CONVITE: Bio5, Cohidro e Prefeitura de Canindé lançam o B5-Jovem

Bio 5

Amanhã, 02, a Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5) vai lançar o Projeto B5-Jovem, que tem por objetivo introduzir os filhos dos agricultores orgânicos no processo produtivo que a Entidade desenvolve. A Organização é formada por irrigantes alocados no Perímetro Irrigado Califórnia, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco. Durante o evento, que ocorrerá na Secretaria Municipal de Agricultura, o prefeito Heleno Silva vai dar a autorização à Bio5 para a utilização da área externa do CDT.

O Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) é uma estrutura instalada no Perímetro Califórnia que foi cedida à Prefeitura de Canindé a partir de convênio com a Cohidro. Para o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro, com a Bio5 o espaço voltará a ser mais bem aproveitado pelos agricultores. “A intenção dos produtores orgânicos é de utilizar a área de 2,2 hectares para desenvolver experimentos em adubação orgânica, a partir do plantio de espécies de vegetais leguminosas, visando a recuperação de solos degradados”, informou.

Dentre as atividades que o projeto quer desenvolver, em prol dos integrantes do B5-Jovem, está o Curso de Empreendedorismo Rural que o grupo vai receber do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que também vai ser lançado no evento desta quinta-feira. Segundo o técnico agrícola da Cohidro Tito Reis, que acompanha o trabalho do grupo, “a capacitação tem foco no processo de comercialização dos produtos orgânicos cultivados pelos agricultores, preparando estes membros familiares em técnicas de venda, conservação, normas de higiene e exposição de produtos, para feiras livres e agroecológicas”, revelou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, o fator primordial do Projeto está no fato de ser uma iniciativa que está partindo dos orgânicos da Bio5. “São eles que estão correndo atrás destas melhorias. Vêm até nós, procuram o prefeito Heleno Silva, o secretário da Agricultura Esmeraldo Leal, requisitando e cobrando ações que lhes deem meios para produzir mais e com melhor eficiência. Exemplo disso é este espaço que conquistaram com a Prefeitura onde pretendem, por exemplo, plantar e produzir a própria torta de mamona, que hoje eles compram para usar no plantio de mudas de hortaliças”, esclareceu.

O prefeito Heleno Silva lembra que não é a primeira vez que vai atender uma reinvindicação da Bio5. “Mês passado sancionamos a Lei, votada pelos vereadores de Canindé, que reconhece esta Entidade como de Utilidade Pública Municipal e estamos oferecendo todo apoio para que eles recebam a autorização do SMI (Sistema Municipal de Inspeção) para produzir e vender os seus produtos de origem animal. Não é bondade nossa, estamos dando meios para que eles gerem renda dentro do Município, executando este trabalho inovador que só trás benefícios para a alimentação e a saúde do cidadão de Canindé”, concluiu.

 

Serviço:
O que: Lançamento do Projeto B5-Jovem e autorização de uso de área no CDT do Califórnia
Onde: Na Secretaria Municipal de Agricultura de Canindé de São Francisco
Quando: 2 de julho, quinta-feira, a partir das 9h

BIO5 recebe nova área da Cohidro e é reconhecida como Utilidade Pública

Já é notável o entusiasmo dos produtores que serão beneficiados

Agricultores da Bio5, técnicos da Cohidro e Defesa Civil do Estado visitam nova área

Os produtores da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5) – alocados no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco – receberam oficialmente, no último dia 10, a autorização da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) para o uso de uma área de terra como uso coletivo. O objetivo do grupo de agricultores irrigantes é o de implementar cultivos orgânicos em carácter experimental.

Em tempo, os produtores também receberam do prefeito Heleno Silva o documento que sanciona a Lei que reconhece a BIO5 como sendo uma entidade de Utilidade Pública Municipal, que lhes dará benefícios como a isenção de impostos e autorização do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), para comercializar produtos orgânicos de origem animal e alimentos processados, como doces e saladas prontas.

Para o gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro, o projeto só trará benefícios. “Os agricultores orgânicos do Projeto Califórnia, irão ter mais uma produção próxima à área urbana, assim beneficiando a população com a compra desses produtos. Da mesma forma que com a autorização de comercialização possibilitada pelo SIM, eles vão poder conquistar mais mercados, além da venda dos animais vivos. Isso vai incentivar outros produtores a aderirem à criação por métodos agroecológicos”, opinou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, agradeceu à Câmara de Vereadores de Canindé e ao Prefeito pela aprovação da Lei, que reconheceu a Bio5 como de “Utilidade Pública Municipal”. “O Companheiro Heleno e os nobres vereadores, sem dúvida, já devem ser grandes conhecedores deste importante trabalho realizado por estes agricultores orgânicos. Nós da Empresa fazemos o possível para favorecer e ajudar nessa iniciativa, como fizemos ao ceder a área para o trabalho deles. Gostaríamos até de poder contar com mais recursos, para poder ajudar ainda mais estas famílias de produtores que estão crescendo economicamente e fornecendo alimento saudável à comunidade”, reforçou.

Nova área

Entusiasmado o tesoureiro da Associação, Glicério Caetano Filho, revelou que “Todos estamos empenhados por causa do terreno, domingo iremos começar a arrumá-lo. Todo mundo vai trabalhar em prol das hortaliças orgânicas”, informa. O terreno que a Bio5 recebeu da Cohidro será um campo experimental não só para os orgânicos, mas também na criação de frango no modelo agroecologico.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, justificou ser merecida a concessão da área, junto a cede do Perímetro, para a Associação de Orgânicos. “A Bio5, antes de tudo, elaborou um completo projeto explicando os fins e objetivos de requerer o uso da área. Nós da direção da Empresa entendemos que seria válido o aproveitamento deste espaço para um fim produtivo e que vai favorecer bastante o trabalho do Grupo. Esses irrigantes estão trabalhando e progredindo na agricultura orgânica e noutras atividades produtivas a cada dia, não resta dúvida do empenho e dedicação dessas famílias”, concluiu.

Segundo Tito Reis, técnico agrícola da Cohidro que acompanha o trabalho da Bio5, uma das funções da área solicitada, será plantar mamona, gliricideas, capim guandu, leucemia e outras culturas, que vão servir como adubo orgânico, para recuperação dos solos muito saturados, nas áreas dos produtores orgânicos. “Na área também serão plantadas hortaliças com experimentos que caso deem certo já serão aplicados nos lotes. O local também servirá de visitação dos canteiros que irão construir em regime de mutirão”, explicou.

Utilidade pública Municipal

Tito Reis também revela a importância, para os agricultores da Bio5, da Lei sancionada pela Administração Municipal. “Agora eles vão poder abater, seguindo as normas sanitárias e sob a fiscalização do SIM, os frangos que eles já criam seguindo métodos agroecológicos. Poderão comercializar com segurança os ovos da mesma forma. Tem ainda a produção de doces caseiros e as saladas processadas que agora terão a certificação necessária pra alcançar novos mercados”, explicou.

Para o também produtor Gercino Teles, a qualidade dos alimentos, principalmente a do frango abatido será notável. “A nossa carne agora será diferenciada, terá mais qualidade, e é muito bom poder levá-la para a mesa do consumidor. Eu tenho certeza de que vai dar tudo certo, foi Deus quem mandou a BIO5 pra cá. Agradeço muito à Cohidro por estar também nos apoiando,” completou o agricultor que agora vai criar galinha caipira orgânica, para comercializar o produto já processado, além dos ovos, quando tiver o SIM.

Para o prefeito de Canindé, Heleno Silva, o motivo de aprovar a Lei votada na Câmara de Vereadores, vem do cunho social já exercido pela Bio5. “Nestes pouco mais de um ano de existência, esta Associação tem se mostrado verdadeiramente de ‘utilidade pública’, ao mudar as perspectivas dessas famílias rurais. Esses novos ramos de negócios abertos com o apoio insistente da Cohidro, através da agricultura orgânica, estão fazendo com que os produtores melhorem sua condição social. Com isso, ganha o Município com a geração de renda e ainda mais com o aumento da qualidade dos alimentos que eles produzem e que tem no mercado local sua principal demanda”, enfatizou.

 

Cohidro estimula venda de doces em Canindé

Doces comercializados na feira

Os agricultores orgânicos de Canindé de São Francisco, que compõem a Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5) inovaram mais uma vez neste sábado, 24, ao passarem a oferecer também os doces caseiros que produzem, em suas bancas de produtos naturais na Feira Livre da Cidade. Todos são produtores irrigantes alocados no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Cohidro no Município.

Seis associados da Bio5 já possuem autorização do MAPA para produzir e comercializar – diretamente ao consumidor – hortaliças orgânicas, através da Organização de Controle Social (OCS) criada em 2014. Dessa oferta de alimentos cultivados livres de agrotóxicos, Cohidro e Associação conseguiram, junto à Prefeitura, espaço exclusivo Feira, para a venda destes produtos.

Cada vez mais produtores inspirados no sucesso e dedicação dos seis pioneiros da BIO5, estão aderindo ao grupo, com novas ideias e produtos para inovar a oferta e variedade de artigos que a Associação virá a oferecer, baseados na produção orgânica. Assim foi com a criação da galinha caipira orgânica e agora virá com o adendo ao grupo do casal Adenilza (Nilza) Barbosa e Valmir Matos, acrescido da ajuda da filha Esther Barbosa.

Dona Nilza produz, com a ajuda da família, doces artesanais a partir de ingredientes naturais cultivados no próprio lote dentro do Califórnia. Agora integrando a BIO5, ela passou a oferecer suas “delícias” na Feira, nos sabores: Goiaba, Abacaxi, Mamão, Banana, Acerola e Leite. O lançamento do produto foi um sucesso e não deu para suprir o desejo de todos que quiseram comprar. “Sábado que vem tem mais!”, avisa ela ao frequentadores da Feira.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cohidro supera 2 mil toneladas de alimentos doados pelo Frutos da Terra

Irrigação na Cohidro

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), acaba de superar as duas toneladas de alimentos comprados da agricultura familiar e repassados a entidades beneficentes, pelo método de “Doação Simultânea”. Só neste ano foram 447 toneladas, que beneficiaram mais de 15 mil pessoas em insegurança alimentar e geraram renda de R$ 1 milhão para 156 produtores. Estes números, que em 2015 têm a possibilidade de dobrar, são exclusivos aos projetos assistidos pelos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

No Governo do Estado este trabalho de acompanhamento do PAA é feito pelo “Programa Frutos da Terra” e através dele a Cohidro, desde 2008, auxilia os seus produtores irrigantes a formalizarem os contratos com a Conab. Na “Doação Simultânea” a Conab remunera o agricultor para que este repasse sua produção agrícola diretamente às entidades beneficentes por um período de 12 meses. Consiste em um acordo entre as associações de produtores dos perímetros e as instituições que atendem famílias carentes, seja pela doação de cestas de alimentos, como acontece em associações de moradores, ou pelo fornecimento de refeições diárias, como em creches, asilos ou hospitais.

Atualmente são quatro projetos de PAA – Frutos da Terra em vigência por intermédio da Cohidro e que vigoram até 2015. Em Lagarto, 50 agricultores da Cooperativa de Comércio e Produção dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí, durante o período do contrato, vão receber o total de R$ 324,4 mil para fornecer mais de 160 toneladas de alimentos a seis entidades receptoras, uma delas é a Associação de Sócio Desenvolvimento Artur Reis, instalada no próprio município. Já em Itabaiana serão R$ 678,4 mil de remuneração aos 106 irrigantes – do Perímetro Poção da Ribeira e inseridos em outros três projetos – que abastecem seis entidades locais e também ao Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros, com quase 286 toneladas de produtos.

Segundo Sandro Luiz Prata, chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, “nestes sete anos em que são formalizados os contratos do PAA – Frutos da Terra nos perímetros da Empesa, além das 2 mil toneladas comercializadas, foram 934 agricultores beneficiados com a compra da produção que, por sua vez, beneficiou quase 80 mil pessoas em insegurança alimentar. Ao todo, foram investidos – só nestes projetos elaborados por intermédio de nossa Companhia – R$ 3,8 milhões em recursos do Governo Federal, através da Conab e oriundos do ‘Fome Zero’, para a aquisição dos alimentos”, informou.

Ele prevê que em 2015 os novos projetos atinjam a meta de R$ 2 milhões negociados durante o ano pelo PAA – Frutos da Terra, aumentando o volume de alimentos, assim como a quantidade de pessoas atendidas com as doações. “Estes números tendem a aumentar quando os outros perímetros vierem também a participar formalizando novos projetos. O aumento do teto máximo do que pode ser gasto em cada projeto – agora em R$ 2 milhões – e a vinda da Superintendência da Conab para Sergipe, que começou a operar em definitivo agora em janeiro, são outros dois fatores que só vem a contribuir com isso, sem falar da nova norma que permite agora que os projetos em vigência sejam prorrogáveis por mais um ano”, relacionou o chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro.

Sandro Prata ainda explica que existem regras a serem consideraras na formalização de novos projetos. “Primeiro é preciso que as entidades a serem beneficiadas atendam aos requisitos das normativas em vigência, aprovadas pelo Grupo Gestor do PAA (GGPAA) e façam parte da rede socioassistencial municipal. Do outro lado, são somente as associações e cooperativas de produtores formalizadas e que possuam sua Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) – Jurídica que poderão participar como proponentes e fornecer os alimentos”, completou.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o PAA – Frutos da terra, além do caráter assistencial, auxilia o agricultor na formação de renda. “O produtor vende seus produtos à Conab obedecendo a uma tabela fornecida pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), com valores alheios às variações geralmente provocadas pela especulação dos atravessadores. Assim, quem planta e faz parte de um projeto, não só tem a certeza de comercialização dos seus produtos, como também será remunerado por um preço justo. Isso virá por repercutir na sustentação de preços nas vendas particulares, firmadas pelos agricultores dos perímetros irrigados e pelos de fora deles também”, reforçou.

Orgânicos

São aceitos pelo PAA produtos alimentícios para o consumo humano in natura da safra vigente, alimentos processados ou industrializados na própria unidade produtora e ainda sementes e mudas. De cada agricultor familiar a Conab, por norma, adquire até R$ 8 mil pela “Doação Simultânea” ao ano, isso quando a produção agrícola é convencional. Já quando se trata de produtos orgânicos, esse limite sobe para R$ 12 mil. O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, destaca que o produtor orgânico não gera excedentes ao mercado e principalmente obtém preços mais competitivos para sua produção através do Frutos da Terra, que ainda orienta que se busquem entidades beneficentes próximas ao agricultor na hora de formalizar projetos, facilitando a entrega.

“Para o produtor rural do interior, longe das feiras orgânicas da capital, fica difícil escoar a produção. O Frutos da Terra facilita e garante o retorno do investimento para aqueles que fizeram a conversão de sua produção para o método orgânico. Tanto tem um teto para a compra da produção orgânica maior, como também a Conab paga mais pelo produto, pois há o acréscimo de 30% acima do valor do convencional”, expôs João Quintiliano, relembrando que “o primeiro projeto de ‘Doação Simultânea’ de orgânicos, assistido pela Cohidro no Estado, foi proposto em 2011 no Perímetro Piauí, pela Associação de Produtores dos Orgânicos de Lagarto, sendo aceito desta vez e nos dois anos subsequentes”, acrescentou.

Canindé

Em outubro, Cohidro e Conab foram até Canindé de São Francisco para se reunir com os produtores irrigantes do Perímetro Califórnia, na intenção de apresentar as opções e vantagens ao agricultor em participar do PAA – Frutos da Terra. Na ocasião, o superintende em Sergipe da Estatal Federal, Emanuel Carneiro, informou que existem outros métodos de compra da produção rural, em que a Companhia Federal atua, as quais possuem seus próprios limites de valores para compras por produtor, não cumulativos ao da “Doação Simultânea”.

“A Conab também faz a compra direta de milho, feijão, farinha de mandioca e outros não-perecíveis. Alimentos que posteriormente são doados em cestas básicas ou na venda em balcão para fabricar a ração animal. Ainda há a ‘Formação de Estoque’, onde a Conab paga pela produção do agricultor no momento de plantar, que em um ano devolve este valor com acréscimo de 3% de juros”, explicou o Superintende Emanuel Carneiro, que quer voltar à Canindé no início de 2015 à espera de que, na próxima reunião, se inicie um novo projeto do PAA – Frutos da Terra. Tudo indica que a primeira compra com “Doação Simultânea”, no Perímetro Califórnia, será de produtos orgânicos, diante do interesse da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5).

“Encontramos mais dificuldades do que quem produz os convencionais, principalmente no inverno, em que a chuva e o frio causam a perda de muitos produtos. O nosso custo é maior e na feira nem todo cliente sabe valorizar o orgânico. Temos condição de produzir verduras semanalmente, mas ainda plantamos pouco, por termos um mercado pequeno, que só atende a feira de Canindé. Se a Conab puder comprar da gente por estes programas, garantindo ainda a valorização por ser orgânico, será um ótimo incentivo para a gente”, colocou Marli Soares, presidente da BIO5, entidade constituída por 10 produtores orgânicos do Califórnia. Seis deles já integram uma Organização de Controle Social (OCS), a qual atesta a venda direta de orgânicos ao consumidor e também é aceita no PAA – Frutos da Terra.

Irrigantes da Cohidro vão produzir galinha orgânica no Alto Sertão

Mutirões

Após conquistarem a “Declaração de Cadastro de Produtor Vinculado à OCS (Organização de Controle Social)”, para produzirem e comercializarem produtos agrícolas sob a denominação de “orgânicos”, os irrigantes pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado Califórnia, estão diversificando sua produção com a introdução da “galinha de capoeira”,criada pelo sistema agroecológico e com a orientação técnica da Empresa em Canindé de São Francisco.

Eles fazem parte da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5) e da OCS que foi oficializada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no último dia 28 de agosto. A partir dessa regulamentação, os agricultores ficam autorizados à comercialização dos produtos orgânicos que plantam, por meio da venda direta ao consumidor, ou pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab) e ainda através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), este gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A novidade surgiu quando o grupo inicial de cinco produtores – o qual motivou o nome fantasia “BIO5” para a associação – acolheu uma sexta integrante: Valdenice de Jesus Meneses, que com o marido, Thiago dos Santos Araújo, já tinham uma concepção agroecológica de produção, no manejo das aves criadas no fundo do quintal. “A alimentação delas era feita com milho, restos de culturas, restos de frutas. Também colocava na água de beber o limão, alho e arruda, para previr doenças, isso o tempo todo, não esperava aparecer a doença para usar”, conta a agricultura que influenciou os demais integrantes da BIO5. Agora todos usam da experiência dela, associada a novas tecnologias que estão buscando, para diversificar a produção orgânica.

Capacitação

Evento anual promovido pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus São Cristóvão, a III Semana de Agroecologia foi realizada de 19 a 22 de agosto, teve a participação dos agricultores da BIO5, assistindo palestras, debates e participando de minicurso sobre avicultura orgânica. O grupo também tem ido conhecer outras áreas de produção de galinha de capoeira, através de intercâmbios técnicos no Perímetro Piauí da Cohidro, em Lagarto. Também fizeram visitas a produtores de Ribeirópolis e Olho D’Água do Casado, em Alagoas, sob a coordenação dos técnicos da Companhia.

O Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Bezerra Cordeiro, conta que o sucesso das ações desenvolvidas é fruto de um trabalho integrado da equipe da Cohidro e dos agricultores. “Objetivando qualificar esses agricultores na atividade orgânica, de forma que eles enxerguem sua área agrícola como um empreendimento rural, a Empresa vem buscando parcerias com oferta de capacitações que atendam a demanda dos agricultores familiares e o apoio da Secretaria Municipal da Agricultura de Canindé, que está contribuindo na realização de algumas demandas dos agricultores, fortalecendo com isso as atividades do grupo“, informou.

Para a gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, Sônia Loureiro, este interesse dos agricultores por qualificação é consequência do trabalho de assistência técnica executado pela Cohidro. “Em cada perímetro colocamos um técnico especificamente para acompanhar as atividades diárias durante a fase de implantação das unidades produtivas, como na elaboração de receitas de produtos alternativos para combater pragas e doenças, preparação de compostos, biofertilizantes, práticas de conservação de solo, implantação das barreiras vivas. Este resultado está sendo muito gratificante, só me faz ver que aquela semente da agroecologiaque plantamos em Canindé, já faz algum tempo, frutificouna BIO5”,numerou Sônia.

Benfeitorias

Iniciando pela criação de galinhas de Valdenice de Jesus como projeto piloto, a BIO5 está promovendo mutirões para construção dos piquetes que serão usados para a produção de frangos em ambiente controlado, como explica o técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis, que acompanha e orienta o grupo. “Na propriedade de Valdenice serão quatro piquetes de 1.080 metros quadrados cada, onde haverá um abrigo circular coberto para a dormida das aves e outras quatro coberturas menores para abrigar os cochos. Cada piquete terá capacidade para 550 galinhas, mas buscando o conforto e acesso farto ao alimento, só irão ser postas 100 aves por piquete”, relata.

Por se tratar de uma produção orgânica, estão sendo buscadas alternativas sustentáveis para as instalações, como a utilização de bambu nas cercas que dividem os piquetes e nos abrigos, mas a adaptação acontece também com anutrição das aves. “Nos cercados vai ser plantado capim para auxiliar na alimentação das galinhas, que já era baseada em milho e restos culturais do cultivo orgânico da propriedade. Uma área irrigada com milho orgânico já está preparada. A intenção é utilizar só dois dos quatro piquetes por vez, enquanto um recebe as aves, que se alimentam do pasto, o outro estará em período de repouso, fazendo a troca de piquete a cada 30 dias”, complementa Tito Reis.

Segundo os estudos feitos pelo grupo, vai levar de quatro a cinco meses para as aves crescerem até o abate, tempo muito superior dos até 39 dias que leva um frango de granja.Isso está relacionado pela não opção por raças melhoradas e técnicas que priorizem somente o ganho de peso, a exemplo do uso de aviários climatizados e ração enriquecida com aditivos químicos industriais.“Mas não vamos dispensar as tecnologias, eu mesmo faço a produção de pintinhos usando a chocadeira e vou criar – a partir de agora – as galinhas em cercados para poder controlar melhor o que elas comem e facilitando o recolhimento do esterco orgânico, que vai ser usado na horta”, esclareceu a produtora Valdenice.

Valor agregado

Por si só, a galinha rústica, de quintal, já oferece vantagens popularmente aceitas em relação àquela de granja comercial – de postura ou de engorda – seja pelo sabor mais acentuado ou pela rigidez, cor e textura do produto. Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considera este diferencial algo fundamental no projeto da BIO5. “Todos sabem que o frango e os ovos de capoeira são bastante requisitados pela clientela e até permitem que o seu valor de venda seja superior aodos produzidos em escala industrial. O que os produtores da BIO5 querem é oferecer alimentos que reúnam todas as vantagens já culturalmente reconhecidas na criação caipira, associada à segurança do produto orgânico, autenticada pela OCS formada por eles”, opinou.

Presidente da BIO5, Marli Soares dos Santos Pereira, disse que os outros cinco produtores da Associação e pertencentes a OCS estão entusiasmados com o projeto que teve início na criação de Valdenice. “Até agora a gente só produzia e vendia hortaliças e frutas, mas queremos ampliar nossa oferta com agalinha orgânica e de capoeira, criada com técnicas sustentáveis e sem aditivos químicos. A gente está confiando muito na produção, usando métodos agroecológicos e com os pastejos rotativos.A certidão da OCS ajudará muito, a gente vai ter como dizer que é orgânico na hora de vender, por um preço mais justo, porque só a palavra não convence”, justificou Marli.

Irrigantes da Cohidro são autorizados à venda de orgânicos em Canindé

Quinta-feira de mais uma conquista para a Associação Sergipana de Orgânicos – BIO5. Nestes 28 de agosto, na Secretaria Municipal de Agricultura de Canindé de São Francisco, seis agricultores irrigantes alocados no Perímetro Irrigado Califórnia – da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) -receberam do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a “Declaração de Cadastro”, que os autoriza à venda direta de produtos orgânicos. Participaram da solenidade, diretores da Cohidro, Mapa, Secretária de Agricultura e o prefeito Heleno Silva.

Agora eles fazem parte de uma Organização de Controle Social (OCS), entidade que também adquiriu certificado de registro junto ao Mapa na ocasião. Com o documento individual, a ser apresentado no ponto de venda, esses produtores orgânicos tem seus produtos autenticados como sendo de origem agroecológica, cultivados sem o uso de agrotóxicos e sob o controle de pragas e doenças usando técnicas alternativas e sustentáveis à vida no campo e com o meio ambiente.

Os agricultores e as pessoas de seu grupo familiar poderão comercializar em feiras, em suas propriedades, de porta em porta e ainda poderão participar do regime especial -para produtos orgânicos – nos Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Frutos da Terra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e também para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), onde tem acréscimo de 30% sobre o preço do produto convencional. Para o chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa, André Barretto Pereira, alguns fatores foram essenciais para possibilitar que a BIO5 fosse aceita como uma OCS.

“Eles terem uma assistência técnica avaliza a produção orgânica.Também tem o fato de estarem organizados em uma associação ea regra para esta associação é ter um estatuto, constatado pelo Mapa, um plano de manejo orgânico e todos teremo cadastro de produtor familiar, que é a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf)”, relata André Barretto, considerando como critério o amparo dado pela Cohidro à BIO5, que tanto motivou sua fundação, como prestou o auxílio tecnológico para possibilitar a conversão das produções para o método agroecológico.

Sônia Loureiro, gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, declarou que “foi em Canindé a primeira semente plantada por nós quanto à produção orgânica, isso antes de existir OCS. Lagarto, merecidamente, se destacou entre os perímetros da Cohidro neste quesito, mas foi aqui, anos atrás, que tudo começou e agora se qualificam, tem o trabalho reconhecido e estão preparados para comercializar seus produtos orgânicos”, revelou, garantindo às autoridades presentes, que as medidas de controle agroecológico foram tomadas pelos agricultores que assiste. “Todos tem sua barreira de proteção natural implantada, já que vão conviver com a realidade dos produtores vizinhos, de produção convencional e usando agrotóxicos”, informa.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, parabeniza os produtores pela conquista, confiante no crescimento do movimento agroecológico em Canindé. “Tenho conhecimento que a Associação BIO5 começou, como o nome diz, com cinco produtores, hoje já somam 10 e tem mais irrigantes querendo participar. Seis destes estavam preparados para receber este documento do Mapa que os garante a venda como orgânicos. Logo, logo mais pessoas verão vantagem em produzir sem o uso de agrotóxicos, que é o mais correto quando estamos falando da agricultura familiar onde, quase sempre, são lavouras associadas às moradias”.

Pioneira agricultura, que utiliza métodos agroecológicos para produzir hortaliças em Canindé, é Maria Aparecida Nascimento Santana, mais conhecida como Cida. Ela foi um dos produtores que receberam o certificado de cadastro de inclusão à OCS. Para ela, o documento vem por atestar definitivamente o trabalho que já vinha fazendo. “Eu já tinha aqueles clientes que nos conhecem e sabem que o produto é natural, mas agora o povo vai confiar mais na gente mesmo sem precisar ir ver como a gente trabalha. Produzir sem agrotóxico é mais difícil, a gente tem muita perda e por isso o preço também tem que ser diferente”, argumenta.

Marli Soares dos Santos Pereira, escolhida pelo grupo para ser a primeira presidente da recém-criada BIO5, reforça a questão do valor agregado que ganhará seus produtos orgânicos com o documento que ela também recebeu. “Pretendo conseguir uma renda melhor, um preço mais justo, pois não compensa produzir como orgânico e vender como convencional. Agora a gente vai ter como dizer para quem compra que é orgânico, pois só a palavra não convence.Com o certificado isso é diferente”, comentou a agricultura que hoje produz agroecologicamente hortaliças e frutas, mas que pretende implantar, assim como os outros produtores da Associação, a criação de galinhas caipiras orgânicas.

Técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis foi o principal motivador para a criação da BIO5 e este reconhecimento documentado pelo Mapa.Na cerimônia ele falou da importância e mérito que tem a agricultura para o País. “O povo de outros países do mundo tem líderes políticos, militares para se espelhar. No Brasil, temos que nos espelhar no trabalho daqueles que contribuem para essa produção agrícola prosperar, me refiro aqui a esses produtores orgânicos, agora certificados, e nos colegas que trabalham comigo na Cohidro”, relatou.

Espaço para comercialização

Secretário de Agricultura de Canindé, Heráclito Oliveira, considera uma conquista não só para os produtores, mas para o agronegócio de Canindé e disse que pretende interferir, através de sua Pasta, para auxiliar os produtores orgânicos. “Começa aqui uma nova era para agricultura do município, uma iniciativa que vai por no mercado produtos de maior qualidade. Nossas ações de apoio serão a introdução da feira de orgânicos e a comercialização pelo PAA”, comentou, citando o Programa da Conab que a partir de suas novas resoluções, dependerá de uma atuação muito maior das administrações municipais.

Heleno Silva, prefeito de Canindé, reforça este compromisso e até anuncia novos espaços para a comercialização dos produtos orgânicos. “É muito importante este trabalho que a Cohidro vem desenvolvendo em nosso município, sobre a valorização dos produtos orgânicos. Nós vamos criar um espaço na feira livre, só para este pessoal apresentar seus produtos e também em uma área que vamos criar aqui de artesanato, de doces, voltada para os turistas. Esta iniciativa é muito importante, por parte da Cohidro, do Governo do Estado, que tem como objetivo principal a saúde pública e a gente quer parabenizar por este trabalho”.

Cohidro presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) esteve presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe, representada pelos seus irrigantes e técnicos. O Evento aconteceu nesta sexta-feira, 22, no Instituto Federal de Sergipe (IFS) no Campus de São Cristóvão. Com a cooperação do Sebrae e apoio da Cohidro, a Instituição reservou este dia para reunir e motivar a troca de experiências entre os produtores e fez parte da “III Semana de Agroecologia”, que desde o dia 20, vinha realizando palestras, debates, oficinas e minicursos, voltados aos acadêmicos, técnicos e agricultores.

Presidente da comissão organizadora da III Semana, a Professora Msc. Marisa Borin da Cunha revelou que o Encontro de Agricultores ocorreu dentro das expectativas de público e alcançou seus objetivos. “Dentre agricultores, técnicos e estudantes que também tiveram interesse de participar, foram cerca de 70 pessoas. A intenção era de que os produtores orgânicos tivessem espaço para expor suas experiências, suas conquistas e reivindicar – aos representantes dos órgãos públicos presentes – suas necessidades. Pela quantidade desses produtores que vieram dar seus relatos e o outro quantitativo que se dispus a fazer perguntas, acreditamos que conseguimos. Nos demais dias de evento, participaram das atividades outros 185 inscritos”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considerou bastante produtiva a participação da Cohidro no evento realizado pelo IFS e Sebrae, garantindo que a Companhia está sempre disposta a colaborar e participar de eventos do setor agrícola. “Se buscam beneficiar e levar a experiência para o produtor orgânico e a agricultura familiar, estão caminhando para o mesmo rumo tomado por nós, que temos como principal foco contribuir com o pequeno produtor. Esta conversão do uso do agrotóxico na produção convencional, para o método agroecológico é uma briga já comprada por nós há algum tempo em nossos perímetros irrigados, onde frequentemente novos produtores aderem à ideia por meio do incentivo de nossos técnicos e agrônomos”.

PAIS

Pela manhã, o Encontro foi destinado a exposição de resultados e debate sobre o projeto de Produção de Alimentos Integrada e Sustentável (PAIS) do Sebrae, que forneceu os kits para a montagem de 300 unidades em todo Estado, 99 destes em cooperação com a Cohidro, nos lotes de produtores alocados nos seus perímetros irrigados. Maria Terezinha Albuquerque é quem coordena o Projeto na Companhia de Irrigação. “Baseado em sistema de produção agroecológico e voltado à agricultura familiar, o PAIS tem todos os requisitos para o cultivo de alimentos orgânicos e corresponde ao método adotado pela maioria dos produtores do gênero em Sergipe”, revelou.

José Raimundo Pereira de Matos é técnico agrícola da Cohidro no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto e trouxe ao Evento os agricultores irrigantes Delfino Batista e João Pacheco, dois dos mais bem sucedidos produtores orgânicos que atuam nesta unidade da Companhia. “Aqui eles podem trocar conhecimento, as experiências que deram certo e que tem resultados diferentes de região para região no Estado. Em Lagarto, por exemplo, o que mais deu certo foi adaptar o PAIS para a produção de galinhas caipiras. Fomos os primeiros a receber os kits, como já fazem mais de quatro anos, as galinhas de postura originais já foram substituídas por estas raças mais rústicas e apresentaram bons resultados”.

Delfino Batista deu seu relato – no Encontro – de como se sucedeu essa adaptação do PAIS a sua realidade no Perímetro Piauí. “Crio perto de 100 galinhas caipiras, por isso eu e outros produtores tivemos que aumentar o galinheiro do PAIS, em alvenaria, para também evitar os roubos. Não é mais aquele galinheiro redondo rodeado pelos canteiros, mas segue o mesmo estilo: o adubo servindo para horta que depois ajuda a alimentar as galinhas”, conta o produtor que também integrou a plantação a criação de ovelhas. Um dos pioneiros, ele cultiva alimentos orgânicos e vende em feiras agroecológicas em Lagarto e na capital Aracaju, inclusive na sede da Cohidro.

OCS

Organização de Controle Social (OCS) é o instrumento criado, por Decreto Federal, que elimina a necessidade dos pequenos produtores orgânicos terem que arcar com os altos custos dos institutos de certificação orgânica. André Barretto Pereira é coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe (CPOrg-SE) e chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa. Ele expos os dados de que já são 20 OCS em Sergipe, presentes em 16 municípios e compostas por 228 produtores orgânicos. A mais nova delas é a BIO5, formada por agricultores irrigantes da Cohidro no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco que já estão cadastrados no Mapa e recebem seus certificados na próxima quinta-feira, 28, em cerimônia na Secretaria de Agricultura do município, a partir das 9 horas.

Presidente da BIO5 e representando os agricultores orgânicos do Perímetro Califórnia, Marli Soares dos Santos Pereira reiterou, no Encontro, o apoio da Companhia de Irrigação para o surgimento da nova OCS em Canindé. “A Cohidro está sempre lá contribuindo com a gente, com a presença dos técnicos, como Tito Reis, Terezinha Albuquerque e a Drª. Sônia Loureiro. Não imaginava que existia esse apoio como o da Cohidro nos dando o ‘sombrite’ para construir nossas estufas, que todos nós já temos para produção de mudas e construídas por meio de mutirões entre produtores”, relatou.

III Semana de Agroecologia

Na quinta-feira, 21, 15 agricultores irrigantes, alocados no Califórnia, em Canindé participaram – dentro da “III Semana de Agroecologia” – do minicurso “Criação de Galinhas Caipiras”, ministrado pelo Professor Dr. Claudson Oliveira Brito, da UFS. O técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis foi quem promoveu a vinda destes produtores, tanto neste dia como ao Encontro de Produtores na sexta-feira, quando também relatou um pouco da sua atuação para formação da OCS no Perímetro. “Atualmente auxiliamos os produtores da BIO5 à compra de alguns equipamentos para medir a acidez e condutividade elétrica do solo e da água de irrigação, para quando haver necessidade, ser feita a devida correção do PH por formas alternativas e agroecológicas”, expôs.

Aspoagre

Manuel Messias, conhecido como Seu Lelé, pratica a agricultura utilizando métodos agroecológicos desde 1985 em sua propriedade atendida pelo Perímetro Irrigado da Ribeira, em Areia Branca. Essa experiência contou muito para a formalização, em 2006, da Associação Dos Produtores Orgânicos do Agreste (Aspoagre), que reúne ainda produtores de Itabaiana e Malhador, instalados no Perímetro Jacarecica II, também da Cohidro. Para o agricultor, que por meio da Entidade tem sua produção orgânica garantida em instituto certificador, nunca é demais buscar experiências em encontros como o realizado pelo IFS.

Seides e Mapa se reúnem com orgânicos da Cohidro em Canindé

Fotos: Felipe Coringa – Ascom/COHIDRO

Iniciativa técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), de viabilizar o cultivo agroecológico para horticultores do Perímetro Irrigado Califórnia – em Canindé de São Francisco – despertou a atenção da Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides). A Entidade pretende viabilizar duas Feiras da Agricultura Familiar exclusivas para orgânicos, em convênio com a Prefeitura Municipal na capital sergipana e se reuniu, nesta terça-feira, 20, com estes agricultores de Canindé. Encontro que contou também com a presença do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que trata da regulamentação da produção orgânica a nível nacional.

Para que os produtores orgânicos tenham autorização para a venda direta de alimentos agroecológicos, eles necessitam formalizar uma Organização de Controle Social (OCS), grupo que coopera entre si na orientação e fiscalização dos métodos de cultivo e tratos culturais, para garantir um produto livre da adição de aditivos ou defensivos químicos. Formalizado o grupo, aí então cada agricultor é cadastrado pelo Mapa, o qual atesta a OCS, com certificado de registro individual, à venda direta ao consumidor.

André Barretto Pereira, Chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa em Sergipe e Coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe ( CPOrg-SE), foi em Canindé ver de perto o trabalho de conversão ao cultivo agroecológico desenvolvido pela Cohidro, em visita – que sucedeu a reunião – aos seis lotes dos produtores que formam a recém criada Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5). Para ele, estes agricultores estão no caminho certo rumo à formalização e já tem requisitos além do necessário para criar a OCS, ao fundar uma associação de produtores.

“Vim aqui para consolidar a OCS e vi um grupo motivado, organizado e buscando uma melhoria, que agora estão buscando uma forma de legalizar para vender seus produtos como orgânicos.”, relatou André Pereira, que elogiou a organização e mobilização dos produtores, que promovem reuniões e visitas entre si periodicamente. Ele também orientou quanto à regra geral que qualifica os cultivos agroecológicos. ”A legislação determina que deve ter um período de conversão de um ano para verduras e de um ano e meio para frutíferas”, relaciona o Coordenador da CPOrg-SE, sobre o tempo que leva para uma plantação deixar de ser convencional após a suspensão do uso de agroquímicos.

Sônia Loureiro, gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro qualificou como muito importante a visita dos dirigentes do Mapa e anunciou que outros encontros ocorrerão. “A gente tem o trabalho de incentivar, convencer, orientar, levar as alternativas que qualifiquem estes produtores como orgânicos, mas quem atesta é o Ministério da Agricultura que, junto dos próprios integrantes da OCS, também fiscalizam a autenticidade do cultivo orgânico. Esta reunião foi a primeira, mas estão programados outros encontros. Um no perímetro Piauí em Lagarto, no dia 10 de maio e depois se reencontrarão no Jacarecica II em Malhador, com data a ser marcada. Lá os agricultores já tem autorização para venda de orgânicos, mas o Mapa vai vistoriar o andamento dos trabalhos, além deles também serem cadastrados para fornecer seus produtos a nova Feira da Seides”.

Feira da Agricultura Familiar
Técnico do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Dsan) da Seides e coordenador estadual do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA-Frutos da Terra), o engenheiro agrônomo Lucas Aroaldo Dantas Cavalcante esteve nos lotes orgânicos e na reunião com os produtores. A intenção das visitas é a de cadastrar produtores agroecológicos que forneçam regularmente seus produtos nas duas novas Feiras de Agricultura Familiar a serem implantadas pelo Órgão, com previsão de início em junho próximo. Trata-se de um convênio entre a Secretaria e a Prefeitura de Aracaju, que cedeu os espaços físicos no Parque Augusto Franco (Sementeira) e no pátio do Museu do Mangue, localizado no Bairro Coroa do Meio.

“Viemos para estreitar a nossa relação com a Cohidro, com o Mapa e catalogar áreas de produção orgânica. Nossa Feira de Aracaju é de base agroecológica, mas nesses novos locais serão restritas a fornecedores orgânicos e para tal, precisamos de mais produtores catalogados”, enumerou o técnico do Dsan, relacionando a Feira hoje realizada quinzenalmente na sede da Seides, à Rua Santa Luzia, 680, no Bairro São José. Nela já atuam irrigantes orgânicos atendidos pela Cohidro, de Lagarto e Malhador.

O maior entrave na realização das Feiras da Agricultura Familiar, com produtores de outros municípios, é o transporte dos alimentos que é de custo muito elevado, já que se tratam de pequenas produções familiares. Sobre este tema, Lucas Aroaldo também demostrou estar buscando meios de viabilizar a participação dos orgânicos do Perímetro Califórnia. “Vamos tentar criar uma ‘rota solidária’, da mesma forma que acontece nas outras feiras e garantir a logística. Como já existem rotas que atendem Canindé, para levar daqui os produtos convencionais, vamos buscar, pela Seides, parcerias com a Emdagro, Seagri e ‘ONGs’, para atender esta nova demanda”.

A integração, entre as secretarias do Governo em Sergipe, é algo que vem sendo defendido pelo presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano. Para ele, a união dos esforços soma força para cumprir as metas e objetivos. “Nós, que somos parte da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), sempre pudemos contar com o apoio da Seides, que viabiliza estes espaços, já em 17 municípios, para nossos irrigantes comercializarem sua produção familiar. Da mesma forma que ela também conta conosco, para fornecer assistência técnica e água para irrigação aos produtores e assim ser farta e constante a oferta de alimentos nas suas feiras”.

Bio5
Marli Soares dos Santos Pereira é uma das cinco irrigantes que deram origem à Bio5. Ela foi escolhida pelos seus pares para presidente da associação de produtores orgânicos que acaba de nascer em Canindé e que já começa a agregar mais membros. “Graças a Deus está melhorando cada vez mais, agora vamos trabalhar com tomate orgânico, pois queremos diversificar a forma de venda da gente, com um projeto de oferecer ‘salada pronta’. Temos também uma nova integrante ao grupo, que quer trabalhar com fruticultura orgânica. Vamos melhorando a cada dia o que a gente tem e incluindo mais culturas para conseguir melhor situação de vida”, relata a agricultura, anunciando a aquisição do grupo da produtora Valdice de Jesus Menezes, que já trabalha com a criação de “galinha de capoeira” com fundamentos orgânicos.

Técnico agrícola e servidor da Cohidro, Tito Reis foi a força motivadora para os horticultores do Perímetro Califórnia passarem a ser orgânicos. “Primeiro reunimos aqueles que tinham a intenção de atuar com produção agroecológica, dessa junção, surgiu a ideia da construção de estufas para plantio de mudas, em cada um dos lotes, em regime de mutirão. Hoje eles já estão organizadas em associação e partem para a regulamentação junto ao Mapa, criando a OCS. Isso é só o começo, pois outros agricultores já demonstram interesse de se integrarem ao grupo, com novas ideias, acrescentando a fruticultura, aves e ovos ao nosso cardápio de produtos orgânicos”, finalizou agradecendo o apoio do gerente do perímetro, Edmilson Cordeiro e da equipe técnica os quais não têm medido esforços para ajudar com andamento deste projeto.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:10.

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