Governo do Estado moderniza irrigação pública em Itabaiana

Todos os 592 lotes da Ribeira e do Jacarecica I, estão recebendo kits de irrigação localizada e automatizada, que estabilizarão a distribuição de água, economizando 60% no consumo e reduzindo 50% na conta de eletricidade dos perímetros.

 

Dona Josefa, com ajuda da família, tira o sustendo da lida com o lote irrigado pela Cohidro e agora com irrigação nova e automatizada – foto Ascom Cohidro

Produtores agrícolas atendidos pela  Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana, já reconhecem a melhoria no sistema de irrigação que a empresa está implantando em todos os lotes. Na sequência, o Jacarecica I será a unidade no mesmo município que vai receber também os microaspersores, mangueiras, tubulações, válvula de controle de pressão, hidrômetro e controlador que automatiza a distribuição de água em cada parcela do lote. Tudo novo, e adquirido pelo Governo do Estado através do Programa Águas de Sergipe (PAS) e financiado pelo Banco Mundial, um investimento de R$ 14.334.110,64.

Dona Josefa Santos Bispo (57 anos), é atendida pela irrigação fornecida pela Ribeira desde o início do perímetro e criou os cinco filhos com o trabalho na lavoura. Faziam 15 dias desde que as equipes da empresa licitada tinham instalado os novos equipamentos em seu lote de 1 hectare (ha). “Estou achando ótimo, não tenho do que reclamar. Planto amendoim, coentro, rama (batata-doce), e está muito boa, não tenho o que reclamar da irrigação. Eu estou com a Cohidro já vai completar 31 anos e só tenho a agradecer, graças a Deus. Não tem como não dar lucro, só se a pessoa não souber trabalhar”, reforçou a agricultora familiar. Hoje, é da plantação irrigada que ela tira o seu sustento e também daqueles que lhe ajudam a tocar a roça: a filha, o genro e o irmão do genro.

Passados esses quase 31 anos, desde que esses perímetros iniciaram a captar água bruta das suas barragens para irrigação dos 592 lotes agrícolas compreendidos nos dois projetos, várias mudanças foram sendo feitas nos equipamentos que cada agricultor dispunha para irrigar, assim como as áreas irrigadas acabaram sofrendo imperceptíveis aumentos de tamanho e mudanças no tipo de uso, já que hoje o que domina é a produção de hortaliças folhosas, exigindo mais água do que as culturas de ciclos mais longos, como a batata-doce, o milho e amendoim, antes mais comuns. E por todos estarem consumindo mais, os lotes mais distantes das estações de bombeamento (EBs) recebiam a água com menos pressão e por menos tempo do que os mais próximos.

Distante 8 km, desde a captação na barragem feita pela EB-01, fica o lote de Genilson (do Burro) Bispo dos Santos. Enquanto os técnicos e operários da Construtora Heca montavam o novo sistema, que vai regularizar a pressão da água em seu e nos lotes dos vizinhos, ele fazia queixa da condição que a irrigação estava até então. “A gente vem sofrendo muito com essa irrigação aí. Dizem que (a mudança) será boa, mas eu não sei ainda porque falta testar, eu só poderei falar quando tiver uma semana de trabalho com ela. Se for que nem me falaram, será muito bom. (O serviço da equipe de instalação) é 1000%, estou gostando demais”, avaliou o produtor. Em seu 1,5 ha de lote irrigado, para ter maior rentabilidade o uso da terra é contínuo, com uma lavoura substituindo a outra sem interrupções, e consumo de água equivalente. “Aqui se planta muitas variedades; batata-doce, amendoim, quiabo, coentro. Quando vemos que a plantação está boa, a gente planta, porque se não o prejuízo é grande”.

Esse gradativo e desigual aumento de demanda de água para irrigação nos perímetros ainda contrasta, no caso da Ribeira, com o compartilhamento do seu reservatório com o consumo humano das cidades vizinhas ao polo irrigado, a partir da captação feita pela Deso. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o projeto sendo executado hoje em Itabaiana era de grande prioridade, para evitar um colapso no serviço prestado à esta população agrícola, que hoje supera o número de 5.500 pessoas que dependem exclusivamente da atividade.

“Já estava sendo frequente a necessidade de racionamento ou da suspensão da água de irrigação, como ocorreu em 2016, quando que até a barragem do Jacarecica I esvaziou. Ou diminuímos urgentemente o consumo da água para agricultura, ou teríamos que conviver com cada vez mais longos períodos de interrupção no fornecimento de água. Seja por termos que dar preferência à captação de água da Deso, que tem a prioridade total no abastecimento humano, ou simplesmente por não ter mais nível útil de água nas barragens, para que as nossas bombas possam fazer a captação”, alerta João Fonseca. O estudo técnico realizado pela sua equipe de engenheiros e que gerou o plano de ação adotado pelo PAS, estipula que a diminuição no consumo de água nos lotes irrigados será de 60%, após todos os kits serem implantados.

Energia elétrica

Outro gargalo que vem dificultando a continuidade do serviço público ofertado aos agricultores é consumo de energia elétrica que aumenta junto com o uso da água. Já neste quesito, o projeto de modernização da irrigação dos perímetros para o PAS, calcula que os novos equipamentos vão trazer uma economia de 50% nos custos com as tarifas elétricas que hoje o Governo do Estado tem com esses perímetros. Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, os recursos governamentais empregados para esses produtores continuarem irrigando, ainda podem ser menores, fazendo sobrar verbas para serem aplicadas os em outras demandas desse mesmo serviço.

Carlos Melo quer trazer a experiência bem sucedida na Deso para a Cohidro, implementando a automatização das EBs – Foto Ascom Cohidro

“Essa está sendo a maior intervenção realizada em favor de melhorias nesses perímetros desde que eles foram inaugurados em 1987, investimento de quase R$ 28 milhões nesta e em outras ações de modernização, segurança nas barragens e recuperação ambiental, elencadas no programa. Para depois da irrigação ser toda modernizada, a gente já inseriu como uma das ações do ‘Águas de Sergipe’, o projeto básico para licitar a automação do bombeamento e distribuição de água, para ser implementada a irrigação noturna. Um horário alternativo em que a tarifação elétrica é bem menor e ainda consome menos água, já que sem o sol a água evapora menos, dobrando mais água para fazer uma irrigação mais efetiva”, destacou o presidente da Cohidro.

Carlos Melo é engenheiro civil dos quadros da Deso, onde foi também diretor-presidente por mais de 3 anos, trouxe de lá a experiência bem-sucedida de quando implementou a automação das estações de captação de água. Ele faz uma projeção de que a automatização das EBs daCohidro liberará também os funcionários – hoje imbuídos do trabalho de ligar, desligar e monitorar as bombas – para outras operações hoje deficitárias nos perímetros irrigados. “Vamos remanejar recursos e pessoal, investindo mais na manutenção dessas redes e na fiscalização de possíveis abusos no uso da água, eliminando desperdícios e gerando cada vez mais economia”, tenciona o diretor.

Evolução nos métodos de irrigação

“A evolução dos métodos de irrigação de 30 anos atrás para hoje foi enorme, antes utilizava-se a aspersão, com desperdício de água e encharcamento do solo. A pressão era suficiente para 10 aspersores”, esclarece João Fonseca. “Com o novo sistema de microaspersão que tem também válvula reguladora de pressão, injetor de fertilizantes, todo os dois Perímetros estarão trabalhando com menos desperdício de água e menor consumo de energia elétrica e um sistema automatizado que diminui a mão de obra”, complementa o diretor.

“Está muito boa. Eu estava em dúvida no início, o espaçamento antes era ‘mais pouco’, mas agora está aprovado. Estou muito satisfeito”, relata Claudemir Ribeiro dos Santos, após constatar a eficácia da irrigação utilizando microaspersores com distância de 4 metros um do outro. Isso ocorre quando são utilizados desses difusores de aspersão com vazão equivalentes à pressão do sistema, que em cada lote é regulada pela válvula instalada no novo kit. Por ter um quadro de controle automatizado, a irrigação, que é toda fixa, vai ocorrer de forma parcelada e sem a intervenção do trabalhador, molhando todo lote por um igual período de tempo. O agricultor planta quiabo, coentro e batata-doce, no seu lote de quase 2 ha, que de adquiriu há 3 anos.

 

Setores técnicos da sede da Cohidro recebem reformas pelo PAS

A contar do mês de julho, serão oito meses de reparo, reestruturação e substituição de materiais

Piso superior do prédio era a parte mais comprometida – foto Ascom Cohidro

Prédio das diretorias técnicas da Cohidro, na sede em Aracaju, passa por reforma estrutural, onde 904 m² serão reconstruídos e adaptados às novas necessidades dos setores. Os servidores terão, através do empreendimento, a melhoria do ambiente de trabalho, proporcionando ampliação do local e maior eficiência na execução das funções. São recursos do Programa ‘Águas de Sergipe’ (PAS), alocados também na infraestrutura de trabalho das instituições que executam os projetos, a exemplo da frota da empresa, renovada em janeiro com 24 novos veículos.

Concomitante a essas duas demandas citadas, também entram a reforma dos escritórios dos perímetros irrigados da Ribeira, Jacarecica I e II, e a modernização da informática da empresa, ações onde estão sendo investidos um total de R$ 4.129.204,04. Serão oito meses de reparo, reestruturação e substituição de materiais na sede da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). As atividades das diretorias de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola (Dinfra) e de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola (Dirir), assim como seus departamentos, estavam sendo executadas em uma estrutura que remonta ao período da extinta Comase, de quem a Cohidro agregou este patrimônio.

Segundo o diretor Administrativo e Financeiro da Cohidro, Diogo Menezes Machado, “essa reforma está sendo realizada com recursos do Banco Mundial através do PAS, sendo que a obra é parte do empenho maior, que ainda inclui a recuperação dos escritórios do Jacarecica I, Jacarecica II e da Ribeira”. Ainda segundo ele, um investimento de R$ 1.234.401,08 fará a recuperação dos dois pisos do bloco das diretorias técnicas, totalizando uma área 904 m². “O prédio precisava desse investimento há bastante tempo e como tínhamos a metade de sua área inoperante, toda a sede da empresa precisava passar por adaptações para acomodar estes setores desalojados”, justifica.

O prédio construído há mais de trinta anos nunca passou por uma reforma e a estrutura deficitária fazia com que os funcionários trabalhassem em um ambiente reduzido. “A importância da reforma é que antigamente a estrutura do prédio estava numa situação precária, principalmente na parte de cima do prédio, que não oferecia segurança para o uso. Tínhamos que ficar só na parte do térreo. Em consequência, diminuía o espaço para a quantidade de servidores que ali estavam. E agora com a reforma, melhora drasticamente. A gente vai ter mais espaço e, consequentemente, o desenvolvimento das atividades vai melhorar consideravelmente”, afirma o assessor da Dinfra, Judá Benhur de Góes Cabral.

Da reestruturação, resultarão 28 ambientes e será reativado e ampliado do auditório. Dinfra e Dirir contarão, separadamente, com salas de diretores, gerentes, assessores, geólogos, técnicos e estagiários; de reunião, depósito, copa e recepção; conforme informa o fiscal da obra e engenheiro civil da Cohidro, Clayton Gomes de Araújo. “São 21 operários trabalhando em dois turnos, o prédio está sendo praticamente reconstruído. Do antigo somente a fundação permanecerá inalterada. Haverá a recuperação da estrutura de sustentação; alteração das paredes; troca do telhado, rebocos, cerâmica dos pisos e paredes, instalações hidro-sanitárias, louças e metais, divisórias, portas, instalação elétrica e iluminação, pintura; instalação de 28 novos ar-condicionados e a recuperação das esquadrias de alumínio”, listou.

O Programa Águas de Sergipe
Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto ressalta que do PAS, a maior parte dos recursos já foi ou está sendo investida nos campos de atuação da  Companhia. “Foram concluídos a Batimetria (capacidade de armazenamento) e o Georreferenciamento (delimitar áreas de proteção permanente) das barragens dos nossos perímetros irrigados inseridos na bacia do Rio Sergipe (Ribeira, Jacarecica I e II), isso após 30 anos de operação e beneficiando 8.255 pessoas da agricultura familiar. Um Investimento de R$ 886 mil já faturados, fora os R$ 1,4 milhão investidos em 22 carros e quatro picapes, para atuar na manutenção e assistência técnica dos perímetros”.

O presidente da companhia ainda informa que está em execução a implantação dos equipamentos de segurança de monitoramento das barragens, a capacitação dos produtores irrigantes e dos técnicos agrícolas da Cohidro para o uso adequado de agrotóxicos e a implantação da irrigação por microaspersão nos lotes do Jacarecica I e da Ribeira. “Essa troca está sendo feita sem custos ao agricultor e vai resultar em uma economia de 60% a menos de água e 50% de energia. E será contratada a elaboração de projeto técnico para modernização e automação dos sistemas de bombeamento, adaptado a este novo sistema de irrigação, para dar ainda mais eficiência”, complementa Carlos Melo, sobre mais estes componentes do PAS que resultarão em mais R$ 24.815.639 em investimentos.

O programa provém de um contrato firmado entre o governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. Tem como finalidade a melhoria da qualidade da água e recuperação ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. Desse montante, cerca de US$ 8 milhões serão destinados à Cohidro para ações de modernização da infraestrutura dos perímetros irrigados e segurança de barragens, projetos e aplicação de recursos coordenados na empresa pela Dirir.

 

Cruz dos Palmares tem sistema de abastecimento de água instalado pela Cohidro

Foto Ascom Cohidro

Ao todo, o programa já atendeu 6.339 pessoas no estado e agora o Governo de Sergipe parte para a segunda etapa, com mais 67 sistemas.

Mais uma das 37 comunidades assistidas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), através do ‘Água para Todos’, é o Povoado Cruz dos Palmares, em Riachão do Dantas. As cerca de 100 pessoas que moram nesta povoação em uma área remota do estado 134 km distante de Aracaju e 44 km da sede municipal, agora dispõem de um poço perfurado pela empresa que mantém sete chafarizes para fornecer água de qualidade para o consumo humano.

Josefa Santos de Andrade, agricultora que mora no Cruz dos Palmares há 20 anos, conta sobre a dificuldade que foi criar os nove filhos na localidade que não dispunha de água potável antes de chegar o sistema instalado pela Cohidro. “Tem um tanque aqui atrás dessa fazenda e um olho d’água pra cá. Essa daqui é barrenta e a outra, como é de olho d’água, era melhor, mas também era cheia de caramujo”, pondera. Há casos em que a presença dos moluscos do tipo aquático, também transmissor da esquistossomose, indica que aquela água esteja contaminada com esgoto.

No povoado, segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a empresa perfurou um poço com 70 metros de profundidade e que dispõe de 2.393 litros por hora de vazão. Nele foi instalada uma bomba para levar a água ao reservatório que, por sua vez, redistribui em uma rede de mais de 2 km de extensão e sete chafarizes. “Em todos estes 37 poços do programa fizemos testes para identificar a potabilidade e ainda instalamos cloradores”, pontuou.

Segundo o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, a primeira fase do programa em Sergipe foi bem sucedida. “O Ministério da Integração Nacional, fonte de recursos do ‘Água para Todos’, aprovou a execução da primeira fase do programa feita pela nossa empresa, onde os R$ 5.680.000 investidos promoveram o fornecimento de água potável para 6.339 pessoas na zona rural, onde as adutoras da Deso e SAAEs não conseguem chegar. Por isso, o órgão federal já garantiu recursos para a segunda fase, em que estamos fazendo o planejamento, onde serão mais 67 localidades como essas a serem atendidas”, anunciou.

Sobre a potabilidade e eficiência do serviço oferecido pelo sistema de abastecimento no Cruz dos Palmares, Dona Josefa garante que “a qualidade está boa e está chegando todos os dias sim”, informa. Ela mora ao lado do reservatório da comunidade, onde anexo existe um chafariz para que ela e os vizinhos façam a captação e levem para casa. “Uso mais para beber mesmo e cozinhar”, completa a agricultora.

 

Gerência e comunidade investem em obras de conservação do perímetro da Cohidro em Canindé

Obra de cobertura do canal C1 do perímetro Califórnia. A proximidade com a área urbana hoje expõe a água às impurezas e extração irrigular – foto Ascom Cohidro

Cerca de R$ 4,5 milhões estão sendo empregados pelo Governo do Estado em obras, equipamentos e veículos para o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Paralelo a isso, a própria gerência da unidade e os agricultores irrigantes por ela atendidos, estão realizando ações de reparo e conservação na unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Foi assim na última quarta-feira (8) na Estação de Bombeamento (EB) 07, onde depois da instalação de novas bombas, os motores também ganharam uma nova pintura protetiva.

Segundo Eliane de Moura Moraes, gerente do Califórnia, a ação vai ocorrer nas demais EBs nas próximas quartas-feiras. Não por acaso, este é o dia da semana em que ocorre o desligamento programado das bombas, em cumprimento à determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) para racionalização das reservas hídricas do Rio São Francisco, o chamado ‘Dia do Rio’.

Essas ações ocorrem ao mesmo tempo em que os próprios agricultores irrigantes, assistidos pela irrigação fornecida pela Cohidro no perímetro, estão juntando esforços e até angariando recursos próprios para obras que visam também prolongar a vida útil dos equipamentos de irrigação. Assim foi na EB-06, onde os produtores construíram estrutura de madeira e telharam a seção que acomoda as bombas. Máquinas que em breve passarão pela reforma dos motores, assim como ocorreu na EB-07. Vale ressaltar que no projeto original do Califórnia, em meados dos anos 1980, o sistema de motobombas foi projetado para funcionar ao relento.

Os produtores de todos os setores do perímetro Califórnia, em conjunto com os servidores da Companhia, também têm aproveitado o ‘Dia do Rio’ para fazer periódicos mutirões a fim de limpar as áreas livres das EBs, o leito e as margens dos reservatórios e canais esvaziados às quartas-feiras. “É uma prática que visa o bem comum de todos os setores e os agricultores se conscientizaram da necessidade de fazer parceria com a gerência local para executar esses serviços. O excesso de material orgânico e lixo nos reservatórios entupia constantemente os crivos, prejudicando e danificando os equipamentos de bombeamento. O que hoje acontece em muito menor escala, depois que essa parceria com os agricultores e funcionários da Cohidro foi estabelecida”, justificou João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro.

Reestruturação
“Ao que parece, a iniciativa de investir na reestruturação do perímetro Califórnia fez com que os produtores se sentissem valorizados e com isso surgiu uma nova mentalidade, uma cultura de cooperação para com a Cohidro. Passaram a se enxergarem também como integrantes do processo de administração do perímetro e contribuírem com uma parte das responsabilidades. Essa consciência é o retorno dado ao interesse que o Governo do Estado teve em recuperar o perímetro, depois de 30 anos de serviços prestados a estes mesmos produtores irrigantes”, considerou Carlos Melo, diretor-presidente da Cohidro.

Essas pequenas ações servem de contrapartida, da comunidade agrícola e da gerência local da Cohidro, aos recursos que foram destinados pelo Governo do Estado ao perímetro Califórnia através do Proinveste. Dos R$ 4 milhões reservados à unidade da Companhia, mais da metade já repercutiu em investimentos, como na compra 37 novas bombas que reequiparam as seis EBs de Canindé. Está na obra que hoje cobre de concreto o canal de irrigação C-01, melhorando a qualidade da água que chega à essas bombas e nas lavouras dos produtores. Ainda está sendo possível reformar o escritório local e logo, em ações que ainda passam por processo licitatório, vai terminar de recuperar às EBs, com reforma das tubulações, canais e estrutura civil.

Fora o Proinveste, o Governo do Estado recentemente investiu mais R$ 200 mil para a reforma de 1,5 km do canal de irrigação N1 do Califórnia, através de recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Funerh). Obra que recuperou os chamados pontos críticos do canal, devolvendo a capacidade funcional às três EBs que dele se servem para mandar água aos lotes dos agricultores irrigantes.

“O Perímetro Irrigado Califórnia recebeu, nesses últimos meses, três carros: dois para o setor de operação e um para assistência técnica agrícola. E mais uma caminhonete, para a manutenção. Todos os veículos zero quilômetro. Isso facilita consideravelmente nossos serviços, principalmente a parte operacional, que é a melhoria do fornecimento de água. É a preocupação do Governo em atender nosso sistema de produção através do homem do campo”, completa Eliane Moraes.

Diretores da Cohidro visitam poços e localidades em Carira

Foto: Arquivo Pessoal

Toda diretoria executiva da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) estiveram ontem (2) percorrendo o município de Carira. Carlos Melo (Presidente), Diogo Machado (Administrativo e Financeiro), Paulo Sobral (Infraestrutura Hídrica) e João Fonseca (Irrigação), visitaram localidades em que estão sendo solicitados novos poços, ou então onde eles já existem, mas necessitam de instalação de sistemas de abastecimento.

E a primeira parada foi no Povoado Três Tanques, onde o problema que limita a viabilidade da maioria dos poços perfurados na região, a salinidade, foi superada com a instalação de um dessalinizador. Sobre um poço perfurado pela Cohidro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semarh) implantou ali um sistema de abastecimento de água que hoje atende os mais de 500 habitantes da localidade. A obra entregue à população em 2016 faz parte do Programa Água Doce, em que o Governo do Estado está implantado em Sergipe 33 destas unidades, com intuito de fornecer água doce para 2.757 pessoas.

“Essas unidades de abastecimento e dessalinização de água aparentemente são um investimento de valor não muito elevado, à época orçados em torno de R$ 130 mil cada, e podem ser um padrão à ser replicado nos demais poços que a Cohidro perfurou na região e que estão impedidos de funcionar justamente pelo excesso de salinidade, impróprio para o consumo humano. Principalmente pela tecnologia utilizada para o descarte dos rejeitos, dentro dos padrões ambientais adotados pela Semarh. Nossas equipes são aptas para este serviço e até colaboraram bastante na instalação desses sistemas do Água Doce, pela expertise que têm para pôr para funcionar bombas e tubulações”, considerou o diretor-presidente Carlos Melo.

 

 

 

Cohidro recebe demandas por infraestrutura hídrica de agricultores familiares e assentados

Todas as partes representadas saíram com o compromisso de a Cohidro examinar a resolutividade das demandas – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Produtores rurais e assentados da reforma agrária em diversos municípios sergipanos estiveram na sede da Cohidro nesta segunda-feira (30), reunidos com a diretoria da empresa. Acompanhados da secretária de Estado da Agricultura, Rose Rodrigues, do deputado federal João Daniel e de lideranças do MST e MCP, traziam demandas de infraestrutura hídrica em suas localidades, na perfuração e reativação de poços, e na manutenção e implantação de novos sistemas de abastecimento de água. O diretor-presidente Carlos Melo acolheu as reivindicações, garantido o envio de equipes da empresa para estudo da viabilidade para atendimento de caso a caso.

Secretária de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Maria Rosilene Bezerra Rodrigues é titular do órgão onde a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é subsidiária e, portanto, fez o papel de intermediar o acesso destes agricultores familiares aos serviços que a empresa executa. “São demandas de assentamentos, comunidades rurais de todo o estado de Sergipe, principalmente ligada a questão da segurança hídrica para consumo humano, em povoados e assentamentos. Alguns com necessidade de perfuração de poços, outros devidamente já perfurados aguardando a questão da rede. Enfim todos mobilizados, aqui cobrando do governo do estado a previsão para solução dessas demandas”, justificou.

“Nos últimos anos, muito já foi feito pela Cohidro e pela Deso por estas localidades rurais de Sergipe mais distantes, mas o flagelo da falta d´água para homem do campo não dá trégua e temos sempre que fazer mais. É preciso, no entanto, entender que existem formações geológicas em nosso estado que, ou não dispõem de água para tirar do subsolo ou esta água é salina. Nesse último caso, um sistema de abastecimento tem necessidade de um dessalinizador e por isso, os recursos, os prazos, e a dificuldade técnica e de logística para a implementação são respectivamente maiores. Quando o caso é de um poço de boa vazão e de água doce já existente, as dificuldades são bem menores para a instalação de um sistema de distribuição”, considera o presidente Carlos Fernandes de Melo Neto. Ele informa que está em processo licitatório na empresa a compra de bombas e tubulações para estas finalidades.

Felipe Caetano é coordenador estadual do Movimento Camponês Popular (MCP) e expõe que a expectativa desses agricultores é bastante grande, para ver a empresa atender suas requisições. “Aqui têm um conjunto de associações de comunidades que vieram ter uma conversa com a Cohidro para dar segmento a perfuração de poços artesianos para atender as comunidades rurais, que têm uma demanda muito grande por água para consumo, e a perspectiva é que pelo menos essas comunidades tenham parte dessa demanda atendida para que possam ter água para consumir e para fazer sua própria produção de alimentos”.

Manoel de Rosinha busca solução para comunidades porto-folhenses onde até o abastecimento via carros-pipa é dificultado – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Ex-prefeito de Porto da Folha, Manoel Gomes De Freitas veio à reunião representando os moradores de três comunidades vizinhas do município e que compartilham as mesmas dificuldades, a da Serra dos Homens de Baixo, a de Cima e do Alto. “A demanda é perfuração de poços para atender essas três comunidades onde existe hoje um faixa de 400 famílias. E com a dificuldade de chegar um carro pipa, pelo o fato de ser alto, as estradas não dão condições. Então a viabilidade é a escavação de um poço artesiano de modo que venha a atender à necessidade daquelas famílias”, justifica.

José Ailton é representante do Movimento Sem Terra (MST), na reunião pleiteando ações da Cohidro para os assentados de três municípios do Sertão do São Francisco. “A necessidade lá é do poço artesiano do assentamento Maria Vitória, e no Apolônio Carvalho, em Gararu; em Itabi, no assentamento Seguidores de Canudos, lá no município de Graccho Cardoso, o (outro) assentamento Apolônio Carvalho. Aquele pessoal sofre muito com a questão da seca e não tem água, principalmente nesse período agora, eles compram água no caminhão pipa para abastecer aquele local, tanto a questão humana como a questão animal”, relatou.

Vereadora em Itabaianinha, Maria Evânia da Silva representou à população rural do município, acompanhando os representantes das associações de produtores rurais nas localidades onde existe a necessidade de ações de infraestrutura hídrica. “A demanda foi de poços artesianos, que a comunidade está sofrendo com relação a água. Então, foi uma reunião muito importante com o presidente da Cohidro, junto com o deputado João Daniel e a secretária de Estado Rose. E teve o Paulo Sobral, ele colocou nossas demandas para serem atendidas esse ano ainda”, salientou.

“Cada uma dessas demandas deve ser analisada separadamente, pois são realidades distintas e trabalhos distintos. Por isso, o que podemos garantir é o envio de nossas equipes que podem avaliar cada situação. Seja para locar, ou seja, determinar a viabilidade e o local exato onde se é possível perfurar um novo poço; ou então as equipes que fazem o bombeamento e limpeza dos poços perfurados e que ainda não receberam nenhuma infraestrutura. Da mesma forma que, no caso de sistemas já implantados e inoperantes, também podemos fazer a avaliação preliminar para reativa-los”, argumenta Paulo Henrique Machado Sobral, diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro.

 

Presidente da Cohidro se reúne com equipe de Canindé e conhece novos plantios

Diretores Carlos Melo (presidente), João Fonseca (Irrigação) e a gerente do Califórnia Eliane Moraes – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Em uma primeira reunião técnica no maior perímetro irrigado administrado pela Cohidro, o diretor-presidente Carlos Melo ficou a par dos detalhes do funcionamento do Califórnia, em Canindé de São Francisco, na última quinta-feira, 26. Após encontro com a gerência local, corpo de técnicos agrícolas, setor administrativo e operacional do bombeamento, o presidente percorreu os lotes dos agricultores irrigantes atendidos pela empresa, acompanhado do diretor João Fonseca. O gestor já se reuniu com a equipe do Perímetro Irrigado Jabiberi, unidade congênere da empresa em Tobias Barreto e será agendado para ocorrer essa atividade nos demais perímetros.

 

Além de produtos tradicionalmente cultivados no perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé, como o quiabo, a goiaba e o milho, Carlos Melo viu de perto os novos plantios de uva e o projeto piloto do programa Balde Cheio, instalados por meio da transferência de tecnologia. No primeiro caso, fruto do convênio com a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE, já no segundo, um intercâmbio interno de saberes com o perímetro Jabiberi, onde o sistema de pastagem irrigada com rotação de piquetes foi implantado em 2010.

 

Na reunião, o presidente conheceu o cronograma de funcionamento do sistema de bombas do Califórnia e as complexidades que permeiam sua operação. “Fiquei sabendo que o bombeamento começa de madrugada, lingando a EB (estação de bombeamento) 100, levando 3 horas para encher o canal principal e o reservatório da EB-02 que, por sua vez, redistribui a água para outras cinco subestações antes de chegar à lavoura do agricultor. Isso já é bom, levando em conta que a tarifação de energia elétrica é menor durante a madrugada, mais queremos que o maior número de bombas possível passe a funcionar justamente nesse horário e então seja implantada a irrigação noturna, mais barata. O sistema estará disponível para irrigação durante o dia, mas quem optar pelo consumo extra de energia nesses horários, deverá arcar também com uma tarifação extra”, justifica Carlos Fernandes de Melo Neto.

 

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, explica que a irrigação durante o dia pode ser substituída pela noturna, com um custo de energia elétrica cerca de 80% mais barata. “É muito mais uma questão cultural e de adequar a infraestrutura existente para atender os lotes irrigados de maneira que supra as necessidades hídricas dos cultivos. Para isso será necessário a mudança do sistema de irrigação de aspersão para microaspersão ou gotejamento, além de introduzir cultivos que se adequem aos novos sistemas de irrigação. Esses sistemas seriam automatizados para poder funcionar a noite, sem precisar da intervenção humana. Estamos implantando nos nossos perímetros irrigados em Itabaiana, onde a irrigação automatizada e noturna já vai ser adotada”, afirmou.

 

Na microaspersão ou no gotejamento, que são sistemas de irrigação localizada e fixa, a economia ocorre em diversos aspectos, pois o troca-troca dos sistemas móveis exige mão de obra extra e são perdidos 15% da água depositada nos tubos a todo o momento desencaixados, sem falar que a água lançada longe pelos grandes aspersores convencionais é perdida com a ação do vento, evaporação ou molhando áreas fora do plantio. Outra economia no sistema localizado está na possibilidade de usar a fertirrigação, em que os nutrientes necessários à planta seguem diluídos na água, diminuindo mão de obra e tempo extra para aplicar o adubo manualmente. Segundo as informações dos técnicos agrícolas da Cohidro alocados no perímetro de Canindé, o quiabo e a goiaba são as culturas mais presentes no perímetro e aceitam bem a técnica de adubação.

 

Balde Cheio 2.0

Grupo da Cohidro visitando o projeto piloto do Balde Cheio implantado por Everaldo Mariano – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

No Jabiberi – perímetro da Cohidro onde primeiro foi implantado o sistema de produção de leite, na época espelhando no projeto da Embrapa de São Carlos-SP – a irrigação ainda ocorre com aspersores convencionais e fixos, com as tubulações enterradas sob o pasto para o gado poder circular sem danificar a rede. Já o Balde Cheio implantado no perímetro Califórnia é mais moderno e econômico. O produtor Everaldo Mariano de Souza instalou microaspersores em toda área de pastagem dos 24 piquetes. Para evitar que as vacas danifiquem os pequenos dispositivos, ele montou toda uma estrutura de suporte em madeira e tubulações, que passa por sobre os campos e em altura suficiente para a livre circulação e o pastejo dos animais.

 

“A vocação do homem do campo sertanejo, desde muito tempo atrás, é a da pecuária de leite. Ele pode até aderir à agricultura modernizada pela irrigação, mas têm preferência por guardar um pedaço do lote para o seu gado de leite e assim complementar a sua renda e a subsistência da família com o leite e derivados. Sabendo que em Tobias Barreto a Cohidro já tinha um programa instalado e bem-sucedido, fomos lá conhecer e fizemos o acordo para trazer o técnico agrícola que participou de todo processo de implantação do Balde Cheio lá, o José Reis Coelho. Com isso, mensalmente ele está vindo a Canindé para fazer cursos com os nossos técnicos daqui e os agricultores, mostrando na prática como se monta e como funciona o sistema. Tudo aqui nesse lote de Everaldo”, contou Eliane de Moura Moraes, gerente do perímetro Califórnia.

 

Na época da implantação dos perímetros em Sergipe, 30 anos atrás, a concessão da irrigação aos lotes sempre foi condicionada à produção direta de alimentos, mas a pecuária extensiva, sempre ocupando grandes parcelas de terra, era proibida. Isso antes de aparecer sistemas intensivos como o Balde Cheio, onde 1 hectare de capim abriga 10 animais e pode atingir produtividade acima de 150 litros de leite diários. O campo é subdividido em 24 piquetes em que as vacas pastam a cada dia em um. Ao final do ciclo, o primeiro capinzal está recuperado pela irrigação diária e adubação, pronto para receber novamente os animais.

 

“A Cohidro autorizou a gente plantar esta área de capim. Eu fiz e graças a Deus melhorou minha renda, melhorou minha dificuldade de trabalhar com os bichinhos, que eu sempre gostei de ter uma vaca, mas não tinha onde botar. E hoje, a produção aumentou 100% e o meu trabalho diminuiu 50%. Vai dar certo, apostei e apostei numa coisa certa. Quem quiser investir numa coisa certa, pode investir no Balde Cheio?, garantiu o agricultor irrigante Everaldo Mariano.

 

Transferência de tecnologia

Os parreirais de uva que o presidente Carlos Melo pôde conhecer na quinta-feira também são novidade, já que foram implantados no Califórnia há um ano e meio. Ao completar 1 ano de plantio das mudas de uva, houve a primeira colheita e no final de abril, a segunda. A Embrapa forneceu todas as mudas de variedades precoces, equipamentos de irrigação, madeiramento, insumos usados na fertirrigação e treinamento, que segue até o final do ano pela assistência técnica garantida no convênio de transferência de tecnologia da empresa de pesquisa com a Cohidro. Em Canindé são três campos experimentais com uva e um quarto e mais recente com pera, onde a colheita deve ocorrer daqui dentre 12 a 18 meses.

 

“Fiquei muito satisfeito com o que vi hoje, da modernização dos sistemas visando a economia de água e de energia, e a busca pela introdução de culturas agrícolas que possam dar maior retorno financeiro ao agricultor e assim poder arcar, coletivamente, com o custeio da irrigação em seu lote. Do mesmo modo, foi interessante ver os irrigantes de Canindé, com auxílio dos nossos técnicos, participando de programas federais de aquisição de alimentos da Conab (doação simultânea) e do FNDE (alimentação escolar), com a garantia de preço e compra durante a vigência das chamadas públicas”, avaliou Carlos Melo.

 

Fertirrigação cresce em perímetro de Lagarto ao atender diversas culturas

Tomate, milho, amendoim, pimenta, repolho, mamão e quiabo aceitam bem a técnica. Orientação dos técnicos agrícolas da Cohidro viabiliza o uso de fertilizante diluído na água de irrigação.

 

Sistema de microaspersão fertirrigada foi aplicado à banana – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

A fertirrigação é uma técnica de adubação aplicável à irrigação contínua e localizada, onde os nutrientes necessários ao crescimento das plantas seguem diluídos na canalização da água e são aplicados, geralmente através dos sistemas de irrigação por microaspersão ou gotejamento, diretamente ao solo para a absorção pelas raízes. Por obter melhor resultado e aproveitamento integral dos fertilizantes, além da diminuição de mão de obra para aplicar esses insumos, o método tem encontrado cada vez mais adeptos no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), em Lagarto.

Cresce também a variedade de cultivos agrícolas em que a fertirrigação tem encontrado aceitação. Onde antes era mais aceito pelo tomateiro, principalmente quando associado ao sistema de cultivo protegido por lonas ‘mulching’, passou a ajudar às plantações de milho, do amendoim, das bananeiras, do mamão Havaí e agora até está contribuindo com o crescimento dos tradicionais quiabeiros. Por ter uma apreciação culinária mais restrita ao Norte-Nordeste brasileiro e regiões da África, continente onde teve origem, até hoje o cultivo do quiabo pouco teve relevância no campo de desenvolvimento de tecnologias agrícolas, mas a planta tem se adaptado bem ao novo sistema adotado pelos agricultores irrigantes de Lagarto.

Para Carlos Melo, diretor-presidente da Cohidro, a tendência é de que a agricultura praticada nos perímetros de irrigação pública se aprimore por conta própria, a partir das garantias oferecidas pelo Estado ao produtor. “Podendo contar com a água certa e regular em seus lotes, uma garantia de que irão colher aquilo que plantarem em qualquer tempo, só resta ao agricultor investir em tecnologias que melhorem o rendimento produtivo de suas áreas agrícolas, trazendo mais retorno financeiro, revertido em qualidade de vida para as famílias que dali dependem para o sustento. Não podemos deixar de destacar o papel dos nossos técnicos, que incentivam o uso de novos conceitos e colaboram com o agricultor na aplicação dessas tecnologias”, observa.

Segundo o técnico agrícola da Cohidro no perímetro Piauí, José Américo Alves, o segredo da fertirrigação funcionar em várias espécies vegetais está na dosagem, diferente para cada tipo de planta. “Aqui, o tomate recebe adubo foliar todo dia, já o amendoim ali, duas vezes na semana. Da mesma forma é a quantidade de água: no amendoim é uma mangueira de gotejamento que usa, no tomateiro são duas”, explicou ele, mostrando a diferença dos sistemas implantados em duas roças vizinhas no lote de Renilson de Jesus Araújo. O irrigante atendido pelo técnico plantou 0,33 hectares (ha) de tomate e a mesma área de amendoim com irrigação por gotejo.

Renilson de Jesus Araújo plantou duas áreas vizinhas, cada qual com uma tarefa, de amendoim e tomate com fertirrigação, via sistema de gotejo – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

“Na fertirrigação compensa mais, aumenta a produção, dobrou a quantidade. Aspersor convencional judia a planta e não pega em todo setor da lavoura”, considera Renilson. Sua produção é escoada para compradores em atacado e seu lote tem bastante rotatividade de culturas para sempre ter oferta dos produtos mais procurados. “Vendo por terça (um balde de 12 litros), o amendoim já despencado. Deu 200 terças em uma semana só de colheita. Se tiver área irrigada, planto o ano todo. Aonde tem amendoim, depois vou plantar milho e em outra roça de milho, vou pôr o amendoim. No tomate deu ‘broca’ (Neoleucinodes elegantalis), senão dava 600 caixas em uma tarefa”.

O produtor rural Raimundo Carvalho é outro que, em suas roças, dá preferência ao cultivo do amendoim intercalando outras culturas. “Aqui plantamos 4,5 currais (0,24 ha) do amendoim. De vez em quando planto, aqui depois vai ser repolho, mas em outra roça de milho, vai tirar e então pôr o amendoim fertirrigado, que colhe com 75 dias”, informou o proprietário de lote irrigado também assistido pela Cohidro.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola, o engenheiro agrônomo João Quintiliano da Fonseca Neto diz que o plantio do amendoim contribui com a renovação do solo, para aproveitamento em outras culturas. “Ajuda na manutenção do solo, na reposição de nutrientes, como o nitrogênio, muito necessário para o desenvolvimento de todo tipo de cultivo que depois venha ocupar aquela área. Mesmo havendo outras culturas capazes de fazer o mesmo trabalho de reposição, o amendoim sempre foi usado por ter boa produtividade em nosso clima, rusticidade e resistência à pragas e mercado certo em Sergipe, onde o amendoim cozido é patrimônio cultural. Agora percebemos mais esta vantagem, de ter excelentes resultados, com aumento de produtividade, utilizando a mesma fertirrigação que era antes adotada para outras culturas”, argumenta.

Banana

Não é só na horticultura que a fertirrigação encontra terreno. A aposta do agricultor irrigante Rosendo José dos Santos, com o plantio inicial de 2.000 pés de banana prata anã, teve bastante repercussão pelos bons resultados que já pôde obter na primeira safra, mas o sucesso muito se valeu do uso da fertirrigação. “Toda semana põe adubo. Adubou, selecionou os filhos (da bananeira), (a cultura) dura por tempo indeterminado. Deu problema de folha secando rápido, mas Marcos Emílio (Almeida, técnico Agrícola da Cohidro) orientou acrescentar fósforo na fertirrigação, mas põe também adubação de cobertura”, assinalou o produtor que vende os cachos para os feirantes da cidade de Lagarto e do Povoado Colônia do Treze, no mesmo município.

A primeira área de bananeira de Rosendo tem 1,3 ano desde que foi introduzida e já terminou sua primeira safra. Uma segunda área, perto de completar um ano de plantio, tem cachos carregados para colher a primeira produção. Nessa outra plantação o agricultor quis melhorar a fertirrigação usada na primeira, optando desta vez pelo sistema de gotejo, para ampliar a área coberta pela água. Somados, são quase 1 ha da variedade prata anã e o produtor ainda vai investir em um terceiro lote, com mais 0,33 ha da variedade pacovam. “Rendeu bem a primeira colheita. Mas teve que aumentar o número de microaspersores. Se cuidar certinho, dura muito tempo. Tiro a primeira, depois de 4 meses dá o outro cacho em outro pé, o filho (broto) substitui o pé mãe”, informou ele, que antes plantava batata-doce e macaxeira, mas agora não volta atrás na opção pela banana.

Embora obtenha resultados que surpreendam, utilizando a fertirrigação, o principal insumo para a planta ainda é a água. A bananeira requer, segundo Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e então a irrigação vai suprir este déficit hídrico que a planta requer. Dessa forma, a produção plena da banana no estado requer o uso de irrigação”, destacou. O técnico agrícola da Cohidro acompanhou, no ano passado, a introdução deste campo piloto de Rosendo José e agora presta toda a orientação ao agricultor, que quer aumentar o bananal em 30%, plantando a variedade pacovan.

Quiabo

Conforme informa o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, o cultivo do quiabo no perímetro irrigado tem aumentado de tamanho a cada ano e agora encontra na fertirrigação mais um fator positivo para continuar o crescimento. “De 2016 para 2017 a área de cultivo cresceu em torno de 20%. Por levar entre 60 e 80 dias para começar a colher e permanecer produzindo colheitas semanais por até 3 meses, os produtores têm optado bastante pelo quiabo, que também tem boa procura nos mercados de Aracaju e Salvador. Por diminuir o número de pessoas contratadas para realizar os tratos culturais, a fertirrigação tem sido uma opção bastante adotada para estas e outras plantações no perímetro”, avalia.

Gildeon Dias dos Reis tem perto de 12 mil pés de quiabo plantados há 90 dias e em plena produção, com a expectativa de chegar às 60.000 unidades colhidas semanalmente. O produtor segue um elaborado cronograma de aplicação de fertirrigação, adubação sólida e ainda plantou em uma área onde antes havia 2 mil pés de pimenta que foram incorporados ao solo. “Com 11.000 pés, tirava 55.000 em toda lavoura. Se não adoecer, espera-se 3 meses de produção. Uso a fertirrigação da fórmula 18x18x18 (nitrogênio, fósforo e potássio) duas vezes em 15 dias e 10x20x20, após 40 dias. Com 60 dias, uma mão de esterco por pé e com 75 dias o 18x18x18 de novo, essas foram as adubações. O terreno está muito adubado e cresce muito. Vai dar 50.000 quiabos selecionados, com a colheita de três meses”, visualiza.

 

Segunda colheita de uva amplia tempo e quantidade de produção

Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.

Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.

Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.

Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.

Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.

Expansão
José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.

Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).

Novos mercados
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.

Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.

Seplag e Cohidro firmam cooperação para implantar mais de 3 mil cisternas no Semiárido

Investimento de R$ 15 milhões do MDS ainda construirá 514 barreiros. Companhia fez projetos e fiscalizará obras.
Entidades irão construir benfeitorias depois de fazer levantamento socioeconômico das comunidades indicadas pelo MDS – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Após a assinatura do Termo de Cooperação entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e a Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), na manhã desta terça-feira (22), a empresa pública oficialmente passou a fazer parte do investimento social da ordem de R$ 15 milhões, para a instalação de 3.062 cisternas de placas em concreto armado e a construção de 514 barragens de barreiro em Sergipe, através do Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

Em sequência à assinatura, consumada pelo diretor-presidente Carlos Fernandes de Melo Neto, ocorreu uma reunião entre a Diretoria de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola Cohidro (Dinfra), o representante da Seplag, Roberto Viana dos Santos e as duas entidades escolhidas pelo chamamento público para a execução do programa. A Associação Movimento Popular Resgatando Vida e Cidadania Sergipana (AMPRVCS), que atuará construindo cisternas e barreiros em Tobias Barreto, Simão Dias, Macambira, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Dores. O Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC), vai instalar cisternas em Poço Redondo, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória.

O presidente Carlos Melo destaca a relevância dada à Cohidro, ao ser inclusa neste investimento R$ 15 milhões em benefício direto à população. “Estaremos executando, em nosso estado, 3.062 cisternas e 514 barreiros, ou seja, um estado onde tem uma parcela do seu território no Semiárido Nordestino, isso é de fundamental importância para o desenvolvimento de localidades que ainda não tem acesso à água encanada por diversos fatores, principalmente o da topografia e da distância dos centros urbanos. Isso vem trazer esse grande beneficio, não só para os seres humanos, mas também para dessedentação animal, através dos barreiros. São demandas importantes, que a gente já vem desenvolvendo em outras ações de governo, mas este programa que está iniciando, a gente acredita que terá um grande sucesso e impacto social no Semiárido Sergipano”.

Segundo Roberto Viana, técnico de captação de recursos da Seplag, as tecnologias sociais são destinadas às famílias residentes em localidades rurais e com renda familiar equivalente às utilizadas como critério de aceitação em outros programas sociais federais, como o ‘Bolsa Família’; devem possuir o Número de Identificação Social (NIS) e, preferencialmente, ter como responsável legal uma mulher. “A Seplag atua como convenente, ou seja, ela foi quem assinou e celebrou, junto ao MDS, o convênio. Hoje é a responsável pelo programa no estado, é quem lida diretamente com o ministério”, informou o servidor vinculado à Superintendência de Programação Orçamentária e Estratégica e Econômica da pasta de estado.

Existe todo um cronograma que a Seplag segue para executar o programa no Estado e a Cohidro começa a participar, nesse instante, devido ao início da execução das obras. “A secretaria abriu, no mês de março, um chamamento público para contratação das entidades que irão construir. Que, no caso, foram o AMPRVCS e o CDJBC. Início de abril, eles assinaram os contratos e deram início a toda a parte de mobilização social, que seria a busca e seleção dos beneficiários a partir da lista orientadora do próprio ministério. Posteriormente, seguir o que rege o Programa de Cisternas, que é a capacitação dessas famílias e a construção dessas cisternas”, completou Roberto Viana.

Projeto e fiscalização
Paulo Henrique Machado Sobral, diretor titular da Dinfra, destacou um corpo de engenheiros civis, alocados na Gerência de Engenharia da Cohidro (Geng), para atuar no Programa Cisternas. “A nossa equipe de engenheiros atuou na elaboração dos projetos de engenharia, que foram anexados no projeto da Seplag, enviado ao MDS, e agora vai atuar fiscalizando o prosseguimento das obras. As entidades estão em fase de conclusão do cadastramento social das famílias a serem beneficiadas, mas simultaneamente já vão iniciar os trabalhos de engenharia nos municípios onde o cadastro já está pronto. Nossa função é, ao mesmo tempo de constatar a execução de todas as obras contratadas, vistoriar se estão atendendo aos requisitos do projeto, quanto à qualidade, a funcionalidade e a capacidade de acúmulo de água”, observou.

Executoras das obras
Eduardo Santos Rodrigues é coordenador do AMPRVCS entidade que foi selecionada no chamamento público. Ele adianta as informações das quantidades de famílias já recenseadas em alguns dos municípios onde estão atuando. “Nesse momento, estamos com cisternas de placas e barreiros-trincheiras que serão construídas em regiões de Semiárido Sergipano. Nós iremos fazer 920 cisternas e 287 barreiros em Tobias Barreto, 640 cisternas em Simão Dias e em Macambira, nós temos a quantidade de 187 cisternas e 79 barreiros. Mas nós iremos trabalhar também em Frei Paulo, com barreiros, e em Aparecida e Dores com cisternas. No total, nós iremos construir 514 barreiros e 2.248 cisternas”, listou.

Já pelo CDJBC, José Antônio Rodrigues é o coordenador do Programa de Cisternas “Nós iremos construir 814 cisternas de 16 mil litros nos municípios de Poço Redondo, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória. Nós ainda estamos na fase inicial, de cadastramento e temos prazo de conclusão em janeiro de 2020. A gente pretende começar a construção, propriamente dita, no mês de junho por Monte Alegre”, adiantou o representante do José Brandão. As duas, são entidades que já possuem atuação em outros programas sociais federais de promoção de tecnologias sociais e por já terem experiência comprovada no cadastramento destas populações rurais, foram escolhidas no chamamento público.

Última atualização: 16 de junho de 2018 18:40.

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