[vídeo] Novos reservatórios reduzem tempo de irrigação no Jabiberi, mostrou o Sergipe Rural

No último sábado (21) a Aperipê TV mostrou que os irrigantes do Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado pela Cohidro em Tobias Barreto, receberam o apoio da empresa para a construção de novos reservatórios com capacidade para acumular 100.000 litros de água, usada para irrigar pastos e plantações de material forrageiro.

A ampliação dessa capacidade que cada lote tem para armazenar água serve para se adaptar ao período de distribuição de água reduzido em 50%, de modo que agora os tanques só necessitam ser enchidos uma vez ao dia para atenderem todas as necessidades desses produtores que tem como principal atividade a pecuária leiteira.

A redução no tempo de acesso à água serve para que as reservas na barragem que atende ao perímetro da Cohidro e ao abastecimento humano no município, dure por mais tempo no período de estiagem prolongada.

Governo perfurou 80 poços e pôs em operação 69 sistemas de abastecimento em 2018

Por meio da Cohidro, mais de 22.670 pessoas de comunidades rurais tiveram acesso a água
Dona Creusa Natália diz que a água é de boa qualidade para todo uso da casa (foto: Fernando Augusto)

“Água antes aqui era de tanque – mais barro do que água – e ficava muito distante. O novo sistema de abastecimento foi uma beleza para a comunidade. Porque aqui a gente vivia sem água, pagando carrocinha de água. Foi uma riqueza que Deus mandou”, conta Creusa Natalia dos Santos, dona de casa que, há 30 anos, mora no povoado Piabas, em Lagarto. Desde março de 2018, lá funciona o sistema de abastecimento implantado pela Cohidro, e 210 pessoas passaram a ter acesso a água de qualidade, encanada até as suas casas, a partir de um investimento de R$ 100 mil. Essa foi uma das 38 novas unidades implantadas pelo governo do Estado em 2018, totalizando R$ 674.146,18 investidos.

Os novos sistemas de abastecimento, mais 31 que foram recuperados, somam 69 poços ativados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe em 2018, possibilitando que cerca de 22.670 pessoas passassem a contar com o fornecimento de água. O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, explica que os poços perfurados que são produtivos precisam passar por um processo de limpeza, teste de vazão para medir seu potencial de atendimento à demanda da comunidade. A partir daí, recebem bomba, quadro elétrico, tubulações e reservatório. Outros 80 poços foram perfurados no ano passado, a partir de um investimento de R$ 1.315.185,37, em benefício de 12.874 pessoas.

Segundo Paulo, muitas vezes a necessidade de água de uma comunidade pode ser suprida com a reativação de um poço antigo que ainda tenha capacidade de servir àquela população. “São diversos serviços requisitados por prefeituras e associações comunitárias, desde a desobstrução do poço, usando novamente a perfuratriz, até a troca completa de uma bomba ou quadro elétrico. Em 2018, foram investidos mais de R$ 120 mil nessas intervenções. Outros 100 atendimentos, que foram realizados para manutenção de outros poços, somam mais R$ 71 mil aplicados em garantir água para 20,5 mil pessoas”, destacou Paulo Sobral.

Cisternas e Barreiros
O governo de Sergipe também atuou na elaboração de projetos para a construção de mais de 3 mil cisternas em todo o estado. Ao longo do ano, 42 unidades foram construídas, num investimento de quase R$ 150 mil, para atender 236 pessoas. “Era difícil. A gente não tinha água, pegava no tanque e com o balde na cabeça. Hoje mais não. Melhorou por causa da cisterna, agora não falta mais, graças a Deus”, comemorou a dona de casa Marina dos Santos, do povoado Saquinho – primeira localidade contemplada pelo programa, em Tobias Barreto.

O Programa Cisternas atenderá, ainda, os municípios de Telha, Simão Dias, São Miguel do Aleixo, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora Aparecida, Monte Alegre e Macambira. É prevista, ainda, a construção de barreiros em Tobias Barreto, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Frei Paulo e Macambira. Em 2018 foram construídos 31 barreiros, para atender 172 pessoas, a partir de mais R$ 317.877 investidos. Em todas as obras, a atuação da Cohidro continua na fiscalização da aplicação dos recursos por parte das instituições contratadas, via chamada pública da Secretaria de Estado da Administração (Sead).

“Cerca de 3.000 cisternas estão sendo construídas em 20 municípios do estado. Só aqui, em Tobias Barreto, são mais de 900 em curso. Visitamos algumas delas e sentimos a felicidade da população ao ter suas cisternas, com capacidade de 16 mil litros de água. Água boa que vai ajudar a trazer mais qualidade de vida para a população. Portanto, essa é a intenção do governo do Estado: poder melhorar a vida desse povo, que tanto necessita de atenção”, disse o governador Belivaldo Chagas, em visita ao povoado Saquinho, realizada no último mês de junho.

Em 2019, o a Cohidro dá continuidade à construção de cisternas e novos barreiros. “São obras que têm por finalidade a reserva da água da chuva. No primeiro caso, para o abastecimento humano e no segundo, dessedentação animal”, conclui o presidente Paulo Sobral.

Governo do Estado pesquisa solução à crise hídrica de Tobias Barreto no subsolo sergipano

Indícios do prolongamento do aquífero São Sebastião em território de Sergipe criam expectativa de que pode  ser realizada à adução da água subterrânea em poços perfurados no estado

Todo poço perfurado pela Cohidro, como regra, passa por uma análise prévia de um geólogo, que indica o lugar exato para perfurar um poço em uma localidade (Foto Ascom Cohidro)

Expedição conjunta dos órgãos gestores em recursos hídricos do Governo do Sergipe e a Prefeitura Municipal, na quinta-feira (10) percorreu as imediações do povoado Palame, em Tobias Barreto (SE), buscando locações propícias à Cohidro realizar a perfuração de poços que possam atender à demanda emergencial por água potável que o município enfrenta. A análise das características geológicas da superfície procurava a localização de um prolongamento do aquífero situado na Bahia. Mas segundo os especialistas, a indicação da presença do reservatório subterrâneo em território sergipano somente será conclusiva após a análise de amostras de material do subsolo.

A equipe do Governo é formada por geólogos das companhias sergipanas de Desenvolvimento de Recursos de Hídricos e Irrigação (Cohidro), de Saneamento (Deso) e da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), ligada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurb). A pesquisa de campo foi seguida de uma reunião dos técnicos na sexta-feira (11), que emitiu um laudo indicando a necessidade de realizar um ‘furo-guia’. Segundo Maria Auxiliadora Lima, é uma perfuração de solo sem objetivo de encontrar água, mas para coleta de materiais rochosos e suas diferentes composições de camadas.

“Fizemos um levantamento da área. No lado da Bahia é excelente, no lado de Sergipe é que tem um comportamento peculiar na borda de bacia. O estudo em campo foi feito com mapas geológicos, imagens de satélite e, devido a dificuldade encontrada in loco de se definir o comportamento da formação São Sebastião, resolvemos fazer um furo de pesquisas”, relata a geóloga da Cohidro. “Fiquei muito contente com este trabalho, era uma pesquisa necessária para Sergipe e que vem engrandecer o papel da Cohidro no estado”, complementa Auxiliadora.

Participaram da expedição de campo, além de Maria Auxiliadora, os geólogos João Carlos Santos da Rocha (SRH) e Mike Henderson (Deso), também acompanhados do representante da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão de Tobias Barreto, Danillo Campos. Foi um estudo da composição geológica da superfície nos setores delimitados pelos mapas, situada na extremidade leste do município e também na área limítrofe entre os dois estados. Buscavam a localização para ter acesso, via perfuração, ao aquífero São Sebastião.

Segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a formação aquífera está quase toda situada no subsolo do território do estado da Bahia mas, segundo estudos geológicos, em uma pequena e bastante restrita área avança sob o território sergipano. “Tendo indícios suficientes, através da pesquisa de campo desse corpo conjunto de geólogos do Governo de Sergipe, vamos fazer os poços com nossas equipes de perfuração. Esses poços poderão ser interligados à rede de distribuição de água da Deso no município, caso eles venham oferecer vazão suficiente que permita o bombeamento”, condicionou.

O diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, explica que a ação é resultante da reunião entre os representantes destes órgãos estaduais e o governador Belivaldo Chagas, ocorrida na terça-feira (8) anterior. “O governador nos reuniu: Deso, Cohidro, SRH, secretarias Geral de Governo e de Comunicação, pois quer que busquemos soluções para enfrentar à crise hídrica que atravessam alguns municípios sergipanos assim como determinar medidas preventivas para a segurança hídrica no estado, para que os efeitos da falta de chuvas, no futuro, sejam minimizados e não afetem mais a população”, expôs.

João Carlos, da SRH, reforça que a conclusão do corpo de geólogos foi conjunta, para a perfuração do ‘furo-guia’. “O objetivo é procurar um local de perfuração adequado para abastecer a cidade de Tobias Barreto e todo município. Em formações rochosas em que já foram feitas perfurações (em Tobias Barreto), indicaram que a quantidade de água é insuficiente e a qualidade da água é insatisfatória (salobra). A gente foi visitar este local em que há uma mancha do aquífero encontrado na Bahia e foi constatado que nenhum poço foi feito nesta área. Então, a gente vai fazer esse poço”, concluiu.

O geólogo da SRH explica que o estado vizinho é bem mais privilegiado pelo aquífero pesquisado, onde foi possível a exploração de poços com grandes vazões hídricas em profundidades médias de 100 metros. “Mas a Bahia está mais centralizada nessa formação São Sebastião, onde há poços até 80 a 100 metros cúbicos por hora (m³/h). Para abastecer Tobias Barreto, a gente precisaria de 300 m³/h. Então seria necessária uma bateria de poços que atendam os 300 a 350 m³/h. A gente sabe que na Bahia tem poços bons e se gente conseguir aqui cerca de 50 m³/h, já seria muito bom”, considerou João Carlos. Ele ainda constatou, na visita, que á área não é de difícil acesso, o que facilitará a perfuração dos poços e a uma futura construção da adutora.

Barragens recuperadas pela Cohidro têm recarga com as chuvas de trovoada

Totalmente cheia, barragem no povoado Queimadas atingiu seu ápice nas chuvas de trovoadas de 2018 (foto Ascom Cohidro – Fernando Augusto)
Edição 2017 do programa devolveu a capacidade e acumular água da chuva para 13 barragens de médio porte, atendendo 12.438 pessoas. Em 2019 serão 300 famílias beneficiadas com a barragem da Barra da Onça.

Iniciada em fevereiro de 2017 e as obras durando até o inverno daquele ano, a edição do Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado executada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) naquele ano, resultou na grande maioria das 13 barragens tendo acumulado alguma água da chuva no mesmo ano, quase metade chegando ao seu ápice e resistindo para além do período chuvoso, fornecendo água às populações e seus rebanhos. Noutros casos, a irregularidade da precipitação interferiu para que só agora, nas trovoadas de dezembro de 2018, fosse possível que parte dos reservatórios fizessem a sua recarga e até ficassem totalmente cheios.

Maior exemplo deste último caso foi a barragem comunitária recuperada no povoado Queimadas, em Poço Redondo, de população que se utiliza do reservatório para a dessedentação animal estimada em 750 habitantes. No inverno de 2017 o reservatório de terra obteve algum êxito ao acumular em torno de 30% de sua capacidade, isso se for comparado ao seu status hoje, totalmente cheia depois das chuvas ocorridas a partir do dia 1 de dezembro. Resultado oposto ao apresentado na barragem também recuperada na mesma edição do programa na comunidade tradicional da Serra da Guia, no mesmo município e distante 16,8 km em linha reta uma da outra, em que as primeiras precipitações do ano passado foram capazes de acumular água no total da sua capacidade, beneficiando os 700 moradores.

Algo parecido como que se deu em Poço Verde, na barragem do assentamento Francisco José dos Santos. Lá, mesmo depois da retirada de todo sedimento do reservatório de terra, ampliando profundidade e capacidade de reservamento, não houve incidência de chuvas na localidade suficientes para fazer a sua recarga no mesmo ano. Mas o êxito do projeto dos engenheiros da Cohidro foi demonstrado mais de um ano depois. Foram também as chuvas de trovoadas de 2018 às responsáveis por ela chegar ao total de sua capacidade de acúmulo de água, garantindo a reservas para as cerca de 100 famílias de colonos.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto comenta que está cada vez mais difícil prever os resultados das próximas chuvas e que a empresa procura se valer do histórico dos reservatórios e estudo de sua capacidade de recarga. “Muito por causa das alterações climáticas provocadas pela interferência humana no meio ambiente de todo planeta, não se sabe ao certo qual localidade vai chover bem ou se vai repetir o mesmo índice pluviométrico dos anos anteriores. O que temos são boas surpresas, como o resultado positivo das chuvas nas cabeceiras do rio São Francisco, aliviando a situação crítica dos reservatórios nordestinos. Ao mesmo tempo em que nos preocupa muito a situação da nossa barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, em que essas últimas chuvas em pouco ou nada influíram no nível da água captada pela Cohidro e Deso, hoje em situação crítica”, lamenta.

Valdi Aragão Porto é engenheiro civil na Cohidro e foi quem coordenou a equipe do último programa de recuperação de barragens. Ele salienta a capacidade que as reformas tiveram de prolongar a vida útil das barragens recuperadas. “Para escolhermos uma barragem para ser recuperada, levamos em conta se ela tem os meios para que possa receber recarga pelas chuvas, que ela tem às ‘chamas’, os cursos por onde a chuva possa ser coletada e conduzida até o reservatório. Muitas vezes a obra incide em melhorar essa captação, mas no geral fazemos a escavação dos leitos, retirando os sedimentos depositados ali pela erosão dos solos, aumentados os taludes e construindo os estravasores, componentes importantes e que evitam que a força da água rompa as barreiras das barragens”, ensinou.

Alagadiço
A barragem pública Prefeito Manoel Soares no povoado Alagadiço, em Frei Paulo, foi a primeira a ser recuperada, entregue à comunidade em 10 de março daquele ano, na edição 2017 do Programa e beneficiou 374 famílias que vivem da atividade pecuária e passaram a dispor do reservatório de médio porte para dar de beber aos rebanhos.

Segundo o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo do município, Wladimir Dantas Souza, a reforma da barragem cumpriu seu papel e foi decisiva para toda microrregião, resistindo sempre com algum nível de água até chegar às chuvas de trovoadas para haver uma nova recarga. Segundo ele, o reservatório abastecia de 40 a 50 carros-pipa nos piores dias de estiagem durante este período.

Barragem do Algodão
Na antiga Barragem do Algodão, povoado Poço dos Bois em Cedro de São João, a castigante seca de 2016 esgotou totalmente as reservas de água. No ano seguinte, após passar pelas obras do Programa do Governo de Sergipe, foi limpa dos seus sedimentos e teve a capacidade ampliada, para que nas chuvas seguintes, ainda em 2017, juntasse água em sua capacidade completa. Manoel Vieira Alves, 74 anos, aposentado e morador da localidade, na época lamentou o açude ter secado, mas tinha esperança de que a obra e as próximas chuvas poderiam reverter esse quadro.

“Aqui era o lazer da gente, para dar água ao animal, para tomar banho, pescar, pegar um peixinho. Tudo aqui servia para gente, servia e serve, quando tiver de novo, né? Aqui nasci e me criei, nunca vi uma seca dessa não. Nasci e já tinha a barragem e nunca vi secar. Tem que fazer uma benfeitoria dessa, né? Mas aí agora com essa benfeitoria que tão fazendo, os nossos netos é que vão morrer e ela ainda não vai secar, com o poder de Deus”, confiou seu Manoel.

E o morador estava bem certo. Em 2018, ano em que muitos consideraram a estiagem ainda pior que a de 2016, o reservatório em terra e de múltiplo uso resistiu. E mesmo aquela região não tendo sido contemplada com as últimas chuvas de trovoada de dezembro, se comparada a outros municípios até do Alto Sertão, a sua ampliação de capacidade ainda conservou reservas para abastecer o gado e oferecer alento aos pescadores artesanais durante todo ano.

Outras barragens
Em Carira, no povoado Mansinha, a barragem comunitária serve de reforço aos criadores de gado da redondeza, para quando as suas reservas particulares secarem, chegando há uma população de 2.100 habitantes assistidos. Reformada em 2017, voltou a ter recarga na última chuva de trovoada, acumulando até mais água agora do que no primeiro ano, estando em cerca de 80% de sua capacidade máxima.

Novamente a irregularidade das chuvas em 2018 marcou presença, desta vez na barragem recuperada no povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória. A obra foi entregue debaixo de chuva, pelo então governador Jackson Barreto, em 22 de maio de 2017, e com o reservatório praticamente cheio, para atender os 525 moradores. Mas o mesmo êxito não se repetiu no ano seguinte, quando as chuvas de inverno pouco influenciaram no nível d’água do reservatório de médio porte, restando para novamente as trovoadas do começo de dezembro resguardarem o acúmulo de cerca de 30% de sua capacidade.

Grandes, médias e pequenas barragens em Tobias Barreto sofrem com a falta de incidência de chuvas para recuperarem os níveis de reservas, forçando o Governo do Estado a procurar alternativas até no Estado da Bahia para garantir o abastecimento da população urbana e a Cohidro, a perfurar poços para também permitir a subsidência do rebanho leiteiro dos irrigantes atendidos pelo seu perímetro Jabiberi. No povoado Montes Coelho, embora não tenha secado durante as estiagens de 2017 até 2018, as reservas acumuladas nas chuvas nesse período, incluindo depois das trovoadas, mantêm o estoque de água em cerca de 40% da capacidade do reservatório também reformado pela empresa pública.

Novos projetos
Segundo o diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, foram R$ 1470341,64 do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), empregados no programa de recuperação em 2017, incluindo ainda barragens reformadas em Canindé de São Francisco, Porto da Folha, Gararu, Ribeirópolis e Nossa Senhora de Lourdes.

“Estamos executando o programa desde 2012, com mais de R$ 5 milhões empregados na reforma de quase 2 mil pequenas e médias barragens, atendendo uma população rural de mais de 70 mil pessoas. Não por outro motivo, senão o resultado satisfatório das ações de nossas equipes de engenharia, garantimos mais R$ 780 mil do Funcep para em 2019 licitarmos empresa para reformar, sobre nosso projeto e planejamento, a grande barragem Chapéu de Couro, no assentamento Barra da Onça, em Poço Redondo”, informou Paulo Sobral.

“É um projeto ousado, em se tratar de uma barragem de alvenaria e que deixou de atender centenas de famílias depois que a força das enxurradas foi capaz de romper o paredão de concreto, vulnerabilidade a ser corrigida no novo projeto. Um acaso infeliz, mas prova que, mesmo no Alto Sertão seco de Sergipe, existe água das chuvas suficientes para justificar a manutenção dessa e de outras barragens, dando esperança e motivos ao sertanejo ali ficar resistindo bravamente eu sua terra de origem”, acrescentou o presidente da Cohidro Carlos Melo, reforçando que, como nas outras edições do programa, o critério principal para a escolha das localidades atendidas é o município ter decretado emergência devido à seca.

Curso sobre qualidade do leite encerram os 2 anos do Sertão Empreendedor no Jabiberi

Capacitação tratou da qualidade do leite que os produtores vão ofertar ao laticínio – foto Ascom Cohidro

De 26 a 28 setembro ocorreu uma capacitação extra aos dois anos em que 16 microprodutores de leite do Perímetro Irrigado Jabiberi tiveram o acompanhamento e orientação técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe (Senar-SE). Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra este polo leiteiro em Tobias Barreto (SE), o Senar-SE atuou via Programa Sertão Empreendedor, que incluem cursos de formação profissional rural (FPR) como este – sobre a qualidade do leite para à venda – e visitas periódicas e individuais aos lotes irrigados.

Aplicada pela zootecnista Annelise Aragão Correa do Senar-SE, a FPR foi sugerida e requisitada pelos próprios pecuaristas. “Aqui teve a atuação do Sertão Empreendedor, é um programa que atuou em sete municípios e Tobias Barreto foi contemplado. Foram atendidos 20 produtores de Tobias Barreto e o programa já acabou, só que eles pediram que fosse fornecido esse curso porque o laticínio aqui agora vai começar a comprar por qualidade. É para poder saber tirar o leite sem tanta bactéria e fazer o teste do alizarol (que é o teste de acidez do leite). Como eles vão começar a fazer, várias coisas causam acidez. Então, é para o leite deles não ser perdido financeiramente e ser descartado”, explicou.

Eles produzem leite com vacas acomodadas em unidades de produção criadas a partir de outro programa, o ’Balde Cheio’. Inserido no perímetro em 2010, consiste na divisão dos pastos irrigados em 24 piquetes menores. Os animais se alimentam cada dia em uma desses cercados, tendo aquela parcela de capim 24 dias para se recuperar, com boa irrigação e adubação, e servir novamente rebanho depois desse período. “Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa”, salienta José Reis Coelho, técnico agrícola da Cohidro em Tobias Barreto.

Desde 2016 os produtores do Jabiberi estavam inseridos em um programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) promovido pelo Senar-SE, que incluem os cursos e as visitas periódicas ao produtor. “Os cursos, eles são pedidos ou via CNPJ Rural ou se todos tivessem DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), mas precisa um mobilizador ter esse CNPJ Rural. E como eles são antigos produtores do programa e têm associação, eles pedem via associação”, acrescentou Annelise Aragão.

Um desses produtores de leite no Jabiberi é Antônio Meneses de Almeida. Criador de gado de leite (20 vacas) há cerca de 10 anos, ele acredita no benefício da capacitação, que vai influenciar diretamente na renda obtida na venda do produto. “Vendo para o laticínio aqui. É bom, porque quem não sabe, aprende, (entender) o que fazer para render o leite. Se trabalhar certinho muda sim, para (o laticínio) pagar o leite pela qualidade dele”, relatou ele, que participou da capacitação do Senar-SE que finaliza o Sertão Empreendedor no Jabiberi.

Transferência de tecnologia
Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto conhece tanto a produção de leite no perímetro de Tobias Barreto, como também foi conferir a sua ‘replicação’, feita pela transferência de tecnologia para o perímetro de Canindé de São Francisco, também administrado pela empresa. “O Balde Cheio é um sistema que deu certo no Jabiberi, que é um projeto de irrigação pequeno, de 75 lotes irrigados atendidos pelo Governo do Estado. No Califórnia, temos bem mais lotes atendidos (333) e se alguns aderirem à pecuária, vão diversificar os tipos de produtos (leite e derivados), que saem de lá e com isso haverá menos concorrência, esta que só favorece aos compradores”. O gestor expõe que no momento, existem dois processos licitatórios em curso para investir em melhorias nos dois polos irrigados.

“São recursos do Proinveste. Quase R$ 550 mil para recuperar e ampliar os reservatórios que têm cada lote do perímetro Jabiberi, aumentando a autonomia do produtor para resistir aos períodos de estiagem”, explica Carlos Melo. Em Tobias Barreto, a água para irrigação da Cohidro é distribuída por gravidade, em canais, e que chega nestes depósitos para então ser bombeada pelo produtor para irrigar os campos. “No Califórnia é bem diferente, são sete estações que fazem a água do São Francisco chegar com pressão suficiente para irrigar os lotes. Para lá, temos a outra licitação (prevista em R$ 3.368.539,34) para recuperação da estrutura, reposição de peças e montagem de equipamentos acoplados às 37 novas bombas, também adquiridas pelo mesmo financiamento, outro investimento de R$ 318 mil”, finalizou.

Melhoramento do rebanho
Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, com a irrigação fornecendo alimento para o gado de leite, a tendência é dos produtores investirem mais nas criações. “Mesmo eles contando com pouco espaço, em lotes com tamanho médio de um hectare, eles conseguem manter muito mais animais, com a irrigação e capim separado por piquetes (Balde Cheio), do que se eles estivessem criando em sistemas de sequeiro. Esse incentivo da irrigação favorece a eles investirem em melhoramento do rebanho e inseminação artificial para a renovação dos plantéis. Isso já se tornou realidade no Jabiberi e agora avançam mais um passo, aprendendo a trabalhar com a qualidade final do leite, para vender dentro das normas sanitárias e com valor agregado, traduzindo em mais renda por litro de leite entregue”, argumenta.

Pedro Vidal é um dos pequenos criadores do Jabiberi que mais bem se adaptou à melhoria que a irrigação e o sistema de rotação de pastagens do Balde Cheio trouxeram à produção de leite. Participante do curso que finalizou o Sertão Empreendedor, ele acredita que a capacitação vai trazer mais benefícios ao seu negócio. “Sempre traz, quanto mais conhecimento melhor, para a produção do leite e a qualidade. E o preço vai melhorar, pois terá qualidade e irá aumentar no mínimo uns 15 a 25 centavos por litro. Durante dois anos eu tive um assistente para direcionar (ATeG), mas já terminou, daí teve esse curso aqui e com certeza vai ajudar mais ainda”, concluiu.

População de Tobias Barreto comemora instalação de cisternas pelo governo do Estado

A equipe de engenharia da Cohidro atuou na elaboração dos projetos de engenharia, que foram anexados no projeto da Seplag, enviado ao MDS, e vai atuar fiscalizando o prosseguimento das obras.

 

Dona Marina dos Santos comemora a nova cisterna ao lado do governador Belivaldo Chagas – Foto: Victor Ribeiro (ASN)

Mariene Alves Góis Santos, moradora do povoado Saquinho, sentiu a vida se transformar desde que o governo do Estado iniciou a instalação de cisternas na comunidade localizada no município de Tobias Barreto. “Há mais ou menos uns 20 dias, tudo começou a melhorar. Estamos bastante felizes porque antes pegávamos água no tanque, até o pescoço ficava doendo do esforço que era para conseguir água. Além disso, a água era de má qualidade e por isso gastávamos muito sabão para lavar roupa e os afazeres domésticos. Agora, temos a cisterna que veio em boa hora e mudou muito as nossas vidas”, disse a dona de casa.

Nesta sexta-feira (15), o governador Belivaldo Chagas, acompanhado pelo deputado federal Fábio Reis, visitou as cisternas que o governo do Estado está construindo em parceria com o governo federal na comunidade Tanque Grande/ Povoado Saquinho, em Tobias Barreto.

“São cerca de 3.000 cisternas que estão sendo construídas em 20 municípios do estado. Só aqui em Tobias Barreto são mais de 900 cisternas que estamos construindo. Nós visitamos algumas delas hoje e sentimos a felicidade da população ao ter suas cisternas com capacidade de 16 mil litros de água. Água boa que vai ajudar a trazer mais qualidade de vida para população. Portanto, essa é a intenção do governo do Estado poder melhorar a vida desse povo que tanto necessita de atenção”, disse o governador Belivaldo Chagas.

Em setembro de 2017, em Tobias Barreto, o governo do Estado e o Ministério do Desenvolvimento Social firmaram convênio para a implantação de 3.576 cisternas e aguadas em municípios sergipanos  num investimento de R$ 15 milhões. Serão 3.062 cisternas no valor de R$ 10.819.805,66, e 514 barreiros, no total de R$ 4.180.194,33. A contrapartida estadual é de R$ 152 mil. De acordo com o convênio, a execução do Programa para implantação de cisternas e aguadas está a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Sergipe.

Para o presidente da Cohidro, Carlos Melo, as cisternas trarão aos moradores mais dignidade e melhores condições de vida. “Trata-se de uma importante ação do governo do Estado, na parceria com a Secretaria de Estado do Planejamento e a Cohidro, para que a gente possa levar saúde e dignidade para as pessoas que ainda não têm o acesso à água encanada. E através das cisternas, por se tratarem de populações dispersas, ou seja, que não estão em aglomerados urbanos, você consegue abastecer e levar água de qualidade para essa população”.

O convênio, firmado por meio da Seplag no âmbito estadual, está inserido no Programa Nacional de Apoio à captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias – Programa Cisternas, que possibilita a construção de barreiros (aguadas) e cisternas de placas de 16 mil litros para armazenamento de água para famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca nos municípios do semiárido sergipano.

Segundo o secretário de Estado do Planejamento, Rosman Pereira,  já foram entregues 39 cisternas com mais 61 em execução e previsão de entrega na proxima sexta-feira. ” Serão 100 prontas e mais 170 com buracos escavados e placas de concretos fazendo a cura, que vão estar prontas, totalizando 270 nessa primeira etapa. Nossa  expectativa é entregar também, até a proxima sexta, 100 barreiros nos povoados onde já foram feitas as inscrições e cadastramento dos beneficiários. São regiões que passam por longa estiagem. Então, é um projeto do governo federal em parceria com o governo do estado para que a gente possa trazer água de qualidade para consumo humano e através dos barreiros, água para o consumo animal “, informou.

Uma ação que deixou o prefeito de Tobias Barreto, Diógenes Almeida, muito satisfeito. “São 982 cisternas e 284 barreiros, que estão em andamentos. Isso é muito importante. É uma obra que vai marcar a vida do homem do campo que convive com a seca”, celebrou.

Cisternas
A dona Marina dos Santos, moradora do povoado Saquinho/ Tanque Grande, também elogiou os benefícios trazidos com a cisterna. “Era difícil, a gente não tinha água, pegava no tanque e com o balde na cabeça e hoje mais não, graças a Deus. Melhorou por causa da cisterna, agora não falta mais não, graças a Deus”, vibrou a dona de casa que mora com mais quatro pessoas.

Os municípios de Tobias Barreto, Telha, Simão Dias, São Miguel do Aleixo, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora Aparecida, Monte Alegre e Macambira serão contemplados com cisternas. E receberão barreiros: Tobias Barreto, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Frei Paulo e Macambira. Só em Tobias Barreto são 920 cisternas e 287 barreiros.

Em 2018, a Cohidro e a Seplag firmaram Termo de Cooperação com o objetivo de efetivar instalação das cisternas de placas em concreto armado e a construção das barragens de barreiro em Sergipe.

A implantação das 3.062 cisternas e 514 barreiros é de fundamental importância para o desenvolvimento de localidades que ainda não têm acesso à água encanada por diversos fatores, principalmente o da topografia e da distância dos centros urbanos.

Duas entidades foram escolhidas em chamamento público para a execução do programa. A Associação Movimento Popular Resgatando Vida e Cidadania Sergipana (AMPRVCS), que construirá cisternas e barreiros em Tobias Barreto, Simão Dias, Macambira, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Dores. O Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC), vai instalar cisternas em Poço Redondo, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória. As entidades são responsáveis pelo cadastramento social das famílias beneficiárias.

As tecnologias sociais são destinadas para famílias residentes em localidades rurais e com renda familiar equivalente às utilizadas como critério de aceitação em outros programas sociais federais, como o ‘Bolsa Família’; devendo possuir o Número de Identificação Social (NIS) e, preferencialmente, ter como responsável legal uma mulher.

A equipe de engenharia da Cohidro atuou na elaboração dos projetos de engenharia, que foram anexados no projeto da Seplag, enviado ao MDS, e vai atuar fiscalizando o prosseguimento das obras.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

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Aula prática do Balde Cheio no perímetro Califórnia

O técnico em Agropecuária do Perímetro Irrigado Jabiberi (Tobias Barreto), José Reis Coelho, executou dois dias de treinamento que voltado aos agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia (Canindé de São Francisco) que estão aderindo ao programa Balde Cheio de produção de leite.

O tema do treinamento oferecido por Coelho é ‘Determinação de Matéria Seca em Pastagem’ e ‘Utilização de Fita de Pesagem em Bovinos Leiteiros’. As atividades fazem parte do processo de transferência de tecnologia entre os dois perímetros irrigados da Cohidro, que teve início a quase um ano.

Da capacitação também participam os colegas de Coelho, técnicos no perímetro Califórnia que vão acompanhar o dia a dia destes produtores de leite. Na quarta-feira (2) foi a parte teórica e quinta (3) eles viram a prática, que ocorreu no projeto piloto do ‘Balde Cheio’ já instalado no lote irrigado do pequeno agropecuarista Everaldo Mariano.

O ‘Balde Cheio’ foi originado na Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e em Sergipe foi implementado, pela primeira vez, no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, a partir da parceria entre a Cohidro e Sebrae Sergipe. Já no ano em que iniciou sua operação, 2010, aumentou a produção de leite dos pecuaristas de 1.080 litros para cerca de 2,5 mil por dia.

 

 

Reunião e prática de campo aceleram implantação do Balde Cheio em Canindé

Quarta-feira, 21, em reunião no Perímetro Irrigado Califórnia agricultores irritantes, gerência do perímetro, técnicos da Cohidro e estagiários, debateram os passos seguintes para a implementação do programa Balde Cheio de produção de leite em Canindé de São Francisco.

Representou o Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, o técnico agrícola da Cohidro José Reis Coelho. Lá o Balde Cheio foi implantado com sucesso em 2010 e agora ocorre um processo de transferência de tecnologia para o Califórnia, a fim de propor mais um meio de geração de renda aos agricultores assistidos pela irrigação da Cohidro.

Na quinta-feira, os técnicos agrícolas da em Canindé, Antônio Roberto Ramos, José Coelho e Edmilson, realizaram atividades de campo desenvolvidas no lote  4SO, do Setor 06, do agricultor Everaldo Mariano. A intenção era a adaptação da pastagem iniciada pelo produtor, ao sistema de piquetes do Balde Cheio, com a instalação de cerca de arame eletrificada.

Curso de Irrigação é aplicado a técnicos e estagiários do perímetro Califórnia

Capacitação pretende preparar profissionais aptos a projetar sistemas de irrigação localizada

Alunos estão satisfeitos com a forma com que Gonzaga aplica sua capacitação – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Engenheiro agrônomo e mestre em Irrigação, Luiz Gonzaga Luna Reis faz parte do quadro funcional da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e foi convidado pela gerência do Perímetro Irrigado Califórnia para aplicar um Curso de Irrigação. O público alvo são os técnicos e ‘tecnolandos’ em Agropecuária, respectivamente os servidores e estagiários desta unidade da empresa em Canindé de São Francisco. As primeiras aulas do ano ocorreram nesta segunda e terça-feira, 29 e 30.

A demanda, que pretende fazer uma reciclagem dos técnicos e enriquecer o currículo dos estudantes, é na elaboração dos projetos de irrigação localizada, definindo o passo a passo da implantação de sistemas eficientes, econômicos e adequados às normas legais de uso da água, seja dentro do perímetro irrigado, seja a partir de outros mananciais. Só no perímetro Califórnia, distante 198 km de Aracaju, são 333 lotes atendidos pela irrigação pública fornecida pela Cohidro, onde o projeto original, persistente ainda na maioria destas áreas produtivas, é com aspersão convencional e móvel, que tanto apresenta uma baixa eficiência de irrigação, quanto consome bastante tempo no deslocamento das tubulações dentro da área irrigada.

Desta maneira, Gonzaga iniciou o seu curso, na teoria e prática, tratando do recurso hídrico disponível para irrigar os lotes em que se pretende aplicar os projetos, no caso do Califórnia, os canais. “O trabalho feito no canal é para determinar a vazão. Do jeito muito semelhante ao que se faz em um rio. Se você vai fazer um projeto de irrigação, tendo um rio, a metodologia é praticamente a mesma, para a determinação da quantidade de água. Você só faz a determinação da área que vai irrigar, em função da água que você tem no riacho. E essa determinação tem que ser feita no mês crítico do ano, em termos pluviométricos”, explanou.

Gonzaga, servidor público há 35, demonstra grande gosto em passar adiante o conhecimento acumulado nesse período de atuação profissional. Tempo em que ele foi, inclusive, projetou irrigação na África a partir das águas do Rio Nilo, convidado pelo governo da República do Sudão, em 2008. “Nós estamos começando agora, essa foi a primeira aula, mas a minha intenção é deixá-los  prontos, inclusive com auxílio de um GPS, para levantar as áreas de campo, determinar a vazão do manancial a ser usado para irrigação e encima disso, fazer um projeto completo de irrigação localizada, de microaspersão ou gotejamento”.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Dirir), apoia a iniciativa da gerência do perímetro de Canindé. “É um trabalho constante nosso, o de influenciar e convencer os nossos produtores irrigantes para a substituição dos métodos de irrigação. Em Itabaiana, onde nós temos dois perímetros irrigados, faz parte das ações do ‘Programa Águas de Sergipe’ (PAS), a troca completa dos sistemas de irrigação pela microaspersão (projeto elaborado por Gonzaga e aprovado pelo consultor do Banco Mundial), tamanha é a necessidade da substituição desses equipamentos de uso à época da criação dos perímetros, mas hoje ultrapassados”, analisou. O PAS é do Governo de Sergipe, gerido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e financiando pelo Banco Mundial, adequando o uso da água da bacia do Rio Sergipe à eficiência e a preservação ambiental em mais de 80 ações.

Balde Cheio
O programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite foi implantado de forma bem-sucedida no perímetro Jabiberi, também da Cohidro, em Tobias Barreto. Atualmente, servidores dos dois polos irrigados e da Dirir, trabalham em uma transferência de tecnologia para implantação do modelo em Canindé. Segundo a gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, isso foi o que motivou a capacitação. “Dr. Gonzaga veio para dar uma orientação no projeto ‘Balde Cheio’, inicialmente. Quando ele chegou ao campo, viu a irrigação inadequada, o pessoal coloca uma bitola maior, usando o método errado, causando desperdício de água e os técnicos daqui já sem argumento para combater. E ele então resolveu fazer esse curso, o que foi uma coisa muito boa, fantástica, ele é muito competente”.

Os dois dias de curso desta semana são uma sequência, tendo havido outros dois encontros em 2017, quando participou outra turma de estagiários hoje formados, conforme informa Eliane Moraes. “E ele viu também os estagiários, sem muita noção do que era irrigação e quase formados, essa é a ultima etapa do curso deles. O pessoal está muito satisfeito, tanto que iam ser só essas três etapas, mas vai ter mais, para finalizar”. Para a gerente, o resultado não poderia ter sido melhor. “Ele é muito sério, muito disponível, muito seguro nas informações que ele dá. Está de parabéns a Cohidro em ter um profissional desse em seu quadro”, completou.

Capacitação do servidor
Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, toda e qualquer ação que venha capacitar o servidor, finda em melhorar a qualidade do serviço público oferecido. “Nesse período em que toda máquina pública do Estado está reduzindo drasticamente qualquer despesa que não seja o essencial para garantir o funcionamento dos órgãos públicos, infelizmente, não estamos podendo investir em capacitações externas. Assim, saber que dentro da própria estrutura da empresa é possível poder contar com a colaboração, com o coleguismo de quem pode compartilhar os conhecimentos com o próximo, é gratificante, justifica nosso esforço em defender o nome e batalhar por melhorias nessa empresa. Obrigado Dr. Gonzaga, pela ajuda bem-vinda aos colegas e para a Companhia”, ajuizou.

Um dos técnicos da Cohidro que participou das capacitações é Antônio Roberto Ramos. Para ele, o curso está tendo bastante aproveitamento. “Esse curso é uma sequência do que iniciamos no módulo anterior. Tudo que é repassado é uma sequência de estudo, mas não é repetitivo, irrigação é um tema bastante extenso”. O servidor participou também das aulas anteriores e vê sempre coisa nova a cada encontro. “Ele fez uma revisão e depois sequenciou, com novos conteúdos, como cálculo de vazão em um canal de irrigação trapezoidal, medição de vazão de microaspersores em campo. Conteúdo que não tínhamos vistos no módulo anterior”, descreveu, acrescentando que essas atividades práticas tiveram a participação de todo o grupo.

Dom José Brandão de Castro
Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) ‘Dom José Brandão de Castro’ fica no município vizinho de Poço Redondo e tanto tem utilizado da estrutura e lotes dos irrigantes atendidos pela Cohidro, para aplicar aulas práticas, como tem fornecido mão de obra temporária à unidade de Canindé da Empresa, através dos estágios curriculares de conclusão de curso. Uma reciprocidade que auxilia o trabalho de atendimento ao agricultor que, ao mesmo tempo, melhor prepara estes futuros profissionais para o mercado de trabalho.

“Esse curso é um enriquecimento muito grande para os estagiários, que vão aplicar não só no perímetro, mas se aparecer um projeto particular, os mesmos estarão capacitados para realizar, vão poder fazer, como mais uma opção para abertura de mercados de trabalho”, concluiu o agrônomo Luiz Gonzaga.

Última atualização: 9 de fevereiro de 2018 14:57.