Técnicos do governo estadual levam experiência de uso da calda sulfocálcica para agricultores do Jacaré-Curituba

Fungicida, acaricida, inseticida e fertilizante, receita caseira é barata e bem aceita entre irrigantes atendidos pela Coderse e Codevasf no alto sertão

Laudelino Ferreira é o irrigante do Jacaré-Curituba em que primeiro experimentou a aplicação de calda sulfocálcica // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Já conhecida há mais tempo pelos agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia — mantido pelo Governo de Sergipe, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano — a calda sulfocálcica é um defensivo agrícola de preparo caseiro eficiente em plantações de goiaba, manga, coco, limão, pinha, acerola, dentre outras. Há cerca de um ano teve início uma cooperação técnica com o vizinho Projeto Público de Irrigação Jacaré-Curituba, federal, que está preparando os técnicos agrícolas e produtores rurais para também usarem a solução de baixo custo.

A calda sulfocálcica é feita da mistura de enxofre e cal virgem em água fervente, que age como fungicida, acaricida, inseticida e também fornece os nutrientes cálcio e enxofre às plantas. Na receita do perímetro Califórnia, o custo da solução chega aos R$ 0,40 por litro. Quem ensina a fórmula e suas aplicações é o técnico agrícola Luiz Roberto Vieira, da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

“Fica um custo lá embaixo. Em um tambor de 200 litros de água vai pegar 10 de enxofre, que custa R$10,00 e 10 de cal, que custa R$ 70,00. Um excelente custo-benefício. Tem tripla ação com uma vantagem de ter 19% enxofre, que é adubo foliar e 6% de cálcio”, ensinou o técnico agrícola da Coderse. Em Canindé a companhia estadual administra o perímetro Califórnia, fornecendo água de irrigação e assistência técnica para 337 produtores rurais.

Cooperação técnica

O Jacaré-Curituba é administrado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Segundo o seu técnico em agropecuária e extensionista, Avelange Santos, uma cooperação técnica com o perímetro Califórnia foi criada a partir da iniciativa dos agricultores irrigantes assistidos no projeto público de irrigação federal. Eles procuraram a equipe técnica do Jacaré-Curituba para também usar a calda sulfocálcica em suas lavouras, em Canindé e Poço Redondo. 

“Os produtores já tinham conhecimento, através da televisão, que ela seria útil no controle de algumas doenças nas culturas. E aí, como a gente não tinha na época a prática, com a parceria dos técnicos da Coderse podemos replicar essa atividade aqui, no Jacaré-Curituba. O mais interessante é que alguns produtores tiveram a habilidade de aprender e eles mesmos passaram a confeccionar e fazer a aplicação. Então, não se limitou apenas aos técnicos”, reforçou Avelange Santos. 

O extensionista Avelange conta que sempre ocorreram parcerias frutíferas com o perímetro irrigado estadual e antes de fabricarem a calda sulfocálcica, os agricultores puderam ver de perto a sua eficiência. “Inclusive, a gente também fez intercâmbio com outros produtores do Califórnia. Levamos nossos produtores para conhecer algumas experiências que estão dando certo, para controle de pragas e doenças. E isso está sendo muito gratificante”, concluiu.

Manga

“Eles não conheciam o procedimento e o pessoal da Codevasf falou com a gerência do nosso perímetro, que autorizou que eu viesse para cá junto com eles para que eu pudesse demonstrar na prática como era o processo do uso da calda. A minha dúvida na época era se daria certo na cultura da manga, porque eu nunca tinha usado. Fizemos 400 litros e depois foi mais 800. Tudo foi aplicado em 971 pés de manga”, recordou o técnico do perímetro Califórnia, Luiz Roberto.

Laudelino Ferreira é o irrigante do Jacaré-Curituba em que primeiro experimentou a aplicação de calda sulfocálcica em suas 971 mangueiras, há cerca de um ano, e conta que já viu o resultado. “A calda é muito boa. A produção estava sendo baixa, quando passei pela primeira vez, tive renda com a produção. Para mim este ano foi bom e no próximo vai estar melhor. O custo é acessível e o benefício é incalculável”. 

Um dos diferenciais para Laudelino Ferreira usar a calda sulfocálcica é a baixa toxicidade. Ele adota o não uso de agrotóxicos. “Eu não gosto de passar veneno. Prejudica a gente que passa, a natureza e também quem vai se alimentar com o fruto”, finalizou o agricultor, que a partir da ajuda dos técnicos da Codevasf e Coderse já produz o seu próprio defensivo.

Ação do Governo do Estado na limpeza das barragens é destacada pela secretaria municipal da Agricultura de Aquidabã

Foram concluídos serviços de limpeza e ampliação em 18 reservatórios, sendo quatro de médio porte, auxiliando diretamente o município

Mais uma vez a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) marcou presença no ‘Sergipe é aqui’, desta vez na 52ª edição, em Aquidabã, levando serviços de desenvolvimento de recursos hídricos para a população do campo. Ao mesmo tempo, a Companhia expôs seu trabalho realizado na região de seminário do estado via maquete de um sistema de abastecimento do Água Doce, programa federal executado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri).

Em Aquidabã, a Seagri e a Coderse, em parceria com a Prefeitura Municipal, estão executando os serviços de abertura, limpeza e recuperação de barragens de terra, para acúmulo de água das chuvas para dessedentação do rebanho no município. Máquinas e operadores estão atualmente trabalhando no município e já foram concluídos 18 reservatórios – sendo quatro de médio porte – nos povoados Mucambo, Arranhento, Assentamento João Félix, Lagoa do Segredo, Saco de Areia, Segredo e sede municipal.

“Em todo estado, neste ano e em serviços executados pela Coderse, foram preparadas para o período de estiagem 326 aguadas, sendo 16 delas de médio porte. Além de Aquidabã, também foram atendidos os municípios de Canindé de São Francisco, Feira Nova, Gararu, Itabi e Poço Redondo. O foco principal é o aumento da capacidade de armazenamento de água das chuvas para dar de beber ao gado no sertão”, enumerou o diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena. Ele informou ainda que, de 2023 para cá, já são 1.079 ações nessas barragens de terra.

A secretária Municipal de Agricultura de Aquidabã, Maria Gressi de Santana Silveira, informou que com os trabalhos desta semana, já foram atendidos oito povoados do município. Segundo ela, algumas barragens tinham mais de 40 anos sem limpeza.

“Nós, graças a Deus, através do nosso Governo do Estado, da parceria com a prefeitura e a Coderse, estamos conseguindo realizar esse programa de limpeza dos açudes comunitários, que foi recebido com muita esperança. O atendimento da Coderse é nota mil, temos um diálogo muito aberto. A gente só tem que agradecer”, avaliou Gressi.

A secretária também destacou a necessidade que Aquidabã tem pelos serviços. “Somos atingidos por vários períodos de seca, e várias comunidades sofrem com a escassez da água para o consumo animal e produção de alimentos”, ressaltou.

Crédito rural movimenta R$ 1,5 milhão no perímetro irrigado Califórnia

Técnicos da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe atuam na formalização de produtores e na elaboração de propostas para que agricultores tenham acesso a crédito para investimento ou custeio de empreendimentos

Agricultores do município de Canindé de São Francisco têm recebido assistência técnica do Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) – empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) – para elaboração de projetos e obtenção de crédito rural, junto ao Banco do Nordeste (BNB). Orientados por técnicos da companhia, que atuam na formalização dos produtores e na elaboração das propostas, os agricultores do perímetro irrigado Califórnia obtêm crédito para investimento ou custeio de empreendimentos, inclusive a compra de veículos para o escoamento da produção. O montante financiado pelos irrigantes até o momento chega a R$ 1,5 milhão só neste perímetro do sertão, com a realização de 54 projetos.

Conforme observa o técnico agrícola da Coderse, Luiz Roberto Vieira, a implantação do Pronaf B, no Califórnia, foi importante para resolver um problema latente no perímetro: a descapitalização da maioria dos pequenos agricultores. “Aqui, os grupos B e Variável, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), foram determinantes e se encaixaram perfeitamente à necessidade dos agricultores. Hoje, eu posso dizer que é uma realidade, pois já temos 54 projetos aqui, sendo 39 aprovados e 15 em apreciação, pela equipe do agente financeiro”, disse ao destacar que o Pronaf serve para tudo no campo e, além da assistência técnica, também a água fornecida pelo governo é de suma importância para a produção agrícola.

Orlando Moura é produtor rural do perímetro e optou por um sistema de irrigação de microaspersão, para sua lavoura. Para isso, contratou um financiamento de R$ 12 mil e investiu na compra de microaspersores em 1,65 hectares. Já o filho construiu um curral, com outro financiamento em nome dele, dentro da mesma unidade produtiva familiar. “Esse projeto foi muito bom, economizou tanto no serviço, como na quantidade de água. Antes eu me aperreava para molhar uma área pequena, agora, estou despreocupado. Eu investi todo o montante na irrigação e não me arrependo”, afirmou.

Também para o produtor rural Glicério Caetano, obter o financiamento foi muito importante. “A gente aqui costuma trabalhar com o próprio recurso, que é muito pouco. Então, quando o Banco do Nordeste fez esse financiamento para a gente, foi, como diz o ditado: uma mão na roda, e todo mundo ficou satisfeito. No meu caso mesmo, plantei 200 mudas de goiaba. Se fosse para eu fazer com recursos próprios, até conseguiria, mas teria que ir arrastando um pouquinho, então isso me aliviou muito”, enfatizou.

Linha de crédito

O Pronaf B tem taxas de juros bem acessíveis e prazo para pagamento a depender da atividade, que pode ser de até três anos, com parcelas semestrais ou anuais para quitar o financiamento. O empréstimo pode ser renovado e, a depender do perfil do agricultor familiar, o financiamento tem juros subsidiados. “A Coderse identifica os irrigantes habilitados e com interesse no financiamento, que são assessorados quanto a documentação necessária para formalizar os projetos”, explica Luiz Roberto, da Coderse.

Clima junino aquece as vendas na Central de Abastecimento de Sergipe na véspera de São João

Principal estrela das festas juninas, o milho verde tem gerado boas expectativas entre os comerciantes e consumidores; a previsão é de aumento de 50% na produção em 2025

O clima junino impulsiona as vendas na Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju. Nesta segunda-feira, 23, véspera de São João, o movimento começou cedo, com barracas lotadas de espigas de milho e clientes circulando com sacolas cheias. Administrada pelo Governo de Sergipe, a Ceasa é protagonista na economia e na cultura do estado neste período, que aquece a cadeia produtiva e mantém vivas as tradições nordestinas.

Principal estrela das festas juninas, o milho verde tem gerado boas expectativas. Quem vive da venda desse tipo de produto comemora o bom momento, como Sérgio Sampaio Souza, conhecido como ‘Borracha’. O comerciante trouxe o produto diretamente do município de Aquidabã e falou com otimismo sobre a expectativa da venda do produto no período.  “Está vendendo bem, graças a Deus. A Ceasa está abastecida, está saindo e chegando mais milho. Não vai faltar para ninguém. Dá pra tirar um trocadinho e garantir o sustento”, revela.

Na banca de dona Maria Aparecida de São José de Oliveira, que vende há cerca de dois anos na Ceasa, o movimento surpreendeu positivamente. “Hoje e ontem foram os melhores dias de venda do mês, está saindo muito milho. O meu vem de Itabaiana, mas chega de todo canto. Tem milho para todo mundo. Está de trinta, quarenta, cinquenta reais, a depender. Tem gente que não pode comprar uma mão por cinquenta, mas quem procura acha mais em conta”, frisa.

Por conta do feriado, a Ceasa tem horário de funcionamento alterado. Nesta segunda, o espaço tem funcionamento até às 17h. Já nesta terça-feira, 24, Dia de São João, a Central funcionará das 3h às 13h. 

Consumidores satisfeitos

Entre os compradores, o servidor público José Paixão, morador de Nossa Senhora do Socorro, veio em busca dos ingredientes para uma noite junina em família. “Comprei milho, coco e outros derivados. Vim aqui por ser mais prático e ter variedade. O São João é nossa identidade, então não pode faltar”, expõe. 

Para Marizete Santos Nascimento, que costuma visitar o Ceasa apenas uma vez por ano, o milho também é essencial. “Esse ano eu não plantei, então, vim comprar. A mão está quarenta reais, mas vale a pena. Vou fazer canjica, cozinhar, fazer de tudo. Moro com meus netos e, graças a Deus, ainda mantenho essa tradição de acender fogueira e celebrar São João”, conta. 

Além do milho, o Ceasa oferece uma diversidade de produtos típicos da época, como macaxeira, amendoim, coco seco e laranja. Débora dos Santos de Jesus, que trabalha com comidas típicas o ano inteiro, destaca o aumento da procura neste período. “A demanda está grande, principalmente por canjica, pamonha, bolo, sarolho, pé-de-moleque. Os preços estão razoáveis, mesmo assim, aqui ainda é o melhor lugar para encontrar tudo isso junto”, destaca. 

Demanda atendida 

Grande parte dos vendedores do produto na Ceasa é oriunda do povoado Colônia 13, em Lagarto, e o milho comercializado vem do Perímetro Irrigado Piauí, gerido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Segundo o órgão, há uma expectativa de aumento de 50% na produção, em 2025, em relação ao ano anterior. A previsão para o período junino deste ano é de 4.591.300 espigas, cultivadas em uma área estimada de 157,2 hectares, com uma produção total de cerca de 1.955 toneladas.  

De acordo com o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o planejamento estratégico do Governo do Estado tem sido essencial para garantir a oferta do produto mais procurado do mês junino. “A oferta de milho verde está sendo suficiente para atender a demanda no Ceasa Aracaju, o principal ponto de concentração da produção estadual no mês junino. Nos perímetros irrigados, mantidos pelo Governo do Estado, já prevíamos um aumento de 50% na produção e isso contribuiu positivamente para a oferta do milho verde para Sergipe e até outros estados”, destaca.

Conforme Paulo, há, ainda, outros incentivos, como o Programa Sementes de Futuro, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). “Foram investidos R$ 7,5 milhões para doar 527 toneladas de sementes de milho à agricultura familiar, entre 2023 a 2025. E o Governo do Estado reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 2% na venda do milho em grão. Como resultado e antes de garantir o milho destas festas juninas, o agricultor sergipano alcançou a maior produtividade em quilos por hectare na produção nacional de grãos de 2024, quando também foi registrada uma safra recorde de mais de 1 milhão de toneladas de milho em Sergipe”, afirma. 

Produtores dos perímetros irrigados garantem produção de milho para o período junino

A expectativa da produção para a época é de mais de quatro milhões de espigas, cerca de 50% a mais do que no ano passado

A época do ano mais esperada pelos sergipanos está batendo à porta. Cheios de manifestações culturais, os festejos juninos também carregam tradições culinárias exaltadas pela população, como o consumo do milho e pratos derivados, por isso, boa parte da produção do alimento é pensada para abastecer os estoques e atender a alta demanda. Para tanto, o Governo de Sergipe atua para garantir a produção de milho verde, sobretudo nos perímetros irrigados, por meio do trabalho realizado pelos produtores, com o apoio e orientação técnica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). 

A expectativa de produção dos perímetros irrigados para o ano de 2025 é de mais de 4,5 milhões espigas de milho até o mês de junho, o que representa um aumento de 50% em relação ao ano passado, quando foram comercializadas pouco mais de três milhões de espigas, segundo levantamento da Coderse. A área correspondente à produção de 2025 é de 157,2 hectares, espaço que conta com infraestrutura do governo para garantia da irrigação adequada à produção. 

Para quem é produtor, contar com o perímetro irrigado faz muita diferença na produção, como é o caso do agricultor familiar e administrador de empresas Paulo Henrique de Oliveira, 29 anos, que acompanha o pai na lida no campo desde a infância. Atualmente, o negócio da família é todo focado nas culturas mais procuradas no período junino, em especial o milho. “Somos beneficiados com o perímetro irrigado. Podemos plantar de inverno a verão que sempre haverá produção. Ficamos despreocupados em relação a isso. Não dependemos somente da chuva”, justifica o rapaz, que concilia um emprego na indústria com as obrigações no campo, no Povoado Brejo, em Lagarto. 

Segundo ele, a produção de milho do ano passado foi muito boa e a expectativa para este ano é que seja melhor. “Ano passado, foram cerca de 30 mil espigas e os preços ficaram em torno de R$ 40 a R$ 50 a mão [50 espigas]. Só em junho do ano passado faturamos R$ 14 mil e esperamos que neste ano seja melhor”, vislumbra o produtor, que destina sua produção para a Central de Abastecimento (Ceasa) de Aracaju e de Areia Branca. “Eu poderia me sustentar só com o trabalho do campo, se eu quisesse. A produção de milho já me supre, se eu quiser manter só uma profissão”, pontua. 

Paulo Henrique relata que o milho é o item mais procurado nessa época junina, mas ele produz, também, batata-doce, macaxeira e maracujá. “Apesar de diversificarmos as culturas, no momento, nosso foco é o milho, por conta do São João. O perímetro irrigado nos ajuda bastante. Nós, produtores, tanto no inverno quanto no verão conseguimos garantir a produtividade. Não ficamos só dependendo da época chuvosa. Conseguimos nos programar”, reconhece.

Demais culturas

Agricultora há 12 anos no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no Ppovoado Fazenda Grande, Mirabel Ferreira dos Santos disse que se prepara para entregar o milho para o consumidor, assim como outros alimentos tradicionais do período junino, como a macaxeira. “A macaxeira está perto de colher. Já dá para vender para o comércio, se eu quiser”, declara a mulher, acrescentando que colhe cerca de 400 a 500 quilos de macaxeira por dia. “Já cheguei a uma tonelada de macaxeira por mês”, informa Mirabel, ao destacar que maio é a época certa de colheita para que a macaxeira esteja à disposição do consumidor em junho.

Por conta do aparato do perímetro irrigado, ela consegue se programar mais de uma vez no ano para a plantação. “Vamos plantar tudo de novo porque temos irrigação. Não tem época de plantar, dá o ano todo”. Além da macaxeira e do milho, Mirabel cultiva em sua propriedade batata-doce, feijão carioca, feijão de corda e amendoim. “Recebo assistência técnica por meio de técnicos da Coderse, que nos visitam e nos instruem. Contamos com a modernidade e tecnologia do perímetro. Eles sempre vêm, de acordo com a nossa demanda”, enfatiza.

Na temporada de São João também é tradição a venda de amendoim, produto típico que já está sendo providenciado nas duas propriedades de oito tarefas do produtor Antônio Barbosa, também assistida pelo Perímetro Irrigado Piauí, de Lagarto, no Povoado Brejo. “Sou um dos beneficiados do programa de irrigação e produzimos durante o ano todo, independentemente da época”, declara o agricultor de 22 anos de idade, que sustenta a casa onde vive com os pais graças ao dinheiro que fatura com a venda de amendoim e milho.  

Segundo ele, além do amendoim, até junho sua propriedade disponibilizará de 10 a 15 toneladas de milho prontas para comercializar. “No dia 24 de junho, o milho será entregue à Ceasa de Aracaju e de Maceió”, garante o agricultor, que trabalha com milho há cinco anos. “A produção é tão rentável que pretendo me manter no milho, amendoim e batata-doce. É o que está me rendendo. O perímetro permite isso”, conclui.

Trabalhadores rurais contam com investimentos do Governo e auxiliam o estado a ter a avanços na produção de leite

O Governo do Estado apresentou a produtores sergipanos o projeto da Adutora do Leite, que abastecerá com águas do Rio São Francisco os municípios de Canindé, Poço Redondo, Glória e Monte Alegre, um investimento da ordem de R$ 250 milhões.

Nos últimos anos, o Governo do Estado tem investido no fortalecimento da cadeia produtiva do leite, o que contribuiu para Sergipe figurar como o estado com o maior crescimento da produção na região Nordeste. Políticas públicas foram planejadas e programas disponibilizados para o produtor, como o Mão Amiga, Sementes do Futuro, Mais Genética no Sertão, Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), campanha permanente de vacinação e o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), a fim de apoiar o produtor. Ações que têm resultado nesse avanço na produção do estado, refletindo em uma posição de destaque na região.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, essa notícia representa a importância tanto dos investimentos dos produtores como das políticas públicas consistentes empreendidas pelo Governo. “Sergipe vive um momento histórico no setor leiteiro, graças a um trabalho abnegado dos produtores integrado com os municípios e os incentivos do Governo de Sergipe, que reúne apoio técnico, ações de inseminação artificial, sanidade animal, incentivo à produção e beneficiamento do leite e ao escoamento, com a melhoria das estradas e compra de alimentos da agricultura familiar, além de crédito rural”, ressalta. 

Para o gestor, hoje se observa a concretização de um trabalho de fortalecimento do setor por um governo que acredita no potencial do campo e investe no produtor. “Com isso, conseguimos gerar mais renda, garantir alimento de qualidade e fortalecer a economia do nosso estado”, ressalta.

O produtor Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho, do povoado Pau do Cedro, em Monte Alegre, tem sete vacas e faz a ordenha manual. Ele é um dos beneficiários das políticas públicas estaduais. “Produzo 50 litros de leite por dia, com vacas da raça Girolando. Com essa produção sustento minha esposa e minha filha”, revela o produtor, que atua na cadeia produtora há 25 anos. “Esses programas me ajudam. Ganhei dez raquetes de palma, pelo programa Sementes do Futuro e, durante um ano, você pode fazer 100 raquetes, dá para variar”, disse Courinho, que produz queijo e vende em Monte Alegre. 

Já a família Martins, do Povoado Baixa Verde, também em Monte Alegre, possui 20 vacas e é com essa produção que tira o sustento. Márcio, conhecido como Buru, é um dos quatro irmãos que vivem da produção do leite. “Fazemos, em média, 18 litros de leite por dia, por vaca. Já participamos do programa de Inseminação Artificial e o Sementes do Futuro. Os técnicos da Emdagro vieram aqui na época da inseminação e aproveitaram e vacinaram todos os animais”, recorda o agricultor, que é pai de três filhos. “Retiramos o leite e vendemos para as fabriquetas de queijo daqui de Monte Alegre. Todos os irmãos trabalham há mais de 20 anos nessa área”, acrescenta. 

Marcelo Martins, que é o irmão mais velho da família, ressalta que o negócio foi herdado do pai. “Sobrevivemos do que produzimos. Tenho esposa e três filhos. O Governo do Estado traz benefícios, como orientações técnicas, o beneficiamento de inseminação artificial, que já recorremos uma vez e tivemos sete crias por meio dele, e conseguimos ampliar nossa produção”, declara Marcelo. 

De acordo com o técnico agrícola da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) Wagner Sousa Lapa, a vantagem da cadeia leiteira em relação às demais, como a do grão, por exemplo, é a possibilidade de empregar na própria região o dinheiro que foi investido. “O produtor paga o ajudante, a castração, compra os insumos, tudo dentro do município”, exemplifica o técnico. 

Investimento

Segundo estudo do Banco do Nordeste, feito com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sergipe teve o maior aumento da produção de leite do Nordeste, se comparado os três primeiros meses de 2024 e 2023. De acordo com o levantamento, o aumento foi de 22,6%, ou seja, o estado subiu de 107,8 mil para 132,2 mil litros de leite produzidos neste período. O segundo lugar ficou com a Bahia, que registrou crescimento de 10,7%. 

De acordo com o agrônomo Nertom da Penha, lotado na regional de Nossa Senhora da Glória, produtores de Monte Alegre, por exemplo, são beneficiados por quatro programas executados pelo Governo do Estado. O ‘Sementes do Futuro’ distribuiu 20 sacas de sementes da palma Ipa Sertânia, que é livre de espinhos e facilita o manejo do produtor. Ela é multiplicada ano após ano para que o produtor aumente sua produção. “É uma palma para o futuro, como o programa diz”, declara Nertom.  

O Programa Mais Genética no Sertão e o Programa Estadual de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) são outras maneiras de melhorar o rebanho do produtor. “O sêmen dos melhores touros do país, até de fora, é inseminado nas vacas. Esse produtor terá bezerros mais produtivos, que aumentará a produção e com genética melhor”, explica.

Um programa permanente é o de vacinação do rebanho. A Emdagro trabalha com a vacinação para brucelose e clostridiose. Já o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) é o documento que garante ao produtor o direito de acessar as políticas públicas do governo. “Principalmente com relação ao crédito, que é uma forma do produtor investir e melhorar a sua produção”, disse Nortom. 

Adutora

Com o objetivo de fomentar o potencial no agronegócio, o Governo do Estado apresentou a produtores sergipanos, no último dia 5 de abril, o projeto da Adutora do Leite, que abastecerá com águas do Rio São Francisco os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, um investimento da ordem de R$ 250 milhões. Por enquanto, o plano está em fase de estudo, que definirá a viabilidade da estrutura passando pelo alto sertão sergipano. Enquanto as obras da Adutora do Leite não entram em fase de execução, as obras de outra adutora importante, a do Curralinho, em Porto da Folha, já foram iniciadas em fevereiro.  

A Adutora do Leite será uma solução para a dessedentação animal no trajeto entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, com uso da água captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), no Rio São Francisco. A obra, reivindicação antiga na região que mais produz leite em Sergipe, levará água aos diversos tipos de criatórios comerciais, rebanhos que somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, dos cinco municípios no trajeto de 108,60 km de extensão, que são: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, passando pelo polo leiteiro de Santa Rosa do Ermírio, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória. 

Somente na bovinocultura de leite, principal atividade econômica do alto sertão sergipano, a perspectiva é de que a produção leiteira dos cinco municípios ultrapasse os 296.062.000 litros por ano, registrado em 2022.  

Outra expectativa é que, com a água da Adutora do Leite diminuindo as distâncias de acesso e aumentando a oferta de abastecimento hídrico, os custos para os pecuaristas diminuam e cresça o potencial na região para investimentos em aumento e melhoria genética dos rebanhos. Mais produção, animais, tecnologia e infraestrutura empregada geram mais renda e novos postos de trabalho para o povo sertanejo. 

Palestra ‘Saúde Mental do Trabalhador e Trabalhadora e Gestão de Riscos psicossociais’ faz parte do abril Verde

Na segunda-feira, 28, os funcionários da Coderse participaram da palestra ‘Saúde Mental do Trabalhador e Trabalhadora e Gestão de Riscos Psicossociais’, no auditório da sede da empresa em Aracaju. A atividade foi ministrada pelo psicólogo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado da Saúde (CEREST/SE), Élder Magno Freitas Santos.

A palestra faz parte do Abril Verde, uma campanha de conscientização para promover a saúde e segurança no trabalho, prevenindo acidentes e doenças ocupacionais. Organizaram a ação a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA) e a divisão de Saúde e Segurança do Trabalho (Dissa) da Coderse, esta última ligada à Diretoria Administrativa e Financeira (Diraf).

Agricultores de Lagarto produziram quase 11 mil toneladas de produtos agrícolas em 2024, 116,5% a mais que no ano anterior

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe atende, com água de irrigação e assistência técnica, 421 unidades produtivas no perímetro Piauí

Há 38 anos a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) administra o Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul do estado. Nesta sexta-feira, 25, os agricultores irrigantes do perímetro e toda a população rural lagartense teve acesso aos serviços que a empresa oferece em sua sede, em Aracaju, inclusive relacionados a perfuração e instalação de poços tubulares, enquanto os demais lagartenses conheceram mais esse trabalho realizado na irrigação pública, segurança alimentar, infraestrutura hídrica e dessalinização. Isso porque o Governo do Estado transferiu, simbolicamente, a capital de Sergipe para a sede do município por um dia, na 46ª edição do ‘Sergipe é aqui’.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse atende, com água de irrigação e assistência técnica, 421 unidades produtivas no perímetro Piauí. Juntas, elas colheram quase 11 mil toneladas de produtos agrícolas em 2024, aumento de 116,5% em relação ao ano anterior (5.100T). Em lavouras que utilizaram 430 hectares de área irrigada. O valor total dessa produção anual foi de mais de R$ 7,5 milhões, revertidos em renda para os agricultores.

Helenilson Santos é produtor irrigante no perímetro Piauí. Planta milho, feijão-de-corda, amendoim e batata-doce. Animado com o preço de venda desta última, de R$ 3,00 o quilo da raiz, o agricultor pretende fazer um novo cultivo em breve, usando microaspersão na sua propriedade irrigada. Hoje ele aplica os tratos culturais do milho verde que vai colher no período junino.

“A expectativa é muito grande, em parceria com a Coderse e a Secretária de Agricultura do município. Tivemos um movimento, para fazer com que a produção pudesse crescer ainda mais. Vamos com alegria, força e fé para que este ano a gente bata o recorde, mais uma vez, de produção. Além da água, temos todo o apoio técnico do pessoal da Coderse, todo o apoio psicológico; eles nos incentivam. Estamos unidos no campo com a Coderse para melhorar a qualidade de vida do ser humano”, colocou. 

Entre 2023 e 2024, houve um investimento de mais de R$ 2 milhões, em recursos do Estado, na manutenção elétrica, mecânica ou substituição de motores e bombas e dos seis perímetros irrigados administrados pela Coderse. Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite considera a irrigação pública como essencial para a segurança alimentar dos sergipanos. “Há vários anos, a cesta básica registrada em Aracaju é a mais barata do país, e o que é produzido nos perímetros do Governo de Sergipe influencia na maioria dos produtos pesquisados. Com irrigação, se produz mais e com maior diversidade. São colheitas o ano inteiro e não há perda por conta da falta de chuvas”, pontuou.  

Segurança alimentar

A assessoria dos técnicos da Coderse refletiu positivamente para que 23 agricultores irrigantes do perímetro irrigado de Lagarto participassem do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na modalidade ‘Compra com doação simultânea’, em 2024. Eles entregaram 83,2 toneladas de alimentos que beneficiaram quatro mil pessoas em situação de insegurança alimentar de General Maynard, no leste sergipano, durante dez meses, repercutindo em R$ 344.995,97 de renda para esses produtores pela comercialização dos alimentos.

“Em 2025, são 65 produtores, de três associações de irrigantes de Lagarto que fizeram proposta para Conab de entregar para o PAA mais de 180 toneladas de Produtos. Alimentos que podem beneficiar até dez mil pessoas carentes. Se forem aceitas as propostas, esses agricultores irão receber, no período de dez meses, quase R$ 975 mil pelo total das entregas de alimentos. Um grande incentivo para produzir usando a irrigação da Coderse”, avaliou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

Infraestrutura hídrica

Em 42 anos de atuação da empresa, são mais de 210 poços perfurados pela Coderse em Lagarto. Nas ações de bombeamento com limpeza e teste de vazão, instalação, recuperação e manutenção de poços, feitas pelas equipes da companhia estadual, foram investidos R$ 72.837,83 em recursos do Governo do Estado, beneficiando cerca de 7,3 mil lagartenses, entre 2023 e 2024. Diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, conta que a novidade do setor são os três sistemas de dessalinização que o Governo do Estado vai entregar em breve.

“É um trabalho desenvolvido na região de semiárido, onde tem pouca oferta de água para população rural. Trouxemos para o ‘Sergipe é aqui’, para a população de Lagarto conhecer a maquete de uma unidade do Programa Água Doce, coordenado em Sergipe pela Seagri e executado com as suas empresas vinculadas. Por meio da Coderse, o programa está concluindo a construção de três novos sistemas de abastecimento em Porto da Folha, Poço Verde e Carira. A partir disso, Sergipe terá 32 sistemas de dessalinização e vai atender aproximadamente 6.400 famílias com água potável”, concluiu Ernan Sena.

Programa Sementes do Futuro impulsiona a agricultura familiar nos perímetros irrigados

Nas áreas com irrigação pública estadual, o programa ganha versatilidade, pois o milho pode ser cultivado fora do período de chuvas

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, participou da distribuição de sementes no Jacarecica II // Foto: Coordenação Operacional de Irrigação da Coderse

O Programa Sementes do Futuro, do Governo de Sergipe, atende agricultores familiares dos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). São 2,6 toneladas de sementes para 264 produtores irrigantes que, com a irrigação, podem plantar em qualquer época do ano. A empresa é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que está beneficiando mais de 20 mil produtores rurais com 206 toneladas de sementes de milho selecionadas em todo estado, investindo R$ 3 milhões.

Agricultores como Maria Isabel dos Santos, irrigante do Perímetro Irrigado Jacarecica II no assentamento Santa Maria, ressalta a importância da entrega pontual das sementes, que permite um plantio eficiente e aproveita melhor as condições climáticas.Ela agradece e destaca a relevância da parceria com o Governo do Estado para a produção de milho. “Estou agradecendo a semente que chegou em dia, no tempo certo, precisamos plantar para colher. As pessoas comem o que a gente planta. Vamos fazer com que esse milho chegue na mesa de vocês, povo da cidade. Favoreça e mantenha com que o agricultor viva no campo, comprando nosso milho quando chegar aí”, recomenda Maria Isabel.

A entrega das sementes — que começou em 19 de março, Dia de São José —  segue a tradição rural religiosa que se alinha às chuvas da época, favorecendo o cultivo. Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite explica que, nos perímetros irrigados, os agricultores têm maior liberdade para escolher o momento ideal para plantar. “O agricultor pode plantar no período que mais lhe favoreça colher e comercializar as suas espigas, aproveitando até períodos em que o mercado está desabastecido”, avalia.

A Coderse, já está em seu terceiro ano atuando no ‘Sementes do Futuro’, e sempre fica encarregada de distribuir a sementes nos perímetros irrigados. Neste ano, está distribuindo sementes nos perímetros Jacarecica I e II, nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador e Riachuelo; e também no perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto. Nos perímetros Califórnia, em Canindé de São Francisco; e no perímetro Piauí, em Lagarto, a distribuição das sementes do programa está sendo feita pelas prefeituras municipais.

A iniciativa é bem recebida por outros agricultores. Iranildo Conceição da Silva, irrigante do Jacarecica II, enfatiza a praticidade do programa. “Acho isso muito importante, porque além de facilitar o transporte, nós ganhamos as sementes e já fica mais propício para a gente plantar mais cedo, na época boa e a nossa agricultura vai ser maravilhosamente boa, graças a isso”, expressa Iranildo, sublinhando os benefícios de receber as sementes no tempo certo.

Adriana Regina Souza, agricultora do Jacarecica II, também demonstra sua gratidão. “A semente está chegando no período correto do plantio e iniciaremos a plantação. Só a agradecer, porque será de grande utilidade”, afirma. Essa ação não só apoia a produção agrícola, mas também fomenta a valorização do trabalho rural e a manutenção das comunidades no campo, refletindo um compromisso com o desenvolvimento sustentável da região.

Início da distribuição

Desde 19 de março, mais de 20 mil agricultores familiares de 60 municípios sergipanos passaram a ter acesso às 206 toneladas de sementes de milho selecionadas, via Programa Sementes do Futuro, do Governo do Estado. Por meio da Seagri e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), foi realizada a escolha, fiscalização e aquisição das sementes, um investimento de R$ 3 milhões.

Governo apresenta projeto de adutora na Festa Amigos do Leite

Adutora do Leite é o maior investimento em segurança hídrica produtiva para o alto sertão sergipano em 40 anos


Neste sábado, 5, o governador Fábio Mitidieri apresentou o projeto ‘Adutora do Leite’ para produtores sergipanos, durante a realização da Festa Amigos do Leite. O evento, realizado anualmente, no povoado Santa Rosa do Ermírio, município de Poço Redondo, está no calendário entre os maiores eventos da pecuária leiteira sergipana e entrou na sua 14ª edição. A celebração acontece onde o leite representa a fonte de renda para 90% das famílias locais que, com sua produção, abastecem grandes laticínios de Sergipe.

O projeto apresentado pelo Governo do Estado de Sergipe mostra que a adutora percorrerá um longo trajeto 108,60 km de extensão entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, usando a água captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no Rio São Francisco. A obra vai levar água e disponibilizar 22 reservatórios instalados à disposição dos criadores e seus rebanhos, que somam aproximadamente 152 mil bovinos, sendo 45% em estado de lactação, com produção estimada em 2 milhões de litros por dia. Os municípios atendidos no trajeto são: Canindé de São Francisco; Poço Redondo, passando pelo importante polo leiteiro de Santa Rosa do Ermírio; Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória.

O governador Fábio Mitidieri destacou o que será conquistado com esse investimento. “Estivemos aqui antes para anunciar o projeto da Adutora do Leite. Hoje, a gente vem entregar o projeto concluído. A partir de agora, já podemos licitar essa obra para que neste ano ainda comece a se realizar o sonho de trazer água bruta lá de Canindé até Nossa Senhora da Glória, o que vai possibilitar dobrar a produção da bacia leiteira. São investimentos superiores a R$ 240 milhões, e que, se Deus quiser, vai possibilitar que a gente gere mais emprego, mais renda, que a gente faça com que o ouro branco, que é o nosso leite, se torne ainda mais pujante e forte no nosso sertão. Portanto, essa é a notícia, a Adutora do Leite é uma realidade”, enfatizou o governador.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, ressaltou que o governo vem trazer uma solução definitiva para o principal desafio para a região: a insegurança hídrica. “Estamos aqui em mais uma edição da Festa Amigos do Leite, esse evento grandioso que exalta a nossa bacia leiteira, tão forte e tão crescente a cada dia, mostrando a força do produtor rural, mostrando a garra do sertanejo”.

“Parabenizamos o governador por mais essa grande obra para o povo do sertão. Fábio Mitidieri que vem se consolidando como o governador que traz água para o sertão, água para a terra do leite. A Adutora do Leite é o maior investimento em segurança hídrica produtiva para o alto sertão sergipano depois de 40 anos. Para o governador, nosso reconhecimento e gratidão por todo investimento que tem feito para nossa população do campo”, completou Zeca da Silva.

Um dos organizadores da Festa do Leite e também criador, Odair José, não escondeu a alegria de ter a participação do governador trazendo notícias tão importantes para os criadores. “Santa Rosa do Ermírio ultrapassa a produção de 300 mil litros de leite por dia, despontando na liderança como maior bacia leiteira de Sergipe. Estamos na ‘terra do leite’, com maior produção por metro quadrado do estado e, agora, mais felizes, porque temos a possibilidade de ampliar nossa produção, com a chegada da obra da adutora”.

Outro criador, José Teles de Andrade Sobrinho, mais conhecido na região como Zé do Poço, também manifestou felicidade. É gratificante estar aqui presenciando esse momento feliz onde o governo dá mais um passo na construção desse projeto de trazer água para nossa produção. Foi na minha propriedade onde o governador fez o primeiro anúncio dessa obra, depois que assumiu o governo, então fico muito feliz. Aqui nós temos tecnologia, temos inseminação, temos uma genética boa, terra boa, mas não temos água. O que conquistamos até agora foi com muito esforço do produtor. Então, a ajuda do governo é muito bem-vinda”, completou Zé do Poço.

Última atualização: 20 de maio de 2025 08:45.

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