Perímetros irrigados do Governo de Sergipe garantem produção de amendoim durante todo o ano

Agricultores abastecidos pelo Perímetro Piauí, em Lagarto, estão no período de colheita e celebram bons rendimentos com o plantio

O amendoim é uma das culturas mais relevantes para a segurança alimentar em Sergipe, sendo um dos itens mais produzidos e consumidos no estado. Ao contrário do que acontece em outros estados do país, onde há maior produção e consumo em meses como maio e junho, em decorrência dos festejos juninos, em Sergipe, a produção é contínua, muito por conta da alta demanda. Para suprir essa necessidade, os perímetros irrigados administrados pelo Governo de Sergipe têm papel fundamental, tanto para o cultivo quanto para o apoio aos pequenos produtores que dependem dessa cultura. 

De janeiro a agosto deste ano, os perímetros de Jacarecica I (Itabaiana) e Piauí (Lagarto), por exemplo, colheram um total de 73,25 hectares de amendoim, 25,6% a mais que no mesmo período de 2024, produzindo 310 toneladas de vagens para cozimento, também 31% a mais, e a produção rendeu R$ 1.752.790 aos agricultores irrigantes, 27% maior que no mesmo recorte do ano anterior. 

No município de Lagarto, a produção continuada no Perímetro Irrigado Piauí, que existe desde 1987, tem sido essencial para os produtores. Para eles, sem esse abastecimento fornecido pelo governo, a produção ficaria comprometida, sobretudo do amendoim cozido, declarado patrimônio cultural e imaterial de Sergipe em 2021. 

No ano passado, nos cinco perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), foram cultivados 169,4 hectares de amendoim, o que equivale a 794,6 toneladas de vagens para cozimento. A produção rendeu R$ 4.475.772,00 aos agricultores irrigantes, somente com esta leguminosa. 

O diretor de Irrigação da estatal, Júlio Leite, explica que o cultivo do amendoim é incentivado nos perímetros por oferecer um conjunto de benefícios que vão além da produção. “Como a produção sergipana é praticamente toda destinada ao amendoim cozido, nos perímetros há sempre produtores que cozinham a sua e a produção dos vizinhos, agregando valor ao produto, que já sai do perímetro pronto para o consumo, gerando mais renda para a agricultura irrigada. Outra vantagem é que o amendoim é uma ótima cultura de transição, fixando nutrientes e conservando a qualidade do solo para a próxima lavoura a ser plantada na mesma área”, enfatizou.

Bons rendimentos
Com a chegada do final do ano, produtores como Antônio Barbosa, de 22 anos, que administra com a família uma propriedade de 4,8 hectares, estão em período de colheita. “Tudo que tenho hoje, como carro e casa, eu tirei da roça. Aliás, minha família toda também construiu bens assim. Estamos no período da colheita para vender para a cidade porque os amendoins já estão maduros. Se fosse na época dos meus pais, quando não havia o perímetro, muito provavelmente a gente plantaria poucos dias antes do inverno e aguardaria a chuva”, declarou o produtor, que precisou contratar funcionários para ajudá-lo na colheita.

O lavrador lembrou, também, que antes do perímetro irrigado a população se restringia apenas às culturas de fumo e mandioca, em Lagarto, diferentemente do que ocorre hoje, quando uma mesma propriedade consegue trabalhar o ano inteiro com, pelo menos, cinco tipos de culturas diferentes. “Naquela época, além da cultura ser limitada, ainda tinha que esperar o tempo certo de plantar”, completou. 

Para implantar o perímetro irrigado, o Governo do Estado construiu a barragem, deu infraestrutura aos lotes, que é o ponto de água, e daí para frente o produtor assumiu a responsabilidade da produção, sempre com o apoio dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). “O perímetro irrigado modificou a economia da cidade porque deu para introduzir mais culturas, que podem ser produzidas o ano inteiro”, acrescentou Antônio.

O lavrador Raimundo Lisboa, mais conhecido como Cacá, também reconhece a importância da estrutura para os produtores, que, segundo ele, possibilitou o envio de seus dois filhos à faculdade. “Com o que produzi aqui, hoje tenho um filho policial militar e outro dentista”. 

Variedades de culturas
Sua propriedade de 2,1 hectares está no período de replantio de amendoim. “Já colhemos e estamos plantando novamente, mas temos outras culturas aqui também, inclusive milho. Com o perímetro irrigado, não estou restrito a um tipo específico de cultura, posso plantar a qualquer momento ao longo do ano. Normalmente cultivo uma tarefa [0,33 hectares] aproximadamente de amendoim. Na última colheita tive 237 medidas [baldes de 12 litros], o que me rendeu cerca de R$ 2 mil de lucro. O amendoim leva três meses para ser colhido, então é possível plantar novamente. Ou seja, não há um longo intervalo. Não há necessidade de alternar a terra”, relatou o agricultor de 60 anos de idade, que atua na região desde a implantação do perímetro irrigado em Lagarto.

Francisco Saturnino dos Santos, o Chiquinho de Neusa, segue a mesma lógica de Raimundo: sua propriedade abastecida pelo perímetro irrigado lhe rendeu bens e investimentos para a família. Apesar dos 82 anos de idade e já estar aposentado, ele segue com a produção junto de dois, dos cinco filhos. “Minha propriedade mede 25 tarefas [7,5 hectares] e aqui tem de tudo. O amendoim são meus dois filhos que estão plantando, mas continuo trabalhando com eles. Inclusive, o nosso amendoim já está bom de colher”, pontuou o produtor, que afirma tirar, em média, R$ 5 mil de lucro por colheita.

O agricultor Aguinobaldo José do Nascimento, o Badinho, também vive do que produz, e prepara o filho de 23 anos de idade para dar sequência ao legado da família. “Tenho duas tarefas [0,6 hectares] de terra dentro do perímetro. Como o amendoim já está maduro, devo colher, no máximo, em 30 dias. É uma cultura muito fácil porque dentro de três meses ele já está maduro e aparece logo gente para comprar. O perímetro irrigado foi uma das melhores coisas para o produtor. Se não tivesse irrigação, não teríamos como plantar. Só poderíamos plantar para colher no inverno, no São João. Mas nós plantamos para colher o ano inteiro”, garantiu. 

Perímetro irrigado
A Coderse gerencia o perímetro irrigado em Lagarto fornecendo água e assistência técnica, que inclui suporte para a aplicação de novas tecnologias como fertirrigação e plasticultura. O perímetro produz uma grande variedade de culturas, como milho verde, abóbora e tomate, e tem como objetivo fortalecer a economia local e estadual, gerando emprego e renda para os agricultores. 

A produção agrícola no Perímetro Irrigado de Lagarto tem apresentado bons resultados. Em 2024, a produção total foi de 11 mil toneladas, um aumento significativo em relação ao ano anterior, impulsionada em parte pela melhora na infraestrutura do sistema, como a entrega de novas motobombas.

Atualmente, a Companhia administra seis perímetros: Califórnia (Canindé do São Francisco), Jabiberi (Tobias Barreto), Jacarecica I (ltabaiana), Jacarecica II (Malhador, Areia Branca e Riachuelo), Piauí (Lagarto) e Poção da Ribeira (Itabaiana).

Programa Água Doce leva saúde e sustentabilidade a comunidades rurais de Sergipe

Três novos sistemas de dessalinização foram entregues em Poço Verde, Porto da Folha e Carira

Foto: Igor Matias

No semiárido brasileiro, a oferta regular de água potável sempre exigiu soluções específicas, sobretudo para famílias que vivem em áreas rurais e dependem de poços artesianos ou da água acumulada das chuvas. Para garantir o acesso à água de qualidade em Sergipe, o Programa Água Doce (PAD), coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e mantido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), mantém sistemas de dessalinização em diversas comunidades.

O Programa Água Doce é executado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), com parceria de outras secretarias do Governo do Estado, prefeituras e comunidades, na cogestão das unidades. Recentemente, o Governo de Sergipe entregou mais três novos sistemas de dessalinização construídos, beneficiando quase 500 famílias nos municípios de Poço Verde (Povoado Saco do Camisa), Porto da Folha (Povoado Bela Aurora) e Carira (Assentamento Carlos Prestes). Ao todo, o Programa Água Doce já implantou 32 unidades em nove municípios, alcançando cerca de oito mil pessoas. O investimento nos novos sistemas é de R$ 1 milhão. Um convênio vigente, no valor de R$ 9 milhões, prevê, ainda, a instalação de mais 11 unidades nos próximos meses.

O processo de dessalinização envolve etapas integradas. A água é captada de poços tubulares e passa por um pré-tratamento, no qual filtros removem sedimentos e impurezas. Em seguida, ocorre a osmose reversa: bombas de alta pressão forçam a água por meio de membranas semipermeáveis, que retêm os sais e liberam água purificada. Depois disso, a água recebe correção de pH e desinfecção, garantindo segurança antes de ser encaminhada ao reservatório de distribuição. Já o concentrado salino resultante é direcionado a tanques de contenção e, em algumas comunidades, é reaproveitado para o cultivo de tilápia ou para irrigação de plantas forrageiras adaptadas a solos mais salinos.

Mais saúde
Segundo o coordenador estadual do Programa Água Doce em Sergipe, Vandesson Carvalho, nessas localidades, a água subterrânea é naturalmente salobra. Para que se torne própria para consumo, é utilizada a tecnologia de osmose reversa, amplamente adotada em regiões áridas. No Povoado Saco do Camisa, por exemplo, aproximadamente 400 famílias deixaram de consumir água salobra, que causava problemas como hipertensão e cálculo renal. Agora, após seis meses, os moradores já percebem a diferença na qualidade de vida. “Água é vida e água tratada é saúde. O PAD traz dignidade, melhora a saúde das crianças e de toda a população. Recentemente entregamos sistemas também em Carlos Prestes, em Carira, e Bela Aurora, em Porto da Folha. Com os próximos investimentos, vamos beneficiar mais de 5 mil famílias no semiárido sergipano”, afirmou.

No Povoado Saco do Camisa, o sistema de dessalinização distribui cerca de 18 mil litros de água potável por mês, garantindo o abastecimento contínuo das famílias. Cada família pode retirar até 80 litros de água por semana, quantidade suficiente para o consumo e preparo de alimentos, o que reforça a segurança hídrica e a saúde da comunidade.

Gestão compartilhada
A administração do sistema de dessanilização é participativa. A comunidade elege um grupo gestor responsável pela operação e controle do sistema. A partir de um acordo de gestão firmado entre os entes públicos e comunidade, no povoado Saco do Camisa, os moradores contribuem com um pequeno valor que cobre pequenas manutenções e remunera os operadores locais, enquanto a prefeitura arca com a conta de energia. Estado e União garantem suporte técnico e manutenção especializada.

”A comunidade definiu uma contribuição no valor de R$ 20 por família, para cobrir pequenas manutenções do sistema. Aqui no Saco do Camisa, cada família tem direito a 40 litros de água por dia, duas vezes por semana, totalizando 80 litros semanais, e os operadores auxiliam na entrega quando necessário. É um sistema sustentável e participativo, com a contribuição e o envolvimento de toda a comunidade se fortalece o sentimento de cuidado e pertencimento do bem público”, destacou o coordenador.

Moradora e membro do grupo gestor da comunidade, Edinalva Batista e Silva destaca o impacto coletivo do programa. “Essa água é um tesouro para a nossa comunidade. Antes, muita gente precisava comprar água ou ir buscar longe, na cisterna de outras pessoas. E água de cisterna não é tratada. Agora, temos água boa para beber e cozinhar, com qualidade. Fico responsável por receber a contribuição dos moradores, pagar os dois operadores e guardar a parte da manutenção. É uma responsabilidade, mas é uma alegria porque é para o bem da comunidade. Chegou na hora certa”, relatou.

Para o prefeito do município, Roberto Barracão, a articulação entre as esferas pública e a sociedade é essencial para o sucesso do programa. “Governo Federal, Estadual e Municipal estão de mãos dadas para levar água de qualidade ao povo. Isso é dignidade, isso é compromisso com quem mais precisa”, afirmou.

Atuação integrada do Governo de Sergipe fortalece agricultura e dá assistência aos pequenos produtores

Unidades que compõem a Secretaria de Estado da Agricultura trabalham de forma articulada para fomentar políticas públicas que impulsionam desenvolvimento no campo

Foto: Erick O’Hara

Assistência técnica aos pequenos produtores/Foto: Igor Matias

Uma das áreas mais importantes e que mais impulsionam a economia e geração de empregos em Sergipe, a agricultura tem um olhar especial de cuidado por parte do Governo do Estado. E, para que o trabalho aconteça mostrando resultados importantes, as ações da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) são desenvolvidas junto a empresas vinculadas que realizam a execução dos projetos nos quatro cantos de Sergipe.

A Seagri atua como órgão planejador, ao lado de três órgãos executores: Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese). Cada uma atua em sua competência, mas todas de forma conjunta para fomentar políticas públicas ligadas à agricultura, especialmente ao pequeno produtor.

A Emdagro é uma empresa que atua na assistência técnica e extensão rural ao pequeno produtor e ao agricultor familiar, com engenheiros agrônomos, veterinários e agrícolas, além da pesquisa agropecuária, regularização fundiária e defesa sanitária animal, com fiscalização e inspeção de produtos e plantações, promovendo segurança alimentar. 

Neste sentido, o presidente da empresa, Gilson dos Anjos, avalia a Emdagro como uma “empresa completa”. “Digo com muita segurança que a Emdagro é uma empresa completa. Aqui, nós fazemos serviços fundamentais. Temos diversos profissionais, principalmente os engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e veterinários, mas, também, há, aqui, assistentes sociais, técnicos em economia doméstica. Não é apenas uma pequena assistência, mas, sim, todo um trabalho com acompanhamento”, afirmou.

Resultados significativos
Em dois anos e dez meses, com apoio do Governo do Estado, a Emdagro vem entregando resultados importantes. Foram mais de 500 toneladas de sementes de milho para o pequeno produtor, mais de 450 toneladas de semente de arroz na região do baixo São Francisco, mais de 650 mil raquetes de palma forrageira, mais de mil inseminações artificiais em bovinos, e cerca de 56 mil Cadastros de Agricultura Familiar (CAFs).

Para Gilson, o apoio da Emdagro tem sido essencial. “É perceptível que, quando um pequeno produtor abandonado, que não tem uma orientação sobre a sua produção, passa a receber a assistência da Emdagro começa a melhorar sua produtividade. Com isso, ele cresce social e economicamente. Nós não visamos lucro financeiro, mas, sim, o lucro social, em melhorar a vida do pequeno produtor rural”, enfatizou.

Junto a isso, há o trabalho da Coderse, que abarcou, em 2023, os serviços da antiga Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) e atua, especialmente, na gestão dos perímetros irrigados. Atualmente, são seis espalhados pelo estado, onde o Governo de Sergipe conduz o funcionamento do sistema de abastecimento de água bruta para irrigação, gerando emprego e renda no campo, garantindo a permanência do trabalhador na zona rural e criando condições de trabalho.

O presidente da companhia, Paulo Sobral, explica como é feito o trabalho. “Você trabalha com dois pólos imprescindíveis para a manutenção da vida: água e alimento. Entendo a Coderse como uma empresa fantástica porque ela gera vida, estimula a produção de alimento, é responsável pela gestão e produção dos alimentos nos perímetros irrigados. A cesta básica de Sergipe, se você observar, já há alguns anos é a mais barata do Nordeste, e acreditamos que isso se dá, também, pelas ações dos perímetros irrigados. O Governo do Estado tem na Coderse uma empresa com um papel fundamental para a manutenção do homem no campo”, pontuou.

Além disso, a nova perspectiva da Coderse trabalha com mais ênfase na parte de saneamento rural, calçamento, e funções como gestão de emendas parlamentares para transferência de recursos, aquisições de equipamentos que seriam destinados a associações de produtores e municípios, entre outros. Um processo burocrático, mas importante para o desenvolvimento do campo. “É uma parte bastante burocrática. A Coderse, assim, ampliou seus trabalhos, mantendo o que era relativo à antiga Cohidro e se tornando uma companhia de desenvolvimento regional. Essa foi uma ideia do governador, com a perspectiva de captação de recursos e de implementar ações antigas da Cohidro, junto às novas”, acrescentou Paulo Sobral.

Articulação
Já a Pronese tem como objetivo articular políticas públicas, sobretudo para as populações mais vulneráveis, atuando na busca do fomento, financiamento e convênios com organizações como o Banco Mundial e o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura (FNDA). 

Desta forma, ela se destaca como a empresa que vai até as comunidades mais vulneráveis do estado, levando muitas vezes pavimentação, energia elétrica, melhorias habitacionais e hídricas, mas sempre decidido em conjunto com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, como observa o presidente Adinaldo do Nascimento. “Ela é a empresa que trabalha ativamente com as comunidades na busca, sobretudo, das ações de infraestrutura e qualidade na produção de forma sustentável, fazendo um círculo virtuoso e que o desenvolvimento chegue até as comunidades mais vulneráveis do estado”, complementou.

Por meio de ações como o Programa Nacional de Crédito Fundiário, que assenta famílias com financiamento e apoio do Estado na aquisição de imóveis, e a captação de R$ 150 milhões em recursos para combate à seca, a Pronese atua diretamente nas demandas locais, ouvindo as associações e definindo as prioridades. “Esse trabalho é mais direto de entender a realidade local e já atacar diretamente aquela demanda, ouvindo sempre as associações dessas comunidades, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, tomando a decisão em conjunto e definindo as prioridades com o conselho e as associações, a serem desenvolvidas naquela comunidade”, acrescentou Adinaldo.

Trabalho em conjunto
Cada uma das empresas vinculadas trabalha com suas competências, mas todas atuam de forma conjunta para abranger as demandas da agricultura de forma plena, lideradas pela Seagri. Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, essas ações se dão com a liderança do governador Fábio Mitidieri, fazendo com que os resultados sejam alcançados. “Formalmente, a Seagri é como uma empresa mãe. As ações pela promoção da agricultura, pecuária e pesca no estado de Sergipe partem daqui, e essas empresas são os braços operacionais das políticas públicas desenvolvidas. As pessoas que estão nas direções compartilham conosco um pensamento muito parecido, o que traz bons resultados. O governador Fábio Mitidieri nos dá o rumo e nos orienta, para que possamos fazer essa união entre a Seagri e as empresas, desempenhando seus papéis”, pontuou.

O volume de investimentos caminha lado a lado com tais iniciativas. Entre elas, o secretário Zeca destaca a Adutora do Leite, que será executada pela Coderse; e o Programa Sertão Vivo, por meio da Pronese. Somados, eles geram um investimento de R$ 600 milhões. “Nunca em sua história a Seagri teve um volume de investimentos tão grande quanto no atual governo. Com o Sertão Vivo e a Adutora do Leite, a gente vai, de acordo com os nossos técnicos, triplicar em 10 anos a produção do leite no estado de Sergipe. É um olhar estratégico que a Seagri tem, e todas as outras empresas estão envolvidas. O Pronese por conta do Sertão Vivo; a Emdagro com melhoramento genético, cuidado com os animais; e a Coderse com a Adutora do Leite. O agro é uma rede, e isso é uma determinação do governador”, completou. 
 

Governo do Estado incentiva à diversificação de culturas agrícolas na irrigação pública

Com oferta de água durante todo ano, Coderse dinamiza atividade rural em seus perímetros

Valmir de Oliveira está cultivando abacateiros para diversificar a produção do seu lote irrigado no Jacarecica II // Foto: Fernando Augusto /Coderse

Aumentar o número de espécies e variedades frutíferas, e ampliar a área produtiva com o uso da irrigação localizada.  A partir do incentivo do Governo do Estado, essa foi a forma que o agricultor Valmir de Oliveira encontrou para diversificar a produção do seu lote, no Assentamento Marcelo Déda, e que também está inserindo no Perímetro Irrigado Jacarecica II, em Malhador, agreste central sergipano. Com as mudanças, o irrigante busca produzir por um período maior do ano, de olho no mercado e menos dependente de mão de obra extra.

Colaboraram com as mudanças que estão sendo feitas no lote de Valmir, o fornecimento de água permanente a assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e que administra o Jacarecica II. Ele iniciou a ampliação da área irrigada, com novos pomares, mas precisou do apoio da empresa pública para completar os equipamentos necessários, como mangueiras e microaspersores.

“Estou trabalhando na busca de alternativas. No passado, tivemos até 2.250 pés da acerola ‘sertaneja’. Hoje a gente reduziu essa quantidade. Mas entramos com as variedades de acerola ‘okinawa’, que é de período frio, como também a variedade ‘junco’. Colocamos, abacate, sapota, goiaba, cana, coco e estamos pensando em diversificar mais ainda. Porque aí tem mercado, esporadicamente, durante todo o ano. Eu não tinha ainda o equipamento para a irrigação, não tinha o recurso, em épocas difíceis. E graças a Deus a Coderse liberou o material para pôr irrigação em outras partes aqui do sítio. Só foi possível ter essa diversidade por conta da irrigação”, pontuou o agricultor Valmir.

Coordenador Operacional na Diretoria de Irrigação da Coderse (Cope/Dirir), Roberto Marques Santos conta que, a partir das visitas de campo que faz no Jacarecica II, tanto soube da condição de Valmir de Oliveira como também foi motivado a ajudá-lo por outros irrigantes. “O senhor Valmir regava as frutas com um regador manual e aquilo ali me chamou a atenção. O nosso diretor (de irrigação, Júlio Leite) me colocou como prioridade que viesse até o lote e identificasse as necessidades dele para que pudesse melhorar a irrigação. À água, ele tinha acesso. Então Coderse ainda cedeu a ele todos os equipamentos necessários para ele fazer a irrigação de microaspeção, que é mais econômica e permite irrigar uma área maior”.

Diversificação

A acerola é originária das américas do sul e central, do clima tropical. Mas a variedade ‘okinawa’ é batizada com o nome da província japonesa onde foi desenvolvida e por isso, se adapta e produz em período frio do inverno sergipano. Com isso, Valmir de Oliveira tem agora um período maior com oferta do produto ao mercado. Tanto a ‘okinawa’ como a ‘junco’, também produzem frutos maiores, o que facilita a colheita. “É muito difícil hoje você encontrar a mão de obra para fazer a colheita de acerola. Tivemos algumas perdas e resolvemos começar a mudar para frutos maiores, que tem uma ‘cata’ mais rápida. Nisso se inclui o abacate, a sapota, entre outros que ainda virão”, avisa o agricultor.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite afirma que em todos os perímetros irrigados estaduais, um dos papeis da assistência técnica agrícola é incentivar a adoção de alternativas à monocultura, ou seja, que o irrigante não trabalhe só  com um tipo de cultivo. “Basta uma praga, uma doença, o mercado fazer o preço daquele produto despencar — ou  a debandada de mão de obra, que foi o caso do senhor Valmir — para que a atividade econômica daquele agricultor entre em dificuldades. Isso vale para a acerola, para o quiabo e outras culturas que atraem mais o produtor, por conta do bom preço de venda”, analisa. 

Filho de Valmir de Oliveira, Marcos Vinícius Freitas trabalha com o pai no lote no perímetro Jacarecica II. Ele exemplifica a dinâmica, de produzir e colher durante todo ano, que perímetros irrigados oferecem aos seus beneficiados. “Quando está em uma época de verão, geralmente a gente colhe a acerola ‘sertaneja’. Quando chega na época do inverno, já vai mudando, porque a sertaneja não produz com muita chuva. Aí troca para a acerola ‘okinawa’, entre outras: goiaba, a sapota, os cocos, os abacates que tem agora. E a gente vai fazendo essa diversificação, para se manter no mercado”, conclui agricultor.

Barragem da irrigação pública estadual está em capacidade máxima e anima produtores de leite em Tobias Barreto

Bom nível dos equipamentos contribui para aumento da produção leiteira no estado

Barragem do Jabiberi tem capacidade de acumular 4.300.000m³ de água e verteu, no fim de outubro, pela segunda vez no ano / Foto: Dirir/Coderse

Durante as chuvas moderadas na última semana, a barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi verteu pela segunda vez no ano e está em sua capacidade máxima. Mantido pelo Governo do Estado, em Tobias Barreto, município do centro-sul sergipano, o perímetro tem vocação à pecuária leiteira, a partir da irrigação, que gera alimento para o gado. De janeiro a outubro de 2025, foram produzidos mais de três milhões de litros de leite, número que já supera o resultado de todo o ano de 2024 (2.389.493 litros). A produção foi industrializada no próprio perímetro e gerou R$ 10,6 milhões para a comunidade.

Para os agricultores irrigantes assistidos e a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e que administra o Jabiberi, a barragem cheia representa mais segurança para produzir com irrigação, até o próximo inverno. 

De acordo com o diretor de Irrigação da companhia, Júlio Leite, foi em 21 de maio que a barragem do perímetro Jabiberi verteu pela primeira vez no ano. “As outras quatro barragens para irrigação da Coderse também encheram na mesma época e hoje estão em um patamar próximo ao volume máximo, apresentando uma situação de estabilidade da irrigação, nos seis perímetros estaduais”, disse, ao observar que essa condição não desobriga a empresa do controle permanente ao desperdício de água. 

Ainda segundo ele, é constante o trabalho de acompanhamento, manutenção e reparo das redes de distribuição de água de irrigação nesses perímetros, em tubulações e canais. “Tanto quando é um reparo para retomar a distribuição, ou quando o vazamento não afeta a distribuição”, detalhou Júlio Leite, explicando, ainda, que as reservas são importantes para garantir que o produtor tenha água suficiente para produzir alimentos durante o ano inteiro. 

O diretor exemplifica os reparos recentes nas adutoras de 600 milímetros (mm) e 1.200 mm, do perímetro Jacarecica II, no início deste mês de outubro, com parada programada e concluídos antes do prazo. Também foi realizado conserto emergencial da adutora de 800 mm do perímetro Poção da Ribeira, em Itabaiana, no agreste central sergipano, nesta semana. “O reparo na Ribeira sanou o vazamento, contendo a perda de água, e restabeleceu a distribuição aos 466 irrigantes atendidos pela Coderse”, ressaltou Júlio Leite. 

Presidente da Associação dos Pequenos Criadores do Perímetro Irrigado de Jabiberi, João Sousa Santos trabalha com a produção de leite há seis anos, em um lote do perímetro, e conta com um rebanho de 12 animais em produção. Ele disse que, geralmente, no fim de outubro, o nível da água da barragem já estaria mais baixo. “Neste ano, graças a Deus, está vertendo a barragem. Isso dá tranquilidade para nós trabalharmos e fazer a irrigação dos lotes. É uma benção de Deus. É uma riqueza para nós. A gente depende da água da barragem para irrigar, para nascer capim para os animais”, detalhou João Sousa.

Vocação leiteira 

Diferente dos outros cinco perímetros estaduais, o Jabiberi tem quase a totalidade dos seus 76 lotes dedicada à formação de pastagens irrigadas, onde é adotado o sistema de rodízio de piquetes, ou produzindo material forrageiro de corte para alimentação do gado. A produção parcial deste ano, quando é convertida na fabricação de queijo, corresponde a mais de 321 toneladas do alimento que, ao ser comercializado, gera R$ 10,6 milhões de renda em Tobias Barreto.

A confiança do produtor nos serviços da Coderse contribuiu para o aumento da produção, e mais garantia de água para irrigar e a assistência técnica fizeram aumentar o tamanho do rebanho do Jabiberi. O número de animais saltou de 650 em 2024, para 1.100 vacas em lactação em 2025. Outro incentivo à produção de leite no perímetro neste ano foi a emissão do registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) ao laticínio instalado no Jabiberi no início de 2025, que absorve praticamente toda a produção local. O documento emitido pelo Governo do Estado, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), autoriza o laticínio Serra do Canine comercializar sua linha de produtos em todo território sergipano. Com o SIE, a empresa expandiu o mercado do laticínio e aumentou a demanda pelo leite dos irrigantes.

Governo do Estado realiza manutenção e assegura irrigação do Jacarecica II que atende três municípios

Em todo estado, desde 2023, a Coderse investiu R$ 1,7 milhão na manutenção dos seis perímetros irrigados que a empresa administra

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) realizou reparos mecânicos, com serviços de soldagem, nas adutoras de 1.200mm e 600mm, que fornece água ao Perímetro Irrigado Jacarecica II, que atende a povoados dos municípios de Areia Branca, Malhador e Riachuelo. O serviço foi concluído na última semana, antes do tempo previsto.

Tubulações fazem a captação da água da barragem do perímetro para distribuição aos ramais. Em 2025, uma série de outros serviços já foram realizados para reparo, manutenção e conservação da rede de água do Jacarecica II, que serve a 338 lotes e atende a quase 600 famílias de agricultores.

O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, destacou que a companhia investiu, desde 2023, R$ 1.722.435,35 em serviços de manutenção dos seis perímetros irrigados estaduais. “São reparos ou substituição de tubos da rede de distribuição, registros, válvulas, quadros de força, motores elétricos e bombas de água. Além de investir em energia elétrica, para distribuir a água de irrigação, toda essa parte eletromecânica tem que se manter ativa e segura para não deixar de atender o produtor irrigante. Parabenizo os nossos funcionários que, solidários às necessidades dos agricultores, às vezes, trabalham no fim de semana ou pela noite para concluir um reparo e a água retornar”, pontuou. 

Agricultor, silvicultor, meliponicultor e apicultor, Eloi Francisco de Menezes é irrigante no Jacarecica II, no Assentamento Marcelo Déda, em Malhador. Ele elogiou a rapidez nos trabalhos de recuperação das duas grandes tubulações. “Quero agradecer à Coderse e aos profissionais que fizeram o serviço e, também, pela assistência e a eficiência do trabalho, que terminou um dia antes do previsto. Isso foi muito importante”, justificou o produtor atendido pela companhia, empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Gileno Damascena é agricultor no Assentamento Dandara, em Malhador, desde 2002, e é atendido pela Jacarecica II. No seu lote irrigado, ele já plantou abóbora, pimentão, batata-doce, milho, quiabo e banana. Para ele, terem consertado esses pontos de vazamentos foi fundamental para cultivar na estação do ano em que os irrigantes mais necessitam de água. “O reparo assim, num período como esse, é importante para dar uma tranquilidade, tanto para a Coderse, como para nós, irrigantes, no uso da água durante o verão”, destacou.

Outros serviços

Desde o início do ano, a Coderse fez várias intervenções no Jacarecica II, como o reparo em vazamentos em ramais da rede de distribuição, limpeza e sinalização das caixas de registro. São reparos realizados através da Gerência de Engenharia, da Coordenação Operacional da Diretoria de Irrigação, com equipes do próprio Jacarecica II e do Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, de Itabaiana. “No conserto das adutoras subterrâneas do Jacarecia II, contamos sempre com a sensibilidade das prefeituras municipais, para ceder o serviço de retroescavadeira”, complementou Paulo Sobral.

Sergipe participa do Congresso Latino-Americano de Dessalinização e Reuso de Água em São Paulo

Até o fim de 2025, serão 34 comunidades e cerca de 2.760 famílias sergipanas atendidas por dessalinizadores mantidos ou implantados via Coderse

O Congresso da Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reuso de Água (ALADYR) 2025 teve início na última quarta-feira, 6, e segue até esta sexta-feira, 8, em São Paulo/SP, com mais de 300 participantes de 12 países. Uma das experiências brasileiras em evidência no evento é o Programa Água Doce (PAD), com 21 anos de atuação e que em Sergipe é coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), sendo executado pelas suas empresas vinculadas, as Companhias de Desenvolvimento Regional (Coderse) e Agropecuário (Emdagro).

O Governo de Sergipe mantém 29 unidades do PAD, está concluindo mais três e pleiteia outras 11. Até o fim do ano, serão 2,6 mil famílias atendidas pelo programa no estado. O coordenador do Núcleo Estadual do PAD, Vandesson Carvalho, está no Congresso da ALADYR, participando de atividades e levando as demandas da agenda do programa em Sergipe.

“Nesta quinta-feira, já participamos de reunião com o Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas e Planejamento em Segurança Hídrica (DRHB), seguida da apresentação do PAD feita pelo Secretário Nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira, ambos do MIDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional)”, informou Vandesson. Ele explicou ainda que, por meio da Coderse, é feito o acompanhamento frequente das unidades do PAD, com a manutenção, recuperação ou troca de equipamentos em dessalinizadores e poços tubulares profundos.

Na reunião que Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte e Minas Gerais participaram, o diretor do DRHB, Nelton Miguel Friedrich, abordou o compromisso que a gestão dos
sistemas de abastecimento têm com a destinação correta dos rejeitos da dessalinização. “A pauta tratou do alinhamento do novo termo de compromisso e ampliação dos sistemas, voltado ao reuso e saneamento básico nas áreas rurais, com esses estados”, pontuou.

A partir deste diálogo já feito no Congresso, foi possível agendar a participação de Sergipe em reunião em Brasília, e assim fortalecer a destinação dos recursos do
PAD para o estado. “Estamos nas tratativas finais para que Sergipe receba mais 11 sistemas do Água Doce, somando 43 unidades de dessalinização. Além desses do PAD, a Coderse também implantou, em 2023, outros dois sistemas de dessalinização em comunidades de Poço Verde e Riachão do Dantas. Com isso, ainda neste ano, de três novos sistemas do PAD, serão cerca de 2.760 famílias sergipanas atendidas diariamente com água potável de dessalinizadores”, complementou Vandesson Carvalho.

Ater Pública sergipanas apresentam suas boas práticas na 40ª AGE da Asbraer

Emdagro e Coderse são as protagonistas das boas práticas apresentando regularização fundiária, pesquisa e o sucesso da Ater nos perímetros irrigados

Iniciando o segundo dia (31/07) da 40ª AGE da Asbraer, os anfitriões do evento apresentaram suas boas práticas na Ater, regularização fundiária, pesquisa agropecuária e ater para agricultura irrigada.

O presidente da Emdagro e vice-presidente nacional de Pesquisa, Gilson dos Anjos, informou que a Emdagro atua com assistência técnica e extensão rural, pesquisa, ação fundiária e defesa  animal e vegetal. A instituição possui, também, uma coordenadoria específica para tratar de agroecologia. Só em 2024, atendeu 26.900 agricultores familiares e emitiu mais de 56 mil CAFs. A pesquisa agropecuária da Emdagro, executou 1934 coletas de amostras de solo para orientação sobre a qualidade do solo aos agricultores. Além, disso possui o Programa Sementes do Futuro com doação de:

  • 517 toneladas de sementes de  milho;
  • 453 toneladas de sementes de arroz;
  • e mais de 6.000 toneladas de sementes de palma.

Segundo Gilson dos Anjos, Sergipe ocupa o 1º lugar em produtividade de grãos do Brasil, no ranking de 2024.

Visando o melhoramento genético, a Emdagro inseminou 1.054 bovinos, de leite e de corte, e 177 ovinos/caprinos. Além de promover a vacinação bovina de forma gratuita para quem tem até 30 cabeças.

Para não abandonar os agricultores nas entressafras foi criado o Mão amiga citricultura, cana de açucar e leite, além de mais de 47 mil cadastros no Garantia Safra. 

Para a defesa animal e vegetal, a ater sergipana possui o Programa de Controle de Agrotóxico, além de atuar com Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxico, um software para rastreamento e controle do comércio e uso do agrotóxico no estado, além de realizar a fiscalização. A Emdagro faz, também, o monitoramento fitossanitário, além do Plano de Vigilância da Influenza Aviária executando coletas nos criatórios para prevenção. “A gente mantém vigilância total para não deixar propagar a gripe aviária”, afirmou dos Anjos.

O estado criou o Citricultura sustentável um programa criado para atuar com o grande forte do estado que é a produção de laranja. Com isso, buscam atuar em unidades demonstrativas que ajudem na diversificação de variedades de porta-enxertos e plantio direto, além da produção de borbulhas de citros e banco de produção de sementes para porta enxertos. Assim reduzir os custos da aquisição de mudas ao pequeno produtor.

Na região sul de Sergipe o cacau é realidade. A Emdagro instalou unidades demonstrativas e capacitação de técnicos e produtores para ampliar o cultivo. A instituição está levando a cultura para o sertão, em Canindé de São Francisco após pesquisas e análises para cultivar o cacau em diversas regiões e climas.

Regularização Fundiária

Em Sergipe, a Emdagro atua na regularização fundiária por meio da Diretoria de Ações Fundiárias. A diretoria segue processos coesos para efetiva ação fundiária como o georreferenciamento, gestão da terra e atuam com três eixos:

  • terras devolutas do estado: pequenos e médios sem escritura.
  • assentamentos estaduais: áreas compradas com escritura
  • assentamentos do Crédito Fundiário: áreas compradas com créditos do governo.

O crédito fundiário não é de competência da Emdagro, no entanto, a instituição repassa todo acervo documental para a Seagri executar a regularização. O estado possui o Programa Minha Terra que visa a garantia de democratização do acesso às terras devolutas.

A Emdagro informatizou o acervo fundiário com metodologia de arquivamento para que qualquer municipio possa pesquisar os processos. Foram 60.000 mil processos digitalizados a custo zero, utilizando o corpo de equipe da própria instituição capacitando-os e executando força-tarefa. Com isso, todos podem ter acesso aos arquivos, sejam técnicos, governo ou produtores, gerando maior agilidade e transparência. Além disso, a Emdagro criou o Sistema de Emissão de Títulos de Regularização vinculado ao SIGA que puxa as informações preexistentes, criando autonomia para Emdagro. 

Pesquisa

Na Emdagro, a pesquisa está dentro da Diretoria de Ater e Pesquisa (Diraterp), gerida pela Coordenação de Pesquisa que está sempre em sintonia com a Coordenação de Agroecologia e com a Diretoria de Defesa Vegetal.

A instituição possui laboratórios de pesquisa localizada de forma estratégica próximo à universidade, além de instalações de campo para desenvolvimento de tecnologias na área de agroecologia.

As principais linhas de pesquisa são:

  • Fitossanidade (controle biológico e alternativo)

Na área do microorganismo e entomopatogênicos o foco maior é no citrus, uma das principais cadeias do estado, além da banana e oleiricultura. Foi desenvolvida uma unidade de produção on farm de bioinsumo, fornecendo acesso ao agricultor para que possa criar o seu bioinsumo dentro da fazenda (on farm). Para a capacitação foram feitos dias de campo.

Para esse desenvolvimento foi feito uma prospecção com coleta de solo para analisar o fungo. A intenção foi atuar com microorganismos nativos de Sergipe para criar o bioinsumo ideal.

O bioinsumo tem sido pauta de discussão no Congresso Nacional para sua regulamentação. É de fundamental importância para a produção agroecológica reduzindo o uso de agrotóxicos.

  • microbiologia do solo

Nessa linha de estudo, existe uma pesquisa em andamento para desenvolvimento de estimulantes que promovam fertilização e crescimento com menor uso de agentes químicos.

Nessa linha de pesquisa, o estudo em andamento visa a proteção solar e interagindo com a extensão e agricultores de forma a potencializar as áreas irrigadas.

Irrigação

Em Sergipe, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Coderse) é a instituição estatal de assistência técnica e extensão rural focada em irrigação e abastecimento. 

A Coderse atua promovendo a segurança hídrica rural com ações integradas para o abastecimento humano e produção agropecuária. Além disso, nos lugares onde o abastecimento de água não chega, a Coderse atua com perfuração de poços, tubulares profundos, instalação de sistemas de abastecimento, além de recuperação e manutenção. Além da irrigação, a Coderse atua também com saneamento rural, calçamento, aquisição e distribuição de máquinas de saneamento.

A instituição atua em programas como o Água Doce, fazendo a dessalinização de água para abastecimento em áreas do semiárido gerando água potável.

Existem 7 perímetros irrigados gerenciados pela Coderse, sendo maior parte atendendo a agricultura familiar.

Em 2024, a Coderse produziu mais de 600 mil toneladas de alimentos, gerando renda em torno de R$959,5 milhões. “Hoje o que se produz e o que gera de riqueza no perímetro irrigado é muito superior”, afirmou o presidente da Coderse, Paulo Henrique Sobral.

A Coderse também atua na dessedentação dos rebanhos, criando aguadas para armazenamento da água das chuvas para uso no período de estiagem, fortalecendo a permanência da agricultura familiar no campo. “É importante aumentar o armazenamento de água da chuva para ela não extravasar”, argumentou, Sobral.

O projeto atual do estado é levar a água do São Francisco para reservatórios no alto sertão sergipano para que os produtores do leite tenham mais produtividade e redução de custo.

Fonte: Asbraer

Sergipe sedia 40ª Reunião Extraordinária da Asbraer e se consolida como capital nacional da regularização fundiária e da pesquisa agropecuária

Evento reúne representantes dos 27 estados, Governo Federal, Anater e dirigentes das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural de todo o país

Sergipe se transformou, entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, no principal centro de discussões da assistência técnica, extensão rural, regularização fundiária e pesquisa agropecuária do Brasil. O motivo foi a realização da 40ª Reunião Extraordinária da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), que congrega as 32 instituições públicas estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e pesquisa agropecuária do país.

O evento, sediado pelo Governo de Sergipe por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), reuniu lideranças de todos os estados brasileiros, técnicos, gestores, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), em um momento estratégico de debate e articulação política.

A abertura oficial ocorreu na manhã de quarta-feira, 30, com a presença do presidente da Asbraer, Otávio Martins Maia, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Minas Gerais; do vice-presidente de Ater da entidade, Rafael Gouveia, da Emater de Goiás; do presidente da Emdagro e vice-presidente nacional de Pesquisa Agropecuária da Asbraer, Gilson dos Anjos; e do presidente da Coderse, Paulo Henrique Sobral. Representantes de todas as regiões do país participaram do encontro, fortalecendo a unidade e a integração do sistema público de Ater e pesquisa agropecuária.

Em sua fala de abertura, o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos, deu as boas-vindas aos participantes e destacou os avanços da agropecuária sergipana por meio de políticas públicas implementadas com foco no pequeno produtor.

“É com grande alegria que recebemos esta 40ª Assembleia da Asbraer em Sergipe. É uma honra sediar um evento tão importante, com representantes de todo o país e parceiros estratégicos. Não tenho dúvida de que este é um espaço essencial para discutirmos políticas públicas urgentes para o fortalecimento da agricultura familiar”, afirmou Gilson.

Ele reforçou que o Governo de Sergipe tem feito sua parte para transformar a realidade do campo, com ações como a distribuição gratuita de sementes de arroz e milho por meio do programa Sementes do Futuro; a entrega de mais de 648 mil raquetes de palma forrageira para reservas alimentares do rebanho; a inseminação artificial gratuita em propriedades com até 50 vacas, com mais de mil matrizes já inseminadas; a vacinação contra brucelose, com mais de 5.900 bezerras imunizadas.

“Com políticas públicas eficazes, inovação e compromisso, estamos garantindo dignidade a quem vive da terra”, concluiu Gilson.

O recém-eleito presidente da Asbraer, Otávio Martins Maia, agradeceu a recepção e ressaltou a importância da assembleia como espaço de troca e mobilização. “Cada edição promove um intercâmbio de experiências e fortalece a articulação política em defesa da assistência técnica e da agricultura familiar. É urgente que o Governo Federal assuma maior protagonismo no financiamento dessas ações”, declarou Maia.

Ele alertou para a carência de pessoal nas instituições estaduais e a necessidade de garantir recursos para contratação, valorização e estruturação das equipes técnicas, que são responsáveis por transformar realidades no campo brasileiro.

A presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Alcineide Nascimento, também destacou a relevância do evento para o fortalecimento das entidades públicas de Ater. “A assembleia tem papel fundamental ao colocar em pauta a necessidade de ampliação dos investimentos. Sem uma extensão rural forte, não há como garantir o sucesso das políticas públicas no campo”, frisou.

Ela reforçou que a extensão rural é, em muitos casos, o único elo entre o agricultor e o Estado, sendo a responsável por garantir cidadania e desenvolvimento às comunidades rurais.

Representante do Governo Federal, o presidente da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Jefferson Coriteac, destacou o compromisso da agência em apoiar as entidades públicas de assistência técnica em todo o país. “É uma honra participar desta assembleia. Nosso papel é facilitar a transferência de recursos para as Emateres e empresas públicas estaduais, ampliando a capilaridade das ações no campo”, afirmou Coriteac.

O presidente da Anater também elogiou o trabalho da Emdagro e fez um chamado à mobilização. “Quero parabenizar o presidente Gilson pelo exemplo que é Sergipe. Reforço aqui um convite: façam essa força-tarefa junto ao MDA. Quanto mais articulação, mais recursos virão. A Anater está pronta para apoiar.”

Ele ainda destacou o papel do Instrumento Específico de Parceria (IEP) como ferramenta de formalização das demandas dos estados junto ao MDA, e conclamou as entidades a articularem continuamente com o ministério para garantir avanços concretos.

Agenda nacional

A 40ª Reunião Extraordinária da Asbraer está sendo marcada por intensos debates para a formação de uma agenda estratégica em prol da agricultura familiar com temas sobre: financiamento dos serviços públicos de Ater; Regularização fundiária e acesso à terra; Fortalecimento das OEPAs (Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária); Inovação tecnológica no campo; Capacitação e valorização dos extensionistas rurais; Ampliação dos contratos com a Anater; Articulação com o MDA para liberação de recursos federais.

Gestão e inovação

Ao sediar o encontro, Sergipe reforça sua posição de destaque no cenário da agricultura familiar brasileira. Com políticas inovadoras e uma gestão comprometida com o campo, o Estado se apresenta como modelo de atuação integrada entre pesquisa, extensão, sanidade animal e produção sustentável.

A realização da 40ª Assembleia da Asbraer em Aracaju não apenas evidenciou a força das instituições públicas de Ater, como também colocou Sergipe no centro das decisões que moldarão o futuro do campo brasileiro. “Seguiremos firmes, fortalecendo a agricultura familiar e garantindo dignidade a quem vive da terra”, finalizou Gilson dos Anjos.

Programação

A programação foi iniciada com a reunião extraordinária da Asbraer que elegeu a nova diretora para o exercício 2025/207, sendo eleito Presidente Nacional Otávio Martins Maia, presidente da Emater do Estado de Minas Gerais, e o vice-presidente  Nacional de Ater da Asbraer, Rafael Gouveia, que é presidente da Emater de Goiás, seguido da abertura oficial da Conferência.

À tarde, o foco foi uma ampla discussão sobre Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e, encerrando o dia, o presidente da Anater, Jefferson Coriteac, conduziu um diálogo sobre os instrumentos específicos da agência com as entidades associadas da Asbraer.

Nesta quinta-feira (31), o Estado de Sergipe, por meio da Emdagro, apresenta suas experiências e ações estratégicas, a exemplo do panorama do Setor Agropecuário, a ser apresentado pelo presidente Gilson dos Anjos; das Ações Fundiárias, com Marcelo dos Santos, diretor de Ação Fundiária da Emdagro; das ações de Ater , com Jean Carlos Nascimento Ferreira, diretor de Ater e Pesquisa; da pesquisa agropecuária, por Marcelo da Costa Mendonça, coordenador de Pesquisa e Inovação Tecnológica. 

Temas estratégicos nacionais, como Alteração da Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/97), com Dra. Vânia Mota Cirino, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, e Isaac Sassi (Asbraer), segurança hídrica rural, com Paulo Henrique Sobral, presidente da Coderse; Congresso Nacional da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Assistência Técnica, Extensão Rural e da Pesquisa, do setor Público Agrícola do Brasil, com José Cláudio Fidélis; Projeto de Lei do Sistema Unificado de Assistência Técnica e Extensão Rural (a definir); COP 30 e mudanças climáticas, com Joniel Abreu, Emater do Pará; apresentação do acordo de cooperação entre o INSS e a Emater de Rondônia, com Gilberto Waller Júnior (Instituto Nacional do Seguro Social) e Iracema da Costa Coelho e; um Panorama da plataforma Agronegociar, com Gustavo Reis, Basílio Rodrigues Júnior e Caio Rocha encerraram o dia.

Já nesta sexta-feira, 1º de agosto, a discussão girou em torno da Inovação, integração e campo, apresentação do sistema Solus para execução de crédito rural e um diálogo estratégico interno, voltado à integração das ações entre os estados.

Durante a tarde, está prevista uma visita técnica à propriedade do agricultor José Adelson Fonseca, no povoado Garangau, em Campo do Brito, no agreste sergipano, e à Cooperativa dos Produtores de Farinha de Mandioca do município.

Encerrando a Conferência, neste sábado, 2, a programação será um encontro técnico no município de Canindé de São Francisco, alto sertão de Sergipe, reunindo a equipe da Emdagro e todos os participantes da assembleia.

Governo fortalece agricultura familiar de Sergipe por meio do fomento e assistência técnica

Gestão estadual tem priorizado a atividade, que colhe bons resultados em diversas culturas, que contribuem para a economia sergipana

Cerca de 77% dos 93 mil estabelecimentos rurais em Sergipe são de agricultores familiares, segundo o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Aqui no estado, como em todo Brasil, a atividade é a principal responsável pela produção de alimentos que vão diretamente para o consumo diário da população e tem importância significativa na economia sergipana. A força que hoje tem a agricultura familiar em Sergipe reflete, também, o incentivo oferecido pelas ações e políticas públicas implementadas pelo Governo do Estado, que tem fortalecido as principais atividades produtivas.

Nesta sexta-feira, 25 de julho, quando se celebra o Dia Internacional da Agricultura Familiar, os bons resultados obtidos pelos pequenos produtores são destacados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A produção de arroz no baixo São Francisco, a laranja produzida no sul sergipano, a pecuária leiteira do alto sertão, a ovinocaprinocultura no agreste e sertão, e a produção de mandioca na região centro-sul são bons exemplos de atividades agropecuárias significativas para a economia do estado, com participação importante do agricultor familiar. Regulamentada no âmbito federal pela Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, a atividade é constituída de pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, aquicultores, extrativistas e pescadores.

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, o Governo de Sergipe tem priorizado as atividades da agricultura familiar, por meio da Seagri e suas empresas vinculadas (Emdagro, Cohidro e Pronese). “Por meio destas empresas, o governo presta assistência técnica rural, pesquisa agrícola, fomento à produção irrigada e áreas de sequeiro, assim também como defesa sanitária e ação fundiária”, explica o gestor.

Fortalecimento da agricultura
Uma das ações de fortalecimento da agricultura executadas pela Seagri é o de distribuição de sementes de milho e arroz. Por meio do programa Sementes do Futuro, o Governo de Sergipe já investiu R$ 12,7 milhões com a entrega de 980 toneladas de sementes (milho e arroz) distribuídas para agricultores de 60 municípios.  De acordo com a secretaria, a ação visa fortalecer a agricultura familiar no estado, garantindo acesso a sementes de qualidade e incentivando a produção agrícola.

Por meio deste trabalho da Emdagro, o agricultor Adalgido Correia da Silva, 42 anos, foi contemplado no Sementes do Futuro. Natural de Nossa Senhora da Glória, ele possui uma pequena propriedade na Colônia Paulo Freire 2, sendo beneficiado com sementes de milho de qualidade, gerando uma produção eficiente. “Esse programa nos auxilia bastante, a quantidade de sementes já me ajuda muito. A semente boa e selecionada normalmente é cara, de custo alto, e isso já nos dá uma economia. Aqui no assentamento, são 30 famílias e todas elas recebem. As famílias gostam muito do programa, tanto que querem mais, porque, às vezes, as sementes acabam rápido”, conta.

O governo também tem investido na agricultura irrigada. São 14.415 pessoas beneficiadas nos 1.674 lotes dos seis perímetros públicos irrigados, administrados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Mais de 122 mil toneladas de produtos agrícolas, com o valor total da produção de R$ 249.055.276,00, foram comercializadas nos seis perímetros irrigados, apenas no ano de 2024.

Nesses perímetros, o governo faz investimentos em obras, como serviços de limpeza e reforma de canais, conserto de adutoras, recuperação de equipamentos, drenagem e limpeza em estações de bombeamento, recuperação de hidrantes, estradas e manutenção nos lotes. “Com estas ações, o Governo do Estado melhora a oferta de água para irrigação e a segurança operacional dos perímetros públicos”, destaca o presidente da Coderse, Paulo Sobral.

Uma das irrigantes, a agricultora Nivalda Santos Silva, que há 13 anos cultiva hortaliças no povoado Mangabeira, no município de Itabaiana, abastecido pelo perímetro irrigado Poção da Ribeira, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe, ressalta os benefícios das iniciativas governamentais. Ela vende sua produção em diversas localidades, incluindo Aracaju, Feira de Santana e outros municípios da Bahia.

Participante do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) há oito meses, Nivalda explica que o programa tem sido importante para sua estabilidade financeira. “O PAA facilita muito nosso trabalho, pois já sabemos para onde nossa colheita será destinada. Isso dá segurança para continuar investindo na produção”, relata.

Já naquelas áreas de sequeiro, que o plantio depende das chuvas, o governo implementa o Programa Garantia Safra, em parceria com Governo Federal e municípios. Agora em 2025, o seguro atendeu aos 14.689 agricultores cadastrados que tiveram perdas referentes à safra de 2023/2024. Foram injetados. R$ 17.626.800,00 na economia dos municípios. Para a próxima safra 2024/2025, serão 18.512 agricultores inscritos em 24 municípios sergipanos.

Regularização fundiária

O programa de regularização fundiária, coordenado pela Emdagro, é uma política de Estado que visa democratizar e otimizar o uso da terra em Sergipe, por meio da execução de cadastramento de imóveis rurais, com produção de base cartográfica digital, georreferenciamento e titulação de imóveis. São 4.285 títulos de terra emitidos no período de 2023 a 2025. A ação garante a segurança jurídica para o beneficiário e para os seus herdeiros, além da valorização da propriedade. O título de terra contribui, ainda, para o acesso a crédito agrícola, para os direitos sociais da Previdência, como a aposentadoria rural, auxílio maternidade, vários benefícios e programas do Governo Federal.

Nos últimos dois anos e meio, o programa beneficiou famílias dos municípios de Aquidabã, Arauá, Brejo Grande, Campo do Brito, Canindé de São Francisco, Cristinápolis, Frei Paulo, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Simão Dias e Umbaúba. “A atual gestão foi a que mais entregou títulos de terra na história de Sergipe. E o Governo do Estado já determinou, por meio da Seagri e Emdagro, a titulação de todas as colônias agrícolas do sertão. Já começamos por Canindé de São Francisco e, até o fim do primeiro semestre do próximo ano, 100% das colônias agrícolas do sertão estarão tituladas, beneficiando cerca de 1.500 famílias”, informa o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos.

Para a agricultora Mailde Mesquita da Silva, de 45 anos, a garantia de posse do terreno no qual ela e o marido, José do Santos, plantam amendoim, feijão, mandioca, milho, coco e laranja, traz mais tranquilidade para o presente e para o futuro. “A equipe da Emdagro veio aqui e nos deu todo o apoio. Nós não pagamos nada e é muito bom, porque serve para que nós dois possamos nos aposentar. Também vai ser bom para minha menina, que é filha única”, pontua.

A identidade do agricultor familiar

Com o trabalho da equipe técnica do Governo do Estado, por meio da Emdagro, mais que dobrou a meta de Cadastros de Agricultor Familiar (CAF), chegando ao expressivo resultado de 56.460 CAFs emitidos. O documento tem um papel fundamental na identificação e qualificação das Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA) e suas formas associativas, como associações e cooperativas. Com ele, os agricultores têm acesso a uma gama de políticas públicas, incluindo Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Seguro da Agricultura Familiar (Seaf), Garantia-Safra, linhas de crédito, entre outros programas essenciais para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. 

O agricultor Gilmar da Cruz Alves, 46 anos, morador da Serra Comprida, localizado entre as cidades de Itabaiana e Areia Branca, reforça a importância desse documento. “Com o CAF, conseguimos participar de programas como o PAA, o que nos dá mais segurança porque já sabemos para onde nossa produção vai”, pontua.

Incentivos para pequenos pecuaristas

A Secretaria de Estado da Agricultura destaca várias ações desenvolvidas para apoiar o pequeno criador. Entre as ações estão a inseminação artificial de gado, caprinos e ovinos, a vacinação gratuita contra brucelose e clostridiose, a execução de programa que ajuda no escoamento da produção e consumo de leite (PAA-Leite), regularização dos laticínios (SIE, SIB), incentivo fiscal para venda do gado, liberação de crédito para a pecuária –por meio do Banese –, além da inspeção, fiscalização agropecuária e insumos agropecuários e o programa Mão Amiga Bacia Leiteira.

Apenas por meio do programa de melhoramento genético, nos últimos dois anos e meio foram inseminados 1.054 bovinos e 177 ovinos e caprinos. A propriedade de Genildo Alves é classificada como bom exemplo de melhoramento genético, que também inclui os melhoramentos alimentar e nutricional. A Emdagro levou todo equipamento, material e, inclusive, enviou o profissional para fazer a inseminação. Desde a introdução, já nasceram oito animais por meio desta técnica na propriedade.

Embora seja uma área de apenas nove hectares, as terras de Genildo são consideradas um grande sucesso de produtividade. “Tenho 25 cabeças de gado. Eu, minha esposa e minha filha vivemos dessa produção, que basicamente é vendida para Glória. A Emdagro sempre acompanha o rebanho, a reprodução e a inseminação”, detalhou o criador.

Novos investimentos

O secretário Zeca da Silva pontua novos investimentos. “O Governo de Sergipe não para por aqui. Reconhecendo a importância do setor, o governo está investindo R$ 400 milhões em três grandes ações: a construção da Adutora do Leite; implementação da Citricultura Sustentável; e a implantação do Projeto Sertão Vivo, esse último com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para a região do semiárido. Além dessas, dezenas de ações permanentes são realizadas por meio da Coderse, Pronese e da Emdagro voltadas à segurança hídrica, defesa animal e vegetal, regularização fundiária, pesquisa e assistência técnica aos produtores.

“Nós temos um governo que acredita e fomenta a agropecuária, temos agentes financeiros investindo bastante para fortalecer o setor e um mercado consumidor bastante favorável e crescente. Somado a todo esse leque de oportunidades, não podemos deixar de acreditar que o setor agropecuário – mesmo o pequeno, o da subsistência – seja parte importantíssima nas vidas brasileiras e sergipanas, garantindo a segurança alimentar”, complementa o secretário da Agricultura.

Última atualização: 11 de agosto de 2025 13:09.

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