Cohidro contabiliza 100 hectares plantados no Perímetro Irrigado Piauí.
Em 2019, o preço do quilo do fumo beneficiado chegou aos R$ 15

A colheita do fumo é realizada de forma manual, através da mão de obra local. O produtor rural, Deleon Manuel, conta como é feito esse processo. “Nós plantamos e, à medida que vai crescendo, a gente faz a ‘capa’ (corte), assim sempre renovando, crescendo e capando. O ponto certo para fazer esse corte é quando a folha está ficando amarelada e inchada”, explica. Após o processo de seleção das folhagens, elas são espalhadas em arames e expostas ao sol para dar início à etapa de secagem. Alguns cuidados são tomados para não haver perda das folhas, como por exemplo, sua posição, para evitar o acúmulo de água em dias chuvosos.
Logo em seguida, o fumo é triturado, prensado e enrolado. Assim, inicia-se uma segunda etapa, que o agricultor Antônio Carvalho chama de processo de ‘cura do fumo’. “Pegamos o rolo triturado e prensado e colocamos no sol; depois de um tempo, viramos de volta para o sol e assim sucessivamente. Desse jeito, ele vai curando, ficando mais escuro e com o cheiro mais forte. O ponto de cura ideal é quando o rolo do fumo está completamente duro, seco e na coloração preta. Geralmente ficam expostos ao sol por um período de 60 a 90 dias”, afirma. Após todo este processo, o fumo é comercializado em cordas, que formam grandes rolos. Em 2019, o preço do quilo do fumo beneficiado alcançou R$ 15, e R$ 4 o quilo da folha entregue aos produtores que fazem a cura.
O técnico agrícola da Cohidro, Willian Domingos, conta que a colheita no Perímetro Irrigado Piauí é considerada longa. “Geralmente os agricultores plantam em maio ou junho e dão continuidade à lida até dezembro. E com o sistema de irrigação da Cohidro, esse período pode aumentar em até 1 ano e meio”. Ele afirma também que, há muito tempo, o fumo tinha ficado inviável na região, mas nos últimos 3 anos, com a melhora nos preços, o produtor voltou a acreditar na cultura. Por isso, o fumo em Lagarto representa um fator importante para a comunidade. “A economia local se beneficia de forma representativa no comércio, porque o investimento do produtor nesse cultivo não é tão alto, mas o seu retorno é imediato”, conclui.
Para Gildo Almeida, gerente do perímetro da Cohidro em Lagarto, uma boa irrigação é de suma importância para o fumo e outros cultivos. “Se não houver o bombeamento que o perímetro faz, a água não chega na plantação. Além do fumo, auxiliamos o desenvolvimento de outras culturas. São quase 30 tipos de culturas produzidas o ano inteiro. É muito gratificante ver a satisfação do produtor como resposta aos nossos serviços”, relata. No Perímetro Piauí, 421 lotes são irrigados durante todo o ano, beneficiando 3.515 pessoas diretamente com o serviço mantido pelo Governo do Estado. Anualmente, é colhida uma produção média que se aproxima das 10 mil toneladas, entre alimentos e outros produtos de consumo, como fumo, material forrageiro e plantas ornamentais, injetando na economia local algo em torno de R$ 17 milhões a cada ano.













