Sementes do Futuro incentiva produção de milho em todos perímetros irrigados estaduais

Irrigante tem que ser da agricultura familiar e usa a semente até sem a chuva, contando com a irrigação pública.
Distribuição de sementes beneficiou irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II – Foto Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Nos perímetros irrigados do Governo do Estado, as sementes de milho do Programa Sementes do Futuro estão chegando no momento de atender à grande demanda da colheita no período de festas juninas. A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) está distribuindo 206 toneladas de sementes. Sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), está encarregada de entregar 7,2 toneladas de sementes para beneficiar os agricultores e pequenos criadores em sua área de atuação na irrigação pública.

As sementes distribuídas nos seis perímetros irrigados administrados pela Coderse, nessas últimas duas semanas, estão chegando para quem vai fazer o plantio do milho verde comercializando nas festas de Santo Antônio, São João e São Pedro. Segundo o diretor de Irrigação da empresa pública, Júlio Leite, o benefício ajuda o produtor por um tempo mais prolongado.

“Com a água de irrigação que fornecemos, o produtor pode usar essa semente tratada e selecionada a qualquer tempo. Para além da demanda do milho verde, com o comércio das espigas durante todo ano, tem muito uso do milho, espigas e palhadas na ração animal. O irrigante pode comercializar esse milho com os criadores de gado de leite e de corte. Atividades presentes em todo o estado e que demandam material forrageiro aos perímetros irrigados”, confirma Júlio Leite.

Os pequenos pecuaristas do município de Tobias Barreto, no centro-sul sergipano, que fazem parte do Perímetro Irrigado Jabiberi, vão usar sementes de milho do programa Sementes do Futuro para compor suas reservas em grãos, silagem e rolão para alimentação do gado de leite no período de estiagem. Um reforço à alimentação dos animais, que têm o pasto e outras plantas forrageiras cultivados a partir da irrigação e assistência técnica agrícola do Governo do Estado. Em 2023, esses irrigantes do Jabiberi produziram 2.295.500 de litros de leite, que é a vocação do perímetro estadual.

Sementes do Futuro
As sementes das variedades de milho Cruzeta e Potiguar foram adquiridas pelo Governo do Estado por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), vinculada à Seagri, que também se encarrega da maior parte da distribuição. O investimento público estadual  é de R$ 3 milhões para beneficiar 20.600 famílias de 50 municípios sergipanos. O enquadramento do produtor na condição de agricultor familiar é condição para receber as sementes. A Coderse se encarregou de entregar as sementes nos seus perímetros irrigados.

Jacarecica II
No Perímetro Irrigado Jacarecica II, que compreende comunidades agrícolas de três municípios, também está ocorrendo a distribuição das sementes de milho do programa para a agricultura familiar. Marinete de Santos é agricultora em lote irrigado no Assentamento Santa Maria, em Riachuelo, na região da Grande Aracaju. Ela conta que o milho verde que vai plantar, junto da couve, macaxeira, batata-doce e feijão, é para o consumo da família e comercialização. Ao mesmo tempo, deixa claro que, com irrigação, pode plantar em qualquer época do ano.

“Esse milho ajuda muito, porque a gente planta, leva para a feira, vende para outras pessoas. É para vender e para comer. Já pensando no São João e São Pedro. Pode plantar agora ou mais para frente, pois mesmo não tendo chuva, tem a irrigação para ajudar”, garantiu a irrigante do Jacarecica II. O perímetro também compreende povoados de Areia Branca e Malhador, no agreste sergipano.

O irrigante José dos Santos, também do Assentamento Santa Maria, estava preparado para plantar o milho do Sementes do Futuro, já pensando até no mercado em que vai oferecer o seu produto na colheita. Ele parabenizou a Coderse e o Governo do Estado por estenderem o programa ao Jacarecica II.

“Chegou na hora certa. Esse milho eu vou plantar e adubar para vender em Riachuelo. Mas se precisar, eu vendo para Itabaiana”, finalizou José dos Santos, destacando que o milho é as espigas vão para o consumo humano, mas as palhas têm destino certo para a ração animal.

Mais de 60 toneladas de alimentos produzidos no perímetro irrigado de Lagarto serão doados

O Governo do Estado motiva agricultores a participar, pela venda por período fixo e preço tabelado. Mais 12 irrigantes de Malhador também vão participar do PAA municipal.

Por meio da doação simultânea, 60,8 toneladas de alimentos produzidos no Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado em Lagarto, centro-sul sergipano, começaram a beneficiar 3.600 pessoas em insegurança alimentar de General Maynard, no leste do estado. Na quinta-feira, 4, foram distribuídas à população mais de 3 mil quilos de alimentos, na primeira das entregas quinzenais que vão ocorrer por 10 meses, via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab.

Os 23 agricultores fornecedores, do perímetro Piauí, serão remunerados por um montante total de R$ 344.991,61 durante a vigência das entregas do grupo de produtos in natura composto por abóbora, acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, laranja, mamão, maracujá, milho verde, pimentão, quiabo e macaxeira. Esta é a primeira das cinco propostas emitidas por associações de irrigantes dos perímetros estaduais, ainda em 2023, que começou a ser paga. Projetos que devem totalizar mais de 356 toneladas de alimentos doados para 19.800 pessoas em Sergipe, caso todas as propostas sejam contempladas pelo Governo Federal.

Josecleide Ferreira é uma das agricultoras irrigantes do perímetro Piauí que participa pela primeira vez da entrega ao PAA, fornecendo quiabo e macaxeira. Para ela, a irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) é essencial.  “É a primeira vez que estou participando do projeto, estou gostando muito, não tenho o que reclamar. Incentiva a plantar mais, produzir mais, por causa do preço. A gente já planta, só que o valor era menor e isso aqui é bom. Aumenta a rentabilidade do lote. Sem a irrigação não teria como plantar, só no inverno. Irrigado, conseguimos produzir o ano todo”, justifica.

A Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), presta assessoria na organização, credenciamento, formalização e composição das propostas enviadas à Conab. Complementando a assistência já dada a esses produtores que recebem água de irrigação e assistência técnica agrícola através dos perímetros irrigados da empresa sergipana. Segundo o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, este incentivo melhora a rentabilidade dos agricultores assistidos, já que ele vende a um preço melhor que o do mercado e por um período fixo.

“Esta missão da Coderse vem desde 2008, quando começou a operar o PAA da Conab nos perímetros estaduais. Nesse período, já são mais de 150 mil benefícios, remunerando o produtor para produzir alimentos de qualidade ou beneficiando pessoas atendidas por instituições socioassistenciais. Os agricultores irrigantes foram remunerados em cerca de R$ 13 milhões pelo cultivo desses produtos, na soma de todas as propostas aceitas e com entregas concretizadas. Desse modo, foram entregues mais de 4 mil toneladas de alimentos produzidos na irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado”, explica o diretor Júlio Leite sobre os resultados dos últimos 16 anos de programa.

General Maynard
Coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de General Maynard, Márcia Nascimento expõe que a parceria com os produtores do perímetro de Lagarto, garante uma alimentação de qualidade, com produtos agrícolas com boa procedência, às famílias assistidas pela instituição. “O objetivo maior é levar uma qualidade de vida e de alimentos para nossa comunidade, principalmente aos que estão em situação de vulnerabilidade e muitas vezes não tem acesso, pela situação financeira, de alimentos de boa qualidade e no quantitativo que dê para suprir a necessidade da família. O objetivo inicial é que sejam atendidas 800 famílias e a gente quer fazer um rodízio, para que todos tenham a mesma oportunidade”.

A dona de casa Ivaneide dos Santos vive com a filha em General Maynard. Ela elogiou a qualidade e diversidade dos produtos cultivados e entregues pelos irrigantes de Lagarto. “Ajuda em muitas coisas, porque para quem não trabalha, é uma ajuda boa. Achei ótimo [O PAA], porque ajuda a comunidade a ter uma dieta saudável”.

Ruthi Raquel dos Santos também é dona de casa em General Maynard e toma conta dos dois filhos, de um e dois anos. Sempre cultivando hábitos alimentares saudáveis em casa, comemorou a diversidade de produtos in natura oferecidos pelos irrigantes ao PAA. “Eu amei os produtos, são muito bons. Vai servir muito para mim e para os meus filhos, é bem saudável. Eu já não vou comprar esse mês. É costume meu, eu sempre gostei de comer bastante verdura, suco, frutas, o que é mais saudável. Meu pai é agricultor, daí ela me ensinou a comer verduras. Eu amei esse projeto, que serve para gente por vários anos”.

PAA Municipal
O município de General Maynard também realizou um Programa de Aquisição de Alimentos municipal, na modalidade ‘compra com doação simultânea’, que credenciou mais 12 produtores irrigantes atendidos pelo Governo do Estado em Malhador. Eles vão receber mais de R$ 130 mil, durante o período de seis meses, para produzir e entregar quinzenalmente um quantitativo de alimentos saudáveis que supram a dieta alimentar de mais 100 famílias em vulnerabilidade social atendidas pelo Cras.

“Junto com o pessoal da Coderse, fizemos um contato com o pessoal do Perímetro Irrigado Jacarecica II, para que eles fossem os fornecedores dos produtos agrícolas. Até porque, dentro do município, do território, a gente não tem essa facilidade. E a parceria com a Coderse foi importante, exatamente para ter acesso a esses produtores”, complementou a coordenadora Márcia Nascimento.

Governo de Sergipe publica edital para projeto da Adutora do Leite

Com aumento na oferta de água, produtores reduzem o custo de produção, podendo investir na qualidade da alimentação, genética e crescimento dos rebanhos
O governador do Estado, Fábio Mitidieri, assinou o aviso de licitação para os estudos e projeto da Adutora do Leite durante o Sealba Show – foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Prevista para percorrer mais de 100 quilômetros de extensão, a construção da Adutora do Leite vai levar água do Rio São Francisco até Nossa Senhora da Glória. O edital do processo licitatório para a elaboração dos estudos e projetos foi publicado na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira, 2, e viabiliza o início da obra. A adutora vai desenvolver principalmente a pecuária leiteira, com a meta de dobrar a produção anual para mais de 460 milhões de litros. Além de Glória, a nova adutora vai atender os municípios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo e Monte Alegre de Sergipe, onde são criadas 140 mil cabeças de gado.

Serão aproximadamente R$ 250 milhões em investimentos públicos para assistir, com a dessedentação, um rebanho de mais de 204 mil animais de médio e grande porte, em quase 9,5 mil estabelecimentos agropecuários. Com a produção de leite sendo a principal atividade econômica da região do alto sertão sergipano, a expectativa do Governo do Estado é de que a Adutora do Leite melhore a qualidade de vida das 23 mil famílias dos municípios assistidos, com o aumento da geração de renda e abertura de novos postos de trabalho. Ainda de acordo com o governo, haverá uma nova rede de tubulações, composta por estações elevatórias e reservatórios, para o abastecimento de localidades rurais, em seu percurso.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca Ramos da Silva, a expectativa de dobrar a produção de leite tem como base o aumento da oferta hídrica, que automaticamente vai fazer crescer o tamanho dos rebanhos. “A racionalização dos custos que o pecuarista hoje tem para ter acesso à água também vai repercutir em mais capacidade de investimento na qualidade da alimentação do gado de leite e na genética desses animais”, acrescenta o secretário. 

Licitação
O Aviso de Licitação da Concorrência Pública 01, publicado no DOE, é realizado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Seagri, que vai contratar empresa especializada em engenharia para elaboração dos estudos e projeto da Adutora do Leite. O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, explica que a obra será dividida em três etapas de construção.

“O primeiro trecho a ser construído vai da Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB) 100, que atende o Perímetro Irrigado Califórnia da Coderse, até Poço Redondo. Percurso em que é prevista a construção de uma segunda EEAB. No segundo trecho está prevista a construção da terceira EEAB e fará a água do São Francisco chegar ao povoado Santa Rosa do Ermírio, ainda em Poço Redondo. Terminando toda obra com o trecho que chega à sede municipal de Glória, com previsão da implantação de mais uma EEAB”, lista o presidente Paulo Sobral.

Reservatórios
O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da companhia estadual, Júlio Leite, acrescenta que o abastecimento dos criadores será feito por reservatórios estrategicamente construídos no percurso da Adutora do Leite. Segundo ele, os serviços de ‘estudos e projetos’, contratados em licitação iniciada pela Coderse, são para determinar qual o sistema é mais eficiente em levar e disponibilizar essa água bruta ao usuário final, em pontos de abastecimento acessíveis aos criadores.

“No primeiro trecho da Adutora do Leite, já em Poço Redondo, o Termo de Referência da licitação pública tem por estimativa a necessidade da construção de um grande reservatório e outros dois de médio porte. No segundo trecho, são previstos cinco reservatórios médios e um segundo grande. Já no terceiro e maior trecho da adutora, entre Monte Alegre e Glória, a previsão é de que sejam necessários dez reservatórios médios e novamente um de grande porte”, informou o diretor Júlio Leite.

Sementes produzidas na irrigação pública de Canindé começam a ser beneficiadas

No perímetro Califórnia, pimenta habanero tem sementes extraídas para indústria de insumos. No perímetro Piauí, fruto é cultivado para fábrica de molhos picantes
Processo mecanizado de extração das sementes da pimenta habanero – Foto Perímetro Irrigado Califórnia Coderse

Agricultores de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, estão beneficiando vegetais cultivados com a água de irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Perímetro Irrigado Califórnia, para a produção de sementes. São 15 hectares de lavouras que passaram por um alto padrão de correção de solo e de controle da sanidade das plantas. Tudo para satisfazer o padrão de qualidade que a indústria de sementes exige.

A Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) tem contrato para fornecer sementes à Agristar do Brasil e conta com a parceria da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que administra o perímetro Califórnia. Contribuem com a qualidade da produção de sementes, o corpo de técnicos agrícolas da empresa pública em Canindé, como reforça o presidente da Coofrucal, Levi Ribeiro.

“No Califórnia, tem quiabo, berinjela, pimentas, abóbora e pepino. Na última semana, iniciamos o processo de extração de pimenta [habanero orange] e nesta semana, iremos continuar esse processo de extração de pimenta, berinjela, e já também dando início à extração de semente de abóbora. Queremos agradecer muito o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e da Coderse”, destacou o presidente Levi Ribeiro.

Gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues lembra que o contato entre cooperados do perímetro e a indústria foi firmado em setembro. “A partir do final daquele mês, teve início a plantação mecanizada das áreas de quiabo para extração da semente. Tudo acompanhado de perto por nossos técnicos agrícolas e com a garantia de fornecimento de água de irrigação, através da estrutura da Coderse”, observou.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, considera a produção de sementes como um avanço no agronegócio praticado pelos irrigantes de Canindé. “Os irrigantes têm a liberdade de praticar a venda da produção irrigada, da forma que for mais vantajosa para eles, sem interferência da Coderse. Mas quando surge uma oportunidade como essa, de melhorar a rentabilidade em cada hectare plantado, a gente apoia, orienta o plantio diferenciado e dá o respaldo com a irrigação. Sem dúvida, um grande negócio para esses produtores”, pontuou.

Pimenta habanero
Essa variedade de pimenta é uma das que mais apresenta nível de ardência. Depois de cultivados na irrigação do perímetro Califórnia, os frutos da habanero já passaram pelo processo de extração de sementes, feito pela cooperativa de Canindé. As sementes do vegetal têm mercado em outro perímetro irrigado da Coderse, o Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano. Lá, essa pimenta é cultivada e colhida pelos produtores irrigantes, e fornecida à indústria local de molhos picantes.

Projeção de crescimento
Levi Ribeiro anuncia que a parceria com a indústria e Coderse, ainda tem potencial de crescer mais em 2024. “Nós temos uma projeção maior, que é plantarmos 52 hectares. Então, o projeto está consolidado, os produtores estão muito animados e confiantes que vai dar certo. Já deu certo”, comemora o presidente da cooperativa.

Abóbora cultivada em perímetros irrigados do Governo do Estado aumenta produção em Lagarto e abastece indústria de sementes em Canindé

Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe incentiva produção fornecendo água de irrigação e assistência técnica o ano todo

Produção de abóbora tem incentivo da irrigação fornecida nos perímetros do Governo do Estado em Canindé e Lagarto / Foto: Ascom/Coderse

Como reflexo do investimento do Governo de Sergipe na agricultura, o ano de 2023 foi encerrado com bons resultados no setor. Estima-se que, no ano passado, a colheita da abóbora nos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), tenha alcançado 801 toneladas. O resultado do perímetro Piauí, em Lagarto, no centro-sul do estado, chama atenção, pois lá foram colhidas 64,5 toneladas do alimento em 2023, enquanto em 2022 não houve registro de colheitas do fruto. 

Outro destaque de 2023 foi o perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, que no último ano ingressou em um novo patamar de produção, com lavouras de abóbora próprias para a produção de sementes de uso comercial. No município, uma lavoura de quase um hectare, irrigada pela Coderse vai fazer de Canindé um novo produtor de sementes de abóbora. A plantação recebeu atenção especial dos agricultores e dos técnicos agrícolas da empresa pública, pelo nível de exigência da indústria que vai comprar a produção.

De acordo com o presidente da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), Levi Ribeiro, a compra de insumos foi viabilizada por meio do fornecedor de sementes Agristar do Brasil e as análises de solo e preparo da terra foram financiados pela cooperativa, com posterior reembolso na colheita. Contudo, ele reforça que o apoio da Coderse no processo foi fundamental. “Toda a assistência técnica agrícola [para os irrigantes do Califórnia inseridos no projeto] continua sendo da Coderse”, informou o produtor.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, comemora o resultado da parceria entre produtores irrigantes e a indústria de nível nacional. Ele informa que, além da abóbora, esses mesmos irrigantes de Canindé também começaram a produzir em 2023, para colherem em 2024, sementes de quiabo, berinjela, pimenta jalapeño e cebola. “O perímetro de Canindé continua sendo o principal produtor de abóbora irrigada entre os perímetros estaduais. Só ele totalizou 737,8 toneladas em 2023, mas agora também vai gerar sementes para iniciar as novas plantações em todo país, o que comprova o potencial produtivo do alto sertão, com a água fornecida pelo Governo do Estado”, justifica Júlio Leite.

As 801 toneladas colhidas em 2023 pelos produtores irrigantes dos perímetros da Coderse em Canindé e Lagarto ocasionaram em um retorno financeiro superior a R$ 1 milhão. A produção ocupou uma área total de 45,5 hectares, mas vale ressaltar que, naquele ano, aproximadamente 10 hectares foram plantados com abóbora que serão colhidas somente no início de 2024.

Lagarto

Em Lagarto, um dos agricultores responsáveis pelo resultado positivo é Gildeon Dias, que planta abóbora há cerca de quatro anos, em propriedade rural atendida pelo perímetro Piauí. Ele já colheu o fruto na primeira semana de 2024. “Foi plantado no final de agosto, e tem o tempo médio para colheita de 120 dias. São quatro tarefas (1,3 hectares) irrigadas da abóbora jerimum. Só plantamos a abóbora uma vez por ano, pela facilidade de plantio e baixo custo da produção”, detalhou  o irrigante.

O gerente do perímetro irrigado Piauí, Gildo Almeida, chama atenção para o retorno financeiro obtido a partir da produção. “Em 2023, a produção de 64,5 toneladas gerou R$ 77,5 mil em renda para os irrigantes do perímetro Piauí e ocupou uma área total de 2 hectares. Mas para colher em 2024, o nosso perímetro já tem outros dois hectares plantados com abóbora. Se considerar que em 2022 não contabilizamos colheita de abóbora, serão dois anos seguidos de avanço na produção do fruto”, avaliou.

A lavoura de Gildeon rendeu 18 toneladas de abóbora. Dessas, 15 toneladas já foram vendidas para fora do estado pelo preço de R$ 3,40 o quilo, dando uma rentabilidade considerada muito boa ao produtor. “O preço não tem como prever, porque dependo muito da oferta e da procura que vai ter na época da colheita”, complementou o irrigante. Embora não seja para uso comercial, como em Canindé, Gildeon reserva as sementes de cerca de 30 abóboras para o replantio, a ser feito entre agosto e setembro.

Representantes da Unale consideram Sergipe exemplo no uso racional e inteligente da água

Deputados estiveram em Sergipe para conferir exemplos bem sucedidos em reservação de água, irrigação e aquicultura

Encerrou nesta sexta-feira, 1º,  a visita técnica de representantes da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) que estão em Sergipe para conferir exemplos bem sucedidos em reservação de água, irrigação e aquicultura. Estão à frente da visita técnica os representantes da Unale, o deputado estadual do Rio Grande do Sul, Adolfo Brito, presidente da Comissão de Agricultura, e o deputado estadual de Sergipe, Marcelo Sobral, vice-presidente de Assuntos Sociais da Comissão de Agricultura da União dos Legisladores. Foram recepcionados pelo secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, e pelos presidentes das empresas vinculadas, Paulo Sobral, presidente da Coderse, e Gilson dos Anjos, presidente da  Emdagro, que colocaram seus técnicos à disposição para mostrar barragens, sistemas de irrigação e os cultivos irrigados.

O vice-presidente de Assuntos Sociais da Comissão de Agricultura, Marcelo Sobral, explicou que os temas agricultura irrigada e barragens com aproveitamento da água da chuva foram discutidos este ano na convenção da Unale. Ele identificou também que o sul do Brasil passou por fortes estiagens e não tiveram a expertise de armazenar a água como é feita aqui. “ A proposta de trazê-los para cá é justamente essa, mostrar o que a gente mais sabe fazer, que a gente com pouca água consegue fazer muito e produzir muito. Só aqui em Jacarecica são 124 famílias que vivem tendo seu sustento daqui e produzem mais”, detalhou o deputado.

As regiões agreste e alto sertão sergipano foram as primeiras visitadas na quinta-feira. Pela manhã, os deputados conheceram a experiência do perímetro público Jacarecica I, administrado pelo Estado no município de Itabaiana, que fornece água de irrigação e assistência técnica agrícola. No período da tarde estiveram na barragem de Xingó em Canindé do São Francisco.

O presidente da Comissão de Agricultura da Unale, deputado Adolfo Brito, destaca Sergipe como um importante exemplo para o Brasil nos temas vinculados ao uso racional e inteligente da água. “A gente tá no intercâmbio, a nossa região precisa, tem um potencial muito grande, mas precisa inserir mudanças na legislação e também a própria população precisa saber o que ocorre em estados como é o de vocês que estão dando tanta importância e que a gente está vendo pessoalmente o potencial daqui”, pontuou Adolfo Brito.

Em Canindé de São Francisco, o grupo de deputados estaduais visitou o escritório do Perímetro Irrigado Califórnia, da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Em seguida, houve a visita ao lago de Xingó. O presidente da Coderse, Paulo Sobral, reforça a importância dessa aproximação entre o legislativo estadual e a companhia. “Acho que essa integração com deputados de outros estados, da Comissão de Agricultura da Unale, e com a nossa Assembleia Legislativa é uma experiência muito importante. Até porque, para conhecer, entender a importância que os perímetros irrigados tem para o estado de Sergipe.  E também, com certeza isso vai acontecer, mudar a perspectiva que outros deputados têm. Até para estruturar mais nossos perímetros. Perímetros esses que têm em torno de 35 anos de existência e precisam, de fato, de recuperações, que vêm sendo feito. Que as assembleias e deputados entendam dessa forma e também contribuam, participem. Até porque, esses perímetros fazem  diferença significativa para economia do estado de Sergipe”.

Na sexta-feira, foi a vez do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis receber a missão da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). Impressionou a comitiva gaúcha, o aproveitamento sustentável e de alta produtividade da água do Rio São Francisco. Feito pelos empresários concessionários da estrutura do Governo de Sergipe que compõem o platô. São mais de 7 mil hectares irrigáveis, divididos em 41 lotes, que produzem anualmente cerca de 370 mil toneladas e geram mais de 3.500 empregos diretos.

Os deputados estiveram na sede da Associação dos Concessionários do Platô de Neópolis (Ascondir). Visitaram a experiência do grupo empresarial GPE Fruticultura, com plantios de manga, banana, tangerina e laranja; e a Fruitfat, especializada na produção dos cocos verde e seco. O grupo encerrou a visita conhecendo a produção de  camarão em viveiros escavados e a planta industrial da Cooperativa Agropecuária de Ilha das Flores que faz o beneficiamento e venda do arroz produzido em Sergipe.

O secretário  de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, avaliou como muito boa essa iniciativa da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais de conhecer de perto o trabalho que é feito em Sergipe com o aproveitamento das águas superficiais para produção de alimentos com é o caso da grandiosidade dos perímetros administrados pelo Governo de Sergipe, a experiência empresarial do Platô de Neópolis e do arroz e camarão no baixo São Francisco. É a expertise de campo sergipana sendo mostrada para o Brasil para ser espelhada em outros estados.

O deputado estadual Adolfo Brito (RS), finalizou explicando que o  Rio Grande do Sul carece de projetos como o Platô de Neópolis. “Estamos vendo hoje aqui é fazendo essas visitas cultura por cultura, sabendo o que que acontece, como acontece é como aproveitar melhor os recursos naturais. E é claro, todos lutam para que, ao fim de cada safra, possam ter o seu lucro. A gente vê aqui, que organizadamente mais de 7 mil hectares de terra estão sendo utilizados da melhor maneira possível. Eu acho que o Estado de Sergipe está de parabéns. Nós temos uma agricultura bem adiantada, mas nesse aspecto do aproveitamento de água, nós ainda temos muitas dificuldades, que a gente hoje está vendo aqui e buscando soluções. É porque, onde está indo bem, a gente procura copiar”.

Oferta de feijão-de-corda nos perímetros irrigados estaduais aumentou 41% nos nove primeiros meses de 2023

Irrigação pública traz competitividade ao produtor dos perímetros; feijoeiro dá grãos e é adubo de fixação de nitrogênio
Clovis Severino vende o feijão, cultivado com a irrigação da Coderse, para Bahia e Alagoas / Foto: Fernando Augusto – Ascom Coderse

De janeiro a setembro de 2023, a produção de feijão-de-corda nos perímetros irrigados do Governo do Estado alcançou as 805 toneladas, o que corresponde a um crescimento de 41% em relação ao mesmo período do ano anterior (570 toneladas). O aumento foi ainda mais significativo quando comparados os valores das produções; enquanto nos nove primeiros meses de 2022 foram aplicados R$ 1,6 milhões em investimentos, no mesmo período de 2023 esse número saltou para R$ 2,8 milhões, refletindo um crescimento de aproximadamente 71%. A alta foi impulsionada pelas produções dos perímetros Califórnia (714 toneladas), em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, e Piauí (36 toneladas), em Lagarto, no centro-sul do estado.

No mês de março, a produção na propriedade do agricultor Helenilson Santos já indicava que o ano seria promissor. Atendido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), ele usa da irrigação do perímetro Piauí no verão, e no inverno chuvoso planta em área sem irrigação. O produtor ainda utiliza os pés de feijão que foram colhidos para adubar a terra nas lavouras seguintes.

“Ao ser misturado ao solo, os restos da cultura agem como adubo orgânico. Eu sempre planto [feijão-de-corda] com o intuito de fazer rotação de cultura, e também porque minha mãe vende na feira. A própria semente sou eu mesmo que produzo. Já deixo reservada e tenho colheita para o ano todo”, conta Helenilson. Em todo perímetro irrigado da Coderse, a área colhida até setembro foi de 12 hectares, e a renda gerada pela comercialização do produto foi de mais de R$ 203 mil.

De acordo com o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, o ciclo produtivo nos perímetros irrigados é contínuo e integrado devido ao fornecimento de irrigação. “É um círculo virtuoso. Os restos culturais servem de adubo, no caso das leguminosas, como o feijão-de-corda, e vão servir de fixação de nitrogênio ao solo para a próxima lavoura, que logo vai ser plantada. Os restos da batata-doce tanto servem de semente, como podem ser utilizados como ração animal. Do mesmo modo que os do milho”, explica.

Competitividade 

Com a água fornecida pela Coderse no semiárido, os produtores do perímetro Califórnia têm preço competitivo para enviarem suas safras para estados vizinhos. Nos nove primeiros meses deste ano, os irrigantes já geraram mais de R$ 2,4 milhões de renda a partir da comercialização do feijão-de-corda. O valor médio do quilo comercializado em Canindé no período foi R$ 3,41, safra que ocupou área total de 119 hectares. O irrigante Clovis Severino conta que, em sua plantação irrigada de 0,33 hectare, começou a colher após dois meses de plantio, e que deve passar cerca de 45 dias catando as vagens. 

“É feijão-de-corda de vagem vermelha. É o preferido do povo aqui de Canindé. Vendo aqui na região, e mando também para Salvador/BA e para Alagoas. Minha esposa vende na feira, minha filha vende na banca e eu mando lá para a feira de Salvador. Graças a Deus, tenho essa via de ajuda”, relatou Clovis Severino.

Segundo o diretor Júlio Leite, o auxílio não se dá somente por meio da irrigação, mas também com apoio da equipe técnica da Coderse, que acompanha o andamento das produções. “Nossos técnicos agrícolas acompanham as lavouras irrigadas dos perímetros. Mensalmente, fazem o levantamento do que está ocupando as áreas das unidades produtivas. Com base na data de plantio e tempo que cada espécie leva para ser colhida, eles contabilizam a produção mensal de cada produto, área colhida, área plantada a ser colhida e o valor da produção, e também com base nos relatos das vendas que esses irrigantes fazem”, complementou.

Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe recupera acesso a lotes de assentamento atendido por Perímetro Irrigado, em Malhador

Durante o ano, empresa realizou serviços coletivos e individuais para favorecer a produção dos lotes irrigados

A estrada de acesso vai facilitar o acesso aos lotes produtivos irrigados do assentamento Marcelo Déda // Foto: Fernando Augusto / Foto : Ascom/ Coderse

Com máquina e investimento próprios, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) acaba de concluir a ampliação da estrada de acesso a 12 lotes produtivos do Assentamento Marcelo Déda, em Malhador. A área é atendida com a irrigação do Perímetro Irrigado Jacarecica II, do Governo de Sergipe, e agora ficou mais fácil dos agricultores se deslocarem da agrovila até as áreas de produção agrícola, transportar insumos, máquinas e escoar a produção.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse administra o Jacarecica II, no fornecimento de água de irrigação e assistência técnica agrícola. Atende 344 lotes produtivos situados nos municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca. Nele, são beneficiadas diretamente 2.965 pessoas que tiram o sustento familiar da atividade agrícola. De Janeiro a setembro, esses lotes produziram 6,2 mil toneladas de alimentos.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite; o coordenador Operacional da Dirir, Roberto Marques; e o gerente do Jacarecica II, Jairson Cardoso, visitaram a etapa de execução da obra. “São só cerca de um quilômetro de estrada, mas pela topografia acidentada e vegetação que cresceu às margens da via, era difícil para o produtor, com veículo ou trator, ir até o lote para realizar o preparo da terra ou plantio, o manejo e a colheita. Tivemos a preocupação de melhorar esse acesso para que os lotes sejam melhor aproveitados a partir nossa irrigação”, destacou o diretor Júlio.

Produtor irrigante do Marcelo Déda, José Roberto disse que a estrada recuperada vai favorecer a produção. Cessando uma dificuldade que o produtor tinha para, principalmente, escoar as safras da irrigação. “Nós agradecemos primeiramente a Deus e na verdade, não tem nem como pagar a Coderse, só tenho a agradecer. Era um sofrimento aqui. Há 4 ou 5 anos nessa vida aqui, carregando caixa na cabeça com maracujá, banana, tudo”, recordou.

“Do mês de julho a outubro, além da estrada do Marcelo Déda, teve a abertura de drenos e a limpeza de lotes e abertura de tanques. Atendendo também aos assentamentos Mário Lago, Santa Maria e Colônia Penha, em Riachuelo”, acrescentou o coordenador operacional Roberto Marques.

Seu Luiz também é irrigante do Marcelo Déda e, da mesma forma, não gosta de lembrar de quando não tinha o acesso ao lote facilitado pela nova estrada. “É rapaz, eu mesmo tenho 4 anos que sofri aqui carregando, já estou com o pescoço torto. Aqui a gente não tinha acesso para trabalhar e é de hoje que a gente luta, corria para um lado, corria para o outro e não conseguia. Hoje, nós temos esse objetivo aqui, Com fé em Deus, vamos andar mais para a frente”.

Tomaticultura na irrigação estadual do sertão cresceu 84% de janeiro a setembro  

Coderse atende 373 lotes em Canindé. Produção irrigada beneficia diretamente quase duas mil pessoas

Produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia tem como vantagem a baixa incidência de pragas. Cultivo do tomate rasteiro, direto no solo, é o mais empregado – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

Cultivado no semiárido de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, a produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia totalizou 294,5 toneladas nos nove primeiros meses de 2023, o que representa um aumento de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. Os agricultores que cultivam no local têm irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado e, a cada ano, investem mais na produção.

Em 2023, esses irrigantes estão adotando novas tecnologias de irrigação e variedades mais adaptadas ao clima para aumentar a produtividade e valor de mercado. No comparativo, o valor desta colheita é 53,7% maior (R$ 744.128,96), acompanhando a área colhida de 6,65 hectares, que dobrou. Contudo, pela soma das áreas plantadas com o fruto em outubro (15 hectares), a estimativa é que a produção total deste ano se distancie ainda mais do resultado anterior, que chegou a 344,4 toneladas em 2022.

Segundo o técnico agrícola do Califórnia, Flamarion Déda, a equipe do perímetro orienta o cultivo de tomates híbridos pela sua adaptabilidade ao solo, ao clima, tolerância e resistência a pragas e doenças. “São altamente produtivos, com frutos que têm uniformidade, variando entre 180 e 220 gramas, podendo chegar até a 400 gramas por unidade. Os produtores já chegaram a colher 47 toneladas por hectar desse tomate, com uma irrigação por gotejamento, que minimiza o uso da água e diminui a incidência de pragas”, explicou.

Emprego e renda

De Ribeirópolis, Fábio Menezes produz tomate no Califórnia com irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). “A gente decidiu vir aqui para Canindé devido aos custos de produção. Aqui tem água com abundância. Estamos na produção de tomate e também gerando emprego e renda”, contou o produtor.

Produção

Os técnicos agrícolas da Coderse que atendem o perímetro irrigado registraram, de janeiro a setembro de 2022, a colheita de 160,1 toneladas de tomate em uma área de 3,33 hectares e produção que teve o valor estimado em R$ 484.147,20. Já os mesmos resultados registrados neste ano foram 294,5 toneladas (+84%), 6,65 hectares (+100%) e R$ 744.128,96 (+53,7%), respectivamente.

“Investimos na regularidade do serviço de abastecimento de água no perímetro Califórnia, fazendo manutenção, recuperação de bombas, motores e tubulações com a meta de diminuir as interrupções no fornecimento, no menor tempo possível. Também distribuímos mangueiras de irrigação que fazem o produtor consumir menos água, uniformizando a distribuição em todo sistema”, explicou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Mais investimento

Ao investir em novas variedades de tomate, o produtor tem resultados na qualidade e no valor de mercado. Flamarion Déda conta que no lote irrigado do produtor irrigante Genilson Cunha, está sendo experimentada uma variedade que já demonstra suportar as altas temperaturas de Canindé, mantendo uma produtividade de 12 toneladas a cada mil pés plantados.

“Aqui está um híbrido que tem um tempo de prateleira muito bom, o que faz com que os produtores optem por esse tipo de tomate, para ser comercializado sem que haja dano e mantendo a qualidade do fruto com os padrões iniciais”, complementou Flamarion Déda.

Segundo o irrigante Genilson Cunha, a produção tem sido bem-sucedida, pois a irrigação e a assistência técnica da Coderse diminuem custos. “O custo aqui é menor. Tem muita água. Na mão de obra, é mais fácil de cuidar aqui. Não tem pragas”, avalia o produtor, que está colhendo um hectare de tomate.

Coderse leva serviços para agricultores do Perímetro Irrigado Jacarecica II durante ‘Sergipe é aqui’ em Riachuelo

Além de capacitação, capacidade produtiva do perímetro foi exposta à comunidade presente ao Governo Itinerante.
Governador Fábio Mitidieri e diretoria da Coderse entregou mangueiras aos irrigantes – Foto Vieira Neto – Ascom Seagri


Em Riachuelo, nesta sexta-feira, dia 20, ocorreu o primeiro ‘Sergipe é aqui’ em um município beneficiado por um perímetro irrigado do Governo do Estado. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) organizou uma roda de conversa com os agricultores do perímetro Jacarecica II, sobre a ‘irrigação localizada’, fez a entrega de mangueiras de irrigação localizada e ainda teve uma exposição de produtos que são cultivados, por meio desta irrigação pública, durante esta 13ª edição do programa de Governo Itinerante.

“Todos os serviços que tradicionalmente a empresa leva, recebendo as demandas da comunidade para a perfuração, instalação, manutenção de poços comunitários e a exposição do nosso trabalho no Programa Água Doce, por meio de maquete, continuaram na tenda que compartilhados com a Seagri [Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca], a quem somos vinculados, e com as coirmãs Emdagro e Pronese”, informou o presidente da Coderse, Paulo Sobral.

O diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite, explica que foi preparada uma tenda exclusiva para receber os agricultores irrigantes. “Tivemos uma roda de conversa sobre a adoção da irrigação localizada nos lotes produtivos do Perímetro Jacarecica II, com o doutor em Irrigação Luiz Gonzaga Reis, da Coderse, momento em que faremos a entrega de mangueiras específicas para esse sistema e assim, incentivar ainda mais a adesão à tecnologia que economiza água e é mais eficiente, dois pontos essenciais para que todo o perímetro funcione bem”, avaliou.

Uma amostra do que é produzido nos lotes da porção riachuelense do perímetro irrigado foi feita durante o ‘Sergipe é aqui’. “São produtores rurais que convidamos para mostrar o que eles produzem com a irrigação e assistência técnica fornecida pelo Governo do Estado, por meio da Coderse”, acrescentou Júlio Leite. Ao todo, o Jacarecica II atende 344 lotes irrigados, onde quase três mil pessoas são beneficiadas, ao incluir as localidades rurais em que o serviço de irrigação pública chega aos municípios vizinhos de Areia Branca e Malhador.

Rosinete Oliveira é agricultora irrigante do Jacarecica II no Assentamento Colômbia Penha. Ela trouxe para expor no ‘Sergipe é aqui’ a sua produção de cebolinha, coentro, alface, mamão, maracujá, milho verde e batata-doce. Ela considera importante a oportunidade de mostrar aos usuários do ‘Sergipe é aqui’ o que colhe em seu lote irrigado.

“Vocês estão vendo, vão reconhecer o trabalho que a gente tem na roça”, enfatizou Rosinete Oliveira. Ela vende em casa e na feira de Maruim, o que cultiva com a irrigação fornecida pela Coderse. Para ela, é essencial para a agricultura. “Porque se não tiver água não tem como colher. É necessário para levar a vida. Serve para tudo”.

Irrigação Localizada
“Viemos aqui hoje para prestigiar o evento, fazendo identidade, saúde para mulher, no Outubro Rosa. Agradecemos muito ao nosso governador Fábio Mitidieri. Agradecemos muito a Coderse, que dá sustentação para a gente”, avaliou o também irrigante Adeilton de Oliveira, do Assentamento Mário Lago.

Ele participou da Roda de Conversa sobre Irrigação Localizada e recebeu um rolo de mangueira própria para instalar a tecnologia no seu lote. “A Coderse ajuda muito em nosso perímetro Jacarecica II.  A mangueira vai ajudar muito, tendo um terreno maior, sai esticando. Fica melhor porque as terras encharcaram um bocado no inverno, mas vai dar muita coisa no verão”, completou Adeilton de Oliveira.

Última atualização: 24 de novembro de 2023 13:11.