Convênio com a Embrapa traz amora para Canindé

Fotos: Arquivo pessoal

O Perímetro Irrigado Califórnia, unidade da Cohidro em Canindé de São Francisco, na semana passada recebeu a visita técnica do engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. Ele já atuava no processo de transferência de tecnologia entre as duas empresas, que rendeu a instalação de três campos experimentais de variedades de uva e pera adaptadas ao clima do sertão nordestino. Agora, o especialista trabalha com a introdução de mais uma cultura frutífera: a amora.

No campo experimental do produtor irrigante Levi Alves Ribeiro (Sidrack) já existem umas primeiras mudas plantadas como experiência e a intenção é de ampliar a área ocupada pela espécie, que já começa a dar seus primeiros frutos. O agricultor foi beneficiado no convênio recebendo todo material para construção dos parreirais de uva, o sistema de irrigação por gotejo adaptado à fertirrigação, os insumos necessários às plantas, as mudas e toda assistência técnica da Embrapa por dois anos. Assessoria que é complementada pela atuação dos técnicos agrícolas da Cohidro, que também é a responsável por fornecer água para irrigação nesse e nos outros 232 lotes do Califórnia.

A reportagem do programa Sergipe Rural,  da TV Aperipê, esteve no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, em Canindé de São Francisco. As pautas seguidas pela repórter Lícia Moura e o produtor de imagens Jorge Henrique, eram a produção de mudas de uva, o plantio experimental de amoras e o cooperativismo. O programa vai sempre ao ar na TV Aperipê no sábado, 7h30, com reprise domingo, 8h30 e na quarta, 9h.

Mutirão no Califórnia faz reparo em canais

Foto: arquivo pessoal

Mais uma vez os produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia utilizam do Dia do Rio (quartas-feiras em que a água de irrigação e racionada), para fazer mutirão em benefício da infraestrutura que os servem, levando água até seus lotes agrícolas.

Foto: arquivo pessoal

Dessa vez eles fizeram pequenos reparos em fissuras do revestimento em concreto dos canais trapezoidais de irrigação. Ao todo, o polo irrigado da Cohidro em Canindé de São Francisco possui cerca de 10 km de canais, aonde corre água seis dias por semana e por isso, a necessidade de manutenção é constante, para evitar perdas ocorridas na infiltração.

Recentemente 1.579 metros dos pontos mais críticos foram reformados com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Funerh) e em outros 1.800 metros, da parte urbana e mais larga dos canais, atualmente ocorre obra de recuperação da estrutura de revestimento e a cobertura em concreto, para evitar a contaminação da água e a perda, pela evaporação e captação irregular.

Em Licitação Pública lançada em outubro, via recursos do Proinveste, a Cohidro pretende recuperar outros 6km de canais e a construção de um novo pontilhão sobre o canal no setor 3 do Califórnia.

Agricultores reorganizam cooperativa do perímetro da Cohidro em Canindé

Cooperados já fornecem alimento à doação simultânea e para a merenda escolar do município. Eles agora despertam o interesse da indústria de beneficiamento.

                                                                                                                                                     

Sidrack e seus colegas cooperados promovem a divulgação dos produtos que eles colhem nos lotes irrigados no perímetro da Cohidro em Canindé – foto arquivo pessoal

Cooperativismo ressurge no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco (SE) e se torna corriqueiro dos produtores venderem a produção e comprar insumos em conjunto. O incentivo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para que o grupo participasse de programas públicos de aquisição de alimentos da Agricultura Familiar e de contratos com grandes indústrias compradoras, promoveu a organização e reestruturação da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia Ltda. (Coofrucal).

A Coofrucal surgiu em 1999 e como sua razão social diz, é formada por produtores irrigantes atendidos pela irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado, através da Cohidro e tem sua sede social construída em área cedida pela estatal. Depois de passar um extenso período de inatividade, por conta da desmotivação dos agricultores, há cerca de 2 anos e depois que Levi Alves Ribeiro (Sidrack) se tornou presidente, a cooperativa teve suas atividades retomadas. Reformou a sede e seus membros voltaram a comercializar de forma coletiva

“Temos hoje 57 Cooperados, mas que estão produzindo e vendendo são aproximadamente 30 produtores. Pretendemos beneficiar uma maior quantidade de produtores rurais da nossa Cooperativa”, explicou Sidrack. Essa produção dos cooperados será parte destinada à entrega para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), mantido e financiado nacionalmente pela Conab, e outra para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE-MEC).

Desde 2008 a Cohidro disponibiliza seus técnicos e infraestrutura para auxiliar as associações e cooperativas fundadas em seus perímetros irrigados, no que tange a formalização dessas entidades e no ato de elaborar os projetos para participar do PAA. Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da companhia, está à frente deste trabalho e expõem que em 10 anos foram 1.461 participações destes irrigantes em 40 projetos, da mesma forma que totalizam 131.731 pessoas listadas como beneficiadas com alimentos, que somaram 3.636.832 quilos plantados e colhidos em quatro dos seis polos de irrigação pública do Estado e que gerou de renda bruta ao produtor R$ 10.880.003,47, em valores corrigidos pelo IGP-M.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera fundamental o associativismo e o cooperativismo para que os agricultores irrigantes progridam em suas áreas agrícolas. “Nesses 30 anos recebendo o benefício da água de irrigação fornecida pelo Governo do Estado, o natural é encontrarmos a organização estabelecida de grupos como a Coofrucal, colaborando entre si para que todos possam ganhar mais e ter menos custos para a produção. A nossa empresa, ao sugerir a participação em projetos como o PAA e PNAE, está incentivando eles a se organizarem e fortalecerem esses grupos. Quando não for possível a cooperativa, as associações de produtores. Isso os torna mais independentes dos órgãos estaduais e preparados para desafios maiores”, analisa.

“A Cohidro ao longo dos anos tem dado a maior contribuição para o fortalecimento do Cooperativismo aqui em Canindé. Inclusive, à sede da cooperativa foi cedida pela empresa. Dá apoio técnico e até transporte, quando solicitado”, assinalou Levi Alves. Hoje, seu grupo aguarda liberação da Conab para que eles façam a entrega de 67.432 quilos de alimentos ao PAA, para beneficiar 1.500 pessoas em situação de insegurança alimentar, beneficiando também 25 cooperados, remunerados de R$ 200 mil. Para Sidrack, a cooperação da companhia com a Coofrucal é essencial para dar continuidade a esses projetos atuais e os futuros.

Industrialização

Levi Alves é presidente da Coofrucal, viticultor e produtor irrigante que sempre recebe turmas de estudantes em seu lote – Foto Andrea Santtos (Cohidro-Califórnia)

“Precisamos sempre dessa parceria com a empresa Cohidro, para que possamos em um futuro próximo ter a capacidade de produzirmos nossa poupa de frutas, sucos, etc. Objetivando maior valor à produção do produtor rural”, avalia Levi Alves. Ele é um dos dois produtores irrigantes que abrigam campos experimentais de uva em seus lotes, no convênio entre Cohidro e Embrapa no perímetro Califórnia. Já partindo para a terceira colheita comercial do fruto, Sidrack acredita que em breve outros produtores devam aderir ao plantio e haverá muita produção para a cooperativa beneficiar. Sem falar da produção de outros frutos como a acerola, a manga, a goiaba e o maracujá, que também é forte e pode entrar na linha de produtos oferecidos pela Coofrucal.

Nos dias 18 e 19 de setembro o Califórnia recebeu visita da Indústria Duas Rodas, multinacional brasileira que tem uma unidade fabril em Estância (SE) e produz ingredientes empregados na produção de diversos alimentos, como sorvetes, biscoitos e doces. “Foi a nossa sucessiva produção de frutíferas a partir da irrigação fornecida pelo Governo do Estado, que despertou o interesse da indústria, que tem intenção de comprar a produção local de acerola”, explica a gerente do perímetro, Eliane Moraes.

Para que o negócio dê certo, os produtores terão que adotar o não-uso de defensivos químicos  nas plantas e a colheita será feita com os frutos ainda verdes. Vai intermediar todo o processo, além da assistência da Cohidro, a Coofrucal. “No primeiro dia tivemos reuniões com o representante da indústria, o Emerson, com os agricultores irrigantes da cooperativa e os técnicos da Cohidro, para explicar o projeto. Já no segundo, teve a visitação aos pomares”, relata Eliane.

Alimentação escolar

Esses cooperados já fazem o beneficiamento artesanal de alguns artigos para a comercialização coletiva, como a fabricação de bolos, pão de mel e o próprio mel líquido, extraído de colmeias instaladas também no perímetro Califórnia. Isso porque em maio, a Coofrucal disputou e foi selecionada na chamada pública para a aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar do PNAE, para fornecer à rede pública municipal de educação de Canindé durante o ano letivo de 2018. Segundo Sidrack, o valor estipulado pelo processo licitatório é de R$ 567.849,83, disponível para remunerar os produtores pelo fornecimento desses produtos processados e alimentos in natura, como melancia (60.750 quilos), batata-doce (10.990), tomate (4.380) e cenoura (2.730).

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, condiciona a valorização dos produtos dos perímetros irrigados à organização dos seus agricultores. “Participando de chamadas públicas e de projetos da Conab, eles conseguem preços de venda superiores aos que eles recebem de oferta nos lotes, vendendo para os intermediários. Com o tempo, uma cooperativa ou associação forte, vai poder negociar os produtos diretamente com o comércio varejista, agregando mais valor ao produto quando entregue direto no ponto de venda ou revenda”, sugere.

 

Alunos do IFPE fazem visita técnica ao perímetro da Cohidro pela quinta vez

Roberto Ramos da Cohidro explica a rotina do perímetro Califórnia aos estudantes pernambucanos (foto Ascom Cohidro)

Pelo quarto ano consecutivo, estudantes do curso técnico em Meio Ambiente do Campus Garanhuns do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) tiveram, nesta segunda-feira (3), aulas práticas sobre a gestão de recursos hídricos e meio ambiente, nas dependências do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia e Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Lá, eles não dispõem de um projeto de irrigação ao porte do sergipano, mas existe a necessidade de estarem aptos em trabalhar com essa tecnologia agrícola que contrapõe o clima nordestino. Isso faz com que o modelo implantado pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco há 30 anos, sirva de base para o conhecimento.

A principal atividade executada pelos alunos é orientada pelo professor e doutor em Engenharia Agrícola Rogério Oliveira de Melo, da disciplina de Gestão de Recursos Hídricos e consiste em aplicar métodos científicos para mensurar a vazão do canal de irrigação principal do Califórnia, ou seja, identificar o quanto de água chega por minuto nas subestações do perímetro e vão parar nos lotes dos agricultores irrigantes. “A gente se preocupa em abordar uma série de aspectos, desde os aspectos legais de gerenciamento do recurso, como também a parte mais voltada às questões técnicas que a determinação de vazão. É o forte dessa parte técnica da disciplina Gestão de Recursos Hídricos”, destacou.

São vários os aspectos elencados pelo professor Rogério, que fizeram com que o perímetro da Cohidro fosse contemplado nesta, que já é a quinta visita técnica. “A gente vive numa região bem interessante no que se refere a disponibilidade hídrica, que é Garanhuns, mas com relação ao canal de irrigação, essa realidade que a gente vive aqui em Canindé de São Francisco, a gente não encontra. Então trazer eles aqui nessa parte que eu julgo muito importante e muito interessante, que é aprender a determinar uma vazão em um canal de irrigação e adicionalmente a isso, vivenciar a realidade do projeto Califórnia. A Eliane e o Roberto, são bem receptivos e naturalmente isso acabou influindo”, complementou. Na continuação da viagem, o grupo pernambucano esteve no Viveiro Florestal de Xingó, projeto da Chesf em Piranhas-AL e na sequência, o complexo de usinas hidroelétricas e a estação de piscicultura de Paulo Afonso-BA.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, as técnicas que os estudantes foram aprender no Califórnia têm aplicabilidade na gestão e manutenção do perímetro. “Para eles que vêm de outro estado, quando forem trabalhar com sistema de irrigação parecido com o nosso, principalmente quando ele for ser introduzido, é importante saber a quantidade de água disponibilizada para poder estabelecer o tamanho da área que poderá ser irrigada durante o período em que este sistema estiver funcionando. Para nós, se faz necessária essa mensuração periodicamente, isso inclusive mede a eficiência do sistema e pode identificar possíveis falhas, como vazamentos durante o percurso, que não são visíveis a olho nu”, justifica.

A visita ao campo foi guiada pelo técnico da Cohidro, Antônio Roberto Ramos, que faz um retrospecto completo do que acontece lá, a função do perímetro irrigado e no que ele reflete no cotidiano do último município do Alto Sertão Sergipano. O clima Semiárido presente em Canindé, que encontrou no Califórnia uma solução pontal à escassez de chuva, também é presente no estado de onde vêm os estudantes Saber de que forma ocorreu a introdução deste projeto e como ele ainda se desenvolve depois de 30 anos, são informações que dão embasamento para até outras disciplinas do curso técnico em Meio Ambiente, como é o caso dos professores Mayara Dalla Lana, Engenheira Florestal e o Emmanuel Freitas, Tecnólogo em Gestão Ambiental, que acompanharam também o grupo de estudos e respectivamente lecionam ‘Recuperação de Áreas Degradadas’ e ‘Estudo de Impacto Ambiental’.

“Quando fazemos o estudo de impacto ambiental e o respectivo clima, sempre se busca a viabilidade ambiental do empreendimento. Aqui é um exemplo de que vai se gerar um impacto ambiental, mas existe um custo benefício importante para sociedade. E aí essa a viabilidade ambiental e que ela deve ser buscada e alcançada no processo de licenciamento, equilibrando os benefícios com a mitigação (da seca) e a compensação dos impactos ambientais. Então, os meninos têm nesse momento uma vivência do custo benefício. Muita gente acha que o licenciamento ambiental é um entrave, mas ele é um meio de utilizarmos adequadamente, de maneira que a gente possa minimizar os impactos, mitigar o que precisar ser mitigado, compensar o que não for possível mitigar e tentando achar um equilíbrio nisso. Essa é a grande chave da boa política pública ambiental nessa área”, discorreu o professor Emmanuel.

Esta viabilidade ambiental logo foi identificada pela aluna do IFPE, Inês Alessandra Alves de Melo, satisfeita com a visita feita ao Califórnia. “A gente está achando muito interessante, porque o projeto visa ajudar as pessoas. Então, saber que esse trabalho está indo adiante, tem prosperidade e que vem incentivando as pessoas a visitar, para ver como é bom esse projeto, é uma experiência sensacional”, avalia. Para ela, que está no quarto e último ano do curso integrado e que logo entrará no mercado de trabalho, a visita vai refletir no seu currículo da profissional. “Vai ajudar, porque a gente trabalha sobre vazão, sobre os recursos hídricos. Eu acho essencial para o meu curso, porque como técnico do meio ambiente é meu dever saber disso e dessas propriedades da natureza”.

Campo de pesquisas

Diretor João, a gerente Eliane, o presidente Carlos Melo, no campo experimental de uvas do irrigante Levi Alves, abastecido pela água dos canais da Cohidro (Foto Ascom Cohidro)

O diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, acredita que os perímetros irrigados são um amplo espaço de pesquisas para diversos ramos do ensino técnico. “É fundamental a preparação de novos técnicos capazes de diagnosticar a situação em que se encontra um sistema de irrigação e seus impactos ambientais. Eles ficam mais preparados para trabalhar com a irrigação em larga escala, como é a nossa, que só em Canindé tem sete estações de bombeamento (EBs), compreendendo 63 bombas e atendem 333 lotes, irrigando 3.190 hectares.  Estão de parabéns os mestres que identificaram o nosso perímetro para campo de estudo. São mais de 30 anos em plena atividade, levando a água do São Francisco até os agricultores, produzindo uma média anual de 40.000 toneladas, beneficiando quase de 1.400 pessoas”, complementa.

Para Weslei Bezerra do Nascimento, do quarto ano subsequente do técnico em Meio Ambiente do IFPE, essas visitas técnicas são uma complementação à teoria. “É interessante, porque a prática sempre acaba mostrando a realidade do que a gente aprende em sala de aula. Então, sempre acrescenta no aprendizado e com certeza uma viagem é uma experiência única que a gente leva para vida toda”. O estudante, que logo vai se formar, a partir da vivência no curso, faz planos de que em área poderá atuar em breve. “Eu penso em fazer consultoria, geoprocessamento mesmo, é uma coisa que me chama bastante atenção. E essa área de recuperação de área degradada e estudo de impacto ambiental, é uma das minhas preferidas. Apesar de que, se aparecer uma oportunidade de concurso, eu não abro mão de tentar também”, considera.

Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, garante que ocorrem atividades contínuas de educação técnica e pesquisa agrícola no perímetro. “Temos hoje três campos experimentais, em lotes de irrigantes, aonde a Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) aplica suas pesquisas, em um convênio de transferência de tecnologia que visa implantar aqui o cultivo de uva e pera. Ao mesmo tempo, o Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) ‘Dom José Brandão de Castro’, em Poço Redondo-SE, tem requisitado os lotes do perímetro para fazer aulas práticas e é aqui também o lugar que hoje absorve o maior número de estágios do curso técnico em Agropecuária da instituição de ensino”, conclui

 

Gerência e comunidade investem em obras de conservação do perímetro da Cohidro em Canindé

Obra de cobertura do canal C1 do perímetro Califórnia. A proximidade com a área urbana hoje expõe a água às impurezas e extração irrigular – foto Ascom Cohidro

Cerca de R$ 4,5 milhões estão sendo empregados pelo Governo do Estado em obras, equipamentos e veículos para o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Paralelo a isso, a própria gerência da unidade e os agricultores irrigantes por ela atendidos, estão realizando ações de reparo e conservação na unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Foi assim na última quarta-feira (8) na Estação de Bombeamento (EB) 07, onde depois da instalação de novas bombas, os motores também ganharam uma nova pintura protetiva.

Segundo Eliane de Moura Moraes, gerente do Califórnia, a ação vai ocorrer nas demais EBs nas próximas quartas-feiras. Não por acaso, este é o dia da semana em que ocorre o desligamento programado das bombas, em cumprimento à determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) para racionalização das reservas hídricas do Rio São Francisco, o chamado ‘Dia do Rio’.

Essas ações ocorrem ao mesmo tempo em que os próprios agricultores irrigantes, assistidos pela irrigação fornecida pela Cohidro no perímetro, estão juntando esforços e até angariando recursos próprios para obras que visam também prolongar a vida útil dos equipamentos de irrigação. Assim foi na EB-06, onde os produtores construíram estrutura de madeira e telharam a seção que acomoda as bombas. Máquinas que em breve passarão pela reforma dos motores, assim como ocorreu na EB-07. Vale ressaltar que no projeto original do Califórnia, em meados dos anos 1980, o sistema de motobombas foi projetado para funcionar ao relento.

Os produtores de todos os setores do perímetro Califórnia, em conjunto com os servidores da Companhia, também têm aproveitado o ‘Dia do Rio’ para fazer periódicos mutirões a fim de limpar as áreas livres das EBs, o leito e as margens dos reservatórios e canais esvaziados às quartas-feiras. “É uma prática que visa o bem comum de todos os setores e os agricultores se conscientizaram da necessidade de fazer parceria com a gerência local para executar esses serviços. O excesso de material orgânico e lixo nos reservatórios entupia constantemente os crivos, prejudicando e danificando os equipamentos de bombeamento. O que hoje acontece em muito menor escala, depois que essa parceria com os agricultores e funcionários da Cohidro foi estabelecida”, justificou João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro.

Reestruturação
“Ao que parece, a iniciativa de investir na reestruturação do perímetro Califórnia fez com que os produtores se sentissem valorizados e com isso surgiu uma nova mentalidade, uma cultura de cooperação para com a Cohidro. Passaram a se enxergarem também como integrantes do processo de administração do perímetro e contribuírem com uma parte das responsabilidades. Essa consciência é o retorno dado ao interesse que o Governo do Estado teve em recuperar o perímetro, depois de 30 anos de serviços prestados a estes mesmos produtores irrigantes”, considerou Carlos Melo, diretor-presidente da Cohidro.

Essas pequenas ações servem de contrapartida, da comunidade agrícola e da gerência local da Cohidro, aos recursos que foram destinados pelo Governo do Estado ao perímetro Califórnia através do Proinveste. Dos R$ 4 milhões reservados à unidade da Companhia, mais da metade já repercutiu em investimentos, como na compra 37 novas bombas que reequiparam as seis EBs de Canindé. Está na obra que hoje cobre de concreto o canal de irrigação C-01, melhorando a qualidade da água que chega à essas bombas e nas lavouras dos produtores. Ainda está sendo possível reformar o escritório local e logo, em ações que ainda passam por processo licitatório, vai terminar de recuperar às EBs, com reforma das tubulações, canais e estrutura civil.

Fora o Proinveste, o Governo do Estado recentemente investiu mais R$ 200 mil para a reforma de 1,5 km do canal de irrigação N1 do Califórnia, através de recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Funerh). Obra que recuperou os chamados pontos críticos do canal, devolvendo a capacidade funcional às três EBs que dele se servem para mandar água aos lotes dos agricultores irrigantes.

“O Perímetro Irrigado Califórnia recebeu, nesses últimos meses, três carros: dois para o setor de operação e um para assistência técnica agrícola. E mais uma caminhonete, para a manutenção. Todos os veículos zero quilômetro. Isso facilita consideravelmente nossos serviços, principalmente a parte operacional, que é a melhoria do fornecimento de água. É a preocupação do Governo em atender nosso sistema de produção através do homem do campo”, completa Eliane Moraes.

Presidente da Cohidro se reúne com equipe de Canindé e conhece novos plantios

Diretores Carlos Melo (presidente), João Fonseca (Irrigação) e a gerente do Califórnia Eliane Moraes – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Em uma primeira reunião técnica no maior perímetro irrigado administrado pela Cohidro, o diretor-presidente Carlos Melo ficou a par dos detalhes do funcionamento do Califórnia, em Canindé de São Francisco, na última quinta-feira, 26. Após encontro com a gerência local, corpo de técnicos agrícolas, setor administrativo e operacional do bombeamento, o presidente percorreu os lotes dos agricultores irrigantes atendidos pela empresa, acompanhado do diretor João Fonseca. O gestor já se reuniu com a equipe do Perímetro Irrigado Jabiberi, unidade congênere da empresa em Tobias Barreto e será agendado para ocorrer essa atividade nos demais perímetros.

 

Além de produtos tradicionalmente cultivados no perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé, como o quiabo, a goiaba e o milho, Carlos Melo viu de perto os novos plantios de uva e o projeto piloto do programa Balde Cheio, instalados por meio da transferência de tecnologia. No primeiro caso, fruto do convênio com a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE, já no segundo, um intercâmbio interno de saberes com o perímetro Jabiberi, onde o sistema de pastagem irrigada com rotação de piquetes foi implantado em 2010.

 

Na reunião, o presidente conheceu o cronograma de funcionamento do sistema de bombas do Califórnia e as complexidades que permeiam sua operação. “Fiquei sabendo que o bombeamento começa de madrugada, lingando a EB (estação de bombeamento) 100, levando 3 horas para encher o canal principal e o reservatório da EB-02 que, por sua vez, redistribui a água para outras cinco subestações antes de chegar à lavoura do agricultor. Isso já é bom, levando em conta que a tarifação de energia elétrica é menor durante a madrugada, mais queremos que o maior número de bombas possível passe a funcionar justamente nesse horário e então seja implantada a irrigação noturna, mais barata. O sistema estará disponível para irrigação durante o dia, mas quem optar pelo consumo extra de energia nesses horários, deverá arcar também com uma tarifação extra”, justifica Carlos Fernandes de Melo Neto.

 

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, explica que a irrigação durante o dia pode ser substituída pela noturna, com um custo de energia elétrica cerca de 80% mais barata. “É muito mais uma questão cultural e de adequar a infraestrutura existente para atender os lotes irrigados de maneira que supra as necessidades hídricas dos cultivos. Para isso será necessário a mudança do sistema de irrigação de aspersão para microaspersão ou gotejamento, além de introduzir cultivos que se adequem aos novos sistemas de irrigação. Esses sistemas seriam automatizados para poder funcionar a noite, sem precisar da intervenção humana. Estamos implantando nos nossos perímetros irrigados em Itabaiana, onde a irrigação automatizada e noturna já vai ser adotada”, afirmou.

 

Na microaspersão ou no gotejamento, que são sistemas de irrigação localizada e fixa, a economia ocorre em diversos aspectos, pois o troca-troca dos sistemas móveis exige mão de obra extra e são perdidos 15% da água depositada nos tubos a todo o momento desencaixados, sem falar que a água lançada longe pelos grandes aspersores convencionais é perdida com a ação do vento, evaporação ou molhando áreas fora do plantio. Outra economia no sistema localizado está na possibilidade de usar a fertirrigação, em que os nutrientes necessários à planta seguem diluídos na água, diminuindo mão de obra e tempo extra para aplicar o adubo manualmente. Segundo as informações dos técnicos agrícolas da Cohidro alocados no perímetro de Canindé, o quiabo e a goiaba são as culturas mais presentes no perímetro e aceitam bem a técnica de adubação.

 

Balde Cheio 2.0

Grupo da Cohidro visitando o projeto piloto do Balde Cheio implantado por Everaldo Mariano – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

No Jabiberi – perímetro da Cohidro onde primeiro foi implantado o sistema de produção de leite, na época espelhando no projeto da Embrapa de São Carlos-SP – a irrigação ainda ocorre com aspersores convencionais e fixos, com as tubulações enterradas sob o pasto para o gado poder circular sem danificar a rede. Já o Balde Cheio implantado no perímetro Califórnia é mais moderno e econômico. O produtor Everaldo Mariano de Souza instalou microaspersores em toda área de pastagem dos 24 piquetes. Para evitar que as vacas danifiquem os pequenos dispositivos, ele montou toda uma estrutura de suporte em madeira e tubulações, que passa por sobre os campos e em altura suficiente para a livre circulação e o pastejo dos animais.

 

“A vocação do homem do campo sertanejo, desde muito tempo atrás, é a da pecuária de leite. Ele pode até aderir à agricultura modernizada pela irrigação, mas têm preferência por guardar um pedaço do lote para o seu gado de leite e assim complementar a sua renda e a subsistência da família com o leite e derivados. Sabendo que em Tobias Barreto a Cohidro já tinha um programa instalado e bem-sucedido, fomos lá conhecer e fizemos o acordo para trazer o técnico agrícola que participou de todo processo de implantação do Balde Cheio lá, o José Reis Coelho. Com isso, mensalmente ele está vindo a Canindé para fazer cursos com os nossos técnicos daqui e os agricultores, mostrando na prática como se monta e como funciona o sistema. Tudo aqui nesse lote de Everaldo”, contou Eliane de Moura Moraes, gerente do perímetro Califórnia.

 

Na época da implantação dos perímetros em Sergipe, 30 anos atrás, a concessão da irrigação aos lotes sempre foi condicionada à produção direta de alimentos, mas a pecuária extensiva, sempre ocupando grandes parcelas de terra, era proibida. Isso antes de aparecer sistemas intensivos como o Balde Cheio, onde 1 hectare de capim abriga 10 animais e pode atingir produtividade acima de 150 litros de leite diários. O campo é subdividido em 24 piquetes em que as vacas pastam a cada dia em um. Ao final do ciclo, o primeiro capinzal está recuperado pela irrigação diária e adubação, pronto para receber novamente os animais.

 

“A Cohidro autorizou a gente plantar esta área de capim. Eu fiz e graças a Deus melhorou minha renda, melhorou minha dificuldade de trabalhar com os bichinhos, que eu sempre gostei de ter uma vaca, mas não tinha onde botar. E hoje, a produção aumentou 100% e o meu trabalho diminuiu 50%. Vai dar certo, apostei e apostei numa coisa certa. Quem quiser investir numa coisa certa, pode investir no Balde Cheio?, garantiu o agricultor irrigante Everaldo Mariano.

 

Transferência de tecnologia

Os parreirais de uva que o presidente Carlos Melo pôde conhecer na quinta-feira também são novidade, já que foram implantados no Califórnia há um ano e meio. Ao completar 1 ano de plantio das mudas de uva, houve a primeira colheita e no final de abril, a segunda. A Embrapa forneceu todas as mudas de variedades precoces, equipamentos de irrigação, madeiramento, insumos usados na fertirrigação e treinamento, que segue até o final do ano pela assistência técnica garantida no convênio de transferência de tecnologia da empresa de pesquisa com a Cohidro. Em Canindé são três campos experimentais com uva e um quarto e mais recente com pera, onde a colheita deve ocorrer daqui dentre 12 a 18 meses.

 

“Fiquei muito satisfeito com o que vi hoje, da modernização dos sistemas visando a economia de água e de energia, e a busca pela introdução de culturas agrícolas que possam dar maior retorno financeiro ao agricultor e assim poder arcar, coletivamente, com o custeio da irrigação em seu lote. Do mesmo modo, foi interessante ver os irrigantes de Canindé, com auxílio dos nossos técnicos, participando de programas federais de aquisição de alimentos da Conab (doação simultânea) e do FNDE (alimentação escolar), com a garantia de preço e compra durante a vigência das chamadas públicas”, avaliou Carlos Melo.

 

Segunda colheita de uva amplia tempo e quantidade de produção

Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.

Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.

Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.

Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.

Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.

Expansão
José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.

Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).

Novos mercados
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.

Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.

Feira da Agricultura Familiar do perímetro de Canindé no Sergipe Rural

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV foi até Canindé de São Francisco mostrar a Feira da Agricultura Familiar que ocorre no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro. A Seidh é a secretaria de estado que organiza esta e outras 23 feiras em todo Sergipe e na parceria, a companhia fornece irrigação, assistência técnica e mobiliza os agricultores para que eles mesmos comercializem na feira.

A Feira ocorre toda quarta-feira, das 6h às 14h, com produtos naturais, recém-colhidos e no precinho de produtor. Já o Sergipe Rural, vai ao ar aos sábados, 7h30, com reprise domingo 8h30 e quarta-feira, 9h.

Califórnia inicia novo ciclo de reuniões com irrigantes atendidos pela Cohidro

Fotos: Andrea Santtos (Califórnia/Cohidro)

Quarta (6) e quinta-feira (7), o Perímetro Irrigado Califórnia promoveu os dois primeiros encontros de mais um ciclo de reuniões periódicas que a gerência local têm realizado. Desta vez, o objeto foi alertar quanto ao consumo correto da água de irrigação fornecida pela Cohidro, discutir a introdução da cultura do milho, a oferta de cursos e a proposta de formação de grupos de Horticultura e Fruticultura, e falar da importância da cooperativa e associações no processo de comercialização.

A primeira reunião reunião, na quarta-feira, ocorreu com os agricultores do Setor 6, área de atuação do técnico Tito Reis. A Segunda, na quinta, nos setores 7-1 e 7-2, onde atua o técnico agrícola Antônio Roberto Ramos. Ainda irão ocorrer mais reuniões nas próximas semanas: dia 12 no Setor 5 e dia 14, Setor 4, do técnico Edmilson Cordeiro; dia 19 no Setor 3, do técnico Joaquim Ribeiro. Dias 21 é no setor de Sequeiro Norte e 26, no Sul, área de atuação do técnico Manoel.

Ao tratar do uso correto da água, a gerente Eliane de Moura Morais se referiu ao desperdício, ocasionado quando são colocados aspersores aguando além das áreas de lavouras e os vazamentos nas tubulações dentro dos lotes. Já se tratando da introdução do milho, os técnicos da Cohidro explicaram a necessidade de adequação da irrigação para este tipo de cultivo.

Ainda foi abordado o tema do associativismo e cooperativismo, que são os meios para que os produtores possam participar dos programas governamentais da compra da produção rural, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab e o Pnae, do FNDE. O primeiro método já possui agricultores do perímetro Califórnia proponentes de projetos pela Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) e Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai), que estão buscando mais irrigantes parceiros para novos projetos.

Última atualização: 8 de junho de 2018 21:53.

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