Capacitação Gerencial do Senar-SE atenderá perímetro da Cohidro em Lagarto

Na reunião foi explicado o que é a ATeG e foi aberta a inscrição dos produtores – foto: Ascom/Cohidro.

Gerenciamento rural passa pelo saber quanto se gasta para produzir e o quanto está rendendo a venda da produção. Embora seja uma simples conta de somar e subtrair, muitas vezes o agricultor não vê a necessidade de anotar tudo que acontece com a lavoura e acaba perdendo o controle da atividade que mantém a renda familiar. Em reunião realizada nesta terça-feira, dia 11, irrigantes orgânicos do Perímetro Irrigado Piauí de Lagarto, no centro-sul sergipano, conheceram e puderam se cadastrar no programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe (Senar-SE), uma capacitação para o homem do campo melhor administrar seu empreendimento.

Administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), ligada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), o Perímetro Piauí é dos projetos de irrigação pública, do Governo do Estado, onde melhor tem se difundido a prática da Agricultura Orgânica, contando com produtores com mais de 15 anos de experiência no cultivo de verduras e legumes, sem o uso de agrotóxicos. Com a ATeG vai contemplar, durante 2 anos, um grupo de 20 agricultores pertencentes a um polo agrícola voltado à Horticultura, esse diferencial fez ser Lagarto, o município escolhido pelo Senar-SE.

Gildo Almeida Lima, Gerente do Piauí, explica que reuniu 20 agricultores para conhecer as vantagens que podem trazer a ATeG. “Muitos produtores se queixam da dificuldade que é gerir os seus lotes produtivos. Afinal, com a irrigação sempre disponível e que só desligamos quando chove, eles podem produzir o ano todo sem parar. É grande a quantidade de plantios, de compras de insumos, de vezes que tem que aplicar tratos culturais, de colheitas, durante esse período. É muito fácil se atrapalhar e não é raro ver gente perder dinheiro na hora de pôr na ponta do lápis, para saber quanto gastou”, adverte, observando que a falta de mão de obra qualificada sobrecarrega o produtor, impondo mais dificuldade para o controle.

Coordenadora do programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar-SE, Luana Aragão, depois da visita feita em 11 de maio para avaliar o Perímetro, retornou a Lagarto para agora iniciar a seleção dos agricultores. Ela veio para “fazer a mobilização, apresentar como vai ser feito o projeto, falar sobre a importância do programa. Porque hoje, a maior dificuldade de todos os produtores é a questão de gerenciamento. Muitos produzem e não sabem quanto vale, quanto é o custo de produção do que ele produz. Então nossa assistência é isso: ajudar a gerenciar o produto dele para não sair perdendo”, completou.

Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, a oferta de capacitações do Serviço de Aprendizagem é sempre bem-vinda na visão da Empresa. “Não é a primeira vez que isso ocorre e o resultado sempre compensa. Antes eram cursos livres que ajudavam o agricultor a aprender a cuidar da terra e do seu negócio. Agora, com um programa inteiro para tanto ensinar a trabalhar com o dinheiro, como também avaliar e apontar o que pode ser mudado, o pessoal do Senar está ampliando muito as chances de suas atividades alcançarem êxito. Torço para que em Lagarto, e demais locais selecionados, o ATeG dê certo”, afirma.

Luana Aragão explica que além de capacitações periódicas, onde instrutores vão ensinar o grupo, haverá um acompanhamento individual. “Em cada município (contemplado) fica um técnico responsável, onde faz visitas mensalmente. Ou seja, no primeiro momento o técnico vai lá, passa um diagnóstico de todo propriedade, coleta todos os dados e já deixa agendada a próxima visita. Então, todo mês, o técnico vai passar por lá”, garante. Ela ainda acrescenta que haverão outros níveis de apoio. “Sem falar ainda que tem o papel do supervisor, que vai passar de três em três meses. Ele vai estar em cada propriedade, visitando, vendo se está tudo certo, se tem alguma dificuldade. Além disso eu, como coordenadora, vou estar dando um ‘pulinho’ eu todas as propriedades”.

Presidente da Associação de Produtores Orgânicos de Lagarto e agricultor do Colônia Treze, Josevan Lisboa Batista acredita que a ATeG vem para ajudar. “É louvável tudo que venha beneficiar o pequeno produtor. Nós somos trabalhadores que aprenderam a fazer fazendo, não tem qualificação, não sabe fazer uma contabilidade. Não adianta a gente dizer que faz. Não sabemos quanto gastamos e nem quanto ganhamos, vamos produzindo, vendendo e gastando o dinheiro sem ter noção”. Ele conta que existe assistência técnica para plantar e estão surgindo novos espaços próprios à comercialização desses alimentos, como a feira agroecológica em seu povoado, funcionando há 1,5 ano, toda terça. “A gente até agradece, que estamos muito bem assistidos com os técnicos, tanto pela Cohidro, quanto pela Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe)”.

Delfino Batista, irrigante no Perímetro Piauí, também é agricultor orgânico e faz parte da Organização de Controle Social (OCS) registrada no Ministério da Agricultura, dando ao grupo de 11 produtores a autorização para comercialização, dessa modalidade de alimento, de forma direta ao consumidor. “É bom, é mais um conhecimento, mais umas dicas que eles vão dar para produção e a renda”, considerou o produtor que quinzenalmente comercializa seus produtos na Feira da Agricultura Familiar na Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (SEIDH), toda semana na sede da Cohidro, ambos em Aracaju e participa ainda das feiras orgânicas de Lagarto.

Noutras praças aonde a Cohidro auxilia a produção de orgânicos, com a irrigação pública e assistência técnica, encontrar mercados e saber ‘emplacar’ os produtos sem ter prejuízo, também é das maiores dificuldades, como conta o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto. “Em Canindé de São Francisco, onde nós temos o Perímetro Califórnia, de uns 3 anos para cá tem crescido a participação desses produtores que aboliram o uso de agrotóxicos e até alguns já tem registro no Ministério. Por isso, outra etapa da ATeG do Senar-SE pretende ser inserida lá, preparando outros 20 produtores de frutícolas e hortaliças”, adiantou.

Senar-SE e Cohidro buscam parcerias em capacitação técnica e ATeG

Superintendente do Senar-Se foi recebido pelos diretores da Cohidro – Foto Ascom-Cohidro

A fim de disponibilizar o apoio do Senar-SE (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe), propondo a aplicação de convênios para capacitação de técnicos e produtores nos perímetros irrigados estaduais, o superintendente da instituição, Dênio Leite, veio até a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) nesta quarta-feira, 20. Ele foi recebido pelos diretores José Carlos Felizola Filho (presidente) e João Quintiliano da Fonseca Neto (Irrigação de Desenvolvimento Agrário), que expuseram as áreas de atuação da Empresa onde poderiam ocorrer essas parcerias.

No histórico recente da Cohidro, existem pontuais atividades do Senar-SE nos perímetros irrigados. Há um ano atrás, por exemplo, houve a capacitação de 40 jovens em Canindé de São Francisco, na área de Empreendedorismo Rural, seguido da aplicação do NCR (Negócio Certo Rural), curso voltado para os pais desses, que fazem parte da B5-Jovem. Esse grupo é composto pelos adolescentes filhos dos associados à Bio5 (Associação Sergipana de Orgânicos), formada só por irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia adeptos à produção agroecológica.

Mais recentemente, no mês de maio, a coordenadora do programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar-SE, Luana Aragão, esteve no Perímetro Piauí em Lagarto, avaliando as potencialidades do polo irrigado para uma possível participação na Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). Nesta, o Serviço de Aprendizagem está selecionando municípios sergipanos para o programa, onde grupos de 20 agricultores irão receber, por dois anos, atendimento técnico individualizado e capacitações coletivas, principalmente na gestão técnica econômica de propriedades rurais.

Serão três ramos de produção agrícola os atendidos em Sergipe: o de gado de leite – Programa Sertão Empreendedor em parceria com o Sebrae – o da Citricultura e também na área da Horticultura. Para este último, Lagarto dispõe de número de produtores irrigantes suficientes para compor um destes grupos para a ATeG, tanto na convencional quanto na orgânica. Dênio Leite explicou que a seleção neste programa ainda está acontecendo e as áreas de atendimento da Cohidro são bastante aptas para receber o benefício, mas ele sinaliza que também a aplicação dos cursos de capacitação do Senar-SE pode ser mais frequente nesses perímetros irrigados.

“Na verdade nós viemos com a intenção de tentar fazer uma parceria, para levar capacitação para os técnicos e para os produtores de todos os Perímetros: Tobias, Lagarto, Areia Branca Itabaiana e Canindé, certo? Hoje, com a visita de cortesia pra gente conhecer todas instituições, apresentei qual é o nosso programa, principalmente o programa de educação a distância, ensino técnico a distância e o de assistência técnica gerencial”, revelou Dênio Leite, confirmando que o encontro já gerou um novo compromisso conjunto entre as instituições. “Aí a gente já marcou uma visita lá em Canindé, pra o Senar-SE conhecer o Perímetro. E a gente, depois, sentar e firmar um contrato dessa parceria”.

O presidente Felizola considerou oportuna a visita feita pelo superintendente do Senar-SE à Cohidro, abrindo as portas da Empresa para que a instituição possa atuar. “Quanto mais qualificados nossos técnicos e produtores, mais produtiva será a produção agrícola nos nossos perímetros. O mesmo vale para esses projetos de ATeG, trazendo mais tecnologias ao campo. Isso, para o Governo do Estado, se traduz em um melhor aproveitamento no investimento que é feito na irrigação pública e um acréscimo no retorno disso: renda para o agricultor e alimentação com mais qualidade e menor custo, para a população em geral”, analisou, confirmando presença na visita a Canindé.

João Fonseca abriu opções de ação para que o Senar-SE estude formas de aplicar seus programas nos polos da Cohidro. “Em Tobias Barreto, por exemplo, há o Perímetro Jabiberi onde já existe o Balde Cheio e é um local bastante promissor para aplicar a ATeG e capacitações no ramo da produção de leite. Já em Canindé, no Califórnia existe uma forte produção de goiaba e seria de ampla utilidade atividades no ramo da fruticultura. Já Lagarto, no Perímetro Piauí, o destaque é a produção orgânica, habilitada para receber cursos e assistência para produção, gerenciamento rural e comercialização desse tipo de alimento”, colocou.

Assistidos pela Cohidro poderão receber assistência técnica e gerencial rural

A horticultura irrigada e orgânica tem se tornado uma escolha frequente entre os produtores di Perímetro Piauí – Fotos Ascom/Cohidro

Prestes a entrar em operação no Estado, a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) está selecionando municípios sergipanos para o programa, onde grupos de 20 agricultores irão receber, por dois anos, atendimento técnico individualizado e capacitações coletivas, principalmente na gestão técnica econômica de propriedades rurais. Serão três ramos de produção agrícola os atendidos em Sergipe: o de gado de leite – Programa Sertão Empreendedor em parceria com o Sebrae – o da Citricultura e também na área da Horticultura.

O Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, dispõe de número de produtores irrigantes suficientes para compor um destes grupos atendidos pela ATeG voltada à Horticultura, tanto na convencional quanto na orgânica, defende a gerente do polo agrícola, Gilvanete Teixeira. “Atendemos 421 agricultores com irrigação e parte considerável deles se dedicam a produção de hortaliças. Temos agricultores convencionais que utilizam produtos químicos, os que têm intenção de parar o uso e os que já são orgânicos”.

Para Gilvanete, um grupo considerável de agricultores poderia ser formado, se reunir os orgânicos com aqueles que têm a intenção de fazerem a conversão para o método agroecológico. “Vamos repassar ao Senar-SE uma lista com os agricultores propensos a receberem a atenção do projeto”, informou. Hoje existem 11 produtores com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Perímetro Piauí, que formam um Organismo de controle Social (OCS) com autorização à venda direta de alimentos sob a especificação de orgânicos.

A possibilidade de o Piauí ser inserido no projeto da ATeG se deu com a visita, ao polo de irrigação, da coordenadora do programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar-SE, Luana Aragão, nesta terça-feira, 11. Ela veio conhecer e cadastrar o polo agrícola como uma possível localidade a receber o atendimento. “Serão visitas de 4h mensais a cada agricultor e pecuarista, isso acrescido ainda de cursos para capacitações em empreendedorismo rural. Como programa terá duração de quatro anos, e possível que os municípios atendidos possuam dois grupos, com 20 produtores cada”, explicou.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, o Perímetro Irrigado reúne características suficientes para receber o serviço do Senar. “O perímetro irrigado possui quase 30 anos de existência e há 20 anos tem agricultor produzindo sem o uso de agrotóxicos. Capacidade de produção, durante todo ano, eles têm com a irrigação pública oferecida pelo Governo do Estado. Um apoio gerencial como este, para transformar em negócio a atividade rural, só tende a melhorar a capacidade de geração de renda para esses agricultores, suas famílias e trabalhadores rurais. Iniciativa que será benvinda”, considerou.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, vai mais longe e considera que o empreendedorismo pode consolidar o cultivo de orgânicos no perímetro irrigado. “Às vezes, o que falta é apoio com um programa desses, para que o agricultor possa aderir completamente à ideia de produzir sem os agrotóxicos. Isso vale também para quem já é orgânico, pois a comercialização diferenciada, do produto, ainda é o maior obstáculo a ser superado por quem escolheu esse método de cultivo. Saber como vender o orgânico ainda é uma dificuldade, tanto para o produtor como para o consumidor entender o porquê da diferença no preço em função da qualidade do produto final. O que muitas vezes desestimula o agricultor”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Comunicação do SENAR/SE

Última atualização: 17 de outubro de 2017 10:09.

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