Produção de quiabo é a principal atividade do perímetro irrigado estadual de Canindé

Com irrigação do Governo do Estado, irrigantes produzem durante todo o ano, suprindo mercado interno e de estados vizinhos
Quiabo é o alimento mais produzido no perímetro Califórnia – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

O quiabo é o alimento mais produzido no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano. Quando comparada à do ano passado, a produção do quiabo de janeiro a agosto de 2023 aumentou em 5%, e a área plantada, em 13%, o que demonstra que a produção anual deve ser ainda maior este ano.

O caruru de São Cosme e Damião, em setembro, e as moquecas da Semana Santa são oportunidades para que os irrigantes vendam um maior volume de produtos. Essa produção, em pleno semiárido, é possibilitada pela irrigação fornecida pelo Governo do Estado durante todos os meses do ano, permitindo que sempre haja colheita de quiabo no Califórnia. São carregamentos periódicos que seguem, em sua maior parte, para a capital baiana, Salvador, mas o estado de Alagoas e os demais municípios sergipanos também compram o vegetal produzido em Canindé.

Neste ano, os irrigantes do Califórnia já produziram 4.411 toneladas de quiabo até o mês de agosto, superando a produção de 2022 (4,2 mil toneladas). Gerente do perímetro irrigado, Anderson Rodrigues indica que os 333 lotes são atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

“Os agricultores do Califórnia recebem o abastecimento de água contínuo, de inverno a verão. A nossa equipe também dá assistência técnica ao produtor, na questão de adubação da planta, na colheita e na forma de irrigar. Neste período de agora e na Semana Santa é quando há maior demanda e saída do quiabo para Salvador”, apontou Anderson Rodrigues.

Um dos produtores que conseguiram enviar o quiabo para a capital baiana no dia de São Cosme e Damião foi o irrigante Abel Santana. Sua lavoura, de meio hectare, tem 60 dias com uma semente de variedade precoce, e já lhe permitiu colher quatro vezes em uma semana, totalizando dez sacas. “Eu sempre gosto de plantar em Cosme e Damião e na Semana Santa. A procura é maior. Não é sempre que eu tenho o quiabo. Às vezes eu planto em outras épocas, mas é muito difícil”, conta.

Diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite explica que o quiabo está presente em todos os cinco perímetros irrigados do Governo do Estado com vocação agrícola, do total de seis polos agrícolas administrados pela empresa pública.

“Em Itabaiana, Riachuelo, Malhador, Areia Branca e Lagarto, plantam o quiabo com a irrigação e a assistência técnica fornecida pela companhia, atendendo à demanda interna dos estados vizinhos, mas é em Canindé onde a produção do quiabo supera todas as outras culturas agrícolas; o plantio ocorre durante todo o ano”, detalhou Júlio Leite.

Tomaticultura na irrigação estadual do sertão cresceu 84% de janeiro a setembro 

Coderse atende 373 lotes em Canindé. Produção irrigada beneficia diretamente quase duas mil pessoas
Produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia tem como vantagem a baixa incidência de pragas. Cultivo do tomate rasteiro, direto no solo, é o mais empregado – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

Cultivado no semiárido de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, a produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia totalizou 294,5 toneladas nos nove primeiros meses de 2023, o que representa um aumento de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. Os agricultores que cultivam no local têm irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado e, a cada ano, investem mais na produção.

Em 2023, esses irrigantes estão adotando novas tecnologias de irrigação e variedades mais adaptadas ao clima para aumentar a produtividade e valor de mercado. No comparativo, o valor desta colheita é 53,7% maior (R$ 744.128,96), acompanhando a área colhida de 6,65 hectares, que dobrou. Contudo, pela soma das áreas plantadas com o fruto em outubro (15 hectares), a estimativa é que a produção total deste ano se distancie ainda mais do resultado anterior, que chegou a 344,4 toneladas em 2022.

Segundo o técnico agrícola do Califórnia, Flamarion Déda, a equipe do perímetro orienta o cultivo de tomates híbridos pela sua adaptabilidade ao solo, ao clima, tolerância e resistência a pragas e doenças. “São altamente produtivos, com frutos que têm uniformidade, variando entre 180 e 220 gramas, podendo chegar até a 400 gramas por unidade. Os produtores já chegaram a colher 47 toneladas por hectare desse tomate, com uma irrigação por gotejamento, que minimiza o uso da água e diminui a incidência de pragas”, explicou.

Emprego e renda
De Ribeirópolis, Fábio Menezes produz tomate no Califórnia com irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). “A gente decidiu vir aqui para Canindé devido aos custos de produção. Aqui tem água com abundância. Estamos na produção de tomate e também gerando emprego e renda”, contou o produtor.

Produção
Os técnicos agrícolas da Coderse que atendem o perímetro irrigado registraram, de janeiro a setembro de 2022, a colheita de 160,1 toneladas de tomate em uma área de 3,33 hectares e produção que teve o valor estimado em R$ 484.147,20. Já os mesmos resultados registrados neste ano foram 294,5 toneladas (+84%), 6,65 hectares (+100%) e R$ 744.128,96 (+53,7%), respectivamente.

“Investimos na regularidade do serviço de abastecimento de água no perímetro Califórnia, fazendo manutenção, recuperação de bombas, motores e tubulações com a meta de diminuir as interrupções no fornecimento, no menor tempo possível. Também distribuímos mangueiras de irrigação que fazem o produtor consumir menos água, uniformizando a distribuição em todo sistema”, explicou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Mais investimento
Ao investir em novas variedades de tomate, o produtor tem resultados na qualidade e no valor de mercado. Flamarion Déda conta que no lote irrigado do produtor irrigante Genilson Cunha, está sendo experimentada uma variedade que já demonstra suportar as altas temperaturas de Canindé, mantendo uma produtividade de 12 toneladas a cada mil pés plantados.

“Aqui está um híbrido que tem um tempo de prateleira muito bom, o que faz com que os produtores optem por esse tipo de tomate, para ser comercializado sem que haja dano e mantendo a qualidade do fruto com os padrões iniciais”, complementou Flamarion Déda.

Segundo o irrigante Genilson Cunha, a produção tem sido bem-sucedida, pois a irrigação e a assistência técnica da Coderse diminuem custos. “O custo aqui é menor. Tem muita água. Na mão de obra, é mais fácil de cuidar aqui. Não tem pragas”, avalia o produtor, que está colhendo um hectare de tomate.

Aula prática com culturas de uva e limão do Perímetro Irrigado Califórnia proporciona aprendizado a alunos do ensino profissionalizante

Com incentivo do Governo do Estado, 333 agricultores produzem, anualmente, mais de 33 mil toneladas de alimentos a partir da irrigação em Canindé de São Francisco
Estudantes aprenderam fazendo a poda produtiva das videiras – Foto Fernando Augusto-Ascom Coderse

Futuros técnicos em agropecuária aprendem e exercitam suas habilidades em práticas de campo, em lotes de agricultores que cultivam uva e limão no município de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano. Eles são alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo, e visitaram as plantações que fazem parte do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A produção rural é feita a partir do fornecimento de água de irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado.

O produtor José Leidson dos Santos é um dos irrigantes do Perímetro Califórnia e cultiva uvas. No início desta semana, ele recebeu os alunos e professores para a aula prática. Na oportunidade, ele compartilhou sua experiência com a turma, que, por sua vez, ajudou o produtor na poda das videiras – processo a partir do qual, em 120 dias, a planta dá novos frutos para a colheita. “A força é bem-vinda, e o trabalho a gente vai fazendo e ensinando. Porque eu também não sabia e, com a prática, você vai aprendendo. Tem que ter a interação um com o outro. Assim, eles aprendem, e o que eu sei posso passar para eles, que também estão me ajudando. É uma troca”, considerou o agricultor.

Aluno do 2° ano do curso Técnico de Agropecuária, Dionísio Silva Alves contou que essa foi sua primeira experiência prática, e revelou que pretende atuar na área assim que concluir o curso. “Estamos aprendendo a podar a uva. Vai me ajudar muito quando eu me formar. Está sendo muito produtivo”, apontou o estudante.

De acordo com o funcionário da Coderse, Tito Reis, que acompanhou os alunos e professores nas atividades nos lotes, a ação teve como objetivo aproximar a instituição de ensino, os estudantes e corpo docente dos produtores rurais atendidos no perímetro irrigado. “Fez com que a gente pudesse reunir os saberes e proporcionar uma condição melhor para nosso sistema de produção. A gente juntou os alunos, os saberes técnicos, com os saberes do produtor.  Mostramos, na prática, como funciona a situação no campo, como os alunos vão se comportar assim que forem profissionais”, detalhou.

Segundo o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, as cooperações e parcerias ampliam o potencial das políticas públicas oferecidas e permitem o engrandecimento profissional dos colaboradores e beneficiários assistidos com a irrigação do Governo do Estado. Ele acrescenta que, no perímetro Califórnia, há 333 lotes assistidos com irrigação e assistência técnica, que produzem, anualmente, mais de 33 mil toneladas de alimentos.

“Neste caso em específico, a troca de saberes melhora a qualidade do serviço oferecido à população em ambas as instituições. Os agricultores vão ver suas atividades agrícolas renderem mais com essa ajuda técnica, e o colégio vai formar técnicos melhores, que aprenderam nos nossos perímetros”, avaliou Júlio Leite.

Limão Taiti
Para o estudante Thainan Feitosa, aluno do 2º ano da instituição de ensino, a aula foi uma oportunidade de adquirir conhecimentos que não poderiam ser passados apenas nas aulas teóricas. “Viemos para a implantação de alporquia no dia 8 de junho, e agora a gente veio novamente para colher os resultados. É uma experiência excepcional. Colhendo experiência e resultados fora da sala, juntamos novos conhecimentos. A gente aprende na prática”, destacou Thainan Feitosa.

O agricultor José Eldes do Santos, também assistido pelo Perímetro Irrigado Califórnia, cultiva o limão Taiti em seu lote. Há três meses, professores, alunos e técnicos agrícolas começaram um processo de produção de mudas pela técnica de alporquia, e a visita da turma serviu para verificar os resultados. “Eu agradeço ao Estado. Já tenho entre quatro e cinco anos de plantio de limão, e vou continuar por muitos anos. É muito boa esta troca de experiências”, relatou o agricultor.

O engenheiro agrônomo Alexandro Mecenas é um dos professores do Instituto José Brandão, responsável por lecionar as disciplinas de ‘Irrigação e Drenagem’, ‘Manejo de Pragas e Doenças’ e ‘Fruticultura’. De acordo com o professor, as culturas agrícolas como limão e uva são menos tradicionais em Sergipe, e por isso precisam ser mais incentivadas. “Trouxemos os alunos para aprender. Eles fizeram toda a poda da uva, uma cultura que tem pouca no estado. Foi uma oportunidade ímpar, pois dificilmente eles terão outra chance de ver e trabalhar com uva”, indicou o professor Alexandro. 

Irrigação do Governo do Estado no alto sertão garante colheita da ‘Abóbora sergipana’

Além de ter mercado, o fruto serve de cultivo de rotação, para proteger o solo e controle de pragas e doenças

Foto: Gerência do Perímetro Irrigado Califórnia

Com investimentos na segurança hídrica do perímetro público, a abóbora apresenta viabilidade econômica, ajuda a balança comercial interestadual e é útil na rotação de culturas. Não é à toa que tem uma variedade chamada de ‘abóbora sergipana’. Ela é a mais cultivada no Perímetro Irrigado Califórnia, onde o Governo do Estado fornece água de irrigação e assistência técnica agrícola para 333 irrigantes de Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano. Esses dois insumos foram essenciais para que os agricultores daquele perímetro conseguissem produzir, de janeiro a junho deste ano, 512,5 toneladas do fruto, em 28,85 hectares irrigados.

Até o fim do inverno, quando a chuva dá uma ajuda à lavoura, as colheitas continuam e a tendência é a de aumentar a produção da variedade também conhecida como jerimum de leite ou ‘abóbora maranhão’. Safra que atende Sergipe, mas tem procura em outros estados. O saldo da venda dessa produção do primeiro semestre é de aproximadamente R$ 675 mil em renda aos irrigantes. Além de ter mercado, a abóbora serve de cultivo de rotação, para proteger o solo e controle de pragas e doenças.

“Essa abóbora está com 120 dias e a gente plantou para o mercado de Salvador. É uma excelente rotação de cultura para o perímetro, com o pessoal da Coderse [Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe] dando apoio. A gente está vendendo bem. Esse é o segundo ano que a gente planta”, destacou Uindson Araga?o, quando mostrou a produção colhida, já no final de junho, no lote que ele gerencia a produção e que recebe assistência da Coderse.

Técnico em Agropecua?ria da Coderse, Luiz Roberto Vieira conta que a cultura da abóbora é uma alternativa econômica viável para todo produtor do perímetro Califórnia “O ciclo é curto, onde existem três adubações: a básica, a de fundação e duas de cobertura. Com as pragas e doenças, não tem tantos problemas aqui no Califórnia, graças à assistência técnica do Governo do Estado e do apoio da gerência local, que tem contribuído efetivamente para melhoria dessa assistência no perímetro”, pontuou.

Investimento
“Com os investimentos que o Governo do Estado vem aplicando aqui no perímetro irrigado, os produtores estão adquirindo mais confiança para trazer variedades de plantio certo, uma delas é a abóbora. Por conta da água que está sendo fornecida pelo Coderse e pelo solo muito bom para esse tipo de plantio, está sendo uma colheita de abóbora de resultado muito bom, escoada tanto para Sergipe quanto para Pernambuco e Alagoas”, explicou o gerente do Califórnia, Jonathan da Mota.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse, por meio da gerência local, tem feito obras e serviços de limpeza e reforma de canais, conserto de adutoras; recuperação de equipamentos, limpeza e drenagem das estações de bombeamento (EBs) e dos lotes, onde ocorre também a recuperação de hidrantes e estradas.

O Governo do Estado também doou 110 kits de irrigação localizada cada um com 500 metros de mangueira para microaspersão ou gotejo. Isso torna a irrigação nos lotes mais eficiente, diminui o consumo individual e contribui com a distribuição mais igualitária e menos suscetível a falhas. “A água agora não está faltando mais como acontecia. A respeito do fornecimento, a gente não tem problema mais, como tinha antes”, completou Uindson Araga?o.

Batata-doce é alternativa de renda para agricultores atendidos por irrigação do Governo do Estado

Perímetro em Canindé tem potencial para expandir produção. Irrigação e assistência técnica fazem irrigantes superarem dificuldades do clima e solo

Produção de batata-doce gera renda ao irrigante e oportunidades de trabalho em Canindé [foto arquivo pessoal | Coderse]

“Minha batata-doce tem qualidade e o comércio dela aqui é procurado demais. Aqui não existe batata desse tipo. Eu tenho água boa, a manutenção está 100% e o solo é de primeira. Dessa batata aqui ninguém produz”, afirma o agricultor irrigante Gilson de Jesus . Em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, ele é atendido pelo Governo do Estado no perímetro irrigado Califórnia, onde tem água de irrigação e assistência técnica agrícola o ano todo.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) tem cinco perímetros irrigados com vocação agrícola. O Califórnia é o que mais depende da irrigação e apresenta mais dificuldade no plantio da batata-doce, em razão do clima semiárido e solos argilosos e rochosos. Mas com o mercado crescente do produto e o incentivo público dos perímetros, os agricultores que investem no cultivo não se arrependem.

“O produtor de batata tem moral. A batata tem valor, não é um tipo de plantação qualquer. Se eu disser que custa tanto, é tanto. E o freguês corre atrás. Não sou eu que corro atrás, não. A importância do perímetro Califórnia é ter água de sobra para a gente trabalhar. O que é importantíssimo. É a melhor coisa do mundo que eu acho aqui, pois água tem”, acrescenta Gilson de Jesus, que produz a batata-doce ourinho roxa, variedade com maior valor de venda. 

De janeiro a abril, o perímetro irrigado de Canindé produziu 172,2 toneladas da raiz. Enquanto nos outros perímetros do agreste e centro-sul, onde se produz há mais tempo, foram 5.783,2 t. O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, observa que a batata-doce é, hoje, o produto que mais é produzido na soma da produção dos perímetros (10,8 t em 2022) e a tendência é que este ano o saldo ainda seja superado. 

“Os irrigantes contam com o trabalho da empresa para oferecer água e assistência. Com isso, apostam seu trabalho e recursos nos produtos que mais geram retorno. A produção de batata-doce no Califórnia, se comparada a outros perímetros,  ainda é pequena e tem espaço para mais produtores aderirem ao cultivo. O alimento recomendado por nutricionistas para emagrecimento e preparo físico, tem um mercado bastante promissor”, considerou Júlio Leite.  

Gerente do Califórnia, Jonathan da Mota aponta que o perímetro irrigado é de grande importância para a região do alto sertão, pelo incentivo que o Governo do Estado proporciona para os produtores. “Garantindo o fornecimento de água, eles têm a confiança de fazer novos plantios, como no exemplo da batata-doce. A batata ourinho roxa é uma coisa nova aqui e que está dando certo. Uma batata de boa qualidade, escoada aqui para Sergipe e para os estados vizinhos, como Pernambuco, Bahia e Alagoas”, pontuou.

Passo a passo
Gilson de Jesus diz a receita para vencer as dificuldades que o solo e o clima apresentam para acomodar o plantio de batata-doce. “Eu passo o arado na terra, gradeio, o trator faz a leira, a gente remonta na enxada, e depois vem o plantio. A rama tem que ser de qualidade. Daí vem a adubação, com 20 dias, depois eu passo um inseticida para a praga não comer a batata e o processo é esse”, explica.

Todo conhecimento do agricultor com o produto vem de sua origem na capital sergipana da batata-doce. “Eu sou de Moita Bonita e trabalhei muito com batata. Vim para cá tentar a vida com ela e está dando certo. O solo é meio duro, mas com trabalho o cara consegue. A plantação está boa. Graças a Deus está de primeira qualidade. O cara tem que mudar a cultura para batata-doce, inhame, estar pronto para tudo”, reforça Gilson de Jesus.

Convênio entre governos federal e estadual leva incentivo e inovação ao perímetro irrigado de Canindé

Até agora, 93 irrigantes da Coderse receberam doações de produtos de inovação agrícola e pecuária pelo ‘Lagos do São Francisco’. Programa tem vigência até 2024.
O gerente do Califórnia, Jonathan da Mota e o técnico agrícola da Coderse no ‘Lagos do São Francisco’, Joaquim Ribeiro, entregam sementes de milho e sorgo à irrigantes do perímetro irrigado [Foto: Coderse]

Com o objetivo de ofertar alternativas tecnológicas e incentivar o aparecimento de novos empreendedores em áreas de influência das represas do rio São Francisco, o projeto ‘Lagos do São Francisco’ reúne os esforços da Embrapa, Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), em convênio com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Sergipe tem como beneficiários produtores rurais dos municípios de Canindé de São Francisco, Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo.

Perímetro Irrigado que se estende por 333 lotes agrícolas em Canindé, o potencial produtivo do Califórnia está sendo levado em conta para que os agricultores irrigantes recebam incentivos e tenham acesso às inovações agrícolas e ambientais do projeto ‘Lagos do São Francisco’. Em 2023, os produtores do perímetro estadual já receberam sementes de milho; sorgo; tomate e seus insumos; mudas de goiaba resistentes à doença do nematoide; ração e pintos da raça rústica de galinha Canela Preta.

Pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE) e coordenador do ‘Lagos’, o engenheiro agrônomo Rebert Coelho informou que o projeto continuará a ser executado em Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco até janeiro de 2024. Ele explicou também que para a escolha dos produtores rurais participantes, são consideradas a aptidão, experiência e a estrutura disponível para levar adiante os sistemas de produção incentivados com as inovações.

“Em Canindé temos um agricultor com experiência na produção de goiaba (no perímetro Califórnia) para introduzir a variedade BRS Guaraçá, que mistura características da goiaba com araçá, é resistente à praga do nematoide e foi desenvolvida pela Embrapa Semiárido. Para distribuição dos pintos da raça Canela Preta, em Canindé, raça rústica difundida pela Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI), foi necessário selecionar produtores rurais que tenham cercado de tela. Criadas soltas, não trariam o resultado esperado”, justificou Rebert Coelho.

Produtor irrigante do Califórnia, Jair da Silva recebeu do ‘Lagos do São Francisco’, 100 mudas da BRS Guaraçá e da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada da Seagri, que administra o perímetro irrigado de Canindé e ganhou 500 metros de mangueira de irrigação localizada, para implantar o novo pomar. “Eu já tenho uma área de goiaba produzindo e estou aumentando o plantio. Já que eu ganhei essas mudas, creio que em torno de uns oito meses elas já vão estar produzindo, essa é a expectativa. Eu vendo aqui para os feirantes e para Itabaiana. É uma plantação boa”, afirmou.

No perímetro Califórnia, além de Jair da Silva, o também irrigante Valmir Matos recebeu outras 200 mudas de goiabeiras. Lá ainda foram distribuídos pelo projeto 420 kg de sementes de milho BRS Gorutuba (Embrapa Milho e Sorgo), beneficiando 42 famílias de irrigantes; 480 kg de sementes de sorgo BRS Ponta Negra (Embrapa Milho e Sorgo), para 48 produtores; 160 pintos Canela Preta e oito sacos de ração inicial, beneficiando oito famílias, com produção de ovos e carne. Três mil sementes de tomate e 150 kg de adubo foram doados para o também irrigante Ozeias Bezerra. Em agosto, quando chegarem as lonas mulching, cedidas pelo ‘Lagos do São Francisco’, ele vai iniciar a lavoura de tomate.

“Eu já plantei tomate umas três vezes. A gente não semeou ainda por conta do período chuvoso. Vou fazer as mudas em julho e em agosto estaremos plantando no campo. Tomate nessa quantidade aqui em Canindé tem saída, porque é para o PAA, tem o PNAE, tem os feirantes. As três mil sementes vão dar, aproximadamente, 600 caixas. É um bom incentivo para o produtor mudar um pouco de cultura, deixar de plantar só quiabo”, contou o irrigante Ozeias. Ele está sendo orientado pelo técnico agrícola da Coderse, Joaquim Ribeiro, indicado pela Seagri para atuar no ‘Lagos do São Francisco’, em Canindé.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite comemora o incentivo garantido pelo projeto, que já atendeu 93 irrigantes. “É muito gratificante saber que os nossos produtores estão tendo acesso a essas sementes e insumos, que são fruto das pesquisas de vários polos da Embrapa, às vezes até antes deles chegarem ao comércio. Não é por menos, os irrigantes têm toda a condição técnica para prosperar com essas inovações. Recebem a irrigação fornecida pelo Governo do Estado, a assistência agrícola e a assessoria em agronegócio dos técnicos da Coderse”, pontuou.

Irrigação localizada
Gerente do perímetro Califórnia, Jonathan da Mota, reforça a importância dos 35 kits de irrigação distribuídos para os irrigantes. Eles são para a adoção da irrigação localizada (gotejamento ou microaspersão), que é mais econômica do que a aspersão convencional. “Os kits de irrigação foram doados não só para esse produtor de goiaba, mas para diversos produtores aqui do perímetro. Essa ação serve para renovar o plantio dos agricultores e também dá uma assistência melhor. A Coderse vem desenvolvendo esse serviço na parte de doação, justamente para que eles tenham um incentivo para a produção. Tanto da parte de frutíferas, quanto da parte de hortaliças”, concluiu.

Agricultores dos perímetros irrigados devem colher quatro milhões de espigas de milho verde no período junino

O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde
Secretário da Agricultura, Zeca da Silva, visita produção de milho em Canindé, ao lado do produtor José Marcos [Foto: Vieira Neto]

Não é exagero dizer que o milho verde é o grande protagonista das comidas típicas dos festejos juninos. E este ano não será diferente, com a expectativa de colheita de quatro milhões de espigas pelos agricultores dos perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado de Sergipe. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) o resultado do plantio supera a produção do ano passado, que foi de 2,8 milhões de espigas.

O secretário da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, pontuou que a expectativa de produção é feita pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Seagri que administra os perímetros públicos irrigados, nos perímetros de Canindé de São Francisco, Lagarto e Itabaiana. Neles, foram plantados 127,5 hectares dos lotes irrigados para a colheita de milho verde. “O levantamento da produção leva em conta as médias de produção nos três perímetros irrigados, que variam entre 26 mil a 40 mil espigas por hectare”, explica.

O agricultor já consegue colher os benefícios do resultado da produção em alta. Para José da Silva Andrade, irrigante do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, a vantagem de plantar milho verde é poder realizar a colheita fora de época, por um preço satisfatório. “Não são todos que conseguem ter isso. Nós conseguimos e para nós que somos produtores é muito bom”, comemora.

No perímetro Califórnia, em Canindé do São Francisco, o produtor José Marcos explica que a produção do milho irrigado tem colheita semanal com venda garantida para além das fronteiras estaduais. “O comércio do produto irrigado alavanca a economia do município e da região, e essa produção só é possível com a irrigação porque aqui no alto sertão temos longos períodos sem chuvas”, destacou.

Além de ingrediente essencial dos deliciosos pratos como canjica, pamonha, o milho é também usado para silagem, para alimentação de animais, ou, como resume o produtor do perímetro irrigado Piauí, no Povoado Brejo, Matheus Santos Jesus, “ele serve para tudo”. O produtor revela que, graças à boa irrigação, é possível plantar e colher o ano todo, sem depender da chuva. “A gente pode ter a colheita, render, agregar um valorzinho, porque tem épocas que só tem a gente e isso sempre é bom”, diz o agricultor.

Outros agricultores estão colhendo a roça de milho pela primeira vez este ano. Helenilson Santos, produtor irrigante do perímetro Irrigado Piauí, Lagarto, colheu recentemente sua primeira roça e já faz a contagem para a próxima colheita, em junho, de cerca de duas mil espigas. Santos tem planos de vender sua produção para comerciantes vizinhos, das quitandas de beira de rodovia. “Tirei as espigas verdes para o comércio local e agora estou fazendo o silo para vender para ração animal. Eu sempre vendo o milho verde e depois faço silo com a folhagem que fica ou passo o trator por cima das palhas, para correção e proteção do solo”, comenta o produtor. Segundo ele, os dois principais motivos do aumento da safra foram o tempo favorável e os insumos bem mais baratos em relação ao ano passado.

Para o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o crescimento da produção de milho verde está diretamente relacionado ao aumento da demanda. “Nos perímetros irrigados, a água não está faltando para o irrigante plantar e colher até mais de uma vez antes de chegar o período junino. Para atender a demanda que cresceu. Tem uma extensa programação festiva na capital e no interior, do Governo do Estado, dos municípios e assim são muitos dias para comemorar os santos juninos, o que pede mais e mais milho verde”, analisou.

Mais uma vez, a produção de milho verde nos perímetros irrigados irá beneficiar famílias de produtores, e estará presente em abundância nas nossas festas juninas. “O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde, como a canjica, pamonha, bolos ou mesmo o milho cozido ou assado”, finaliza Zeca.

Usuários do Programa Água Doce farão oficinas de sustentabilidade ambiental

Seagri, Coderse e Emdagro convidam todos os moradores que consomem água das unidades de dessalinização. Ação complementa capacitação de operadores e manutenção geral de sistemas de abastecimento
[Foto: Fernando Augusto Ascom/Coderse]
Foto: Fernando Augusto | Ascom/Coderse

Usuários do Programa Água Doce (PAD) participarão de uma sequência de oficinas de sustentabilidade ambiental a partir de domingo, 4. Serão realizados encontros em todas as 29 comunidades da região de semiárido em Sergipe com unidades de produção de água dessalinizada. A intenção do órgão que coordena o PAD no estado, a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) é levar boas práticas no manuseio da água potabilizada nas casas e nos sistemas de abastecimento, minimizando o risco de contaminação e danos à saúde das famílias beneficiadas.

Na próxima semana, serão nove oficinas em povoados de Poço Redondo (dias 4 e 5), Porto da Folha (6 e 8) , Canindé de São Francisco (7) e Monte Alegre de Sergipe (8). As outras 20 comunidades estão sendo consultadas para fazer o melhor agendamento para os encontros.

Conforme explica o coordenador estadual do PAD em Sergipe, Vandesson Carvalho, a programação segue uma sequência de etapas já iniciadas em maio. “Começou com a análise da qualidade da água produzida em cada sistema de abastecimento e de um questionário socioambiental. O objetivo é a realização do diagnóstico das comunidades e o cadastramento das famílias que utilizam a água tratada”, disse.

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Seagri, está executando as oficinas junto às localidades. Com a participação da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), também vinculada à Seagri, a companhia pública está concluindo a manutenção geral da unidade do programa no interior e também acabou de realizar uma capacitação de operadores dos sistemas. Treinando novos e reciclando os atuais responsáveis por cuidar do fornecimento de água dessalinizada.

“Fizemos cinco capacitações em cidades-polo, onde realizamos aulas práticas e teóricas, a fim de preparar ou aperfeiçoar os operadores quanto ao funcionamento do dessalinizador, bombas e reservatórios. Enquanto isso, os técnicos faziam a manutenção corretiva e preventiva dos sistemas, em que as unidades do PAD foram revisadas e algumas recuperadas. Com essas oficinas, fechamos agora um ciclo, que inclui o controle da qualidade da água. Dando atenção à hora do usuário coletar, transportar e armazenar a água em casa”, explicou o diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena.

Linguagem popular
O coordenador Vandesson Carvalho informou ainda que, nas oficinas, os facilitadores utilizarão recursos audiovisuais e será aberto sempre um espaço para os participantes manifestarem suas dúvidas quanto ao manuseio diário da água coletada nas unidades de dessalinização. O conteúdo formulado usa linguagem popular e de fácil entendimento, independente da faixa etária e grau de escolaridade.

Calendário
DataMunicípioHorárioLocalidadeLocal da oficina
4/6Poço Redondo09h30Povoado AreiasCasa vizinha ao sistema
4/6Poço Redondo14h30Comunidade Quilombola Serra da Guia Associação de moradores
6/6 Porto da Folha09hPovoado Pedro LeãoPosto de saúde
6/6 Porto da Folha14hPovoado UmburaninhaCasa de Dona Selma
7/6 Canindé de São Francisco09hAcampamento Caiçaracentro da comunidade
7/6 Canindé de São Francisco13hAssentamento 12 de MarçoEscola
7/6 Canindé de São Francisco15hPovoado MandacaruCasa de Diony
8/6Porto da Folha09hPovoado CraibeiroAssociação da comunidade
8/6Monte Alegre de Sergipe14hPovoado Lagoa do RoçadoAssociação da comunidade

Governo de Sergipe capacita operadores do Programa Água Doce de nove municípios

O intuito é promover o correto uso dos dessalinizadores em benefício da população assistida, dando maior longevidade aos equipamentos. Paralelo ao curso, Coderse executa operação de manutenção geral nos 29 sistemas do PAD em Sergipe
Entrega de Certificados em Carira [Foto: Arquivo pessoal]

Foram concluídas nesta sexta-feira, 26, as capacitações para operadores das 29 unidades de produção de água dessalinizada do Programa Água Doce (PAD) do estado. Ministrado em cinco cidades polos, o curso preparou os novos operadores e fez a reciclagem de conhecimentos dos atuais responsáveis pela operação dos sistemas. Os operadores são moradores de comunidades atendidas pelo programa federal, que é coordenado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Com aulas teóricas pela manhã e práticas (em uma unidade do PAD próxima) pela tarde, os participantes foram preparados e certificados para cuidar do funcionamento e manutenção preventiva do dessalinizador e sistema de abastecimento em 29 comunidades de nove municípios: Canindé de São Francisco, Carira, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Simão Dias e Tobias Barreto.

Quem executa as ações do programa são as empresas vinculadas da Seagri, Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). O diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, destaca que o objetivo maior das capacitações é a conservação dos equipamentos das unidades de dessalinização, o que é essencial para manter a qualidade de vida oferecida por essa política pública nas comunidades atendidas.

“A gente está capacitando quem ainda não tem o curso e dando a reciclagem para que esses operadores possam disponibilizar, para as suas comunidades, uma água de melhor qualidade. Isso para fazer com que o funcionamento dos dessalinizadores seja o mais correto possível, dando uma maior longevidade para esse equipamento”, orientou Ernan Sena. Ele ainda informa que a Coderse está percorrendo todas as 29 unidades de dessalinização no estado, fazendo a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos.

José Correia é do povoado Recanto, em Poço Verde, e participou da capacitação.  Para ele, o dessalinizador trouxe muitos benefícios para a sua comunidade. “Evita muitas doenças que na região da gente acontece muito. Foi uma benção de Deus para nós, ver essa água doce, que a gente bebe, saudável. Diferente de quando a gente bebia água do tanque”, considerou. Além de Poço Verde, as capacitações foram realizadas em Canindé, Porto da Folha, Carira e Tobias Barreto.

O coordenador estadual do PAD em Sergipe, Vandesson Carvalho, informa que os usuários dos sistemas de dessalinização que participaram da capacitação, têm todo o preparo para cuidar das unidades do programa em suas comunidades. “Aqui eles sairão certificados e aqueles que fizeram a reciclagem, tiveram algumas atualizações, isso porque sabemos que a questão da ‘osmose reversa’ é uma tecnologia que sempre vai se renovando”, explica o coordenador. Ele ainda frisou como ponto positivo a assiduidade das mulheres ao curso, ocupando cerca de 40% das vagas.

Do povoado Cova da Índia, também em Poço Verde, Dona Maria Terezinha sabe da necessidade do bom zelo com o equipamento de dessalinização. Ela aprendeu todas as etapas do processo de funcionamento, conservação e está apta para atuar como operadora.  “Vim fazer o curso de operadora para cuidar da água e ter água saudável para oferecer para a comunidade. Limpar as caixas, deixar tudo em ordem, o poço e o sistema também”, ressaltou.

Irrigantes do perímetro estadual em Canindé poderão produzir sementes para marca de insumos agrícolas nacional

Indústria tem mais de 200 itens no catálogo para produzir vários tipos de hortaliças. Sementes de quiabo seriam primeiro produto fornecido por produtores do perímetro Califórnia

Visitas da cooperativa, técnicos da Coderse e representante da Agristar, feitas aos produtores irrigantes [foto arquivo pessoal – Coderse]

Empresa de porte nacional e com ampla linha de sementes está em tratativas para implantar unidade de produção em parceria com os agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia. O polo agrícola que é mantido pelo Governo do Estado fica em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano. A possibilidade dos produtores rurais cultivarem e comercializarem esses insumos com a indústria, agrega valor sobre a produção convencional, que hoje foca na produção de alimentos.

Solo rico, sol abundante e a água do rio São Francisco bombeada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), são os elementos que tornam a Agricultura no Califórnia uma aposta certa para o rendimento, de boas colheitas e durante todo ano. De olho em todo este potencial produtivo, a Agristar do Brasil foi até Canindé para entendimento comercial com os produtores.

“Viemos conhecer todo o sistema de irrigação e de produção que nos atraiu, para a  possibilidade de produzir sementes. Estamos com o apoio da Coofrucal (Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia) e estamos conversando. Para garantir a compra da produção com um preço fixado, tem que atender uma série de detalhes. Mas é bom que aqui também tenha uma assistência técnica”, apontou o representante da indústria, Everton Morales, que já esteve duas vezes no Califórnia.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, expõe que além do fornecimento de água para irrigar os 333 lotes do Califórnia, a Coderse fornece assistência técnica agrícola e uma assessoria em Agronegócio. “Essa gama de serviços ao irrigante dá garantia de retorno ao investimento público que o governo do Estado faz no perímetro irrigado desde 1985, quando iniciou a sua construção”, pontuou.

“Empresas fora do nosso estado se interessam pela nossa produção, pelo nosso desenvolvimento aqui no perímetro Califórnia. A excelente produtividade no perímetro vem chamando atenção de pessoas que queiram investir no nosso perímetro. A parceria com a indústria será de grande ajuda para os produtores, uma renda extra, uma nova característica que pode ser implantada aqui”, avaliou Jonathan da Mota, gerente do Califórnia.

Levi Ribeiro é produtor irrigante no Califórnia e presidente Coofrucal. Para ele, trazer a empresa ao perímetro é importante para a geração de renda para os produtores, desenvolvimento da cooperativa e para o estado. “Eles estiveram aqui em março e viram um grande potencial. Até mesmo porque nós temos aqui água do rio São Francisco, solos férteis e um potencial que a gente pode explorar para a instalação de um projeto de produção de semente”, listou o agricultor. O produtor conta que desde o começo, a companhia estadual foi parceira na negociação com os representantes da indústria.

“Nós fomos até a Coderse, solicitamos ao gerente Jonathan e a equipe técnica, para estudarmos o projeto. Vendo a viabilidade. Na primeira visita, estivemos em alguns produtores fazendo foto, vendo in loco a produção do quiabo, e eles ficaram muito animados, otimistas com a capacidade de produção nossa região. Então a partir daí começou uma conversa com o pessoal da Coderse, que tem dado todo o apoio para a possível implantação desse projeto de produção de sementes, não só de quiabo como diversas outras hortaliças e frutas”, completou Levi Ribeiro.

Última atualização: 14 de julho de 2023 11:17.

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