[vídeo] Hortaliças irrigadas geram emprego e renda no Alto Sertão Sergipano

Em Canindé de São Francisco, os agricultores atendidos no Perímetro Irrigado Califórnia, do Governo de Sergipe, produziram 1.330 toneladas só de alface e coentro, em 2020. O mercado para as duas olerícolas é grande, atendendo aos municípios vizinhos e até as feiras livres do estado de Alagoas, tanto é que em 2021, de janeiro a junho, foram produzidos 384 toneladas de alface e 242 toneladas de coentro no Califórnia.

Este foi o tema da reportagem exibido pelo programa Sergipe Rural mostrou no sábado (11), na Aperipê TV. Matéria produzida pela repórter Patrícia Dantas e com imagens de Jorge Henrique.

Alto Sertão começa a produzir limão taiti com o suporte da irrigação pública estadual

Variedade cravo é precoce, com ciclo de produção comercial que pode durar dos 2 até os 10 anos de vida do limoeiro.

Eudes dos Santos [foto – arquivo pessoal]
Mais uma planta típica de regiões mais frias e úmidas, que se adapta bem ao clima semiárido de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão Sergipano. A partir do suporte vital dado pela água fornecida pelo Perímetro Irrigado Califórnia, mantido pelo Governo do Estado, o limão taiti irrigado agora é o novo produto que o sertanejo sergipano é capaz de produzir. De mudas plantadas há 2,5 anos, há um ano produzindo limões, o pomar de Eudes dos Santos começa a dar lucro e tem sua viabilidade confirmada, podendo ser agora uma alternativa de renda, atrelada à geração de empregos, para os outros agricultores irrigantes do perímetro administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

No sul do estado, polo citrícola, e no Platô de Neópolis, que até exporta o fruto para Europa, está concentrada a maior parte do limão produzido no estado. Neste último, a Cohidro foi buscar a tecnologia para dar assistência técnica aos pomares de Canindé. O sol forte do Alto Sertão, ao contrário de prejudicar, acelera o metabolismo da maioria das plantas e no limoeiro, previne a incidência de doenças fúngicas que atacam pomares nas outras regiões de Sergipe, Como explica o técnico agrícola da companhia, Roberto Vieira. “Lá no Platô de Neópolis, para evitar a gomose, é plantado no ‘leirão’ e aqui não, o Eudes plantou normal e não encharca. Neópolis chove mais do que aqui, que ele mantém o turno de rega de duas horas e tá sem problema nenhum”, analisou o profissional que fez estágio técnico no Platô sobre limão.

Eudes dos Santos comemora os resultados dos seus limoeiros, pioneiros no perímetro irrigado de Canindé. “Peguei a muda em Lagarto [município do Centro-sul Sergipano] e plantei 180 pés, que são duas tarefas (0,66 hectares). Comecei a colher ele com 1,5 ano, mais ou menos, mas bom mesmo foi depois de 2 anos. Mas ele tá começando. Nessas duas semanas aqui eu tirei 120 saquinhos de 7 kg”, conta ele, que informou que está ampliando o pomar de limão taiti. “Eu tenho 180 pés e tenho outra área com 70 pés que eu estou começando a zelar agora, que é quase uma tarefa”. O irrigante está suprindo o mercado local e já alça voos para mandar seu limão até para o estado vizinho. “Mandei duas vezes para a Bahia. Mandei 20 sacos e nesse domingo mandei mais 15”, contabilizou.

O manejo empregado por Seu Eudes tem como base induzir a produção a partir da poda. “A poda que eu tinha feito nele era leve, daqueles ramos ladrões. A poda mais forte está sendo agora, acredito que daqui a 90 dias começo a colher. Mas no meio vai ficar muito limão ainda, e passa uns 40 a 45 dias colhendo”. O produtor não dispensa a utilização de tecnologias de irrigação que agregam vantagens, como a feritirirgação, levando nutrientes à planta, diluídos na água. “Uso o cloreto purificado. São duas mangueiras, uma para o microaspersor e uma para o gotejo, numa carreira só de limão. Também adubei com muita cama de galinha no início, que foi no inverno”, explica. O produtor conta que quando os limoeiros completaram 1,5 anos, ele começou a usar um fertilizante foliar na fertirrigação, para influenciar a floração, estágio de onde surgem os frutos.

“Nesse período de 45 dias que eu estou colhendo ele, eu tirei uns 350 saquinhos desses de 7kg, quando vier agora, daqui a 90 dias, é para tirar na base de uns 800 sacos para frente. Fevereiro para março é para tirar isso aí”, projeta Eudes dos Santos. “Eu vou constantemente ao plantio de limão taiti dele, da variedade cravo, e a gente acompanha o turno de rega de duas horas, que é o que o limão precisa. Igual é lá no Platô e ele não está tendo problema aqui nenhum com relação a parte fitossanitária. Começou a aparecer ácaro da ferrugem, mas eu avisei com antecedência e ele pulverizou, resolvendo a situação. O plantio está indo muito bem, o estado vegetativo e a produção também. Ele estava vendendo de R$ 50, um saco de 25 kg e depois de conversar com o pessoal de Neópolis, eu passei a informação para ele aumentar o preço para R$ 70”, complementa o técnico Roberto Vieira.

[vídeo] Cohidro garante água e agricultor aposta no bom preço da abóbora no Alto Sertão

O programa  Sergipe Rural, Aperipê TV, foi até o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, mostrar que aumenta o número de irrigantes plantando abóbora, de olho na pouca oferta do fruto no mercado. Além da água para irrigação, a Cohidro fornece a orientação técnica necessária para estes agricultores passarem a adotar novas culturas em seus lotes. A produção de abóbora no perímetro, que já era o polo irrigado do Governo do Estado  que mais produzia o fruto, aumentou. No levantamento da Cohidro, empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), o primeiro semestre deste ano já demonstrou uma alta de 11,5% na área colhida (29ha) e de 28% na produção (521ton.) com relação ao mesmo período de 2020.

Macaxeira irrigada no sertão de Canindé tem qualidade e promove renda ao agricultor

Manejo da planta é econômico e simples: irrigação uma vez por semana e capinagem

Flamarion Déda e o agricultor Zé Antônio [Foto: Vieira Neto]
Macia ao cozinhar, ao ponto de derreter na boca. Assim é a macaxeira cultivada por José Teodoro, agricultor irrigante no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Por conta da irrigação, as raízes tuberosas podem ser colhidas na metade do tempo que levaria na plantação em sistema de sequeiro. É essa precocidade que gera a maciez e diminui o tempo de espera para o Seu Zé Antônio, como é mais conhecido, ter o retorno do seu investimento na lavoura. Só na comercialização do aipim, o outro nome da planta, foram gerados quase R$ 2 milhões em renda aos produtores do perímetro Califórnia em 2020. Além das feiras do Alto Sertão, parte de Alagoas e dos muitos restaurantes daquela cidade turística, o produto também é adquirido por programas de compra da produção rural, para doação simultânea a pessoas em vulnerabilidade social ou para compor a merenda escolar.

No ano passado foram 3.224 toneladas da mandioca-mansa, como também é chamada, colhidas em uma área de 106 hectares (ha) no perímetro irrigado de Canindé. Zé Antônio é atendido com irrigação e assistência técnica fornecida pelo Governo do Estado através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Em seu lote no Califórnia, a produção de macaxeira ocupa cerca de 2 ha. “O manejo é todo igual para todo o lote, sempre tem que jogar uma terrinha para não mostrar as raízes e molhar uma vez por semana, ou de 15 em 15, para ficar bem molhadinho e pronto, é o segredo. Adubação eu não uso, nem veneno. Se eu molhar muito, quando for arrancar ela fica azul, e molhando menos, eu só arranco boa, direto assim. Zelando para que os matos não cresçam juntos. Mas também tem que molhar, porque se secar demais o chão, ela cria como se fosse uma ‘vela’ no meio e não cozinha”.

A macaxeira está em qualquer dieta nutricional formulada a partir de produtos in natura e por isso, é muito aceita no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Tivemos irrigantes fornecendo macaxeira para os PAAs, o mantido pela Conab e o Estadual, organizado pela Seias (Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social). São alimentos adquiridos com recursos públicos e por preços acima do valor de mercado, gerando mais renda ao produtor. Mas que ajudam bastante às famílias em situação de insegurança alimentar que recebem gratuitamente esses produtos, frescos e de alta qualidade nutricional. Outro programa que gera mais renda ao agricultor é o PNAE, igualmente garantindo a venda certa da produção por um período mais longo”, explicou a gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moraes.

“Eu vendo para os dois PAAs e, agora, vendo também para a merenda escolar, para as crianças daqui da região e por isso, tenho um capricho a mais. Eu só mando a boa”, garantiu Seu Zé Antônio. Contando com a água fornecida pela Cohidro, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), ele consegue oferecer um produto de alta qualidade e com um tempo de espera reduzido, permitindo a rotatividade e maior renda com o cultivo do lote. “O tempo de colheita certo é 6 meses e vou arrancando até uns 8 meses. Daí, com isso já acaba e eu já começo [a colheita] em outra, porque eu tenho cinco etapas de macaxeira, para sempre ir arrancando e não ficar velha. A diferença da que está com 6 meses, da com 8 meses, é que ela fica mais grossa ao passar do tempo”, explica o irrigante.

Segundo o técnico agrícola na Cohidro, Flamarion Déda, a macaxeira pode ser cultivada em todo o estado de Sergipe. “Não é diferente no perímetro Califórnia. Aqui, inúmeras variedades de macaxeira são cultivadas, destacando-se a precoce, que é em um ciclo em torno de 180 dias, e a tardia, que é em torno de 270 dias. O produtor geralmente dá preferência pela tardia, por ter uma durabilidade de prateleira maior. Mas tem alguns produtores que preferem a precoce, pela rapidez que se colhe o produto. Geralmente nós orientamos, após a retirada da raiz, para que se faça uma rotação de cultura com o feijão de corda, que é uma cultura economicamente viável, e que também contribui com a nitrogenação da área. Tendo em vista que a macaxeira é altamente extratora de nutrientes do solo em toda sua copa”, esclareceu.

Alta do milho também impulsiona preço da abóbora irrigada produzida no Sertão Sergipano

Irrigante em Canindé negocia quilo do fruto a R$ 1,50, mas espera ultrapassar os R$ 2,50. Produção da abóbora aumentou 28% no primeiro semestre, chegando a 521 toneladas.

[foto: Vieira Neto]
O preço atrativo na venda do milho, que é uma commodities, tem feito muito plantador tradicional de abóbora trocar sua lavoura para o plantio do cereal. De olho na demanda que se abre com a baixa na oferta do fruto, no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, aumenta o número de irrigantes plantando abóbora. Além da água para irrigação, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) fornece a orientação técnica necessária para estes agricultores passarem a adotar novas culturas em seus lotes.

Segundo a gerente do Califórnia, Eliane Moraes, a produção de abóbora no perímetro, que já era o polo irrigado do Governo do Estado que mais produzia o fruto, aumentou. No levantamento da Cohidro, empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), o primeiro semestre deste ano já demonstrou uma alta de 11,5% na área colhida (29ha) e de 28% na produção (521ton.) com relação ao mesmo período de 2020. “Em anos anteriores, a gente já tinha abóbora aqui no perímetro, mas neste ano o investimento dos irrigantes foi maior. Aqui a abóbora aumentou, quando outros municípios deixaram de produzir, por condições climáticas ou outros motivos particulares”, destacou Eliane Moraes.

O agricultor irrigante do Califórnia, Marcos Mota, foi aconselhado por um amigo, que é irrigante experiente na produção de abóbora, a apostar pela primeira vez no plantio do fruto. “É um desafio para gente. Ele disse que esse ano vai ser a época da abóbora. Que lá fora, na Bahia, neste ano, eles plantaram milho e iria ser bom o preço da abóbora. Com fé em Deus, vai dar uma ótima colheita, vai dar cerca de 50 toneladas”, torce o produtor.

Marcos Mota já tem o destino certo para mandar a sua abóbora plantada em 3,5ha, a ser colhida ainda neste mês, e faz previsão do preço de venda que deverá alcançar. “Vai para Salvador e Recife. Já tem os pontos de entrega e já é um ótimo preço, agora em R$ 1,50 o quilo, e estamos torcendo para chegar a mais de R$ 2,00. Estou apostando nisso, acima de R$ 2,50”, avalia o irrigante. Depois de colher a abóbora, ele pretende plantar quiabo na mesma área, para fazer a rotação de cultura agrícola necessária.

Técnico agrícola na Cohidro, Flamarion Déda reforça a importância da rotação de culturas. “É praticada para que o solo não fique susceptível as pragas e as doenças que são inerentes à cultura da abóbora. Então, é uma rotação de forma econômica, porque o quiabo vai atingir um preço bom também no mercado, e essa é uma prática também recomendada pelos técnicos da Cohidro aqui. Os produtores estão satisfeitos, principalmente aqueles que aceitaram e receberam as tecnologias e fazem os tratos fitossanitários orientados pelos técnicos da Cohidro”.

O técnico ainda recomendou o sistema utilizado pelo produtor Marcos Mota. “No verão aumenta a demanda por água, os lotes estão praticamente todos cultivados e neste caso aqui, a irrigação é microaspersão com micro rotor. Ele dá uma abrangência forte e também ajuda a economizar água em comparação aos aspersores, que dão a vazão bem maior e nos quais há um desperdício maior de água”, completa Flamarion Déda.

Famílias em situação de vulnerabilidade social receberão alimentos produzidos com subsídio da irrigação pública estadual

Cohidro forneceu irrigação e assistência técnica para agricultores entregarem mais de 4 mil toneladas ao Programa de Aquisição de Alimentos desde 2008

[Foto: Arquivo pessoal]
Em Canindé de São Francisco, Porto da Folha e Poço Redondo, as famílias em vulnerabilidade social por conta da pandemia da Covid-19, serão beneficiadas com os alimentos produzidos com o subsídio da irrigação pública estadual. Os produtos são adquiridos por preços justos e doados para pessoas em insegurança alimentar via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Estadual. Até no fim novembro, 14 agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia – mantido pelo Governo do Estado através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé – vão entregar mais de 40 toneladas de alimentos ao programa da Secretaria de Estado da inclusão e Assistência Social (Seias). Em todo estado, o Governo de Sergipe vai investir cerca de R$ 3 milhões na compra de alimentos.

Técnica da coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional da Seias, Tatiana Canuto explica como é definido a quantidade que cada produtor vai comercializar com o programa.  “A gente organiza de acordo com as demandas, do número de usuários que são atendidos em cada instituição. Na entrega dos alimentos é gerado um termo de doação via Sistema de Informação do Programa de Aquisição de Alimentos – Sispaa, em que a entidade recebedora vai assinar por estar recebendo e os agricultores vão gerar uma nota fiscal, que vai ser atestada pela Seias e inserida no mesmo sistema. E o pagamento é efetuado pelo Ministério da Cidadania na conta do agricultor, com o cartão”.

Diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral afirma que os irrigantes dos perímetros da companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), participam do PAA desde 2008, em edições promovidas pela Conab. “Já foram beneficiadas mais de 150 mil pessoas, entre os socialmente vulneráveis e os agricultores, estes remunerados em mais de R$ 13 milhões para entregar mais de 4 mil toneladas de alimentos à ‘Compra com Doação Simultânea’. É um programa magnífico, que adquire os produtos por preços melhores do que aqueles praticados pelo mercado para ajudar pessoas em insegurança alimentar”.

Irrigante do perímetro Califórnia que participa do PAA Estadual, Pedro Feitosa forneceu à Doação Simultânea, até a última entrega que ele fez, 539 kg de acerola e 376 kg de pimentão. “Eu acho um programa de suma importância com essas duas vertentes. Com relação ao produtor, é um preço justo. A gente vende os produtos aqui, ao atravessador, com um preço bem diferente ao do programa. Isso muito nos ajuda, nos beneficia nesse sentido e tem esse grande alcance social que eu vejo na ponta final. É justamente essas pessoas vulneráveis que estão em situação difícil e tem essa contribuição, essa participação do Estado no sentido de ajudar”. No Califórnia há 13 anos, Seu Pedro já participou de outros PAAs produzindo alimentos via irrigação pública. “Sem irrigação seria impossível falar em produção, em todas as estações do ano, no Semiárido”, complementa.

Gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes destaca que o agricultor tem a venda garantida de seus produtos via PAA Estadual. “É um programa perfeito. Ele beneficia o Agricultor Familiar numa ponta e no outra as pessoas carentes. Além de tudo isso, o produtor vai ter uma zona de escoamento certo para seu produto, com um preço justo. O PAA estabelece o preço e antes de aderir ao projeto ele já tem o valor que ele vai vender da sua produção até o final”.

Gicélio Oliveira é técnico da Prefeitura de Canindé e atua na organização do PAA Estadual naquele município. Segundo ele, os alimentos produzidos em Canindé atendem famílias cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Durvalina Rodrigues e o Centro Especializado Daniel Ricardo, em Canindé; o Cras de Poço Redondo e o Instituto Nacional de Inclusão Social (INIS), em Porto da Folha. Os irrigantes do Califórnia estão em um primeiro edital, que iniciou as entregas em abril. “No primeiro edital temos 14 agricultores familiares cadastrados, fornecendo mais de 41 toneladas dos produtos: macaxeira, coco verde, coco seco, acerola, couve, coentro, cebolinha, alface, pimentão, milho verde em espiga, melancia e mamão havaí”.

Agro-SE: Perímetro irrigado de Canindé prospera com uva, pera e agora maracujá industrial

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No programa Agro-SE desta quarta-feira (25), a  Tv Atalaia  mostrou as novidades no ramo da fruticultura no Perímetro Irrigado Califórnia, que é administrado pelo  Governo de Sergipe , através da Cohidro, em Canindé de São Francisco. Por lá, desponta o cultivo de uva, pera e agora o maracujá. Este último já era cultivado pela Agricultura Familiar, mas agora ganha status de produção comercial, voltada para a demanda da indústria.

Uva e pera foram introduzidas naquele perímetro da Cohidro a partir de um convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa Semiárido, de Petrolina/PE, e o Governo do Estado. Onde, há 5 anos, a empresa federal entrou com mudas, material de construção dos parreirais, sistema de irrigação por gotejo, todos os insumos necessários à nutrição da planta e a assistência técnica, estes dois últimos durante os dois anos iniciais. A companhia sergipana, além da água para irrigar os três pomares, agora dá continuidade na assistência técnica aos fruticultores.

Um lote empresarial do Califórnia fez grande investimento em uma plantação de maracujá que ocupa 8 hectares de área, formada por maracujazeiros de espécie voltada ao aproveitamento industrial. A Cohidro contribui garantindo o fornecimento contínuo de água para irrigação e empreendimento tem gerado postos de trabalho para a implantação do pomar – com estacas para espaldeira, irrigação por gotejo e plantio de mudas, manejo – e vai continuar empregado nas etapas de reprodução artificial do maracujazeiros, mostrada na reportagem, e na colheita.

Alto Sertão produz toneladas de hortaliças irrigadas para Sergipe e estados vizinhos

Perímetro mantido pela Cohidro em Canindé produziu 626 T de alface e coentro até junho deste ano

 

Ednaldo Pereira [Foto: Fernando Augusto]
Em Canindé de São Francisco, os agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia produziram 1.330 toneladas (T) só de alface e coentro, em 2020. As folhosas, que requerem muita água e exposição direta aos raios solares, recebem irrigação durante todo o ano pelo Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O mercado para as duas olerícolas é grande, atendendo aos municípios vizinhos e até as feiras livres do estado de Alagoas. A alta produção rendeu aos irrigantes do Califórnia R$ 6,2 milhões em faturamento bruto no ano passado. Já em 2021, de janeiro a junho, foram produzidos 384 T de alface e 242 T de coentro no Califórnia, gerando um faturamento estimado em R$ 1.342.400,00.

Neste ano, o Califórnia já conta com uma área colhida de 38 hectares. Ednaldo Pereira é um dos agricultores que cultivam alface e coentro no perímetro irrigado pela Cohidro e está satisfeito com o retorno do investimento feito nas folhosas. “Para mim, é ótimo. Dá para sustentar minha família e ainda emprego um monte de gente. Tem três pessoas trabalhando comigo direto, e ainda têm as outras que trabalham indireto. Eu abasteço as feiras, então no meio da semana a gente bota mais quatro ou cinco funcionários. E, ali na frente, tenho mais pessoas trabalhando fazendo o plantio de milho”, conta o produtor.

Acompanhando Ednaldo e outros oleicultores, o técnico agrícola da Cohidro, Luiz Roberto Vieira, indica para onde as hortaliças de Canindé são enviadas. “Essas áreas abastecem todo o Alto Sertão. O principal escoamento é para as feiras livres de Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Canindé de São Francisco e até mesmo além-divisa com Alagoas, em Piranhas. É um faturamento semanal. Essa área daqui produz em torno de duas toneladas por semana. É uma contribuição social, pois Ednaldo é hoje um microempresário com cinco pessoas o auxiliando. E a Cohidro está presente e ativa para fazer o melhor para o produtor. O produtor rural é a razão da Cohidro e dos órgãos de assistência técnica do Governo do Estado”, disse.

O técnico agrícola da Cohidro no Perímetro Califórnia informa, ainda, que a equipe presta a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) nos lotes diariamente. Nas roças com hortaliças, em que o plantio e a colheita ocorrem quase todo dia, os técnicos comparecem quando são chamados. “No caso desse produtor, embora seja diariamente, é mais pontual. Por exemplo, se tiver alguma praga que fuja do controle dele, por não ter o recurso técnico para lidar, ele consulta a nossa equipe técnica e aí a gente faz o atendimento devido”, explicou Luiz Roberto Vieira.

O diferencial do trabalho do produtor Ednaldo Pereira é trabalhar todas as etapas da produção, investindo em ferramentas, mão de obra e tecnologia. Desde a semente com produção das mudas; o preparo do solo, em que ele investiu em motocultivador para arar a terra; até os tratos culturais diários e a irrigação por microaspersão, mais econômica e fixa. “Eu digo direto: a pessoa consegue produzir até em cima de uma pedra, se faz com carinho, sabendo o que está usando. A gente trabalha o ano todo sem preocupação com o sistema de água, porque tem água de inverno a verão”, finalizou o produtor, destacando a importância da irrigação pública para a produtividade dos seus lotes.

Cohidro estima produção de 1.795 T de milho verde irrigado para o período junino

Agricultores de quatro perímetros devem colher 2,3 milhões de espigas em área superior a 120 ha, no período

[Foto: arquivo pessoal]
A pandemia de Covid-19 pode até querer atrapalhar a festa, mas a tradição do consumo de milho verde no período junino resiste, contribuindo não só para a perpetuação da tradição cultural, mas também com a geração de renda para os sergipanos que plantam, transportam e comercializam o produto. Nos perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) não é diferente: o milho verde é o cultivo predominante em praticamente em todos os lotes, seja para comercializar ou para o consumo da família no período de festas. Em quatro dos seis perímetros – Califórnia, Jacarecica I, Piauí e Ribeira – são esperados 1.795.000 quilos colhidos em junho, o que corresponde a 2.332.000 espigas. O perímetro o Califórnia, situado em Canindé de São Francisco, é onde está sendo aguardada a maior colheita: 960 mil espigas só para este mês.

A maioria da produção é destinada à demanda interna, mas existem exceções. No Califórnia os agricultores irrigantes fornecem para feiras livres de algumas cidades de Alagoas. No perímetro Piauí, em Lagarto, o milho verde atende mercados baianos, na região da divisa com Sergipe, como informa o gerente do perímetro, Gildo Almeida. “O pessoal de Paripiranga compra milho verde aqui para vender para aquela região de lá; tem pessoas de Boquim que pegam aqui; e essa semana encontrei um comprador de Campo do Brito”, conta Gildo. Dos perímetros irrigados de Itabaiana também saem cargas diárias para a capital baiana. “Se até o São João não tiver milho chegando em Salvador, com certeza um pouco desse milho daqui deve ser enviado para lá também”, reforçou o técnico agrícola do perímetro Jacarecica I, Simeão Santana.

[Foto: Fernando Augusto]
Derinaldo Brito, irrigante do perímetro Jacarecica I, plantou 0,6 hectares (ha) de milho verde, pensando no São João. “Sempre planto nesse período, para vender na feira mesmo. Este milho faz 50 dias que plantei e vou colher daqui uns 15 dias. Só planto o milho nesse período; tiro a batata-doce e planto; e quanto tirar o milho, ponho o quiabo. Vejo que tá R$ 40 o cento, mas vai depender do tempo”, afirma o agricultor. Não se perde nada no lote. Tem a oferta de palha do pé de milho, depois de colhido verde, e até com, se tiver alguma sobra de espigas: tudo é picado para servir de ração para as vaquinhas que ele cria no lote. “Aproveita a palha para o gado que crio. Dá para aproveitar a palha do milho, o milho e a rama da batata”, completa Derinaldo. No Jacarecica I, foi estimada a área de 37 ha plantada para o período junino de 2021, o que pode promover uma colheita de 481 toneladas, ou 740 mil espigas.

Em Canindé, para o período junino neste ano, foram plantados 48 hectares de milho verde irrigado também pensando nos festejos, o que pode render, aproximadamente, a colheita de 624 toneladas. Mas, segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, nem todo esse milho tem como destino certo a mesa dos sergipanos. “Nós temos uma produção de milho que irá atender, na época junina, a população do Estado de Sergipe, mas nessa produção, principalmente em Canindé, há uma predisposição dos irrigantes em produzir milho também para que, no próximo verão, possa acontecer a integração entre o irrigado e o sequeiro, para o fornecimento de ração para os animais da nossa bacia leiteira”, explica João Fonseca.

Manoel Alves [Foto: arquivo pessoal]
A gerente do Califórnia, Eliane Moraes, reforça que a produção de milho no perímetro do Alto Sertão Sergipano é continuada, acontecendo durante todo ano. “Neste mês de junho ainda vão plantar mais, e colher em 65 dias. Cerca de 16 hectares foram plantados em maio, para colher lá para agosto”, revela a gerente. O irrigante no perímetro Califórnia planta o milho com a certeza de que vai colher, já que a irrigação fornecida diariamente garante o desenvolvimento das plantas e também tem a certeza de que, se não for como espiga, ele vai encontrar comprador para outros usos do produto. Um deles é Manoel Alves, que sempre aproveita esta época para plantar milho, esperando as boas vendas. “Plantei uma roça, uma tarefa (0,33 ha) de milho para vender agora no São João, mas se não vender a gente sabe que dá para fazer outras coisas com ele”, confirma o agricultor.

 

 

 

Perímetro Califórnia: Irrigante de Canindé opta pela acerola, evita agrotóxicos e garante melhoria na renda

Cohidro incentivou a mudança e a alternância de culturas, pelo aspecto técnico, econômico e de saúde
Josival Pinto [Reprodução de imagem de Jorge Henrique]

Cerca de 450 pés de acerola são cultivados no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, no lote do agricultor Josival Pinto, atendido com irrigação pública e assistência técnica pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). O fruto apresenta produção constante durante boa parte do ano, mas se concentra no verão. Com um ciclo de apenas 21 dias, da flor ao fruto maduro, as colheitas são feitas em dias alternados. O produtor costumava cultivar quiabo, mas além do uso de agrotóxicos na produção, a rentabilidade estava sendo baixa devido aos preços conseguidos na comercialização.

Também vinculada à Seagri, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) é quem faz a fiscalização do uso irregular de agrotóxicos no estado. Através de sua Coordenadoria de Insumos Agropecuários (Codia), somente no ano passado, atípico pelas medidas de restrição por conta da pandemia, foram realizadas 1.354 ações efetivas de combate ao uso abusivo desses produtos em estabelecimentos comerciais, prestadoras de serviços e, também, em propriedades rurais. Foi numa destas abordagens que Josival Pinto mudou a ideia sobre como manter suas lavouras. “Antes eu achava que só produzia bem com bastante agrotóxico. Hoje, graças a Deus é sem. Deixei de passar veneno, por causa da multa e por saber que é errado. Agora entendo como a fiscalização me fez bem. A limpeza hoje quem faz são as aves, que catam o besouro, eliminando tudo”, conta o agricultor irrigante.

Com o incentivo da Cohidro, foi possível realizar a alternância de culturas há mais de cinco anos e, hoje, Josival Pinto reduziu o uso de agrotóxicos. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da companhia estadual, João Fonseca, isso é parte da assistência técnica dada ao irrigante dos perímetros. “A importância da alternância de culturas para a produção agrícola é que ele previne e diminui a propagação de doenças e pragas nas culturas que estão sendo produzidas naquele lote. Então, é importante os agricultores estarem alternando culturas para diminuir o uso de defensivos agrícolas. A pessoa planta o quiabo, depois planta o milho, depois pode plantar acerola, como foi o caso. Isso melhora a condição do solo e da planta no suporte a qualquer doença ou praga”, argumenta.

Com pés da aceroleira de até 5m de altura, o agricultor afirma que foi a melhor escolha desde que largou o plantio do quiabo. “Eu consigo colher todos os dias, mas três vezes por semana eu tenho contrato certo. Às vezes chega de R$ 30, R$ 35, R$ 40, a caixa [de 20 kgs]. Depende muito da colheita”, revela Josival, que explica que a demanda e preço variam de acordo com a produção: quanto mais frutos produzidos na região, mais o preço tende a cair e a procura a diminuir. Mas ele mantém uma clientela certa para vender sua acerola. Foi para chegar a esta segurança econômica que a Cohidro sugeriu ao produtor irrigante mudar a cultura agrícola. Além da questão sanidade das lavouras, a troca de culturas é incentivada devido ao aspecto econômico, como defende a gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes.

“É uma tentativa que temos feito junto com os técnicos e o produtor, para que diversifique o produto que pratica no seu lote, e os que têm aderido estão tendo um resultado muito bom. A acerola foi uma das alternativas mais aceitas, tem um preço mais ou menos estável, nunca baixa a determinado patamar e eles têm uma colheita de duas a três vezes por semana. O Josival é um produtor que realmente aderiu ao sistema mais natural e está satisfeito com isso. Ele diz que acha bom porque cuida da saúde dele e das pessoas que ele fornece, e é importante essa conscientização”, conclui Eliane.

Última atualização: 29 de março de 2021 09:02.

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