Cohidro promove palestra de prevenção a Helicoverpa em Canindé

Praga que vem causando prejuízos em plantações comerciais nas regiões Sul, Centro Oeste e Sudeste do Brasil, a lagarta Helicoverpa armigera também pode ser prejudicial às lavouras sergipanas, já que o inseto atinge uma vasta gama de variedades culturais e não encontra barreiras naturais que inibam sua proliferação. Deste modo, pensando na prevenção a esta ameaça também aos cultivos irrigados em suas unidades, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), realizou palestra educativa no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, proferida pelo seu engenheiro agrônomo Remi Bastos, no último dia 15 de abril.

Segundo o agrônomo e especialista fitossanitário da Cohidro, o risco da Helicoverpa chegar ao Nordeste era eminente e a descoberta da presença da lagarta na cidade alagoana de Arapiraca, a 156 quilômetros de Canindé, determinou a prioridade da realização da primeira palestra sobre o tema no Califórnia, que pretende atender a todos os produtores rurais nos perímetros irrigados da Companhia. “Trata-se de um inseto pertencente à ordem Lepidóptera que vem destruindo lavouras de soja, milho, algodão, feijão, sorgo, pastagens e tomate em vários estados do Brasil, inclusive no Nordeste começa a comprometer as culturas de feijão, milho, pimentão e quiabo”, revela Remi Bastos.

A palestra, segundo Remi Bastos, visa reforçar sobre a presença desta lagarta nos cultivos irrigados, evitando desse modo o uso de inseticidas indiscriminadamente a menor suspeita de presença da Helicoverpa. “Somente através da identificação da espécie em laboratórios específicos é que se pode confirmar a presença ou não da praga”, acrescenta o agrônomo Remi Bastos, reforçando que as ações com aplicações de agrotóxicos devem ser a última a ser posta em prática, para evitar possíveis invasões do inseto, decorrentes das aplicações desajustadas de inseticidas.

Ainda segundo Remi Bastos, no momento o produtor irrigante deve dar atenção ao manejo integrado, iniciando pela instalação de armadilhas com feromônio, armadilhas luminosas, destruição dos restos de culturas, sobretudo o milho, tomate, pimentão e o quiabo, seguido do monitoramento na lavoura, de duas a três vezes por semana.

Para o diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, a ação da Cohidro vai servir de alerta aos seus irrigantes, com o objetivo de identificar a presença da praga antes que ela se transforme em um problema maior. “Cada produtor deve ser um agente fiscalizador, que deverá informar aos técnicos e agrônomos da Companhia qualquer suspeita, para que possamos identificar se realmente se trata da Helicoverpa e assim determinar o melhor e mais eficaz tratamento para que não passemos, em nossos perímetros, pela mesma adversidade que outros produtores passaram em outras regiões do país”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, está confiante na ação impetrada pelos técnicos e especialistas da Empresa e prevê a eficácia no combate da praga, já que se tem tomado a atitude antes do problema acontecer. “Felizmente, ou infelizmente, o infortúnio ocorrido nas lavouras de produtores das regiões ao sul da nossa, fez com que pesquisadores passassem a conhecer bastante a Helicoverpa, que hoje não sai das manchetes da imprensa agrícola nacional. O controle da praga, por sorte nossa, já está sendo pesquisado há algum tempo e por isso, é pouco provável que aqui tenhamos que passar pela mesma infelicidade”.

Possíveis focos

Na reunião realizada no Perímetro Califórnia, com a presença de 20 irrigantes, a maioria produtores de quiabo e milho, o agrônomo Remi Bastos conta que ouviu depoimentos de alguns produtores irrigantes que confirmaram a existência, em 2013, de lagartas diferentes daquelas comuns a estas culturas e que apesar das aplicações de inseticidas, o controle não se mostrou eficiente, causando danos significativos.

“A Helicoverpa armigera ou lagarta do velho mundo, pode ter sim se instalado em plantios de milho nos municípios de Lagarto e Canindé, porém, sob baixa densidade populacional e a exemplo do que ocorreu em outros estados, talvez esteja sendo confundida com a lagarta-do-cartucho-do-milho e a lagarta-da-maçã-do-algodoeiro”, completa o especialista, que adverte que só após analises laboratoriais dos insetos será possível confirmar a presença da praga em solo sergipano.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:10.

Acessar o conteúdo