Entrega simultânea de alimentos da irrigação pública em Lagarto tem incentivo do Governo do Estado

Irrigação e assistência técnica da Coderse contribui para o agricultor atender exigências dos programas

Em um só dia, agricultores irrigantes de Lagarto, centro sul sergipano, entregaram quase 2,5 toneladas de alimentos da Compra com Doação Simultânea (CDS) via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entregas que, na mesma quinta-feira, 18, foram colhidas, pesadas, transportadas e distribuídas às pessoas assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social de General Maynard, no leste sergipano.

O Irrigante do perímetro Piauí Antônio de Carvalho Neto destacou a satisfação de vender a produção em um programa que ajuda as pessoas. Ele produziu em sua unidade irrigada e entregou nesta etapa do PAA 100kg de quiabo, 80kg de pimentão, 60kg de acerola e 90kg de laranja pera. “Ajuda bastante, pois produzimos fora de época e podemos vender num melhor preço, de acordo com o projeto. É gratificante poder produzir e ajudar o próximo de maneira sustentável e boa, com mercadorias de alta qualidade do perímetro, como tem que vir”, considerou.

O agricultor Valmir Barbosa cultiva abóbora, milho verde, amendoim e mandioca em sua unidade produtiva irrigada. Ele confirma a importância de ter destino certo com preço justo. “Hoje, fiz entrega de 150kg de abóbora. O que ajuda é que tenho alguém certo para entregar e também com preço bem melhor que o do comércio. Meu sentimento é de alegria por poder ajudar, o trabalho passa a ser mais significativo”, considerou.

Sem agrotóxico
Para o agricultor Raimundo Batista Nascimento, a modalidade de compra com doação simultânea é boa para os produtores. “Não tenho o que reclamar e cada dia que passa as coisas melhoram para nós. Quero que tenham mais outros anos para a gente produzir e já entregar a produção. Temos o acompanhamento da Coderse, os técnicos são maravilhosos e nos ajudam muito. A força do nosso trabalho vem da união”, contou.

O irrigante entregou ao PAA, no dia 18, alface, couve, cebolinha e coentro, cultivados no sistema de produção agroecológica que Raimundo adotou há cerca de 15 anos. “Aqui também tem a ajuda do Governo do Estado, que vem com esses projetos através do Governo Federal e nossa responsabilidade é colocar mercadoria de boa qualidade. Não pode trazer nada ruim. Isso é muito bom e eu trabalho sem usar agrotóxico, tipo orgânico, que é bom e saudável”, complementa.

Assistência do Estado
Das frentes de atuação que o Governo do Estado para beneficiar os produtores dos perímetros irrigados, três delas ficam bem evidentes quando eles optam por participar desses programas de compras governamentais. A primeira é a irrigação o ano todo, fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Para produzir continuamente durante a vigência dos contratos, em volume para atender a demanda e atendendo aos critérios de qualidade.

A segunda frente de atuação do governo é a assistência técnica agrícola no campo. Outra atuação é a assessoria da equipe ao produtor e associações para estarem quites com a documentação, na elaboração dos projetos-proposta de entrega de alimentos e na parte de prestação de contas com os órgãos contratantes.

“São 23 produtores e eles têm o limite de mais de R$ 340 mil para entregar alimentos durante 10 meses, em entregas quinzenais. Produtos que são destinados a pessoas em insegurança alimentar de General Maynard. A gente analisa se a documentação está correta e na elaboração das propostas. E isso é com todas as associações e cooperativas. Esta que está entregando e outra que aguarda a liberação de recursos da Conab”, explicou o gerente do Perímetro Irrigado Piauí, Gildo Almeida. Ele complementa que este projeto é para atender um montante de 60,8 toneladas de alimentos durante o período de vigência.

Produtores rurais participam de curso sobre uso de agrotóxicos em perímetros irrigados

As atividades têm o objetivo de preparar o produtor rural para lidar com agroquímicos, sem provocar danos ao meio ambiente ou riscos à própria saúde, à da sua família, e a dos consumidores dos alimentos

Agricultores dos municípios de Itabaiana, Areia Branca, Campo do Brito, Malhador e Riachuelo participaram de um treinamento intenso, voltado para o uso adequado de agrotóxicos. Realizadas desde a última quarta até esta sexta-feira (05), as atividades têm o objetivo de preparar o produtor rural para lidar com agroquímicos, sem provocar danos ao meio ambiente ou riscos à própria saúde, à da sua família, e a dos consumidores dos alimentos. Uma das atividades ocorreu no Perímetro Irrigado da Ribeira, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), dentro do Programa Águas de Sergipe.

Segundo a técnica da Cohidro, Teresinha Albuquerque, o curso surgiu de uma demanda identificada através de pesquisa realizada nos perímetros. “Isso nos alertou para a grande necessidade de levar mais conhecimento para os agricultores sobre a questão dos agrotóxicos, pois é um mercado que está sempre mudando e eles precisam de atualização. Os instrutores estão repassando os aprendizados na linguagem do agricultor. E depois faremos uma avaliação dos resultados”, explicou.

Nesta sexta-feira, o dia de campo aconteceu no assentamento de reforma agrária Mario Lago, inserido do Perímetro Irrigado Jacarecica II, em Riachuelo. Além de agricultores que não foram capacitados em outras edições do curso, também participaram os técnicos agrícolas da Companhia e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

Responsável pelas capacitações, a consultora Paula Ismerim informou uma média de 150 participantes por dia de capacitação. “São 8h de aulas teóricas divididas em dois dias na semana, culminando com o dia de campo. Os técnicos visitaram aproximadamente 35 comunidades, lote por lote, mobilizando as inscrições para o curso. Foram feitas quase 1.600 inscrições, com participação de 80% das comunidades. Durante o curso sorteamos uma bicicleta por turma, e mais uma bicicleta a cada dia de campo”, revelou.

A agente comunitária de saúde do povoado Mangueira, Leia da Silva, foi uma das sorteadas com a bicicleta na quarta-feira. “Eu gostei muito do curso, porque vamos servir como multiplicadores do conhecimento para a população. O mais importante foi entender sobre os perigos dos agrotóxicos para a saúde das pessoas. Também pudemos nos aprofundar sobre as consequências do agrotóxico, que temos que fazer de tudo para diminuir, e que as pessoas têm necessidade de proteção quando for passar, com o uso adequado dos equipamentos de segurança”, contou Leia.

Agricultor irrigante do povoado Várzea das Cancelas há 20 anos, Luiz dos Santos trabalha com a esposa e o filho na lavoura produzindo batata-doce, amendoim e milho para comercializar em Itabaiana. Ele revela que aprendeu, no curso, que é preciso guardar os vasilhames dos agrotóxicos vazios para devolver à loja onde foi comprado. “Aprendi a usar a capa e todos os equipamentos necessários. Isso é muito importante e vamos começar a colocar em prática. Precisamos tomar cuidado e pensar mais em nossa saúde”, concluiu.

Veja a galeria completa de fotos clicando aqui.

Capacitação para uso de agrotóxicos é iniciada em perímetro da Cohidro de Itabaiana

Quase R$ 1 mi do PAS é destinado ao treinamento de agricultores e de replicadores, que são agentes de saúde e educadores que atuam nas comunidades rurais.

Com as duas aulas e o dia de campo, a capacitação será de 12h-aulas para cada agricultor (Foto: Ascom/Cohidro)

Desde segunda-feira (3), no Perímetro Irrigado da Ribeira em Itabaiana (SE), ocorrem aulas pela manhã e pela tarde para as quatro primeiras turmas do ‘treinamento e capacitação para o uso adequado dos agrotóxicos’, na modalidade voltada aos agricultores irrigantes inseridos nos perímetros da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) que fazem parte da bacia do rio Sergipe. É uma das ações do Programa Águas de Sergipe (PAS), realizado pelo Governo de Sergipe e em parte financiado do Banco Mundial.

Com as quatro turmas findando nesta sexta-feira (7) com um dia de campo, nesta semana vão ser habilitados em torno de 150 produtores irrigantes. Ao repetir esse cronograma semanalmente, a as capacitações ao todo atenderão 980 destes agricultores assistidos pela Cohidro, ao serem incluídos os inseridos nos perímetros Jacarecica I e II, que abrangem áreas de irrigação pública também de Itabaiana, Malhador (SE), Riachuelo (SE) e Areia Branca (SE). Com as duas aulas e o dia de campo, capacitação será de 12h/aula para cada agricultor.

Nos 26 municípios sergipanos que compõem a bacia hidrográfica do rio Sergipe, ocorrerão treinamentos de outros agricultores, por intermédio da Empresa de Desenvolvimento Agrário (Emdagro). Professores e agentes de saúde que atuam na zona rural em todo estado receberão treinamento para conscientizar as populações assistidas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) coordena o PAS e licitou a empresa que está fazendo todo este treinamento, um investimento total de R$ 985.548,88.

Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera primordial essa preocupação do PAS com a preparação dos moradores e trabalhadores do campo com o manuseio e precauções com os defensivos tóxicos. “O agrotóxico, se for exposto à nossa pele ou se for ingerido em alimentos ou água contaminados, prejudica muito a saúde. Os animais de criação e toda fauna e flora estão sujeitos aos riscos de contaminação, se não nos preocuparmos com a aplicação correta e, principalmente, com o descarte adequado das embalagens”, observa. Para ele, é um tema que nunca vai ser esgotado no meio rural. “Não é a primeira vez que reunimos agricultores dos perímetros para falar disso e certamente, não será a última. A indústria de agrotóxicos está sempre pondo produto novo no mercado e isso confunde bastante o agricultor na hora de usar. A conscientização tem que ser constante”.

Adenilson Xavier de Almeida é um dos irrigantes da Ribeira presente na primeira das quatro turmas da semana inicial de curso. Embora já tenha buscado se informar sobre manuseio correto dos agrotóxicos em outras atividades, não dispensa a oportunidade dada pelo PAS e Cohidro. “Claro, sempre aprendendo alguma coisa a mais, né? Sempre eu participo, toda reunião, todo curso que eu sou convidado, eu marco presença. Aprender sempre é bom, qualquer coisa que a gente aprende é bom para a vida, para o dia a dia. Faço (uso de agrotóxicos), eu geralmente já sigo essas regras, infelizmente são poucas pessoas, mas uso o mínimo possível”, relevou.

O instrutor dos cursos é o engenheiro agrônomo Pedro Acioli de Souza, que além de prestar serviço para empresas e entidades como o Senar e o Sebrae, é agricultor e apicultor, com trabalhos científicos publicados nas áreas. “Eu quero passar uma bagagem que faça com que além de receber uma gama de informações, procure fazer com que ele questione a situação que ele vive, pois só através do questionamento pode-se tomar algumas atitudes. Não é aquela capacitação de levar a informação e isso tá certo, não! Então este treinamento, eu acredito que ele dá muito resultado devido a essa metodologia um pouco inovadora”, considera.

Cláudia Silva Sampaio é coordenadora das capacitações pela STCP – Consultoria, Engenharia e Gerenciamento. “O curso de capacitação para o uso adequado de agrotóxicos tem três módulos e sempre no primeiro se discute a questão da legislação, de uma forma bem geral. Depois se discute a questão do uso de EPIs, que está vinculada a segurança e saúde dos trabalhadores e finalmente a manipulação do uso de agrotóxicos, que é todo o processo de aplicação. Dentro disso nós precisamos, antes de realizar essas ações, realizar um questionário para identificar quais são as atividades e a forma como elas estão sendo desenvolvidas por esses agricultores. A partir deles a gente vai ter uma ideia do todo”, completa ela, informando que irá ocorrer um seminário com todos os secretários municipais de educação, saúde, meio ambiente e agricultura, os agentes de epidemiologia, além dos delegados e coordenadores de educação ambiental.

Águas de Sergipe
O programa resulta de contrato firmado entre o Governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O PAS tem como finalidade a melhoria da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Sergipe. Desse montante, US$ 8 milhões serão destinados à Cohidro para ações de modernização da infraestrutura dos perímetros irrigados e segurança de barragens, atendendo as demandas inseridas no PAS, que se destinam à recuperação ambiental da bacia do rio Sergipe.

“Nesse sentido, com os recursos destinados à empresa já foram implantadas ações de monitoramento, segurança e reflorestamento das margens das barragens públicas que atendem nossos perímetros e a aquisição de veículos novos para atuar dentro dos perímetros. E atualmente ocorre a reforma predial das nossas diretorias técnicas; a completa substituição do sistema de irrigação em cada lote dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, adotando o modelo de irrigação localizada e automatizada, economizando 60% no consumo de água e reduzindo 50% na conta da energia elétrica. Nesta semana, simultaneamente aos treinamentos, demos início a elaboração de um audacioso projeto de automação de nossas estações de bombeamento, repercutindo em menos consumo de eletricidade”, listou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

 

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.

Ir para o conteúdo