Tem início campo experimental de Pimenta-do-reino na Cohidro em Lagarto

Reunião realizada no escritório da Cohidro

Reunião realizada nesta terça-feira, 8, no escritório da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em seu Perímetro Irrigado Piauí no município de Lagarto, determinou os detalhes preliminares para a introdução de mais uma área de plantio experimental no Pólo Agrícola. Dessa vez, serão 75 mudas de Pimenta-do-reino, da variedade Kottanadan e vindas de viveiro registrado nos órgãos de fiscalização do Espírito Santo, Estado que é o segundo maio produtor da cultivar no Brasil.

A pequena plantação experimental de 500 metros quadrados será feita na área irrigada do agricultor Givaldo Santos Souza, que é atendido pela Cohidro com irrigação e assistência técnica rural. Por ser um dos irrigantes mais atentos às orientações dos técnicos da Companhia, foi escolhido para abrigar a nova variedade em seu lote, preenchendo requisitos que vão desde a disponibilidade de tempo, até a dedicação com a lavoura. “Agradeço muito a confiança depositada em mim, espero poder dar o retorno esperado. Ainda hoje vou providenciar o adubo e as estacas para plantar as mudas dentro de cinco ou seis dias”, avisou.

As mudas foram trazidas pelo Técnico Agrícola e Representante Comercial Rivaldo Lima França. Sergipano radicado no Espírito Santo, ele atua na área de revenda de insumos agrícolas e também auxilia o irmão, que possui plantio da mesma Pimenta-do-reino no município de Arauá. Por estes motivos, ele se propôs trazer para Lagarto as plantas e os produtos necessários para seu desenvolvimento, na intenção de criar, no Perímetro Piauí, um mercado propício à Pipericultura. Segundo ele, são diversas as vantagens em apostar nesse cultivo.

“Ou muda este conceito, ou fica na mão do atravessador. O produtor tem que se livrar do imediatismo de produzir e ter logo que vender, sem a possibilidade de estocar e esperar o até aparecer o melhor preço. A Pimenta-do-reino é uma das culturas que mais se adequam a esse conceito, pois permite que seja estocada por um bom tempo sem perder suas qualidades”, afirmou Rivaldo Lima. Ele também assinala que hoje o produto tem em média um custo de produção de R$ 7 o quilo e pode ser vendido por R$ 25, o que corresponde a um ganho maior que 350%.

O Técnico Agrícola considera outros fatores como vantagem da Pimenta-do-reino, como a longevidade. “É bastante lucrativa, mas é um investimento a longo prazo. Leva três anos para começar a produzir comercialmente e depois segue dando frutos por mais 10 anos seguidos”, constatou Rivaldo França, que explicou que o segredo do sucesso para cultivar a planta está num “bom preparo de solo e uma excelente qualidade de mudas”.

Ele orientou o novo produtor, que irá abrigar o campo experimental, como também os técnicos da Cohidro, quanto ao início do plantio. Rivaldo explicou que as mudas são plantadas em um espaçamento de três metros entre cada linha e de dois entre as plantas. São plantadas junto a estacas de 2,5 metros de altura, no lado que bater sol nesta estaca, que será enterrada por 50 centímetros. Mesma profundidade da cova para a muda, mas o buraco será preenchido por até 10 litros da soma de matéria orgânica, adubo e fertilizantes apropriados.

Marcos Emílio Almeida, Técnico Agrícola da Cohidro, assinalou positivamente para o sucesso do cultivo da Pimenta-do-reino em Lagarto, pelo fato das características do estado de origem das mudas ser muito semelhante ao do Centro-Sul Sergipano. Ele irá acompanhar este primeiro campo experimental e demonstra estar animado com a nova variedade. “Fui no Espírito Santo e notei uma boa produtividade em área com pluviosidade igual a daqui. Vamos adubar essas primeiras covas com o esterco curtido e o superfosfato simples, ou supersimples, este na medida de 70 gramas por cova”, orientou.

O Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, participou da reunião seguida de visita ao lote do produtor. Para ele, “é importante diversificar as culturas, deixar o produtor cada vez menos dependente do atravessador. Temos aqui os campos experimentais de frutas de clima temperado como Maçã, Pera e Caqui que estão se desenvolvendo bem, uma parceria com a Embrapa Semiárido (em Petrolina-PE). Se ao menos uma destas culturas e agora a pimenta do reino derem resultados positivos, estaremos num bom caminho, pois o sucesso de um produtor acaba influenciando no comportamento dos outros”, analisou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, considera bastante animador presenciar os agricultores e técnicos buscando alternativas, nas atividades no campo, para produzir com maior rentabilidade. “Impressiona esta capacidade que o produtor rural adquire quando pode contar com a irrigação pública e assistência técnica do Estado. Ele é capaz de sempre se reinventar, pois tem a garantia de contar com a oferta de água e o acompanhamento dos nossos especialistas para sempre estar inovando, seja com Pimenta-do-reino, Maçã, Pera, Caqui ou Uva”, avaliou ele, lembrando que, em breve, também vai começar o plantio das videiras experimentais no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco.

Gerente do Piauí, Gilvanete Teixeira explica que já existia um anseio de alguns produtores em cultivar a Pimenta-do-Reino no Pólo de Irrigação. “Está é uma reivindicação antiga aqui no Perímetro, um grande desejo de nossos irrigantes que sempre quiseram produzir a planta que é famosa pela rentabilidade e pela longevidade e agora estamos podendo atendê-los”, comemorou. Ela recorda ainda que, no dia 27 de janeiro, esteve com outros quatro produtores em Arauá, visitando a plantação de Hugo França, irmão do Técnico Rivaldo Lima. “Voltamos bastante motivados com a Pipericultura, que já é realidade em Sergipe”, concluiu.

 

Visita técnica à produção de Pimenta-do-reino anima irrigantes pela Cohidro

Luiz Barbosa, José Armando de Menezes, João Pacheco, gerente Gilvanete Teixeira, Hugo e Rivaldo França e Gidelson

Produtores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, fizeram visita técnica em uma produção comercial de Pimenta-do-reino no município de Arauá, no dia 27 de janeiro. Organizado pelo escritório da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Pólo Agrícola, a viagem tem como objetivo a introdução da atividade também nos lotes dos produtores assistidos pela Empresa, assimilando as técnicas e conhecendo os insumos, em uma propriedade que fica no mesmo Estado e que já colhe bons resultados.

Gilvanete Teixeira, gerente do Perímetro Piauí, explica que esta não é a primeira vez que os agricultores estão tentando cultivar a Pimenta-do-reino no Pólo de Irrigação. “Noutra oportunidade, alguns desses agricultores foram até o Sul da Bahia visitar uma produção e até tivemos a visita de um dos produtores acostumados com o cultivo, que esteve em Lagarto para explicar melhor como era feito o cuidado com as mudas. Mas por não se atentarem, talvez, com o cuidado necessário com a aquisição de mudas com vendedores cadastrados, os primeiros pés plantados não foram muito bem sucedidos”, relatou.

A visita em Arauá ocorreu na propriedade do agricultor Hugo França. Para ele, a principal vantagem está no preço do produto para a venda no mercado. “Você vender um quilo de pimenta por R$ 30, é algo extraordinário né? Mas não pode tirar só isso como parâmetro, pois a vantagem, a meu ver, é de ser uma cultura que você pode colher e te dá o privilégio de poder armazená-la, ou seja, você não está exposto ao mercado. A fruta como a Laranja, a Manga, a Uva, o Mamão, você colhe e está obrigado a aceitar o preço que o mercado paga”, avaliou o produtor que possui três mil pés da planta em plena produção.

Experiente irrigante pela Cohidro e que esteve na visita às plantações de Pimenta-do-reino em Arauá, foi Gidelson Gonçalves dos Santos. Ele é produtor de pimenta, no Perímetro Piauí das variedades Malagueta, Jalapeño, Biquinho e hoje também aposta no novo cultivo. Ele considera o negócio vantajoso, mas em que o planejamento e a paciência devem prevalecer. “A variedade é bastante lucrativa, mas é um investimento a longo prazo. Leva 3 anos para começar a produzir e depois segue dando frutos por mais 10 anos”, constatou.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano considera que esta busca por inovação nos cultivos, por parte dos produtores irrigantes, é o combustível necessário para que eles cresçam na atividade rural. “É preciso buscar alternativas ao mercado para prosperar, nem tão pouco devem se limitar à monocultura e ficar refém dos preços. Para nós, é gratificante saber o quanto variada pode ser a produção em um único projeto de irrigação, como é o caso do Piauí, sempre com novidades que geram mais renda para estas famílias agrícolas, para quem dedicamos nosso trabalho na Empresa”.

Recepcionou também os produtores de Lagarto, na viagem à Arauá, o irmão do produtor de Pimenta-do-reino e técnico agrícola Rivaldo Lima França. Atuando como representante comercial de insumos agrícolas, foi ele quem trouxe a ideia do cultivo e aconselhou os visitantes. “Trabalho na área agrícola já há 30 anos, revendo ao Espírito Santo e Sul da Bahia, Juazeiro e Petrolina. Hoje, o ponto chave é ter acompanhamento técnico, não tem jeito não, não tem como fugir disso. E uma forma correta de começar é procurar um produtor de mudas e que tenha certificado e registro junto aos órgãos competentes, usar material de qualidade, tudo de boa procedência”, concluiu.

Diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto parabeniza o empenho da equipe técnica da Cohidro em Lagarto, que tornou em realidade a aspiração dos agricultores irrigantes. “Eles vinham constantemente solicitar nosso apoio para fazer as viagens e agora estão acompanhando, in loco, que há mesmo viabilidade na Pimenta-do-reino em Sergipe. É uma cultura tardia, leva tempo para começar a produzir, mas em que o espaço entre as linhas pode ser aproveitado para consórcios de outras culturas perenes como a cebolinha, o feijão e o milho, aproveitando o mesmo sistema de irrigação”, analisou.

Programa Sergipe Rural da TV Aperipê Destaca Farmácia Viva no Perímetro Piauí

Veja a reportagem feita pela TV Aperipê, no Programa Sergipe Rural e exibida dia 14 de novembro, sobre o cultivo de Plantas Medicinais, na Farmácia Viva instalada dentro do Perímetro Irrigado Piauí da Cohidro. Em Convênio com a UFS.

A Empesa, além da área, fornece a irrigação, estrutura de canteiros e assistência técnica para as plantas. No local ocorrem aulas da Universidade, dias de campo e eventos acadêmicos.

 

 

Sistemas de cultivo protegido são viáveis na Cohidro em Lagarto

Telas de proteção podem cobrir grandes áreas de plantio

O aumento do interesse pela alimentação natural tem elevado também a incidência de cultivos de vegetais onde não haja o uso de agrotóxicos. Por isso, a agricultura feita em sistemas de cultivo protegido tem sido uma alternativa implementada com sucesso por alguns agricultores alocados no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto. Sejam os produtores orgânicos ou convencionais, eles estão aderindo à Hidroponia em estufas, ou então ao uso de telas de proteção contra insetos e raios ultravioletas (UV).

A prática da Hidroponia é baseada no cultivo de vegetais em meio líquido, através de calhas e sem contato com o solo. A planta passa todo seu ciclo de vida na água de irrigação enriquecida os com nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Já as telas têm o objeto de evitar que insetos e suas larvas tenham contato com a plantação, eliminando o risco de contaminações parasitárias que se alimentam, arruínam e muitas vezes até matam o vegetal infectado. Essa trama pode também ser dotada de proteção contra raios UV, provenientes do sol, que igualmente impõem restrições a qualidade dos produtos, notadamente das folhosas, nos horários de maior incidência.

Na propriedade do irrigante Gidelson Gonçalves, as duas tecnologias vêm sendo aplicadas com resultados positivos. Há o cultivo hidropônico com o uso de telas de proteção laterais, além de cobertura plástica de estufa contra a ação da chuva e quem toma conta da instalação é o filho do agricultor, Denisson Rosendo dos Santos. Mas o agricultor possui uma grande área onde há telas de nylon que protegem a plantação e permitem cultivar diversos tipos de legumes e verduras, sem o uso de agrotóxicos.

Gidelson explica que nos seus seis mil metros quadrados de cultivo, protegido pelas telas, planta uma variedade frutífera peculiar e bastante saborosa, chama de “Tomate-uva”, o Repolho, Alface de vários tipos, a Cebolinha e a Couve flor, sem usar agrotóxicos. “No começo o cultivo era convencional, pois o consumidor, o atravessador, pouco ligavam para a procedência dessas hortaliças. Hoje estou mudando, arriscando num cultivo sem uso de veneno, confiando na potencialidade da tela”. Instalada há mais de três anos, a trama plástica importada de Israel, na época, levou cerca de uma semana para ser montada.

“Quando eu comecei, esse telado foi uma saída que encontrei para defender a plantação da mariposa, que gera a broca do tomate e faz uma miséria no fruto. Como eu não tinha esterilizado o solo antes do plantio, alguns focos da praga permaneceram. Por isso ainda precisei utilizar o agrotóxico, mesmo assim 80% menos do que antes da tela”, ressalta Gidelson, garantindo que hoje estes problemas iniciais foram superados e que o uso de inseticidas é zero e o controle das pragas fica garantido pela tela plástica.

Hidroponia

Denisson Rosendo, que também é acadêmico em Agroecologia pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS), produz em sua estufa hidropônica cinco variedades alface: Crespa, Lisa, Roxa, Cacheadinha e Americana. Segundo o jovem empreendedor rural, qualquer cultivo pode ser feito no processo de plantio hidropônico. “Desde uma árvore até uma cebola, hoje em dia pode se usar qualquer tipo de semente. O que nós fazemos aqui é o mesmo trabalho que uma planta faz para receber nutrientes, porém, nós não utilizamos a terra,” relatou Denisson, que na sua pequena estufa hidropônica de oito metros por 10, já colhe 950 pés de alface a cada 45 dias.

Para o diretor de Irrigação da Cohidro, o Engenheiro Agrônomo João Quintiliano da Fonseca Neto, a hidroponia é um procedimento de vanguarda, que elimina o uso em excesso de agroquímicos. “A água que, no processo convencional, se perde infiltrada no solo ou evaporada pela exposição ao sol, nesse sistema é aproveitada inúmeras vezes, até ser consumida pela planta, o que corresponde a um aproveitamento quase que de 100%. Longe do solo, muitos patógenos – principalmente os fúngicos – não vão infectar e adoecer a planta e com isso evita-se o uso de agrotóxicos”, considerou.

Denisson ainda revela que não pretende parar por aí com seu cultivo hidropônico e que já pensa no plantio de outras variedades olerícolas. “Estou pensando em começar também a plantar outras verduras, como a Salsa, o Agrião, a Rúcula e a Mostarda. Nós temos aqui por enquanto a alface de vários tipos, mas nossa meta é crescer e variar aos poucos a nossa produção,” comenta ele que além do conhecimento adquirido em sua faculdade, conta com o apoio prestado pela assistência técnica e de logística oferecida pela Cohidro, como sugere Gilvanete Teixeira, gerente do Perímetro Irrigado Piauí.

“Nossos técnicos levam até esse cultivo de Denisson, o conhecimento que têm no tratamento das plantas no modo convencional e no orgânico, novas alternativas e novos métodos, para serem aplicados também ao experimento da Hidroponia aqui feito com sucesso. Tanto está dando certo, que conseguimos para o jovem empreendedor, um espaço na feira agroecológica que realizamos semanalmente em Lagarto, tendo lá uma barraca para comercializar seus produtos de qualidade visível e sem uso de agrotóxicos”, avalizou Gilvante.

Cultivo orgânico

O Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano considerou de imensa importância tais iniciativas dos produtores. “Eles economizam em defensivos, podendo investir esse dinheiro poupado no aumento dos viveiros e assim produzir mais. Economizam água e também em espaço, como no caso da Hidroponia, empilhando as calhas-viveiros, multiplicando a quantidade de plantas no mesmo espaço de um canteiro normal. Mas o melhor de tudo é saber que são alternativas eficazes para usar menos ou nenhum agrotóxico, produtos que a nossa Empresa vem sempre insistindo em incentivar o desuso e apostando num final feliz, que resulte na conversão total ao cultivo orgânico”, complementa.

Dos mais experientes produtores orgânicos do Piauí, João Pacheco garante a procedência dos seus produtos livres de agrotóxicos. Ele e outros 10 produtores formam um Organismo de Controle Social (OCS), que é autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para a venda direta ao consumidor de produtos orgânicos. “Quem oferece na feira um produto orgânico sem ser, logo será descoberto. Eu não vejo problema nenhum em vir visitar minha horta, porque sei que estou trabalhando correto”, destacou.

A importância que João Pacheco dá em não usar defensivos químicos é tamanha que agora ele decidiu inovar. Investiu R$ 14 mil também em enorme telado vermelho, anti-insetos e raios UV, que também retem o impacto da chuva sobre os canteiros. Medindo 70 por 30 metros, a grande área coberta abriga as culturas que são mais vulneráveis à ação das pragas, como as variedades de Tomate Cereja e Tomate Francês, o Pimentão, o Jiló, a Berinjela, a Alface, a Cenoura, o Repolho e também o Coentro. “Se conseguir ter uma boa produção, sem ser estragado por nenhum inseto como promete fazer o produto, consigo compensar o investimento, economizando principalmente no custo da mão de obra, que teria aplicando os defensivos orgânicos que uso fora da estufa”, justifica.

Agricultura irrigada pela Cohidro tem apoio do Agroamigo em Lagarto

No encontro produtores, representantes e técnicos da Cohidro puderam tirar dúvidas sobre o Agromaigo

Nesta quarta-feira, 28, irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, técnicos, gerentes e diretores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o pólo agrícola e do Banco do Nordeste (BNB), tiveram um encontro onde o assunto foi o Agroamigo. A linha de crédito da Instituição fornece atendimento diferenciado a Agricultores Familiares. Na ocasião, dois deles assinaram financiamento para aquisição de equipamentos e matrizes poedeiras, projetos abonados pela Empresa Pública Sergipana.

No Programa de Microfinança Rural do BNB, o assessor de microcrédito vai até o produtor oferecer a melhor proposta à sua realidade, de maneira personalizada. Atende exclusivamente aos agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e assim pode oferecer juros mais baixos e prazos mais adequados à atividade agrícola. O Gerente do Agroamigo em Sergipe, Marcellus Praça Sasso, explicou a origem desses recursos e considera o acompanhamento técnico executado pela Cohidro, no Piauí, uma garantia a mais para o sucesso dos projetos de financiamento viabilizados no Perímetro.

“O que mantém o Agroamigo é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e é por conta disso, que ele consegue oferecer uma taxa menor e um bônus de adimplência, conquista que os próprios produtores conseguiram com o tempo de utilização do fundo. No caso específico aqui da Cohidro, além de ser um perímetro irrigado, que já permite que se tenha uma produção maior e também uma diversidade de culturas, a assistência técnica prestada pela Cohidro vai fazer com que fortaleça o trabalho do financiamento ao produtor, faz com que ele consiga ampliar a produtividade”, avaliou Marcellus.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira organizou o encontro e acompanha o procedimento do Banco junto dos agricultores irrigantes. “Fiz questão de aproveitar o ato da assinatura do contrato, com esses dois produtores iniciantes e trouxe outros agricultores que trabalham em arranjos produtivos semelhantes, para que possam conhecer esta linha de financiamento criada para o perfil deles e assim eles possam tirar suas dúvidas iniciais, para daí solicitarem a visita individual do assessor do BNB”, afirmou, oferecendo a estrutura da Cohidro em Lagarto para as atividades coletivas do Agroamigo, além do acompanhamento do corpo de técnicos agrícolas.

O Presidente da Cohidro, Mardqueu Bodano, esteve presente ao evento e agradeceu, em nome de todos agricultores irrigantes, a atenção dispensada pelo BNB a essa promissora atividade agrícola do Perímetro. “A cada dia que volto aqui, observo uma coisa nova, novas modalidades de produção e investimentos em tecnologia sendo feitos na Agricultura Familiar, para que ela se torne mais competitiva e garanta o retorno ao produtor. Só podemos abrir as portas de nossa empresa, quando um parceiro como o Banco do Nordeste vem oferecer um produto que dá suporte a este desenvolvimento do meio agrícola aqui dentro do Piauí”, comentou.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, assinalou a importância do ato da assinatura de contrato, por serem dois agricultores que tem propostas voltadas à produção sustentável, de impacto mínimo ao meio ambiente. “São produtores que estão se adequando à produção orgânica, cortando o uso de agrotóxicos e pensando não só no mercado em expansão, ofertado a esses produtos, mas também na saúde de suas famílias, que residem e trabalham nesse mesmo campo de que tiram o sustento”, completou.

Produtores financiados
Também conhecido como “Bosco”, João de Souza sempre atuou sob a assistência da Cohidro na produção de hortaliças no Piauí e nos últimos tempos se destacou no Perímetro ao ser um dos beneficiados pelo projeto de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido para a Cohidro, que trouxe a Lagarto o plantio de campos experimentais de caqui, pera e maçã, com variedades adaptadas à realidade climática do Nordeste. Agora o Produtor obteve um financiamento de R$ 6 mil no Agroamigo, para adquirir um Motocultivador e implementos.

O equipamento vai auxiliar Bosco nos trabalhos de preparação de solo, montagem de canteiros, transporte e roçadeira para as ervas daninhas, já que ele pretende ingressar na produção orgânica e não poderá lançar mão a herbicidas. De pequeno porte e manejo facilitado, a máquina é adaptada a pequenas áreas familiares, tem funcionamento econômico, por ser a óleo diesel, além de ter assistência técnica na própria Cidade de Lagarto, localidade da revendedora que fornecerá o Motocultivador.

Já o João Benigno de Jesus, quer criar galinhas de capoeira para a produção de ovos. Ele achou o processo de aquisição de crédito rápido e facilitado. Vai usar os R$ 4 mil financiados para comprar um triturador de fazer a ração das aves e também as matrizes poedeiras, para iniciar a produção. Já experiente com a produção orgânica que cuida com o filho, Genivaldo de Azevedo Jesus, a família agora pretende se inserir na produção agroecológica de animais. Eles também pertencem ao Organismo de Controle Social (OCS) registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), podendo assim vender orgânicos direto ao consumidor final.

Participaram ainda da reunião, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto (STR), Ginaldo Correia e o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (SINTRAF) de Lagarto, Antônio Dantas. E a Gerente de Desenvolvimento Agropecuário (GEDEA) da Cohidro, Sonia Maria Souza Loureiro.

Orgânicos assistidos pela Cohidro se reúnem em Lagarto

Produtores e técnicos fazem do encontro uma oportunidade para aprender e trocar experiências

Terça-feira, 6, aconteceu mais um encontro dos produtores orgânicos instalados em Lagarto. No lote do agricultor Delfino Batista, os irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí – administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) – e outros membros do Organismo de Controle Social (OCS) se reuniram para aprender a fazer a Calda Bordalesa e para discutir a atuação do grupo, idealizando uma maior união para superar dificuldades.

Delfino, anfitrião do encontro, disse que já são cinco anos desde a criação da OCS que participa. Ele considera que se fossem mais unidos, seria mais fácil de conseguir os benefícios para o grupo. “Como por exemplo ir para Aracaju levar nossa produção orgânica. Seja dividindo os custos ou de ir buscar no Poder Público a ajuda para conseguir isso”, considera o produtor, se valendo do fato de ser a Capital Sergipana o mais promissor mercado para a produção orgânica.

Técnica da Gerência de Desenvolvimento Agrário da Cohidro (Gedea), Maria Terezinha Albuquerque também considera a união dos produtores essencial, pensando nos programas governamentais de compra da produção. “Ano que vêm passa a valer um Decreto do Plano Safra da Agricultura Familiar, que determina a todos os órgãos da Administração Federal que recebem recursos para a compra de alimentos, a aplicação mínima de 30% dos recursos na agricultura familiar,” alertou, reiterando que só se agrupando em associações regulamentadas, os produtores poderão fornecer para o poder público.

Josevan Lisboa Batista, embora não seja um agricultor irrigante com área produtiva dentro do Perímetro Piauí da Cohidro, tem se beneficiado da troca de experiências tratada nos encontros, onde produtores colaboram entre si sob a orientação dos técnicos da Empresa. Na sua opinião, é preciso buscar mercados onde o orgânico seja valorizado, para assim obter mais retorno da atividade. “Entrego a minha produção só a pessoas de Lagarto, todo sábado e vivo hoje exclusivamente da minha produção, daquilo que eu e a minha esposa produzimos, pois se for contratar não compensa”, expôs ele, que tem lote no povoado Colônia Treze e pertence a mesma OCS dos irrigantes do Piauí.

A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, concorda que seja necessária a organização dos produtores para a conquista de novos mercados, disponibilizando os recursos do escritório da Cohidro para auxiliar sempre que possível. “Fazemos todo o possível para que estes produtores possam atuar em mercados maiores, em outras cidades e na Capital Aracaju. Toda e qualquer oferta que nos é oferecida de um espaço para a venda de produtos orgânicos, é sempre repassada aos produtores que, quando estão aptos ao fornecimento contínuo de alimentos, são sempre bem aceitos nesses locais de comércio”, destacou ela, incentivadora dos encontros dos orgânicos, que até já resultou em mutirões nos lotes irrigados.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, se orgulha em fazer parte deste processo de transformação dos pequenos produtores familiares em empreendedores da agricultura orgânica. “Ao contrário do que se pensa, ao ver o agronegócio e suas enormes máquinas ceifadeiras, estes pequenos estão a um passo à frente, pois trabalham com a alimentação saudável, em propriedades sustentáveis onde não há agressão ao meio ambiente, se comparada às grandes plantações empresariais. A Companhia presa por esta mudança de conceito produtivo e apoia sempre para que essas iniciativas se desenvolvam”.

Novos adeptos

Há um ano e três meses, Iolanda Farias Alves atua como agricultora familiar em uma área coletiva da Associação dos Futuros Produtores de Lagarto, instalada no Perímetro Piauí. São quatro produtores que cultivam em conjunto na área que pertence ao grupo. “Estou participando desta reunião pela primeira vez, após o convite que recebi de Delfino. Acho muito interessante a ideia de produzir sem agrotóxico, se for possível, gostaria de trabalhar com isso também e até fazer parte desta OCS”, disse.

Calda Bordalesa

Técnico agrícola da Cohidro, Marcos Emílio Almeida fez uma demonstração prática de como preparar a Calda Bordalesa aos produtores. Segundo ele, a descoberta da receita foi meio que por acaso, quando no Século XIX o botânico francês Pierre Marie Alexis Millardet notou que alguns vinhedos da região de Bordeaux – que dá o nome ao insumo – não apresentavam debilitações por fungos. Após indagar aos produtores de uvas, descobriu que estes aplicavam a calda, composta por sulfato de cobre e cal, com a intenção de amargar os frutos para que ninguém viesse furtar os parreirais.

“Além de combater os fungos, as pesquisas revelaram que se trata de um excelente inseticida e ainda combate algumas bactérias. Sendo pouco tóxico é um produto autorizado para uso na agricultura orgânica, basta fazer uma lavagem para consumir”, explicou Marcos. Ele revela que a receita é composta pela fração de 1% de cada um dos ingredientes, para um volume de água. “No caso aquide 20 litros de água, usamos 200 gramas do Sulfato e outros 200 gramas da cal virgem. Dilui-se estes sólidos separadamente, cada qual em um litro daquela água, até formar uma pasta homogenia”, acrescentou.

Após a dissolução dos produtos na água, eles são misturados entre si e depois ao restante da água a ser usada. Dai então, se for usado um pulverizador na aplicação, é importante coar em um pano ou peneira. Mas o agricultor tem que estar atento a outros detalhes, como explica Marcos Emílio. “Quando for misturar os dois produtos dissolvidos, sempre se deve acrescentar o Sulfato de Cobre na Cal, nunca o contrário, pois pode dar errado. Importante também alertar que a Calda não deve ser aplicada em sementeiras, em mudas de tomate só depois de elas terem mais de quatro folhas”, revelou.

Marcos ainda alerta que a aplicação deve ser feita nos horários de menor insolação, no começo ou no fim do dia, a fim de evitar que as folhas sejam queimadas pelo calor do sol. “Não menos importante, mas um fator que pode interferir na qualidade do produto é a acidez. Então, aconselha-se medir o PH da solução final, usando até um papel indicador de PH em água de piscina, fácil de encontrar no comercio. Se indicar um número abaixo de 7 ou 8, é recomendável diminuir a acides colocando mais Cal, em nosso exemplo de 20 litros de água, acrescentar então mais 10 ou 20 gramas do produto por vez, até dar um número aceitável”, concluiu.

 

Convite – Instalação de fossa séptica piloto no Perímetro da Cohidro em Lagarto

Preparação da fossa séptica na Appip para instalação demonstrativa na sexta-feira

Acontece nesta sexta-feira, 25, a instalação da primeira fossa séptica do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela COHIDRO e contará com as presenças de produtores irrigantes, diretores e técnicos da Cohidro, a partir das 9 horas. No ato, o método de construção será apresentado de maneira demonstrativa aos agricultores interessados em replicar a ideia.

Com a participação do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e da Vigilância Sanitária de Lagarto, o projeto do Sindicato dos trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Sintraf) tem como objetivo principal instalar fossas biodigestoras nas áreas rurais para o tratamento do esgoto doméstico, evitando as contaminações do solo e das águas por meio de doenças de veiculação hídrica. Conforme pesquisas feitas pela Embrapa, os efluentes descontaminados por processos anaeróbicos de fermentação podem ser descartados seguramente na natureza ou ainda utilizados na adubação orgânica.

Conjunto de peças pré-fabricadas em concreto para a construção da fossa séptica

 

A primeira fossa ficará na área social da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), local escolhido por conter um bom fluxo de pessoas que utilizam o espaço nos finais de semana. É um método alternativo, de eficiência comprovada em outros lugares, mas os idealizadores querem testar in loco a sua eficácia, fazendo análises laboratoriais dos efluentes resultantes desta unidade piloto. Na sequência, o projeto do Sintraf pretende beneficiar 10 produtores orgânicos do Perímetro Irrigado da Cohidro, com a implementação da instalação em suas propriedades.

 

 

O que: Instalação da fossa séptica piloto do Perímetro Irrigado Piauí
Onde: APPIP – Rodovia SE-270, S/N – Povoado Moita Redonda – Lagarto-SE
Quando: Sexta, 25/09, a partir das 9h

Cohidro destaca orgânicos e produção artesanal na ExpoLagarto 2015

Stand da Cohidro tem jardim que expõe as espécies cultivadas no Perímetro Piauí

De sexta-feira a domingo, 4 a 6 de setembro, o Parque Nicolau de Almeida recebeu a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto 2015), que abrigou mostra de animais e julgamento das raças de bovinos, equinos e ovinos, que despontam no meio rural do município e região Centro Sul. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é parte fundamental do que cerceia a produção agrícola local, através do seu Perímetro Irrigado Piauí instalado lá, por isso o stand da Empresa foi das atrações mais ativas e visitadas do Evento.

Com seu stand fixo no Parque, a Companhia participa tradicionalmente da ExpoLagarto, sempre à mostrar aquilo que a irrigação pública propicia aos 421 lotes de agricultores irrigantes no Perímetro Piauí. A atividade agrícola no pólo de irrigação a cada ano se diversifica mais,da mandioca para fabricação de farinha, passando pela grande variedade de pimentas com aplicação industrial, até chegar aos produtos orgânicos. E são estes aspectos os mostrados por meio das espécies que compunham o stand da Cohidro e através de cartazes, panfletos e vídeos produzidos para a Feira.

Mas mereceu destaque nesta edição da Exposição, a novidade de que agora também a produção agrícola do Perímetro da Cohidro está sendo beneficiada pelas famílias de agricultores, agregando valor e gerando novos artigos como doces, compotas, cosméticos e remédios caseiros, feitos a partir de plantas naturais. A inovação não passou despercebida pela Gerência do Piauí, que criou espaço para demonstração e até a venda destes itens aos visitantes, que puderam levar para casa a qualidade e produtos feitos com ingredientes naturais.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira convocou as feirantes-expositoras por reconhecer a seriedade do trabalho delas. “São duas pessoas esforçadas, que além de atuarem na produção agrícola irrigada, como todos os outros, tem estas atividades paralelas e que geram outros produtos. É algo que serve de exemplo e que com a gente divulgando, cria interesse nos outros irrigantes, agricultores e também até gente da cidade, que vendo o resultado pode vir a se capacitar e também aderir a produção caseira de produtos naturais”, justifica.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, concorda e afirma serem constantes as atividades, nos seis perímetros irrigados, buscando capacitação. “Capacitando o agricultor, melhor ele produz. Mas quando isso também é estendido à família, cônjuges, filhos, estamos aparelhando esta família pra crescer, enfrentar melhor as dificuldades e poder contar com mais de uma fonte de geração de renda na zona rural, longe das oportunidades que a cidade oferece. Para tal, estamos sempre contando com o apoio de parceiros como o Sebrae, Senar e instituições de ensino superior, como a UFS”.

Doces caseiros
Josileide de Carvalho, ou Dona Dicuri fez um curso promovido pelo Sebrae Sergipe, em novembro do ano passado e agora vende seus doces nas feiras que participa com o marido, onde já vendiam produtos orgânicos cultivados no lote irrigado. Este diferencial acrescentou mais uma fonte de renda para a família. Estava fazendo tanto sucesso que acabou por ser destacado no stand da Cohidro na ExpoLagarto, em forma de banca para comercialização aos visitantes.

“Foi maravilhoso, gostei demais de participar da Exposição. O pessoal que estava visitando achou que era muito bonito o stand, os visitantes viam os produtos, gostavam e perguntavam se era para vender e eu vendia. Tinham doce de banana, leite, goiaba e mamão. Tanto faço em pedaço e de calda. Dos 40 potinhos que levei, vendeu tudo!” Contou empolgada Dona Dicuri, que faz os doces com frutas que colhe no próprio lote irrigado e quando tem, usa o leite das vacas que criam. “Estou levando sempre nas feiras, quando tem tempo de fazer, pois vende rápido. Até estou tendo que chamar sempre uma vizinha, que me ajuda”, relatou.

Plantas medicinais
Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Rosimeire Barbosa (Meirinha). Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, ela cuida de um projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Companhia Sergipana, para produzir plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade. Ela explicou que a intenção principal de expor era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí.Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de hortelã com guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de flor da colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com manipueira e ainda o óleo de arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Orgânicos
O aspecto que atualmente dá ao Piauí o status de referência de produção orgânica agrícola no Estado, não poderia ficar de fora do trabalho exposto no stand da Cohidro na ExpoLagarto 2015. A Empresa produziu material impresso, banners e vídeos explicando como é feito o trabalho da empresa junto dos agricultores que pertencem à Organização de Controle Social (OCS), reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Órgão Federal forneceu a eles um documento, permitindo a comercialização dos produtos sob a designação de orgânicos, diretamente ao consumidor, ou a partir dos programas de Aquisição de Alimento (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae), geridos pela Conab.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, expõe que não é fácil o trabalho realizado pelos produtores do Perímetro Piauí e que muito da persistência deles se deve ao esforço da Companhia. “Nossos técnicos e engenheiros agrônomos têm um papel constante de acompanhamento do desenvolvimento destes produtores que optaram por produzir alimentos sem o uso de defensivos químicos. O que é até culturalmente dificultado, pois o que não falta é exemplo de gente que acaba por preferir ter menos trabalho, optando por insumos industrializados para produzir”, relatou.

Presenças
Na abertura da ExpoLagarto, sexta, representou a diretoria executiva da Cohidro, o seu Diretor de Infraestrutura (Dinfra) e Mecanização, Paulo Henrique Machado Sobral. Ele ficou bastante impressionado pelo que foi exposto pela empresa no stand, valorizando a produção agrícola que seu departamento também ajuda a propiciar. “Estamos trabalhando aqui na reforma da estrutura do Perímetro Piauí, obra propiciada pelo Proinveste que está recuperando as duas casas de bomba, distribuidoras de água da barragem no Rio Piauí até os lotes irrigados”, atestou.

Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal reiterou a importância da realização do Evento. “Nós participamos e ajudamos a construir a 52ª Exposição de Lagarto, que na verdade é de toda a região Centro Sul. É uma forma dos produtores mostrarem a qualidade da genética, já que estamos falando de animais de porte e premiados nacionalmente.Nós temos exposições de caprinos, de ovinos, de bovinos, de equinos, sem falar da produção vinda de assentamentos de reforma agrária. Então foi um espaço de integração, de exposição, de trocas de experiências muito ricas”, relatou.

No ultimo dia, Esmeraldo participou de diversas atividades junto aos expositores, visitando cada um dos stands, inclusive o da Cohidro, Empresa Pública que é subsidiada à Seagri. Ele fez questão de chamar a atenção de que a Exposição foi fruto de uma mobilização que reuniu diversas instituições do poder público e organizações representativas. “O resultado obtido dessa exposição é graças à responsabilidade dos gestores do Estado e do Município. E dessas entidades que apoiaram, principalmente dos próprios produtores”, concluiu o Secretário, que visitou a Companhia em mais de uma ocasião durante a Feira.

 

Convite: Cohidro estará na 52ª ExpoLagarto a partir de sexta

Cartaz EXPOLAGARTO

Nesta sexta-feira, 4, começa a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto. Prefeitura, Governo do Estado e Faese uniram esforços para promover esta edição do evento, que serve de vitrine ao universo agropecuário do município e região. Para os criadores será a mostra de caprinos e ovinos a parte mais aguardada da festa, que ainda conta com a venda de animais e stands expositivos ao público. Dentre eles o da Cohidro, que trás como novidade uma feirinha de doces caseiros e cosméticos fitoterápicos, produzidos no Perímetro Irrigado Piauí.

A Companhia, que administra o Perímetro Piauí, possui um stant fixo no Parque Nicolau de Almeida, local da festa, e tradicionalmente é expositora assídua de todas as edições do Evento. O Box da Cohidro se destaca dos demais pelo sempre bem cuidado jardim, onde são exibidas as principais culturas agrícolas possibilitadas pela irrigação pública no município incluindo as alimentícias, ervas medicinais, flores e plantas ornamentais. Além do lago, onde espécies de peixes de cativeiro também agradam aos visitantes, principalmente as crianças.

Nesta edição, a Cohidro traz uma exposição de vídeos produzidos nas lavouras irrigadas, mostrando o trabalho e técnicas aplicadas no cultivo de alimentos, com explicação dos técnicos da Empresa. Mas o que mais aguarda atrair a atenção do público será a barraquinha de doces artesanais, produzidos pela agricultora familiar e orgânica Josileide de Carvalho (Dona Licuri), feitos de frutos e vegetais retirados do lote que ela cuida com o marido, Delfino Batista, no Perímetro Piauí.

Outra banquinha venderá produtos cosméticos fitoterápicos e plantas medicinais, que tem no Perímetro Irrigado o principal ponto de cultivo e coleta de espécies. Trabalho que tem origem na pesquisa de Rosimeire Barbosa (Meirinha), Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da UFS. Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade.

Horta de fitoterápicos na Cohidro
Estande da Cohidro
Agricultora e doceira Josileide de Carvalho

Perímetro da Cohidro recebe projeto de fossas sépticas em Lagarto

agricultores se reuniram na sede da Cohidro em Lagarto

O Sindicato dos trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Sintraf) de Lagarto, em reunião realizada no último dia 19, levou a proposta da instalação de fossas sépticas nas residências rurais instaladas na área de atuação do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O foco inicial do projeto, que tem a participação do Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador (Cerest) e Vigilância Sanitária de Lagarto, são as propriedades orgânicas do pólo de irrigação e uma unidade piloto será construída na Associação de Produtores Rurais.

Fossas sépticas biodigestoras são uma solução adequada às áreas rurais, longe das redes urbanas de esgoto, para o tratamento do esgoto doméstico, de forma a evitar a contaminação do solo e das águas por meio de doenças de veiculação hídrica, um risco inerente ao descarte em fossas escavadas ou sumidouros. Na unidade, instalada na sequência da encanação que sai dos sanitários, são feitas divisões, etapas para a separação de sólidos e líquidos. E a partir da ação de bactérias anaeróbicas, é possível eliminar os agentes contaminantes e ainda extrair um resíduo, que pode ser usado como adubo orgânico.

São aparelhos que podem ser adquiridos por inteiro e prontos para a instalação no subsolo, com diversos modelos disponíveis no mercado de materiais para construção e fabricados com os mais variados materiais, como o concreto pré-moldado ou plástico. Mas também é possível de ser montado artesanalmente usando caixas d’água e tubos de PVC, seguindo a plantas facilmente encontradas na Internet, modelos já ensinados em diversas reportagens de tevê.

Antônio Dantas, vice-presidente do Sintraf, é quem foi apresentar a ideia aos produtores do Piauí. Segundo ele, o Governo da China construiu 4,5 milhões de fossas sépticas e passou a economizar US$ 20 bilhões por ano com a saúde rural, devido à ação. “Quem aplica um real, economiza quatro com a saúde. Foi feito uma pesquisa que duraram 30 anos, onde se constatou que 80% das doenças que levam a pessoa ao hospital, na zona rural, são por causa do esgoto não tratado”, argumentou, acrescentando que “a gente também tem que se preocupar com o meio ambiente que esta sendo poluído”.

Mas a proposta que Antônio Dantas levou vai além dos cuidados com a saúde. “Primeiro vamos mostrar ao trabalhador rural para ver como faz, como funciona. Vamos construir em 12 ou 20 dias uma unidade demonstrativa e queremos uma fossa séptica que transforme dejetos humanos e adubo. Entrei em contado com Instituto Trata Brasil, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ministério Público do Trabalho, Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e prevejo começar com 20 fossas no Perímetro Irrigado. Dessas, como aqui tem 10 agricultores orgânicos, vamos dar a eles a prioridade”, acrescentou, advertindo que a expectativa é de que ideia seja copiada por outros produtores, que desembolsariam em torno de mil à R$ 1,2 mil para construção.

Gilvanete Teixeira, Gerente do Perímetro Piauí, disse que atendeu prontamente ao pedido do Sindicato, quando foi procurada com a proposta aos agricultores. “A gente sabe que é um problema presente em praticamente toda propriedade rural, isso do descarte correto do esgoto, pois estão muito longe da rede das cidades. Se vai eliminar o risco de contaminação das famílias no campo, ótimo. Se estes resíduos são comprovadamente aplicáveis à adubação, melhor ainda. por isso prontamente levei a demanda para direção da Cohidro que atendeu ao pedido de convocar uma reunião com os produtores”, expôs.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, vê com otimismo a proposta, que considera como um sinal da preocupação que hoje existe com a qualidade de vida no campo. “Antes esquecidos, hoje os pequenos produtores rurais são alvo de muitas políticas públicas dos governos nas três esferas do executivo, como é o caso deste projeto audacioso, onde todos querem contribuir de alguma forma para alavancar a ideia. Uma novidade que, com os recursos aplicados, ajudará muitos e abrirá o interesse de muitos outros que se espelharão, ao ver o projeto aplicado trazendo mais saúde às famílias atendidas primeiro”, prenunciou.

Projeto piloto

Esta primeira unidade demonstrativa se pretende instalar na Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP). Antônio Cirilo de Amorim, presidente da Entidade, assumiu a responsabilidade de abrigar o projeto, visando favorecer a saúde do trabalhador rural e promover a iniciação deste método alternativo de produção de insumos para a agricultura.

“Parece ser muito viável, pelo que a gente assistiu a apresentação do sindicado. Dando certo, a experiência que vão fazer, a gente vai inserir mais produtores. O projeto piloto vai ficar na sede da Associação, um lugar que a gente usa bastante no final de semana para o lazer e tem banheiro. Lá vai ser mais rápido para ver resultado, pelo fluxo de pessoas. Depois desse produto estar pronto, a gente vai fazer analise em laboratório para ver se não há risco de ser aplicado na plantação, antes de qualquer tentativa”, advertiu Antônio Cirilo.

Carlos Sarmento, Coordenador da Vigilância Sanitária Municipal, ligada à SMS, participou da reunião e está colaborando com o projeto, dando ideias ao grupo de como proceder. ”O que a gente preconiza é que seja feito um projeto piloto para a gente avaliar e analisar os efluentes, o lençol freático e para explicar, ao consumidor final, como será isso de usar fezes humanas como adubo, para quebrar paradigmas”, reforçou.

O Coordenador disse não existir uma norma, da Vigilância Sanitária, específica para a forma de construir e onde instalar essas fossas sépticas, mas alerta que quanto ao uso dos resíduos como fertilizante, é necessário ter cautela. “A gente acredita na ideia, acha que é viável, mas a gente precisa seguir algumas normativas. Tem uma normativa de que não pode ser usado em hortaliças, só em culturas longas, por exemplo”, completou Carlos Sarmento, levando como referência o uso do adubo na fruticultura, onde o insumo, depositado ao solo, não teria contato com o alimento.

Representando o Cerest de Lagarto, Udalio Neto também reforçou a necessidade do piloto, embora acredite no potencial do projeto. “O projeto é bom, precisa de estudo. Tem que fazer uma para, com o tempo, ver o resultado”, colocou. Igualmente, ele foi cauteloso quanto ao uso dos resíduos como adubo. “Tem que evitar as hortaliças, só plantação de capim ou culturas maiores. A ideia mesmo é mais para prevenir problemas de saúde pela contaminação pelos dejetos. Os níveis de contaminação por coliformes fecais saem zero, pelo que os estudos apresentados mostraram”, considerou.

Última atualização: 19 de outubro de 2017 09:08.

Acessar o conteúdo