Cohidro e Abid discutem realização de Congresso Nacional de Irrigação em Sergipe

Cohidro e Abid

Diretores da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (Abid) estiveram na Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no dia 12, quinta-feira. A reunião entre os presidentes das instituições tinha como objetivo conseguir o apoio da Empresa Pública para a realização do XXV Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem (Conird), que neste ano ocorre em Aracaju de 25 a 30 de outubro, na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e também para agendar visitas técnicas aos seis pólos de agricultura irrigada, que a Estatal Sergipana administra.

Itinerante, a diretoria da Abid concentra seus trabalhos cada ano em um estado diferente da Federação, conforme a programação do Conird. Segundo o presidente da Entidade Nacional, Helvecio Mattana Saturnino, neste ano em Sergipe irá começar o ciclo de congressos anuais que vão ocorrer no Nordeste, sob a temática da “Agricultura Irrigada no Semiárido Brasileiro”. Embrapa, UFS e Secretaria de Estado de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri) são outros parceiros que Associação procurou estreitar relações durante toda aquela semana de visitas.

Prioridade no uso da água
Atualmente, segundo Helvecio Mattana, o que mais se discute é a questão da prioridade do uso dos recursos hídricos, cada vez mais escassos e demonstrando já fazer falta em algumas regiões brasileiras em determinados períodos. “Está faltando uma reservação e uma preservação da água, porque a água só é vital para a produção de alimentos, para dessedentação humana, animal e para nossa higiene”, coloca o presidente da Abid, em oposição ao atual modelo de produção energética, muito dependente do setor hidroelétrico, ao qual, para ele, não deveria ser a prioridade no uso dos mananciais.

Também preocupado com as reservas hídricas o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, discorre que “em Sergipe ainda existe muita água disponível para irrigação, porém é muito pouco usada e quando é, principalmente fora dos nossos perímetros, é usada de modo errado. Temos um trabalho constante de conscientização e captação de recursos para promover, continuamente, uma mudança no modelo de irrigação nas unidades da Companhia, para que cada vez mais estes agricultores passem a aderir à irrigação localizada, a microaspersão e o uso de sistemas automatizados, para daí reduzirmos ao máximo o desperdício e assim fazermos a nossa parte, pensando neste futuro em que a água será cada vez mais escassa”, expôs.

Também presente na reunião, a Gerente Geral dos Perímetros Irrigados da Cohidro, Maria Lúcia Ferraz, colocou que atualmente existe uma discussão, entre os poderes públicos, em função da prioridade que vai ser dada à água dos reservatórios dos perímetros da Empresa, que foram construídos para o uso na irrigação. Conforme as cidades crescem, cada vez mais estas reservas estão sendo requisitadas na captação para consumo humano.

“Nesse sentido, atualmente o que temos de ação mais importante é a intervenção do programa ‘Águas de Sergipe’, na recuperação ambiental da Bacia do Rio Sergipe, em que fazem parte os perímetros Jacarecica I e Ribeira, em Itabaiana. No projeto, uma das ações está sendo a mudança para a irrigação localizada e assim reduzir o nosso consumo para a irrigação”, explicou Maria Lúcia, sobre o atual conflito entre o uso da água para o consumo humano, agrícola e ainda para piscicultura, também presente nos polos de Irrigação da Cohidro.

O presidente da Abid vai ainda mais longe na questão que envolve a prioridade que deve ser dada às reservas hídricas. “Não é correto dizer que a irrigação consome a maioria da água, quando não existe nenhum projeto que trate do seu reuso. Vejo a agricultura irrigada como grande parceiro do consumo humano, pois eu posso pegar o efluente urbano, usar na irrigação e devolver como água tratada, com um custo mais baixo, em estado igual ou melhor do que qualquer sistema de tratamento industrial”, pondera Helvécio, idealizando projetos que podem amenizar a falta d’água em um futuro próximo.

Bons exemplos
Já o presidente da Cohidro explicou aos visitantes que o uso de novas tecnologias têm sido uma constante na Empresa, visando, ao mesmo tempo, uma melhor produção e redução de consumo de água. “Uso de exemplo o Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, onde a irrigação não dava certo quando era feita por inundação. Hoje, depois de implantado o projeto ‘Balde Cheio’ da Embrapa, tanto se consome menos água com o sistema de microaspersão automatizado, quanto a produção de leite dos irrigantes passou, de uma média de 250 litros por dia, para os atuais 3 mil litros”, comemorou Mardoqueu Bodano.

Conird
Bastante entusiasmado com a possibilidade da Cohidro participar do XXV Conird, Mardoqueu Bodano já planeja ações que possam enriquecer a discussão focalizada na agricultura irrigada que o evento propõe à Sergipe. “Vamos procurar reunir nossos diretores, gerentes de perímetros e engenheiros para planejar e enumerar de que forma poderemos contribuir com nossos especialistas, infraestrutura e instalações para fazer deste Congresso não só o primeiro, mas também o melhor do Nordeste”, se entusiasmou o presidente da Cohidro.

Maria Lucia
Mardoqueu
Helvecio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Novo frigorífico de Itabaiana solicita água à Seagri através da Cohidro

O empresário mostra a planta do novo empreendimento de Itabaiana

Em sua primeira visita oficial à sede Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), o novo secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal compareceu à reunião entre a diretoria da Estatal e o Grupo Souza, que veio a fim de solicitar o fornecimento de água – da barragem do Perímetro Irrigado da Ribeira – para abastecer o novo frigorífico que o conglomerado industrial pretende instalar no município de Itabaiana. O encontro ocorreu na última sexta-feira, 6 e resultou no compromisso da Empresa Pública em realizar um estudo técnico quanto sua capacidade de atender esta demanda.

Moacir Souza, proprietário de outros frigoríficos no Estado da Bahia e de um curtume no município sergipano de São Domingos, pretende construir a unidade de processamento e abate de bovinos em Itabaiana, com intenção de atender o mercado interno de carne, mas operando de maneira diferente do que acontece neste tipo de empreendimento. O empresário quer oferecer o serviço de abate e beneficiamento da carne aos proprietários do boi, sejam pecuaristas ou marchantes. Geralmente a indústria compra o animal e vende os produtos beneficiados em atacado.

“Nossa estrutura poderá pegar o boi do cliente, abater, fazer o corte do produto dentro dos padrões de higiene legal, ao valor médio de R$ 70 a R$ R$ 80 por cabeça, fazendo a entrega – em embalagem plástica adequada – diretamente na banca ou ponto comercial, atendendo num raio de até 100 quilômetros de atuação”, relatou o empresário Moacir, que pretende investir R$ 20 milhões no novo frigorífico e criar 140 postos de trabalho diretos. Além da carne, outros subprodutos são gerados no processo, como o couro, o sebo para aplicação industrial e a farinha de osso.

O secretário Esmeraldo Leal vislumbra no projeto, além do incremento à economia da região, o benefício de propor uma solução ao problema do abate clandestino, que desqualifica a qualidade da carne. “Além de gerar os empregos diretos, ele cumpre um fim social extremamente importante, com relação aos abatedouros e temos também um problema com a liberação dos produtos derivados de carne. Então é um problema social, ambiental e econômico que pode ser resolvido. O Governo do Estado tem se colocado como instrumento de incentivo a iniciativas como esta e cabe a nós da Seagri e em especial agora a Cohidro, tentar ver o que é possível ser feito”, colocou.

A água da Ribeira
Na reunião foi exposto que todos os trâmites do projeto de instalação do empreendimento estão encaminhados, inclusive já possuí a necessária licença ambiental para funcionar. O que falta definir é como a indústria vai suprir sua necessidade mensal de seis mil metros cúbicos de água, destinada à operação de abate e processamento de carne. A área em que se pretende construir o frigorífico, já adquirida, fica em um dos lotes abastecidos pelo Perímetro Irrigado da Ribeira, administrado pela Cohidro no Município.

“Nós teremos que fazer um estudo, para que não comprometam, em nenhum momento, os beneficiários do Perímetro, mas se conseguirmos viabilizar, será um serviço importante, que é obrigação nossa do Estado de Sergipe. Hoje o empreendimento precisa basicamente da água, se a gente resolve a água, a gente está resolvendo o empreendimento, então o papel hoje da Cohidro é decisivo”, completou o secretário de Estado de Agricultura, sobre a prioridade dada ao assunto, a partir da realização da reunião na Companhia.

Já Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, recebeu os empresários e a Seagri colocando a Companhia à disposição do empreendimento, reiterando que se for possível fornecer água à indústria, não haverá nenhum impedimento. “A proposta a nós colocada inclusive cita que o frigorífico quer pagar pela água consumida e nós vamos providenciar – caso se conclua ser possível atender a solicitação – para que estes recursos sejam revertidos inteiramente nos custos operacionais e investimentos na Ribeira e assim fazer a justa compensação à estrutura hídrica que terá novas aplicações, além da que está acostumada a fornecer água”, considerou.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, comenta que a água do Perímetro hoje é toda utilizada na agricultura, para fins de irrigação. “É uma demanda industrial, uma atividade nova que se pretende instalar na Ribeira, mas como tem uma função que vem para beneficiar a economia local e eliminar este problema sério que é o dos abatedouros, temos que levar isso em conta nesta solicitação, na hora de realizar o levantamento técnico que vai ser utilizado como resposta, positiva ou negativa”, expôs, alertando que a prioridade é o pólo de irrigação da Empresa.

Paulo Henrique Sobral, diretor de Infraestrutura da Companhia, explicou que é necessário avaliar o atual consumo da agricultura irrigada na Ribeira e a capacidade de armazenamento da barragem. “Temos que calcular se os 16,5 milhões de metros cúbicos do reservatório do Perímetro podem suportar continuar fornecendo água aos irrigantes – sem comprometer a oferta que hoje é durante todo ano – caso passe também a atender a demanda da nova indústria. Também será avaliado se a adutora, que atende a localidade onde vai ser construído o frigorífico, seria capaz de fornecer o volume requerido. Tudo isso vai ser levando em conta, incluindo os custos de um possível investimento na ampliação da rede de água”, concluiu.

Secretário Ouve Demandas do Sertão e Visita Perímetro California

João Quintiliano, Mardoqueu e Esperando Leal – FOTO: Luiz Carlos Loes Moreira Ascom/Seagri

Esmeraldo Leal dos Santos, Secretário de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), esteve em encontro com pequenos agricultores do território do Sertão, em 29 de dezembro, na Sede do Sindicato dos trabalhadores rurais, em Monte Alegre. Posteriormente esteve com produtores do Perímetro Califórnia, em Canindé do São Francisco, oportunidade que forma apresentadas reivindicações e dadas as explicações, por Diretores da Cohidro, Mardoqueu Bodano e João Quintiliano da Fonseca Neto.

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Cohidro estimula venda de doces em Canindé

Doces comercializados na feira

Os agricultores orgânicos de Canindé de São Francisco, que compõem a Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5) inovaram mais uma vez neste sábado, 24, ao passarem a oferecer também os doces caseiros que produzem, em suas bancas de produtos naturais na Feira Livre da Cidade. Todos são produtores irrigantes alocados no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Cohidro no Município.

Seis associados da Bio5 já possuem autorização do MAPA para produzir e comercializar – diretamente ao consumidor – hortaliças orgânicas, através da Organização de Controle Social (OCS) criada em 2014. Dessa oferta de alimentos cultivados livres de agrotóxicos, Cohidro e Associação conseguiram, junto à Prefeitura, espaço exclusivo Feira, para a venda destes produtos.

Cada vez mais produtores inspirados no sucesso e dedicação dos seis pioneiros da BIO5, estão aderindo ao grupo, com novas ideias e produtos para inovar a oferta e variedade de artigos que a Associação virá a oferecer, baseados na produção orgânica. Assim foi com a criação da galinha caipira orgânica e agora virá com o adendo ao grupo do casal Adenilza (Nilza) Barbosa e Valmir Matos, acrescido da ajuda da filha Esther Barbosa.

Dona Nilza produz, com a ajuda da família, doces artesanais a partir de ingredientes naturais cultivados no próprio lote dentro do Califórnia. Agora integrando a BIO5, ela passou a oferecer suas “delícias” na Feira, nos sabores: Goiaba, Abacaxi, Mamão, Banana, Acerola e Leite. O lançamento do produto foi um sucesso e não deu para suprir o desejo de todos que quiseram comprar. “Sábado que vem tem mais!”, avisa ela ao frequentadores da Feira.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sergipe mais justo: Agricultura familiar é foco das ações da Cohidro

Poços

Responsável por 70% do alimento produzido no Estado, a agricultura familiar sergipana é hoje o segmento de principal foco nas ações desenvolvidas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), seja fornecendo irrigação e assistência técnica em seus seis perímetros irrigados; ou na perfuração, instalação e recuperação de poços nas povoações rurais; incentivando a piscicultura e ainda também na recuperação de barragens para os pequenos rebanhos. Ao todo, se calculam mais de 90 mil pessoas do campo beneficiadas por estas ações só no ano passado.

Segundo a Lei 11.326, de 2006, o agricultor familiar e empreendedor familiar rural é aquele que não possuí área agrícola maior do que quatro módulos fiscais, que se utiliza de mão de obra predominantemente da própria família e que seja esta a sua fonte de renda principal. A Regra lista os produtores agrícolas, aquicultures, extrativistas, pescadores e trabalhadores sem terra, mas a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em sua 38ª Conferência, realizada em junho de 2013 na Itália, inclui também a atividade pecuária ao grupo, desde que atenda aos requisitos de pequena propriedade.

Perímetros irrigados

Em sua grande maioria – 99% dos 2038 lotes irrigados e 93% da área de 4460 hectares que ocupam – são pequenas propriedades rurais localizadas nos municípios de Areia Branca, Canindé de São Francisco, Itabaiana, Lagarto, Malhador, Riachuelo e Tobias Barreto, as atendidas pelos seis perímetros irrigados da Cohidro. Isso beneficia 9.100 pessoas instaladas em lotes familiares que, ou eram áreas particulares ou foram concebidos pela reforma agrária no ato da implantação dos pólos de irrigação – com exceção do Jacarecica II – todos ocorridos em 1987.

Tirando da conta o Perímetro Califórnia, em Canindé, que faz o uso compartilhado da represa da Hidroelétrica de Xingó para captação, a Cohidro tem em suas barragens um volume acumulado de 70,9 milhões de metros cúbicos, que propiciam o fornecimento de água o ano inteiro. Diretor de Irrigação da Companhia, João Quintiliano da Fonseca Neto, considera que dentro das unidades de irrigação da Empresa, a atividade agrícola é bastante compensatória para a agricultura familiar.

“Se o agricultor familiar fizer o uso da terra do modo correto, com a rotação das culturas para não degradar o solo, é a oportunidade de ele produzir por vários ciclos, sem intervalos. Recebendo a irrigação em suas áreas, com o investimento inicial feito pelo Governo, o lucro do produtor com a venda da produção é suficiente para manter sua família”, comentou João Quintiliano, ressaltando que a Cohidro arca com as despesas de manutenção e de operação dos Perímetros.

Além de tomar conta desta infraestrutura hídrica, a empresa mantém em seu quadro um corpo de técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos. “Nosso pessoal faz visitas frequentes aos lotes familiares, passando toda orientação técnica da melhor forma de plantio. Posteriormente, acompanha o desenvolvimento destes cultivos, emitindo a ‘Receita Agronômica’ quando há a necessidade de uso de defensivos químicos ou, por outro lado, orientando e estimulando a conversão para a agricultura orgânica, outro forte potencial da agricultura familiar nos nossos perímetros”, completou o Diretor de Irrigação.

Comercialização

Esses alimentos produzidos nos perímetros servem, primeiramente, para a alimentação de casa, que quase sempre fica junto aos lotes e o excedente é comercializado. Só em 2014, ao todo foram colhidas 115 mil toneladas nesses pólos de irrigação. Como parte da assistência técnica agrícola, para o momento de pós-produção, a Companhia auxilia também o produtor na venda. Para Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, esta etapa é fundamental para que se conclua o ciclo produtivo de forma eficiente, sem deixar o irrigante desassistido.

“Nós aproximamos estes agricultores familiares de parceiros que, antes de tudo, vem para oferecer meios de rentabilização justa ao trabalho exercido no campo, evitando assim deles ficarem à mercê do mercado especulativo, dos atravessadores. São nossos parceiros, nessa empreitada, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) com o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) – Frutos da Terra e a Seides (Secretaria de Estado de Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social) também ajuda muito, dando espaço aos nossos produtores nas Feiras da Agricultura Familiar, principalmente para os orgânicos, em feiras exclusivas ao setor, em Aracaju”, relatou Mardoqueu.

Sandro Luiz Prata, chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, é quem coordena as ações de auxilio aos produtores para a formalização de projetos para o PAA – Frutos da Terra que, para ele, cabem perfeitamente na realidade dos pequenos produtores. “Antes de tudo, só participa quem tem regularizada a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que por si só ‘regulamenta’ a condição de agricultor familiar. Na modalidade de ‘doação simultânea’, cada produtor tem a venda garantida, à Conab, de parte considerável de sua produção – até R$ 12 mil – repassada por ele diretamente a instituições que beneficiam pessoas em insegurança alimentar”, considerou, alertando que produto orgânico é 30% mais valorizado que o convencional no Programa.

Poços artesianos

O principal cliente, hoje, do trabalho de perfuração, manutenção e reparo de poços artesianos da Cohidro, são justamente as comunidades da área rural, onde não atuam as redes urbanas de distribuição de água tratada. Considerando Sergipe um estado onde se predomina a agricultura de porte familiar, são estes pequenos produtores os beneficiados pela maioria das ações da Diretoria de Infraestrutura da Cohidro, seja perfurando, instalando, recuperando ou fazendo reparos em um desses poços situados em povoados. O balanço anual contabiliza 75 mil pessoas beneficiadas, só em 2014, nestas ações.

Só em 2014 foram 71 poços perfurados pelas equipes técnicas da Cohidro e outros 24 foram feitos a partir do convênio com o programa federal “Água para Todos”, do Ministério da Integração Nacional. A intenção do projeto é beneficiar, em Sergipe, 107 localidades rurais, situados em 28 municípios. “As verbas federais – mais de R$ 13,5 milhões – atendem a contratação de empresas que fazem desde o levantamento dos locais que mais carecem da benfeitoria, até o trabalho de instalação do sistema de distribuição de água, passando pelo serviço de perfuratriz”, enumerou o presidente Mardoqueu, informando sobre a contrapartida do Governo do Estado de R$ 720 mil, nesta ação.

Em outro convênio, Cohidro e Petrobras estão recuperando 16 poços e suas respectivas unidades de armazenamento e distribuição. Poços estes localizados em povoados e assentamentos de reforma agrária. Diretor de Infraestrutura da Empresa Sergipana, Paulo Henrique Sobral informa que a Estatal Federal custeou os serviços com o montante de R$ 402.111,38. “Os oito, da primeira etapa, já fornecem água para 3.700 famílias de localidades rurais em Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre, Poço Redondo e Porto da Folha. Neste ano serão reformados mais oito, em Poço Verde, Pedra Mole, Carira, Tomar do Geru e São Miguel do Aleixo”, revelou.

Barragens rurais

Desde 2012 a Cohidro é o órgão executor do “Programa de Recuperação de Pequenas Barragens”, convênio entre as secretarias de estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri) e Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides). A iniciativa serve de auxilio aos pequenos criadores – com não mais que 19 cabeças – em regiões afetadas pela seca, reformando aguadas para acumular água da chuva e dar de beber ao gado. Foram mais de 1800 interferências realizadas nestes quatro anos.

As pequenas barragens, situadas em áreas particulares, só são recuperadas quando identificada a carência de recursos próprios para a obra e a aptidão rural da propriedade. “É necessário que a família tenha renda proveniente da agropecuária, para isso o cadastramento solicita as inscrições do NIS (Número de Identificação Social) e DAP. Ele também se compromete a ceder a barragem aos criadores vizinhos”, acrescentou o diretor Paulo Sobral, informando que só na edição de 2014, foram reformadas 810 e 14 destas são reservatórios públicos de médio porte, situados em povoados, beneficiando em torno de 6,2 mil pessoas.

Piscicultura e energia solar

Aproveitando do espelho d’água das barragens administradas pela Cohidro ou então dos remansos do Rio São Francisco, aquicultores utilizam de tanques-rede para produzir variedades como tilápia, tambaqui e curimatã-pacu (xira). Na criação, os membros da família se revezam em diversas tarefas, que vão desde alimentar os peixes, construir as gaiolas e a vigilância delas à noite. A Companhia, que dá assistência técnica a estas comunidades de piscicultores, viu nesta necessidade por segurança a oportunidade de agregar a energia solar às estações de vigia, instaladas às margens dos lagos e longe de redes elétricas.

Gerente de Aquicultura e Pesca da Cohidro, Francisco Machado Farias, conta que hoje são 22 kits de energia solar instalados em comunidades de pescadores artesanais e de aquicultures no Estado, equipamentos doados pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) em convênio firmado com a Cohidro. “Em 2012, fora 14 novas unidades de captação de energia solar instaladas por nós, também fizemos a manutenção em todos os kits, onde tivemos que substituir ao todo 14 baterias estacionárias”, acrescenta, divulgando a média de mais de 450 toneladas de peixe produzidas por ano nos projetos assistidos pela Companhia, gerando renda para cerca de 70 famílias.

Perímetro da Cohidro dobra a produção de leite em 2014

A produção de elite e a principal atividade do Jabiberi

Produção de leite cresceu 100% em um ano no Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município sul-sergipano de Tobias Barreto. A melhoria na qualidade genética e no aumento do rebanho faz com que os resultados subissem dos 607 mil litros, obtidos em 2013, para os 1,2 milhões no ano seguinte. A tendência é de ainda mais leite em 2015, com outros pecuaristas fazendo remanejamento do plantel e novos produtores aderindo ao atual sistema de produção.

Dos 74 produtores irrigantes assentados no Perímetro Jabiberi, 45, atualmente, fazem parte do “Programa Balde Cheio”, implantado pela Cohidro em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SE) e Banco do Brasil, sendo que se trata de uma transferência da tecnologia de produção leite, criada a partir de pesquisas realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na unidade de São Carlos-SP.

Em 2013 eram 35 produtores inseridos no “Balde Cheio” e, esse aumento na participação também veio por contribuir com o ganho na produção de leite do ano passado. Consiste, o sistema, na divisão dos lotes em piquetes menores, onde o gado pasta por um período e depois é manejado para outro, onde o capim está maior. Enquanto as vacas se alimentam em um dos cercados, os outros estão recebendo água através da irrigação e adubação para novamente crescer e no futuro, depois desse período de descanso e recuperado, receber novamente os animais.

Gerente do Jabiberi, José Reis Coelho explica que o “Balde Cheio” transformou a realidade no Perímetro da Cohidro em Tobias Barreto. “Quando foi implantando, em 2010, logo no primeiro ano dobrou a produção de leite. Hoje, dos 1.080 litros diários tirados antes do Programa, passou para 2,5 mil”, colocou, informando que além da produtividade, o sistema também instituiu novos hábitos de controle de despesas que trouxeram economia de energia elétrica e insumos, aos pequenos pecuaristas.

Remanejamento do rebanho

O rebanho total do Jabiberi agora chega a 270 vacas, quando em 2013 eram de 240. Mas Coelho assinala que o remanejamento dos plantéis não ficaram só na aquisição de mais animais. “Cerca de 120 cabeças são novas, onde 90 foram substituídas por exemplares de melhor qualidade genética e assim os produtores buscaram uma forma de obter mais produção por cada animal”, complementou. Ele ainda assinala que 90% dos gados de leite criados no Perímetro passaram a ser da raça girolando com o melhoramento.

Um exemplo do que fizeram os produtores, no ano passado, é o caso do irrigante José de Jesus Nascimento, conhecido como “Dudé”. Ele tinha antes oito vacas, destas, ficou com seis, vendeu duas e comprou mais seis novas, de melhor produtividade. Agora com 12 animais, dos 130 litros de leite que tirava diariamente, está produzindo hoje 220 litros. Ou seja, graças ao melhoramento genético do rebanho, investiu num aumento do plantel em 50%, mas obteve um ganho de 70% na produção.

“Alguns criadores fizeram empréstimos no Banco do Brasil ou no Banco do Nordeste, outros investiram com recursos próprios na renovação do plantel, como foi o caso de Dudé. Ao todo, 45 produtores aderiram a este melhoramento genético das vacas de leite. Já começamos 2015 auxiliando a elaboração de 25 projetos de outros produtores que vão também fazer financiamento, em um dos bancos, para renovar o rebanho”, finalizou o gerente do Jabiberi.

Proinveste

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano lembra que o Jabiberi também está recebendo investimentos do Governo do Estado, a partir dos recursos adquiridos pelo Proinveste. “São obras que possuem R$ 776.615 de orçamento e já estão sendo licitadas. Incluem a pavimentação da Agrovila, a limpeza dos drenos nos canais de irrigação e a recuperação da descarga de fundo da barragem, reformando assim o sistema que abastece de água os lotes produtivos. Além disso, estão disponíveis outros R$ 500 mil, para implementar a automação da irrigação dos criadores de gado de leite”, afirmou.

Queijo

Um incentivo, para esta melhora na produtividade do rebanho leiteiro do Jabiberi, é o laticínio que está implantado nas imediações do Irrigado e que vem investindo na compra de novos equipamentos que logo estarão em pleno funcionamento. Os 1,2 milhões de litros de leite lá produzidos, em 2014, foram transformados em mais de 122 mil quilos de queijo e a venda do leite a esta indústria rendeu aos produtores algo em torno de R$ 1,2 milhões.

Para o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o laticínio vem facilitar aos produtores o escoamento da produção de leite. “Se estes criadores não tiverem uma estrutura fabril destas, próxima ao lote e de acesso facilitado, iria dificultar a comercialização. Além disso, o leite produzido no Perímetro e entregue ao laticínio tem ótima qualidade, quer seja pelo manejo da ordenha, quer seja pela proximidade e rapidez na entrega ao laticínio,” concluiu.

Esmeraldo Leal assume Secretaria da Agricultura defendendo diálogo

Esmeraldo Leal

Em tom de agradecimento ao Governador Jackson Barreto pela nomeação e defendendo um diálogo aberto com os mais variados setores, o Sociólogo Esmeraldo Leal, em solenidade simples, participou com o então Secretario Francisco de Assis Dantas da transmissão de cargo, ressaltando ser sabedor dos desafios do cargo e da responsabilidade ao assumir uma Secretaria das mais importantes e, composta de servidores dedicados e cientes das responsabilidades, além de ser uma pasta por onde passaram destacados nomes, que servirão de incentivo para envidar os esforços necessários para corresponder à confiança da indicação e do referendo governamental. Tudo isso ocorreu na manhã desta quarta-feira, 8, no auditório da Secretaria contando com a presença de servidores da Seagri, além de diretores das vinculadas às pastas: Cohidro, Emdagro e Pronese.

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Cohidro supera 2 mil toneladas de alimentos doados pelo Frutos da Terra

Irrigação na Cohidro

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), acaba de superar as duas toneladas de alimentos comprados da agricultura familiar e repassados a entidades beneficentes, pelo método de “Doação Simultânea”. Só neste ano foram 447 toneladas, que beneficiaram mais de 15 mil pessoas em insegurança alimentar e geraram renda de R$ 1 milhão para 156 produtores. Estes números, que em 2015 têm a possibilidade de dobrar, são exclusivos aos projetos assistidos pelos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

No Governo do Estado este trabalho de acompanhamento do PAA é feito pelo “Programa Frutos da Terra” e através dele a Cohidro, desde 2008, auxilia os seus produtores irrigantes a formalizarem os contratos com a Conab. Na “Doação Simultânea” a Conab remunera o agricultor para que este repasse sua produção agrícola diretamente às entidades beneficentes por um período de 12 meses. Consiste em um acordo entre as associações de produtores dos perímetros e as instituições que atendem famílias carentes, seja pela doação de cestas de alimentos, como acontece em associações de moradores, ou pelo fornecimento de refeições diárias, como em creches, asilos ou hospitais.

Atualmente são quatro projetos de PAA – Frutos da Terra em vigência por intermédio da Cohidro e que vigoram até 2015. Em Lagarto, 50 agricultores da Cooperativa de Comércio e Produção dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí, durante o período do contrato, vão receber o total de R$ 324,4 mil para fornecer mais de 160 toneladas de alimentos a seis entidades receptoras, uma delas é a Associação de Sócio Desenvolvimento Artur Reis, instalada no próprio município. Já em Itabaiana serão R$ 678,4 mil de remuneração aos 106 irrigantes – do Perímetro Poção da Ribeira e inseridos em outros três projetos – que abastecem seis entidades locais e também ao Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros, com quase 286 toneladas de produtos.

Segundo Sandro Luiz Prata, chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, “nestes sete anos em que são formalizados os contratos do PAA – Frutos da Terra nos perímetros da Empesa, além das 2 mil toneladas comercializadas, foram 934 agricultores beneficiados com a compra da produção que, por sua vez, beneficiou quase 80 mil pessoas em insegurança alimentar. Ao todo, foram investidos – só nestes projetos elaborados por intermédio de nossa Companhia – R$ 3,8 milhões em recursos do Governo Federal, através da Conab e oriundos do ‘Fome Zero’, para a aquisição dos alimentos”, informou.

Ele prevê que em 2015 os novos projetos atinjam a meta de R$ 2 milhões negociados durante o ano pelo PAA – Frutos da Terra, aumentando o volume de alimentos, assim como a quantidade de pessoas atendidas com as doações. “Estes números tendem a aumentar quando os outros perímetros vierem também a participar formalizando novos projetos. O aumento do teto máximo do que pode ser gasto em cada projeto – agora em R$ 2 milhões – e a vinda da Superintendência da Conab para Sergipe, que começou a operar em definitivo agora em janeiro, são outros dois fatores que só vem a contribuir com isso, sem falar da nova norma que permite agora que os projetos em vigência sejam prorrogáveis por mais um ano”, relacionou o chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro.

Sandro Prata ainda explica que existem regras a serem consideraras na formalização de novos projetos. “Primeiro é preciso que as entidades a serem beneficiadas atendam aos requisitos das normativas em vigência, aprovadas pelo Grupo Gestor do PAA (GGPAA) e façam parte da rede socioassistencial municipal. Do outro lado, são somente as associações e cooperativas de produtores formalizadas e que possuam sua Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) – Jurídica que poderão participar como proponentes e fornecer os alimentos”, completou.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o PAA – Frutos da terra, além do caráter assistencial, auxilia o agricultor na formação de renda. “O produtor vende seus produtos à Conab obedecendo a uma tabela fornecida pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), com valores alheios às variações geralmente provocadas pela especulação dos atravessadores. Assim, quem planta e faz parte de um projeto, não só tem a certeza de comercialização dos seus produtos, como também será remunerado por um preço justo. Isso virá por repercutir na sustentação de preços nas vendas particulares, firmadas pelos agricultores dos perímetros irrigados e pelos de fora deles também”, reforçou.

Orgânicos

São aceitos pelo PAA produtos alimentícios para o consumo humano in natura da safra vigente, alimentos processados ou industrializados na própria unidade produtora e ainda sementes e mudas. De cada agricultor familiar a Conab, por norma, adquire até R$ 8 mil pela “Doação Simultânea” ao ano, isso quando a produção agrícola é convencional. Já quando se trata de produtos orgânicos, esse limite sobe para R$ 12 mil. O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, destaca que o produtor orgânico não gera excedentes ao mercado e principalmente obtém preços mais competitivos para sua produção através do Frutos da Terra, que ainda orienta que se busquem entidades beneficentes próximas ao agricultor na hora de formalizar projetos, facilitando a entrega.

“Para o produtor rural do interior, longe das feiras orgânicas da capital, fica difícil escoar a produção. O Frutos da Terra facilita e garante o retorno do investimento para aqueles que fizeram a conversão de sua produção para o método orgânico. Tanto tem um teto para a compra da produção orgânica maior, como também a Conab paga mais pelo produto, pois há o acréscimo de 30% acima do valor do convencional”, expôs João Quintiliano, relembrando que “o primeiro projeto de ‘Doação Simultânea’ de orgânicos, assistido pela Cohidro no Estado, foi proposto em 2011 no Perímetro Piauí, pela Associação de Produtores dos Orgânicos de Lagarto, sendo aceito desta vez e nos dois anos subsequentes”, acrescentou.

Canindé

Em outubro, Cohidro e Conab foram até Canindé de São Francisco para se reunir com os produtores irrigantes do Perímetro Califórnia, na intenção de apresentar as opções e vantagens ao agricultor em participar do PAA – Frutos da Terra. Na ocasião, o superintende em Sergipe da Estatal Federal, Emanuel Carneiro, informou que existem outros métodos de compra da produção rural, em que a Companhia Federal atua, as quais possuem seus próprios limites de valores para compras por produtor, não cumulativos ao da “Doação Simultânea”.

“A Conab também faz a compra direta de milho, feijão, farinha de mandioca e outros não-perecíveis. Alimentos que posteriormente são doados em cestas básicas ou na venda em balcão para fabricar a ração animal. Ainda há a ‘Formação de Estoque’, onde a Conab paga pela produção do agricultor no momento de plantar, que em um ano devolve este valor com acréscimo de 3% de juros”, explicou o Superintende Emanuel Carneiro, que quer voltar à Canindé no início de 2015 à espera de que, na próxima reunião, se inicie um novo projeto do PAA – Frutos da Terra. Tudo indica que a primeira compra com “Doação Simultânea”, no Perímetro Califórnia, será de produtos orgânicos, diante do interesse da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5).

“Encontramos mais dificuldades do que quem produz os convencionais, principalmente no inverno, em que a chuva e o frio causam a perda de muitos produtos. O nosso custo é maior e na feira nem todo cliente sabe valorizar o orgânico. Temos condição de produzir verduras semanalmente, mas ainda plantamos pouco, por termos um mercado pequeno, que só atende a feira de Canindé. Se a Conab puder comprar da gente por estes programas, garantindo ainda a valorização por ser orgânico, será um ótimo incentivo para a gente”, colocou Marli Soares, presidente da BIO5, entidade constituída por 10 produtores orgânicos do Califórnia. Seis deles já integram uma Organização de Controle Social (OCS), a qual atesta a venda direta de orgânicos ao consumidor e também é aceita no PAA – Frutos da Terra.

Cohidro perfurou 95 novos poços e atendeu 75 mil pessoas em 2014

Poços Perfurados

Foi um total de 75.600 pessoas atendidas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em 2014, por meio das gerências de perfuração e de manutenção de poços e por intermédio de convênios. Foram 95 novos poços perfurados, 71 contando com a própria estrutura, incrementada pelas novas perfuratrizes. Dentre as instalações, a recuperação dos sistemas que estavam paralisados e a manutenção preventiva, 166 sistemas de abastecimento de água passaram pela invenção técnica da Empresa.

Doadas pelo Ministério da Integração Nacional, com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Equipamentos, a Companhia recebeu três comboios de perfuratrizes, custando R$ 10 milhões, onde o Governo do Estado entrou com a contrapartida de R$ 100 mil. O diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Sobral informou que em 2014 a Companhia terminou de receber as máquinas, uma com capacidade de fazer poços de até 250 metros de profundidade e a outra ainda maior, para 500 metros.

“O primeiro poço da nova perfuratriz – a entregue para Cohidro em dezembro de 2013 – foi perfurado já em janeiro, no Povoado Brinquinho, em Simão Dias. Foram beneficiados os dois mil moradores que puderam contar com um chafariz público junto à povoação, fornecendo água potável. A máquina, já na sua inauguração, foi capaz de transpor com facilidade os 80 metros necessários para garantir água que agora abastece a comunidade que antes sofria, tendo que ir buscar água em outras localidades”, completou Paulo Sobral, informando que a Companhia utilizou R$ 450,9 mil, de seus recursos próprios, para perfurar estes 71 novos poços.

Segundo o Claudionor Bezerra Pinheiro, geólogo da Gerência de Perfuração da Cohidro (Geperf), a capacidade de produção de novos poços da Empresa dobrou, mesmo só podendo contar, até o momento, com uma das novas perfuratrizes. “As três antigas perfuratrizes e a nova, que recebemos em 2013, foram capazes de sair dos 35 feitos no ano passado, para 71 em 2014. Assim que pudermos contratar novas equipes e poder contar com as brocas para as duas novas perfuratrizes – no momento já licitadas por meio do Proinveste – iremos ampliar esses números que já foram satisfatórios”, revelou.

Água para Todos

Dos 95 novos poços perfurados neste ano, 24 são vinculados ao Programa “Água para Todos”, também do Ministério da Integração Nacional, em que equipes e equipamentos contratados – por meio de licitação – fazem a perfuração dos poços. Essa primeira etapa atende 7.770 pessoas e serão 40 novos poços, projeto que tem como orçamento R$ 5.016.000 da União e a contrapartida do Governo do Estado de R$ 264 mil. Na segunda fase serão outros 67 poços, somando mais R$ 8.664.000 em investimentos federais e R$ 456 mil de Sergipe.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, explica de que forma a Companhia atua no “Água para Todos”. “Nós primeiro determinamos equipes de assistentes sociais para acompanhar o cadastramento, feito por empresa licitada, para selecionar as comunidades que receberão os novos poços, a partir da lista de solicitações feitas pelos municípios. No momento, nossos engenheiros estão determinando onde será perfurado o poço em cada comunidade e também fazemos a fiscalização da obra. No final, uma terceira empresa será licitada por nós para concluir o serviço, instalando a estrutura necessária para bobear, armazenar e fornecer água aos habitantes”, informou.

No último mês de maio, Japaratuba, município do Leste Sergipano, foi escolhido para dar início às obras de perfuração de poços inseridas no “Água Para Todos”, restabelecendo o fornecimento de água para cerca de 350 famílias no povoado Encruzilhadas. “Além do Encruzilhadas, o Assentamento Rural Caraíbas, com 110 assentados e o Povoado Araticum, com 50 famílias, também ganharam novos poços. Ao todo, serão 8 poços perfurados pelo Programa só no Município”, confirmou o diretor Paulo Sobral.

Instalação, recuperação e manutenção

Contando com a instalação de novos, recuperação de unidades inoperantes, de manutenção preventiva e para troca de peças, a Cohidro propiciou o fornecimento de água para 42 mil pessoas, utilizando R$ 195.477,52 de seus recursos próprios e através da Divisão de Manutenção de Poços da Cohidro (Dipoços). “Exceto nos casos dos novos poços perfurados pela Geperf, geralmente é demanda das prefeituras ou associações de moradores que vem até nós, solicitando o reparo ou reativação de poços antigos, sejam eles perfurados por nós ou não”, esclareceu Paulo Sobral.

No caso da instalação de novos poços feita pela Empresa, são sistemas que incluem o bombeamento, o armazenamento e as tubulações, confirma o chefe da Dipoços, Roberto Wagner. ”Se já existe instalada na localidade uma rede que leva água até as casas, fazemos com que nosso sistema de abastecimento seja conectado a ela. Quando não, instalamos chafarizes para que a população tenha acesso à água potável”, elucidou ele, informando que ao todo foram cinco dessas obras entregues pela Cohidro em 2014, com equipamentos adquiridos por recursos da Empresa e realizados por equipes próprias, ao custo total de R$ 35.886,18.

Exemplo do que é a recuperação de poços ocorreu no Assentamento Ladeirinhas B, em Japoatã, município do Baixo São Francisco. Lá o fornecimento de água potável às 120 famílias, residentes no povoado, depende de uma perfuração feita em 1998 pela Cohidro. Mas o poço parou de funcionar em 2013 e depois de duas intervenções realizadas – sem sucesso – por empresas particulares contratadas, a Cohidro teve que intervir, limpando e reequipando a instalação que voltou a atender a comunidade, como conta Roberto Wagner.

“O poço é profundo, 177 metros e houve tentativas de resolver o problema por parte da gestão municipal anterior, inclusive com a perda de duas bombas que ficaram presas dentro do poço, por isso tivemos que usar uma das nossas perfuratrizes para facilitar o trabalho de limpeza e bombeamento dos detritos das antigas instalações, tirar toda impureza e fazer um novo teste de vazão”, esclareceu Roberto Wagner, informando que a vazão de 7.616 litros por hora, registrada à época da perfuração, foi mantida pelo serviço da Cohidro. Ao todo a Empresa recuperou 21 poços, 13 com recursos (R$ 53 mil) e equipes próprias.

Convênio Petrobras

Vão ser recuperados e ampliados os sistemas de distribuição de água em 16 poços antigos, localizados em povoações rurais de 11 municípios sergipanos, devolvendo o abastecimento de água para 10.150 pessoas através de convênio estabelecido com a Petrobras, que custeou os serviços com o montante de R$ 402.111,38. Até o momento, os oito da primeira etapa estão prontos e já fornecendo água para 3.700 famílias, em Porto da Folha, Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre e Poço Redondo. Em 2014 será a vez de Poço Verde, Pedra Mole, Carira, Tomar do Geru e São Miguel do Aleixo.

Mardoqueu Bodano fala ainda que os convênios firmados com as empresas parceiras vem para reforçar o empenho da Companhia nas iniciativas desenvolvidas por meio de recursos próprios. “Em Porto da Folha, já foram entregues os poços dos povoados Pedro Leão, Bela Aurora e Assentamento Paulo Freire. Em Canindé, também está pronta a recuperação do poço do Assentamento Baixa Verde. Em Gararu foram o Povoado Queimadas e Assentamento Josenilton Alves; Lagoa de Dentro, em Monte Alegre e Serra Guia, em Poço Redondo”, lista o presidente da Cohidro.

Irrigação da Cohidro tem colheita recorde de 115 mil toneladas

Irrigação na Cohidro

O balanço anual da produção gerada nos seis perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), mais uma vez superou os números registrados no ano anterior: 115,2 mil toneladas de produtos agrícolas foram produzidas em 2014, aumento de 6,45%. Isso repercute também em um acréscimo de R$ 9,6 milhões na renda gerada pelos irrigantes, totalizando neste ano R$ 105,6 milhões, que beneficiaram 10,5 mil pessoas. O Perímetro Califórnia teve o maior aumento no volume, três mil toneladas colhidas a mais, porém foi no Perímetro Piauí que houve o maior percentual de crescimento, 10,5%.

Sônia Loureiro, gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, departamento responsável pelo levantamento anual da produção nos perímetros, revela que foram cultivados, ao todo, quase 500 hectares a mais do que em 2013, totalizando 6.191,3 hectares neste ano. “Só no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, a área plantada aumentou em 10%. Sendo o maior da Cohidro, com área cultivada de mais de 2,5 mil hectares em 2014, o pólo de irrigação situado no Alto Sertão causou o maior impacto nos resultados”, informou, alertando também que a fertilidade do solo sofreu forte influência com o aumento da incidência de chuvas nos dois últimos anos, se comparado a 2012.

“No Califórnia, as principais culturas tiveram suas áreas de cultivo ampliadas, a exemplo do quiabo – que ocupa o maior espaço plantado nos lotes – de 710 hectares, passou para 780 neste ano, o que fez produzir 1.400 toneladas a mais. O mesmo aconteceu com a macaxeira, de 295 para 324,5 hectares, aumentando 13,6% a produção, seguido pelo feijão-de-corda 10%, milho e goiaba: 9%”, acrescentou a engenheira agrônoma Sônia Loureiro, informando que, no perímetro de Canindé, em 2014 ocorreu um crescimento total de 7,8% no que foi produzido.

Perímetros de Itabaiana
No Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana, as hortaliças folhosas apresentaram a melhor alta de produção, sendo que de alface foram colhidas 11.280 toneladas, 480 a mais que em 2013, diferença que corresponde a R$ 2,6 milhões a mais na renda dos produtores quando comercializam o produto, que é vendido em Sergipe e na capital baiana, Salvador. Resultado parecido ocorre com o coentro, que em 2014 teve produção de 3.960 toneladas e rendeu R$ 11,9 milhões aos irrigantes. Ao todo o pólo de irrigação da Cohidro produziu neste ano 22 mil toneladas de alimentos.

Jacarecica I é o outro perímetro da Companhia em Itabaiana. Esta unidade de irrigação da Cohidro se destaca pela produção de batata-doce, que teve 3.900 toneladas colhidas em 2014, 500 a mais que no ano anterior e gerou R$ 3,5 milhões de renda aos produtores irrigantes. O Perímetro também produziu 6,5 mil toneladas de alimentos, quase 9% a mais que no ano passado, rendendo em torno de R$ 10 milhões de receita, contando com os ganhos de todas as culturas e que beneficiaram 630 pessoas.

Jacarecica II
Abrangendo os municípios de Malhador, Riachuelo e também Areia Branca, o Perímetro Irrigado Jacarecica II tem sua maior produção localizada no cultivo de cana-de-açúcar, que neste ano alcançou 34.650 toneladas colhidas, rendendo aos produtores, que abastecem as usinas da região, R$ 2,4 milhões. Tal atividade – que ocupa 495, dos 723 hectares de área plantada em 2014 – faz com que todos irrigantes assistidos pela Cohidro nesta unidade alcancem um total de 38,7 mil toneladas produzidas no período. Destaque também para o inhame cultivado no pólo de irrigação, que produziu 1,2 mil toneladas.

Jabiberi
Perímetro irrigado situado em Tobias Barreto, o Jabiberi tem na pecuária leiteira a sua atividade principal, a qual é beneficiada pela água que irriga as pastagens. Lá, em 2010, foi implantando o Projeto “Balde Cheio”, uma parceria com a Embrapa que no primeiro ano de atividade dobrou de mil para 2000 litros a produção de leite dos irrigantes. Ano a ano a produção só vem aumentando e durante 2014 estes produtores comercializaram, ao todo, 1.224.655 litros de leite, uma média recorde de 3,3 mil por dia. Toda produção abastece um laticínio local e resultou na confecção de mais de 122 toneladas de queijo.

Para o Diretor de Irrigação da Cohidro, o engenheiro agrônomo João Quintiliano da Fonseca Neto, este resultado que vem sendo alcançado no Jabiberi se deve à assistência técnica, o clima propício e o aumento no entusiasmo dos produtores com o Projeto. “Com a oferta de água regular, quer seja por irrigação ou chuvas, foi se propiciado uma melhor pastagem e consequente aumento na produção leiteira. As melhorias anunciadas para o Perímetro também estão animando os produtores que estão investindo mais em alimentação de qualidade, aumento e melhoria genética de seus rebanhos. Graças ao Proinveste, o Governo Estadual vai investir mais de R$ 1,2 milhão em reformas estruturais no Perímetro e na automação do sistema de irrigação”, relatou.

Perímetro Piauí
As áreas de plantio das principais culturas, no Perímetro Irrigado Piauí, aumentaram de dois a três hectares em média, resultando em crescimento de 9,5% de terras cultivadas. Foram produzidas 7.846 toneladas de alimentos no pólo de irrigação da Cohidro em Lagarto neste ano, um incremento de 10,5%, maior percentual dentre os perímetros da Cohidro, o que também gerou quase R$ 1 milhão a mais na renda dos produtores irrigantes, totalizando os R$ 13 milhões que beneficiaram 358 agricultores familiares.

Perspectivas de aumento
Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, acredita que os investimentos a serem feitos tendem a aumentar ainda mais a produção nos próximos anos. “O Proinveste vai recuperar estruturalmente quatro dos nossos pólos de irrigação: Piauí, Jabiberi, Ribeira e Califórnia. Serão quase R$ 6,5 milhões para reformas que vão desde o conserto dos canais de concreto até a substituição dos sistemas de irrigação pelos automatizados, modernização que também é prevista para os perímetros da Ribeira e Jacarecica I, mas por meio de outro projeto: O “Águas de Sergipe”, que vai injetar R$8 milhões nestas unidades e no Jacarecica II, através de empréstimo junto ao Banco Mundial, para minimizar o impacto ambiental provocado pela agricultura na bacia do Rio Sergipe” revelou.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.

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