PAA: irrigação pública estadual produzirá alimentos para doar a 24 mil pessoas carentes em 2016

Na APPIP os agricultores entregam os produtos que são pesados, registrados e no mesmo dia são recolhidos pelas entidades beneficentes – Foto Ascom-Cohidro

A Superintendência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Sergipe visitou associações de agricultores em Lagarto e Malhador. Eles tanto são irrigantes atendidos pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), quanto vendem sua produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade “doação simultânea”. Em reuniões e entrevistas, o Órgão Federal visou orientar fornecedores e receptores nesses dois projetos que permitem a doação de alimentos para mais de três mil famílias carentes.

Dentro dos perímetros irrigados da Cohidro atualmente estão em andamento, na etapa de entrega de alimentos, quatro projetos do PAA e existem outros dois analisados e em fase de homologação e pagamento pela Conab, na Superintendência Regional de Sergipe. Nestes já aprovados, são 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar recebendo, até o final do ano, um total de 648 toneladas (ton) de alimentos fornecidos por 171 produtores, remunerados com recursos federais em R$ 1.367.445,00 de forma parcelada, uma parte a cada entrega. Para tanto, 13 órgãos públicos ou entidades sem fins lucrativos intermediarão as doações nas comunidades que atendem em Lagarto, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Pedra Mole e Itabaiana.

Em Lagarto, o superintendente Estadual da Conab, Emanuel Carneiro, explicou que é função da Companhia fazer visitas aos projetos em andamento ou que ainda serão implantados. “Nós solicitamos essa reunião para que fosse discutido o PAA, na sua essência. Se funciona, quais são as atribuições dos produtores, quais são as obrigações do recebedor, toda a normativa para que o projeto possa transcorrer da melhor forma possível e atender os objetivos, que é justamente atender a comunidade carente que necessita de uma complementação da alimentação”, considerou.

Emanuel tem avaliado como muito boa a atuação dos agricultores dos perímetros irrigados no PAA. “O presidente (da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP) é um parceiro nosso já há alguns anos, mas também a Cohidro é fundamental nesses projetos dos perímetros irrigados. Em Canindé do São Francisco, inclusive, nós já estamos analisando o projeto e vamos visitá-los ainda neste ano”, disse o superintendente, se referindo a proposta ao Programa feita por 24 irrigantes do Perímetro Califórnia, para fornecer 77 ton de alimentos. ”Eu acredito que nos próximos 30 dias esse projeto esteja já funcionando”.

O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, expõe que nos dois projetos, propostos pelas associações dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI) e dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa Do Forno, eles assumem fornecer quase 160 ton de alimentos para 5,8 mil pessoas em insegurança alimentar, assistidas pelos centros de referência de Assistência Social (CRAS) de Canindé, de Nossa Senhora das Dores e no Hospital e Maternidade São José, em Itabaiana. Neste último caso, as doações serão para o preparo de refeições aos pacientes.

“São 59 produtores irrigantes dos perímetros Califórnia e Ribeira inscritos em dois projetos aguardando homologação e o pagamento de R$ 472 mil (R$ 8 mil para cada), pela venda garantida de produção durante um ano. Dos aprovados, além da APPIP, temos outras duas associações de Itabaiana, no perímetro da Ribeira e mais a Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador. Todos fazendo entrega para o PAA”, assinalou Sandro Prata.

Lagarto
“Esse projeto da APPIP, se comparado aos que nós temos em funcionamento, é o maior que a Conab tem hoje no Estado de Sergipe. Atendendo 69 produtores e várias entidades. A Cohidro é um parceiro importantíssimo nesse contexto, se não fosse a Cohidro aqui, não teríamos este êxito. Nós sabemos das dificuldades que o produtor tem, o agricultor não é comerciante, ele é agricultor, então ele necessita de apoio técnico e a Cohidro tem feito isso de uma forma excelente em todos os perímetros que ela atua”, relatou o superintendente Emanuel Carneiro. A Conab investe nesses agricultores do Perímetro Piauí R$ 551.450,00, para que produzam 296 ton de alimentos, doados para 6.860 pessoas assistidas por seis instituições socioassistenciais de Lagarto.

Participou da reunião, realizada na sede recreativa da APPIP no dia 12, a coordenadora do CRAS 1 de Lagarto, Marta Catarina Dantas de Almeida. Ela foi convidada pela Associação para divulgar aos produtores o trabalho que a entidade faz, falando “sobre o que é o papel do CRAS, de estar distribuindo os alimentos para as famílias. Vim passar para os agricultores mais uma força, um incentivo”, relata, confirmando a função social no PAA, ao justificar que as doações chegam sim até as pessoas. ”Falei da importância dos alimentos para essas famílias, do quanto está sendo bom para elas”.

O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, estabelece que além das pessoas que recebem o alimento, o produtor também se beneficia no PAA. “É um preço fixo por cada produto e que não varia com o mercado. Se um preço cair, o que é bastante recorrente, o produtor não leva prejuízo como acontece quando ele vende para os atravessadores. Isso facilita muito o planejamento das suas plantações, ele pode programar sua produção durante toda vigência do contrato com a Conab sabendo que receberá seu repasse, toda vez que fizer uma entrega à doação simultânea”, argumentou.

Josileide Martins de Carvalho Nascimento (Dona Dicuri) reconhece essa vantagem no PAA. Ela é agricultora irrigante no Perímetro Piauí e entrega coentro, couve e alface e diz que já contabilizou mais de 300 quilos de alimentos à doação, cerca de 40 por semana. “Essa é a primeira vez que participo e digo que compensa, vale apena”, contou. Na reunião com a Conab, considerou importante ter esse tipo de encontro. “É bom porque a gente fica sabendo mais ainda, ficou por dentro do assunto. Eu sei que está tudo certo, guardo os documentos numa pastinha, é bom ter o controle. O pagamento está indo bem, entrego numa semana e recebo na outra”, completou.

Para o presidente da APPIP, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), a reunião serviu para melhorar o conhecimento que tinham do PAA e reforçar a importância do Programa. “A partir de agora todo mundo vai se organizar mais, vai procurar colocar mais produtos, produzir mais. É uma alegria muito grande receber o superintendente da Conab do Estado aqui na nossa Associação, pela primeira vez. Ele veio esclarecer nossas duvidas e nós ficamos agora tranquilos, todo mundo está consciente do seu papel”, avaliou, reforçando estarem recebendo os pagamentos corretamente, após cada entrega.

José Carlos Felizola Filho, diretor-presidente da Cohidro, considera que a cooperação dada pela Empresa, ao PAA, vá além do auxílio técnico para a elaboração dos projetos. “Para produzir com a variedade e quantidade de alimentos que esses agricultores se propõe à Conab e durante um ano, em Sergipe não há como plantar sem irrigação. A irrigação pública, oferecida pelo Governo do Estado, propicia essa garantia para esses pequenos produtores, de que eles podem assumir o compromisso com o Conab e com as entidades beneficentes que, por sua vez, poderão se comprometer com as pessoas que atendem, de que esse alimento vai chegar nas suas mesas”, relevou.

De Malhador para Areia Branca
Cerca de 750 famílias em situação de insegurança alimentar em Areia Branca estão recebendo alimentos doados pelo PAA. Doações que são produzidas por agricultores da Astrapicica, de Malhador. Eles são todos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II e repassam os produtos para coleta realizada pelo CRAS do município vizinho. Raine Costa é coordenadora da entidade beneficente e acompanhou a Conab na visita feita à a Associação, no dia 15.

“O projeto é bastante organizado e vem beneficiando famílias carentes. Ele contribui bastante para essas pessoas que estão numa situação nutricional delicada. A gente que trabalha na Secretaria de Assistência Social conhece de perto a realidade dos habitantes de Areia Branca”, destacou, acrescentando que a doação é feita priorizando os mais necessitados. “Nós procuramos primeiro ir aos povoados, que tem uma maior necessidade. A gente entrega praticamente na porta de cada um e como a Associação nos repassa produtos de ótima qualidade, a população dá um bom retorno, eles estão bastante satisfeitos com o projeto”, reforçou Raine Costa.

PAA em Lagarto vai doar 296 ton. de alimentos via Perímetro da Cohidro

Entrega às entidades socioassistenciais – Foto: arquivo Gildo Almeida

Com objetivo de fornecer uma dieta balanceada e composta por alimentos saudáveis e naturais, com origem no próprio estado e destinada a populações em situação de insegurança alimentar, o Governo Federal, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desenvolve a modalidade “doação simultânea”, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Deste modo, a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, já entregou 84 toneladas de sua produção agrícola gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem 6.860 pessoas.

Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, quando terá que atingir as 296 toneladas de alimentos doados. Para participar, as entidades representativas dos agricultores propõem à Conab um projeto onde dizem o quanto podem fornecer, em produtos, durante um ano. Baseado neste volume, eles identificam o tamanho da população que podem beneficiar, por meio das doações e então definem as entidades, legalmente aptas a receber, que se enquadram neste perfil. Um planejamento complexo, onde a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o Perímetro de Lagarto, auxilia os irrigantes do Piauí e dos seus outros polos irrigados.

Obedecendo a uma tabela regional, o PAA remunera esses produtores a cada nova remeça de alimentos. Dinheiro que antes de começar a vigorar o contrato, é depositado em conta-conjunta bloqueada, como uma certeza de recebimento ao produtor. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, ser agricultor assistido pela Companhia Estadual, é uma segurança a mais ao Programa. “Para a Conab, nossos irrigantes são mais confiáveis de que vão cumprir o que foi proposto pelo projeto, graças à água ofertada pela irrigação pública. Uma garantia de produzir alimentos durante todo ano, ininterruptamente”, avalia.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445,00, como revela o Chefe da Divisão de Agronegócios da Empresa, Sandro Luiz Prata. “Além dos projetos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos, para entrar em vigência já em 2016: outro do Perímetro Irrigado Piauí de Lagarto, no Jacarecica II, em Malhador e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

Somadas todas as entregas realizadas pela APPIP neste acordo, R$ 551.450,00 serão divididos entre os 69 fornecedores inscritos. Uma garantia de compra da produção agrícola e por valores que não sofrem as variações provocadas pela especulação dos atravessadores. Mas ainda existe uma recompensa além da renda para esses agricultores: a de poder participar de um acordo que beneficia pessoas carentes. Para o presidente da Associação de Produtores, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), “está sendo uma benção. Comunidades que nunca tinham visto um projeto desses, agora estão numa alegria só. Estão radiantes com a qualidade dos produtos que estamos entregando”, relatou o dirigente da entidade que está executando seu quinto ano de participação no PAA, o 11º contrato em que tanto produtores irrigantes do Piauí, como a população carente de Lagarto, estão sendo contemplados.

É o que está acontecendo com os atendidos pelo Centro de Referência de Assistência Social José Francisco Rodrigues (Cras I) de Lagarto, onde a coordenadora da instituição, Marta Catarina Dantas de Almeida, elenca o perfil da população que recebe os alimentos quinzenalmente. “São pessoas muito carentes, que a gente já acompanha. Muitas são famílias que vivem só do Bolsa Família, em extrema pobreza. Isso levando em conta atender os locais mais próximos, para facilitar que eles tenham acesso”, explicou enumerando que são 1.300 pessoas dos bairros Jardim Campo Novo, Albano Franco, Loyola I e II, os assistidos com a doação de um total de 56 toneladas de alimentos e onde “o resultado está sendo positivo, a população está muito satisfeita”, completou.

Investimento no homem do campo

Recentemente, o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, pode ver de perto o trabalho de recolhimento e aferição do volume e qualidade dos produtos entregues pelos produtores, filiados da APPIP. “São mobilizações que justificam tudo que foi e ainda é investido, de recursos do Governo do Estado, na agricultura e irrigação pública. Forma consciência no agricultor de que é preciso se organizar, planejar, e ainda entender que aquilo que produzem serve também para combater a fome daqueles que são mais necessitados. Soube que em Sergipe, o acompanhamento realizado pela equipe da nossa Empresa é modelo de organização, exemplo a ser seguido nos projetos fora da nossa área de atuação. Tenho que parabenizar esses dedicados técnicos pelo trabalho que nos orgulha”, considerou.

Um dos que são assistidos pela Cohidro é Jodeclan Silva Santos, produtor rural no Perímetro Piauí que pela segunda vez que entrega para um projeto do PAA da APPIP. Para ele, o Programa auxilia na rentabilidade do agricultor. “Está ajudando bem. O que muda é que aqui na entrega é o preço, que está garantido. No atravessador todo dia muda o preço”, avaliou o irrigante que tem fornecido, em todo dia de entrega de produtos, uma média de 500 quilos de batata-doce, 60 de cebolinha, 80 de couve e 40 de alface. Ainda pela manhã ele chega à sede da Associação com alimentos que colhe bem cedo, fazendo com que as entregas às entidades, no início da tarde, sejam de produtos sempre fresquinhos.

Essa ajuda à população rural vai além da renda. Há casos em que o PAA auxilia no fornecimento de alimentos a famílias residentes no campo e em situação emergencial, sem acesso à suplementação alimentar necessária. É o caso dos povoados Boieiro, Barro Vermelho e Quilombo, também em Lagarto. Segundo Sandro de Oliveira Chagas, presidente da Associação Comunitária e Produtiva do Boieiro, nas localidades o solo e pedregoso, até para o pasto da criação de gado, principal atividade rural praticada no local. “A criação depende tudo de ração. 90% trabalham na roça própria, mas na nossa comunidade se plantar, não dá”, justificou.

O dirigente considera importante o apoio da Cohidro à APPIP, a quem primeiro procurou por ajuda e a Conab, por terem beneficiado Lagarto com este Programa, que diz só ter elogios. “Esta sendo conforme foi elaborado no projeto: no horário estabelecido e os produtos de boa qualidade, produtos de primeira. Não tem esse que viesse estragado, vem tudo organizadinho. A gente só tem a agradecer esse projeto maravilho e queremos ver se a conseguimos renovar de novo”, frisou Sandro Chagas, que representa os 1.960 moradores que vão receber, até o final do contrato, 84.564 quilos de alimentos.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, diz ser constante a atuação dos produtores em projetos de garantia de compra, como o PAA. “Temos a APPIP, mas também existe a Cooperativa de Produtores e a Associação de Produtores Orgânicos que sempre fornecem alimentos tanto nesta modalidade, de doação simultânea como no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), via Prefeitura. A Cohidro incentiva e está aqui para auxiliar e intervir em favor deles”, estabeleceu ele, informando que, no projeto em vigência, ainda são favorecidos o Cras 2, o Povoado Olhos D’água e adjacências, a Pia União dos Pobres de Santo Antônio e a Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância, todos em Lagarto.

Veja um álbum de fotos completo abaixo:

Alunos da UFS expõem resultado de pesquisa no Perímetro da Ribeira

Estudantes palestraram para os agricultores

Manejo e proteção do solo, uso racional e protegido dos agrotóxicos, associativismo e sustentabilidade, foram os temas abordados pelos alunos do Curso de Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em um ciclo de palestras. Um evento promovido como complemento à apresentação de um trabalho de conclusão de mestrado, avaliando esses aspectos no Perímetro Irrigado da Ribeira, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana. A atividade ocorreu neste local, na manhã desta terça-feira, 24, tendo como público os agricultores irrigantes do polo agrícola.

Orientado pela Professora Doutora Laura Jane Gomes, da UFS, Paulo Silas Oliveira da Silva fez sua dissertação de mestrado avaliando a sustentabilidade da agricultura no Perímetro da Ribeira. Na sua pesquisa, 40 produtores irrigantes foram ouvidos sobre o tipo de agricultura que estava sendo praticada e foram feitas análises de solo no lote de cada um desses produtores. O evento também serviu para a entrega dos resultados desses exames laboratoriais, custeados pelo projeto do mestrando. Neste retorno dado aos consultados, o pesquisador se dispôs a explicar cada item avaliado no teste de solo.

“O Poção da Ribeira foi escolhido devido a sua real importância para a produção de gêneros hortícolas que abastecem tanto a grande Aracaju quanto outras regiões de Sergipe, Bahia e Alagoas. No entanto, mesmo diante da proximidade com a capital o acesso às tecnologias para produção agrícola de modo sustentável é escasso”, relata Paulo Oliveira em relação ao adequado e racional uso do solo, água e defensivos agrícolas. “De maneira que esse estudo também teve por objetivo dar voz aos agricultores irrigantes e visibilidade social aos problemas enfrentados por estas populações que, de forma generalizada, alimentam o Estado de Sergipe, sobretudo a grande Aracaju”, complementou.

Gerente da Ribeira, Augusto Cesar Rocha Barros convidou os agricultores do polo irrigado ao evento, onde auxiliou na explicação do significado dos termos usados pela análise de solo emitida aos agricultores, assim como as medidas cabíveis. “Para olerícolas, o pH (acidez) do solo tem que estar entre 5,5 e 7. Se estiver muito abaixo, tem que corrigir com calcário. Acima, tem que tirar o calcário e fornecer muita matéria orgânica”, advertiu. Na primeira palestra, tratando do estudo do solo, o servidor da Cohidro também complementou a fala dos estudantes. “A sorte aqui do Perímetro é do solo ser profundo, e com isso o efeito com o desgaste, causado pelo excesso de irrigação e plantio, é mais lento”.

Fabiana da Silva dos Santos é aluna do 4º período em Engenharia Florestal da UFS e cursa a disciplina “Extensão e Fomento Florestal”, lecionada pela Doutora Laura Jane. Sua turma foi direcionada pela Professora a fazer trabalhos acadêmicos, dividindo em três tópicos a extensa dissertação do mestrando João Oliveira. O grupo dela visitou o perímetro, anteriormente, coletando mais dados e durante o evento apresentou o resultado disso, ao falar dos cuidados que o agricultor tem que ter com a conservação do solo que usa para plantar. “Foi produtivo, contribui muito com nossa formação acadêmica, já que a proposta da disciplina é esta: transpor os muros da Universidade”, revelou.

Os alunos, formando outros grupos, trataram sobre o uso de agrotóxicos, focando na precaução que deve ser tomada ao aplicar esses defensivos: usando o traje completo de EPI (equipamento de proteção individual); respeitando os cuidados obrigatórios ao descarte das embalagens, sempre às devolvendo ao fornecedor e a atenção ao grau de toxidade que cada produto tem, dando preferência aos de menor intensidade. Já outra parcela dos estudantes fez trabalho e apresentou, aos agricultores, noções fundamentais sobre o associativismo como meio de sustentabilidade no meio rural.

Produtor rural e presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Povoado São José (AMAPSJ), Paulo de Souza Melo foi um dos agricultores que participaram da pesquisa. Ele conta que no perímetro o histórico do associativismo é negativo, com muitas tentativas de organização popular que fracassaram, embora sua entidade exista desde 2009. “Deu um novo patamar quando aqui três associações fizeram parte do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e estão fornecendo para outras e entidades beneficentes”, afirmou, se referindo ao programa em que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) compra alimentos, durante um ano, para fornecer à população em insegurança alimentar.

A Cohidro assessora e incentiva à participação no PAA em todas as entidades instaladas em perímetros irrigados. A associação de Paulo de Souza tem 34 produtores que vão fornecer 6,4 toneladas de alimentos ao Centro Sócio Cultural de Barra dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole. “Nós temos produzido para o PAA e colaborado na promoção social dos associados no encaminhamento de aposentaria, na procura do sindicato e inscrição nos programas de casa própria”, informou. Sobre o trabalho dos acadêmicos, complementou que “a importância econômica de uma análise de solo é muito grande. Diante do preço dolarizado dos adubos, é preciso saber corretamente o que o solo precisa”.

José Carlos Felizola Filho, presidente da Cohidro, diz contar com a mobilização dos produtores rurais nos perímetros irrigados, para que dessa forma possam progredir mais. “A situação de quem é atendido em um projeto como o Poção Ribeira, é bastante propícia, pela infraestrutura de água para agricultura fornecida pelo Governo de Sergipe. Cabe aos agricultores aproveitarem da melhor maneira possível essa oportunidade de crescer e progredir. Um dos meios é a união, para produzir dividindo os custos e vendendo em grupo, de modo mais competitivo e apto para participar dos programas públicos de compra de alimentos”, analisou.

O agricultor Josivan Freire Santos, também participou da pesquisa dos estudantes da UFS. “Eles perguntaram o que eu usava de agrotóxico, se criava gado. Fizeram muitas perguntas e colheram a amostra de solo. Achei interessante, se for do meu alcance, vou fazer o que sugere a análise”. Ele faz parte da Associação do Povoado Mangueira, inscrita e fornecendo em outro projeto do PAA com 35 produtores, mas entrega também para o Penae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) os alimentos que produz com a família, em quatro tarefas de área irrigada. “Trabalho mais com couve e batata-doce, mas planto também coentro, cebolinha e alface” informou o produtor na Ribeira há quase 30 anos. “Desde o início, quando a Cohidro chegou aqui, meu pai já tinha esse lote”.

Cohidro completa 33 anos de serviços a Sergipe em meio à reestruturação

Estrutura dos perímetros está sendo recuperada – Perímetro Piauí

Responsável pela tarefa de perfurar poços em todo Estado e gerenciar seis perímetros irrigados, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste dia 13 de abril, completa 33 anos atravessando uma fase de reestruturação. Graças ao Proinveste e do “Programa Águas de Sergipe”, está reformando e reequipando suas instalações que pouco sofreram melhorias desde sua fundação, na década de 1980. O financiamento federal ainda está possibilitando a compra de peças e suprimentos para aparelhar suas perfuratrizes.

Nesses seus 33 anos, a Empresa se estabeleceu como um órgão do Governo de Sergipe que, acima de tudo, promove a geração de renda em mais de duas mil propriedades rurais, garantindo sustento para mais de 14 mil pessoas. São seis perímetros irrigados em que a Cohidro fornece irrigação e promove a produção de alimentos com eficiência, tanto que estas unidades produtivas servem de modelo para o desenvolvimento agrícola do Estado, recebendo visitação de produtores rurais e acadêmicos do ramo, querendo conhecer os métodos e práticas lá aplicados.

Mardoqueu Bodano, presidente que comemora também em abril cinco anos à frente da Cohidro, contabiliza o que viu acontecer neste período, como amostra da funcionalidade da Empresa para o desenvolvimento do Estado. “Até 2015, acompanhei cerca de 500 mil toneladas de alimentos sendo produzidas nestes perímetros. Em valores atualizados, são mais de meio bilhão de reais em renda aos produtores rurais. Dinheiro que se transforma em qualidade de vida para a agricultura familiar, salários aos trabalhadores temporários e vendas, que aquecem o comércio no interior”, enumerou.

Segundo o Presidente, essa garantia de produção propiciada pela irrigação pública, além de abastecer o mercado alimentício com itens mais baratos ao consumidor, dá também aporte para que esses agricultores participarem de programas federais, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). “Desde que aqui cheguei, em 2011, vi 2,3 mil toneladas de comida sendo diretamente doadas para alimentarem, por um ano, 2,5 milhões de pessoas em insegurança nutricional. A doação é simultânea via projeto à Conab (Companha Nacional de Abastecimento) que remunerou, neste mesmo período, 1,1 mil produtores irrigantes”, acrescentou Mardoqueu.

Infraestrutura hídrica
Mas a Companhia também fortalece a permanência do agricultor no campo, provendo a água para consumo humano nas localidades mais longínquas do Estado, contribuindo com a saúde destas populações que passam a ter acesso à água limpa. “Até final de 2015, a Cohidro perfurou 3.650 poços tubulares, quase que a totalidade deles na zona rural e de uso coletivo. São localidades onde a Empresa, até hoje, faz o trabalho de manutenção e recuperação em parceria com as prefeituras e as associações de moradores, responsáveis por estes poços comunitários”, afirmou o Presidente da Cohidro.

“Além de evitar que o cidadão abandone o campo por falta de água de beber, perfurando poços, a Cohidro executa o Programa de Recuperação de Pequenas Barragens do Governo do Estado, focado na dessedentação animal. Mais de duas mil aguadas foram reformadas e ampliadas desde 2008, quando começou a ação conjunta entre a Seidh e Seagri (secretarias de estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos e da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca), via recursos do Funcep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza)”, completou Mardoqueu Bodano.

A Empresa ainda se tornou, em Sergipe, a responsável pela viabilização do “Programa Água para Todos”, levando água para o abastecimento de 1,6 mil famílias e emprega R$ 5.016.000 do Ministério da Integração Nacional, com a contrapartida do Governo Estadual de R$ 264 mil, para perfurar e equipar 40 novos poços. “Esta é só a primeira etapa do Programa, que ao todo construirá 107 destes sistemas de abastecimento em 28 municípios. Estamos na fase em que começa a construção da estrutura para prover o abastecimento nos povoados, com bombas, reservatórios e tubulações”, informou ainda o Presidente da Companhia.

Servidores
Titular da Seagri, pasta estadual à qual a Cohidro é subsidiada, o secretário Esmeraldo Leal acredita que, em maior parte, a importância e reconhecimento que tem a Companhia hoje, se deve ao empenho dos seus colaboradores. “Nenhuma empresa existe se não tiver pessoas e o que a gente já sentia, antes de estar oficialmente na Secretaria, é a força que a Cohidro tem, o papel que a Cohidro desenvolve nas regiões, no Estado de Sergipe como um todo. Secretário, pude conhecer e ter contato ainda mais próximo com os funcionários e fico impressionado com o esforço desses homens e mulheres para manter essa Empresa, que é tão estratégica”, avaliou.

Esmeraldo também relaciona a importância da Empresa ao abastecimento de água da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), que compartilha com a Cohidro a barragem ou a estrutura de alguns dos perímetros irrigados. “Por exemplo o Jabiberi, lá em Tobias Barreto que, além de ajudar a produzir em uma região árida, ajuda também na manutenção da água da cidade. O projeto de irrigação acaba tendo uma dupla função estratégica para o Estado. Em Itabaiana, em Canindé e em Lagarto, acontece a mesma coisa, a força da Cohidro acaba ajudando não só a gerar alimentos, ajuda a trazer água potável para os sergipanos dessas regiões”, colocou o secretário.

Proinveste
O Proinveste é uma linha de financiamento que a União ofereceu ao Governo Sergipe, no qual foi destinado para Cohidro R$ 11 milhões, verba que a Empresa vem utilizando para se reestruturar. Quatro dos perímetros irrigados estão recebendo reformas, depois de passarem quase 30 anos sem tais investimentos. Mas esses recursos também estão servindo para compra de equipamentos, tanto para suprir os polos de irrigação, como também para a área de perfuração poços. Mardoqueu Bodano relaciona os investimentos que a Empresa está fazendo.

“Em equipamentos já comprados, são R$ 385 mil em brocas tricônicas que agora equipam nossas seis perfuratrizes, hoje todas em funcionamento. Na aquisição de uma retroescavadeira e um compressor de ar, novos, foram empenhados mais R$ 200 mil. Licitados, são outros R$ 119 mil em bombas submersas, para atender os novos poços. Para novos equipamentos de bombeamento, irrigação, energia solar e veículos de transporte, serão injetados mais de R$ 2 milhões nos perímetros irrigados Califórnia, Piauí, Ribeira e Jabiberi e outros R$ 5,3 milhões, na recuperação estrutural destas mesmas instalações”, informou o Presidente da Cohidro.

Águas de Sergipe
A Cohidro participa de um movimento que pretende tanto recuperar como garantir, às próximas gerações, o acesso aos recursos hídricos na Bacia do Rio Sergipe: o Programa Águas de Sergipe (PAS). Coordenado no Estado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e contado com recursos oriundos de financiamento do Banco Mundial, a Empresa Pública terá R$ 12 milhões para a adequação dos seus três perímetros irrigados inseridos neste ecossistema, mantendo o potencial produtivo sem que sejam afetados pela gradativa redução da água disponível para a agricultura, evitando ainda que esta exploração degrade o meio ambiente.

Em Itabaiana, os perímetros da Ribeira e Jacarecica I terão todo sistema de irrigação trocados para um modelo mais eficiente e econômico: a Microaspersão e serão instaladas válvulas 100% automatizadas, que restringem o uso abusivo de água, reduzindo o atual consumo dos 3.200 metros cúbicos por hectare, para 1.200. “É inevitável que as cidades cresçam, assim como suas populações e isso aumente o consumo de água potável oriunda das reservas hídricas compartilhadas conosco. Por isso são urgentes essas ações em prol da economia, desde já”, concluiu Mardoqueu Bodano, enfatizando que “antes da eficiente, a Cohidro precisa trabalhar de forma responsável”.

Revista Exame aponta Sergipe como novo polo agrícola nacional

A Revista Exame, especializada em economia e negócios, traz o estado de Sergipe como novo polo agrícola brasileiro. A edição de número 1.110, publicada em março, mostra como o agronegócio cresce, apesar da crise, alcança safras recordes e incorpora novos polos, a exemplo de Sergipe, destaque na produção de milho.

Em 2015, o setor colheu uma safra recorde de grãos e fechou o ano gerando um saldo positivo de U$ 75 bilhões na balança comercial. Para este ano, a previsão é que os agricultores colham mais de 210 milhões de toneladas de grãos, quebrando o recorde de produção pelo sétimo ano seguido.

O texto apresenta a produtividade e a eficiência como responsáveis pelo alto rendimento do setor e pelo surgimento de novos polos agrícolas. A publicação cita Sergipe como exemplo novo polo. “O aumento da eficiência continua se disseminando pelo país, incorporando novos polos agrícolas. O mais recente exemplo vem de Sergipe, o menor estado brasileiro em extensão territorial. Atraídos pela possibilidade de ter clientes cativos para sua produção, os agricultores desenvolveram plantações de milho com sementes melhoradas e manejo adequado”, diz a matéria.

A revista ressalta a safra sergipana recorde de milho: mais de 1 milhão de toneladas do grão, que passou a ser chamada de terceira safra por complementar as colheitas de verão e de inverno das principais regiões produtoras do país.

Para o secretário de Estado da Agricultura de Sergipe, Esmeraldo Leal, o apoio do Governo do Estado, por meio da distribuição de sementes e da assistência técnica, é importante para o bom resultado da sara de milho. “O programa de distribuição de sementes de qualidade, o programa de mecanização agrícola, aliados à assistência técnica da Emdagro e Cohidro, e a força e determinação do agricultor familiar são fundamentais para esse resultado. Além, é claro, dos fatores favoráveis no estado, citados na reportagem, como solo fértil e chuvas regulares no inverno, além do importante trabalho da Embrapa, que passou a divulgar os resultados de pesquisas demonstrando o potencial de Sergipe na produção de milho com a adoção de técnicas mais modernas, incluindo o uso de sementes melhoradas”, declarou.

Esmeraldo Leal diz que a produção deste ano será recorde, acompanhando a tendência nacional. “É importante destacar que, mesmo neste período de dificuldade financeira, o Governo de Sergipe vem distribuindo as sementes antes do período das chuvas. Foram entregues 657 toneladas de sementes, em parceria com a Conab, para 40 mil agricultores familiares, um investimento de R$ 4.073.588,00”.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Irrigação da Cohidro vai gerar R$1,3 mi em alimentos para doação

Os produtos são entregues, em média, a cada 15 dias devido a perecividade

Agricultores que são atendidos pela irrigação pública, oferecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), têm oferta de água para produzir alimentos ininterruptamente e na mesma quantidade o ano inteiro. Isso cria uma maior facilidade para eles cumprirem os contratos com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), gerido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na semana passada, mais duas associações de produtores assinaram contrato e três delas iniciaram a entrega de alimentos às entidades beneficentes inscritas.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445. Compromissos em que a Conab remunera os agricultores para que sejam feitos os repasses, duas vezes por mês durante um ano, às entidades sócio-assistenciais credenciadas na homologação das propostas ao PAA e que atendem 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar.

Sandro Luiz Prata, Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, é diretamente responsável por assessorar os produtores na confecção e trâmites burocráticos das propostas enviadas à apreciação da Conab, um serviço que complementa o fornecimento de água e a assistência técnica que a Empresa oferece aos agricultores, nos perímetros. “Além dos contratos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos contratos com o PAA para entrar em vigência já em 2016, no perímetros irrigados: Piauí em Lagarto, em Riachuelo no Jacarecica II e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

O Analista da Conab, Engenheiro Agrônomo José Bomfim Júnior, durante a assinatura de contratos, dia 16, confirmou que a assistência da Cohidro auxilia na composição das propostas oriundas de produtores dos perímetros irrigados e explica que “a reunião foi uma orientação para as entidades que vão participar do PAA e deixando bem claro os objetivos, em termos de não fazer qualquer coisa errada e seguir corretamente o projeto. O dinheiro já está na conta bloqueada das associações e a partir de agora eles podem entregar os produtos que, à medida que já forem prestando contas, nós da Conab iremos liberando o dinheiro,” garantiu.

Contratos assinados

De Lagarto veio a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip) assinar o contrato para passar a entregar, a partir de 22 de março, 296 toneladas de alimentos. Antônio Cirilo Amorim, presidente da entidade, explica de que forma o PAA contribui com o agricultor. “O mercado hoje tem vários preços e na Conab é um preço garantido e vai beneficiar assim, mais de 69 agricultores nesse projeto e mais de seis mil pessoas receberão esses produtos. É muito gratificante, é muito compensador e a gente fica feliz por mais um projeto em Lagarto. Vai para cinco projetos que participamos já, só da Associação”, completou.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considera crucial a Empresa dar este auxílio ao produtor, para atuar neste e em outros programas governamentais que possam trazer benefício ao homem do campo, dentro dos perímetros irrigados. “Faz parte de nosso papel de incentivar a produção agrícola, assim como fazemos fornecendo água e assistência técnica. Para nós, é muito gratificante que esses projetos bonifiquem os produtores, com preços justos pela riqueza que é fruto do seu trabalho. Muito melhor quando sabemos que a Conab beneficia a população carente com esses alimentos, produzidos com o nosso apoio”.

A outra entidade que acaba de assinar contrato é a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, formada por agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana. O presidente, José Silva de Menezes, vê no PAA uma forma do produtor evitar os intermediários. “Atravessador só quer comprar barato e como esse dinheiro da Conab vem para os agricultores, é bom por que o preço sai mais caro. Porque tem tempos mesmo lá que são baratas demais as plantações e na Conab é fixo. Bom para a gente, que coloca e mais ainda para quem recebe, que é gente carente”, avaliou.

Entregas

A Associação do Povoado Mangueira foi uma das que, na quinta-feira, 18, fez a sua primeira entrega de alimentos, diretamente a três entidades beneficentes também de Itabaiana. Foram, por exemplo, 565 quilos de Cenoura, mesma quantidade também de Quiabo e Vagem; 525 de Inhame e ainda outros 500 de Batata-doce. Totalizando, foram mais de sete toneladas de 16 alimentos variados, compondo uma dieta básica para doação in natura à população assistida pelas ONGs. Até o final da vigência de um ano do contrato, serão 113 toneladas entregues só por estes 35 agricultores da Ribeira.

No mesmo dia e no mesmo Perímetro Irrigado, outros 34 produtores da Associação dos Moradores e Amigos do Povoado São José (AMAPSJ) entregaram também Aipim, Pimentão, Rúcula e mais 13 tipos de alimentos, totalizando 6,4 toneladas. Produtos doados, pelo vínculo do PAA, ao Centro Sócio Cultural de Barra Dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole, entidades que vão dividir as 103 toneladas produzidas por estes agricultores irrigantes da Ribeira, até o fim do contrato.

O agricultor José Carlos Xavier é irrigante da Ribeira e fez a entrega de 10 sacos, de 50 quilos, de Batata-doce. Fará este mesmo processo duas vezes por mês, durante um ano. Ele conta que agora, que é verão e o produto é mais valorizado, o preço de mercado até supera o valor pago pela Conab, mas isso não garante um ganho estável durante todo ano, como proporciona o Programa. “Recebo R$50 pelo saco, serão R$ 8 mil sem os impostos, bruto, até o final do projeto. Vale mais a pena no inverno, quando o preço de mercado baixa”.

Em Malhador, no dia 16, a Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica) também fez sua a primeira entrega do ano ao PAA e iniciou a temporada 2016 de doações nos perímetros da Cohidro. Neste projeto, os produtos são destinados a 3,5 mil pessoas assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. São 33 agricultores irrigantes que vão fornecer, durante um ano, 135.700 quilos de alimentos como Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora, Abobrinha e outros.

Irrigantes da Cohidro vão doar 648 toneladas via Conab

Evento reuniu agricultores, representantes das entidades beneficentes e técnicos da Cohidro e Conab

Representantes de associações de produtores rurais dos perímetros irrigados e de entidades beneficentes estiveram reunidos quarta-feira, 13, com os diretores das companhias de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Nacional de Abastecimento (Conab). Na sede da Estatal Sergipana, houve a assinatura de dois contratos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) federal, que consolidou a doação de quase 240 toneladas de alimentos, beneficiando mais de sete mil pessoas em insegurança alimentar durante um ano.

Esse montante é só parte dos contratos que em 2015 foram liberados, pela Conab, para execução. Ao todo foi autorizada a compra 648.265 quilos de alimentos, de 171 produtores irrigantes, sob a remuneração total de R$ 1.367.445 e que beneficiarão, pelos 12 meses de vigência de contrato, 18.260 pessoas. São agricultores que cultivam nos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Ribeira em Itabaiana e Jacarecica II, estes de Malhador. Serão beneficiados com cestas de alimentos in natura ou na preparação de refeições, os assistidos por entidades beneficentes de Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Lagarto, Itabaiana e Areia Branca.

Emanuel Carneiro, Superintendente Estadual da Conab, ressaltou a longa parceria entre as duas Companhias, onde a Cohidro assessora os agricultores a formalizarem os seus projetos para o PAA, na modalidade de “doação simultânea”. “Fizemos hoje a assinatura da ata que autoriza o inicio da doação dos produtos. Então, a partir de agora, essas instituições já estão aptas a entregar os produtos. À medida que eles prestam conta, é feito o faturamento na nossa unidade e automaticamente a gente já autoriza o banco a desvincular e liberar o valor relativo aquela prestação”, disse.

Astrapicica

A Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica), de Malhador é a proponente do projeto de PAA no valor de R$ 263.995, correspondente a compra de 135,7 toneladas de alimentos de 35 agricultores, para a doação simultânea beneficiando 3,5 mil pessoas. Luiz Alves de Oliveira, presidente da entidade, conta que ele os produtores envolvidos no projeto conseguem melhores preços para o Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora e Abobrinha, na as entregas.

“Para nós, é muito benéfico, porque conseguimos nos livrar do atravessador, que não vai mais em nossa porta. Compensa muito, já tem ano que o atravessador está comprando o saco de Batata-doce por R$ 10, e a Conab comprar por R$ 32. A vigência do contrato é de um ano e assim o preço que fica assegurado para este período”, contou Luiz Alves, que explica que a Empresa Sergipana atua em toda elaboração do projeto. “O que mais ajuda a gente é a credibilidade da Cohidro, esse projeto feito por Sandro tem muita facilidade de ser aceito, a Conab acredita no projeto”, completou.

Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata informa que a Astrapicica é uma associação que está ativa no PAA desde 2009. “A entidade participou do PAA propondo cinco projetos, totalizando R$ 873.510 pagos aos 207 produtores, correspondente a mais de 500 toneladas de alimentos doados a quase 20 mil pessoas”, confirmou o Técnico que na Empresa. Ele atua indo até cada uma das associações para reunir produtores, assessorando na formalização dos seus projetos e orientando de que forma deverão se comportar, depois das propostas aceitas.

Neste projeto a entidade que receberá os alimentos é o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. O Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Meio Ambiente, José Agnaldo dos Santos, na reunião representou a beneficiaria. “A gente vai entregar a três povoados bem necessitados. A prefeita esta maravilhada e com urgência para entregar, porque são muitas pessoas para receber na comunidade. Vai ser uma distribuição feita anotando no documento, pra depois a gente prestar conta tanto à Cohidro quanto a Conab”, advertiu, comunicando ser a quarta doação simultânea do PAA que participam em menos de um ano, antes recebendo suco de uva, leite em pó e feijão.

Até 2013, Sergipe era atendido pela Conab na Bahia e o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considerou que a vinda de uma unidade da Companhia para o Estado só contribuiu com as equipes da Cohidro e as entidades proponentes e beneficiadas. “O Governador Jackson Barreto foi excelente ao cobrar do Governo Federal e assim viabilizar a vinda de uma Superintendência para nosso Estado. Isso facilitou muitíssimo o acesso aos programas e para nós, foi um voto de confiança em nossa capacidade de gerir os projetos para receber os recursos. O que retribuímos com o trabalho, instruindo e auxiliando cada vez mais agricultores para serem proponentes”.

Povoado São José

Paulo Souza Melo é o presidente da Associação dos Moradores de Amigos do Povoado São José, que é a outra entidade proponente ao PAA que possui recursos já liberados para a comercialização dos alimentos. Para o produtor e líder do grupo participante pela terceira vez com um projeto, é um benéfico que compensa para o agricultor. “A estabilização dos preços seria uma das vantagens. Em poucas oportunidades o preço de mercado está maior que o pago pela Conab. E a Cohidro tem um papel primordial, na elaboração dos projetos, no acompanhamento, na distribuição, inclusive na arrecadação dos produtos. Sem a Cohidro dificilmente se realizaria esse trabalho”, revelou.

“Formada por agricultores irrigantes do Perímetro da Ribeira, em Itabaiana os 34 produtores da Associação vão fornecer 103.175 quilos de alimentos, sub uma remuneração de R$ 272.000 que vai beneficiar 3,6 mil pessoas atendidas pelo Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole”, informou Sandro Prata da Cohidro.

Sandro assinala que também já possuem projetos, liberados para execução, a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, também do Perímetro da Ribeira e a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), esta de Lagarto. “Ambos projetos somam mais de R$ 800 mil em recursos para adquirir alimentos em quantidade superior a 400 toneladas. Estão somente aguardando a liberação da verba federal, o que pode ocorrer à qualquer momento”, acrescentou.

Lania Ribeiro é assistente social e gestora de projetos sociais da Entidade da Barra dos Coqueiros, que prepara refeições para as crianças da creche e aos jovens que participam de oficinas culturais ou da programação da Rádio Comunitária que fica na sede do Centro, ou então o alimento que recebem das doações é distribuído às famílias de baixa renda da mesma comunidade. Esta será a segunda vez que a ONG participa como beneficiária de um projeto de “doação simultânea” oriundo de um perímetro irrigado da Cohidro.

“O que a gente sempre conta, é que tem uma grande diferença de quando a gente passou a receber os alimentos e antes. A qualidade da alimentação na comunidade que a gente atende mudou muito, dos idosos e principalmente das crianças, que chegam lá de manhã sem ainda terem feito uma refeição e a gente tem alimentação para oferecer. Da nossa parte, é um trabalho sério de preparo, de distribuição e principalmente de conservação, para não haver desperdício ou qualquer perda”, relatou Lania Ribeiro.

Balanço do PAA

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista que desde 2008, quando a Empresa passou a prestar assessoria aos produtores proponentes ao PAA, os perímetros irrigados comercializaram mais de 3 mil toneladas de alimentos, que foram doados para 114.977 pessoas e que remuneraram 1.284 agricultores em quase R$ 6 milhões. “Quero agradecer a minha equipe que cuida destes projetos: o Sandro, a Gerente de Desenvolvimento Agrícola Sônia Loureiro e os gerentes dos perímetros irrigados, pelo excelente trabalho que têm feito. Aqui o programa sempre foi muito bem-vindo, porque é fantástico, tanto beneficia o produtor como às entidades”.

Cohidro e UFS em Lagarto mantêm farmácia viva para estudos fitoterápicos

O encontro terminou com a realização de didáticas de grupo 1

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo
A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

Convênio entre Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Movimento Popular de Saúde (Mops), criou uma coleção viva de espécies vegetais com aplicação fitoterápica, junto ao escritório do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Empresa Pública em Lagarto. No último sábado, 19, aconteceu no local o segundo encontro das turmas do Curso de Extensão de Práticas Interativas, dos campi Lagarto e São Cristóvão, com a participação da pesquisadora Fátima Guedes, de Parintins-AM.

A Farmácia Viva serve como laboratório de estudo para os alunos do Curso de Farmácia e do Curso de Extensão da UFS em Lagarto. Para reunir cerca de 50 espécies de plantas, foi válido tanto o conhecimento dos pesquisadores ligados à Universidade e Mops, como também a contribuição das famílias de agricultores, alocadas no pólo de irrigação da Cohidro.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto e cuida do projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Cohidro, para produzir as plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora na área no Perímetro Piauí. Ela conta que, além disso, a farmácia viva que toma conta recebe sempre a visita de professores e alunos de outras instituições.

“Hoje são 160 alunos das Práticas Interativas envolvidos nesse projeto e que vêm aqui, onde promovemos as práticas de Fitoterapia, para plantar, cuidar e colher as plantas. Depois disso existem práticas que envolvem o preparo para o consumo e também esse projeto envolve o plantio de mudas para distribuição em outros municípios, onde as prefeituras desenvolvem projetos de farmácias vivas em suas secretarias de saúde, a exemplo de Capela e Poço Verde”, relatou Meirinha.

Explica ela que o grande incentivo ao projeto se deu com a criação da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). Meirinha possui boa parte das 71 espécies que, segundo o Ministério da Saúde, apresentam potencial para gerar produtos farmacêuticos. 12 delas já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) desde 2014. “Dessas 12 tenho em nossa Farmácia Viva a Aroeira, a Babosa, o Guaco, o Hortelã, o Salgueiro e o Plantago, conhecida popularmente como ‘Transagem’”, relacionou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, conhece o projeto e se diz deslumbrado com a ação promovida no Perímetro Piauí. “É impressionante saber que este trabalho que nós fazemos, de fornecer irrigação e assistência técnica no campo, também cria espaço para este tipo de movimento. Este conhecimento da cura por meio das plantas precisa ser resguardado de alguma forma, para que não se perca diante de tantos avanços da indústria farmacêutica. Hoje criam, em laboratório, solução para tudo, mas que não garantem a mesma facilidade de acesso, que uma planta regada no quintal de casa dispõe”, afirmou.

Sabedoria popular
A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, foi quem solicitou à direção da Companhia a autorização para acolher o projeto na área da Cohidro. Para ela, é importante promover este trabalho de resgate da sabedoria popular. “Colaboramos com esta ação da UFS e Mops, porque os produtores também contribuem, trazendo as plantas que tem em casa e conhecendo as demais aqui plantadas. Contribuímos assim para que eles tirem da terra a cura para muitas enfermidades, além do próprio alimento e sustento, garantido pela irrigação pública”, relata.

Cícero Alves dos Santos é agricultor irrigante no Perímetro Piauí e foi até a Farmácia Viva levar um pé de Abre Caminho. “Trouxe porque eu tive que arrancar o pé por falta de espaço, mas a maioria das plantas que preciso tenho lá em casa. Antes eu perdia muita coisa, o espaço é pequeno, agora tenho pra onde trazer”, elucidou. Conhecedor da aplicação das plantas, ele diz que está vendo no jardim criado pelo Convênio, uma maneira de expandir o que sabe e compartilhar com a comunidade essa informação que tem.

Meirinha explica que o Abre Caminho, embora seja bastante usado nos rituais da Umbanda, como o próprio nome popular sugere, tem mais de uma propriedade medicinal, sendo usado na América do Sul, África e Índia como analgésico e anti-inflamatório. “A população já sabe de tudo isso, a gente só precisa lapidar este conhecimento deles, conservar essa informação e oferecer essas alternativas de cura. É disso que nosso Curso de Extensão trata, preparando agentes de disseminação deste conhecimento”, informou.

Encontro dos cursos
Coordenadores, facilitadores e alunos do Curso Práticas Interativas se encontraram na unidade da Cohidro em Lagarto no sábado passado. As turmas do campus local e também de São Cristóvão puderam conhecer melhor o trabalho desenvolvido na Farmácia Viva que vem sendo constituída no Perímetro, além de poder adquirir o conhecimento passado pelos fitoterapeutas, como a amazonense Maria de Fátima Guedes de Araújo. Ela desenvolve trabalho junto do Movimento de Mulheres, Mops e atualmente faz a pesquisa acadêmica de especialização denominada “Vestígios do Curandeirismo”.

Na sua pesquisa, Fátima Guedes busca unir o conhecimento caboclo, do cultivo de ervas medicinais e o indígena, que é extrativista, tirando a cura da mata. Em ambos os casos, ela acredita numa cultura de não agressão aos “outros elementos naturais que constituem a mãe terra, além de nós. Principalmente os ‘engenheiros do solo’, que são as minhocas, formigas, os insetos que promovem a trituração dos nutrientes brutos, para facilitar a transformação feita pelos microrganismos, as bactérias e fungos, para então servirem de alimento às plantas”, considerou ela que no processo de disseminação fitoterápica valoriza o papel da mulher, precursora da agricultura nos primórdios da formação social.

Sergipano de Aquidabã, José Erivaldo de Oliveira passa o conhecimento familiar e de suas pesquisas em Fitoterapia, aos alunos dos cursos de Práticas Interativas, como facilitador. “Meu trabalho é mais focado na identificação de plantas com princípio ativo para uso medicinal”. Para ele, pode ter aplicação como remédio “desde o simples mato, sem valor, até os alimentos que utilizamos, incluindo suas folhas, talos e cascas que não consumimos”, esclareceu ele que também desenvolve atividades de alimentação alternativa. Exemplo dado por ele foi o de fazer um brigadeiro de feijão, para motivar a nutrição das crianças.

Simone Leite é coordenadora Estadual do Mops e do Curso de Extensão no campus São Cristóvão da UFS, que existe há mais tempo que em Lagarto. “Lá já é a sexta turma, aqui a segunda, porém nossa farmácia viva é menor”. Ela conta que participam dos cursos pessoas de diversas ocupações. “Tem gestores de saúde dos municípios, agentes de saúde, lideranças comunitárias, estudantes e professores universitários. Além de Fitoterapia, há cursos de Massagem Terapêutica, Reiki, Acupuntura Auricular e o Cone Chinês”, listou, convidando a todos para 6ª Conferência Estadual de Saúde, de hoje, 23, até amanhã, no Clube do Banese, no Bairro Atalaia em Aracaju. Na ocasião, o Grupo distribuirá mudas e sementes de plantas medicinais.

ExpoLagarto
Recentemente, a Coordenadora Meirinha participou como expositora da 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto2015), no stand da Cohidro. Ela explicou que a intenção principal era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí. Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de Hortelã com Guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de Flor da Colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com Manipueira e ainda o óleo de Arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de Aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Cohidro destaca orgânicos e produção artesanal na ExpoLagarto 2015

Stand da Cohidro tem jardim que expõe as espécies cultivadas no Perímetro Piauí

De sexta-feira a domingo, 4 a 6 de setembro, o Parque Nicolau de Almeida recebeu a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto 2015), que abrigou mostra de animais e julgamento das raças de bovinos, equinos e ovinos, que despontam no meio rural do município e região Centro Sul. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é parte fundamental do que cerceia a produção agrícola local, através do seu Perímetro Irrigado Piauí instalado lá, por isso o stand da Empresa foi das atrações mais ativas e visitadas do Evento.

Com seu stand fixo no Parque, a Companhia participa tradicionalmente da ExpoLagarto, sempre à mostrar aquilo que a irrigação pública propicia aos 421 lotes de agricultores irrigantes no Perímetro Piauí. A atividade agrícola no pólo de irrigação a cada ano se diversifica mais,da mandioca para fabricação de farinha, passando pela grande variedade de pimentas com aplicação industrial, até chegar aos produtos orgânicos. E são estes aspectos os mostrados por meio das espécies que compunham o stand da Cohidro e através de cartazes, panfletos e vídeos produzidos para a Feira.

Mas mereceu destaque nesta edição da Exposição, a novidade de que agora também a produção agrícola do Perímetro da Cohidro está sendo beneficiada pelas famílias de agricultores, agregando valor e gerando novos artigos como doces, compotas, cosméticos e remédios caseiros, feitos a partir de plantas naturais. A inovação não passou despercebida pela Gerência do Piauí, que criou espaço para demonstração e até a venda destes itens aos visitantes, que puderam levar para casa a qualidade e produtos feitos com ingredientes naturais.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira convocou as feirantes-expositoras por reconhecer a seriedade do trabalho delas. “São duas pessoas esforçadas, que além de atuarem na produção agrícola irrigada, como todos os outros, tem estas atividades paralelas e que geram outros produtos. É algo que serve de exemplo e que com a gente divulgando, cria interesse nos outros irrigantes, agricultores e também até gente da cidade, que vendo o resultado pode vir a se capacitar e também aderir a produção caseira de produtos naturais”, justifica.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, concorda e afirma serem constantes as atividades, nos seis perímetros irrigados, buscando capacitação. “Capacitando o agricultor, melhor ele produz. Mas quando isso também é estendido à família, cônjuges, filhos, estamos aparelhando esta família pra crescer, enfrentar melhor as dificuldades e poder contar com mais de uma fonte de geração de renda na zona rural, longe das oportunidades que a cidade oferece. Para tal, estamos sempre contando com o apoio de parceiros como o Sebrae, Senar e instituições de ensino superior, como a UFS”.

Doces caseiros
Josileide de Carvalho, ou Dona Dicuri fez um curso promovido pelo Sebrae Sergipe, em novembro do ano passado e agora vende seus doces nas feiras que participa com o marido, onde já vendiam produtos orgânicos cultivados no lote irrigado. Este diferencial acrescentou mais uma fonte de renda para a família. Estava fazendo tanto sucesso que acabou por ser destacado no stand da Cohidro na ExpoLagarto, em forma de banca para comercialização aos visitantes.

“Foi maravilhoso, gostei demais de participar da Exposição. O pessoal que estava visitando achou que era muito bonito o stand, os visitantes viam os produtos, gostavam e perguntavam se era para vender e eu vendia. Tinham doce de banana, leite, goiaba e mamão. Tanto faço em pedaço e de calda. Dos 40 potinhos que levei, vendeu tudo!” Contou empolgada Dona Dicuri, que faz os doces com frutas que colhe no próprio lote irrigado e quando tem, usa o leite das vacas que criam. “Estou levando sempre nas feiras, quando tem tempo de fazer, pois vende rápido. Até estou tendo que chamar sempre uma vizinha, que me ajuda”, relatou.

Plantas medicinais
Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Rosimeire Barbosa (Meirinha). Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, ela cuida de um projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Companhia Sergipana, para produzir plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade. Ela explicou que a intenção principal de expor era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí.Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de hortelã com guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de flor da colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com manipueira e ainda o óleo de arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Orgânicos
O aspecto que atualmente dá ao Piauí o status de referência de produção orgânica agrícola no Estado, não poderia ficar de fora do trabalho exposto no stand da Cohidro na ExpoLagarto 2015. A Empresa produziu material impresso, banners e vídeos explicando como é feito o trabalho da empresa junto dos agricultores que pertencem à Organização de Controle Social (OCS), reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Órgão Federal forneceu a eles um documento, permitindo a comercialização dos produtos sob a designação de orgânicos, diretamente ao consumidor, ou a partir dos programas de Aquisição de Alimento (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae), geridos pela Conab.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, expõe que não é fácil o trabalho realizado pelos produtores do Perímetro Piauí e que muito da persistência deles se deve ao esforço da Companhia. “Nossos técnicos e engenheiros agrônomos têm um papel constante de acompanhamento do desenvolvimento destes produtores que optaram por produzir alimentos sem o uso de defensivos químicos. O que é até culturalmente dificultado, pois o que não falta é exemplo de gente que acaba por preferir ter menos trabalho, optando por insumos industrializados para produzir”, relatou.

Presenças
Na abertura da ExpoLagarto, sexta, representou a diretoria executiva da Cohidro, o seu Diretor de Infraestrutura (Dinfra) e Mecanização, Paulo Henrique Machado Sobral. Ele ficou bastante impressionado pelo que foi exposto pela empresa no stand, valorizando a produção agrícola que seu departamento também ajuda a propiciar. “Estamos trabalhando aqui na reforma da estrutura do Perímetro Piauí, obra propiciada pelo Proinveste que está recuperando as duas casas de bomba, distribuidoras de água da barragem no Rio Piauí até os lotes irrigados”, atestou.

Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal reiterou a importância da realização do Evento. “Nós participamos e ajudamos a construir a 52ª Exposição de Lagarto, que na verdade é de toda a região Centro Sul. É uma forma dos produtores mostrarem a qualidade da genética, já que estamos falando de animais de porte e premiados nacionalmente.Nós temos exposições de caprinos, de ovinos, de bovinos, de equinos, sem falar da produção vinda de assentamentos de reforma agrária. Então foi um espaço de integração, de exposição, de trocas de experiências muito ricas”, relatou.

No ultimo dia, Esmeraldo participou de diversas atividades junto aos expositores, visitando cada um dos stands, inclusive o da Cohidro, Empresa Pública que é subsidiada à Seagri. Ele fez questão de chamar a atenção de que a Exposição foi fruto de uma mobilização que reuniu diversas instituições do poder público e organizações representativas. “O resultado obtido dessa exposição é graças à responsabilidade dos gestores do Estado e do Município. E dessas entidades que apoiaram, principalmente dos próprios produtores”, concluiu o Secretário, que visitou a Companhia em mais de uma ocasião durante a Feira.

 

Seidh incentiva produções orgânicas no Perímetro Califórnia

Marta Leão, o prefeito de Canindé Heleno,o vereador Rildo Joasquim e assessoras.

Com o objetivo de incentivar a produção de alimentos orgânicos no Alto Sertão sergipano, a secretária de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos, Marta Leão percorreu, esta semana, os municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo, onde visitou os Projetos de Assentamento Florestan Fernandes e os localizados nos perímetros irrigados Jacaré-Curituba e Califórnia, onde são desenvolvidos trabalhos já expressivos na produção de alimentos livres de agrotóxicos e adubos químicos.

Acompanhada pelo Diretor Estadual do MST pelo Setor de Produção, Manoel Antônio de Oliveira Neto, a secretária pôde conhecer, in loco, a produção agroecológica realizada nas áreas de assentamentos do Alto Sertão. Segundo Manoel, a visita teve como objetivo estimular a produção, que significa a geração de trabalho e renda para os assentamentos, fortalecendo grupos de jovens e de mulheres, e mobilizando in loco o conjunto familiar dos assentados.

“A gente visitou grupos de mulheres que já trabalham a agroecologia com o sistema Mandalla ou com a tecnologia social Pais (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), promovida pelos Ministérios de Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário (MDS e MDA) através da Seidh. A visita também buscou organizar a produção agroecológica, de forma a viabilizar a sua comercialização e mercado, para feiras livres e shopping, dos produtos in natura e agroindustrializados. As lideranças do MST parabenizam a secretária por fazer essa visita e buscar esse contato, para sentir a organização da produção dos assentamentos de reforma agrária”, comentou o líder do MST.

Outro destaque das visitas realizadas foi a Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5). Devidamente regulamentada, a Bio5 é autorizada à comercialização dos produtos orgânicos que produz, por meio da venda direta ao consumidor, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab), ou do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Composta pelos irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, a Bio5 já está até diversificando a produção, com a introdução da galinha de capoeira criada pelo sistema agroecológico, sob a orientação técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco.

Segundo produtores, na concepção agroecológica de produção, o manejo das aves criadas no fundo do quintal já era feito com alimentação baseada em milho, restos de culturas e de frutas produzidas organicamente por uma das integrantes da associação. Na água de beber, ela colocava limão, alho e arruda, para prevenir doenças. E foi nessa experiência exitosa que os demais produtores se espelharam, associando-a à busca de novas tecnologias, para diversificar sua produção.

Estudos feitos pelo grupo mostram que essas aves levam de quatro a cinco meses a mais para crescer até o abate, tempo muito superior ao que leva um frango de granja [até 39 dias], em virtude da utilização de raças melhoradas e de técnicas que priorizam somente o ganho de peso, como aviários climatizados e ração enriquecida com aditivos químicos industriais. Não fazer uso desses recursos resulta numa produção mais saudável, ecologicamente correta e com maior valor agregado. Por si só, a galinha rústica, de quintal, já oferece vantagens popularmente aceitas em relação à de granja comercial, de postura ou de engorda, como o sabor mais acentuado, rigidez, cor e textura.

O movimento tem adquirido tanta força, que surgiu o Projeto B5-Jovem, em julho passado, que visa introduzir os filhos dos agricultores orgânicos no processo produtivo que o grupo já desenvolve. E, entre as atividades desenvolvidas em prol dos seus integrantes, estão cursos de capacitação. Segundo o técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis, idealizador do Bio-5, esses cursos têm foco no processo de comercialização dos produtos orgânicos cultivados, e na preparação destes membros familiares em técnicas de venda, conservação, normas de higiene e exposição de produtos, para feiras livres e agroecológicas.

As atividades do B5 Jovem estão se utilizando do espaço do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT), uma estrutura instalada no Perímetro Califórnia cedida à Prefeitura de Canindé a partir de convênio com a Cohidro. A intenção dos produtores orgânicos é de utilizar aquela área de 2,2 ha para desenvolver experimentos em adubação orgânica, a partir do plantio de espécies de vegetais leguminosas, visando à recuperação de solos degradados.

De acordo com a secretária Marta Leão, é de extrema importância que o Estado incentive produções desse tipo. “Esses agricultores enfrentam muitas dificuldades na concorrência com os alimentos produzidos de forma tradicional. Então, o Governo de Sergipe estende as duas mãos a estes produtores, oferecendo capacitações, orientações técnicas e abrindo editais, como o que possibilitou a aquisição de um caminhão baú refrigerado pela Associação de Agricultores Orgânicos do Agreste”, concluiu a secretária.

Fonte: Ascom/Seidh

Última atualização: 19 de outubro de 2017 10:45.

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