lagarto - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Alunos foram recepcionados na sala de reuniões do escritório do perímetro, para uma explicação introdutória sobre o polo irrigado feita também pelo técnico Marcos Emílio - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Visita ao lote orgânico foi um bônus à intenção inicial da visita - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Chamou a atenção de Thalisson Oliveira o nível técnico e gerencial do produtor orgânico João Pacheco - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Hortas irrigadas e com manejo agroecológico despertaram o interesse dos estudantes do Campus do Sertão - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Produtor João Pacheco tem mais de 15 anos de experiência com Agricultura Orgânica - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Mulching tem sido amplamente utilizado na produção de tomate no perímetro Piauí
- Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
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Professor Gustavo Hugo destacou aos alunos ser uma "grande oportunidade de ver uma agricultura 100% orgânica na região" - Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Para o professor Thiago Matos, a visita acadêmica dá suporte ao conteúdo teórico que ele leciona em sala de aula - Foto Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)
Todos os 592 lotes da Ribeira e do Jacarecica I, estão recebendo kits de irrigação localizada e automatizada, que estabilizarão a distribuição de água, economizando 60% no consumo e reduzindo 50% na conta de eletricidade dos perímetros.
Dona Josefa, com ajuda da família, tira o sustendo da lida com o lote irrigado pela Cohidro e agora com irrigação nova e automatizada – foto Ascom Cohidro
Produtores agrícolas atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana, já reconhecem a melhoria no sistema de irrigação que a empresa está implantando em todos os lotes. Na sequência, o Jacarecica I será a unidade no mesmo município que vai receber também os microaspersores, mangueiras, tubulações, válvula de controle de pressão, hidrômetro e controlador que automatiza a distribuição de água em cada parcela do lote. Tudo novo, e adquirido pelo Governo do Estado através do Programa Águas de Sergipe (PAS) e financiado pelo Banco Mundial, um investimento de R$ 14.334.110,64.
Dona Josefa Santos Bispo (57 anos), é atendida pela irrigação fornecida pela Ribeira desde o início do perímetro e criou os cinco filhos com o trabalho na lavoura. Faziam 15 dias desde que as equipes da empresa licitada tinham instalado os novos equipamentos em seu lote de 1 hectare (ha). “Estou achando ótimo, não tenho do que reclamar. Planto amendoim, coentro, rama (batata-doce), e está muito boa, não tenho o que reclamar da irrigação. Eu estou com a Cohidro já vai completar 31 anos e só tenho a agradecer, graças a Deus. Não tem como não dar lucro, só se a pessoa não souber trabalhar”, reforçou a agricultora familiar. Hoje, é da plantação irrigada que ela tira o seu sustento e também daqueles que lhe ajudam a tocar a roça: a filha, o genro e o irmão do genro.
Passados esses quase 31 anos, desde que esses perímetros iniciaram a captar água bruta das suas barragens para irrigação dos 592 lotes agrícolas compreendidos nos dois projetos, várias mudanças foram sendo feitas nos equipamentos que cada agricultor dispunha para irrigar, assim como as áreas irrigadas acabaram sofrendo imperceptíveis aumentos de tamanho e mudanças no tipo de uso, já que hoje o que domina é a produção de hortaliças folhosas, exigindo mais água do que as culturas de ciclos mais longos, como a batata-doce, o milho e amendoim, antes mais comuns. E por todos estarem consumindo mais, os lotes mais distantes das estações de bombeamento (EBs) recebiam a água com menos pressão e por menos tempo do que os mais próximos.
Distante 8 km, desde a captação na barragem feita pela EB-01, fica o lote de Genilson (do Burro) Bispo dos Santos. Enquanto os técnicos e operários da Construtora Heca montavam o novo sistema, que vai regularizar a pressão da água em seu e nos lotes dos vizinhos, ele fazia queixa da condição que a irrigação estava até então. “A gente vem sofrendo muito com essa irrigação aí. Dizem que (a mudança) será boa, mas eu não sei ainda porque falta testar, eu só poderei falar quando tiver uma semana de trabalho com ela. Se for que nem me falaram, será muito bom. (O serviço da equipe de instalação) é 1000%, estou gostando demais”, avaliou o produtor. Em seu 1,5 ha de lote irrigado, para ter maior rentabilidade o uso da terra é contínuo, com uma lavoura substituindo a outra sem interrupções, e consumo de água equivalente. “Aqui se planta muitas variedades; batata-doce, amendoim, quiabo, coentro. Quando vemos que a plantação está boa, a gente planta, porque se não o prejuízo é grande”.
Esse gradativo e desigual aumento de demanda de água para irrigação nos perímetros ainda contrasta, no caso da Ribeira, com o compartilhamento do seu reservatório com o consumo humano das cidades vizinhas ao polo irrigado, a partir da captação feita pela Deso. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o projeto sendo executado hoje em Itabaiana era de grande prioridade, para evitar um colapso no serviço prestado à esta população agrícola, que hoje supera o número de 5.500 pessoas que dependem exclusivamente da atividade.
“Já estava sendo frequente a necessidade de racionamento ou da suspensão da água de irrigação, como ocorreu em 2016, quando que até a barragem do Jacarecica I esvaziou. Ou diminuímos urgentemente o consumo da água para agricultura, ou teríamos que conviver com cada vez mais longos períodos de interrupção no fornecimento de água. Seja por termos que dar preferência à captação de água da Deso, que tem a prioridade total no abastecimento humano, ou simplesmente por não ter mais nível útil de água nas barragens, para que as nossas bombas possam fazer a captação”, alerta João Fonseca. O estudo técnico realizado pela sua equipe de engenheiros e que gerou o plano de ação adotado pelo PAS, estipula que a diminuição no consumo de água nos lotes irrigados será de 60%, após todos os kits serem implantados.
Energia elétrica
Outro gargalo que vem dificultando a continuidade do serviço público ofertado aos agricultores é consumo de energia elétrica que aumenta junto com o uso da água. Já neste quesito, o projeto de modernização da irrigação dos perímetros para o PAS, calcula que os novos equipamentos vão trazer uma economia de 50% nos custos com as tarifas elétricas que hoje o Governo do Estado tem com esses perímetros. Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, os recursos governamentais empregados para esses produtores continuarem irrigando, ainda podem ser menores, fazendo sobrar verbas para serem aplicadas os em outras demandas desse mesmo serviço.
Carlos Melo quer trazer a experiência bem sucedida na Deso para a Cohidro, implementando a automatização das EBs – Foto Ascom Cohidro
“Essa está sendo a maior intervenção realizada em favor de melhorias nesses perímetros desde que eles foram inaugurados em 1987, investimento de quase R$ 28 milhões nesta e em outras ações de modernização, segurança nas barragens e recuperação ambiental, elencadas no programa. Para depois da irrigação ser toda modernizada, a gente já inseriu como uma das ações do ‘Águas de Sergipe’, o projeto básico para licitar a automação do bombeamento e distribuição de água, para ser implementada a irrigação noturna. Um horário alternativo em que a tarifação elétrica é bem menor e ainda consome menos água, já que sem o sol a água evapora menos, dobrando mais água para fazer uma irrigação mais efetiva”, destacou o presidente da Cohidro.
Carlos Melo é engenheiro civil dos quadros da Deso, onde foi também diretor-presidente por mais de 3 anos, trouxe de lá a experiência bem-sucedida de quando implementou a automação das estações de captação de água. Ele faz uma projeção de que a automatização das EBs daCohidro liberará também os funcionários – hoje imbuídos do trabalho de ligar, desligar e monitorar as bombas – para outras operações hoje deficitárias nos perímetros irrigados. “Vamos remanejar recursos e pessoal, investindo mais na manutenção dessas redes e na fiscalização de possíveis abusos no uso da água, eliminando desperdícios e gerando cada vez mais economia”, tenciona o diretor.
Evolução nos métodos de irrigação
“A evolução dos métodos de irrigação de 30 anos atrás para hoje foi enorme, antes utilizava-se a aspersão, com desperdício de água e encharcamento do solo. A pressão era suficiente para 10 aspersores”, esclarece João Fonseca. “Com o novo sistema de microaspersão que tem também válvula reguladora de pressão, injetor de fertilizantes, todo os dois Perímetros estarão trabalhando com menos desperdício de água e menor consumo de energia elétrica e um sistema automatizado que diminui a mão de obra”, complementa o diretor.
“Está muito boa. Eu estava em dúvida no início, o espaçamento antes era ‘mais pouco’, mas agora está aprovado. Estou muito satisfeito”, relata Claudemir Ribeiro dos Santos, após constatar a eficácia da irrigação utilizando microaspersores com distância de 4 metros um do outro. Isso ocorre quando são utilizados desses difusores de aspersão com vazão equivalentes à pressão do sistema, que em cada lote é regulada pela válvula instalada no novo kit. Por ter um quadro de controle automatizado, a irrigação, que é toda fixa, vai ocorrer de forma parcelada e sem a intervenção do trabalhador, molhando todo lote por um igual período de tempo. O agricultor planta quiabo, coentro e batata-doce, no seu lote de quase 2 ha, que de adquiriu há 3 anos.
Agricultores que já receberam a instalação do novo sistema de irrigação plantam novas culturas - foto Ascom Cohidro
Claudemir Ribeiro mostra o sistema que automatiza a irrigação, sem a necessidade de abrir e fechar os registros manualmente no lote - foto Ascom Cohidro
Diretor João Fonseca, gerente Augusto Cesar e o presidente Carlos melo acompanham a instalação em lote de irrigante da Ribeira - foto Ascom Cohidro
Aspersores convencionais entram desuso pelo alto consumo e desperdício de água - foto Ascom Cohidro
Dona Josefa, com ajuda da família, tira o sustendo da lida com o lote irrigado pela Cohidro e agora com irrigação nova e automatizada - foto Ascom Cohidro
Josefa Santos já estava plantando em seu lote com nova irrigação instalada 15 dias antes, sem nenhum custo para a agricultora - foto Ascom Cohidro
Genilson do Burro tem lote distante da EBs e estava recebendo a instalação do kit de irrigação para regularizar pressão - foto Ascom Cohidro
Itabaiana tem dois perímetros irrigados da Cohidro e atende 592 lotes, de onde mais de 5.500 pessoas tiram seu sustento - Foto Ascom Cohidro
Kit de filtros e registros regula pressão e permite o uso da fertirrigação - adubo diluído, transportado e aplicado na planta pela água - foto Ascom Cohidro
Novo sistema de irrigação fará economia de 60% da água e 50% da energia elétrica utilizada nos dois perímetros irrigados da Cohidro - foto Ascom Cohidro
Microaspersão consome menos água que os aspersores convencionais, têm preço menor e não irriga as plantas em excesso - foto Ascom Cohidro
Sistema tem válvula reguladora de pressão e hidrômetro - Foto Ascom Cohidro
Operários da empresa licitada fazem a instalação de todo equipamento, dos tubos subterrâneos até os controladores de automatização da irrigação - foto Ascom Cohidro
Registros determinam qual parcela do lote receberá irrigação automaticamente, via controlador interligado à peça por cabos elétricos - foto Ascom Cohidro
Carlos Melo quer trazer a experiência bem sucedida na Deso para a Cohidro, implementando a automatização das EBs - Foto Ascom Cohidro
Chefes da unidade ‘Tabuleiros Costeiros’ da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e diretores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) tiveram reunião para tratar de pautas em comum às duas instituições, nesta segunda-feira (6), na sede da estatal sergipana. A empresa estadual tem interesse que surjam novas parcerias de transferência de tecnologia alocadas em seus perímetros irrigados, já a federal conta com a cooperação para a perfuração de poço em seu campo experimental de Itaporanga d´Ajuda, visando o uso da água para irrigação.
As transferências de tecnologia de unidades da Embrapa para com a Cohidro já vêm ocorrendo há algum tempo. Como em 2010, quando a unidade Pecuária Sudeste, de São Carlos-SP, cedeu as informações e acompanhamento necessários para que em Tobias Barreto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, fosse implantado o programa “Balde Cheio’ de produção de leite, com a parceria do Sebrae-SE. Na época, a junção de esforços e representatividade destas três instituições deu aporte necessário aos pecuaristas fazerem financiamentos no Banco do Brasil para os investimentos no sistema.
O Balde Cheio consiste na subdivisão do pasto em diversos piquetes em que o gado faz o uso durante um dia, de forma que quanto findar a ocupação do último dos cercados, o primeiro já estará recuperado pela irrigação contínua e a adubação, pronto para abrigar novamente os animais. Um ano após implementado no perímetro de Tobias Barreto, a produção de leite dos micro-pecuaristas aumentou de 1.080 litros para cerca de 2,5 mil por dia.
Hoje a própria Cohidro se encarrega de replicar a tecnologia, empregada no Jabiberi, para seu perímetro irrigado de Canindé de São Francisco, o Califórnia, onde já existe um projeto piloto do Balde Cheio em plena produção. Já o Sebrae-SE usa da experiência no projeto em que participou, em 2010, como base para criar outras quatro unidades do sistema nos municípios de Riachão do Dantas, Boquim, Itabaianinha e Lagarto.
Carlos Fernandes de Melo Neto, diretor-presidente da Cohidro, considera muito importante que as duas instituições públicas tenham parcerias na troca de suas informações e tecnologias. “A Embrapa já é uma parceira importante aqui da Cohidro. Nós já desenvolvemos no perímetro de Canindé, no ‘Califórnia’, estudo juntamente com a Embrapa para produção de uva de pera e maçã, ou seja, são culturas que agregam muito mais valor à produção e a terra, para o agricultor. É importante que a gente esteja sempre conversando, desenvolvendo parcerias para ser feito um convênio permanente e implementar pesquisas já feitas em outras áreas, para incrementar e agregar produção aos nossos perímetros irrigados”, considera.
No ‘Califórnia’, dois campos experimentais de uva implantados pela Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE, já tiveram duas safras e um terceiro de pera aguarda a sua primeira florada para daqui cerca de um ano e meio. Da mesma forma também ocorreu no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, com a maçã, pera e caqui. Em ambas unidades da Cohidro, a empresa federal atuou fornecendo mudas, sistema de irrigação por gotejo e fertirrigação, materiais para construção dos espaldeiras, os insumos para a adubação e a assistência técnica pelo período de 2 anos. Nesses casos, os agricultores que acolhem os projetos em seus lotes só arcam com a mão de obra empregada nesses plantios.
Marcelo Ferreira Fernandes, chefe-geral da unidade da Embrapa em Sergipe, informou que ele e sua equipe já visitaram outras instituições congêneres, como a Codevasf, Sebrae e a Emdagro, visando a melhoria das relações e firmar parcerias. “Procuramos a Cohidro e foram levantadas várias questões: a da agropecuária e da diversificação de culturas, que são temas muito alinhados com a ação da Embrapa que nós temos interesse na capacitação para essas cadeias (produtivas). Podemos apresentar e contribuir com o que nós temos gerado e a Cohidro, podendo contribuir nas áreas de atuação dela, com essa capacitação, na organização de eventos (técnicos) e na disponibilização de áreas para fazer as unidades de transferência de tecnologia nas áreas de atuação da Cohidro”, previu o gestor.
Campo de Itaporanga
Também conhecido como Reserva do Caju, o Campo Experimental ocupa área de 1.030 hectares, onde os pesquisadores da Embrapa em Sergipe fazem pesquisas, desenvolvimento, validação e transferência de tecnologias, com foco em práticas agrícolas agroecológicas sustentáveis e do uso do solo em agroecossistemas. “Temos também uma demanda pontual que é muito importante, que é a solicitação de perfuração de poços, quando for possível, para que a gente possa melhorar a demanda de algumas culturas que nós temos em Itaporanga d´Ajuda”, complementou Marcelo Ferreira, sobre a solicitação feita à Cohidro.
Convencido do benefício que Sergipe ganha em tecnologia agrícola pesquisada e desenvolvida pela Embrapa no estado, o presidente Carlos Melo autorizou à sua Diretoria de Infraestrutura o início de estudos geológicos para a perfuração do poço solicitado pela empresa federal, acrescendo a demanda ao cronograma de perfurações que a Cohidro tem para executar no estado.
Participaram também da reunião o chefe-adjunto de Administração da Embrapa em Sergipe, Paulo César Silva de Carvalho e o assessor da chefia-geral, Márcio Rogers Melo; o diretor de Infraestrutura Hídrica da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, responsável pela parte de perfuração poços e o diretor de Irrigação, João Quintiliano da Fonseca Neto, responsável pelo desenvolvimento e gestão da agricultura irrigada nos perímetros da empresa estadual.
Diretores Carlos Melo (presidente), João Fonseca (Irrigação) e a gerente do Califórnia Eliane Moraes – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
Em uma primeira reunião técnica no maior perímetro irrigado administrado pela Cohidro, o diretor-presidente Carlos Melo ficou a par dos detalhes do funcionamento do Califórnia, em Canindé de São Francisco, na última quinta-feira, 26. Após encontro com a gerência local, corpo de técnicos agrícolas, setor administrativo e operacional do bombeamento, o presidente percorreu os lotes dos agricultores irrigantes atendidos pela empresa, acompanhado do diretor João Fonseca. O gestor já se reuniu com a equipe do Perímetro Irrigado Jabiberi, unidade congênere da empresa em Tobias Barreto e será agendado para ocorrer essa atividade nos demais perímetros.
Além de produtos tradicionalmente cultivados no perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé, como o quiabo, a goiaba e o milho, Carlos Melo viu de perto os novos plantios de uva e o projeto piloto do programa Balde Cheio, instalados por meio da transferência de tecnologia. No primeiro caso, fruto do convênio com a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE, já no segundo, um intercâmbio interno de saberes com o perímetro Jabiberi, onde o sistema de pastagem irrigada com rotação de piquetes foi implantado em 2010.
Na reunião, o presidente conheceu o cronograma de funcionamento do sistema de bombas do Califórnia e as complexidades que permeiam sua operação. “Fiquei sabendo que o bombeamento começa de madrugada, lingando a EB (estação de bombeamento) 100, levando 3 horas para encher o canal principal e o reservatório da EB-02 que, por sua vez, redistribui a água para outras cinco subestações antes de chegar à lavoura do agricultor. Isso já é bom, levando em conta que a tarifação de energia elétrica é menor durante a madrugada, mais queremos que o maior número de bombas possível passe a funcionar justamente nesse horário e então seja implantada a irrigação noturna, mais barata. O sistema estará disponível para irrigação durante o dia, mas quem optar pelo consumo extra de energia nesses horários, deverá arcar também com uma tarifação extra”, justifica Carlos Fernandes de Melo Neto.
João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, explica que a irrigação durante o dia pode ser substituída pela noturna, com um custo de energia elétrica cerca de 80% mais barata. “É muito mais uma questão cultural e de adequar a infraestrutura existente para atender os lotes irrigados de maneira que supra as necessidades hídricas dos cultivos. Para isso será necessário a mudança do sistema de irrigação de aspersão para microaspersão ou gotejamento, além de introduzir cultivos que se adequem aos novos sistemas de irrigação. Esses sistemas seriam automatizados para poder funcionar a noite, sem precisar da intervenção humana. Estamos implantando nos nossos perímetros irrigados em Itabaiana, onde a irrigação automatizada e noturna já vai ser adotada”, afirmou.
Na microaspersão ou no gotejamento, que são sistemas de irrigação localizada e fixa, a economia ocorre em diversos aspectos, pois o troca-troca dos sistemas móveis exige mão de obra extra e são perdidos 15% da água depositada nos tubos a todo o momento desencaixados, sem falar que a água lançada longe pelos grandes aspersores convencionais é perdida com a ação do vento, evaporação ou molhando áreas fora do plantio. Outra economia no sistema localizado está na possibilidade de usar a fertirrigação, em que os nutrientes necessários à planta seguem diluídos na água, diminuindo mão de obra e tempo extra para aplicar o adubo manualmente. Segundo as informações dos técnicos agrícolas da Cohidro alocados no perímetro de Canindé, o quiabo e a goiaba são as culturas mais presentes no perímetro e aceitam bem a técnica de adubação.
Balde Cheio 2.0
Grupo da Cohidro visitando o projeto piloto do Balde Cheio implantado por Everaldo Mariano – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
No Jabiberi – perímetro da Cohidro onde primeiro foi implantado o sistema de produção de leite, na época espelhando no projeto da Embrapa de São Carlos-SP – a irrigação ainda ocorre com aspersores convencionais e fixos, com as tubulações enterradas sob o pasto para o gado poder circular sem danificar a rede. Já o Balde Cheio implantado no perímetro Califórnia é mais moderno e econômico. O produtor Everaldo Mariano de Souza instalou microaspersores em toda área de pastagem dos 24 piquetes. Para evitar que as vacas danifiquem os pequenos dispositivos, ele montou toda uma estrutura de suporte em madeira e tubulações, que passa por sobre os campos e em altura suficiente para a livre circulação e o pastejo dos animais.
“A vocação do homem do campo sertanejo, desde muito tempo atrás, é a da pecuária de leite. Ele pode até aderir à agricultura modernizada pela irrigação, mas têm preferência por guardar um pedaço do lote para o seu gado de leite e assim complementar a sua renda e a subsistência da família com o leite e derivados. Sabendo que em Tobias Barreto a Cohidro já tinha um programa instalado e bem-sucedido, fomos lá conhecer e fizemos o acordo para trazer o técnico agrícola que participou de todo processo de implantação do Balde Cheio lá, o José Reis Coelho. Com isso, mensalmente ele está vindo a Canindé para fazer cursos com os nossos técnicos daqui e os agricultores, mostrando na prática como se monta e como funciona o sistema. Tudo aqui nesse lote de Everaldo”, contou Eliane de Moura Moraes, gerente do perímetro Califórnia.
Na época da implantação dos perímetros em Sergipe, 30 anos atrás, a concessão da irrigação aos lotes sempre foi condicionada à produção direta de alimentos, mas a pecuária extensiva, sempre ocupando grandes parcelas de terra, era proibida. Isso antes de aparecer sistemas intensivos como o Balde Cheio, onde 1 hectare de capim abriga 10 animais e pode atingir produtividade acima de 150 litros de leite diários. O campo é subdividido em 24 piquetes em que as vacas pastam a cada dia em um. Ao final do ciclo, o primeiro capinzal está recuperado pela irrigação diária e adubação, pronto para receber novamente os animais.
“A Cohidro autorizou a gente plantar esta área de capim. Eu fiz e graças a Deus melhorou minha renda, melhorou minha dificuldade de trabalhar com os bichinhos, que eu sempre gostei de ter uma vaca, mas não tinha onde botar. E hoje, a produção aumentou 100% e o meu trabalho diminuiu 50%. Vai dar certo, apostei e apostei numa coisa certa. Quem quiser investir numa coisa certa, pode investir no Balde Cheio?, garantiu o agricultor irrigante Everaldo Mariano.
Transferência de tecnologia
Os parreirais de uva que o presidente Carlos Melo pôde conhecer na quinta-feira também são novidade, já que foram implantados no Califórnia há um ano e meio. Ao completar 1 ano de plantio das mudas de uva, houve a primeira colheita e no final de abril, a segunda. A Embrapa forneceu todas as mudas de variedades precoces, equipamentos de irrigação, madeiramento, insumos usados na fertirrigação e treinamento, que segue até o final do ano pela assistência técnica garantida no convênio de transferência de tecnologia da empresa de pesquisa com a Cohidro. Em Canindé são três campos experimentais com uva e um quarto e mais recente com pera, onde a colheita deve ocorrer daqui dentre 12 a 18 meses.
“Fiquei muito satisfeito com o que vi hoje, da modernização dos sistemas visando a economia de água e de energia, e a busca pela introdução de culturas agrícolas que possam dar maior retorno financeiro ao agricultor e assim poder arcar, coletivamente, com o custeio da irrigação em seu lote. Do mesmo modo, foi interessante ver os irrigantes de Canindé, com auxílio dos nossos técnicos, participando de programas federais de aquisição de alimentos da Conab (doação simultânea) e do FNDE (alimentação escolar), com a garantia de preço e compra durante a vigência das chamadas públicas”, avaliou Carlos Melo.
Reservatório da EB-02, responsável por acumular água que vai para outras 5 EBs antes de chegar as lavouras - Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
Videiras de Levi Alves Ribeiro estão em período de dormência após sofrer poda. Daqui em torno de 100 dias estarão rebrotadas e já com cachos de uva prontos para a colheita - Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
Carlos Melo acredita se faz necessária a adoção da irrigação noturna para redução de custos com a energia elétrica - Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
Everaldo Mariano mostra ao presidente da Cohidro o investimento que fez no projeto do Balde Cheio - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Levado a conhecer plantio de uva do irrigantes Levi Ribeiro, Carlos Melo fica satisfeito com o aprimoramento das áreas irrigadas em receber novas culturas - Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
Novo método para irrigar capim rotacionado no sistema Balde cheio, usa aspersores econômicos e deixa espaço livre para animais pastarem por debaixo das tubulações - Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
O presidente da Cohidro visita a EB-02, que recebeu bombas novas e ainda será reformada - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
O técnico agrícola Sérgio Luiz Xavier acompanha os produtores no PAA, informando que nos dois projetos aprovados no Califórnia, só aguardam liberação dos recursos - Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
Presidente ouviu o relatório de trabalho de cada técnico agrícola da Cohidro no perímetro de Canindé - Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)
Tomate, milho, amendoim, pimenta, repolho, mamão e quiabo aceitam bem a técnica. Orientação dos técnicos agrícolas da Cohidro viabiliza o uso de fertilizante diluído na água de irrigação.
Sistema de microaspersão fertirrigada foi aplicado à banana – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
A fertirrigação é uma técnica de adubação aplicável à irrigação contínua e localizada, onde os nutrientes necessários ao crescimento das plantas seguem diluídos na canalização da água e são aplicados, geralmente através dos sistemas de irrigação por microaspersão ou gotejamento, diretamente ao solo para a absorção pelas raízes. Por obter melhor resultado e aproveitamento integral dos fertilizantes, além da diminuição de mão de obra para aplicar esses insumos, o método tem encontrado cada vez mais adeptos no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), em Lagarto.
Cresce também a variedade de cultivos agrícolas em que a fertirrigação tem encontrado aceitação. Onde antes era mais aceito pelo tomateiro, principalmente quando associado ao sistema de cultivo protegido por lonas ‘mulching’, passou a ajudar às plantações de milho, do amendoim, das bananeiras, do mamão Havaí e agora até está contribuindo com o crescimento dos tradicionais quiabeiros. Por ter uma apreciação culinária mais restrita ao Norte-Nordeste brasileiro e regiões da África, continente onde teve origem, até hoje o cultivo do quiabo pouco teve relevância no campo de desenvolvimento de tecnologias agrícolas, mas a planta tem se adaptado bem ao novo sistema adotado pelos agricultores irrigantes de Lagarto.
Para Carlos Melo, diretor-presidente da Cohidro, a tendência é de que a agricultura praticada nos perímetros de irrigação pública se aprimore por conta própria, a partir das garantias oferecidas pelo Estado ao produtor. “Podendo contar com a água certa e regular em seus lotes, uma garantia de que irão colher aquilo que plantarem em qualquer tempo, só resta ao agricultor investir em tecnologias que melhorem o rendimento produtivo de suas áreas agrícolas, trazendo mais retorno financeiro, revertido em qualidade de vida para as famílias que dali dependem para o sustento. Não podemos deixar de destacar o papel dos nossos técnicos, que incentivam o uso de novos conceitos e colaboram com o agricultor na aplicação dessas tecnologias”, observa.
Segundo o técnico agrícola da Cohidro no perímetro Piauí, José Américo Alves, o segredo da fertirrigação funcionar em várias espécies vegetais está na dosagem, diferente para cada tipo de planta. “Aqui, o tomate recebe adubo foliar todo dia, já o amendoim ali, duas vezes na semana. Da mesma forma é a quantidade de água: no amendoim é uma mangueira de gotejamento que usa, no tomateiro são duas”, explicou ele, mostrando a diferença dos sistemas implantados em duas roças vizinhas no lote de Renilson de Jesus Araújo. O irrigante atendido pelo técnico plantou 0,33 hectares (ha) de tomate e a mesma área de amendoim com irrigação por gotejo.
Renilson de Jesus Araújo plantou duas áreas vizinhas, cada qual com uma tarefa, de amendoim e tomate com fertirrigação, via sistema de gotejo – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
“Na fertirrigação compensa mais, aumenta a produção, dobrou a quantidade. Aspersor convencional judia a planta e não pega em todo setor da lavoura”, considera Renilson. Sua produção é escoada para compradores em atacado e seu lote tem bastante rotatividade de culturas para sempre ter oferta dos produtos mais procurados. “Vendo por terça (um balde de 12 litros), o amendoim já despencado. Deu 200 terças em uma semana só de colheita. Se tiver área irrigada, planto o ano todo. Aonde tem amendoim, depois vou plantar milho e em outra roça de milho, vou pôr o amendoim. No tomate deu ‘broca’ (Neoleucinodes elegantalis), senão dava 600 caixas em uma tarefa”.
O produtor rural Raimundo Carvalho é outro que, em suas roças, dá preferência ao cultivo do amendoim intercalando outras culturas. “Aqui plantamos 4,5 currais (0,24 ha) do amendoim. De vez em quando planto, aqui depois vai ser repolho, mas em outra roça de milho, vai tirar e então pôr o amendoim fertirrigado, que colhe com 75 dias”, informou o proprietário de lote irrigado também assistido pela Cohidro.
Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola, o engenheiro agrônomo João Quintiliano da Fonseca Neto diz que o plantio do amendoim contribui com a renovação do solo, para aproveitamento em outras culturas. “Ajuda na manutenção do solo, na reposição de nutrientes, como o nitrogênio, muito necessário para o desenvolvimento de todo tipo de cultivo que depois venha ocupar aquela área. Mesmo havendo outras culturas capazes de fazer o mesmo trabalho de reposição, o amendoim sempre foi usado por ter boa produtividade em nosso clima, rusticidade e resistência à pragas e mercado certo em Sergipe, onde o amendoim cozido é patrimônio cultural. Agora percebemos mais esta vantagem, de ter excelentes resultados, com aumento de produtividade, utilizando a mesma fertirrigação que era antes adotada para outras culturas”, argumenta.
Banana
Não é só na horticultura que a fertirrigação encontra terreno. A aposta do agricultor irrigante Rosendo José dos Santos, com o plantio inicial de 2.000 pés de banana prata anã, teve bastante repercussão pelos bons resultados que já pôde obter na primeira safra, mas o sucesso muito se valeu do uso da fertirrigação. “Toda semana põe adubo. Adubou, selecionou os filhos (da bananeira), (a cultura) dura por tempo indeterminado. Deu problema de folha secando rápido, mas Marcos Emílio (Almeida, técnico Agrícola da Cohidro) orientou acrescentar fósforo na fertirrigação, mas põe também adubação de cobertura”, assinalou o produtor que vende os cachos para os feirantes da cidade de Lagarto e do Povoado Colônia do Treze, no mesmo município.
A primeira área de bananeira de Rosendo tem 1,3 ano desde que foi introduzida e já terminou sua primeira safra. Uma segunda área, perto de completar um ano de plantio, tem cachos carregados para colher a primeira produção. Nessa outra plantação o agricultor quis melhorar a fertirrigação usada na primeira, optando desta vez pelo sistema de gotejo, para ampliar a área coberta pela água. Somados, são quase 1 ha da variedade prata anã e o produtor ainda vai investir em um terceiro lote, com mais 0,33 ha da variedade pacovam. “Rendeu bem a primeira colheita. Mas teve que aumentar o número de microaspersores. Se cuidar certinho, dura muito tempo. Tiro a primeira, depois de 4 meses dá o outro cacho em outro pé, o filho (broto) substitui o pé mãe”, informou ele, que antes plantava batata-doce e macaxeira, mas agora não volta atrás na opção pela banana.
Embora obtenha resultados que surpreendam, utilizando a fertirrigação, o principal insumo para a planta ainda é a água. A bananeira requer, segundo Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e então a irrigação vai suprir este déficit hídrico que a planta requer. Dessa forma, a produção plena da banana no estado requer o uso de irrigação”, destacou. O técnico agrícola da Cohidro acompanhou, no ano passado, a introdução deste campo piloto de Rosendo José e agora presta toda a orientação ao agricultor, que quer aumentar o bananal em 30%, plantando a variedade pacovan.
Quiabo
Conforme informa o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, o cultivo do quiabo no perímetro irrigado tem aumentado de tamanho a cada ano e agora encontra na fertirrigação mais um fator positivo para continuar o crescimento. “De 2016 para 2017 a área de cultivo cresceu em torno de 20%. Por levar entre 60 e 80 dias para começar a colher e permanecer produzindo colheitas semanais por até 3 meses, os produtores têm optado bastante pelo quiabo, que também tem boa procura nos mercados de Aracaju e Salvador. Por diminuir o número de pessoas contratadas para realizar os tratos culturais, a fertirrigação tem sido uma opção bastante adotada para estas e outras plantações no perímetro”, avalia.
Gildeon Dias dos Reis tem perto de 12 mil pés de quiabo plantados há 90 dias e em plena produção, com a expectativa de chegar às 60.000 unidades colhidas semanalmente. O produtor segue um elaborado cronograma de aplicação de fertirrigação, adubação sólida e ainda plantou em uma área onde antes havia 2 mil pés de pimenta que foram incorporados ao solo. “Com 11.000 pés, tirava 55.000 em toda lavoura. Se não adoecer, espera-se 3 meses de produção. Uso a fertirrigação da fórmula 18x18x18 (nitrogênio, fósforo e potássio) duas vezes em 15 dias e 10x20x20, após 40 dias. Com 60 dias, uma mão de esterco por pé e com 75 dias o 18x18x18 de novo, essas foram as adubações. O terreno está muito adubado e cresce muito. Vai dar 50.000 quiabos selecionados, com a colheita de três meses”, visualiza.
Gildo Almeida no lote de repolho fertirrigado do produtor irrigante Renilson de Jesus Araújo – Foto Arquivo Pessoal
O produtor irrigante Rosendo José dos Santos agora não volta atrás na opção pela banana prata anã [Foto: Fernando Augusto]
Para o diretor João Fonseca, amendoim apresenta boa produtividade, rusticidade e mercado certo em Sergipe, onde o amendoim cozido é patrimônio cultural - Foto Ascom Cohidro
Tomate se adapta bem à fertirrigação por gotejamento, seja por espaldeiras (foto) ou no sistema de lonas ‘mulching’ - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
A fertirrigação funciona em várias espécies vegetais pela dosagem diferente para cada tipo de planta, segundo o técnico José Américo Alves - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Água dilui fertilizante que chega até os pés de amendoim via sistema de irrigação por gotejo - Alves - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Amendoim ajuda na manutenção do solo na reposição de nutrientes como o nitrogênio - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Banana prata anã fertirrigada tem comercialização garantida no próprio município de Lagarto - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Carlos Melo disse que os técnicos agrícolas da Cohidro colaboram com o agricultor na aplicação de novas tecnologias – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Gildeon Dias dos Reis tem perto de 12 mil pés de quiabo e pretende colher 50.000 unidades, já selecionada, semanalmente e durante três meses - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Quiabo também recebeu os benefícios da fertirrigação adaptada ao seu cultivo - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Sistema de microaspersão fertirrigada foi aplicado à banana - Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)
Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.
Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.
Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.
Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.
Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.
Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.
Expansão José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.
Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).
Novos mercados Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.
Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.
Foto Fernando Augusto
A tendência é de os parreirais aumentarem a produtividade conforme forem ganhando maturidade- Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Período de colheita vai ocorrer a cada 100 dias e poderá durar até mais de 6 semanas, a depender da poda escalonada que for feita no parreiral – Foto: Fernando Augusto (Ascom/ Cohidro)
Foto Fernando Augusto
Gerente Eliane Moraes quer que se abram novos mercados aos agricultores irrigantes – Foto: arquivo pessoal
Presidente Carlos Melo enaltece confiabilidade da Embrapa nos perímetros da Cohidro – Foto: Fernando Augusto (Ascom/ Cohidro)
O técnico da Cohidro, Roberto Ramos, acompanha todas as interferências da Embrapa nos campos, para poder dar continuidade à assistência – Foto: Fernando Augusto (Ascom/ Cohidro)
José Leidison recebendo equipe da TV Aperipê para mostrar seu parreiral – Foto: Fernando Augusto (Ascom/ Cohidro)
Depois da poda, videiras levam 100 dias para dar frutos em ponto de colheita – Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Diretor João Fonseca expõe que o agricultor que recebeu o campo experimental não tem custos com a introdução dos cultivos – Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Uva Isabel é bastante doce, o que permite fazer vinhos e sucos – [Foto: Fernando Augusto]
Variedade Violeta é mais propícia a produção de sucos – Foto: Fernando Augusto (Ascom/ Cohidro)
Quiabo fertirrigado de Gideon Dias, no Perímetro Irrigado Piauí. Um desafio encarado pelo produtor, já que o quiabo é um cultivo bastante regional e as marcas importadas que trabalham com esta tecnologia não possuem produtos específicos para este tipo de plantação. Foi preciso improvisar, mas o resultado é positivo, como se vê o quiabeiro bastante vistoso.
Neste sistema, os nutrientes diluídos na água de irrigação são levados ao pé da planta em mangueiras de gotejamento, sem desperdícios de produtos nem de água, sem necessidade de mão de obra para a adubação de lance.
Quem escolheu plantar tomate no Perímetro Irrigado Piauí, para colher neste início de ano, pôde se deparar com o mercado bastante favorável, com a caixa de 30 kg sendo vendida pelos irrigantes inicialmente por R$ 80 e no final safra chegando a R$ 100. Bastante exigente por água, o tomateiro depende de irrigação para se desenvolver comercialmente.
Esse aumento na renda obtida pelo produtor de tomate se dá no preço final, que de Norte a Sul do país se elevou. Em Aracaju, já em dezembro, a pesquisa da cesta básica do DIEESE anunciava R$ 3,09 o quilo, e de lá para cá só aumentou. Só no perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, foram cultivados 32 ha de tomate em 2017, gerando a produção de 1.790 toneladas.
No perímetro Piauí o tomate tem sido plantado na maneira mais convencional, suspenso chão por estaqueamento e amarração, ou então usando a tecnologia das lonas ‘mulching’ com a fertirrigação. Em tais sistemas combinados, um separa a planta do solo evitando a incidência de moléstias e fungos, no outro somente a raiz da planta recebe água – o que também evita a incidência doenças fúngicas e bacterianas – já com a dosagem certa de nutrientes. Combinados, métodos melhoram produtividade e diminuem custo com tratos culturais e mão de obra.
O agricultor irrigante do perímetro Piauí Gildeon Dias dos Reis, plantou na segunda quinzena de outubro, 0,6 hectares de tomate usando o ‘mulching’ e fertirrigação em seu lote. Nos primeiros dias de 2018, a produtividade superou as 450 caixas, já que a renda obtida com o pequeno lote lhe rendeu, bruto, R$ 25.000.
Caixa do tomate foi vendia por até R$ 100 - foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Caixa do tomate foi vendia por até R$ 100 - foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Caixa do tomate foi vendia por até R$ 100 - foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
fertirrigação leva água e nutirentes até a taiz da planta via gotejamento, o que também gera economia de água - foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Gildeon Dias - foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
No Perímetro Piauí irrigação é a base para produção tomate - foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
O mulching acompanha a plata até o período de colheita, protegendo folhas e frutos da contaminaçãodo solo - Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Tomate plantado na área de Gildeon, no Piauí, usando tecnologias de mulching e fertirrigação - Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)
Última atualização: 1 de fevereiro de 2018 19:18.
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