Perímetros irrigados do Governo de Sergipe garantem produção de amendoim durante todo o ano

Agricultores abastecidos pelo Perímetro Piauí, em Lagarto, estão no período de colheita e celebram bons rendimentos com o plantio

O amendoim é uma das culturas mais relevantes para a segurança alimentar em Sergipe, sendo um dos itens mais produzidos e consumidos no estado. Ao contrário do que acontece em outros estados do país, onde há maior produção e consumo em meses como maio e junho, em decorrência dos festejos juninos, em Sergipe, a produção é contínua, muito por conta da alta demanda. Para suprir essa necessidade, os perímetros irrigados administrados pelo Governo de Sergipe têm papel fundamental, tanto para o cultivo quanto para o apoio aos pequenos produtores que dependem dessa cultura. 

De janeiro a agosto deste ano, os perímetros de Jacarecica I (Itabaiana) e Piauí (Lagarto), por exemplo, colheram um total de 73,25 hectares de amendoim, 25,6% a mais que no mesmo período de 2024, produzindo 310 toneladas de vagens para cozimento, também 31% a mais, e a produção rendeu R$ 1.752.790 aos agricultores irrigantes, 27% maior que no mesmo recorte do ano anterior. 

No município de Lagarto, a produção continuada no Perímetro Irrigado Piauí, que existe desde 1987, tem sido essencial para os produtores. Para eles, sem esse abastecimento fornecido pelo governo, a produção ficaria comprometida, sobretudo do amendoim cozido, declarado patrimônio cultural e imaterial de Sergipe em 2021. 

No ano passado, nos cinco perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), foram cultivados 169,4 hectares de amendoim, o que equivale a 794,6 toneladas de vagens para cozimento. A produção rendeu R$ 4.475.772,00 aos agricultores irrigantes, somente com esta leguminosa. 

O diretor de Irrigação da estatal, Júlio Leite, explica que o cultivo do amendoim é incentivado nos perímetros por oferecer um conjunto de benefícios que vão além da produção. “Como a produção sergipana é praticamente toda destinada ao amendoim cozido, nos perímetros há sempre produtores que cozinham a sua e a produção dos vizinhos, agregando valor ao produto, que já sai do perímetro pronto para o consumo, gerando mais renda para a agricultura irrigada. Outra vantagem é que o amendoim é uma ótima cultura de transição, fixando nutrientes e conservando a qualidade do solo para a próxima lavoura a ser plantada na mesma área”, enfatizou.

Bons rendimentos
Com a chegada do final do ano, produtores como Antônio Barbosa, de 22 anos, que administra com a família uma propriedade de 4,8 hectares, estão em período de colheita. “Tudo que tenho hoje, como carro e casa, eu tirei da roça. Aliás, minha família toda também construiu bens assim. Estamos no período da colheita para vender para a cidade porque os amendoins já estão maduros. Se fosse na época dos meus pais, quando não havia o perímetro, muito provavelmente a gente plantaria poucos dias antes do inverno e aguardaria a chuva”, declarou o produtor, que precisou contratar funcionários para ajudá-lo na colheita.

O lavrador lembrou, também, que antes do perímetro irrigado a população se restringia apenas às culturas de fumo e mandioca, em Lagarto, diferentemente do que ocorre hoje, quando uma mesma propriedade consegue trabalhar o ano inteiro com, pelo menos, cinco tipos de culturas diferentes. “Naquela época, além da cultura ser limitada, ainda tinha que esperar o tempo certo de plantar”, completou. 

Para implantar o perímetro irrigado, o Governo do Estado construiu a barragem, deu infraestrutura aos lotes, que é o ponto de água, e daí para frente o produtor assumiu a responsabilidade da produção, sempre com o apoio dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). “O perímetro irrigado modificou a economia da cidade porque deu para introduzir mais culturas, que podem ser produzidas o ano inteiro”, acrescentou Antônio.

O lavrador Raimundo Lisboa, mais conhecido como Cacá, também reconhece a importância da estrutura para os produtores, que, segundo ele, possibilitou o envio de seus dois filhos à faculdade. “Com o que produzi aqui, hoje tenho um filho policial militar e outro dentista”. 

Variedades de culturas
Sua propriedade de 2,1 hectares está no período de replantio de amendoim. “Já colhemos e estamos plantando novamente, mas temos outras culturas aqui também, inclusive milho. Com o perímetro irrigado, não estou restrito a um tipo específico de cultura, posso plantar a qualquer momento ao longo do ano. Normalmente cultivo uma tarefa [0,33 hectares] aproximadamente de amendoim. Na última colheita tive 237 medidas [baldes de 12 litros], o que me rendeu cerca de R$ 2 mil de lucro. O amendoim leva três meses para ser colhido, então é possível plantar novamente. Ou seja, não há um longo intervalo. Não há necessidade de alternar a terra”, relatou o agricultor de 60 anos de idade, que atua na região desde a implantação do perímetro irrigado em Lagarto.

Francisco Saturnino dos Santos, o Chiquinho de Neusa, segue a mesma lógica de Raimundo: sua propriedade abastecida pelo perímetro irrigado lhe rendeu bens e investimentos para a família. Apesar dos 82 anos de idade e já estar aposentado, ele segue com a produção junto de dois, dos cinco filhos. “Minha propriedade mede 25 tarefas [7,5 hectares] e aqui tem de tudo. O amendoim são meus dois filhos que estão plantando, mas continuo trabalhando com eles. Inclusive, o nosso amendoim já está bom de colher”, pontuou o produtor, que afirma tirar, em média, R$ 5 mil de lucro por colheita.

O agricultor Aguinobaldo José do Nascimento, o Badinho, também vive do que produz, e prepara o filho de 23 anos de idade para dar sequência ao legado da família. “Tenho duas tarefas [0,6 hectares] de terra dentro do perímetro. Como o amendoim já está maduro, devo colher, no máximo, em 30 dias. É uma cultura muito fácil porque dentro de três meses ele já está maduro e aparece logo gente para comprar. O perímetro irrigado foi uma das melhores coisas para o produtor. Se não tivesse irrigação, não teríamos como plantar. Só poderíamos plantar para colher no inverno, no São João. Mas nós plantamos para colher o ano inteiro”, garantiu. 

Perímetro irrigado
A Coderse gerencia o perímetro irrigado em Lagarto fornecendo água e assistência técnica, que inclui suporte para a aplicação de novas tecnologias como fertirrigação e plasticultura. O perímetro produz uma grande variedade de culturas, como milho verde, abóbora e tomate, e tem como objetivo fortalecer a economia local e estadual, gerando emprego e renda para os agricultores. 

A produção agrícola no Perímetro Irrigado de Lagarto tem apresentado bons resultados. Em 2024, a produção total foi de 11 mil toneladas, um aumento significativo em relação ao ano anterior, impulsionada em parte pela melhora na infraestrutura do sistema, como a entrega de novas motobombas.

Atualmente, a Companhia administra seis perímetros: Califórnia (Canindé do São Francisco), Jabiberi (Tobias Barreto), Jacarecica I (ltabaiana), Jacarecica II (Malhador, Areia Branca e Riachuelo), Piauí (Lagarto) e Poção da Ribeira (Itabaiana).

Produtores de castanha e amendoim de Itabaiana ganham incentivo fiscal

Isenção do ICMS dá ao povoado Carrilho melhores condições de competitividade no mercado nacional


Comprometido com a política de desenvolvimento econômico do estado, o governador Fábio Mitidieri assinou nesta segunda-feira,  1°, no povoado Carrilho, em Itabaiana, o Decreto que concede incentivo no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre castanha in natura e amendoim produzidos na região. Isso significa que os comerciantes poderão vender a matéria-prima para as unidades de beneficiamento sem precisar recolher o ICMS. Com a isenção, os produtores do Carrilho, que representam 80% da população do povoado, estarão em condições de competir no mercado nacional. 

Por meio do decreto, os produtores que comercializam para as unidades de beneficiamento não precisarão mais recolher o ICMS, o que favorece a cadeia produtiva, uma vez que as indústrias sergipanas conseguirão ampliar a sua rede de fornecedores e adquirir a matéria-prima com preços mais competitivos. Com o incentivo, as indústrias de beneficiamento da castanha e amendoim ficarão responsáveis pelo recolhimento do imposto, devido apenas no momento da venda para terceiros. 

“O Estado abre mão de R$ 1 milhão por ano em ICMS, não por mera ajuda, mas por retribuição por tudo que Itabaiana produz e beneficia Sergipe, seja com o ouro, com o caminhão, com a castanha. Com essa condição de competitividade, na verdade, quem lucra somos todos nós, com o retorno econômico que isso nos trará”, considerou Mitidieri, reiterando a importância de estímulo da economia, por meio de incentivos fiscais.

O deputado estadual Luciano Bispo, ex-prefeito de Itabaiana, prestigiou a solenidade e agradeceu a iniciativa. “Com essa medida, nós ganhamos competitividade. Toda a família do Carrilho se beneficia. Está sendo feita história aqui hoje”, pontuou.

Outros incentivos

O Governo do Estado tem se debruçado em apoiar e fortalecer também outros setores, a exemplo da elevação do teto de valor de compra de veículos para pessoa com deficiência (PcD), ratificado em  convênio com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em janeiro deste ano.

Com a medida, o teto de R$ 100 mil para isenção parcial do ICMS para aquisição de veículos automotores destinados às PcDs sobe para R$ 120 mil. A decisão busca ampliar as possibilidades de obtenção de veículos para este público, permitindo que ele possa usufruir de carros mais adaptados às suas necessidades. Com a ampliação, mais de 50 automóveis passam a ser enquadrados no novo teto.

De acordo com o decreto em vigor, a PcD poderá adquirir veículos automotores, cujo preço de venda sugerido pelo fabricante, incluídos os tributos incidentes, seja de até R$ 120 mil. A cobrança do ICMS será feita apenas sobre o que ultrapassar R$ 70 mil, também conforme norma estabelecida pelo Confaz.

Perímetros irrigados apresentam expressiva produção de amendoim para o período junino

Mais da metade do que se colheu nos primeiros quatro meses do ano já foram produzidas nesse mês de junho

Agricultor irrigante Luciano Oliveira [Foto: Arthuro Paganini]

No atual período junino, a produção de amendoim apresentou ligeira evolução no que diz respeito à quantidade produzida nos perímetros irrigados no estado. Importante e tradicional iguaria, o amendoim verde cozido é reconhecido há dez anos como patrimônio imaterial de Sergipe. Ao todo, tanto nas áreas de sequeiro como nas áreas irrigadas, são 38 municípios responsáveis pela produção estadual. 

Os cinco municípios maiores produtores são Itabaiana, com cerca de 25,5% de toda a leguminosa do estado; Malhador; Lagarto; Areia Branca e Moita Bonita. Juntos, eles representam mais de 50% de todo o amendoim produzido no estado. De acordo com o último Perfil Agrícola publicado pelo Observatório de Sergipe, a produção estadual foi de 1,5 mil toneladas por ano, em uma área de 820 hectares.

A maior parte do amendoim sergipano é produzida nos perímetros irrigados administrados pelo Governo de Sergipe. Ações realizadas pela gestão estadual, por meio da Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), garantem irrigação nas lavouras e, consequentemente, uma produção favorável o ano inteiro. 

Entre janeiro a abril de 2023, a produção de amendoim in natura nos perímetros foi de aproximadamente 195 toneladas, em lavouras que ocuparam uma área de 89 hectares. Isto ocorreu nos perímetros irrigados Poção da Ribeira (Itabaiana e Areia Branca), Piauí (Lagarto) e Jacarecica I (Itabaiana), administrados pelo Governo de Sergipe.

O presidente da Coderse, Paulo Sobral, explica que já se produziu em junho mais da metade do que se colheu nos primeiros quatro meses do ano. “No levantamento feito por uma equipe de técnicos, a produção esperada nos mesmos perímetros irrigados para o atual período junino é de 110 toneladas de amendoim em casca, dentro de uma área de 48,6 hectares a ser colhida”, explica. 

Esse feito deixa os produtores sergipanos muito satisfeitos, como é o caso do agricultor irrigante Luciano Oliveira. Luciano aproveita a irrigação fornecida pela Coderse, no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, para plantar duas culturas. “No espaço entre as espaldeiras do maracujá, eu planto o amendoim. Assim, tenho duas colheitas em um só espaço de terra”, comemora o produtor.

O amendoim tem ciclo curto de cultivo, em torno de 70 dias. Ele fica pronto para colher antes que a ramada de maracujá cubra a área, entre uma linha e outra, e se torne impossível o plantio e o manejo de mais uma plantação. Dessa forma, o produtor agrícola promove o cultivo consorciado, uma opção prática para quem tem a garantia da irrigação fornecida durante o ano inteiro.

O resultado positivo da safra também é comemorado pelo secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva. Ele destaca que o amendoim verde cozido é uma deliciosa iguaria que tradicionalmente é apreciada nos festejos juninos, e que representa uma importante fonte de renda para os produtores sergipanos. “Essa produção positiva é sinal de que não vai faltar o amendoim cozido em nossos festejos”, pontua Zeca.

O produtor Antônio Braz de Souza, mais conhecido como Toinho, está otimista com a venda do amendoim que produz no povoado Brejo, município de Lagarto. “Além de plantar, também compro o amendoim de outros produtores, cozinho e vendo para feirantes aqui de Lagarto, Simão Dias e Malhador”, disse o agricultor, que espera colher 500 sacos do produto na próxima semana, para os festejos de São João deste ano. “Graças a esse sistema de irrigação, temos amendoim o ano inteiro, de inverno a verão”, celebra. 

“Se não fosse a irrigação promovida pelo governo, não conseguiríamos produzir no verão no perímetro Piauí. É uma ajuda cem por cento bem vinda”, confirma o agricultor Renilson de Jesus Araújo, de 35 anos, que afirma se orgulhar de ser produtor rural desde que se entende por gente. “Além do amendoim, planto batata, milho, maracujá e repolho. Neste ano já colhi todo o meu amendoim, que me rendeu cerca de sete mil quilos. Agora é esperar o mês de setembro chegar, pra plantar novamente”, observa Nicinho, como é mais conhecido na região.

[Vídeo] Plantio consorciado de maracujá com amendoim no perímetro Piauí

O agricultor irrigante Luciano Oliveira aproveita o espaço entre as espaldeiras do maracujá para plantar amendoim. Com isso, ele aproveita a mesma irrigação, fornecida pela Coderse no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, para plantar duas culturas agrícolas. O agricultor terá duas colheiras em um só espaço de terra.

O amendoim tem ciclo mais curto e está pronto para colher antes que a ramada de maracujá cubra a área, entre uma linha e outra, e se torne impossível o plantio e o manejo de mais uma plantação entre as linhas. Dessa forma, ele promove o cultivo consorciado, opção prática para quem tem a garantia da irrigação fornecida pelo o ano inteiro.

[vídeo] Irrigantes pela Cohidro em Lagarto faturam com amendoim no período junino

A safra do amendoim no Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo de Sergipe em Lagarto, já era para ter terminado. Voltando à colheita na época de verão. Mas ainda tem irrigante atendido pela Cohidro colhendo e faturando bem com o amendoim.

Isso acontece por conta da safra das lavouras de sequeiro não terem começado o ano com boas chuvas e ainda teve a retomada das festas juninas com todo gás, depois de dois anos de pandemia. Tudo motivando a alta na procura e o preço bom para a venda da produção.

Essa foi a matéria mostrada pelo programa Sergipe Rural do sábado (18), na Aperipê TV. Os agricultores do perímetro têm assistência técnica agrícola e água de irrigação fornecidas pela empresa pública. Benefício que permite a eles produzirem o ano todo, faça chuva, ou sol. Aproveitando os períodos em que o mercado é mais promissor para este ou aquele produto.

[Vídeo] Irrigação pública em Lagarto produz amendoim para as festas juninas

O Programa Agro-SE, da Tv Atalaia, foi até Lagarto, mais precisamente no Perímetro Irrigado Piauí, para mostrar que a irrigação fornecida pela Governo de Sergipe, através da Cohidro, permite ao agricultor plantar o amendoim antes do período de chuva. Fazendo com que na época das festas juninas, as vagens estejam prontas para colher e aproveitar o clima de São João para gerar mais no campo.

Além da água de irrigação, o irrigante do perímetro Piauí conta com a assistência técnica da Cohidro, para determinar a melhor forma de plantar e cuidar das roças. Outra particularidade do Piauí, é que o amendoim geralmente sai do perímetro já cozido. Pronto para ser consumido da forma que se tornou Patrimônio Imaterial de Sergipe, beneficiamento que gera ainda mais renda para as comunidades compreendidas pelo projeto de irrigação estadual.

Cresce a produção do amendoim em perímetros irrigados em Sergipe

Tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor

Ainda em outubro do ano passado, animados com os resultados positivos do combate à pandemia do coronavírus, os plantadores de amendoim, que recebem água e assistência técnica agrícola nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe, retomaram os plantios. Esses agricultores irrigantes apostavam em um 2022 promissor para o turismo e lazer, setores que em Sergipe absorvem boa parte da produção de amendoim cozido, escoando praticamente todas as safras dos produtores.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, nos meses de março e abril deste ano, mais de 20 produtores colheram o amendoim, aproveitando o bom preço do período de entressafra nas lavouras de sequeiro.

O ano de 2021 terminou com a colheita de 905 toneladas nos cinco perímetros de aptidão agrícola da Cohidro. Mas a tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor.

“Neste período ele [o amendoim] está favorável. As colheitas aqui estão dando sempre de boa qualidade ultimamente e o preço agora está de R$ 30 a medida [balde de 12 litros], saindo da roça e já abatido o custo com a mão de obra da colheita. Toda semana está acontecendo a colheita do produto”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

No perímetro de Lagarto, de janeiro a dezembro de 2021, foram colhidas 144 toneladas, montante que deve ser superado, fazendo referência a produção dos três primeiros meses de 2022 que somam 47,5 ton.

Renilson de Jesus é irrigante no perímetro Piauí e há mais de um mês vem fazendo a colheita do amendoim plantado. As colheitas das suas lavouras geram mão de obra para dez pessoas por vez, além do irrigante.

O agricultor explica que, para ele, o período bom para produzir é fora do inverno, quando na região Nordeste tem chuvas escassas e só colhe quem possuir irrigação. Há dez anos produzindo amendoim, Renilson colhe até quando a produção da agricultura de sequeiro começa a chegar ao mercado.

“Eu pretendo plantar de novo só no final do inverno. Esse período é bom de produzir, mas, o preço fica mais barato. A partir de agora muitas pessoas plantam fora de irrigação, aproveitando as chuvas do inverno. A escolha do amendoim, no caso do período irrigado aqui, é por dar mais um dinheirinho. Porque o pessoal só planta irrigando mesmo”, salienta Renilson.

[vídeo] Retomada da produção do amendoim em Lagarto é assunto do Sergipe Rural

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV , Foi em Lagarto mostrar que os produtores do Perímetro Irrigado Piauí estão produzindo mais amendoim. Na edição do sábado (30), ficamos sabendo que quem planta está animado com o período de fim de ano coincidindo com a reabertura de bares, praias e eventos, a partir do abrandamento da pandemia do coronavírus.

Com a água de irrigação fornecida pelo Governo do Estado através da Cohidro, o produtor planta amendoim para lucrar com a retomada da demanda pelo produto. A assistência técnica dada pelos técnicos agrícolas da companhia complementa os benefícios, orientando a forma correta de plantar e de utilizar o bem público que é a água. Esta que é compartilhada entre os 421 lotes e a qual dependem também outras culturas agrícolas.

Produção do amendoim irrigado deve ser impulsionada por flexibilização do isolamento social em Lagarto

Grãos sem comprador serviram de semente na safra a ser colhida a partir de novembro

Seu Antônio cozinha o amendoim que planta e a colheita dos irrigantes vizinhos [Foto: Fernando Augusto]

Patrimônio Imaterial Sergipano, o amendoim cozido é um método de beneficiamento que absorve praticamente toda safra do produto no estado. Seu consumo é associado às festividades juninas e é um petisco dos mais apreciados nas atividades recreativas. Com a reabertura das praias, bares e eventos, depois de mais de um ano e meio de pandemia de Covid-19, o consumo do amendoim tem grande expectativa de voltar à normalidade neste fim de ano. Produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, após diminuírem a produção no primeiro semestre deste ano em cerca de 7%, agora estão animados em retomar os plantios. Queda que nem aconteceu em alguns desses lotes atendidos pelo Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), com irrigação e assistência técnica.

O casal Josefa Araújo e Alcides Meneses planta o amendoim no perímetro irrigado da Cohidro há cerca de uns três anos e sentiu dificuldade em escoar a produção no período da pandemia, mas isso não significou em perda da produção. “Mudou muito. Ficamos sem vender o amendoim. Daí, secamos o produto, guardamos para semente e agora estamos usando esta semente para plantar. Isso compensou, porque agora a gente não está precisando comprar a semente. Foi ruim, porque para comprar os adubos nós nos apertamos, não tinha o amendoim para vender. Mas agora [o mercado] está melhor, graças a Deus e até o comprador veio aqui esta semana olhar [a lavoura]. E já tem uma área ali limpa, que vamos plantar com esta semente que guardamos”, adianta.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida explica que além da queda o período é de entressafra, por conta do inverno chuvoso, condição climática que diminui a produtividade do amendoim e dificulta o trabalho de colheita. “O amendoim agora está em falta no mercado, a produção de amendoim caiu um pouco, mas a tendência dos próximos meses é de normalizar. O pessoal está começando novamente a plantar e outros estão se preparando para fazer plantação. Houve uma queda de 2021 com relação à 2020, porque em 2020 com a pandemia fechou tudo, as praias, as festas. Em 2021, muitos não plantaram com medo de não achar a quem vender o produto. Mas nos próximos meses vai normalizar. Tem gente que já fez a plantação e outros estão se preparando para fazer a plantação novamente”, esclarece.

Diretor de irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca justifica que além do mercado promissor para o amendoim, a cultura é muito empregada na rotatividade de cultivos. É incentivada pela assistência técnica dada pelos técnicos agrícolas da empresa, para melhorar a fertilidade natural do solo e, em consequência, a produtividade de outras espécies plantadas na mesma área depois, ou até mesmo consorciado ao amendoim, a exemplo do maracujá. “É uma cultura pouco exigente. Atua na fixação biológica do nitrogênio ao solo e fornece uma grande quantidade de matéria orgânica ao solo, através dos restos culturais, ajudando o agricultor a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba por ocupar as áreas na sequência de outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revelou o diretor.

Antônio de Souza, mais conhecido como Toinho do Amendoim, tem muita experiência plantando e cozinhando a sua produção e a dos seus vizinhos no perímetro irrigado de Lagarto. Para ele, a pandemia pouco interferiu no seu negócio. “São mais de 15 anos que eu trabalho com o amendoim, plantando e colhendo. [No período de pandemia] a vendagem foi boa, a diferença é que o pessoal não plantou com medo de não vender, já que não ia ter festa. Mas não caiu muito não, na verdade foi bom demais, tanto que o São João do ano passado faltou amendoim e nesse São João também foi bom demais, bom mesmo. Não pude reclamar não. Esse ano faltou também, para comprar. Se eu tivesse mais, teria ganhado dinheiro”, analisou o irrigante que plantou amendoim no dia 13 de outubro, em 0,5 hectares do seu lote.

 

[vídeo] Dias mais quentes animam produtores de amendoim em Lagarto

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

O programa Estação Agrícola da TV Sergipe, na edição deste domingo (27), exibiu em reportagem, os produtores de amendoim beneficiados com irrigação e assistência técnica rural da Cohidro em Lagarto, que estão apostando no aumento do preço, em relação ao verão passado – compensando o último inverno, quando a pandemia frustrou os tradicionais festejos juninos, onde o amendoim cozido é petisco de presença obrigatória.

Eles fazem parte do Perímetro Irrigado Piauí, em a produção anual de amendoim em 2018 registrada foi de 173 toneladas. No mesmo ano, ao somar todos os quatro perímetros públicos de irrigação do Governo de Sergipe, a safra foi superior aos 900 mil quilos. Toda esta produção e o costume enraizado de consumir o amendoim cozido, fez com que o produto se tornasse Patrimônio Imaterial de Sergipe em 2013

Leia matéria completa sobre o aumento da produção do amendoim clicando aqui.

Última atualização: 9 de fevereiro de 2021 18:03.

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