Pró-Campo: Belivaldo Chagas visita obra de recuperação da barragem da Barra da Onça, em Poço Redondo

Barragem PR-13 recebe primeira intervenção desde sua inauguração nos anos 1980

[Foto: Mario Sousa/Supec]
Na manhã desta quinta-feira (17), o governador Belivaldo Chagas visitou a obra de recuperação estrutural da barragem PR-13, no povoado Barra da Onça, em Poço Redondo. Localizado no Alto Sertão Sergipano, região onde menos chove no estado, a barragem Chapéu de Couro recebe sua primeira intervenção desde a sua fundação nos anos 1980. O objetivo é recuperar a estrutura e aumentar a impermeabilização da barragem para atender à demanda emergencial do povoado e arredores na dessedentação animal; uma vez que a pecuária leiteira é a principal atividade econômica da área.

Devido à sua importância estratégica, a obra partiu da necessidade de reparos aos danos provocados pela ação do tempo, contando também com adaptações em sua engenharia para ser mais eficiente em acumular o maior volume de água da chuva possível. “Essa é uma obra de fundamental importância, por isso fiz questão de ver de perto a situação em que ela se encontra. A previsão é que a gente conclua os serviços nos próximos 70 dias. Feito isso, a capacidade de armazenamento triplica trazendo benefícios à população e, em especial, as cerca de 400 famílias que dependem diretamente dessa barragem”, afirmou Belivaldo Chagas.

A Ordem de Serviço foi assinada pelo governador Belivaldo Chagas em 13 de dezembro de 2021, durante o lançamento do programa Pró-Campo, com investimento de R$ 800.213,11 em recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), administrado pela Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias). A obra foi possível a partir de um Termo de Cooperação Técnica entre Seias, Seagri e a sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

De acordo com o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, o Governo do Estado reconhece a necessidade da comunidade, da região e da Bacia Leiteira em Poço Redondo. “O Estado está concretizado essa ação na barragem, tanto na parte de limpeza como no desassoreamento da parte interna da estrutura, realizando a impermeabilização do talude, do maciço, evitando que se perca a água captada, como estava acontecendo. É uma obra importante para a região que vai permitir ao produtor de leite ter condições e mais tempo e volume de água, abastecendo a produção e o gado”, disse Paulo Sobral, destacando ainda que a capacidade da barragem chegará a aproximadamente 800 mil metros cúbicos de água.

O presidente da Associação Camponesa da Barra da Onça, Humberto Diniz, também ressalta a importância dessa reestruturação. “O período de seca é longo, a estiagem é sempre prolongada e a chuva é escassa. Então, a obra é de suma importância para os animais, assim como para os moradores. A falta de água no município é muito grande e vai ajudar bastante todos nós sertanejos”, ressaltou.

Severino Gabriel de Andrade é criador de gado, mora com a esposa e o filho nas imediações da barragem e também reconhece o papel fundamental da estrutura para a região. “Essa água é importante demais para o gado, com a obra vai melhorar muito. Tenho três vaquinhas e uso a palma para alimentar a criação e a água da barragem para o gado beber. É uma boa iniciativa que vai fazer muito bem para todos os criadores daqui da região”, confirmou o produtor.

Zefa da Guia, líder da Serra da Guia Comunidade Quilombola, também vê com bons olhos a reestruturação da barragem. “Essa ação tem uma importância muito grande. É a prova que o governo do Estado se preocupa com a mulher e com o homem sertanejo”, afirmou. O prefeito de Poço Redondo, Júnior Chagas, também compartilha da mesma opinião. “Vai ajudar muito a situação dos pequenos agricultores da região. A barragem que estava inativa, em razão da quantidade da lama concentrada na bacia principal, com a obra, vai passar a armazenar uma boa quantidade de água e, a gente fica feliz”, compartilhou o prefeito, destacando, também, a economia que o município terá com relação aos carros-pipas.

A MKR Construções LTDA é a responsável pela obra, que foi licitada pela Cohidro, a quem cabe ainda a fiscalização dos serviços. A obra de recuperação tem previsão para término em meados de abril, a depender das condições meteorológicas favoráveis. Atualmente, a obra está no estágio de retirada de sedimentos depositados no leito da barragem, para ampliar a sua capacidade de acúmulo de água. Ao mesmo tempo, obras de engenharia civil reconstroem o maciço em concreto, danificado pela ação do tempo.

Programa de Recuperação de Barragens e sistemas simplificados
Além da recuperação da barragem da Barra da Onça, entre 2021 e 2022, o Governo do Estado, através do Termo de Cooperação Técnica entre Seias, Seagri e Cohidro, está investindo um montante de R$ 4.910.772,90 para a execução de serviço de limpeza e recuperação de 20 barragens de terra de médio porte e 1.000 de pequeno porte. Ações que serão executadas em duas etapas. Na primeira etapa, o Programa de Recuperação de Barragens será responsável pelo processo de contratação de empresa especializada para realizar serviços de limpeza, recuperação e ampliação de 10 barragens de médio porte e 500 barragens de pequeno porte nos municípios de Poço Redondo, Carira, Nossa Senhora da Glória, Poço Verde, Nossa Senhora Aparecida, Gararu, Frei Paulo, Pinhão, Porto da Folha e São Miguel do Aleixo. Um investimento total de R$ 2.455.386,45, através de recursos do Funcep.

Também dentro do Pró-Campo, o Estado investe em 72 sistemas simplificados de abastecimento para 72 comunidades rurais para possibilitar água de qualidade para o consumo próprio e para produção caso haja excedente. Em dezembro, foram autorizadas a perfuração de poços com a instalação de nove sistemas de abastecimento de água em comunidades rurais em Tomar do Geru, Areia Branca, Canindé do São Francisco, Indiaroba, Itabi, Graccho Cardoso, Monte Alegre, São Cristóvão e Gararu, a partir de um investimento de R$ 402.719,91.

Pró-Campo
O Pró-Campo é um conjunto de ações que abrange recursos que superam R$ 100 milhões para fortalecimento da agricultura em Sergipe e melhoria da qualidade de vida dos homens e mulheres do campo, por meio de investimentos com foco no desenvolvimento social e econômico. Mais de 50 municípios sergipanos estão sendo beneficiados.

“Nessa primeira fase temos diversas ações a exemplo de limpeza de aguadas, recuperação de barragens, distribuição de palma forrageira, melhoramento do nosso rebanho através de inseminação artificial, calçamentos, recuperação de estradas, recuperação dos perímetros irrigados. Então, é uma ação bem ampla para todo o estado de Sergipe”, detalhou o secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Zeca da Silva.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Sergipe mais justo: Agricultura familiar é foco das ações da Cohidro

Poços

Responsável por 70% do alimento produzido no Estado, a agricultura familiar sergipana é hoje o segmento de principal foco nas ações desenvolvidas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), seja fornecendo irrigação e assistência técnica em seus seis perímetros irrigados; ou na perfuração, instalação e recuperação de poços nas povoações rurais; incentivando a piscicultura e ainda também na recuperação de barragens para os pequenos rebanhos. Ao todo, se calculam mais de 90 mil pessoas do campo beneficiadas por estas ações só no ano passado.

Segundo a Lei 11.326, de 2006, o agricultor familiar e empreendedor familiar rural é aquele que não possuí área agrícola maior do que quatro módulos fiscais, que se utiliza de mão de obra predominantemente da própria família e que seja esta a sua fonte de renda principal. A Regra lista os produtores agrícolas, aquicultures, extrativistas, pescadores e trabalhadores sem terra, mas a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em sua 38ª Conferência, realizada em junho de 2013 na Itália, inclui também a atividade pecuária ao grupo, desde que atenda aos requisitos de pequena propriedade.

Perímetros irrigados

Em sua grande maioria – 99% dos 2038 lotes irrigados e 93% da área de 4460 hectares que ocupam – são pequenas propriedades rurais localizadas nos municípios de Areia Branca, Canindé de São Francisco, Itabaiana, Lagarto, Malhador, Riachuelo e Tobias Barreto, as atendidas pelos seis perímetros irrigados da Cohidro. Isso beneficia 9.100 pessoas instaladas em lotes familiares que, ou eram áreas particulares ou foram concebidos pela reforma agrária no ato da implantação dos pólos de irrigação – com exceção do Jacarecica II – todos ocorridos em 1987.

Tirando da conta o Perímetro Califórnia, em Canindé, que faz o uso compartilhado da represa da Hidroelétrica de Xingó para captação, a Cohidro tem em suas barragens um volume acumulado de 70,9 milhões de metros cúbicos, que propiciam o fornecimento de água o ano inteiro. Diretor de Irrigação da Companhia, João Quintiliano da Fonseca Neto, considera que dentro das unidades de irrigação da Empresa, a atividade agrícola é bastante compensatória para a agricultura familiar.

“Se o agricultor familiar fizer o uso da terra do modo correto, com a rotação das culturas para não degradar o solo, é a oportunidade de ele produzir por vários ciclos, sem intervalos. Recebendo a irrigação em suas áreas, com o investimento inicial feito pelo Governo, o lucro do produtor com a venda da produção é suficiente para manter sua família”, comentou João Quintiliano, ressaltando que a Cohidro arca com as despesas de manutenção e de operação dos Perímetros.

Além de tomar conta desta infraestrutura hídrica, a empresa mantém em seu quadro um corpo de técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos. “Nosso pessoal faz visitas frequentes aos lotes familiares, passando toda orientação técnica da melhor forma de plantio. Posteriormente, acompanha o desenvolvimento destes cultivos, emitindo a ‘Receita Agronômica’ quando há a necessidade de uso de defensivos químicos ou, por outro lado, orientando e estimulando a conversão para a agricultura orgânica, outro forte potencial da agricultura familiar nos nossos perímetros”, completou o Diretor de Irrigação.

Comercialização

Esses alimentos produzidos nos perímetros servem, primeiramente, para a alimentação de casa, que quase sempre fica junto aos lotes e o excedente é comercializado. Só em 2014, ao todo foram colhidas 115 mil toneladas nesses pólos de irrigação. Como parte da assistência técnica agrícola, para o momento de pós-produção, a Companhia auxilia também o produtor na venda. Para Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, esta etapa é fundamental para que se conclua o ciclo produtivo de forma eficiente, sem deixar o irrigante desassistido.

“Nós aproximamos estes agricultores familiares de parceiros que, antes de tudo, vem para oferecer meios de rentabilização justa ao trabalho exercido no campo, evitando assim deles ficarem à mercê do mercado especulativo, dos atravessadores. São nossos parceiros, nessa empreitada, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) com o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) – Frutos da Terra e a Seides (Secretaria de Estado de Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social) também ajuda muito, dando espaço aos nossos produtores nas Feiras da Agricultura Familiar, principalmente para os orgânicos, em feiras exclusivas ao setor, em Aracaju”, relatou Mardoqueu.

Sandro Luiz Prata, chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, é quem coordena as ações de auxilio aos produtores para a formalização de projetos para o PAA – Frutos da Terra que, para ele, cabem perfeitamente na realidade dos pequenos produtores. “Antes de tudo, só participa quem tem regularizada a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que por si só ‘regulamenta’ a condição de agricultor familiar. Na modalidade de ‘doação simultânea’, cada produtor tem a venda garantida, à Conab, de parte considerável de sua produção – até R$ 12 mil – repassada por ele diretamente a instituições que beneficiam pessoas em insegurança alimentar”, considerou, alertando que produto orgânico é 30% mais valorizado que o convencional no Programa.

Poços artesianos

O principal cliente, hoje, do trabalho de perfuração, manutenção e reparo de poços artesianos da Cohidro, são justamente as comunidades da área rural, onde não atuam as redes urbanas de distribuição de água tratada. Considerando Sergipe um estado onde se predomina a agricultura de porte familiar, são estes pequenos produtores os beneficiados pela maioria das ações da Diretoria de Infraestrutura da Cohidro, seja perfurando, instalando, recuperando ou fazendo reparos em um desses poços situados em povoados. O balanço anual contabiliza 75 mil pessoas beneficiadas, só em 2014, nestas ações.

Só em 2014 foram 71 poços perfurados pelas equipes técnicas da Cohidro e outros 24 foram feitos a partir do convênio com o programa federal “Água para Todos”, do Ministério da Integração Nacional. A intenção do projeto é beneficiar, em Sergipe, 107 localidades rurais, situados em 28 municípios. “As verbas federais – mais de R$ 13,5 milhões – atendem a contratação de empresas que fazem desde o levantamento dos locais que mais carecem da benfeitoria, até o trabalho de instalação do sistema de distribuição de água, passando pelo serviço de perfuratriz”, enumerou o presidente Mardoqueu, informando sobre a contrapartida do Governo do Estado de R$ 720 mil, nesta ação.

Em outro convênio, Cohidro e Petrobras estão recuperando 16 poços e suas respectivas unidades de armazenamento e distribuição. Poços estes localizados em povoados e assentamentos de reforma agrária. Diretor de Infraestrutura da Empresa Sergipana, Paulo Henrique Sobral informa que a Estatal Federal custeou os serviços com o montante de R$ 402.111,38. “Os oito, da primeira etapa, já fornecem água para 3.700 famílias de localidades rurais em Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre, Poço Redondo e Porto da Folha. Neste ano serão reformados mais oito, em Poço Verde, Pedra Mole, Carira, Tomar do Geru e São Miguel do Aleixo”, revelou.

Barragens rurais

Desde 2012 a Cohidro é o órgão executor do “Programa de Recuperação de Pequenas Barragens”, convênio entre as secretarias de estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri) e Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides). A iniciativa serve de auxilio aos pequenos criadores – com não mais que 19 cabeças – em regiões afetadas pela seca, reformando aguadas para acumular água da chuva e dar de beber ao gado. Foram mais de 1800 interferências realizadas nestes quatro anos.

As pequenas barragens, situadas em áreas particulares, só são recuperadas quando identificada a carência de recursos próprios para a obra e a aptidão rural da propriedade. “É necessário que a família tenha renda proveniente da agropecuária, para isso o cadastramento solicita as inscrições do NIS (Número de Identificação Social) e DAP. Ele também se compromete a ceder a barragem aos criadores vizinhos”, acrescentou o diretor Paulo Sobral, informando que só na edição de 2014, foram reformadas 810 e 14 destas são reservatórios públicos de médio porte, situados em povoados, beneficiando em torno de 6,2 mil pessoas.

Piscicultura e energia solar

Aproveitando do espelho d’água das barragens administradas pela Cohidro ou então dos remansos do Rio São Francisco, aquicultores utilizam de tanques-rede para produzir variedades como tilápia, tambaqui e curimatã-pacu (xira). Na criação, os membros da família se revezam em diversas tarefas, que vão desde alimentar os peixes, construir as gaiolas e a vigilância delas à noite. A Companhia, que dá assistência técnica a estas comunidades de piscicultores, viu nesta necessidade por segurança a oportunidade de agregar a energia solar às estações de vigia, instaladas às margens dos lagos e longe de redes elétricas.

Gerente de Aquicultura e Pesca da Cohidro, Francisco Machado Farias, conta que hoje são 22 kits de energia solar instalados em comunidades de pescadores artesanais e de aquicultures no Estado, equipamentos doados pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) em convênio firmado com a Cohidro. “Em 2012, fora 14 novas unidades de captação de energia solar instaladas por nós, também fizemos a manutenção em todos os kits, onde tivemos que substituir ao todo 14 baterias estacionárias”, acrescenta, divulgando a média de mais de 450 toneladas de peixe produzidas por ano nos projetos assistidos pela Companhia, gerando renda para cerca de 70 famílias.

Última atualização: 4 de dezembro de 2017 11:13.

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