Governo do Estado garante água para 20 mil pela Cohidro e prevê R$ 2 mi do PAA

Milho verde em Lagarto

Foram 40 novos poços na zona rural, só neste ano e junto a outras ações, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) garantiu água para mais de 20 mil pessoas neste período. Já a irrigação pública fez os perímetros irrigados produzirem de goiaba e quiabo, mais de 5 mil toneladas cada, aproximadamente 600 toneladas de milho verde e 600 mil litros de leite, no primeiro semestre. No segundo, a produção terá o incentivo de R$ 1 milhão negociado junto à Conab, mas somado a outros projetos em elaboração, é previsto o dobro deste valor.

Por meio do Proinveste, que através da Seagri (Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca) disponibilizou a Companhia R$ 11 milhões, a Cohidro busca se reestruturar. Quatro dos seis perímetros irrigados que administra estão recebendo reformas, depois de passarem mais de 25 anos sem tais investimentos. Mas os recursos que o Governo do Estado tomou de empréstimo junto à União também estão servindo para compra de equipamentos, tanto para suprir os pólos de irrigação, como também para a área de poços.

Perfuração de poços

De janeiro até julho, as equipes da Cohidro perfuraram 27 novos poços, sendo que a Empresa também determinou a locação, orientou e fiscalizou a conclusão de outros 13, consumados por licitação e que fazem parte do empenho do Governo do Estado através do “Água Para Todos”, do Ministério da Integração Nacional. É a Empresa Pública a executora dos novos sistemas de abastecimento, que o programa federal destinou à Sergipe.

O Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, informa que os novos sistemas comunitários com poço, do “Água para Todos”, beneficiarão 107 localidades rurais, em 28 municípios. “São localidades escolhidas a partir do um levantamento socioeconômico e tiveram origem numa lista de 144 pré-selecionados por prefeituras, associações comunitárias e outras entidades governamentais. Nosso trabalho consistiu em avaliar, in loco, a real necessidade destas comunidades“, relatou Paulo Sobral, acrescentando que só em 2015 são 1,9 mil pessoas beneficiadas através desses poços do programa e outras três mil, nas demais perfurações da Empresa. Suas equipes também realizaram 34 testes de vazão em novos poços e outras 55 intervenções de manutenção, instalação e recuperação, somando mais 16 mil usuários atendidos no campo.

Proinveste

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, relaciona os investimentos que a empresa está fazendo pro meio dos recursos do Proinveste. “Em equipamentos que estão sendo comprados, são R$ 119 mil em bombas submersas, para tender novos poços. R$ 385 mil em brocas tricônicas, aparelhando as novas perfuratrizes. Em uma retroescavadeira e um compressor de ar, novos, serão empenhados mais R$ 200 mil. Para novos equipamentos de bombeamento, irrigação, energia solar e veículos de transporte, serão injetados mais de R$ 2 milhões nos perímetros irrigados Califórnia, Piauí, Ribeira e Jabiberi e outros R$ 5,3 milhões, na recuperação estrutural destas mesmas instalações”, informou.

Califórnia

No Perímetro Irrigado em que se pretende investir R$ 4 milhões, em obras e equipamentos pelo Proinveste, o destaque em produção no primeiro semestre foi para a goiaba, que produziu de janeiro a junho 5.075,2 toneladas. A meta anual, para a fruta, é a de triplicar este número e então superar as 9.625 toneladas colhidas em 2014. O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica o porquê do segundo semestre ser mais produtivo. “O crescimento vegetativo das plantas é reduzido no inverno, que em Sergipe é caracterizado pelo período de chuva, de maio a agosto. Depois disso e contando com a água farta e o calor, a propensão é de que a produção aumente, principalmente a das frutas”, informou.

Além da goiaba, o Perímetro Califórnia faz de Canindé de São Francisco o maior produtor de quiabo do Estado e na metade do ano, seus irrigantes já colheram 5.066 toneladas do vegetal, com meta de se equiparar às 15.600 do ano passado. Situação diferente do feijão de corda, que com suas 770 toneladas produzidas até junho, facilmente vai superar as 1.480 de todo 2014. O levantamento parcial apresenta que nesses seis meses o pólo de irrigação já produziu 21.371,76 toneladas de alimentos, o que gerou aos produtores familiares a renda de R$ 21.371,76, nos 701,56 hectares de área plantada.

Piauí

Em Lagarto, o Perímetro Irrigado Piauí se destaca pela produção de diversos tipos de pimentas consumidos em indústrias de alimentos locais. Só da nova variedade jalapeño, até junho, foram colhidas 149 toneladas e 195 da malagueta. No mesmo período, esses agricultores irrigantes produziram 232 toneladas de batata-doce e 380 de milho. Nesses seis primeiros meses, pelo cultivo em 62 hectares irrigados, a rentabilização dos agricultores foi estimada em R$ 3,1 milhões.

No caso do Piauí, Mardoqueu Bodano reforça os investimentos do Proinveste, que irão ser feitos no pólo de irrigação que atende 421 famílias de agricultores. “R$ 572,5 mil estão disponíveis para a recuperação estrutural e dos dutos, nas duas Estações de Bombeamento (EB) do Perímetro, a EB-01 está quase pronta. Outros R$ 241 mil servirão para compra de novas bombas, justamente para reequipar estas EBs em reforma, dando assim mais eficiência no fornecimento de água aos produtores”, colocou o presidente da Companhia.

Jabiberi

No Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, em 2010 foi implantando o Programa Balde Cheio de produção de leite. Transferência de tecnologia da Embrapa de São Carlos-SP, via convênio com o Sebrae Sergipe e Banco do Brasil, este que propiciou linhas de financiamento para compra das vacas. Com o auxilio da irrigação fornecida pela Cohidro, os 45 produtores que aderiram ao projeto criam os animais com manejo de pastos rotativos. Nesse sistema, enquanto uma área é usada para pastagem, as outras recuperam aquele capim com a oferta constante de água, para futuramente voltar a receber o gado.

Hoje o rebanho leiteiro do Jabiberi conta com 250 vacas e depois de passar, recentemente, por melhorias na seleção genética desses animais, a produção diária só vem subindo. Nos dados acumulados, de janeiro a junho, teve uma média de produção diária de 3,3 mil litros. Ao todo, o primeiro semestre de 2015 produziu 607.591 litros de leite, o qual foi comercializado in natura ou transformado em 60,75 toneladas de queijo nos laticínios da região. Com preço médio de R$ 0,85, o leite vendido pelos produtores até o momento gerou a renda de R$ 516.452,35.

Conab

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) assiste os irrigantes da Cohidro a partir da compra da produção rural (CPR), durante o período de 12 meses, alimentos que são revertidos em doações para entidades que assistem pessoas em insegurança alimentar. Trata-se do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e as ações do Governo do Estado, que viabilizam este processo fazem parte do programa “Frutos da Terra”. A Empresa Pública atua dando assistência às associações de produtores, para formalizar os projetos-proposta.

Neste ano, são três projetos do PAA já formalizados por agricultores assistidos pela Cohidro nos perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira. São 136 produtores que só aguardam a liberação de pagamento do Governo Federal. Juntos, vão fornecer 534.875 quilos de alimento, para serem doados a 13.960 pessoas, sob uma remuneração total de R$1.087,44 para quem cultiva. São previstos outros três projetos, hoje em fase de coleta de documentação e que pretendem dobrar estes números do primeiro semestre. São outros dois na Ribeira e Piauí e um terceiro no Califórnia, só de produtos orgânicos da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5).

PAA – Frutos da Terra: Cohidro assessora CMDS de Lagarto em novo projeto

Alimentos são recolhidos pelas entidades proponentes e entregues às socioassistenciais

Nesta quarta-feira, 17, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Social (CMDS) de Lagarto reuniu representantes de entidades representativas, de produtores rurais, e de assistência comunitária, na intenção de discutir projeto proponente ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Frutos da Terra), administrado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) participou do encontro, onde o seu chefe da Divisão de Agronegócios, Sandro Luiz Prata, prestou uma consultoria ao grupo.

O técnico da Cohidro foi requisitado pelo CMDS devido ao seu trabalho realizado nos perímetros irrigados administrados pela Empresa. Sandro Prata é responsável pela elaboração dos projetos proponentes ao PAA – Frutos da Terra, que desde 2008 já comprou a produção de 934 agricultores irrigantes pela Cohidro, o que gerou de renda R$ 3,8 milhões para estas famílias do campo. “Fui até Lagarto prestar uma assistência que nos foi solicitada pelas associações. Levei os modelos dos formulários, documentos e até o software para simular o a formalização do projeto”, expôs.

Mas além de beneficiar a agricultura familiar, através da compra da produção rural, o PAA praticado nos perímetros da Cohidro – e que também será aplicado no projeto viabilizado pelo CMDS – é na modalidade “doação simultânea”, onde os alimentos são repassados a pessoas em situação de insegurança alimentar. “Durante a vigência do projeto aprovado, que geralmente é de 12 meses, a Conab paga pelos alimentos que o produtor vai entregar à sua associação representativa, que é a entidade proponente. Esta, por sua vez, vai os repassar às entidades socioassistenciais relacionadas no projeto”, completou Sandro Prata.

Para o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o PAA – Frutos da Terra é incentivado pela Empresa devido a este benefício mútuo. “Nos perímetros irrigados da Cohidro, durante estes seis anos de aplicação do Programa, foram mais de duas mil toneladas de alimentos adquiridos pela Conab que as associações de produtores entregaram às entidades beneficiadas. Estas repassaram os alimentos às famílias ou prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. São assistidas associações de moradores, de portadores de necessidades especiais, asilos, hospitais e centros culturais comunitários”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considera valiosa esta experiência adquirida pela Companhia durante este período em que atuou no Programa. “Se temos este ‘tesouro’, que é a prática que nossos técnicos contraíram elaborando projetos para nossos agricultores irrigantes, dentro do possível, vamos compartilhar com nossos companheiros agricultores de Lagarto que não estão alocados no Perímetro Piauí. Lá, por exemplo, atualmente se conclui um projeto que vai comprar a produção de 69 irrigantes e durante 12 meses vai fornecer 296 toneladas de alimentos para seis entidades, também de Lagarto, que fornecerão alimento para 6.860 pessoas. R$ 551.450 vai pago por estes produtos pela Conab, só nesse contrato”, listou.

Proponentes

Segundo o presidente do CMDS, João (Buraco) Francisco Rodrigues, o Conselho é representado por integrantes escolhidos pelas cinco regionais que o Município é dividido, além de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Prefeitura e Câmara municipais, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), associações comunitárias e de produtores rurais. Ao todo são 14 membros, em Lagarto, e para eles a reunião serviu para orientação quanto ao funcionamento do PAA-Frutos da Terra.

“Vai ser levada a proposta aos produtores rurais e vai ser feita uma reunião com o prefeito, com a participação deste mesmo grupo, para que se destravem algumas burocracias. A gente sempre vai solicitar a presença de Sandro Prata, porque é um cara que está sempre acompanhando os projetos do PAA”, relatou João Buraco, sobre a solicitação que fez à Cohidro para a presença do Técnico. Ele acredita que a proposta seja interessante para muitos agricultores familiares de Lagarto, principalmente nos assentamentos de reforma agrária assistidos pelo MST, entidade que ele representa no CMDS.

Na reunião ficou acertado que os produtores rurais, com suas Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) regularizadas, poderão ser fornecedores através da filiação à Cooperativa da Agricultura Familiar de Lagarto (Cooperaf), entidade que será a proponente e formalizadora do projeto. Presente ao encontro, o presidente e o vice da Organização, Manoel Messias do Nascimento e Manoel Messias dos Santos, aceitaram a proposta do CMDS, abrindo as portas para os novos associados, assumindo o compromisso de reunir a documentação necessária para iniciar o processo.

Sandro Prata esclareceu ao grupo que será vantagem uma cooperativa ser a entidade proponente. “Desde que se comprove que todos os fornecedores são cooperados, a Cooperativa terá de 1% a 2% em encargos federais, descontados no valor a ser pago no projeto, enquanto que em associações de produtores os encargos sobem para 5,85%. Aconselho agora é que eles fiquem bem atentos nesta fase de planejamento, não visando somente a aprovação do projeto, mas sim pensando na execução, fazendo as escolhas corretas de quem pode fornecer e quem poderão ser as entidades recebedoras”, alertou o técnico da Cohidro.

A Associação Comunitária do Povoado Quilombo se fez presente à reunião pelo seu presidente, Carlos José Santana dos Santos. A intenção do representante era a de pleitear a participação dos agricultores da localidade como fornecedores do projeto ao PAA que será proposto à Conab pelo grupo. “Lagarto tem uma população em que 49% reside no campo e é preciso ações como essa, voltadas para estas pessoas”, considerou o jovem líder comunitário. O primeiro projeto pretende reunir 49 produtores fornecedores, a serem remunerados por um valor total de projeto estimando em R$ 400 mil.

Recebedoras

Representando o MST, esteve o diretor estadual da entidade em Lagarto, Joaldo Vieira dos Santos. Segundo ele são 13 assentamentos de reforma agrária no município em que a Entidade tem atuação direta e a intenção é fazer com que todas as associações tenham participação ativa no projeto do PAA. “Uma parte vai participar como fornecedora, como proponente, e as outras queremos cadastrar como receptoras”, colocou ele, levando em conta o tempo de formação dessas colônias agrícolas e da situação social das suas populações.

Outro representante comunitário presente na reunião foi José Alfredo Vieira Santos, do Povoado Pocinhos, uma localidade onde os produtores rurais concentram suas atividades na pecuária de corte e leite, mas há uma parcela da população que ainda carece de atenção. “Queremos que participem, como beneficiária a nossa Associação, pois temos lá 19 famílias em situação de insegurança alimentar. Nossas entidade está regulamentada e estamos correndo atrás destas melhorias”, constatou ele que considera de grande importância a iniciativa do CMDS.

O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (CMSAN), foi representado pelo seu presidente, Augifranco Patrick, que expôs o quadro do município quanto o acesso à alimentação. “Hoje se estima uma faixa de cinco mil famílias em situação de insegurança alimentar em Lagarto. Nosso conselho acompanha e viabiliza soluções para os agricultores, no sentido de que eles possam fornecer seus produtos, sem que venham perder a sua produção. Assim como assistimos e acompanhamos os trabalhos desenvolvidos pelas entidades assistenciais em suas comunidades”, relatou ele sobre a intenção do grupo, que pretende suprir uma dieta diária para cinco mil pessoas com o novo projeto.

Cohidro supera 2 mil toneladas de alimentos doados pelo Frutos da Terra

Irrigação na Cohidro

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), acaba de superar as duas toneladas de alimentos comprados da agricultura familiar e repassados a entidades beneficentes, pelo método de “Doação Simultânea”. Só neste ano foram 447 toneladas, que beneficiaram mais de 15 mil pessoas em insegurança alimentar e geraram renda de R$ 1 milhão para 156 produtores. Estes números, que em 2015 têm a possibilidade de dobrar, são exclusivos aos projetos assistidos pelos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

No Governo do Estado este trabalho de acompanhamento do PAA é feito pelo “Programa Frutos da Terra” e através dele a Cohidro, desde 2008, auxilia os seus produtores irrigantes a formalizarem os contratos com a Conab. Na “Doação Simultânea” a Conab remunera o agricultor para que este repasse sua produção agrícola diretamente às entidades beneficentes por um período de 12 meses. Consiste em um acordo entre as associações de produtores dos perímetros e as instituições que atendem famílias carentes, seja pela doação de cestas de alimentos, como acontece em associações de moradores, ou pelo fornecimento de refeições diárias, como em creches, asilos ou hospitais.

Atualmente são quatro projetos de PAA – Frutos da Terra em vigência por intermédio da Cohidro e que vigoram até 2015. Em Lagarto, 50 agricultores da Cooperativa de Comércio e Produção dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí, durante o período do contrato, vão receber o total de R$ 324,4 mil para fornecer mais de 160 toneladas de alimentos a seis entidades receptoras, uma delas é a Associação de Sócio Desenvolvimento Artur Reis, instalada no próprio município. Já em Itabaiana serão R$ 678,4 mil de remuneração aos 106 irrigantes – do Perímetro Poção da Ribeira e inseridos em outros três projetos – que abastecem seis entidades locais e também ao Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros, com quase 286 toneladas de produtos.

Segundo Sandro Luiz Prata, chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, “nestes sete anos em que são formalizados os contratos do PAA – Frutos da Terra nos perímetros da Empesa, além das 2 mil toneladas comercializadas, foram 934 agricultores beneficiados com a compra da produção que, por sua vez, beneficiou quase 80 mil pessoas em insegurança alimentar. Ao todo, foram investidos – só nestes projetos elaborados por intermédio de nossa Companhia – R$ 3,8 milhões em recursos do Governo Federal, através da Conab e oriundos do ‘Fome Zero’, para a aquisição dos alimentos”, informou.

Ele prevê que em 2015 os novos projetos atinjam a meta de R$ 2 milhões negociados durante o ano pelo PAA – Frutos da Terra, aumentando o volume de alimentos, assim como a quantidade de pessoas atendidas com as doações. “Estes números tendem a aumentar quando os outros perímetros vierem também a participar formalizando novos projetos. O aumento do teto máximo do que pode ser gasto em cada projeto – agora em R$ 2 milhões – e a vinda da Superintendência da Conab para Sergipe, que começou a operar em definitivo agora em janeiro, são outros dois fatores que só vem a contribuir com isso, sem falar da nova norma que permite agora que os projetos em vigência sejam prorrogáveis por mais um ano”, relacionou o chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro.

Sandro Prata ainda explica que existem regras a serem consideraras na formalização de novos projetos. “Primeiro é preciso que as entidades a serem beneficiadas atendam aos requisitos das normativas em vigência, aprovadas pelo Grupo Gestor do PAA (GGPAA) e façam parte da rede socioassistencial municipal. Do outro lado, são somente as associações e cooperativas de produtores formalizadas e que possuam sua Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) – Jurídica que poderão participar como proponentes e fornecer os alimentos”, completou.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o PAA – Frutos da terra, além do caráter assistencial, auxilia o agricultor na formação de renda. “O produtor vende seus produtos à Conab obedecendo a uma tabela fornecida pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), com valores alheios às variações geralmente provocadas pela especulação dos atravessadores. Assim, quem planta e faz parte de um projeto, não só tem a certeza de comercialização dos seus produtos, como também será remunerado por um preço justo. Isso virá por repercutir na sustentação de preços nas vendas particulares, firmadas pelos agricultores dos perímetros irrigados e pelos de fora deles também”, reforçou.

Orgânicos

São aceitos pelo PAA produtos alimentícios para o consumo humano in natura da safra vigente, alimentos processados ou industrializados na própria unidade produtora e ainda sementes e mudas. De cada agricultor familiar a Conab, por norma, adquire até R$ 8 mil pela “Doação Simultânea” ao ano, isso quando a produção agrícola é convencional. Já quando se trata de produtos orgânicos, esse limite sobe para R$ 12 mil. O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, destaca que o produtor orgânico não gera excedentes ao mercado e principalmente obtém preços mais competitivos para sua produção através do Frutos da Terra, que ainda orienta que se busquem entidades beneficentes próximas ao agricultor na hora de formalizar projetos, facilitando a entrega.

“Para o produtor rural do interior, longe das feiras orgânicas da capital, fica difícil escoar a produção. O Frutos da Terra facilita e garante o retorno do investimento para aqueles que fizeram a conversão de sua produção para o método orgânico. Tanto tem um teto para a compra da produção orgânica maior, como também a Conab paga mais pelo produto, pois há o acréscimo de 30% acima do valor do convencional”, expôs João Quintiliano, relembrando que “o primeiro projeto de ‘Doação Simultânea’ de orgânicos, assistido pela Cohidro no Estado, foi proposto em 2011 no Perímetro Piauí, pela Associação de Produtores dos Orgânicos de Lagarto, sendo aceito desta vez e nos dois anos subsequentes”, acrescentou.

Canindé

Em outubro, Cohidro e Conab foram até Canindé de São Francisco para se reunir com os produtores irrigantes do Perímetro Califórnia, na intenção de apresentar as opções e vantagens ao agricultor em participar do PAA – Frutos da Terra. Na ocasião, o superintende em Sergipe da Estatal Federal, Emanuel Carneiro, informou que existem outros métodos de compra da produção rural, em que a Companhia Federal atua, as quais possuem seus próprios limites de valores para compras por produtor, não cumulativos ao da “Doação Simultânea”.

“A Conab também faz a compra direta de milho, feijão, farinha de mandioca e outros não-perecíveis. Alimentos que posteriormente são doados em cestas básicas ou na venda em balcão para fabricar a ração animal. Ainda há a ‘Formação de Estoque’, onde a Conab paga pela produção do agricultor no momento de plantar, que em um ano devolve este valor com acréscimo de 3% de juros”, explicou o Superintende Emanuel Carneiro, que quer voltar à Canindé no início de 2015 à espera de que, na próxima reunião, se inicie um novo projeto do PAA – Frutos da Terra. Tudo indica que a primeira compra com “Doação Simultânea”, no Perímetro Califórnia, será de produtos orgânicos, diante do interesse da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5).

“Encontramos mais dificuldades do que quem produz os convencionais, principalmente no inverno, em que a chuva e o frio causam a perda de muitos produtos. O nosso custo é maior e na feira nem todo cliente sabe valorizar o orgânico. Temos condição de produzir verduras semanalmente, mas ainda plantamos pouco, por termos um mercado pequeno, que só atende a feira de Canindé. Se a Conab puder comprar da gente por estes programas, garantindo ainda a valorização por ser orgânico, será um ótimo incentivo para a gente”, colocou Marli Soares, presidente da BIO5, entidade constituída por 10 produtores orgânicos do Califórnia. Seis deles já integram uma Organização de Controle Social (OCS), a qual atesta a venda direta de orgânicos ao consumidor e também é aceita no PAA – Frutos da Terra.

Mardoqueu avalia 2014 como um ano de crescimento para Cohidro

Mardoqueu

A Companhia de Desenvolvimento e Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) completou 31 anos de existência em 2014 e na perspectiva do diretor-presidente, Mardoqueu Bodano, a Empresa termina o ano conquistando maior espaço no rol da produtividade agrícola do Estado e sendo mais atuante na perfuração e recuperação de poços artesianos.

“Neste ano de 2014 foi concluída a entrega das três novas perfuratrizes doadas pelo Ministério de Integração Nacional para a Cohidro. Equipamentos que estão em ativa”, disse. Ainda, segundo Mardoqueu, esse incremento no maquinário da Empresa já contribuiu com a perfuração de 71 novos poços, que se somaram aos 3.557 que a Companhia fez durante seus 31 anos de existência, em 72 municípios sergipanos.

Mardoqueu acrescenta à lista os 25 novos poços que foram perfurados para os sistemas de armazenamento e distribuição de água, propiciados pelo “Programa Água Para Todos”. “Além de orientar as locações e fiscalizar as obras, fomos nós que fizemos o levantamento socioeconômico das 107 comunidades que serão atendidas pelo projeto em Sergipe, levando água para quase cinco mil famílias, em 28 municípios sergipanos”, revelou.

Agricultura
Na agricultura, o presidente da Cohidro comemora pois, mais uma vez, a produção foi recorde nos seis perímetros irrigados da Companhia. Foram 115.340 toneladas de produtos agrícolas colhidos em 2014, gerando de renda, para a agricultura familiar, R$ 107 milhões. Mesmo que todos os pólos de irrigação da Empresa tenham apresentado resultados superiores ao ano anterior, é ainda o Perímetro Califórnia que mais chama atenção com suas produções de quiabo, goiaba e macaxeira.

“O Perímetro Califórnia, em Canindé, continua sendo o que mais produz: 38.825 toneladas de alimentos, sempre se destacando o quiabo, 15.600 toneladas, a goiaba, 9.625 toneladas e a macaxeira, 6.490 toneladas”, concluiu Mardoqueu, que acredita na ampliação destes números com o advento do Proinveste.

Proinveste
Canindé, Lagarto e Tobias Barreto estão recebendo obras, por meio do Proinveste, que aperfeiçoarão a estrutura de fornecimento de água para irrigação de produtos agrícolas. “Foram R$ 11 milhões deste programa injetados na Cohidro, quatro milhões só em Canindé, reformando e recuperando os canais e estações de bombeamento para irrigação, solucionando de vez o velho problema do canal C-01, que expunha a água do Califórnia à poluição urbana da cidade que acabou por povoar às margens do curso d’água”, enfatiza o presidente.

PAA – Frutos da Terra
Mardoqueu lembra que 2014 foi também um ano feliz para o Programa de Aquisição de Alimentos Frutos da Terra (PAA – Frutos da Terra), que alcançou o patamar de duas mil toneladas de alimentos comercializados junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Beneficiamos, por um lado, 79.471 pessoas carentes e de outro, 934 irrigantes nos perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira”, acrescenta.

Com uma visão positiva de 2015 e dos projetos realizados pela Cohidro, Mardoqueu acredita que a entrada dos irrigantes do Perímetro Califórnia no PAA ,trará a participação ainda mais expressiva de agricultores atendidos pela Companhia. “A produção tem a tendência de só aumentar a cada ano, graças ao aperfeiçoamento das técnicas e canais que os agricultores têm acesso por meio da Empresa”, conclui.

Barragens
Mardoqueu Bodano diz que a meta do Programa de Recuperação de Barragens, iniciado em setembro, é a de superar as edições dos dois anos anteriores. “Agora a intenção é reformar mais barragens do que em 2012 e 2013, onde foram 510 e 517, respectivamente. Em todo Estado serão 710 barragens, sendo 10 delas comunitárias, maiores. Serão investidos pelo Governo de Sergipe, ao todo, R$ 1.890.492,53. São as políticas públicas oferecendo aos pequenos criadores, como alternativa ao êxodo rural, a opção de ficar em suas localidades de origem produzindo e tirando de sua terra o sustento da família”, reforçou.

Convênio Petrobras
Ele fala ainda dos convênios firmados com empresas parceiras, que vem para reforçar o empenho da Companhia em iniciativas desenvolvidas com recursos próprios. “Estamos recuperando antigos poços em 11 municípios sergipanos e devolvendo o abastecimento de água para 10.150 pessoas. Em Porto da Folha, já foram entregues os poços dos povoados Pedro Leão, Bela Aurora e Assentamento Paulo Freire. Em Canindé, também está pronta a recuperação do poço do Assentamento Baixa Verde. No início de 2015 serão inaugurados todos os 16 poços que Petrobras custeou os serviços, com o montante de R$ 402.111,38”, explica o presidente da Cohidro.

Cohidro e Conab querem levar o ‘PAA – Frutos da Terra’ aos irrigantes de Canindé

Reunião

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) se reuniram, nesta terça-feira, 21, com irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé do São Francisco. A intenção foi apresentar a estes produtores agrícolas os programas federais, administrados pela Estatal Federal, voltados à aquisição de alimentos da agricultura familiar e que tem no Estado a Empresa Sergipana como colaboradora e parceira na formalização de projetos de garantia de comercialização da produção.

Desde 2008, só nos projetos implantados por intermédio da Cohidro, os agricultores dos seus perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira venderam para Conab mais de 2 mil toneladas de alimentos, gerando R$ 3,8 milhões em renda para estes produtores. Um montante de R$ 1 milhão está sendo comercializado somente em 2014, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Frutos da Terra, no método de “Doação Simultânea”, onde a Estatal Federal adquire esses alimentos para serem encaminhados a instituições que beneficiam populações em situação de insegurança alimentar. Nisso, estes projetos acompanhados pelo Governo de Sergipe já beneficiaram 79.471 pessoas carentes, com a comida produzida por 934 dos seus irrigantes.

Conforme listou o superintendente da Conab em Sergipe, Emanuel Carneiro, o PAA – Frutos da Terra dispõe de mais métodos de compra da produção rural além da “Doação Simultânea”. “A Conab também faz a compra direta de milho, feijão, farinha de mandioca e outros não-perecíveis. Alimentos que posteriormente ou são doados em cestas básicas ou para venda em balcão para fabricar a ração animal. Ainda há a ‘Formação de Estoque’, onde a Conab paga pela produção do agricultor no momento de plantar, que em um ano devolve este valor com acréscimo de 3% de juros”, informou ele, ao explicar aos irrigantes que a Companhia Federal pode contribuir com a comercialização de suas produções por meio dessas modalidades.

Doação Simultânea

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explica que os projetos de “Doação Simultânea” são celebrados por duas classes de entidades, onde a Conab entra como financiadora e a Cohidro presta o serviço de assistência técnica na elaboração e acompanhamento aos agricultores assistidos dos perímetros irrigados. “Para cada contrato, há a entidade proponente, a associação ou cooperativa de produtores rurais que propõem o projeto, do outro lado há as entidades filantrópicas receptoras, que vão informar a quantidade de pessoas que serão atendidas pelas doações, tanto para o preparo de refeições diárias, quanto para distribuição às famílias que a entidade atende”, revelou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, reconhece que são muitos os esforços realizados pela Companhia para favorecer a produtividade e recompensação do trabalho dos irrigantes. “Nos perímetros irrigados são várias as ações que superam o simples fornecimento de água para irrigação e para isso optamos por parcerias como esta com a Conab. Cumprindo nosso papel, procuramos detectar tanto os produtores que se encontram aptos para fornecer o alimento durante os 12 meses de vigência dos projetos, como também as associações de produtores regularizadas para participar do PAA. Por outro lado, é preocupação vigente nossa e das comissões de segurança alimentar, atender entidades receptoras que realmente vão levar este alimento até a quem necessite”, completou.

Orgânicos

Tanto no PAA como no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o produto agrícola produzido de forma orgânica é adquirido por valor 30% superior ao similar produzido por método convencional. A presidente da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5), Marli Soares dos Santos Pereira, está a frente da entidade criada no Califórnia, mas que pelos esforços demonstrados neste primeiro ano de fundação, já proporcionou aos seus seis integrantes iniciais cadastro de uma Organização de Controle Social (OCS) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Um documento que lhes atestam vender, inclusive pela Conab, com a autenticidade de alimentos livres do uso de agrotóxicos. Para a também, poder participar destes programas federais trará mais incentivo à agroecologia no Perímetro.

“Encontramos mais dificuldade do quem produz os convencionais, principalmente no inverno em que a chuva e o frio faz perder muitos produtos, por isso o nosso custo é maior. Mas quando chega na feira, nem todo cliente sabe valorizar o orgânico, não está disposto a pagar mais caro por um produto de maior qualidade, ainda mais se ele for de tamanho menor. Temos condição de produzir verduras semanalmente, mas ainda plantamos pouco por termos um mercado pequeno, que só atende a feira de Canindé. Se a Conab puder comprar da gente por estes programas, garantindo a valorização por ser orgânico, vai ser um ótimo incentivo para a gente”, colocou Marli Soares.

Já para Quitéria da Silva Araújo, outra irrigante orgânica da BIO5, o que mais pesa é não poder atender outros mercados consumidores pela dificuldade geográfica de Canindé, 207 quilômetros distante da capital de Sergipe, Aracaju. “Só vendo na feira aqui, não tenho condição financeira para levar para fora da cidade. Produzo quiabo, pimentão, alface, coentro e outras verduras, sem usar agrotóxicos. Se tivermos esta ajuda de uma venda garantida toda semana vai melhorar muito”, considerou.

Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro Bezerra, esclarece que a Cohidro vem buscando meios de garantir que seja mais bem valorizada a produção dos irrigantes. “Já tem a iniciativa garantida pela Prefeitura de Canindé para incluir parte da feira como exclusiva dos orgânicos como incentivo à comercialização diferenciada para estes produtos. O PAA será uma alternativa para o agricultor, não só para o orgânico, como para quem produz de maneira convencional. O produtor assim não fica refém do preço estipulado pelo atravessador, podendo negociar um melhor preço, já que tem a venda garantida para a Conab de parte de sua produção e por preços de mercado”, reforçou.

Novas reuniões

O Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, explica os próximos passos a serem tomados para a inserção do PAA em Canindé. “Depois de ouvir as necessidades dos agricultores familiares, ficou definido que será marcada uma outra reunião, como uma quantidade maior de produtores – tanto convencionais como orgânicos – e também nesta teremos a participação do Conselho Regional de Segurança Alimentar, Centro Referência de Assistência Social (CRAS), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) – para discutir emissão da DAP jurídica – e representantes de outras associações e cooperativas. O objetivo para o próximo encontro é de já iniciar a formalização primeiro projeto de ‘Doação Simultânea’ do Califórnia”, concluiu ele que, junto do engenheiro agrônomo José Claudegio Messias, coordenam as ações do PAA na Empresa Sergipana.

Irrigantes da Cohidro são autorizados à venda de orgânicos em Canindé

Quinta-feira de mais uma conquista para a Associação Sergipana de Orgânicos – BIO5. Nestes 28 de agosto, na Secretaria Municipal de Agricultura de Canindé de São Francisco, seis agricultores irrigantes alocados no Perímetro Irrigado Califórnia – da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) -receberam do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a “Declaração de Cadastro”, que os autoriza à venda direta de produtos orgânicos. Participaram da solenidade, diretores da Cohidro, Mapa, Secretária de Agricultura e o prefeito Heleno Silva.

Agora eles fazem parte de uma Organização de Controle Social (OCS), entidade que também adquiriu certificado de registro junto ao Mapa na ocasião. Com o documento individual, a ser apresentado no ponto de venda, esses produtores orgânicos tem seus produtos autenticados como sendo de origem agroecológica, cultivados sem o uso de agrotóxicos e sob o controle de pragas e doenças usando técnicas alternativas e sustentáveis à vida no campo e com o meio ambiente.

Os agricultores e as pessoas de seu grupo familiar poderão comercializar em feiras, em suas propriedades, de porta em porta e ainda poderão participar do regime especial -para produtos orgânicos – nos Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Frutos da Terra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e também para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), onde tem acréscimo de 30% sobre o preço do produto convencional. Para o chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa, André Barretto Pereira, alguns fatores foram essenciais para possibilitar que a BIO5 fosse aceita como uma OCS.

“Eles terem uma assistência técnica avaliza a produção orgânica.Também tem o fato de estarem organizados em uma associação ea regra para esta associação é ter um estatuto, constatado pelo Mapa, um plano de manejo orgânico e todos teremo cadastro de produtor familiar, que é a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf)”, relata André Barretto, considerando como critério o amparo dado pela Cohidro à BIO5, que tanto motivou sua fundação, como prestou o auxílio tecnológico para possibilitar a conversão das produções para o método agroecológico.

Sônia Loureiro, gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, declarou que “foi em Canindé a primeira semente plantada por nós quanto à produção orgânica, isso antes de existir OCS. Lagarto, merecidamente, se destacou entre os perímetros da Cohidro neste quesito, mas foi aqui, anos atrás, que tudo começou e agora se qualificam, tem o trabalho reconhecido e estão preparados para comercializar seus produtos orgânicos”, revelou, garantindo às autoridades presentes, que as medidas de controle agroecológico foram tomadas pelos agricultores que assiste. “Todos tem sua barreira de proteção natural implantada, já que vão conviver com a realidade dos produtores vizinhos, de produção convencional e usando agrotóxicos”, informa.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, parabeniza os produtores pela conquista, confiante no crescimento do movimento agroecológico em Canindé. “Tenho conhecimento que a Associação BIO5 começou, como o nome diz, com cinco produtores, hoje já somam 10 e tem mais irrigantes querendo participar. Seis destes estavam preparados para receber este documento do Mapa que os garante a venda como orgânicos. Logo, logo mais pessoas verão vantagem em produzir sem o uso de agrotóxicos, que é o mais correto quando estamos falando da agricultura familiar onde, quase sempre, são lavouras associadas às moradias”.

Pioneira agricultura, que utiliza métodos agroecológicos para produzir hortaliças em Canindé, é Maria Aparecida Nascimento Santana, mais conhecida como Cida. Ela foi um dos produtores que receberam o certificado de cadastro de inclusão à OCS. Para ela, o documento vem por atestar definitivamente o trabalho que já vinha fazendo. “Eu já tinha aqueles clientes que nos conhecem e sabem que o produto é natural, mas agora o povo vai confiar mais na gente mesmo sem precisar ir ver como a gente trabalha. Produzir sem agrotóxico é mais difícil, a gente tem muita perda e por isso o preço também tem que ser diferente”, argumenta.

Marli Soares dos Santos Pereira, escolhida pelo grupo para ser a primeira presidente da recém-criada BIO5, reforça a questão do valor agregado que ganhará seus produtos orgânicos com o documento que ela também recebeu. “Pretendo conseguir uma renda melhor, um preço mais justo, pois não compensa produzir como orgânico e vender como convencional. Agora a gente vai ter como dizer para quem compra que é orgânico, pois só a palavra não convence.Com o certificado isso é diferente”, comentou a agricultura que hoje produz agroecologicamente hortaliças e frutas, mas que pretende implantar, assim como os outros produtores da Associação, a criação de galinhas caipiras orgânicas.

Técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis foi o principal motivador para a criação da BIO5 e este reconhecimento documentado pelo Mapa.Na cerimônia ele falou da importância e mérito que tem a agricultura para o País. “O povo de outros países do mundo tem líderes políticos, militares para se espelhar. No Brasil, temos que nos espelhar no trabalho daqueles que contribuem para essa produção agrícola prosperar, me refiro aqui a esses produtores orgânicos, agora certificados, e nos colegas que trabalham comigo na Cohidro”, relatou.

Espaço para comercialização

Secretário de Agricultura de Canindé, Heráclito Oliveira, considera uma conquista não só para os produtores, mas para o agronegócio de Canindé e disse que pretende interferir, através de sua Pasta, para auxiliar os produtores orgânicos. “Começa aqui uma nova era para agricultura do município, uma iniciativa que vai por no mercado produtos de maior qualidade. Nossas ações de apoio serão a introdução da feira de orgânicos e a comercialização pelo PAA”, comentou, citando o Programa da Conab que a partir de suas novas resoluções, dependerá de uma atuação muito maior das administrações municipais.

Heleno Silva, prefeito de Canindé, reforça este compromisso e até anuncia novos espaços para a comercialização dos produtos orgânicos. “É muito importante este trabalho que a Cohidro vem desenvolvendo em nosso município, sobre a valorização dos produtos orgânicos. Nós vamos criar um espaço na feira livre, só para este pessoal apresentar seus produtos e também em uma área que vamos criar aqui de artesanato, de doces, voltada para os turistas. Esta iniciativa é muito importante, por parte da Cohidro, do Governo do Estado, que tem como objetivo principal a saúde pública e a gente quer parabenizar por este trabalho”.

Comissão de Orgânicos e Seides visitam perímetro da Cohidro em Lagarto

Comitiva de técnicos visita o Perímetro Irrigado Piauí da Cohidro – Foto: Felipe Coringa

Membros da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe ( CPOrg-SE) fizeram mais uma visita aos pólos de irrigação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A intenção é de acompanhar o andamento das associações e agricultores que aderiram aos métodos de produção de alimentos livres de agrotóxicos. Nesta terça-feira, 10, foi a vez do Perímetro Irrigado Piauí, no município de Lagarto, onde a atividade agroecológica acontece desde o ano 2000.

A Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides) tem participado destas visitas. Com intuito de cadastrar novos agricultores orgânicos para integrar as “Feiras da Agricultura Familiar”, a Seides organiza duas novas edições nas quais pretende lançar exclusivamente com produtos orgânicos, e em Convênio com a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). Nesta visita, também estiveram presentes representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Lagarto (Semader), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS).

A Organização de Controle Social do Centro Sul Sergipano (OCS-CSS) foi criada em 2010 e atualmente conta com 18 membros. A associação de produtores orgânicos do Perímetro Piauí existe desde 2008 e é constituída por 10 dos produtores da OCS-CSS, mas alguns deles já produzem sem o uso de agrotóxicos há 14 anos. Eles possuem certificado de cadastro junto ao Mapa, que os permite a venda direta do produto orgânico através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O atual coordenador da CPOrg-SE e chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa, André Barretto Pereira, após a visita que fez a sete lotes orgânicos do Piauí, explicou a intenção desta ida a Lagarto. “A gente está fazendo este trabalho de resgate e fortalecimento das OCS’s em todo Estado e estamos levando o máximo de parceiros nestas visitas, a exemplo da Seides, IFS, secretarias municipais e a própria Cohidro, porque, conhecendo de perto essas unidades produtivas, poderemos ajudar ainda mais a esses agricultores, tanto na produção com qualidade, como na comercialização, bem como nos trabalhos de conscientização da importância do consumo do alimento orgânico para os consumidores em geral”, disse.

André Barretto avaliou como positiva a produção dos orgânicos do Perímetro Piauí, “ mas acredito que esses agricultores devem trabalhar de forma mais organizada e coletiva, como tem que acontecer em uma OCS”, completa. Em relação ao Estado, comentou também que já são 19 OCS em Sergipe e mais duas estão em fase final de aprovação. Uma delas é a do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, onde os irrigantes da Cohidro, que criaram a Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5), receberam a mesma visita da CPOrg-SE no último dia 20 de maio. Ele adiantou que até o final do mês de julho, estes agricultores agroecológicos do Alto-Sertão receberão seus certificados os autorizando à comercialização de orgânicos.

Outro membro da CPOrg-SE presente na visita foi a professora doutora Eliane Dalmora, do IFS. A bióloga, além de atuar na fiscalização e regulamentação dos produtores orgânicos no Estado, também coordena um projeto de pesquisa acadêmica que envolve os irrigantes do Perímetro Piauí, o “Sementes da Terra”. “Pertenço à Comissão, mas temos um trabalho de preservação das sementes crioulas com os integrantes da OCS de Lagarto, focado, dentre outras variedades, na horticultura. Nesse projeto introduzimos algumas práticas de manejo orgânico, que os auxiliam a produzirem melhor”, conta.

Na Organização de Controle Social, como o nome já diz, os próprios produtores têm a obrigação de refletir sobre os modos de produção, e por isso, visitas às áreas dos demais componentes do grupo são estratégicas para troca de experiências, em que um pode corrigir os erros do outro”, explica o técnico agrícola da Cohidro alocado no Perímetro Piauí, José Raimundo Pereira de Matos. “Se um componente do grupo não estiver cumprindo as normas da produção orgânica, ele terá que ser notificado pela própria OCS para que num momento posterior seja eliminado desse grupo”, revelou ele que é o responsável pelo acompanhamento e registro dos orgânicos em Lagarto.

A gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, Sônia Loureiro, é membro representante da Companhia na CPOrg-SE. Ela é uma das principais responsáveis pela viabilização da produção orgânica no Perímetro Irrigado Piauí e pela formação da OCS-CSS. Para ela, esta visita técnica à Lagarto veio em boa hora, pois o grupo estava precisando de um estímulo, já que esta “autofiscalização” na OCS-CSS, não estava acontecendo da forma ideal como se pretendia.

“Estamos fazendo estas visitas para ver de perto, quem está disposto a continuar trabalhando de forma coletiva e assim poder avaliar, quem tem realmente interesse em continuar participando da OCS. Tenho certeza que, se pelo menos uma vez ao ano as OCS’s forem visitadas pela CPOrg-Se, os agricultores ficarão bem mais confiantes da importância e da força que eles têm e se sentirão estimulados a continuar melhorando ainda mais, pois hoje alguns já têm consciência dos riscos da agricultura convencional e das vantagens da produção orgânica”, elucidou a agrônoma Sônia Loureiro.

Quem não quer sair da OCS e garante a autenticidade dos seus produtos orgânicos é o irrigante pela Cohidro João Pacheco, um dos visitados pela CPOrg-SE. “Quem trabalha errado, não fica no mercado. Quem oferece na feira um produto orgânico sem ser, logo é descoberto. Eu não vejo problema em virem visitar minha horta, porque sei que estou trabalhando correto”, estabelece o produtor agroecológico que desde o ano 2000, é referência em Lagarto, tanto que recebe vários outros agricultores interessados na produção livre de agrotóxicos para conhecer sua plantação, a exemplo do Bio5 de Canindé.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, relaciona o aumento do número de irrigantes orgânicos a mudança no comportamento da sociedade nos dias de hoje. “O produtor está consciente dos riscos que corre quando usa defensivos químicos e quando falamos de pequenas plantações, é inviável aderir às tecnologias nas quais máquinas fazem a aplicação do agrotóxico e livram o agricultor do contato direto. Por isso a agroecologia é a prática ideal para a agricultura familiar. Por outro lado, o consumidor é cada vez mais conhecedor dos benefícios que a alimentação saudável lhe traz. Por isso tem-se consumido mais frutas, legumes, verduras, porque esse consumidor já sabe que vai encontrar muito mais qualidade quando estes alimentos são orgânicos”, comenta.

Feiras orgânicas
Depois de ter ido ao Perímetro Califórnia em Canindé avaliar o trabalho dos irrigantes do Bio5 e também ter visitado assentamentos rurais onde há produção orgânica em Umbauba, Estância e Itaporanga d’Ajuda, o Técnico do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Dsan) da Seides e coordenador estadual do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA-Frutos da Terra), Lucas Aroaldo Dantas Cavalcante, teve a oportunidade de conhecer os agricultores orgânicos da OCS-CSS.

“Nossa Feira da Agricultura Familiar em Aracaju é de base agroecológica, mas em dois novos locais que vamos implantar, serão feiras restritas só a fornecedores orgânicos e para tal, precisamos de mais produtores catalogados. Agora, fechando o ciclo de visitas, vamos finalizar o relatório e determinar quais grupos de agricultores está capacitado para fornecer os produtos orgânicos. A PMA cedeu os espaços físicos no Parque Augusto Franco (Sementeira) e no pátio do Museu do Mangue, localizado no Bairro Coroa do Meio e a Seides entra com a estrutura e os comerciantes orgânicos”, explicou o agrônomo Lucas Aroaldo.

Produtor orgânico do Piauí e que já comercializa na Feira da Agricultura Familiar em Aracaju, é Delfino Batista. Ele conta que a criação desta feira exclusiva, para produtores orgânicos certificados, é uma reinvindicação antiga do seu grupo e agora vê com ânimo a parceria entre PMA e a Secretaria. “A intenção é boa e já tínhamos conversado com a Seides sobre isso. Garanto a procedência dos meus produtos orgânicos e não tenho nada para esconder. Recebo sempre os repórteres para mostrar a minha produção, pois sei que estou seguindo as recomendações para continuar dentro da OCS e vender em uma feira só de orgânicos”, avalia ele que também vende quinzenalmente no pátio da Cohidro, na capital e atua em mais 3 feiras em Lagarto.

Outra feira orgânica que tem pretensão de voltar a acontecer será a realizada pela Prefeitura de Lagarto. O diretor de Desenvolvimento Rural da Semader, Adelino Barbosa, acompanhou a visita da CPOrg-SE e comenta o interesse da Administração Municipal no cultivo agroecológico. “Queremos, em parceria com a Cohidro, reativar a feira orgânica de Lagarto. Além disso, temos um projeto de manter hortas comunitárias nas escolas da rede municipal”, disse, explicando que a intenção é a de reforçar a merenda escolar nas unidades de ensino e também criar hábitos alimentares saudáveis nos estudantes, aliados a conscientização da ecologia na agricultura.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:10.

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