Novo sistema do Programa Água Doce é destaque na 26ª edição do ‘Sergipe é aqui’ em Carira

Equipamento público está 80% construído e será a 5ª unidade do programa no município e a 30ª do estado

Quando a mais nova obra do Programa Água Doce (PAD) for entregue à população do Assentamento Luís Carlos Prestes, em Carira, no agreste sergipano, 340 famílias terão acesso a água potável, a partir de cinco sistemas de dessalinização do Programa Água Doce (PAD) no município que se tornou, de maneira simbólica, a capital do estado nesta sexta-feira, 19, na 26ª edição do ‘Sergipe é aqui’. Na ocasião, o novo PAD foi destaque da participação da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no governo itinerante, por meio de uma maquete ilustrativa que apresentou a unidade de abastecimento à população.

Em Sergipe, o PAD é coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), por intermédio da Coderse e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), executoras do programa. Nas 29 unidades de dessalinização em operação em Sergipe, são produzidos 17.400 litros de água potável por dia, atendendo uma população total de cinco mil sergipanos.  

Pela condição de dificuldade para obtenção de água doce, superficial ou subterrânea, Carira já possui quatro unidades do PAD nos povoados Bezerras, atendendo 50 famílias; Lagoa dos Porcos, com 80 famílias; Macacos, 100 famílias;  e Três Tanques, 60 famílias. Segundo o presidente da Associação dos Agricultores do Assento Luis Carlos Prestes, Jadiel Santos Bispo, por ser uma comunidade carente de abastecimento e longe das redes de distribuição de água da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), a unidade do PAD se mostra necessária.

“Quero agradecer ao Governo do Estado, que está implantando esse sistema lá junto com o pessoal do ‘Água Doce’. Vai beneficiar muitas famílias que não têm água potável. A comunidade é carente e precisava muito desse sistema. Hoje, o  abastecimento que tem lá é o carro-pipa, e agora teremos uma água de qualidade, na hora que a gente quiser”, comemorou Jadiel Santos Bispo, em visita ao estande da Agricultura, no ‘Sergipe é aqui’.

Execução do programa 

A Emdagro capacita, mobiliza e faz a extensão rural nas comunidades atendidas pelo PAD. A Coderse, além de fazer a capacitação técnica dos operadores, faz a manutenção e reposição dos equipamentos de dessalinização, dos poços tubulares que abastecem os sistemas e está à frente da licitação de construção das três novas unidades do ‘Água Doce’ no estado, totalizando 32 em Sergipe. No Assentamento Carlos Prestes, a companhia também perfurou um novo poço para suprir a demanda por água que o dessalinizador exige. Um investimento total – estadual e federal – de R$ 315.901,35.

“Estamos em Carira, trazendo as ações da Secretaria de Estado da Agricultura, em mais um ‘Sergipe é aqui’, no município em que temos quatro unidades do PAD, atendendo 290 famílias, e agora estamos trazendo o quinto, no Assentamento Carlos Prestes, com mais 50 famílias sendo abastecidas com água de qualidade. A obra está em cerca de 80% de sua execução completa e, em breve, estaremos entregando o novo sistema à comunidade”, afirmou o coordenador estadual do Núcleo do PAD em Sergipe, Vandesson Carvalho.

Maquete do Água Doce 

A unidade de produção de água dessalinizada do PAD possui vários módulos de processamento da água, reuso, contenção de resíduos e pode ser bem ilustrada por meio da maquete que a Coderse tem exibido em todas as suas participações no ‘Sergipe é aqui’. O módulo do dessalinizador tem três reservatórios, um de água bruta e salina, da forma como vem do poço tubular; outro com a água potabilizada e que abastece um chafariz público; e um terceiro, que contém a água resultante do processo de filtragem e com teor de salinidade superior à água bruta captada no subsolo. 

Cerca de 50% da água que passa pela filtragem no dessalinizador, feito por  membranas de osmose reversa, não pode ser aproveitada no processo de dessalinização. Anexo ao módulo de dessalinização, existe outro com o tanque de contenção onde este concentrado salino é depositado para evaporação e descarte apropriado do sal resultante. Há experiências exitosas de usuários dos sistemas, no uso do mesmo tanque para criação de espécies de peixes resistentes à água salgada, uma atividade que serve de complemento na renda das comunidades assistidas. 

Outro incentivo produtivo do sistema do PAD é a existência de chafarizes e cochos para uso da dessedentação animal, a partir da água bruta do poço tubular. Há pesquisas da Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para uso da forrageira Atriplex no PAD. A planta resistente à água salinizada, também conhecida como erva sal, encabeça o projeto futuro para construção de um terceiro módulo nestas unidades do PAD, que vão abrigar um campo irrigado com água salgada e produção de material forrageiro. Anexo, no mesmo módulo e ainda aproveitando a água bruta do poço, também se pretende implantar tanques em concreto com a tecnologia necessária para piscicultura ou carcinicultura, modelo detalhado que também consta na maquete do programa exibida pela Coderse.

Governo conclui oficinas de sustentabilidade ambiental para usuários do ‘Água Doce’

Através da Coderse, Seagri mantém funcionamento de 29 sistemas de dessalinização

Elza de Jesus conta que o Água Doce mudou a vida dos moradores do povoado Macacos, em Carira – Foto: Fernando Augusto

Completando o ciclo de oficinas de sustentabilidade ambiental oferecidas a todos os cinco mil usuários do ‘Programa Água Doce’ (PAD), em Sergipe, o Governo do Estado realizará mais dez dessas atividades em Poço Verde e Tobias Barreto, de 21 a 26 de agosto. A iniciativa leva boas práticas em higiene com a água dessalinizada a partir de poços e a conservação das unidades do PAD.

Em comunidades rurais distantes das redes de adutoras, em que os aquíferos são salinos, a população tem acesso à água potabilizada a partir de 29 dessalinizadores implantados e mantidos pelo PAD. O programa é coordenado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), executado por suas empresas vinculadas, instituições parceiras e as próprias comunidades.

“As oficinas de sustentabilidade têm a preocupação de como as famílias vão coletar, transportar e armazenar a água sem pôr em risco a saúde dos usuários. Mas também reforça as noções de co-gestão do sistema, que deve contar com a cooperação de todos para a conservação e realização de pequenos reparos. Assim como foi proposto na instalação dos sistemas, há cerca de 8 anos”, considerou Paulo Sobral, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Seagri.

José Souza Júnior é operador e usuário da unidade do PAD, no povoado Macacos, no município de Carira, agreste sergipano. Lá, a oficina já aconteceu e, segundo ele, veio para cooperar com com seu trabalho. “Ajuda em como explicar ao pessoal qual a forma correta de pegar a água e como deve ser ‘Fundo Reserva’. Esse é um dinheiro para ajudar em algumas manutenções, com limpeza e outras coisas que a Coderse não pode ser responsável. Mas sempre que eu preciso, solicito ao pessoal da Coderse e eles resolvem o problema. Estão 100%”.

Próximas oficinas
O coordenador estadual do PAD, Vandesson Carvalho, divulga que nos três primeiros dias as oficinas de sustentabilidade serão em Poço Verde, centro-sul sergipano, e que os demais dias de oficinas ocorrem em Tobias Barreto, conforme programação pré-definida, também na região centro-sul “Antes das oficinas é feito um cadastramento socioambiental para identificarmos como o PAD está influindo no cotidiano das famílias. As oficinas são feitas com material audiovisual, cartazes e linguagem de fácil compreensão”, completou Vanderson Carvalho.

Usuária da unidade do PAD no povoado Macacos, em Carira, Elza de Jesus mora na comunidade há mais de 40 anos e conta que o sistema de abastecimento de água dessalinizada mudou a vida dos moradores. “A gente está fazendo uma oficina de sustentabilidade e é importante. Tem que ensinar isso às pessoas, guardar água no lugar limpo. Eu sempre gosto de guardar a minha naqueles potes de barro, de filtro e na geladeira. Quando não tinha essa água, era muito ruim para todo mundo. Não tem nem onde pegar água para beber. Ou compra ou fica sem”, enfatizou.

Saúde da família
Agente de saúde municipal de Carira e usuária também no povoado Macacos, Hortência Alves explica que a água com o tratamento que recebe na unidade do ‘Água Doce’ faz bem à saúde. “É muito importante esse sistema no povoado. Foi a melhor coisa que teve. Água com qualidade! Existe um impacto na saúde das pessoas, por conta dessas bactérias, essas diarreias, que estão ocorrendo um surto. Daí é muito importante a água bem cuidada, bem tratada, higienizada para as crianças e para todos daqui da comunidade”, avaliou.


Calendário

MUNICÍPIODATADIAHORÁRIOLOCALIDADE / UNIDADE PADENDEREÇO
POÇO VERDE21/08segunda-feira10h30Povoado Cova da Índiana casa de Dona Terezinha (Assentamento lreno Alves)
POÇO VERDE21/08segunda-feira16hPovoado Cacimba Novana cooperativa da comunidade.
POÇO VERDE22/08terça-feira10h30Povoado Ponta da SerraCasa de Miguel
POÇO VERDE22/08terça-feira16hPovoado RecantoNo colégio vizinho à unidade do Programa Água Doce
POÇO VERDE23/08quarta-feira10h30Povoado LagesNa associação da comunidade
POÇO VERDE23/08quarta-feira16hPovoado Cachorro MortoNo centro comunitário da comunidade
TOBIAS BARRETO24/08 quinta-feira10h30Povoado Macacosna Escola Municipal Ensino Fundamental Salustiano Ribeiro
TOBIAS BARRETO25/08sexta-feira10h30Povoado Borda da Matano Bar do José
TOBIAS BARRETO25/08sexta-feira16hPovoado SaquinhoLocal a definir
TOBIAS BARRETO26/08 sábado 10h30Povoado CandeiasNo bar vizinho à unidade do Programa Água Doce

Programa Água Doce leva oficinas de sustentabilidade ambiental para Glória, Carira e Simão Dias

Coderse capacita operadores, faz manutenção, recupera sistemas de abastecimento e atua nas oficinas
Um dos objetivos das oficinas é evitar contaminação da água, com dano à saúde dos usuários / Foto: Núcleo Programa Água Doce

Na próxima segunda-feira, 24, as oficinas de sustentabilidade ambiental, destinadas aos usuários do Programa Água Doce (PAD) em Sergipe, terão continuidade. Até o dia 28, mais dez comunidades rurais dos municípios de Carira, Nossa Senhora da Glória e Simão Dias receberão, do Governo do Estado, orientações em boas práticas no manuseio da água potabilizada, nas unidades de dessalinização do PAD e em suas casas. O objetivo é evitar contaminação da água, com dano à saúde dos usuários, e a conservação dos equipamentos. 

Em junho, a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e suas vinculadas, Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), realizaram as oficinas nas comunidades, com sistemas do PAD, em Canindé de São Francisco, Monte Alegre de Sergipe, Poço Redondo e Porto da Folha. O órgão, que coordena o PAD no estado, está levando a ação para toda população atendida pelas 29 unidades de produção de água dessalinizada em Sergipe. 

Cleverton Rodrigues é usuário e operador do sistema do PAD no povoado Craibeiro, em Porto da Folha. Para ele, depois da oficina, as pessoas da comunidade passaram a entender mais sobre o funcionamento do sistema de dessalinização e mobilizaram o grupo para manter o abastecimento e a qualidade de água até o momento do consumo. “Foi explicada a quantidade certa de cloro e o tempo certo de lavar as caixas, principalmente a caixa da água doce. Alguns nem sabiam como se fazia a limpeza e até mesmo como é o funcionamento do próprio sistema”, avaliou. 

Coordenador estadual do PAD, Vandesson Carvalho explica que as atividades da próxima semana concluem etapas já foram iniciadas em cada comunidade. “Fizemos o cadastramento das famílias, porta a porta, para sabermos o impacto que teve o sistema de dessalinização em cada comunidade, com o levantamento socioambiental por comunidade; findando com as oficinas de sustentabilidade ambiental. Elas são esclarecedoras, para que as famílias saibam coletar, transportar e armazenar a água de forma correta, de modo a não contaminar a água e, consequentemente, prejudicar a saúde das pessoas que a consomem”, adiantou.

As oficinas começam em Nossa Senhora da Glória, no dia 24, no Assentamento Fortaleza, às 10h30, na escola da comunidade; e no povoado Aningas, às 16h, na Escola Nair Pereira Costa. Dia 25, em Carira, tem uma oficina para os usuários dos sistemas dos povoados Bezerra e Três Tanques, às 16h, na escola do Povoado Bomfim. Já no dia 26 será nos povoados Periquito, em Glória, às 10h30, na associação da comunidade; e Lagoa dos Porcos, em Carira, às 16h, na escola da comunidade. Dia 27 no povoado Macacos, em Carira, às 10h30, no Bar de Júnior; e Assentamento 8 de Outubro, Simão Dias, às 16h, na antiga escola da comunidade. As oficinas serão concluídas no dia 28, em Simão Dias, no Assentamento Carlos Lamarca, às 10h30, na sede da associação; e no povoado Jaqueira, às 16h, na casa da mãe de Célio.

Diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena aponta que a empresa pública também realiza intervenções de manutenção ou recuperação das 29 unidades do PAD. “Nossa expertise é de 40 anos em instalação de poços. Estão a serviço desses sistemas de abastecimento funcionários e equipamentos. Mas são sistemas mais complexos por possuírem dessalinizadores. Por conta disso, estamos capacitando operadores e dando essas oficinas, para que a comunidade nos ajude a manter cada uma dessas unidades do Água Doce em operação”, considera.

“A oficina foi muito boa, muito proveitosa mesmo. Só trouxe ainda mais benefícios para o sistema, como também na orientação da comunidade. Ficou claro para a população que somos operadores, mas eles também podem nos ajudar na limpeza do espaço e das coisas. Foi muito bom também na reorganização da contribuição mensal, que é aquele dinheirinho reservado para, quando aparecer algum problema no sistema, a gente ter o nosso próprio recurso e poder agilizar”, completou Cleverton Rodrigues.

“Será um bate-papo onde nós poderemos averiguar o quantitativo e o uso da água, bem como todos os pontos sensíveis do sistema de tratamento. Nessas atividades usaremos recursos visuais e práticas com linguagem popular e esclarecedora, utilizando o recurso de projetor e cartazes. Aumentando o alcance e a compreensão de todos os ouvintes da comunidade. Temos essa preocupação, de que o recado seja bem claro para essas comunidades, para o homem e a mulher do campo”, finalizou Vandesson Carvalho.

Serviço:
O quê: Oficinas de sustentabilidade ambiental para usuários das unidades de dessalinização do Programa Água Doce em Carira, Nossa Senhora da Glória e Simão Dias;
Onde: comunidades rurais de Carira, Nossa Senhora da Glória e Simão Dias;
Objetivo: Orientação em boas práticas de manuseio da água potável na captação, transporte, armazenamento e consumo. Assim como na conservação dos equipamentos das unidades do Programa Água Doce; 
Quando: de 24 a 28 de julho de 2023

Calendário
Dia 24 (segunda-feira)

– Nossa Senhora da Glória – Assentamento Fortaleza – escola da comunidade -10h30;
– Nossa Senhora da Glória – Povoado Aningas – Escola Nair Pereira Costa – 16h. 

Dia 25 (terça-feira)
– Carira – escola do povoado Bomfim – 16h (oficina para os usuários dos sistemas de dessalinização dos povoados Bezerra e Três Tanques)

Dia 26 (quarta-feira) 
– Nossa Senhora da Glória – Povoado Periquito – associação da comunidade – 10h30h 
– Carira – Povoado Lagoa dos Porcos – escola da comunidade – 16h

Dia 27 (quinta-feira)
– Carira – Povoado Macacos – Bar de Júnior – 10h30
– Simão Dias – Assentamento 8 de Outubro – antiga escola da comunidade – 16h

Dia 28 (sexta-feira)
– Simão Dias – Assentamento Carlos Lamarca – sede da associação – 10h30
– Simão Dias – Povoado Jaqueira – casa da mãe de Célio – 16h

Governo do Estado restabelece abastecimento de água dessalinizada em comunidades de Glória e Carira

Unidades do PAD fornecem água potável à população, escola, posto de saúde e água bruta para uso doméstico e dessedentação animal

Manutenção nos dessalinizadores restabeleceu o fornecimento de água nas comunidades de Carira e Glória [Foto: Núcleo do Programa Água Doce]

A intervenção técnica nas unidades de produção de água dessalinizada no povoado Lagoa dos Porcos, em Carira, e no Assentamento Fortaleza, em Nossa Senhora da Glória, feita pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), foi concluída na última quarta-feira, 12. A ação restabeleceu o abastecimento de água potável às comunidades, onde 170 famílias vivem e dependem dos sistemas de dessalinização do Programa Água Doce (PAD).

A manutenção dos sistemas, que pararam de funcionar na última semana, foi realizada pela Coderse. A empresa pública é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) que, com suas subsidiárias, coordena e executa o programa no Estado. Em todo o estado, existem 29 unidades de dessalinização. Em maio, a Coderse realizou uma manutenção geral corrigindo falhas nos equipamentos que pudessem interromper o fornecimento de água para as comunidades. 

Segundo o coordenador estadual do Núcleo do PAD, Vandesson Carvalho, foram consertados os componentes que fazem parte do dessalinizador e feito o reparo na tubulação de alta pressão, na unidade de Carira. “Os dessalinizadores pararam na semana passada, mas já voltaram a funcionar. Isso mostra a rapidez e preocupação que o Governo do Estado, a Seagri e Coderse têm com o abastecimento dessas comunidades que tanto necessitam de água potável”, esclareceu Carvalho. 

Para Vanderson, essa preocupação vai além do funcionamento das unidades, ao promoverem oficinas e capacitação para toda a comunidade. “A partir do dia 24 deste mês, daremos continuidade às oficinas de sustentabilidade ambiental nos locais atendidos pelo PAD. E sempre que somos requisitados, fazemos novas capacitações de operadores”, completa. 

O operador e usuário do sistema de dessalinização no Assentamento Fortaleza, Miguel ‘do Flamengo’, conta que naquela comunidade, 90 famílias dependem do equipamento público para ter acesso à água potável. Segundo ele, a equipe do PAD visitou o local duas semanas antes de solicitarem a manutenção corretiva do dessalinizador. Durante a visita, os moradores receberam treinamento para operar o sistema de forma correta. “Na hora que a gente precisa, eles vêm.  Essa água é uma coisa muito importante para nós, porque todo mundo que usa ela, gosta demais e diz que não quer mais de outra água a não ser essa”, declarou Miguel. 

Equipes multidisciplinares
De acordo com o diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, desde que a Seagri passou a coordenar o Água Doce, a empresa tem disponibilizado setores e equipes multidisciplinares para atender às demandas do programa.  A água chega até a população através de chafarizes, depois de passar por um complexo equipamento de dessalinização. Ela precisa ser bombeada de poços salinos, passar por reservatórios, para em seguida ser potabilizada, armazenada e distribuída.  

Todo esse processo requer um trabalho em equipe. “Além do pessoal técnico da Coderse, que compõe o núcleo do PAD e faz a manutenção direta do dessalinizador, temos o pessoal que lida diretamente com o poço, com a sua limpeza subterrânea e toda a estrutura de tubos, registros, conexões e reservatórios. Na retaguarda, os setores de Compras e de Licitação são necessários para a continuidade do programa”, explicou Sena. 

Carira
No povoado Lagoa Dos Porcos, em Carira, as 80 famílias atendidas pelo sistema de dessalinização relataram a falta de abastecimento na semana passada. Segundo Genivaldo Martins, professor de História na escola da comunidade, e operador do sistema, o procedimento realizado voltou a abastecer o seu povoado. “A equipe veio rápido e fizeram o serviço com perfeição”. 

O sistema que abastece toda a comunidade – da escola ao posto de saúde -, é de extrema importância para a região. “É uma água boa de qualidade que vem dando certo e não podemos ficar sem. Agradeço aos técnicos e a todos que fazem o Programa Água Doce”, disse Martins.

Governo de Sergipe capacita operadores do Programa Água Doce de nove municípios

O intuito é promover o correto uso dos dessalinizadores em benefício da população assistida, dando maior longevidade aos equipamentos. Paralelo ao curso, Coderse executa operação de manutenção geral nos 29 sistemas do PAD em Sergipe
Entrega de Certificados em Carira [Foto: Arquivo pessoal]

Foram concluídas nesta sexta-feira, 26, as capacitações para operadores das 29 unidades de produção de água dessalinizada do Programa Água Doce (PAD) do estado. Ministrado em cinco cidades polos, o curso preparou os novos operadores e fez a reciclagem de conhecimentos dos atuais responsáveis pela operação dos sistemas. Os operadores são moradores de comunidades atendidas pelo programa federal, que é coordenado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Com aulas teóricas pela manhã e práticas (em uma unidade do PAD próxima) pela tarde, os participantes foram preparados e certificados para cuidar do funcionamento e manutenção preventiva do dessalinizador e sistema de abastecimento em 29 comunidades de nove municípios: Canindé de São Francisco, Carira, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Simão Dias e Tobias Barreto.

Quem executa as ações do programa são as empresas vinculadas da Seagri, Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). O diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, destaca que o objetivo maior das capacitações é a conservação dos equipamentos das unidades de dessalinização, o que é essencial para manter a qualidade de vida oferecida por essa política pública nas comunidades atendidas.

“A gente está capacitando quem ainda não tem o curso e dando a reciclagem para que esses operadores possam disponibilizar, para as suas comunidades, uma água de melhor qualidade. Isso para fazer com que o funcionamento dos dessalinizadores seja o mais correto possível, dando uma maior longevidade para esse equipamento”, orientou Ernan Sena. Ele ainda informa que a Coderse está percorrendo todas as 29 unidades de dessalinização no estado, fazendo a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos.

José Correia é do povoado Recanto, em Poço Verde, e participou da capacitação.  Para ele, o dessalinizador trouxe muitos benefícios para a sua comunidade. “Evita muitas doenças que na região da gente acontece muito. Foi uma benção de Deus para nós, ver essa água doce, que a gente bebe, saudável. Diferente de quando a gente bebia água do tanque”, considerou. Além de Poço Verde, as capacitações foram realizadas em Canindé, Porto da Folha, Carira e Tobias Barreto.

O coordenador estadual do PAD em Sergipe, Vandesson Carvalho, informa que os usuários dos sistemas de dessalinização que participaram da capacitação, têm todo o preparo para cuidar das unidades do programa em suas comunidades. “Aqui eles sairão certificados e aqueles que fizeram a reciclagem, tiveram algumas atualizações, isso porque sabemos que a questão da ‘osmose reversa’ é uma tecnologia que sempre vai se renovando”, explica o coordenador. Ele ainda frisou como ponto positivo a assiduidade das mulheres ao curso, ocupando cerca de 40% das vagas.

Do povoado Cova da Índia, também em Poço Verde, Dona Maria Terezinha sabe da necessidade do bom zelo com o equipamento de dessalinização. Ela aprendeu todas as etapas do processo de funcionamento, conservação e está apta para atuar como operadora.  “Vim fazer o curso de operadora para cuidar da água e ter água saudável para oferecer para a comunidade. Limpar as caixas, deixar tudo em ordem, o poço e o sistema também”, ressaltou.

[vídeo] Cohidro faz bombeamento e limpeza do poço em povoado de Pinhão

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

Na intenção de reativar poços de sistemas de abastecimento inoperantes em Pinhão, município do Agreste Sergipano, as equipes de bombeamento de limpeza, ligadas à Gerência de Perfuração da Cohidro (Geperf), em fevereiro deste ano fizeram o bombeamento nos povoados Serra Solteira, Espinheiro e Rajas, investindo R$ 10 mil na execução dos serviços técnicos.

Neste último povoado, em 2020 a Cohidro investiu outros R$ 3,3 mil para recuperar outro desses poços antigos. Assim como foi naquele poço do Rajas, após ter ocorrido a limpeza, agora já estão em ação as equipes da Divisão de Instalação e Recuperação de Poços da Cohidro (Dipoços), para finalizar a reativação dos sistemas que fornecem água para estas comunidades.

Governo de Sergipe leva água para consumo humano e dessedentação animal a povoado de Carira

Cerca de 180 moradores do povoado Bezerra serão beneficiados com a perfuração de três poços

Processo de bombeamento e limpeza de poços[foto – Fernando Augusto] (2)
Com chuvas de verão abaixo da média neste início de ano em Sergipe, a água obtida em poços se torna ainda mais necessária para quem vive no campo. Para garantir o abastecimento, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) executa diversas ações em comunidades do interior do estado, a exemplo do povoado Bezerra, no município de Carira, no Agreste Sergipano, onde cerca de 180 moradores foram beneficiados. Na localidade, as equipes da companhia fizeram a regularização do abastecimento de água potável, com a limpeza e recuperação do bombeamento de um poço com dessalinizador – instalado através do Programa Água Doce – além de bombear outros dois novos poços para uso doméstico e dessedentação animal.

Com o valor de R$ 14.628,49, o investimento do Governo de Sergipe na localidade vem de recursos próprios da Cohidro e de convênio entre a companhia e a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias). Do montante de recursos investidos no povoado Bezerra desde janeiro, R$ 4.233,52 foram referentes à troca da bomba que transporta a água para o sistema de abastecimento do Programa Água Doce, que garante água potável para o consumo humano. A aquisição da peça de reposição foi viabilizada com recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), através do convênio com a Seias, como ressalta o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

“É um termo de cooperação técnica de crédito orçamentário na ordem de R$ 1 milhão. Assim, foi possível à Cohidro adquirir equipamentos e peças necessários ao trabalho da Dipoços [Divisão de Instalação de Poços], tanto para a instalação de sistemas em poços novos quanto para recuperação e manutenção dos antigos. Vale destacar, ainda, que a manutenção técnica em poços acontece através de outra parceria, que temos com a Sedurbs [Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade], executora das 29 unidades do Programa Água Doce, em Sergipe”, explicou Paulo Sobral.

Nascido e criado no povoado Bezerra, Raimundo Lins trabalha com a criação de gado e ovelhas e utiliza a água do poço do Programa Água Doce para consumo próprio. Ele contou que, antes de chegar o sistema de abastecimento com dessalinizador, era necessário fazer grandes deslocamentos para conseguir água potável. “Água é vida! Era um pouco sofrido o sufoco que passamos sem água. Tínhamos que ir buscar água de caminhão ou charrete, pegando dos riachos, quando tinha. Era uma luta. Agora, com a ajuda da tecnologia, melhorou 100%, como a gente sonhava!”, afirmou o produtor rural.

Para atender as demais necessidades da comunidade, a Gerência de Perfuração da Cohidro também fez limpeza e bombeamento em mais dois novos poços perfurados, além do poço do Programa Água Doce, como explica o diretor de Infraestrutura Hídrica da Cohidro, Carlos Alberto. “A água dessalinizada do poço do Programa Água Doce é exclusiva para beber e preparar alimentos. Já as águas sem potabilidade dos outros dois poços são destinadas ao uso nas residências e para o gado beber. Dando esse suporte nas duas frentes, essa população de quase 40 famílias fica com todas as suas necessidades assistidas. Podendo contar com isso, esses agricultores e pecuaristas garantem a produção de alimentos que atendem ao campo e à cidade”, refletiu o diretor de Infraestrutura Hídrica da Cohidro.

Morador do povoado Bezerra desde criança, o senhor Gilson de Andrade trabalha com a agricultura e criação de animais. O produtor rural relatou que a água vinda dos poços e que serve para o uso da casa é tão importante quanto a água dessalinizada usada para beber. “A bomba ficou ótima, ficou 100%. Perfeito! Quando não tinha essa água, era bem difícil. Não tinha como a pessoa se manter. Hoje, aqui, são muitas famílias que dependem dessa água, que é essencial para nós”, afirmou Gilson de Andrade.

Cohidro perfura novo poço para abastecer população de assentamento em Carira

Novo sistema de abastecimento beneficiará 35 famílias do assentamento de reforma agrária Luís Carlos Prestes

De um ano para cá, mais de mil pessoas na zona rural de Carira já foram beneficiadas com a manutenção da água em seus povoados [foto: Fernando Augusto]
As 35 famílias que residem no assentamento de reforma agrária Luís Carlos Prestes, no município sergipano de Carira, contarão com a revitalização do sistema de abastecimento de água da povoação. Realizado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), o trabalho foi iniciado na última semana, com a perfuração, completação e revestimento do novo poço, que deu água aos 80 metros de profundidade. Nesta semana, a empresa realizará o processo de bombeamento e teste de vazão para, em seguida, instalar nova bomba, cabeamento elétrico e tubulação, para levar a água até a superfície. A comunidade contava com um antigo poço obstruído e, mesmo com uso de sondas, não pôde ser recuperado. O investimento feito pelo Governo do Estado e executado pela empresa foi de R$ 14 mil na perfuração. Estão previstos, ainda, cerca de R$ 7,5 mil para as demais etapas do sistema.

Morador do Carlos Prestes há 10 anos, Edvan dos Santos destaca a importância do poço para a comunidade e agradece pela atuação das equipes da Cohidro na reativação do sistema de abastecimento do assentamento. “Há uns 15 dias, a empresa veio com uma equipe forte e perfurou esse poço novo, que está dando água! É uma grandeza para gente, é uma riqueza quando jorra água aqui, é uma lindeza para nós. Conversei com o Carlos Alberto [diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro] para colocarmos isso para frente. Ele e o pessoal da Cohidro lutam o tempo todo para fazer esse trabalho. Queria agradecer a toda a equipe”, disse o morador Edvan, que aguarda as obras que darão continuidade ao poço.

O diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Carlos Alberto, explicou que o poço antigo não pôde ser recuperado. “Primeiro, usamos máquinas perfuratrizes para desobstruir o velho poço, tirar sedimentos e detritos da instalação anterior, para poder aproveitar a perfuração antiga. Mas não foi possível fazer essa recuperação. Então, optamos por perfurar um totalmente novo ao lado, chamado de ‘poço gêmeo’. A equipe da PF-12 [perfuratriz] concluiu a perfuração com sucesso aos 80m de profundidade, seguido da completação e o revestimento, com tubo especial, do poço. Nesta semana, outra equipe realizará o bombeamento, para limpeza e teste de vazão. Este último processo é o que vai determinar qual tipo de bomba será usada na instalação, trabalho que será feito durante a terceira etapa, por uma das equipes da Dipoços [Divisão de Instalação e Manutenção de Poços]“, explicou Carlos Alberto.

O diretor reitera a importância de retomar o abastecimento em uma região de seca severa durante o verão. “São comunidades que não possuem outro tipo de acesso à água de consumo. Para as criações, quando secam os barreiros, o alento são os sistemas de abastecimento que garantem a água de beber aos animais”, relata Carlos Alberto. Segundo ele, em Carira, o trabalho não foi só neste sistema. “De um ano para cá, outros quatro povoados em que vivem mais de mil pessoas receberam obras da Cohidro para intervenção em poços comunitários. Nos povoados Macacos, Lagoa dos Porcos, Três Tanques e Bezerra, a Cohidro atuou em parceria com Sedurbs [Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade], para recuperar os sistemas de abastecimento do Programa Água Doce, dotados de dessalinizadores, a partir de recursos estudais de R$ 12,9 mil”, completou.

Governo de Sergipe recupera quatro poços do Programa Água Doce em Carira

Cerca de 800 moradores das localidades rurais foram beneficiados com o acesso à água potável

Foto: Fernando Augusto

Além de implantar sistemas de abastecimento de água dessalinizada, o Programa Água Doce (PAD) realiza a manutenção e recuperação dos poços desses sistemas, para garantir o pleno acesso à água. Executado há 15 anos em Sergipe pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), o programa conta com a parceria da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) para realizar a manutenção dos equipamentos. O município de Carira é um exemplo, contendo quatro dos 30 poços utilizados pelo PAD – nos povoados Macacos, Lagoa dos Porcos, Três Tanques e Bezerra. Ao longo de um ano, estas comunidades tiveram seu abastecimento mantido através das intervenções reparadoras da Cohidro, com um investimento próprio de R$ 12,9 mil.

Para a realização dos reparos, a Cohidro disponibilizou equipamentos de captação de água subterrânea para a manutenção dos sistemas implantados. O coordenador do PAD na Sedurbs, Marcos Cezar Oliveira, reforça a importância das parcerias feitas pela secretaria. “A água é oriunda de poços artesianos. A ideia é que, no final deste ano, quando o convênio do PAD cessar, já tenhamos um novo convênio para que, além da perfuração dos poços, a Cohidro continue a realizar a manutenção e acompanhamento dos sistemas dentro do programa”, aponta. Ele informa ainda que a geóloga Maria Auxiliadora representa a Companhia no núcleo executor do PAD, em Sergipe.

No povoado Três Tanques, o poço que atende a 380 pessoas foi recuperado e voltou a funcionar com o investimento de R$ 5,3 mil, feito com recursos próprios. A operadora do sistema de abastecimento do PAD no povoado, Janaína Gomes, relata que a chegada do ‘Água Doce’ mudou a realidade da comunidade. “Esse poço ajuda muito os moradores da localidade. É fundamental. Vieram consertar e foi muito bom, porque estávamos sem água mesmo. Essa água que chega pelo programa, a gente utiliza para o consumo próprio. E a outra água, a salobra, a gente usa pra dentro de casa para as coisas do dia a dia. Foi necessário esse poço aqui, toda a comunidade estava precisando”, reafirma.

O diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Carlos Vieira, esclarece que os poços do PAD são atendidos da mesma forma que os outros poços comunitários no estado de Sergipe – sejam eles perfurados ou não pela empresa. “Temos equipe especializada para identificar os problemas dos poços, que podem ser um equipamento quebrado ou um poço antigo obstruído, quando entra em cena o nosso pessoal da área de perfuração. Em todas as formas, contamos sempre com a cooperação do suporte local feito pelas próprias comunidades. Exemplo disso ocorreu no povoado Macacos, aqui em Carira, onde as 50 famílias que consomem a água dessanilizada arcaram com os custos do conserto da bomba, contando com mão de obra nossa para reinstalar o equipamento”, informou.

Outra recuperação de poço aconteceu no povoado Lagoa dos Porcos, também em Carira. A intervenção da Cohidro retomou o abastecimento para os 90 habitantes, com investimento de R$ 3.890,26. “Esse poço nos ajudou muito, porque era difícil ter uma água de boa qualidade aqui. Agora, nós temos uma água que é melhor que a água mineral”, relatou Fábio Santana, de 18 anos, que nasceu e vive até hoje no povoado. Para João de Andrade, pequeno pecuarista do povoado Bezerra, o PAD é um sistema muito importante. “A água é de qualidade, bem tratada. Esse serviço que a Cohidro fez foi essencial”. Nesta localidade, foram investidos R$ 3.682,77 na troca de bomba, tubulação, conexões e cabeamento elétrico.

Barragens recuperadas pela Cohidro têm recarga com as chuvas de trovoada

Totalmente cheia, barragem no povoado Queimadas atingiu seu ápice nas chuvas de trovoadas de 2018 (foto Ascom Cohidro – Fernando Augusto)

Edição 2017 do programa devolveu a capacidade e acumular água da chuva para 13 barragens de médio porte, atendendo 12.438 pessoas. Em 2019 serão 300 famílias beneficiadas com a barragem da Barra da Onça.

Iniciada em fevereiro de 2017 e as obras durando até o inverno daquele ano, a edição do Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado executada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) naquele ano, resultou na grande maioria das 13 barragens tendo acumulado alguma água da chuva no mesmo ano, quase metade chegando ao seu ápice e resistindo para além do período chuvoso, fornecendo água às populações e seus rebanhos. Noutros casos, a irregularidade da precipitação interferiu para que só agora, nas trovoadas de dezembro de 2018, fosse possível que parte dos reservatórios fizessem a sua recarga e até ficassem totalmente cheios.

Maior exemplo deste último caso foi a barragem comunitária recuperada no povoado Queimadas, em Poço Redondo, de população que se utiliza do reservatório para a dessedentação animal estimada em 750 habitantes. No inverno de 2017 o reservatório de terra obteve algum êxito ao acumular em torno de 30% de sua capacidade, isso se for comparado ao seu status hoje, totalmente cheia depois das chuvas ocorridas a partir do dia 1 de dezembro. Resultado oposto ao apresentado na barragem também recuperada na mesma edição do programa na comunidade tradicional da Serra da Guia, no mesmo município e distante 16,8 km em linha reta uma da outra, em que as primeiras precipitações do ano passado foram capazes de acumular água no total da sua capacidade, beneficiando os 700 moradores.

Algo parecido como que se deu em Poço Verde, na barragem do assentamento Francisco José dos Santos. Lá, mesmo depois da retirada de todo sedimento do reservatório de terra, ampliando profundidade e capacidade de reservamento, não houve incidência de chuvas na localidade suficientes para fazer a sua recarga no mesmo ano. Mas o êxito do projeto dos engenheiros da Cohidro foi demonstrado mais de um ano depois. Foram também as chuvas de trovoadas de 2018 às responsáveis por ela chegar ao total de sua capacidade de acúmulo de água, garantindo a reservas para as cerca de 100 famílias de colonos.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto comenta que está cada vez mais difícil prever os resultados das próximas chuvas e que a empresa procura se valer do histórico dos reservatórios e estudo de sua capacidade de recarga. “Muito por causa das alterações climáticas provocadas pela interferência humana no meio ambiente de todo planeta, não se sabe ao certo qual localidade vai chover bem ou se vai repetir o mesmo índice pluviométrico dos anos anteriores. O que temos são boas surpresas, como o resultado positivo das chuvas nas cabeceiras do rio São Francisco, aliviando a situação crítica dos reservatórios nordestinos. Ao mesmo tempo em que nos preocupa muito a situação da nossa barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, em que essas últimas chuvas em pouco ou nada influíram no nível da água captada pela Cohidro e Deso, hoje em situação crítica”, lamenta.

Valdi Aragão Porto é engenheiro civil na Cohidro e foi quem coordenou a equipe do último programa de recuperação de barragens. Ele salienta a capacidade que as reformas tiveram de prolongar a vida útil das barragens recuperadas. “Para escolhermos uma barragem para ser recuperada, levamos em conta se ela tem os meios para que possa receber recarga pelas chuvas, que ela tem às ‘chamas’, os cursos por onde a chuva possa ser coletada e conduzida até o reservatório. Muitas vezes a obra incide em melhorar essa captação, mas no geral fazemos a escavação dos leitos, retirando os sedimentos depositados ali pela erosão dos solos, aumentados os taludes e construindo os estravasores, componentes importantes e que evitam que a força da água rompa as barreiras das barragens”, ensinou.

Alagadiço
A barragem pública Prefeito Manoel Soares no povoado Alagadiço, em Frei Paulo, foi a primeira a ser recuperada, entregue à comunidade em 10 de março daquele ano, na edição 2017 do Programa e beneficiou 374 famílias que vivem da atividade pecuária e passaram a dispor do reservatório de médio porte para dar de beber aos rebanhos.

Segundo o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo do município, Wladimir Dantas Souza, a reforma da barragem cumpriu seu papel e foi decisiva para toda microrregião, resistindo sempre com algum nível de água até chegar às chuvas de trovoadas para haver uma nova recarga. Segundo ele, o reservatório abastecia de 40 a 50 carros-pipa nos piores dias de estiagem durante este período.

Barragem do Algodão
Na antiga Barragem do Algodão, povoado Poço dos Bois em Cedro de São João, a castigante seca de 2016 esgotou totalmente as reservas de água. No ano seguinte, após passar pelas obras do Programa do Governo de Sergipe, foi limpa dos seus sedimentos e teve a capacidade ampliada, para que nas chuvas seguintes, ainda em 2017, juntasse água em sua capacidade completa. Manoel Vieira Alves, 74 anos, aposentado e morador da localidade, na época lamentou o açude ter secado, mas tinha esperança de que a obra e as próximas chuvas poderiam reverter esse quadro.

“Aqui era o lazer da gente, para dar água ao animal, para tomar banho, pescar, pegar um peixinho. Tudo aqui servia para gente, servia e serve, quando tiver de novo, né? Aqui nasci e me criei, nunca vi uma seca dessa não. Nasci e já tinha a barragem e nunca vi secar. Tem que fazer uma benfeitoria dessa, né? Mas aí agora com essa benfeitoria que tão fazendo, os nossos netos é que vão morrer e ela ainda não vai secar, com o poder de Deus”, confiou seu Manoel.

E o morador estava bem certo. Em 2018, ano em que muitos consideraram a estiagem ainda pior que a de 2016, o reservatório em terra e de múltiplo uso resistiu. E mesmo aquela região não tendo sido contemplada com as últimas chuvas de trovoada de dezembro, se comparada a outros municípios até do Alto Sertão, a sua ampliação de capacidade ainda conservou reservas para abastecer o gado e oferecer alento aos pescadores artesanais durante todo ano.

Outras barragens
Em Carira, no povoado Mansinha, a barragem comunitária serve de reforço aos criadores de gado da redondeza, para quando as suas reservas particulares secarem, chegando há uma população de 2.100 habitantes assistidos. Reformada em 2017, voltou a ter recarga na última chuva de trovoada, acumulando até mais água agora do que no primeiro ano, estando em cerca de 80% de sua capacidade máxima.

Novamente a irregularidade das chuvas em 2018 marcou presença, desta vez na barragem recuperada no povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória. A obra foi entregue debaixo de chuva, pelo então governador Jackson Barreto, em 22 de maio de 2017, e com o reservatório praticamente cheio, para atender os 525 moradores. Mas o mesmo êxito não se repetiu no ano seguinte, quando as chuvas de inverno pouco influenciaram no nível d’água do reservatório de médio porte, restando para novamente as trovoadas do começo de dezembro resguardarem o acúmulo de cerca de 30% de sua capacidade.

Grandes, médias e pequenas barragens em Tobias Barreto sofrem com a falta de incidência de chuvas para recuperarem os níveis de reservas, forçando o Governo do Estado a procurar alternativas até no Estado da Bahia para garantir o abastecimento da população urbana e a Cohidro, a perfurar poços para também permitir a subsidência do rebanho leiteiro dos irrigantes atendidos pelo seu perímetro Jabiberi. No povoado Montes Coelho, embora não tenha secado durante as estiagens de 2017 até 2018, as reservas acumuladas nas chuvas nesse período, incluindo depois das trovoadas, mantêm o estoque de água em cerca de 40% da capacidade do reservatório também reformado pela empresa pública.

Novos projetos
Segundo o diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, foram R$ 1470341,64 do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), empregados no programa de recuperação em 2017, incluindo ainda barragens reformadas em Canindé de São Francisco, Porto da Folha, Gararu, Ribeirópolis e Nossa Senhora de Lourdes.

“Estamos executando o programa desde 2012, com mais de R$ 5 milhões empregados na reforma de quase 2 mil pequenas e médias barragens, atendendo uma população rural de mais de 70 mil pessoas. Não por outro motivo, senão o resultado satisfatório das ações de nossas equipes de engenharia, garantimos mais R$ 780 mil do Funcep para em 2019 licitarmos empresa para reformar, sobre nosso projeto e planejamento, a grande barragem Chapéu de Couro, no assentamento Barra da Onça, em Poço Redondo”, informou Paulo Sobral.

“É um projeto ousado, em se tratar de uma barragem de alvenaria e que deixou de atender centenas de famílias depois que a força das enxurradas foi capaz de romper o paredão de concreto, vulnerabilidade a ser corrigida no novo projeto. Um acaso infeliz, mas prova que, mesmo no Alto Sertão seco de Sergipe, existe água das chuvas suficientes para justificar a manutenção dessa e de outras barragens, dando esperança e motivos ao sertanejo ali ficar resistindo bravamente eu sua terra de origem”, acrescentou o presidente da Cohidro Carlos Melo, reforçando que, como nas outras edições do programa, o critério principal para a escolha das localidades atendidas é o município ter decretado emergência devido à seca.

Última atualização: 14 de fevereiro de 2019 14:56.

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