Inverno facilita plantio e gera lucro para quem cultiva repolho em Lagarto

Rico em fibras que ajudam na digestão, a hortaliça é um alimento versátil, consumido cozido ou cru.

Lagarto, no Centro-Sul Sergipano, está em plena colheita do repolho. Produtores aproveitam o bom preço de mercado e o clima frio, que diminui custos com irrigação e defensivos, para gerar mais renda na colheita e comercialização da hortaliça. Produção que coloca no mercado um produto cultivado aqui mesmo em Sergipe e que varia a dieta alimentar da população com uma opção saudável, por ser um ítem do grupo das verduras e legumes. No perímetro irrigado estadual Piauí, que distribui a água captada na barragem pública Dionísio Machado, naquele município, são cerca de oito agricultores irrigantes colhendo repolho na primeira quinzena de julho.

As lavouras iniciadas no outono, a partir da irrigação, têm nas chuvas de inverno uma aliada, que ajuda a molhar os pés de repolho e reduz a temperatura. O frio diminui a incidência de pragas e torna o clima mais parecido ao do Mediterrâneo. Naquela região, há quase 2 mil anos, o homem fez a seleção de plantas silvestres até chegar ao repolho.

Há 10 anos plantando repolho a partir da água do perímetro de Lagarto, Renilson de Jesus Araújo conta que ainda vai colher das hortaliças, mas que o ciclo termina logo, antes que o período de chuvas termine. “Na primeira etapa, colhi em torno de 4 a 5 mil ‘cabeças’ e ainda estou colhendo. Foi de 1,5 tarefa (0,45 hectare), a área do repolho que eu plantei, em torno de 10 mil plantas. O plantio de repolho no inverno, aqui para nós sempre é melhor, porque você não usa muito agrotóxico e molha pouco, graças a Deus está sendo uma colheita boa. Já colhi desde a semana passada, mas nesta semana eu acabo”.

Gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida informa que são cerca de oito produtores colhendo no mesmo período que Renilson, de olho nos benefícios do clima frio e no bom preço do mercado. “A expectativa é que a produção neste ano aumente em relação ao ano passado, quando a gente ainda sentia os efeitos da pandemia. Embora o ciclo rápido do repolho, em torno de 60 dias, ocorra a maior parte na época em que em Lagarto está chovendo, existe um período em que a irrigação é necessária. Por outro lado, a Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe) fornece a irrigação, mas também presta a assistência técnica agrícola aos agricultores de todo perímetro irrigado”, conclui.

Renilson Araújo vende parte da sua produção para feirantes de Lagarto e a outra, entrega para comerciantes atravessadores. Ele explica que, embora tenha conseguido vender o seu repolho por R$ 2,5 a unidade, esta ainda não é a época de melhor preço para pôr o produto no mercado. O que mais compensa é o baixo investimento na lavoura. “Em questão de preço, é porque é menos praga neste período. É um preço razoável, mas no verão ele sobe. Quem planta logo no começo (do ano) pega um preço bom, aí de agora em diante o preço é mais barato, mas dá menos praga, você usa menos veneno. Daí o gasto também é menor, mas é bom porque não dá prejuízo. Se a gente for plantar de agora em diante, não tira ele bom, mais. Só tira bichado e com excesso de agrotóxico”, justifica.
Cultivo do repolho
Segundo o produtor, salvo às recomendações fitossanitárias e de adubação para correção de solo feitas por um técnico agrícola ou engenheiro agrônomo, o cultivo do repolho é rápido e simples. “Planta em sementeira e depois de 30 dias vai pra área de plantio”, acrescenta Renilson. Ao todo, serão por volta de 60 dias, desde a semeadura das mudas, o tempo que leva para colher o repolho. Quando não há chuva suficiente, em torno de 4 milímetros diários, é usada a irrigação por aspersão simples, de forma que molhe por cima da planta. “O espaçamento é de 40 cm de um pé para outro de 1m, de uma carreira para outra”, complementa o produtor irrigante.

Última atualização: 17 de novembro de 2022 18:09.

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