PERÍMETRO CALIFÓRNIA | Peras cultivadas com irrigação em Canindé chegam a pesar mais de meio quilo

Ozeias Beserra [Foto – Fernando Augusto]
Entre dezembro e março é realizada a colheita de pera, que tem uma importante demanda identificada no período de verão. Em Canindé de São Francisco, a pera é cultivada no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Ao todo, 400 pés do fruto se dividem entre a variedade Triunfo e as variedades Princesinha e Santa Maria, melhoradas e adaptadas para o clima do sertão sergipano.

Para Ozeias Beserra, produtor irrigante do Perímetro Califórnia, o ano já começou com uma grande surpresa – literalmente. Nas primeiras colheitas de 2021, as peras em seu lote apresentaram uma média de 600 gramas cada. O irrigante segue em busca de compradores para a sua produção, e demonstra animação com o resultado do cultivo. “Por enquanto, ainda estou buscando mais compradores certos. Estou correndo atrás, mas ainda está tranquilo. Quando a florada aumentar, vou repassar para mais compradores e também entregar nas feiras”, planeja Ozeias.

Para o agricultor, trabalhar com a pereira é fácil, pois seu fruto tem boa aceitação no mercado e, por ser adaptada, tem um ótimo manejo. No ano passado, a colheita foi significativa e a produção ficou em torno de 12 caixas do fruto, que chegavam a pesar até 30 kgs. A expectativa esse ano é um pouco maior, considerando o tamanho e o peso das peras. O agricultor irrigante do Período Califórnia espera que sejam retiradas ao menos 50 caixas.

A inserção da cultura da pera no Perímetro Irrigado Califórnia vem acontecendo desde o ano de 2016, a partir de convênio firmado entre a Cohidro e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido – Petrolina), que viabilizou a transferência da tecnologia necessária ao início da produção, além do fornecimento das mudas, sistema de irrigação e fertirrigação por gotejo, defensivos e fertilizantes, como também a assistência técnica.

Para João Fonseca, diretor de irrigação da Cohidro, a vantagem de ter o cultivo no Califórnia é o seu valor agregado, em relação às culturas tradicionalmente produzidas no perímetro de Canindé. “Com isso, nós passamos a oferecer novas opções de produção e de geração de renda para os nossos agricultores irrigantes, a partir da introdução de duas culturas que até então não eram produzidas: além da pera, também a uva”, disse o diretor.

CANINDÉ | Agricultores irrigantes escoam produção a preço fixo para o Programa de Aquisição de Alimentos

Cohidro acompanha entregas em três perímetros, que devem ultrapassar 100 T até 2021

Ozeias Beserra recebe Cohidro e CREAS em sua associação [Foto: Fernando Augusto]
Para o agricultor familiar, que produz em pequena escala e não tem facilidade logística para chegar aos mercados consumidores, o grande gargalo é escoar a produção e, com isso, gerar renda para a família. Com o uso de irrigação, que demanda maior investimento para produzir, o retorno financeiro costuma ser menor, se depender somente dos preços ofertados pelos atravessadores. Para 14 membros da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI), irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, desde julho essa dificuldade vem sendo superada. Eles passaram a entregar alimentos através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade ‘compra com doação simultânea’, por um preço fixo e considerado justo, sem a variação de mercado. O projeto-proposta do grupo foi escolhido depois de disputar, em um sistema ranqueamento feito pela Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], com propostas de todo o estado.

“Nós estamos na quarta entrega e o pessoal está satisfeito, porque entregamos os produtos por um preço justo. A outra linha que temos de vendas (as feiras livres) parou um pouco por conta da pandemia e alguns produtores estavam perdendo seus cultivos”, conta o presidente da ASSAI, Ozeias Beserra. Nesta quinta-feira (15), foram entregues mais 2.246 quilos de alimentos pelos produtores do perímetro irrigado administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Ao longo de nove meses, as entregas somarão 39.429 kg, posteriormente doados a 1.580 pessoas em situação de vulnerabilidade social e risco alimentar cadastradas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Canindé. “O CREAS tem recebido bem os alimentos, por estarem atendendo um público que realmente precisa. Muitos perderam o emprego ou não conseguem trabalhar, e o alimento chega em uma boa hora”, considera Ozeias. Os agricultores da ASSAI serão remunerados, até o final do projeto, em R$ 111.997,60.

A Cohidro, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), fornece a irrigação para estes produtores, ao mesmo tempo em que presta assistência técnica agrícola e assessoramento para participação nos programas de compra da produção rural, como o PAA. Segundo o diretor-presidente da empresa pública, Paulo Sobral, esse incentivo a mais, dado pelo Governo do Estado, está disponível para todo grupo de irrigante disposto a organizar a sua produção para uma entrega contínua de alimentos. “Contamos com um especialista na área de Agronegócios, o Sandro Prata, que desde 2008, acompanha esses irrigantes que conseguem se mobilizar, organizar suas documentações e participar destes projetos. Esses agroempreendedores já produziram e comercializaram, em nossos perímetros irrigados, 4 mil toneladas de alimentos doados, sendo remunerados em mais de R$ 13 milhões e beneficiando mais de 145 mil pessoas”, informou.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Fonseca revela que, na edição 2020 do PAA, três perímetros administrados pela Companhia fornecem alimentos para doação. “Além da ASSAI de Canindé, temos o Movimento Associativista (do Povoado Brejo) no perímetro Piauí, em Lagarto; e a Associação (dos Produtores Rurais da Comunidade) Lagoa do Forno, no perímetro da Ribeira, em Itabaiana. Até 2021, mais de 100 toneladas de alimentos serão entregues por 41 irrigantes, remunerados em quase R$ 330 mil, para mais de 5 mil beneficiários”, listou o diretor. Pedro Feitosa produz há 12 anos no perímetro irrigado, e entrega pela primeira vez abóbora, acerola e pimentão para o PAA. Ele considera o programa de fundamental importância, por fomentar a geração de renda do agricultor familiar e ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade.

“O produtor consegue agregar um preço melhor à sua mercadoria, em virtude do valor ser mais acessível comparado ao que repassamos aos atravessadores. Por outro lado, vejo também o grande alcance social em relação às pessoas que estão recebendo esses produtos a custo zero, através do poder público, programas e associações”, analisa o agricultor Pedro Feitosa. O também irrigante do Califórnia, João Aureliano, hoje participa como fornecedor do PAA e afirma que o projeto beneficia a todos da região. “Estávamos precisando. Ficamos um tempo parados por conta da pandemia e, agora, começou para ajudar tanto o pessoal mais necessitado da cidade, quanto o produtor. Hoje foi só acerola, mas vou fornecer também macaxeira, abobrinha e abóbora”, explica. Irrigantes também vinculados à Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) têm fornecido alimentos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em Canindé.

CANINDÉ | Cohidro conclui reforma em estação de bombeamento no Perímetro Irrigado Califórnia

Melhorias estruturais são custeadas com recursos do pagamento da tarifa d’água e qualificam trabalho dos irrigantes

Funcionários da Cohidro presentando: operários da obra, Associação dos Servidores da Cohidro, Diretoria Executiva, operação de bombas e engenharia., [Foto: arquivo pessoal]
Foi concluída a reforma física e estrutural da Estação de Bombeamento (EB) 04, que abastece parte do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, com revitalização de pinturas, telhados, pisos, calçamentos e banheiros. A intervenção foi realizada para melhorar a qualidade de trabalho dos operadores, aumentar a vida útil de equipamentos e diminuir riscos de falha no serviço estadual, que fornece a água para irrigação de lotes agrícolas do perímetro. Anteriormente, as EBs 03 e 06 do Califórnia já tinham recebido a mesma melhoria; e as estações de bombeamento do perímetro Piauí, no município de Lagarto, também recebem as ações de recuperação, realizadas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

A recém-finalizada reforma na EB 04 do Califórnia envolveu nova pintura protetiva para todas as tubulações e conexões, instalação de piso permeável [em brita], instalação de telhado para proteger o maquinário da ação do tempo, além das restaurações no alojamento dos funcionários, localizado anexo à casa de força, com reforma estrutural nos telhados, pintura, piso, calçamento externo e banheiros. As próximas obras no Perímetro Irrigado Califórnia acontecerão nas EBs de número 05 e 07. Já no município de Lagarto, o Perímetro Irrigado Piauí já teve a EB 02 revitalizada e foram iniciadas as melhorias na EB 01, desde a última sexta-feira (28). As revitalizações das estações de bombeamento fazem parte do programa de recuperação das EBs da Cohidro.

O agricultor Leidison dos Santos é um irrigante considerado atuante pelos técnicos do perímetro. Selecionado para abrigar em seu lote um campo experimental de uvas – oriundas de transferência de tecnologia com a Embrapa Semiárido -, ele se diz satisfeito com a reforma da EB do seu setor (04). O agricultor relembra que, em 2016, o Governo de Sergipe adquiriu 45 novas bombas, das quais 37 foram somente para Canindé. “Colocando essas bombas novas e fazendo a reforma direito, as coisas ficam diferentes. A gente trabalha melhor e tem aquela tranquilidade de que não vai faltar água. É um serviço que nos ajuda. A expectativa é que continue assim. A tendência é ir sempre melhorando para dar mais tranquilidade ao produtor, que sofre tanto durante a estiagem, no verão, com a falta d’água”, pontua o produtor.

As reformas são custeadas através do pagamento das tarifas de água pelos próprios irrigantes, segundo destaca o diretor administrativo e financeiro da Cohidro, Jean Nascimento. “Foram investidos cerca de R$ 20 mil na reforma da EB 04 do Califórnia, através da reversão do pagamento da tarifa d’água em benefício do próprio agricultor. Com as reformas, melhoramos a qualidade do serviço para garantir o fornecimento da água necessário à produção dos alimentos”, ressalta Jean. O diretor de irrigação e desenvolvimento rural da companhia, João Fonseca, também avalia que as ações melhoram o trabalho do agricultor. “Aliado à assistência técnica agrícola, as estações de bombeamento em bom estado dão mais garantia ao produtor irrigante, de que ele poderá plantar e colher o seu produto. Isso repercute em maior confiança em seu empreendimento rural, para ele reinvestir e garantir maior renda familiar para si e para os seus colaboradores”, defende João Fonseca.

O diretor presidente da Cohidro, Paulo Sobral, reforça que as reformas nas estações de bombeamento são possíveis por contar com a mão de obra do próprio quadro de funcionários da companhia. “Além de contarmos com a receita obtida da tarifa paga pelos agricultores, dando a contrapartida ao interesse deles em contribuir com o serviço, também reduzimos os custos que teríamos caso contratássemos uma construtora. Conduzimos, portanto, nosso pessoal que atua em serviços gerais e conservação predial para fazer as revitalizações. Servidores estes a quem devo meu agradecimento por se aliarem ao projeto da Diretoria Itinerante, que percorre, semanalmente, os perímetros e obras executadas pela Cohidro no interior do estado”, ressalta Paulo Sobral.

[vídeo] Estações meteorológicas da Cohidro geram dados climáticos para irrigação e outras áreas

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

Além de aferir a pluviosidade, a estação meteorológica do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, faz outras medições como o grau de evaporação, da posição e incidência do sol, da posição e velocidade do vento e às variações de temperatura durante o dia. O programa Sergipe Rural do último sábado (25) mostrou pela Aperipê TV o funcionamento dos equipamentos e a leitura que é feita diariamente pelo técnico agrícola Sérgio Xavier, da Cohidro. A estação pertence à Cohidro, mas outros órgãos e instituições públicas fazem uso das leituras obtidas nesses aparelhos. além da do Califórnia, a companhia estadual tem estações em Itabaiana, no Perímetro Irrigado da Ribeira e em Lagarto, no Perímetro Irrigado Piauí.

 

Irrigante cria sistema agroflorestal em perímetro irrigado da Cohidro em Canindé

A técnica produz alimentos sem usar agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, a partir de um ambiente biologicamente equilibrado

 

[Foto: Danielle Caroline / Sítio Umbuzeiro]
Nos últimos três anos, foram introduzidas unidades experimentais bem-sucedidas para produção de frutas exóticas e leite no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. E há dois anos, em um lote da família naquele perímetro, a bióloga Danielle Caroline utiliza a infraestrutura de irrigação do Governo do Estado para a implantação de um sistema agroflorestal (SAF) adequado ao semiárido sergipano. Nas redes sociais ela divulga seu progresso, para incentivar outros projetos à troca de conhecimentos. A técnica produz alimentos sem usar agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, a partir de um ambiente biologicamente equilibrado, e se adequa à implantação de áreas de preservação permanente (APP) ou de reserva legal (ARL), em que o agricultor gera renda produzindo hortaliças em curto prazo; frutas, em médio; e madeira, em longo prazo.

“Nosso intuito é mesmo divulgar a técnica para o maior número de pessoas”, afirma Danielle, por ter criado o perfil @sitio.umbuzeiro no Instagram. Neste, são diárias as atualizações mostrando o desenvolvimento das plantas que produzem alimentos ou são ‘adubos verdes’, devolvendo componentes essenciais ao solo. Porém, a trajetória da jovem agricultora não começa no campo. “Apesar dos meus pais terem este sítio há muito tempo, eu nunca estive muito perto da agricultura. Só vim morar aqui depois de concluir a faculdade. Formei em Biologia pela UFS em 2010, depois fiz mestrado em Entomologia. Foi quando conheci a Agrofloresta por vídeos, na internet, e fui fazer um curso com Henrique Sousa, na Fazenda Ouro Fino [Jaguaquara-BA], em 2017. De lá para cá, venho implementando o sistema. Muita coisa fiz sozinha; em outras, tive ajuda do meu pai”, conta a jovem.

Além do conhecimento adquirido no meio acadêmico e cursos livres, a participação em atividades em grupo também ajudou Danielle Caroline a implantar o SAF no lote dos pais. “Fiz mais um curso no início de 2018 e participei de alguns mutirões, para a implantação de outra área. Depois um grupo de pessoas fez um mutirão aqui também. Tenho recebido ajuda de outras pessoas e tudo é fruto da busca por conhecimento; pelo dia-a-dia, vivenciando na prática o que é trabalhar com agroflorestal; e pegando os conhecimentos que meu pai tem. Ele é técnico agrícola aposentado, trabalhou na Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe) por muitos anos e tem o sítio há 16 anos. Aqui moramos os três: eu, meu pai [José dos Santos] e minha mãe [Maria Luiza de Jesus Santos]”, detalha.

Segundo o diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), João Fonseca, os perímetros irrigados administrados pela empresa pública são ambientes propícios para a inovação do campo. “Só em Canindé, Em cooperação com a Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), introduzimos com sucesso três campos experimentais de videiras e pereiras, em que os produtores já vendem uva pra produzir vinho e partem para a industrialização de suco. Noutro lote, implantamos um projeto piloto do sistema Balde Cheio de produção de leite, com base na experiência adquirida no perímetro irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto. A expectativa da Cohidro é que essas áreas, e também a experiência com o SAF, influenciem outros produtores rurais de todo o estado a se espelharem na produção de alimentos, geração de renda e iniciativas de preservação ambiental”, afirma.

No Sítio Umbuzeiro, Danielle criou dois lotes de SAF, que somam uma área de 0,1 ha – pequena só no tamanho. “A gente já plantou de tudo. Atualmente, a gente tem mamão em produção, banana, árvores frutíferas, como a graviola e a pinha, que estão crescendo. Já colhemos açafrão, milho e fava. É muita coisa que dá para colocar nesse tanto de área e tive excedente para vender. Minha mãe vende na feira e ela sempre leva coisa aqui da área do SAF. Esse momento agora é de fazer podas, é um momento de renovação. Fiz o manejo do sistema e agora é hora de plantar novamente [milho, feijão, abóbora]. Mesmo assim, tem uma produção”, destaca. A agricultora quer que o seu SAF seja referência agroecológica para o semiárido sergipano. Além de compartilhar os saberes para além das redes sociais, ela planeja abrir sua agrofloresta para visitas técnicas e aplicação de cursos.

 

 

Orientação técnica ajuda a elevar produtividade da abóbora irrigada no Alto Sertão

De janeiro a maio, foram produzidas 270 toneladas de abóbora no perímetro irrigado da Cohidro em Canindé

Produção de abóbora entregue para o PAA, no primeiro dia, foi de 287kgs [Foto: Fernando Augusto]
A produção de abóbora no Alto Sertão Sergipano é feita há quase dez anos em Canindé de São Francisco, a partir da irrigação fornecida pelo Governo do Estado no Perímetro Irrigado Califórnia. Além da água do Rio São Francisco, que a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro faz chegar aos lotes agrícolas, os agricultores familiares têm também assistência técnica agrícola fornecida pela empresa. Indicado por nutricionistas por ser alimento saudável e nutritivo, o fruto já faz parte da culinária sergipana. Não por acaso, alguns dos produtores de abóbora irrigada estão participando do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e sua produção será entregue, via projeto na Conab, à doação simultânea para pessoas em insegurança alimentar naquele município.

Na proposta da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco – ASSAI ao PAA, os irrigantes se propuseram a entregar até 1.000kgs de abóbora à ‘doação simultânea’, entregues para pessoas vulnerabilidade social cadastradas no Centro de Referência Especializado Assistência Social – CREAS, pelo período de nove meses. Na primeira entrega, que ocorreu na última quarta-feira (01), a abóbora lá esteve presente, com 287kgs que foram no mesmo dia para a mesa dos canindeenses. O preço pago pela Conab à abóbora fornecida aos projetos de doação simultânea no PAA em Sergipe é considerado excelente (R$ 3,43 o quilo), incentivando os produtores a cultivá-la ainda mais.

No período de janeiro a maio deste ano, os agricultores irrigantes no Califórnia colheram 270 toneladas de abóbora em 13 ha enquanto, no mesmo período, outros 17,7 ha foram semeados com o cultivo, indicando que, até o fim do ano, a colheita deva ser ainda maior. As abóboras cultivadas no perímetro variam de formatos e tamanhos, podendo uma só peça chegar a até 8kgs. A principal variedade é a abóbora jerimum ou de leite, também conhecida por abóbora ‘sergipana’ ou ‘maranhão’. O agricultor Samuel de Oliveira conta que está investindo pela primeira vez na cultura, apostando 2 ha do lote no cultivo da abóbora. “Primeira vez que investimos na abóbora, mas vários agricultores já plantavam antes. Esperamos uma boa colheita e um bom preço do mercado”, relata Samuel.

A depender da produtividade, se promissora, o rendimento pode ser superior a 25 toneladas por hectare, mas isso só ocorre graças à irrigação fornecida e orientada pela Cohidro. O técnico agrícola da empresa, Luís Roberto, explica como foram feitas as orientações para o bom cultivo no lote do agricultor. “O Samuel cumpriu exatamente a orientação técnica. Foram feitas análises de solo e, baseado nisso, ele pôde fazer a adubação de fundação e, depois, as três adubações de cobertura. Uma aos 25 dias, outra próxima da florada, e outra próxima da fortificação, cumprindo assim o ciclo técnico da cultura da abóbora”, explica.

O técnico alerta também sobre os riscos de desperdícios e mal uso de adubos por parte dos agricultores em suas áreas e aponta a necessidade do uso correto dos mesmos. “Por mais orientações que demos, alguns produtores insistem em recorrer a meios diferentes dos que recomendamos, baseados em experiências de outros produtores, que podem dar certo ou não, às vezes configurando erro no processo de adubação. Já verificamos casos de agricultor utilizar dois sacos de adubo, totalizando 100kg por tarefa (0,33 ha), quando na verdade, a recomendação que se use apenas 17kg por tarefa”, conta Luís Roberto.

CANINDÉ | Produção de quiabo contabiliza 33 anos de história no Perímetro Irrigado Califórnia

A capital baiana, Salvador, é o principal destino da volumosa produção do Alto Sertão Sergipano

Marcado na história como um dos cultivos pioneiros nos lotes do Perímetro Irrigado Califórnia – projeto de irrigação pública implantado em 1987 pelo Governo de Sergipe em Canindé de São Francisco –, o fruto do quiabeiro tem presença forte na tradição culinária dos brasileiros e ainda é nutritivo, tem alta concentração de fibras, sais minerais e das vitaminas A e B1. O quiabo se dá bem em solo argiloso e clima quente e seco, motivo pelo qual a produção ganhou espaço nas áreas irrigadas do Alto Sertão Sergipano que reúnem essas características. Só no Califórnia, a produção anual supera a média das 12 mil toneladas e chega a movimentar em torno de R$ 12 milhões com a venda da produção, no mesmo período.

Das colheitas realizadas toda semana no perímetro, sem falta, o escoamento é quase sempre feito para Salvador e Feira de Santana, na Bahia, segundo afirma Manoel Cassiano. Agricultor irrigante do Califórnia, onde cultiva hortaliças há 30 anos, ele reservou parte da sua propriedade para plantar o quiabo durante o ano inteiro. Conforme conta o produtor, cerca de 30 sacos são colhidos por semana na sua área. “Essa quantidade pode variar, assim como os preços. Tudo depende da época”, afirma o produtor, que é atendido pela irrigação pública e assistência técnica agrícola fornecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que opera o perímetro público.

Ainda de acordo com o produtor Manoel Cassiano, na Semana Santa, por exemplo, a venda do produto é mais rentável, mesmo que durante os poucos dias que antecedem o feriado religioso. Esse aumento nas vendas se deve à tradição culturalmente mantida no Nordeste, que guarda em seu rol de sabores diversos pratos típicos utilizando o quiabo como um dos ingredientes principais, em datas comemorativas. O mesmo acontece com o Dia de São Cosme e Damião, em 27 de setembro. “Quando chega em setembro, dá uma nova alta no preço, por causa do caruru”, completa Cassiano. Por levar entre 60 e 80 dias para começar a colher e permitir coletas semanais por até 3 meses, o quiabo é a plantação preferida dos irrigantes.

É o que aponta o técnico agrícola da Cohidro, Luís Roberto Vieira. “O quiabo aqui se tornou tradicional, pois há 33 anos, desde o início do perímetro Califórnia, que o fruto vem sendo cultivado, levando o posto de produção pioneira, entre as vistas pela região. Mas assim como toda cultura, existem os prós e contras em relação ao seu cultivo – com o quiabo não seria diferente. Seguindo as recomendações técnicas dadas por nós, da Cohidro, os agricultores precisam tomar cuidado com a praga do Nematoide, que pode danificar o plantio. Por isso, o uso de inseticidas é essencial, desde que assistido pelos técnicos profissionais”, orienta o técnico Luís Roberto, alocado na unidade da Cohidro em Canindé.

Ocupando anualmente de 500 a 600 hectares dos lotes do perímetro, a produção do quiabo é tão grande que a Cohidro se preocupa em sempre incentivar a adoção de novos negócios rurais pelos irrigantes, a fim de que tenham menos concorrência e consequente rentabilidade maior. Para estimular o cultivo, por exemplo, de goiaba, uva, pera, amora e até mesmo a produção de leite, a empresa tem implantando projetos pilotos e dias de campo, com a ajuda da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) e do outro perímetro da Cohidro situado em Tobias Barreto, o Jabiberi. “Todos plantando a mesma coisa ou optando por plantios que têm pouco rendimento na venda, como é o caso aqui com o quiabo, acaba trazendo pouca rentabilidade para o agricultor e é até uma subutilização de toda essa infraestrutura que o Governo do Estado está oferecendo a eles. Por isso incentivamos produções alternativas sempre”, argumenta a gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes.

[vídeo] Dia de Campo sobre uvas e suco foi destaque no Sergipe rural

O programa Sergipe Rual, da Aperipê TV, esteve em Canindé de São Francisco no último dia 11 de março, para fazer cobertura do ‘Dia de Campo sobre a produção de uvas e suco‘, promovido e sediado pela Cohidro, no seu Perímetro Irrigado Califórnia. Como coorganizadoras, a Condevasf Sergipe e a Embrapa Semiárido, de Petrolina.

Um dos quatro lotes experimentais com videiras – introduzidos no Alto Sertão Sergipano a partir da transferência de tecnologia entre Embrapa e as duas companhias há três anos – foi palco para as práticas de campo, demostrando como é feito o manejo dos parreirais e a produção do suco natural, utilizando método de cozimento à 180ºC.

O Dia de Campo serviu também para a Embrapa anunciar que, em sequência ao investimento feito para introdução dos campos de uva nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe e Codevasf, entregou para a Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) uma suqueira que permite aos viticultores a produção de suco natural aos moldes do que foi ensinado no evento técnico.

[vídeo] Produção comercial de manga no perímetro Califórnia é referência na fruticultura irrigada

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou no programa do último sábado (14), um lote empresarial do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Cohidro em Canindé de São Francisco, em que a produção de manga palmer serve de referência para outros produtores rurais do perímetro em que o Governo de Sergipe fornece irrigação e assistência técnica agrícola.

[vídeo] Irrigantes plantam abóbora em Canindé com irrigação e assistência técnica da Cohidro

Reportagem do programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou o irrigante Samuel de Oliveira, que planta 2 ha de abóbora em seu lote, no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Ele recebe o atendimento da Cohidro de duas formas: a água de irrigação que chega através de canais e adutoras, e a assistência técnica.

É o técnico agrícola Roberto Vieira, da Cohidro, que presta assistência ao agricultor e tem orientado a produção do fruto com base na análise de solo, na qual o resultado pode determinar o tipo e quantidades corretas de adubação para fazer a correção dos nutrientes necessários ao crescimento das plantas.

Última atualização: 5 de março de 2020 17:30.

Acessar o conteúdo