Produtores do perímetro irrigado de Lagarto registram melhorias após investimento do Governo do Estado

Sete meses após o governador Jackson Barreto entregar oito novas motobombas e a recuperação do maquinário e tubulações da EB-02, o perímetro Piauí obteve avanços na irrigação – Fotos André Moreira (ASN).jpg

Sete meses após o governador Jackson Barreto entregar oito novas motobombas e a recuperação do maquinário e tubulações da Estação de Bombeamento (EB) 02, o perímetro Piauí, em Lagarto, segundo produtores, obteve melhorias na irrigação. Além de novos equipamentos, o perímetro passará por reformas e recebe, ao todo, R$ 916 mil em recursos do Proinveste. O polo agrícola foi responsável, apenas em 2016, pela produção de 7.604 toneladas de alimentos, dentre eles a batata-doce, mandioca, quiabo, tomate e maracujá. Com esse quantitativo, os produtores conseguiram gerar o montante de R$ 12,9 milhões.

“Recebemos bombas novas no perímetro, que ajudaram 100% na irrigação, e está funcionando tudo direitinho. Aqui no meu terreno planto alimentos como batata, macaxeira, hortaliças, milho, e o Piauí é muito importante para mim, pois é quem sustenta a todos nós. Sem água no verão não podemos plantar nada, e através do perímetro várias famílias conseguem sobreviver. Tiro meu sustento todo daqui, pois não há outra fonte de renda. De modo que a ajuda do governo é essencial para nós”. Esse é o depoimento do agricultor Genivaldo de Jesus, proprietário de um dos 421 lotes do perímetro irrigado de Lagarto.

Genivaldo, assim como os demais agricultores, recebe em seu terreno água para a agricultura, além de assistência técnica rural. Ele é um dos beneficiados do projeto de irrigação pública do Governo do Estado, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Segundo o gerente do Piauí, Gildo Almeida, o perímetro desenvolve 28 culturas e promove o incentivo à agricultura orgânica.

O gestor do Piauí conta que as intervenções do governo no perímetro foram fundamentais para a melhoria do trabalho rural. “Ao todo são 14 bombas em Lagarto e, destas, oito são novas. Elas substituíram equipamentos que estavam em funcionamento há mais de 30 anos e estavam ruins. O objetivo do novo maquinário foi melhorar a pressão de água para o campo e facilitar mais o sistema de irrigação. E a situação melhorou muito aqui. Antes não havia pressão para bombear água para o produtor e agora a situação melhorou para todos os produtores. Essa é uma forma de valorizar o perímetro. O governo está investindo em bombas novas, o que é uma grande ajuda para todos nós, e não esqueceu do perímetro, estando sempre presente. E a tendência é melhorar mais o Piauí”, destacou Gildo Almeida.

À época da entrega dos novos equipamentos, o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, explicou que as recém-entregues motobombas são mais potentes e possuem selo de eficiência em consumo de energia, de modo a consumir menos energia e necessitarem ficar menos tempo ligadas para bombear a quantidade de água necessária à irrigação.

Em operação desde 1987, o Perímetro Piauí nunca contou com um investimento desse porte, para melhorar o seu potencial hídrico. De acordo com o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, o investimento em novas bombas somado à recuperação, graças às chuvas, do nível da água da barragem Dionísio Machado que abastece o perímetro de Lagarto, devem proporcionar boas consequências.

“Essas novidades têm tudo para gerar uma produção recorde de alimentos, suplantando a deficiência provocada pela seca que nos abateu do ano passado para cá. Logo estaremos dando continuidade na recuperação do perímetro Piauí. Depois de melhorar a EB-02, vamos reformar a EB-01 e prédios administrativos, demandas que estão em processo licitatório e serão custeadas pelos recursos do Proinveste. Vale frisar que além da reforma de todo prédio, tubulações e maquinário hidráulico, na EB-02 foram instaladas oito novas motobombas, mais potentes e econômicas no consumo de energia elétrica”, ressaltou Felizola.

Para o presidente da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Amorim, as bombas novas facilitaram muito. “Foi uma benção. Antes a situação estava precária. Estávamos perdendo quase todo o plantio. Depois das bombas, a situação melhorou 99%. Estávamos racionando a água porque a barragem estava em situação difícil, mas com a chuva a situação melhorou. Acredito que o governo está preocupado com a agricultura familiar, afinal sem ela o que seria do comércio e de quem mora na zona urbana? Sem a agricultura nada funciona. Acreditei na entrega das bombas, o governo prometeu e cumpriu. Ficamos ansiosos pela entrega, mas graças a Deus chegou e veio na hora certa”.

João Pacheco é um dos que acredita no perímetro irrigado. Ele, entre outros trabalhadores locais, é adepto da agricultura orgânica e não faz uso de nenhum tipo de agrotóxico em suas plantações. Ele conta que, apesar do aparecimento de pragas e doenças, segue sem utilizar venenos. Sobre o perímetro Piauí, João é enfático: “é fundamental e a nossa salvação. Se não fosse isso, estaríamos levando a mesma vida de sempre: plantando fumo e mandioca”.

O Piauí destina a produção para feiras livres e mantém parceria com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que compra a produção para que seja repassada para instituições beneficentes doarem a pessoas em situação de insegurança alimentar ou no preparo de refeições. A Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP) entregou no ano passado 296 toneladas de sua produção agrícola, gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, beneficiando 5.740 pessoas. Foram 69 fornecedores, que geraram R$ 551.450 pelo conteúdo produzido.

Irrigação
“A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe recebe R$ 11 milhões do Proinveste para investimento nos perímetros, aquisição de novos equipamentos que irão auxiliar nos trabalhos de perfuração de poços, além de limpeza e manutenção de barragens e ações de infraestrutura da empresa.”

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Proinveste recupera irrigação pública estadual em Lagarto

Técnicos em bombeamento recebem o governador Jackson Barreto nas instalações das novas bombas do Piauí – Foto Ascom-Cohidro

Investimentos feitos no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos de Sergipe), repercutem na distribuição de água voltada à produção de alimentos. Os agricultores comemoram as conquistas, acreditando na melhoria do serviço público que recebem. Em Lagarto, nesta sexta-feira (9), o governador Jackson Barreto entregou as oito novas moto-bombas e a recuperação do maquinário e tubulações da Estação de Bombeamento (EB) 02. Ao mesmo tempo que autorizou licitação para continuação das obras, com reformas prediais, recuperação e instalação da descarga de fundo na barragem. Ao todo estão sendo investidos no polo agrícola R$ 916 mil em recursos do Proinveste.

Em operação desde 1987, o Perímetro Piauí nunca contou com um investimento desse porte, que pudesse restabelecer e até melhorar o seu potencial hídrico. Ao conceber à EB-02 novas e modernas bombas, é alcançada tanto a regularização na distribuição de água e quanto mais economia, como reflete o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral. “As bombas são novas e mais potentes, com selo de eficiência em consumo de energia, assim, gastam menos eletricidade e vão precisar ficar menos tempo ligadas para bombear a quantidade de água necessária à irrigação. A reforma feita nas tubulações e partes mecânicas, substituindo peças defeituosas, garante a diminuição dos vazamentos e o risco de paralisação por quebras”, considera.

Agricultor irrigante no Piauí, Raimundo Batista do Nascimento acredita que o investimento público melhora a condição para produzir e fixa as famílias na atividade rural. No caso dele, que tem registro no Ministério da Agricultura para plantar e comercializar couve-flor, repolho, coentro, batata-doce e macaxeira, utilizando métodos orgânicos, a irrigação pública ainda repercute em bem-estar social. “Agora o governo está ajudando a gente, está mandando essas bombas para gente e a gente fica mais alegre, porque na hora que a gente necessita da água, a água já está em nosso lote. Vai melhorar a produção bastante e a garantia de água, isso que é bom porque o Governo está se interessando pelos produtores. Invés de nossos filhos estarem em certos caminhos ruins, estão conosco na roça, colhendo a saúde para o povo”, avalia.

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, diz que a melhoria na distribuição de água vai repercutir na produção. “Se chega mais água, com melhor pressão nos lotes, devido às bombas novas e mais potentes, isso vai possibilitar uma irrigação mais regular, constante e os cultivos irão se desenvolver melhor, aumentando as colheitas. Nesses 421 lotes da agricultura familiar que atendemos, em 2015 foram geradas quase 9 mil toneladas de alimentos. A intenção é de aumentarem esses resultados até o fim do ano, com esse ganho no potencial hídrico do Perímetro”, analisou.

Os produtores, como Juliano dos Santos Oliveira, aguardam ansiosos por mais água nos lotes e reconhecem que haverá esta melhoria na produtividade nas suas plantações irrigadas. “Se isso acontecer vai ser uma melhora boa para nós, para todo mundo vai ser legal. Porque as irrigações estavam devagar, e com essa mudança agora se der certo, vai ajudar muita gente. Tem que melhorar, vai melhorar pelo menos uns 70%”. O agricultor planta repolho, amendoim, maracujá, mandioca em seu meio hectare de terra que recebe irrigação.

Um dos agricultores com maior atividade produtiva é Reginaldo Bispo dos Santos, que planta macaxeira, coentro, couve, alface, maracujá, quiabo e batata-doce em dois hectares irrigados. Ele observa que foi bem ajustada a decisão de melhorar a capacidade do sistema de irrigação do Piauí. “Chegou na hora certa, o que mais está prejudicando a gente aqui hoje é a água, a força da água que está pouca, porque a maioria planta no mesmo período, quando vai molhar é no mesmo horário, aí água sai sem força. Então a melhor coisa que aconteceu foi essa reforma, e as bombas novas que estão chegando. A gente só tem a agradecer ao Governador, hoje nós temos mais chances de colher um produto de qualidade”.

PAA

Água disponível para agricultura em qualquer um dos 365 dias do ano em que não chover, repercute em segurança para plantar e fazer acordos comerciais onde a garantia de colheita é essencial. Esse é o caso do Programa de Aquisição de Alimentos(PAA), gerido pela Conab. 69 agricultores da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), propuseram fornecer, a entidades que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar, 296 toneladas de alimentos durante um ano. Presidente da entidade, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), agradece o apoio do Governo do Estado.

“Com esse avanço das bombas novas no nosso Perímetro e eu tenho certeza de que não vai ficar só nisso, muitas coisas mais virão daqui para frente, porque nós temos um Governador atuante, nós temos um Governador que olha para esse povo humilde, que precisa e está sempre no campo. Ele não vem trazer para nós só uma bomba, mas vem trazer vida para mais de 400 famílias em nossa comunidade. Queremos agradecer o apoio da Cohidro, a quem nos deu toda força para que a gente pudesse continuar com o nosso projeto, com o PAA, que vem beneficiando mais de 6 mil pessoas que precisam de alimentos em sua mesa. Então muito obrigado seu governador do Estado, obrigado por tanta força que nos dar para que a gente possa continuar sendo agricultor, porque nós não podemos fugir dessa realidade”, discursou Toinho, na solenidade do dia 9.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Soares Filho, o investimento na irrigação pública repercute na economia da região. “Ano passado foram mais de R$ 15 milhões que só foram injetados na economia de Lagarto porque existe o Perímetro Piauí. Do contrário, a taxa produtiva desses lotes agrícolas seria muito menor”. Ele ainda faz um agradecimento especial aos técnicos da própria Empresa, que foram responsáveis pela instalação das novas bombas do Perímetro Piauí. “Me trouxe muito orgulho termos em nossos quadros, pessoas capazes dessa missão e que ainda cumpriram a tarefa dentro do prazo que assumimos com o Governador”, parabenizou.

Proinveste

Foram R$ 11 milhões, oriundos do financiamento que o Estado fez com o Governo Federal, investidos na Cohidro. Segundo o diretor Administrativo e Financeiro da Empresa, Jorge Kleber Soares Lima, a maior parte desses recursos é voltada para a irrigação pública. “R$ 7 milhões são para recuperação dos perímetros. Só no Califórnia (em Canindé de São Francisco) serão R$ 4 milhões para obras, reformas e aquisições de equipamentos, como as novas 37 bombas centrífugas para melhorar o desempenho das seis EBs, máquinas que já foram adquiridas e, como no Piauí, estão sendo instaladas e testadas. Já no Jabiberi (em Tobias Barreto) serão mais R$ 1,4 milhão para pavimentar canais, construir a tomada d’água da barragem e automatizar o sistema de irrigação”, informou.

Na visita que fez à Lagarto, onde no mesmo dia inaugurou a unidade local do Ipesaúde e autorizou à Cohidro perfurar poços e instalar sistemas de abastecimento nos povoados Saco Grande e Piabas, no município, o governador Jackson Barreto mostrou satisfação de cumprir mais um compromisso firmado pelo Estado com a população sergipana. “Hoje fizemos uma ação na cidade e uma ação no campo. Aqui, nós estamos reformando todo o sistema de bombas que serve ao perímetro irrigado. São recursos do Proinveste. Muitas vezes, cobram onde está o dinheiro do Proinveste. Está em várias ações do Estado e está aqui também, fortalecendo o perímetro irrigado. Quem vai ganhar é o povo, quem vai ganhar são as pessoas, os produtores e o povo de Lagarto”, considerou.

A Cohidro é uma empresa pública subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca. O titular da pasta, Esmeraldo Leal, disse estar orgulhoso com o desempenho da Companhia ao gerir os investimentos. “Primeiro é um prazer está recebendo o Governador, em uma estação nossa, num perímetro nosso que tem uma importância econômica e social muito grande e ajudou e ajuda a desenvolver Lagarto. É fruto de uma gestão compartilhada, a Cohidro principalmente, cumpre um papel extremamente importante de articular esses projetos que envolve recursos do Proinveste, tem mantido esse cuidado e esse zelo com relação ao Proinveste e outros projetos e todos eles com o objetivo único de fortalecer a qualidade dos perímetros”, finalizou.

Cohidro recebe mais de R$ 11 milhões em investimentos e melhora vida dos produtores sergipanos

Implementados pelo Governo do Estado, projetos Califórnia, Jabiberi e Piauí, em Canindé, Tobias e Lagarto, respectivamente, recebem recursos do Proinveste para alavancar produção e oferecer qualidade de vida ao sergipano/ Fotos: Victor Ribeiro/ASN

No extremo oeste, Alto Sertão sergipano, município de Canindé do São Francisco, produtores rurais ganham representatividade e se desenvolvem econômica e socialmente por meio da plantação de frutas e hortaliças. Em outra ponta do estado, no Centro Sul, pequenos pecuaristas produzem milhares de litros de leite em Tobias Barreto e cultivam produtos diversos em Lagarto, muitas vezes de forma orgânica [sem uso de agrotóxicos]. Tudo isso é possível por conta dos perímetros irrigados Califórnia, Jabiberi e Piauí, respectivamente. As iniciativas foram implementadas pelo Governo do Estado e são administradas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que recebeu R$ 11 milhões do Proinveste para investimento nos perímetros, aquisição de novos equipamentos que irão auxiliar nos trabalhos de perfuração de poços, além de limpeza e manutenção de barragens e ações de infraestrutura da empresa. Com quase 30 anos de funcionamento, os perímetros recebem R$ 7 milhões para fomentar a produção sergipana e oferecer qualidade de vida ao sergipano.

A água é a alavanca que sustenta os perímetros. Por meio da irrigação, produtores como João Aureliano da Silva, do Califórnia, mudaram a perspectiva de vida. “Meu braço forte é o Estado, que nos traz a água. Antes da implementação do perímetro, era sofrido. Tínhamos que pegar água dos caminhões e de barragem e o trabalho era grande. Nem trator existia. Então nós usávamos arado de boi e na roça você via queimadas. Não havia outras soluções. Depois que o Califórnia começou foi uma maravilha. Nossa renda melhorou e quem sabe controlar o que ganha, não fica sem pão. A diferença do que eu recebia antes e agora é muito grande”, conta Aureliano, que também é o presidente da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai).

Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, o investimento do Estado em irrigação movimenta a economia dos municípios do interior e garante renda para os pequenos produtores sergipanos. “Investir na reestruturação da irrigação pública do Estado é cada vez mais contribuir com um saldo econômico mais positivo. Essa agricultura familiar, que atendemos nos perímetros, gera de riqueza R$ 112 milhões ao ano e pode passar a produzir ainda mais, com o incremento nas instalações e equipamentos, que resultará em melhoria no fornecimento de água”.

Em Sergipe, são 14 mil pessoas beneficiadas diretamente com irrigação. Só no ano passado, foram produzidos 119 mil toneladas de alimentos. Desse total, mais de 40.419 toneladas foram no projeto Califórnia, em Canindé de São Francisco. São 1.360 produtores que trabalham em 333 lotes, 2.788 hectares de área atendida com a irrigação que geram R$ 5 milhões mensais de renda para os trabalhadores rurais, dinheiro injetado na economia do município. O projeto atualmente atende a seis mil pessoas diretas e quatro mil indiretas. Dentre as culturas encontradas na localidade, estão as de goiaba, acerola, manga, maracujá, macaxeira, feijão de corda, milho, tomate, pimentão, alface, coentro, cebolinha e rúcula e hortaliças em geral.

De acordo com o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro, o perímetro é responsável por gerar 35% da arrecadação do município. A movimentação econômica também foi comentada por Felizola, que destaca que o projeto proporciona geração de riqueza para a população carente. “Costumamos dizer que Canindé é outro município depois da instalação do Califórnia, pois a usina hidroelétrica gera muito dinheiro para poucos e o perímetro gera muita riqueza para a população de baixa renda. O Califórnia movimenta a economia local em termos de venda de insumos agrícolas, mercadorias e transporte de produtos. E o que a gente quer fazer é agregar valor a esses alimentos, de modo que, estamos incentivando a criação de um centro de distribuição no município, que depois tentaremos levar para outros locais”, afirmou o presidente da Cohidro.

O projeto Califórnia recebe investimento de R$ 4 milhões. O Governo do Estado promove reforma do prédio onde funciona a sede do perímetro, melhorias nos sete quilômetros de canais, sendo que os dois quilômetros mais críticos já estão praticamente concluídos, e destina 37 novas bombas apenas para a localidade. As intervenções pretendem regularizar a capacidade de fornecer água à agricultura e até ampliar a quantidade de terra irrigada, fazendo, por tabela, com que a produção e renda aumentem.

“O Califórnia ofereceu bastante qualidade de vida. Se não houvesse essa iniciativa, o produtor não estaria mais aqui, pois procuraria outra região para trabalhar. Aconteceria que não ia caber tanta gente na cidade, que tem em torno de 28.000 habitantes. Estou aqui desde quando fundaram o projeto e acompanho todo o desenvolvimento desses agricultores. Antes eles andavam em cima de um jegue. Hoje é uma moto, um carro. A qualidade de vida da família melhorou bastante. Por meio dessa assistência técnica, eles já aprenderam bastante a plantar, produzir e a colher em cima do sistema de irrigação. A equipe técnica da Cohidro desenvolve palestras, seminários, cursos e promove visitas individuais”, comenta o gerente do perímetro.

Para aumentar o nível de competitividade dos agricultores irrigantes, o Estado, por meio da Cohidro, firmou parceria com a Embrapa para implementar campos experimentais na região do Califórnia. O resultado desse trabalho é a produção de uva de mesa no sertão de Sergipe, trazendo a tecnologia que já é destaque em Petrolina, Pernambuco. Os produtores entram com a mão de obra e a terra e são acompanhados diretamente pela Instituição Federal. Eles vão lucrar com o parreiral e se transformar em multiplicadores das técnicas empregadas aos outros irrigantes.

Canindé também é destaque no perímetro pela preocupação com a agricultura orgânica. A Cohidro acompanha um grupo de produtores no processo de conversão agroecológica e na regularização deles em entidades junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para essa produção, a empresa cedeu um lote à Associação de Produtores Orgânicos. Além de atividades de instrução realizadas pelos técnicos agrícolas, os alimentos orgânicos gerados estão sendo vendidos nas feiras semanais e no próprio local, que virou ponto de visitação.

E não só os orgânicos são destinados às feiras livres. Cidades de Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco, além de escolas de municípios diversos, recebem alimentos produzidos no local. Outro modo de venda de alimentos é apor meio da parceria com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que compra a produção para que seja repassada para instituições beneficentes doarem a pessoas em situação de insegurança alimentar ou no preparo de refeições. A proposta do perímetro de Canindé é fornecer 87 toneladas de alimentos.

Lagarto

O perímetro Piauí, em Lagarto, gerou, apenas no ano passado, 8.868 toneladas de alimentos, sendo 1.595 de tomate, 1.400 de mandioca e 1.116 de quiabo. Em valores atualizados pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), foram gerados R$ 15 milhões com a comercialização dessa produção agrícola, que favoreceu em renda 3.515 pessoas diretamente beneficiadas.
Do Proinveste, o perímetro em Lagarto recebe R$ 762.400. Dentre os investimentos previstos para a localidade, há oito novas moto-bombas, equipamento composto de motor elétrico de 75CV e bomba centrífuga, que vão reequipar a Estação de Bombeamento (EB) 02, substituindo os aparelhos antigos, investimento de R$ 189.900. Todas as tubulações que vão servir estas máquinas já foram reformadas por outra demanda atendida pelo Proinveste.

Segundo o gerente do Piauí, Gildo Almeida, o perímetro atende a quase 400 produtores e são desenvolvidas 28 culturas, como batata, repolho, couve, pimenta, milho verde, amendoim, batata doce, alface, maçã, macaxeira, pimentão e maracujá. O projeto também incentiva a agricultura orgânica. Uma das pessoas que investe nisso é João Pacheco, que conta que já trabalhou por um tempo com agrotóxicos. “Parei porque não me fazia bem. Então fui atrás da produção orgânica e tenho de tudo um pouco. Além de vender aqui do lado da minha casa, também comercializo na feira em Lagarto. Se não fosse a ajuda do Estado, não estaria aqui”.

O Piauí, assim como o Califórnia, também destina a produção para feiras livres e mantém parceria com o PAA. A Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP) já entregou neste ano 84 toneladas de sua produção agrícola, gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem a 6.860 pessoas. Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, atingindo, ao final, total de 296 toneladas de alimentos doados.

“Para nós, a ajuda do perímetro é uma grandeza, pois além do governo estar contribuindo através do sistema de irrigação, temos a ajuda dos técnicos. Com isso começamos a produzir e há enriquecimento para a comunidade. Essa é uma forma de manter o homem no campo, que é a nossa preocupação. Vemos o desemprego no dia a dia e essa parceria com o governo faz com que o homem tenha segurança e não vá para a cidade”, destaca o presidente da APPIP, Antônio Amorim.

Tobias Barreto

Em Tobias Barreto, ao contrário dos outros dois projetos, o foco é a pecuária. Dos 74 lotes, 45 são para produção de leite. O destaque para o perímetro Jabiberi é que, por meio de associação criada pelos produtores, foi construído um laticínio que está em processo de legalização. O espaço adquire todo o leite do perímetro e processa, em média, entre dois e cinco mil litros por dia. A iniciativa foi possível porque o perímetro adotou o projeto ‘Balde Cheio’, que consiste na divisão dos lotes em piquetes menores, onde o gado pasta por um período e depois é manejado para outro, no qual o capim está maior. Enquanto as vacas se alimentam em um dos cercados, os outros estão recebendo água através da irrigação e adubação para novamente crescer e, no futuro, depois desse período de descanso e recuperação, a área recebe novamente os animais.

Segundo o gerente do Jabiberi, José Reis Coelho, a produção de leite no perímetro em 2015 chegou a 3.679 litros/dia e 1.342.795 litros durante o ano. Em 2009, ano de início do ‘Balde Cheio’, eram 1.087 l/d e 396.755 l/a, respectivamente. Levando em consideração o preço médio atual do leite de R$ 1, ele conta que o perímetro consegue gerar mais de R$ 1,5 milhão em recursos. O produtor modelo da região é Pedro Vidal. Ele começou com 600 litros/mês e chegou a 6.500 l/mês, uma evolução alcançada em apenas dois anos. “A mudança em minha vida foi grande. Antes trabalhava em uma fazenda como empregado. Então fiquei sabendo do projeto ‘Balde Cheio’, acreditei e quis participar. A renda de casa melhorou quase 100%. Deixei de ser empregado para ter meu próprio canto com os animais, e gosto demais de trabalhar com isso”, conta Pedro.

O Governo do Estado investe em modernização no perímetro de Tobias Barreto, a exemplo de iniciativas como implementação de cercas elétricas. Além disso, o diretor-presidente da Cohidro comenta que a intenção é promover mais ações. “Temos muitos investimentos em infraestrutura para fazer em Tobias. Além da limpeza da barragem e perfuração de poços, colocaremos novas tomadas para a água chegar com melhor qualidade e rapidez no lote do produtor. Tem também a questão do calçamento, que está em fase de licitação e perto de ser concluída”, resume. O gerente do Jabiberi complementa que, além disso, haverá a implantação do projeto Dom Távora para construção de 74 reservatórios para cada um dos produtores, atingindo cerca de R$ 700 mil. No total, o perímetro tem R$ 1,2 milhão destinado pelo Proinveste.

Por meio desses investimentos, não só a comunidade do Jabiberi, como a região se desenvolve, de acordo com José Reis Coelho. Ele destaca que, de forma direta ou indireta, todos se beneficiam, seja com a contratação de mão de obra da circunvizinhança, ou na compra do leite produzido no perímetro, que é de qualidade.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

PAA: irrigação pública estadual produzirá alimentos para doar a 24 mil pessoas carentes em 2016

Na APPIP os agricultores entregam os produtos que são pesados, registrados e no mesmo dia são recolhidos pelas entidades beneficentes – Foto Ascom-Cohidro

A Superintendência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Sergipe visitou associações de agricultores em Lagarto e Malhador. Eles tanto são irrigantes atendidos pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), quanto vendem sua produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade “doação simultânea”. Em reuniões e entrevistas, o Órgão Federal visou orientar fornecedores e receptores nesses dois projetos que permitem a doação de alimentos para mais de três mil famílias carentes.

Dentro dos perímetros irrigados da Cohidro atualmente estão em andamento, na etapa de entrega de alimentos, quatro projetos do PAA e existem outros dois analisados e em fase de homologação e pagamento pela Conab, na Superintendência Regional de Sergipe. Nestes já aprovados, são 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar recebendo, até o final do ano, um total de 648 toneladas (ton) de alimentos fornecidos por 171 produtores, remunerados com recursos federais em R$ 1.367.445,00 de forma parcelada, uma parte a cada entrega. Para tanto, 13 órgãos públicos ou entidades sem fins lucrativos intermediarão as doações nas comunidades que atendem em Lagarto, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Pedra Mole e Itabaiana.

Em Lagarto, o superintendente Estadual da Conab, Emanuel Carneiro, explicou que é função da Companhia fazer visitas aos projetos em andamento ou que ainda serão implantados. “Nós solicitamos essa reunião para que fosse discutido o PAA, na sua essência. Se funciona, quais são as atribuições dos produtores, quais são as obrigações do recebedor, toda a normativa para que o projeto possa transcorrer da melhor forma possível e atender os objetivos, que é justamente atender a comunidade carente que necessita de uma complementação da alimentação”, considerou.

Emanuel tem avaliado como muito boa a atuação dos agricultores dos perímetros irrigados no PAA. “O presidente (da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP) é um parceiro nosso já há alguns anos, mas também a Cohidro é fundamental nesses projetos dos perímetros irrigados. Em Canindé do São Francisco, inclusive, nós já estamos analisando o projeto e vamos visitá-los ainda neste ano”, disse o superintendente, se referindo a proposta ao Programa feita por 24 irrigantes do Perímetro Califórnia, para fornecer 77 ton de alimentos. ”Eu acredito que nos próximos 30 dias esse projeto esteja já funcionando”.

O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, expõe que nos dois projetos, propostos pelas associações dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI) e dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa Do Forno, eles assumem fornecer quase 160 ton de alimentos para 5,8 mil pessoas em insegurança alimentar, assistidas pelos centros de referência de Assistência Social (CRAS) de Canindé, de Nossa Senhora das Dores e no Hospital e Maternidade São José, em Itabaiana. Neste último caso, as doações serão para o preparo de refeições aos pacientes.

“São 59 produtores irrigantes dos perímetros Califórnia e Ribeira inscritos em dois projetos aguardando homologação e o pagamento de R$ 472 mil (R$ 8 mil para cada), pela venda garantida de produção durante um ano. Dos aprovados, além da APPIP, temos outras duas associações de Itabaiana, no perímetro da Ribeira e mais a Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador. Todos fazendo entrega para o PAA”, assinalou Sandro Prata.

Lagarto
“Esse projeto da APPIP, se comparado aos que nós temos em funcionamento, é o maior que a Conab tem hoje no Estado de Sergipe. Atendendo 69 produtores e várias entidades. A Cohidro é um parceiro importantíssimo nesse contexto, se não fosse a Cohidro aqui, não teríamos este êxito. Nós sabemos das dificuldades que o produtor tem, o agricultor não é comerciante, ele é agricultor, então ele necessita de apoio técnico e a Cohidro tem feito isso de uma forma excelente em todos os perímetros que ela atua”, relatou o superintendente Emanuel Carneiro. A Conab investe nesses agricultores do Perímetro Piauí R$ 551.450,00, para que produzam 296 ton de alimentos, doados para 6.860 pessoas assistidas por seis instituições socioassistenciais de Lagarto.

Participou da reunião, realizada na sede recreativa da APPIP no dia 12, a coordenadora do CRAS 1 de Lagarto, Marta Catarina Dantas de Almeida. Ela foi convidada pela Associação para divulgar aos produtores o trabalho que a entidade faz, falando “sobre o que é o papel do CRAS, de estar distribuindo os alimentos para as famílias. Vim passar para os agricultores mais uma força, um incentivo”, relata, confirmando a função social no PAA, ao justificar que as doações chegam sim até as pessoas. ”Falei da importância dos alimentos para essas famílias, do quanto está sendo bom para elas”.

O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, estabelece que além das pessoas que recebem o alimento, o produtor também se beneficia no PAA. “É um preço fixo por cada produto e que não varia com o mercado. Se um preço cair, o que é bastante recorrente, o produtor não leva prejuízo como acontece quando ele vende para os atravessadores. Isso facilita muito o planejamento das suas plantações, ele pode programar sua produção durante toda vigência do contrato com a Conab sabendo que receberá seu repasse, toda vez que fizer uma entrega à doação simultânea”, argumentou.

Josileide Martins de Carvalho Nascimento (Dona Dicuri) reconhece essa vantagem no PAA. Ela é agricultora irrigante no Perímetro Piauí e entrega coentro, couve e alface e diz que já contabilizou mais de 300 quilos de alimentos à doação, cerca de 40 por semana. “Essa é a primeira vez que participo e digo que compensa, vale apena”, contou. Na reunião com a Conab, considerou importante ter esse tipo de encontro. “É bom porque a gente fica sabendo mais ainda, ficou por dentro do assunto. Eu sei que está tudo certo, guardo os documentos numa pastinha, é bom ter o controle. O pagamento está indo bem, entrego numa semana e recebo na outra”, completou.

Para o presidente da APPIP, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), a reunião serviu para melhorar o conhecimento que tinham do PAA e reforçar a importância do Programa. “A partir de agora todo mundo vai se organizar mais, vai procurar colocar mais produtos, produzir mais. É uma alegria muito grande receber o superintendente da Conab do Estado aqui na nossa Associação, pela primeira vez. Ele veio esclarecer nossas duvidas e nós ficamos agora tranquilos, todo mundo está consciente do seu papel”, avaliou, reforçando estarem recebendo os pagamentos corretamente, após cada entrega.

José Carlos Felizola Filho, diretor-presidente da Cohidro, considera que a cooperação dada pela Empresa, ao PAA, vá além do auxílio técnico para a elaboração dos projetos. “Para produzir com a variedade e quantidade de alimentos que esses agricultores se propõe à Conab e durante um ano, em Sergipe não há como plantar sem irrigação. A irrigação pública, oferecida pelo Governo do Estado, propicia essa garantia para esses pequenos produtores, de que eles podem assumir o compromisso com o Conab e com as entidades beneficentes que, por sua vez, poderão se comprometer com as pessoas que atendem, de que esse alimento vai chegar nas suas mesas”, relevou.

De Malhador para Areia Branca
Cerca de 750 famílias em situação de insegurança alimentar em Areia Branca estão recebendo alimentos doados pelo PAA. Doações que são produzidas por agricultores da Astrapicica, de Malhador. Eles são todos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II e repassam os produtos para coleta realizada pelo CRAS do município vizinho. Raine Costa é coordenadora da entidade beneficente e acompanhou a Conab na visita feita à a Associação, no dia 15.

“O projeto é bastante organizado e vem beneficiando famílias carentes. Ele contribui bastante para essas pessoas que estão numa situação nutricional delicada. A gente que trabalha na Secretaria de Assistência Social conhece de perto a realidade dos habitantes de Areia Branca”, destacou, acrescentando que a doação é feita priorizando os mais necessitados. “Nós procuramos primeiro ir aos povoados, que tem uma maior necessidade. A gente entrega praticamente na porta de cada um e como a Associação nos repassa produtos de ótima qualidade, a população dá um bom retorno, eles estão bastante satisfeitos com o projeto”, reforçou Raine Costa.

PAA em Lagarto vai doar 296 ton. de alimentos via Perímetro da Cohidro

Entrega às entidades socioassistenciais – Foto: arquivo Gildo Almeida

Com objetivo de fornecer uma dieta balanceada e composta por alimentos saudáveis e naturais, com origem no próprio estado e destinada a populações em situação de insegurança alimentar, o Governo Federal, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desenvolve a modalidade “doação simultânea”, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Deste modo, a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, já entregou 84 toneladas de sua produção agrícola gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem 6.860 pessoas.

Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, quando terá que atingir as 296 toneladas de alimentos doados. Para participar, as entidades representativas dos agricultores propõem à Conab um projeto onde dizem o quanto podem fornecer, em produtos, durante um ano. Baseado neste volume, eles identificam o tamanho da população que podem beneficiar, por meio das doações e então definem as entidades, legalmente aptas a receber, que se enquadram neste perfil. Um planejamento complexo, onde a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o Perímetro de Lagarto, auxilia os irrigantes do Piauí e dos seus outros polos irrigados.

Obedecendo a uma tabela regional, o PAA remunera esses produtores a cada nova remeça de alimentos. Dinheiro que antes de começar a vigorar o contrato, é depositado em conta-conjunta bloqueada, como uma certeza de recebimento ao produtor. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, ser agricultor assistido pela Companhia Estadual, é uma segurança a mais ao Programa. “Para a Conab, nossos irrigantes são mais confiáveis de que vão cumprir o que foi proposto pelo projeto, graças à água ofertada pela irrigação pública. Uma garantia de produzir alimentos durante todo ano, ininterruptamente”, avalia.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445,00, como revela o Chefe da Divisão de Agronegócios da Empresa, Sandro Luiz Prata. “Além dos projetos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos, para entrar em vigência já em 2016: outro do Perímetro Irrigado Piauí de Lagarto, no Jacarecica II, em Malhador e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

Somadas todas as entregas realizadas pela APPIP neste acordo, R$ 551.450,00 serão divididos entre os 69 fornecedores inscritos. Uma garantia de compra da produção agrícola e por valores que não sofrem as variações provocadas pela especulação dos atravessadores. Mas ainda existe uma recompensa além da renda para esses agricultores: a de poder participar de um acordo que beneficia pessoas carentes. Para o presidente da Associação de Produtores, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), “está sendo uma benção. Comunidades que nunca tinham visto um projeto desses, agora estão numa alegria só. Estão radiantes com a qualidade dos produtos que estamos entregando”, relatou o dirigente da entidade que está executando seu quinto ano de participação no PAA, o 11º contrato em que tanto produtores irrigantes do Piauí, como a população carente de Lagarto, estão sendo contemplados.

É o que está acontecendo com os atendidos pelo Centro de Referência de Assistência Social José Francisco Rodrigues (Cras I) de Lagarto, onde a coordenadora da instituição, Marta Catarina Dantas de Almeida, elenca o perfil da população que recebe os alimentos quinzenalmente. “São pessoas muito carentes, que a gente já acompanha. Muitas são famílias que vivem só do Bolsa Família, em extrema pobreza. Isso levando em conta atender os locais mais próximos, para facilitar que eles tenham acesso”, explicou enumerando que são 1.300 pessoas dos bairros Jardim Campo Novo, Albano Franco, Loyola I e II, os assistidos com a doação de um total de 56 toneladas de alimentos e onde “o resultado está sendo positivo, a população está muito satisfeita”, completou.

Investimento no homem do campo

Recentemente, o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, pode ver de perto o trabalho de recolhimento e aferição do volume e qualidade dos produtos entregues pelos produtores, filiados da APPIP. “São mobilizações que justificam tudo que foi e ainda é investido, de recursos do Governo do Estado, na agricultura e irrigação pública. Forma consciência no agricultor de que é preciso se organizar, planejar, e ainda entender que aquilo que produzem serve também para combater a fome daqueles que são mais necessitados. Soube que em Sergipe, o acompanhamento realizado pela equipe da nossa Empresa é modelo de organização, exemplo a ser seguido nos projetos fora da nossa área de atuação. Tenho que parabenizar esses dedicados técnicos pelo trabalho que nos orgulha”, considerou.

Um dos que são assistidos pela Cohidro é Jodeclan Silva Santos, produtor rural no Perímetro Piauí que pela segunda vez que entrega para um projeto do PAA da APPIP. Para ele, o Programa auxilia na rentabilidade do agricultor. “Está ajudando bem. O que muda é que aqui na entrega é o preço, que está garantido. No atravessador todo dia muda o preço”, avaliou o irrigante que tem fornecido, em todo dia de entrega de produtos, uma média de 500 quilos de batata-doce, 60 de cebolinha, 80 de couve e 40 de alface. Ainda pela manhã ele chega à sede da Associação com alimentos que colhe bem cedo, fazendo com que as entregas às entidades, no início da tarde, sejam de produtos sempre fresquinhos.

Essa ajuda à população rural vai além da renda. Há casos em que o PAA auxilia no fornecimento de alimentos a famílias residentes no campo e em situação emergencial, sem acesso à suplementação alimentar necessária. É o caso dos povoados Boieiro, Barro Vermelho e Quilombo, também em Lagarto. Segundo Sandro de Oliveira Chagas, presidente da Associação Comunitária e Produtiva do Boieiro, nas localidades o solo e pedregoso, até para o pasto da criação de gado, principal atividade rural praticada no local. “A criação depende tudo de ração. 90% trabalham na roça própria, mas na nossa comunidade se plantar, não dá”, justificou.

O dirigente considera importante o apoio da Cohidro à APPIP, a quem primeiro procurou por ajuda e a Conab, por terem beneficiado Lagarto com este Programa, que diz só ter elogios. “Esta sendo conforme foi elaborado no projeto: no horário estabelecido e os produtos de boa qualidade, produtos de primeira. Não tem esse que viesse estragado, vem tudo organizadinho. A gente só tem a agradecer esse projeto maravilho e queremos ver se a conseguimos renovar de novo”, frisou Sandro Chagas, que representa os 1.960 moradores que vão receber, até o final do contrato, 84.564 quilos de alimentos.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, diz ser constante a atuação dos produtores em projetos de garantia de compra, como o PAA. “Temos a APPIP, mas também existe a Cooperativa de Produtores e a Associação de Produtores Orgânicos que sempre fornecem alimentos tanto nesta modalidade, de doação simultânea como no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), via Prefeitura. A Cohidro incentiva e está aqui para auxiliar e intervir em favor deles”, estabeleceu ele, informando que, no projeto em vigência, ainda são favorecidos o Cras 2, o Povoado Olhos D’água e adjacências, a Pia União dos Pobres de Santo Antônio e a Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância, todos em Lagarto.

Veja um álbum de fotos completo abaixo:

Diretores da Cohidro ouvem produtores em reunião no Perímetro Piauí

Gildo Almeida, João Fonseca, José Carlos Felizola e o técnico Marcos Emílio da Cohidro

Cumprindo agenda de visitas aos perímetros irrigados, o presidente da Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), José Carlos Felizola Filho, retornou nesta quarta-feira, 08, a Lagarto para uma reunião com os irrigantes, que ocorreu na sede recreativa da Associação dos Produtores do Perímetro Piauí (Appip). Acompanhado do recém-empossado gerente do polo agrícola, Gildo Almeida Lima e do diretor de Irrigação da Empresa, João Quintiliano da Fonseca Neto. Ele ouviu os agricultores e expôs as intenções da gestão de sua equipe de trabalho.

Um dos pontos questionados pelos irrigantes incide nas reformas e reestruturação do Perímetro. Os diretores tranquilizaram os produtores com a informação de que o projeto não está parado. “A compra das novas bombas já foi feita e estamos esperando o fabricante entregar. Serão 08 novas só aqui no Piauí, para substituir as antigas e que não estão mais com o mesmo desempenho de quando foram instaladas, isso há quase 30 anos. Serão equipamentos modernos, mais eficientes e econômicos quanto ao consumo de eletricidade. Isso vai incidir diretamente no valor das tarifas de energia elétrica pagas à concessionária, ou seja, depois que elas estiveram funcionando, o valor deve diminuir”, informou o Diretor-presidente.

A aquisição das bombas e a reforma das duas EBs (estação de bombeamento) do Piauí, fazem parte do Proinveste, financiamento federal, realizado pelo Governo do Estado, em que a Cohidro foi contemplada com R$ 11 milhões para investir em sua infraestrutura. Só para a irrigação em Lagarto, são R$ 572,5 mil investidos nas obras de recuperação predial e mais R$ 241 mil, para a compra dos equipamentos de bombeamento. “Na EB-02 foi reformada toda estrutura mecânica, tubulações, válvulas, estando pronta para receber as novas bombas. Na EB-01 está para iniciar a recuperação da estrutura civil e a intenção da Empresa é de que a obra ocorra o mais breve possível. Com essas intervenções, vai estabilizar a captação e bombeamento de água, aumentar a nossa eficiência e melhorar as condições de trabalho e produção, de nossos servidores e agricultores”, afirmou João Fonseca.

Sendo um dos seus primeiros compromissos públicos, o gerente Gildo Almeida foi bem recebido pelos irrigantes na reunião, principalmente pelo fato de ser um colega do grupo. Ele possui um lote no Perímetro e há bastante tempo está engajado na causa de defesa da agricultura familiar. “Vamos fazer o melhor para Cohidro, quero retribuir a confiança depositada em mim pela diretoria da Empresa que está disposta em colaborar com esse trabalho. Prova disso está aqui hoje, com a chegada da caminhonete que solicitei na semana passada. Nossa primeira vitória!” comemorou.

Solicitada pelo novo administrador, na visita que José Carlos Felizola fez ao perímetro na semana passada, o novo veículo de cabine dupla comporta cinco passageiros além do motorista. Tem o dobro da capacidade de carga do veículo anteriormente usado para levar os produtores orgânicos até as feiras da Agricultura Familiar em Aracaju. “Agora vamos poder levar mais irrigantes e mais produtos para as feiras. Isso quer dizer que eles também vão poder produzir mais e aumentar a sua renda”, completou Gilton. Após a reunião, o gerente levou o presidente da Cohidro até a EB-01, onde está para ser feita a reforma via Proinveste.

Irrigação da Cohidro vai gerar R$1,3 mi em alimentos para doação

Os produtos são entregues, em média, a cada 15 dias devido a perecividade

Agricultores que são atendidos pela irrigação pública, oferecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), têm oferta de água para produzir alimentos ininterruptamente e na mesma quantidade o ano inteiro. Isso cria uma maior facilidade para eles cumprirem os contratos com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), gerido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na semana passada, mais duas associações de produtores assinaram contrato e três delas iniciaram a entrega de alimentos às entidades beneficentes inscritas.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445. Compromissos em que a Conab remunera os agricultores para que sejam feitos os repasses, duas vezes por mês durante um ano, às entidades sócio-assistenciais credenciadas na homologação das propostas ao PAA e que atendem 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar.

Sandro Luiz Prata, Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, é diretamente responsável por assessorar os produtores na confecção e trâmites burocráticos das propostas enviadas à apreciação da Conab, um serviço que complementa o fornecimento de água e a assistência técnica que a Empresa oferece aos agricultores, nos perímetros. “Além dos contratos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos contratos com o PAA para entrar em vigência já em 2016, no perímetros irrigados: Piauí em Lagarto, em Riachuelo no Jacarecica II e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

O Analista da Conab, Engenheiro Agrônomo José Bomfim Júnior, durante a assinatura de contratos, dia 16, confirmou que a assistência da Cohidro auxilia na composição das propostas oriundas de produtores dos perímetros irrigados e explica que “a reunião foi uma orientação para as entidades que vão participar do PAA e deixando bem claro os objetivos, em termos de não fazer qualquer coisa errada e seguir corretamente o projeto. O dinheiro já está na conta bloqueada das associações e a partir de agora eles podem entregar os produtos que, à medida que já forem prestando contas, nós da Conab iremos liberando o dinheiro,” garantiu.

Contratos assinados

De Lagarto veio a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip) assinar o contrato para passar a entregar, a partir de 22 de março, 296 toneladas de alimentos. Antônio Cirilo Amorim, presidente da entidade, explica de que forma o PAA contribui com o agricultor. “O mercado hoje tem vários preços e na Conab é um preço garantido e vai beneficiar assim, mais de 69 agricultores nesse projeto e mais de seis mil pessoas receberão esses produtos. É muito gratificante, é muito compensador e a gente fica feliz por mais um projeto em Lagarto. Vai para cinco projetos que participamos já, só da Associação”, completou.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considera crucial a Empresa dar este auxílio ao produtor, para atuar neste e em outros programas governamentais que possam trazer benefício ao homem do campo, dentro dos perímetros irrigados. “Faz parte de nosso papel de incentivar a produção agrícola, assim como fazemos fornecendo água e assistência técnica. Para nós, é muito gratificante que esses projetos bonifiquem os produtores, com preços justos pela riqueza que é fruto do seu trabalho. Muito melhor quando sabemos que a Conab beneficia a população carente com esses alimentos, produzidos com o nosso apoio”.

A outra entidade que acaba de assinar contrato é a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, formada por agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana. O presidente, José Silva de Menezes, vê no PAA uma forma do produtor evitar os intermediários. “Atravessador só quer comprar barato e como esse dinheiro da Conab vem para os agricultores, é bom por que o preço sai mais caro. Porque tem tempos mesmo lá que são baratas demais as plantações e na Conab é fixo. Bom para a gente, que coloca e mais ainda para quem recebe, que é gente carente”, avaliou.

Entregas

A Associação do Povoado Mangueira foi uma das que, na quinta-feira, 18, fez a sua primeira entrega de alimentos, diretamente a três entidades beneficentes também de Itabaiana. Foram, por exemplo, 565 quilos de Cenoura, mesma quantidade também de Quiabo e Vagem; 525 de Inhame e ainda outros 500 de Batata-doce. Totalizando, foram mais de sete toneladas de 16 alimentos variados, compondo uma dieta básica para doação in natura à população assistida pelas ONGs. Até o final da vigência de um ano do contrato, serão 113 toneladas entregues só por estes 35 agricultores da Ribeira.

No mesmo dia e no mesmo Perímetro Irrigado, outros 34 produtores da Associação dos Moradores e Amigos do Povoado São José (AMAPSJ) entregaram também Aipim, Pimentão, Rúcula e mais 13 tipos de alimentos, totalizando 6,4 toneladas. Produtos doados, pelo vínculo do PAA, ao Centro Sócio Cultural de Barra Dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole, entidades que vão dividir as 103 toneladas produzidas por estes agricultores irrigantes da Ribeira, até o fim do contrato.

O agricultor José Carlos Xavier é irrigante da Ribeira e fez a entrega de 10 sacos, de 50 quilos, de Batata-doce. Fará este mesmo processo duas vezes por mês, durante um ano. Ele conta que agora, que é verão e o produto é mais valorizado, o preço de mercado até supera o valor pago pela Conab, mas isso não garante um ganho estável durante todo ano, como proporciona o Programa. “Recebo R$50 pelo saco, serão R$ 8 mil sem os impostos, bruto, até o final do projeto. Vale mais a pena no inverno, quando o preço de mercado baixa”.

Em Malhador, no dia 16, a Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica) também fez sua a primeira entrega do ano ao PAA e iniciou a temporada 2016 de doações nos perímetros da Cohidro. Neste projeto, os produtos são destinados a 3,5 mil pessoas assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. São 33 agricultores irrigantes que vão fornecer, durante um ano, 135.700 quilos de alimentos como Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora, Abobrinha e outros.

Irrigantes da Cohidro vão doar 648 toneladas via Conab

Evento reuniu agricultores, representantes das entidades beneficentes e técnicos da Cohidro e Conab

Representantes de associações de produtores rurais dos perímetros irrigados e de entidades beneficentes estiveram reunidos quarta-feira, 13, com os diretores das companhias de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Nacional de Abastecimento (Conab). Na sede da Estatal Sergipana, houve a assinatura de dois contratos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) federal, que consolidou a doação de quase 240 toneladas de alimentos, beneficiando mais de sete mil pessoas em insegurança alimentar durante um ano.

Esse montante é só parte dos contratos que em 2015 foram liberados, pela Conab, para execução. Ao todo foi autorizada a compra 648.265 quilos de alimentos, de 171 produtores irrigantes, sob a remuneração total de R$ 1.367.445 e que beneficiarão, pelos 12 meses de vigência de contrato, 18.260 pessoas. São agricultores que cultivam nos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Ribeira em Itabaiana e Jacarecica II, estes de Malhador. Serão beneficiados com cestas de alimentos in natura ou na preparação de refeições, os assistidos por entidades beneficentes de Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Lagarto, Itabaiana e Areia Branca.

Emanuel Carneiro, Superintendente Estadual da Conab, ressaltou a longa parceria entre as duas Companhias, onde a Cohidro assessora os agricultores a formalizarem os seus projetos para o PAA, na modalidade de “doação simultânea”. “Fizemos hoje a assinatura da ata que autoriza o inicio da doação dos produtos. Então, a partir de agora, essas instituições já estão aptas a entregar os produtos. À medida que eles prestam conta, é feito o faturamento na nossa unidade e automaticamente a gente já autoriza o banco a desvincular e liberar o valor relativo aquela prestação”, disse.

Astrapicica

A Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica), de Malhador é a proponente do projeto de PAA no valor de R$ 263.995, correspondente a compra de 135,7 toneladas de alimentos de 35 agricultores, para a doação simultânea beneficiando 3,5 mil pessoas. Luiz Alves de Oliveira, presidente da entidade, conta que ele os produtores envolvidos no projeto conseguem melhores preços para o Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora e Abobrinha, na as entregas.

“Para nós, é muito benéfico, porque conseguimos nos livrar do atravessador, que não vai mais em nossa porta. Compensa muito, já tem ano que o atravessador está comprando o saco de Batata-doce por R$ 10, e a Conab comprar por R$ 32. A vigência do contrato é de um ano e assim o preço que fica assegurado para este período”, contou Luiz Alves, que explica que a Empresa Sergipana atua em toda elaboração do projeto. “O que mais ajuda a gente é a credibilidade da Cohidro, esse projeto feito por Sandro tem muita facilidade de ser aceito, a Conab acredita no projeto”, completou.

Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata informa que a Astrapicica é uma associação que está ativa no PAA desde 2009. “A entidade participou do PAA propondo cinco projetos, totalizando R$ 873.510 pagos aos 207 produtores, correspondente a mais de 500 toneladas de alimentos doados a quase 20 mil pessoas”, confirmou o Técnico que na Empresa. Ele atua indo até cada uma das associações para reunir produtores, assessorando na formalização dos seus projetos e orientando de que forma deverão se comportar, depois das propostas aceitas.

Neste projeto a entidade que receberá os alimentos é o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. O Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Meio Ambiente, José Agnaldo dos Santos, na reunião representou a beneficiaria. “A gente vai entregar a três povoados bem necessitados. A prefeita esta maravilhada e com urgência para entregar, porque são muitas pessoas para receber na comunidade. Vai ser uma distribuição feita anotando no documento, pra depois a gente prestar conta tanto à Cohidro quanto a Conab”, advertiu, comunicando ser a quarta doação simultânea do PAA que participam em menos de um ano, antes recebendo suco de uva, leite em pó e feijão.

Até 2013, Sergipe era atendido pela Conab na Bahia e o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considerou que a vinda de uma unidade da Companhia para o Estado só contribuiu com as equipes da Cohidro e as entidades proponentes e beneficiadas. “O Governador Jackson Barreto foi excelente ao cobrar do Governo Federal e assim viabilizar a vinda de uma Superintendência para nosso Estado. Isso facilitou muitíssimo o acesso aos programas e para nós, foi um voto de confiança em nossa capacidade de gerir os projetos para receber os recursos. O que retribuímos com o trabalho, instruindo e auxiliando cada vez mais agricultores para serem proponentes”.

Povoado São José

Paulo Souza Melo é o presidente da Associação dos Moradores de Amigos do Povoado São José, que é a outra entidade proponente ao PAA que possui recursos já liberados para a comercialização dos alimentos. Para o produtor e líder do grupo participante pela terceira vez com um projeto, é um benéfico que compensa para o agricultor. “A estabilização dos preços seria uma das vantagens. Em poucas oportunidades o preço de mercado está maior que o pago pela Conab. E a Cohidro tem um papel primordial, na elaboração dos projetos, no acompanhamento, na distribuição, inclusive na arrecadação dos produtos. Sem a Cohidro dificilmente se realizaria esse trabalho”, revelou.

“Formada por agricultores irrigantes do Perímetro da Ribeira, em Itabaiana os 34 produtores da Associação vão fornecer 103.175 quilos de alimentos, sub uma remuneração de R$ 272.000 que vai beneficiar 3,6 mil pessoas atendidas pelo Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole”, informou Sandro Prata da Cohidro.

Sandro assinala que também já possuem projetos, liberados para execução, a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, também do Perímetro da Ribeira e a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), esta de Lagarto. “Ambos projetos somam mais de R$ 800 mil em recursos para adquirir alimentos em quantidade superior a 400 toneladas. Estão somente aguardando a liberação da verba federal, o que pode ocorrer à qualquer momento”, acrescentou.

Lania Ribeiro é assistente social e gestora de projetos sociais da Entidade da Barra dos Coqueiros, que prepara refeições para as crianças da creche e aos jovens que participam de oficinas culturais ou da programação da Rádio Comunitária que fica na sede do Centro, ou então o alimento que recebem das doações é distribuído às famílias de baixa renda da mesma comunidade. Esta será a segunda vez que a ONG participa como beneficiária de um projeto de “doação simultânea” oriundo de um perímetro irrigado da Cohidro.

“O que a gente sempre conta, é que tem uma grande diferença de quando a gente passou a receber os alimentos e antes. A qualidade da alimentação na comunidade que a gente atende mudou muito, dos idosos e principalmente das crianças, que chegam lá de manhã sem ainda terem feito uma refeição e a gente tem alimentação para oferecer. Da nossa parte, é um trabalho sério de preparo, de distribuição e principalmente de conservação, para não haver desperdício ou qualquer perda”, relatou Lania Ribeiro.

Balanço do PAA

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista que desde 2008, quando a Empresa passou a prestar assessoria aos produtores proponentes ao PAA, os perímetros irrigados comercializaram mais de 3 mil toneladas de alimentos, que foram doados para 114.977 pessoas e que remuneraram 1.284 agricultores em quase R$ 6 milhões. “Quero agradecer a minha equipe que cuida destes projetos: o Sandro, a Gerente de Desenvolvimento Agrícola Sônia Loureiro e os gerentes dos perímetros irrigados, pelo excelente trabalho que têm feito. Aqui o programa sempre foi muito bem-vindo, porque é fantástico, tanto beneficia o produtor como às entidades”.

Semana do Sebrae capacita irrigantes da Cohidro em Lagarto

A tenda montada pelo Sebrae na Praça Filomeno Hora, em Lagarto

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo

A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

 

Cohidro e UFS em Lagarto mantêm farmácia viva para estudos fitoterápicos

O encontro terminou com a realização de didáticas de grupo 1

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo
A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

Convênio entre Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Movimento Popular de Saúde (Mops), criou uma coleção viva de espécies vegetais com aplicação fitoterápica, junto ao escritório do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Empresa Pública em Lagarto. No último sábado, 19, aconteceu no local o segundo encontro das turmas do Curso de Extensão de Práticas Interativas, dos campi Lagarto e São Cristóvão, com a participação da pesquisadora Fátima Guedes, de Parintins-AM.

A Farmácia Viva serve como laboratório de estudo para os alunos do Curso de Farmácia e do Curso de Extensão da UFS em Lagarto. Para reunir cerca de 50 espécies de plantas, foi válido tanto o conhecimento dos pesquisadores ligados à Universidade e Mops, como também a contribuição das famílias de agricultores, alocadas no pólo de irrigação da Cohidro.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto e cuida do projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Cohidro, para produzir as plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora na área no Perímetro Piauí. Ela conta que, além disso, a farmácia viva que toma conta recebe sempre a visita de professores e alunos de outras instituições.

“Hoje são 160 alunos das Práticas Interativas envolvidos nesse projeto e que vêm aqui, onde promovemos as práticas de Fitoterapia, para plantar, cuidar e colher as plantas. Depois disso existem práticas que envolvem o preparo para o consumo e também esse projeto envolve o plantio de mudas para distribuição em outros municípios, onde as prefeituras desenvolvem projetos de farmácias vivas em suas secretarias de saúde, a exemplo de Capela e Poço Verde”, relatou Meirinha.

Explica ela que o grande incentivo ao projeto se deu com a criação da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). Meirinha possui boa parte das 71 espécies que, segundo o Ministério da Saúde, apresentam potencial para gerar produtos farmacêuticos. 12 delas já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) desde 2014. “Dessas 12 tenho em nossa Farmácia Viva a Aroeira, a Babosa, o Guaco, o Hortelã, o Salgueiro e o Plantago, conhecida popularmente como ‘Transagem’”, relacionou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, conhece o projeto e se diz deslumbrado com a ação promovida no Perímetro Piauí. “É impressionante saber que este trabalho que nós fazemos, de fornecer irrigação e assistência técnica no campo, também cria espaço para este tipo de movimento. Este conhecimento da cura por meio das plantas precisa ser resguardado de alguma forma, para que não se perca diante de tantos avanços da indústria farmacêutica. Hoje criam, em laboratório, solução para tudo, mas que não garantem a mesma facilidade de acesso, que uma planta regada no quintal de casa dispõe”, afirmou.

Sabedoria popular
A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, foi quem solicitou à direção da Companhia a autorização para acolher o projeto na área da Cohidro. Para ela, é importante promover este trabalho de resgate da sabedoria popular. “Colaboramos com esta ação da UFS e Mops, porque os produtores também contribuem, trazendo as plantas que tem em casa e conhecendo as demais aqui plantadas. Contribuímos assim para que eles tirem da terra a cura para muitas enfermidades, além do próprio alimento e sustento, garantido pela irrigação pública”, relata.

Cícero Alves dos Santos é agricultor irrigante no Perímetro Piauí e foi até a Farmácia Viva levar um pé de Abre Caminho. “Trouxe porque eu tive que arrancar o pé por falta de espaço, mas a maioria das plantas que preciso tenho lá em casa. Antes eu perdia muita coisa, o espaço é pequeno, agora tenho pra onde trazer”, elucidou. Conhecedor da aplicação das plantas, ele diz que está vendo no jardim criado pelo Convênio, uma maneira de expandir o que sabe e compartilhar com a comunidade essa informação que tem.

Meirinha explica que o Abre Caminho, embora seja bastante usado nos rituais da Umbanda, como o próprio nome popular sugere, tem mais de uma propriedade medicinal, sendo usado na América do Sul, África e Índia como analgésico e anti-inflamatório. “A população já sabe de tudo isso, a gente só precisa lapidar este conhecimento deles, conservar essa informação e oferecer essas alternativas de cura. É disso que nosso Curso de Extensão trata, preparando agentes de disseminação deste conhecimento”, informou.

Encontro dos cursos
Coordenadores, facilitadores e alunos do Curso Práticas Interativas se encontraram na unidade da Cohidro em Lagarto no sábado passado. As turmas do campus local e também de São Cristóvão puderam conhecer melhor o trabalho desenvolvido na Farmácia Viva que vem sendo constituída no Perímetro, além de poder adquirir o conhecimento passado pelos fitoterapeutas, como a amazonense Maria de Fátima Guedes de Araújo. Ela desenvolve trabalho junto do Movimento de Mulheres, Mops e atualmente faz a pesquisa acadêmica de especialização denominada “Vestígios do Curandeirismo”.

Na sua pesquisa, Fátima Guedes busca unir o conhecimento caboclo, do cultivo de ervas medicinais e o indígena, que é extrativista, tirando a cura da mata. Em ambos os casos, ela acredita numa cultura de não agressão aos “outros elementos naturais que constituem a mãe terra, além de nós. Principalmente os ‘engenheiros do solo’, que são as minhocas, formigas, os insetos que promovem a trituração dos nutrientes brutos, para facilitar a transformação feita pelos microrganismos, as bactérias e fungos, para então servirem de alimento às plantas”, considerou ela que no processo de disseminação fitoterápica valoriza o papel da mulher, precursora da agricultura nos primórdios da formação social.

Sergipano de Aquidabã, José Erivaldo de Oliveira passa o conhecimento familiar e de suas pesquisas em Fitoterapia, aos alunos dos cursos de Práticas Interativas, como facilitador. “Meu trabalho é mais focado na identificação de plantas com princípio ativo para uso medicinal”. Para ele, pode ter aplicação como remédio “desde o simples mato, sem valor, até os alimentos que utilizamos, incluindo suas folhas, talos e cascas que não consumimos”, esclareceu ele que também desenvolve atividades de alimentação alternativa. Exemplo dado por ele foi o de fazer um brigadeiro de feijão, para motivar a nutrição das crianças.

Simone Leite é coordenadora Estadual do Mops e do Curso de Extensão no campus São Cristóvão da UFS, que existe há mais tempo que em Lagarto. “Lá já é a sexta turma, aqui a segunda, porém nossa farmácia viva é menor”. Ela conta que participam dos cursos pessoas de diversas ocupações. “Tem gestores de saúde dos municípios, agentes de saúde, lideranças comunitárias, estudantes e professores universitários. Além de Fitoterapia, há cursos de Massagem Terapêutica, Reiki, Acupuntura Auricular e o Cone Chinês”, listou, convidando a todos para 6ª Conferência Estadual de Saúde, de hoje, 23, até amanhã, no Clube do Banese, no Bairro Atalaia em Aracaju. Na ocasião, o Grupo distribuirá mudas e sementes de plantas medicinais.

ExpoLagarto
Recentemente, a Coordenadora Meirinha participou como expositora da 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto2015), no stand da Cohidro. Ela explicou que a intenção principal era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí. Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de Hortelã com Guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de Flor da Colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com Manipueira e ainda o óleo de Arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de Aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Última atualização: 24 de novembro de 2019 12:32.

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