[vídeo] Agro-SE mostra as soluções encontradas para manter a irrigação para produção de leite no Jabiberi

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Nesta quarta-feira (09), o programa Agro-SE, exibido na Tv Atalaia, mostrou que no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, Cohidro e agropecuaristas irrigantes estão conseguindo manter a produção – quase toda voltada à criação de gado de leite – durante todo ano. A partir da aplicação de soluções e tecnologias de convivência com a escassez hídrica, está sendo possível contornar as adversidades que ameaçavam a continuidade do projeto público de irrigação.

Dois terços da água do reservatório do perímetro teve que ser destinada ao abastecimento humano prioritário de Tobias Barreto e oferta de água para irrigação ficou comprometida. Mas uma parceria entre os irrigantes e a Cohidro construiu novos reservatórios escavados nos lotes, ampliando essa capacidade para 100.000 litros. Volume que corresponde ao uso diário de água e não sendo necessário completar o reservatório mais de uma vez, como era antigamente, o tempo de abertura da água para os canais foi diminuído de 9 para 5 horas. Racionamento preventivo que está fazendo com que as reservas da barragem durem por mais tempo.

Outra iniciativa, em cooperação com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Ministério do Meio Ambiente e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), está sendo o Projeto Sergipe de Combate à Desertificação. Com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e Governo do estado, a inciativa pretende beneficiar mais de três mil famílias no estado e no Jabiberi, criou cinco campos de palma forrageira orelha de elefante gigante e gliricídia. A palma, particularmente, é uma espécie resistente a pouca ou nenhuma oferta de água e oferece aos pequenos criadores uma segurança alimentar aos rebanhos de leite nos períodos de estiagem extrema, quando não for possível irrigar as pastagens.

[vídeo] Projeto Sergipe de Combate à Desertificação no perímetro de Canindé

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Parceria entre o Governo de Sergipe, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF); o Projeto Sergipe de Combate à Desertificação está beneficiando mais de 3 mil famílias sergipanas com sementes da palma forrageira Orelha de Elefante e mudas de gliricídia, para criar campos de produção consorciada destinado à alimentação dos rebanhos no semiárido. A iniciativa foi destaque na edição do último sábado (01), do programa Sergipe Rural, da Aperipê TV.

Quem executa o projeto é a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e da Cohidro. A reportagem de Patrícia Dantas, com imagens de Jorge Henrique, mostrou agricultor do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, animado por abrigar em seu lote um dos bancos de sementes de palma forrageira Orelha de Elefante.

A Cohidro, além de fornecer a água de irrigação nestes lotes, forneceu todo equipamento de irrigação para desenvolver as mudas de palma. As plantas, por condição ao agricultor participar do projeto, terão 80% da sua primeira colheita de ‘raquetes‘ destinada à doação, para outros agricultores usarem como sementes e criarem novas plantações. Em Tobias Barreto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, há outros cinco produtores participando do projeto, inclusive cultivando a gliricídia.

Projeto de Combate à desertificação distribuirá mudas de gliricídia e palma forrageira para pequenos pecuaristas

Seagri, Emdagro, Cohidro, MMA e PNUD incentivam plantações consorciadas em benefício de mais de 3 mil famílias

[Foto: arquivo pessoal]
Agricultores irrigantes de Tobias Barreto estão entre as mais de 3 mil famílias que serão beneficiadas com sementes da palma forrageira Orelha de Elefante e mudas de gliricídia, para criar campos de produção consorciada. As espécies servem de ração para o gado leiteiro, vocação produtiva da região. Em agosto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, foi dado mais um passo do Projeto Sergipe de Combate à Desertificação, fruto da parceria entre o Governo de Sergipe, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A execução fica por conta da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), tendo na ponta a expertise técnica da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) e da Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que gerencia o Perímetro.

O projeto tem por objetivo introduzir políticas públicas de manejo sustentável da terra aplicando tecnologias socioambientais, para elevar a produção rural nas áreas susceptíveis à seca (ASS) ou à desertificação (ASD). Em outras áreas do Semiárido Sergipano, ainda serão implantados projetos de ‘bioágua’ (reuso da água) para quintais produtivos; de enriquecimento (agroflorestal) da Caatinga; de captação de água em cisterna ‘calçadão’ para pequenas Irrigações; de criação bancos de sementes crioulas; emprego de práticas de conservação de solo e a contratação de consultoria técnica. Na última semana, uma webcapacitação foi realizada pela Seagri, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa (Embrapa Semiárido), tendo como tema central a produção, o manejo e a utilização de gliricídia para alimentação animal. O curso foi ministrado pelo médico Veterinário e doutor em zootecnia da Embrapa, Rafael Dantas.

O secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, reforçou a relevância da iniciativa conjunta, que busca também fortalecer os projetos de assentamento de reforma agrária no estado. “Serão entregues mais de 140 mil mudas de gliricídia, a partir do dia 31 de agosto. Só com a gliricídia serão beneficiadas 350 famílias neste primeiro ano. Até o final do projeto, essa parceria com MMA, PNUD e demais entes deverá beneficiar mais de 3 mil famílias. Em diálogo com os parceiros, entendemos a importância da gliricídia, tanto no combate à desertificação quanto para a sustentação da bacia leiteira sergipana. Estamos falando de uma planta que é fixadora de nitrogênio, tem um teor de proteína considerável e é uma leguminosa que reduz o custo de produção para a cadeia leiteira”, pontua André Bomfim.

No Jabiberi, para ter acesso à palma, os pequenos produtores irrigantes do Perímetro se comprometeram a doar o saldo da primeira colheita de ‘raquetes’ para beneficiar mais pessoas. Dessa forma, os bancos de espécies forrageiras se multiplicarão e atenderão, também, outros produtores. Irrigante do Jabiberi, Uilde de Jesus já teve êxito no plantio de palma forrageira e de capim elefante irrigados, para alimentar 10 vacas e 50 cabeças de ovinos. Agora, prepara o solo em um hectare do seu lote para abrigar a plantação a ser replicada com os criadores vizinhos. “Sou presidente da associação dos produtores aqui e a minha ideia é que todo mundo tenha um pedaço do lote com a palma e a gliricídia plantados, para na época da seca, a gente ter para dar para os animais. Com a gliricídia, a palma e o capim elefante, poderemos substituir o uso do farelo soja e um pouco do milho. Já fiz um teste e foi excelente. Reduz ao máximo a compra desses itens, que representam mais de 50% do custo do leite da gente. A gliricídia substitui a soja, a palma substitui o milho e o volumoso é feito com o capim elefante. Aí é só jogar na cocheira”, detalha.

Pedro Vidal, por sua vez, tem experiência no uso da gliricídia na alimentação de suas 18 vacas de leite. “Hoje, eu trabalho com ela com o capim de ração, meio a meio. E, para mim, é muito importante, porque o teor de proteína dela é muito alto e as vacas aumentam a produção de leite. Os animais têm muito boa aceitação à gliricídia”, argumenta. Domingos Souza tem um rebanho de 48 animais criados também no Jabiberi e vê na colaboração, proposta no projeto da Seagri, uma forma dos pequenos pecuaristas crescerem juntos. “Quero ter mais alimentos para o gado, minha área aqui é pequena. Vejo como uma forma de crescer nosso rebanho ajudando uns aos outros”. Ambos os produtores beneficiários do projeto, tocam seus próprios lotes há cerca de 10 anos, depois de trabalharem para outros criadores.

Irrigação
As espécies forrageiras implantadas no projeto têm o crescimento vegetativo acelerado ao receber a irrigação, e possuem resistência à seca. Características adequadas à realidade do Jabiberi que, depois de passar a compartilhar seu reservatório com o abastecimento humano na área urbana, precisou suspender o fornecimento de água aos lotes em anos de maior escassez de chuva. Paulo Sobral, diretor-presidente da Cohidro, considera o convênio um avanço. “Como a oferta de água diminuiu, o criador não pode depender só da água para ter o alimento dos rebanhos. Fizemos mudanças para ter irrigação [se não for em todo] por um período maior do ano. Reduzimos o tempo diário de fornecimento de água para cinco horas e construímos, com esses 74 irrigantes, novos reservatórios de 100 mil litros, adaptados ao novo regime de distribuição de água”, explicou.

[vídeo] Irrigantes em Tobias Barreto colhem resultados das mudanças na irrigação

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, exibiu no final do mês de maio (23), a satisfação dos agropecuaristas irrigantes atendidos pela Cohidro no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, com as mudanças propostas pela empresa, aumentando a oferta de água nos lotes, quase todos voltados à pecuária leiteira.

Embora o tempo de distribuição de água tenha sido reduzido para 5 horas diárias, com a redução no consumo de água/dia foi possível voltar a distribui-la diariamente, a partir do uso mais sustentável das reservas da barragem, também usada pelo abastecimento urbano.

Os reservatórios individuais, escavados em cada lote, também foram ampliados na parceria companhia-produtor, de forma a se adequar ao novo período em que a água está disponível. Somente com uma recarga-dia, os novos tanques agora atendem a demanda da propriedade durante as 24h seguintes.

Ao mesmo tempo em que foi racionalizado o uso da água, a Cohidro incentiva esses criadores a adotarem o cultivo de espécies forrageiras mais resistentes à seca e que tragam maior retorno nutricional ao gado de leite, a exemplo da palma, a gliricídia e o capim-açu.

[vídeo] Sergipe Rural mostra cultivo de palma irrigada em Tobias Barreto

O cultivo da palma forrageira irrigada está servindo como reserva alimentar para o gado de leite, principal atividade adotada no Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado pela Cohidro em Tobias Barreto. A empresa pública cedeu seu lote experimental, conseguiu as sementes da variedade ‘palma miúda’ para esse primeiro lote com o Projeto Palma para Sergipe, do Sebrae, e incentivou os produtores a adotarem o cultivo, para usar quando não for possível irrigar os pastos.

A prática vai diminuir os custos para o pequeno pecuarista alimentar o gado em casos de futuras estiagens prolongadas (como no verão de 2018 para 2019) em que possa não haver condições de irrigar os pastos, principal fonte de alimento para o gado criado nos lotes do perímetro. Porém, o técnico agrícola da Cohidro, José Coelho, sugere que a planta tem um grande valor energético e possui muita concentração de água, sendo assim um alimento completo para os rebanhos e pode ser adotado o ano inteiro.

[vídeo] Novos reservatórios reduzem tempo de irrigação no Jabiberi, mostrou o Sergipe Rural

No último sábado (21) a Aperipê TV mostrou que os irrigantes do Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado pela Cohidro em Tobias Barreto, receberam o apoio da empresa para a construção de novos reservatórios com capacidade para acumular 100.000 litros de água, usada para irrigar pastos e plantações de material forrageiro.

A ampliação dessa capacidade que cada lote tem para armazenar água serve para se adaptar ao período de distribuição de água reduzido em 50%, de modo que agora os tanques só necessitam ser enchidos uma vez ao dia para atenderem todas as necessidades desses produtores que tem como principal atividade a pecuária leiteira.

A redução no tempo de acesso à água serve para que as reservas na barragem que atende ao perímetro da Cohidro e ao abastecimento humano no município, dure por mais tempo no período de estiagem prolongada.

TOBIAS BARRETO | Irrigantes aderem ao plantio de palma forrageira como reserva de alimento para o gado

Novos reservatórios de água promovem economia de 50% da água utilizada na irrigação

Cohidro incentiva cultivo em lote comunitário, que fornece sementes para irrigantes [Foto: Fernando Augusto]
Quando os níveis da barragem de irrigação reduzem, a produção leiteira no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, tem sido garantida pelas reservas alimentares, estrategicamente asseguradas pelos criadores para o rebanho. A palma forrageira está sendo a solução encontrada pelos irrigantes, plantada em lote comunitário cedido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o perímetro do governo do Estado. Nos seus lotes individuais, os irrigantes replicam a palma cultivada na área coletiva. A Cohidro incentiva também a produção de milho e sorgo, para a produção de silagem – plantios iniciados no período chuvoso, com utilização de irrigação durante o verão, para compensar a escassez hídrica e garantir a forragem necessária à sobrevivência e produtividade do rebanho.

O criador Uilde de Jesus tem um lote no Jabiberi, onde cria 10 vacas e 60 ovelhas. Usando a irrigação para produzir a alimentação, ele pensa em aumentar o seu rebanho. Para tanto, seguiu o projeto feito pelo engenheiro agrônomo Luiz Gonzaga, da Cohidro, indicando a microaspersão invertida para cultivar a palma; e o gotejamento, para o capim. “Eu quero criar em confinamento, não quero mais em pastagem. Então, quero produzir o alimento deles dentro do lote. Vou plantar o capim de corte Capiaçu, palma e sorgo para silagem. A palma é excelente também para o leite. O animal, com esses alimentos, consegue produzir mais. Quero ampliar para 20 vacas de leite, por isso, primeiro preciso produzir minha forragem e garantir a alimentação do meu gado”, relata o produtor.

Segundo o técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, nove produtores irrigantes fizeram o plantio da área coletiva cedida pela empresa e que, hoje, fornece sementes para a criação de novas áreas. “Uma forma de preparar o produtor de leite para os períodos de seca mais prolongada – que certamente virão – está sendo o incentivo ao plantio da palma forrageira em todas as áreas disponíveis dentro dos lotes irrigados, incluindo esse Lote Experimental da Cohidro. O apoio técnico inicial aos cultivos e a oferta de sementes da variedade Palma Miúda foram do Projeto Palma para Sergipe, do Sebrae. Diversos produtores estão plantando pequenas áreas de palma em seus lotes ou em áreas próximas, como uma das diversas medidas para o enfrentamento dos períodos de estiagem mais prolongados”, explicou.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca justifica a preocupação com a segurança alimentar dos rebanhos. “A mesma água que abastece o perímetro irrigado tem o uso prioritário no abastecimento humano em Tobias Barreto. E como já tivemos dificuldades em garantir a água para uso da irrigação durante todo o ano, estamos incentivando o plantio para que, nesses momentos de crise hídrica, eles tenham essa reserva alimentar para os seus rebanhos de leite”. Ele informa, ainda, que a empresa trabalha com novos parceiros para promover essa geração de comida para a seca. “Em parceria com a Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), queremos plantar outra área coletiva e fornecer sementes, tanto para os irrigantes quanto para pequenos pecuaristas da região de sequeiro fazerem seus plantios”.

Contramedidas à seca
Além de incentivar a reserva de alimento para os momentos de crise hídrica, a Cohidro diminuiu o período de distribuição de água para os lotes do Jabiberi para reduzir 50% do consumo. As 9h diárias de fornecimento passaram a ser 5h. A distribuição da água é feita por gravidade, em canais trapezoidais em concreto. Ramais recarregam os reservatórios a partir dos quais os 74 irrigantes bombeiam água para a irrigação. No projeto original do perímetro, esses tanques eram pequenos e precisavam de mais de uma recarga para sustentar o consumo diário do lote, exigindo maior tempo de operação de todo o sistema de distribuição. Isso mudou. Hoje, a Cohidro fornece máquina e operador, para que os produtores cavem reservatórios de 100 mil litros e só seja necessária uma recarga, se adequando às 5h diárias de fornecimento de água.

Perímetro Jabiberi muda sistema de Irrigação pública para economizar água

Cohidro também auxilia produtores rurais irrigantes na construção de novos reservatórios

Produtores Pedro Oliveira e José Ricardo; José Fernandes, gerente do Jabiberi; Paulo Sobral, presidente da Cohidro; José Coelho, técnico agrícola da Cohidro; Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Hídrica e Roberto Matias, funcionário da Cohidro [Foto: Fernando augusto]
Ao longo de sete meses, o Perímetro irrigado Jabiberi, situado em Tobias Barreto, enfrentou uma crise de desabastecimento. Sua barragem é compartilhada com a Deso e dá prioridade ao abastecimento para consumo humano, também prejudicado pela escassez prolongada de chuvas. Pensando em desenvolver estratégias que previnam prejuízos de abastecimento do período de estiagem, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, administradora do perímetro, resolveu ajustar o período de distribuição de água, passando de nove para cinco horas diárias e, além disso, colabora com os pequenos pecuaristas na construção de reservatórios maiores que, de uma só vez, acumulem toda água necessária para irrigar por um dia.

“Atualmente, a abertura de comportas é feita pela noite. Agora, será pelo dia com ‘canaleiros’ fechando os registros assim que os reservatórios encherem, eliminando o transbordamento e possibilitando a diminuição do tempo de operação para cinco horas. A medida combate o desperdício de água, ao evitar que os tanques transbordem e o uso além do necessário, durante nove horas de disponibilidade de água”, indicou Paulo Sobral, diretor-presidente da Cohidro. Ele informa que a Cohidro também está orientando o plantio de plantas forrageiras nos lotes, para que a silagem ou espécies resistentes à seca, como a palma, atendam o produtor, em caso de novo desabastecimento que impossibilite a produção de alimento para os rebanhos com a irrigação.

Diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Carlos Vieira diz que a empresa colocou retroescavadeira e um operador à disposição dos pecuaristas irrigantes. Eles arcam com o custo operacional e o revestimento dos novos reservatórios. “São tanques com mais que o dobro do tamanho, com 100m³, para que seja necessário somente um abastecimento de água por dia. Vai ocorrer a economia de água e a reserva da barragem vai durar mais. Os produtores que revestem o novo reservatório com lona de alta resistência investem R$ 600 na obra. Os que estão construindo tanques circulares em alvenaria, R$ 4.500”. O diretor informou que estão prontas 39 escavações de tanques, dos 74 lotes que o perímetro possui.

Pedro Oliveira e seu pai criam gado de leite no Jabiberi. Ele acredita que o aumento dos tanques vai melhorar a autonomia do perímetro e aprova a troca de turnos de operação. “Quando começar, a gente vai ligar a bomba pra irrigar umas 2h ou 3h, vamos pra casa descansar e só voltamos no outro dia, pra retirar o leite sossegados. É muito importante essa preocupação de economizar e garantir água pra consumo pra todo mundo, isso será muito bom”. Com as mudanças, a família ficou motivada a investir na propriedade e até na renovação do plantel.

Já o José Ricardo, que sempre mantém um rebanho de 10 a 12 cabeças de vacas produzindo em lote, conta que seu leite é vendido para os laticínios da região e que tira em média 65 litros por dia. Para ele, o novo sistema de água e o aumento dos reservatórios trarão mudanças significativas para todos. “Antes a quantidade de água era muito pouca, agora será maior”. O temor de o perímetro Jabiberi voltar a não ter água para irrigar convence os produtores de que é necessário mudar os hábitos, investir e até restringir ao máximo o uso da água na operação do lote. “Foi muito difícil o período sem água, tivemos que comprar água, para ajudar na alimentação do gado e até pra nós mesmos. Sem água não somos nada”, conclui o produtor.

Cohidro capacita técnicos para manutenção de novo sistema de irrigação automatizado

O Programa Águas de Sergipe é um investimento do governo de Sergipe com aporte do Banco Mundial, promovendo o uso responsável das águas da bacia do Rio Sergipe.

Irrigação localizada por microaspersão diminui o consumo de água nos lotes [foto Fernando Augusto]
Para modernizar e regularizar o consumo de água de irrigação nos lotes agrícolas, os perímetros irrigados Jacarecica I e da Ribeira, administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro em Itabaiana, receberam investimentos da ordem de R$ 14.334.110,64 para a troca e adição de novos equipamentos. A iniciativa do Programa Águas de Sergipe (PAS) também envolveu o Treinamento e Prática de Manutenção e Manejo de Sistemas de Irrigação dos técnicos da Cohidro, realizado no Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em Agroecologia da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro, no mesmo município.

Ministrado pelo engenheiro agrônomo Durval Lima, o curso teve dois dias de duração, envolvendo técnicos de todos os perímetros da Cohidro que ficarão encarregados, em campo, da orientação aos agricultores sobre como operar e fazer a manutenção dos equipamentos que integram o novo sistema de irrigação. “É o monitoramento de todo sistema de irrigação, desde a limpeza dos filtros até a limpeza química do sistema de irrigação. Também falamos sobre a parte da fertilização, sobre como utilizar o injetor de fertilizantes; o monitoramento de toda a malha; a parte de automação, como usa o controlador de válvula; qual a finalidade da válvula reguladora de pressão e a de alívio”, listou Durval.

O engenheiro agrônomo da Cohidro, Gonzaga Reis, teve grande participação no projeto de troca dos sistemas apresentado e aprovado pela Unidade de Administração do PAS (Uapas). Segundo ele, a finalidade principal era a economia e a melhoria das condições de trabalho dos irrigantes. “Antes precisava transpor tubo de um lado pro outro, e esse sistema agora é fixo, automatizado, inclusive a fertilização: não é necessário que ele esteja distribuindo adubo na mão; na condução da água já vai junto também o adubo. Eram emitidos 3.200m³ ha/mês. Com a introdução desse sistema de irrigação, caiu para 1.200m³ ha/mês – ou seja, uma economia de água muito grande [60%], e também de energia elétrica [50%]”, explicou.

Gerente do perímetro da Ribeira, o técnico agrícola César Rocha reforça que, além da economia gerada, o novo sistema traz mais praticidade para o produtor, que ainda está aprendendo a lidar com as novas tecnologias instaladas nos lotes – ao mesmo que tempo que facilita o trabalho da Cohidro para controlar o consumo de água, a manutenção da rede de adutoras e estações de bombeamento do projeto de irrigação. “Com a modernidade, a princípio, todos estão sentindo dificuldade, por isso que a gente está se aprimorando para poder passar isso na prática para o produtor. As dificuldades que ele vai encontrar no dia a dia, que ele possa superar”, confia.

Marcos Emílio é técnico agrícola da Cohidro alocado no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Também lá é cada vez mais comum encontrar lotes de agricultores dotados com os modernos equipamentos que o treinamento ensinou a operar. “A gente veio aprender sobre a parte de manutenção, a parte de fiscalização e a parte do uso desse novo sistema de irrigação no nosso dia a dia, para o nosso trabalho. Para que possamos conduzir uma irrigação que propicia ao agricultor um trabalho com mais qualidade e uma produção melhor para ele”, pontuou.

O projeto do novo sistema de irrigação previu os problemas mais comuns enfrentados pelos irrigantes. “Nós projetamos um filtro de tela, para minimizar os entupimentos dos microaspersores. Como esses filtros chegam a entupir, então projetamos uma retrolavagem. Quem indica isso são os manômetros, na diferença de pressão o produtor já sabe que está no momento de fazer a retrolavagem de limpeza do filtro”, explicou Gonzaga. Segundo Durval Lima, o objetivo é conscientizar os técnicos, para que eles passem para o agricultor esse tipo de monitoramento para ampliar a vida útil desse sistema de irrigação. “Não só isso, mas que também tenha uma produtividade maior. Se ele não faz esse monitoramento, a pressão cai, e a produtividade também”, alertou Durval.

 

Produção de perímetros irrigados contribui para Aracaju ter cesta básica mais barata

Grande oferta de itens como tomate, mandioca, leite e banana mantém cesta aracajuana como a mais acessível do país desde junho

Banana produzida no perímetro Jacarecica II [Foto: Ascom/Cohidro]
Desde janeiro de 2018, Aracaju se mantinha como a capital brasileira com o segundo menor valor da cesta básica de alimentos, entre as 20 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ficando atrás somente de Salvador. Mas o resultado obtido pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) no último mês de junho colocou a capital sergipana em primeiro lugar, com uma queda de -6,14% em relação a maio, quando o preço médio da cesta básica foi praticado em R$ 383,09. Em julho, a primeira colocação foi mantida com mais uma queda de 6,04% nos preços: R$ 359,95. Entre os 12 itens pesquisados em Sergipe, metade tem produção originada, direta ou indiretamente, nos perímetros irrigados do governo do Estado.

Os perímetros são administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Pelo segundo mês, em Aracaju foi destaque a redução no preço da banana (-14,86% em julho), com produção encontrada nos perímetros irrigados Califórnia [Canindé de São Francisco], Jacarecica II [entre os municípios de Areia Branca, Riachuelo e Malhador] e Piauí [Lagarto]. Outro preço que caiu foi o do tomate, produzido nos perímetros Piauí, da Ribeira [Itabaiana] e Califórnia. Integram, ainda, a cesta básica nordestina a farinha de mandioca, produzida no perímetro Piauí; o leite, nos perímetros irrigado Jabiberi [Tobias Barreto] e Califórnia; e a partir dele, a manteiga.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, a garantia de fornecimento de água para irrigação favorece a produção nos perímetros. “É possível produzir o ano inteiro, pois o sistema de irrigação só é desligado em dias de chuva. Dessa forma, os produtores podem assumir compromissos de fornecimento em qualquer época”, explica João, que também destaca a contribuição dos perímetros para um sexto item da cesta básica: a carne de primeira. “Todos os perímetros irrigados produzem algum material para consumo animal, como os ramos da batata-doce e da mandioca, a manipueira [líquido excedente do beneficiamento da mandioca] e o milho verde, que se usa o pé inteiro com as espigas ou a só a palhada. Tudo isso serve para a alimentação do gado de leite – e também de corte”, pontua.

Banana
A bananeira requer, segundo o técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e, então, a irrigação vem a suprir esse déficit hídrico. Dessa forma, a produção plena da banana no estado só é possível com o uso de água de irrigação”, aponta. O mesmo técnico acompanhou a introdução de um campo piloto da variedade ‘prata anã’ no perímetro Piauí.

“Rendeu bem a primeira colheita, mas tivemos que aumentar o número de microaspersores”, relatou o agricultor irrigante Rosendo dos Santos, assistido no perímetro irrigado de Lagarto, constatando a necessidade de boa irrigação para produzir banana no município. Orientado pela Cohidro quanto à escolha de mudas certificadas, correção do solo, método de irrigação e manejo da cultura; o sucesso do bananicultor influenciou outros produtores a investir na variedade prata anã. Hoje são quatro, só no perímetro irrigado Piauí.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.