Agricultores dos perímetros irrigados devem colher quatro milhões de espigas de milho verde no período junino

O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde
Secretário da Agricultura, Zeca da Silva, visita produção de milho em Canindé, ao lado do produtor José Marcos [Foto: Vieira Neto]

Não é exagero dizer que o milho verde é o grande protagonista das comidas típicas dos festejos juninos. E este ano não será diferente, com a expectativa de colheita de quatro milhões de espigas pelos agricultores dos perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado de Sergipe. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) o resultado do plantio supera a produção do ano passado, que foi de 2,8 milhões de espigas.

O secretário da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, pontuou que a expectativa de produção é feita pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Seagri que administra os perímetros públicos irrigados, nos perímetros de Canindé de São Francisco, Lagarto e Itabaiana. Neles, foram plantados 127,5 hectares dos lotes irrigados para a colheita de milho verde. “O levantamento da produção leva em conta as médias de produção nos três perímetros irrigados, que variam entre 26 mil a 40 mil espigas por hectare”, explica.

O agricultor já consegue colher os benefícios do resultado da produção em alta. Para José da Silva Andrade, irrigante do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, a vantagem de plantar milho verde é poder realizar a colheita fora de época, por um preço satisfatório. “Não são todos que conseguem ter isso. Nós conseguimos e para nós que somos produtores é muito bom”, comemora.

No perímetro Califórnia, em Canindé do São Francisco, o produtor José Marcos explica que a produção do milho irrigado tem colheita semanal com venda garantida para além das fronteiras estaduais. “O comércio do produto irrigado alavanca a economia do município e da região, e essa produção só é possível com a irrigação porque aqui no alto sertão temos longos períodos sem chuvas”, destacou.

Além de ingrediente essencial dos deliciosos pratos como canjica, pamonha, o milho é também usado para silagem, para alimentação de animais, ou, como resume o produtor do perímetro irrigado Piauí, no Povoado Brejo, Matheus Santos Jesus, “ele serve para tudo”. O produtor revela que, graças à boa irrigação, é possível plantar e colher o ano todo, sem depender da chuva. “A gente pode ter a colheita, render, agregar um valorzinho, porque tem épocas que só tem a gente e isso sempre é bom”, diz o agricultor.

Outros agricultores estão colhendo a roça de milho pela primeira vez este ano. Helenilson Santos, produtor irrigante do perímetro Irrigado Piauí, Lagarto, colheu recentemente sua primeira roça e já faz a contagem para a próxima colheita, em junho, de cerca de duas mil espigas. Santos tem planos de vender sua produção para comerciantes vizinhos, das quitandas de beira de rodovia. “Tirei as espigas verdes para o comércio local e agora estou fazendo o silo para vender para ração animal. Eu sempre vendo o milho verde e depois faço silo com a folhagem que fica ou passo o trator por cima das palhas, para correção e proteção do solo”, comenta o produtor. Segundo ele, os dois principais motivos do aumento da safra foram o tempo favorável e os insumos bem mais baratos em relação ao ano passado.

Para o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o crescimento da produção de milho verde está diretamente relacionado ao aumento da demanda. “Nos perímetros irrigados, a água não está faltando para o irrigante plantar e colher até mais de uma vez antes de chegar o período junino. Para atender a demanda que cresceu. Tem uma extensa programação festiva na capital e no interior, do Governo do Estado, dos municípios e assim são muitos dias para comemorar os santos juninos, o que pede mais e mais milho verde”, analisou.

Mais uma vez, a produção de milho verde nos perímetros irrigados irá beneficiar famílias de produtores, e estará presente em abundância nas nossas festas juninas. “O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde, como a canjica, pamonha, bolos ou mesmo o milho cozido ou assado”, finaliza Zeca.

Irrigantes atendidos pelo Governo do Estado em Canindé participam do SEALBA Show

Foto: arquivo pessoal

O Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Coderse em Canindé de São Francisco, se fez presente no primeiro dia do SEALBA Show. A exposição agropecuária que aconteceu de 01 a 04, em Itabaiana, Agreste de Sergipe, recebeu a visita de representantes dos agricultores irrigantes, técnicos agrícolas e o gerente do perímetro do Alto Sertão Sergipano.

Ao levar o grupo do Califórnia ao SEALBA Show, o intuito da Coderse foi promover uma experiência que agregue valor à agricultura praticada no perímetro do Governo De Sergipe, com produtividade e eficiência técnica. Visando conhecer as novas tecnologias de plantio de alta performance expostas na feira e a troca de experiências com outros agricultores da SEALBA: região de alto potencial agrícola no Nordeste brasileiro que reúne Sergipe, Alagoas e Bahia.

“Sempre aproveitamos esses momentos para que possamos ter contato com empreendedores, produtores e empresários do Agro. Que, além de exporem seus produtos, máquinas e equipamentos modernos, nos orientam no sentido de podermos aplicar as novas técnicas em nosso sistema de produção”, salientou, Ozeas Beserra, irrigante do Califórnia e vice-presidente da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI).

Levi Ribeiro, também irrigante e presidente da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia Ltda (Coofrucal), avaliou positivamente a oportunidade de conhecer o SEALBA Show. “Saímos dessa visita revitalizados. Bastante gratificados por ver que nossa Agricultura está sendo muito bem representada por diversas empresas e profissionais, que ajudam a desenvolver uma agricultura tecnificada e com eficiência produtiva”.

Já o gerente do perímetro Califórnia, Jonathan da Mota, disse que sempre estará à disposição para oferecer aos produtores e funcionários da Coderse, oportunidades como essa. “É para que todos tenham as mesmas condições de vivenciar esse momentos de troca de informações, de conhecimento e de intercâmbio cultural. Visando o fortalecimento da agricultura em nosso Perímetro”, concluiu.

O perímetro Califórnia participou também fornecendo mangas e goiabas, dos lotes dos irrigantes, para serem expostas no estande da Secretaria de Estado da Agricultura (SeagriSE), órgão em que a Coderse é vinculada ao Governo do Estado. São frutas produzidas com a irrigação pública e a assistência técnica fornecidas pela companhia estadual em Canindé.

Cohidro e irrigantes de Itabaiana querem implantar campos experimentais de agricultura regenerativa para batata-doce

Agricultores atendidos com irrigação pública pretendem visitar fazenda que usa a tecnologia apresentada por especialistas na Bahia

[foto: Fernando Augusto]
A ideia é implantar dois campos experimentais de agricultura regenerativa em lotes de produtores de batata-doce do Perímetro Irrigado Jacarecica I, mantido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana. A técnica, que busca a recuperação dos solos e das características perdidas pelo uso excessivo de agentes degradantes, possibilita a restauração de todo o sistema de produção de alimentos, e foi apresentada aos irrigantes no início do mês, por um especialista em microbiologia e melhoramento genético. Em encontro com agricultores, técnicos da Cohidro e do Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), ele falou sobre a tecnologia, que utiliza insumos agrícolas à base de microrganismos, inoculantes, probióticos e ácido silícico.

Para saber mais e conhecer a aplicação in loco, os agricultores também querem fazer uma visita de campo a uma fazenda na Bahia, onde a técnica já foi testada nesse tipo de plantio. O engenheiro agrônomo Lúcio Argôlo explicou aos agricultores e técnicos como funciona a sua experiência em Teixeira de Freitas (BA), que elevou a produção de 13 para 30 toneladas por hectare. “O meio ambiente está muito degradado e, por isso, os próprios produtos químicos deixam de fazer efeito com o passar do tempo, porque a planta está sob estresse constante. Então, a gente recompõe toda essa fase de solo e a nutrição da planta em si de uma forma natural, e fazemos a diminuição desses químicos, com a utilização de produtos biológicos, trazendo maior sanidade a essa planta e maior eficiência, com menor custo”, explicou.

Isaias Costa, irrigante do perímetro Jacarecica I, informou que quer separar um espaço para o especialista testar o novo produto. “Eu gostei da demonstração; a palestra foi boa, só estou aguardando a convocação para a gente ir até essa fazenda e ver como funciona a coisa. Estou interessado. Quero ver se consigo fazer alguma coisa também pelo meu terreno, em um lugar pequeno. A expectativa aqui é produzir mais e diminuir custo, pois a gente gasta com coisas que nem precisa”, expôs o agricultor, que é assistido pela Cohidro com o fornecimento de água para irrigação e assistência técnica agrícola.

Segundo Fernando Andrade, engenheiro Agrônomo da Cohidro, tanto a empresa pública quanto os produtores aprovaram a tecnologia apresentada, pelos resultados alcançados no estado vizinho. “O trabalho é uma experiência desenvolvida junto a produtores de batata-doce de Teixeira de Freitas, com a utilização de bioinsumos, que vêm aumentando potencialmente a produção agrícola e a rentabilidade. Como consequência da reunião, foi abordada a realização de uma visita dos técnicos e produtores do perímetro ao município baiano, no sentido de conhecer os trabalhos lá desenvolvidos e, em seguida, disponibilizar área para a realização de experimento no perímetro de Itabaiana, para a consequente difusão e apropriação da tecnologia”, explicou.

Após assistir à apresentação do case da lavoura baiana onde já é aplicada a agricultura regenerativa, Dione Passos, também irrigante do perímetro Jacarecica I, passou a acreditar que, se tornando mais sadia, sua batata-doce terá maior valor agregado de venda. “Ele pode nos ajudar porque estamos correndo atrás de melhoria, que é o que o mercado exige. Então eu acredito que isso vai sim melhorar a nossa vida, o nosso planejamento, para obtermos uma mercadoria melhor. Ela estando mais bonita, melhora o preço de venda e, é claro, se torna melhor de vender, melhor de comércio”, avaliou o agricultor após o encontro, do qual também participou o gestor de Biotecnologia do SergipeTec, Alexandre Guimarães, que fez a aproximação entre os agricultores e a tecnologia da agricultura regenerativa, trazida ao estado pelo especialista.

Alto Sertão e Itabaiana têm barragens revitalizadas pelo Pró-Campo do Governo do Estado

Programa de Recuperação de Barragens pretende revitalizar 20 médias e 1.000 pequenas barragens em municípios em situação de emergência pela estiagem

Depois dos quase 37 anos de construída, a barragem do Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, do Governo de Sergipe, está recebendo uma obra de limpeza e desassoreamento. O grande reservatório, além de ser usado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) para irrigar 466 propriedades agrícolas, fornece água ao abastecimento urbano em Itabaiana, Campo do Brito, Macambira e São Domingos. Simultaneamente, as máquinas do Programa de Recuperação de Barragens, via Programa Pró-Campo, já atuam em Porto da Folha. Concluíram as obras em dois e trabalham em um terceiro reservatório médio, enquanto também revitalizaram 30 pequenas barragens.

Pelo programa, a Cohidro atende municípios em estado de emergência devido à estiagem e visa ampliar a capacidade de acúmulo da água das chuvas em barragens de múltiplos usos, mas principalmente à dessedentação animal. Desde 2012, já foram recuperadas quase 2.000 barragens de médio e pequeno porte. Neste ano, contando com o aporte de R$ 4.910.772,90 em recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), pretende atender 20 de médio porte e 1.000 pequenas barragens.

Os povoados porto-folhenses de São Domingos e Lagoa do Rancho já tiveram suas médias barragens de médio porte recuperadas. A próxima, com obras em execução, é em Lagoa da Volta. Ainda naquele município, 30 pequenos barreiros nos povoados São Judas Tadeu e Girassol foram limpos e ampliados pelo programa.

A barragem João Alves Filho, instalação que faz parte do perímetro da Ribeira, apesar de ter capacidade de acumulação de 16.500.000m³, está com seu volume útil bem próximo do seu estágio de emergência em segurança hídrica. Como forma de recuperar a capacidade original do reservatório para prevenir que uma crise hídrica não volte a acontecer nos próximos anos e ameace, inclusive, o abastecimento humano, a barragem também foi inserida pela Cohidro em seu Programa de Recuperação de Barragens.

Secretário de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Zeca da Silva explica que, além de inédita, a obra ocorre em grande escala, para dar o ritmo necessário para terminar antes das chuvas de inverno. “É uma obra que desde a construção da barragem, há 37 anos, não acontecia. Esse serviço de desassoreamento da barragem é extremamente necessário, se percebe muito material acumulado ao longo dos anos. A Cohidro vem fazendo este serviço em toda a barragem, por todos os lados. Agora é esperar que São Pedro mande chuva, que nos próximos dias a barragem estará preparada para acumular ainda mais água”, informou Zeca da Silva.

Presidente da Cohidro, empresa vinculada à Seagri, Paulo Sobral revela que a intenção é retirar o máximo possível de material assoreado. “Para que o espaço ocupado por este material seja revertido em acumulação de mais água, atendendo a toda a comunidade. Abastecimento urbano e irrigação”. Ele acrescenta que o Governo do Estado já fez investimentos anteriores em prol da segurança hídrica daquele perímetro. “Nos dois perímetros de Itabaiana, o Programa Águas de Sergipe investiu mais de R$ 14 milhões na troca de todo sistema de irrigação para um modelo que pode economizar cerca de 50% de água de irrigação e energia elétrica. Nos últimos três anos, intensificamos a fiscalização do uso irregular e dos desvios nas tubulações de água. Inclusive punindo usuários com corte no fornecimento”, apontou o presidente.

João Domingos é um agricultor irrigante que cultiva coentro, batata-doce e amendoim no perímetro da Ribeira. “Depende do período. No inverno a gente produz milho para fazer silo para o gado”, acrescentou. Sobre as obras de desassoreamento da barragem, ele considera muito importante. “Não só eu como todos os produtores. Só vê o produtor chegando e olhando. Muitos não acreditavam. É de grande importância essas máquinas trabalhando aí, esse investimento. A gente precisa de mais armazenamento e mais água. Colocando mais água na barragem vai ser bom demais para todo mundo. Deus ajude que continue irrigando como vinha antes, porque quando ela estava cheia, não faltava água para o produtor,” recordou.

 

Cohidro mobiliza funcionários da capital e interior para exames clínicos anuais

Todos fazem exames de análise laboratorial básicos. Profissionais com exposição a riscos, fazem exames complementares específicos.

[foto arquivo pessoal]
Desde março, os funcionários da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) estão mobilizados na realização de exames de saúde básicos, complementares e as consultas médicas em cumprimento às Normas Regulamentadoras (NRs), para atualizar as suas informações quanto à saúde do trabalho do quadro funcional e emissão dos Laudos Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCATs) das unidades, na capital e interior, da empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Na sede em Aracaju e nos perímetros irrigados já foram feitos os exames e na sequência serão realizadas as consultas para emissão dos laudos. Funcionários do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, que fizeram os exames na quarta-feira (20).

Joventino Gomes, que trabalha na perfuração de poços, fez o exame radiografia e acredita que trabalha com mais tranquilidade ao saber da preocupação da empresa em saber do seu quadro de saúde. Da mesma forma que, para ele, são exames de rotina que uma hora ou outra teriam que fazer a pedido de algum médico. “Achei uma economia, uma coisa útil para todos nós. Que vamos precisar fazer exame e fazendo aqui na empresa é bem melhor para a gente”, avaliou o funcionário da Cohidro. Todos os funcionários alocados na sede fizeram a coleta de amostras de sangue, fezes e urina. Já os funcionários e os que estão em ambiente de maior risco, como Joventino, também já realizaram exames de radiografia, espirometria ou audiometria.

Trata-se de uma rotina anual que faz parte do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da Cohidro e se dá através da realização de exames médicos periódicos. O Trabalho da equipe de saúde contratada só será concluído com a emissão dos Atestados de Saúde Ocupacional (ASOs) de todos os trabalhadores, a partir da realização de consultas médicas, com base nos exames. O que muda, neste ano, é que todo o resultado do processo será lançado no sistema do eSocial – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, que a Cohidro se encontra em conformidade e por isso, em menos tempo vai retornar a emissão dos LTCATs.

A técnica da Divisão de Saúde e Segurança do Trabalho (Dissa), Jéssica Morgana informou que os exames nos perímetros começam por Lagarto, onde também fizeram o pessoal alocado em Tobias Barreto, e dos perímetros de Itabaiana, junto dos funcionários do escritório em Malhador. “Serão realizados exames periódicos básicos e complementares. A realização dos exames periódicos se dá em atendimento a NR-07, que trata da implementação, nas empresas e instituições, do PCMSO. A norma tem por objetivo, justamente, a preservação da saúde do conjunto dos colaboradores, em todos os ramos de atividades. Já concluímos a primeira etapa de exames da sede e em breve daremos início as consultas médicas para emissão do ASO. Todos os funcionários passarão por consulta para emissão deste atestado”, completou.

Diretor Administrativo e Financeiro da Cohidro, Jean Nascimento, avalia como boa a receptividade dos funcionários à realização dos exames. “O investimento em saúde dos funcionários, não só cumpre as NRs, como se preocupa em identificar problemas e preservar danos maiores à saúde do indivíduo. Abrindo a possibilidade de tratamento clínico. Além do aspecto humano, de tratar bem o funcionário; existe o retorno financeiro para a empresa, quando evita os afastamentos e custo com reposição de pessoal e treinamento. Essa foi mais uma conquista que conseguimos junto com esta Diretoria Executiva para os servidores, atendendo também ao pleito do Sindisan (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água) e da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)”, declarou.

Irrigantes dos perímetros estaduais dobram produção de batata-doce atendendo mercado exigente

Produto é alimento cotidiano do sergipano, indicado por nutricionistas e suas ramas servem de semente e para a nutrição animal

 

[foto – Paulo Ricardo]
As variedades de batata-doce exploradas nos perímetros estaduais de irrigação de Sergipe são muitas. Tem a ourinho, a mais rara e cara; têm a branca e a roxa-branca, as mais comuns. Mas tem agricultor que aposta em tipos diferentes para agradar aos consumidores mais exigentes, como as batatas-doces com polpas cor de cenoura, apelidada de ‘cenourinha’ e roxa, semelhante à beterraba. Atentos aos diferentes paladares e ao bolso dos sergipanos, que cada vez mais consomem batata-doce, esses agricultores dos cinco perímetros irrigados de vocação agrícola, mantidos pelo Governo de Sergipe, conseguiram dobrar a produção da raiz tuberosa de um ano para o outro, chegando às 21,8 toneladas (ton.) em 2021 e destacando a batata-doce como o produto mais colhido pelos irrigantes. Itabaiana, que tem os perímetros irrigados Poção da Ribeira e Jacarecica I, liderou esta produção, fornecendo 17,5 ton. do produto ao mercado.

E 2021 também foi o ano em que se consolidou a produção de batata-doce no mais longínquo e desafiador dos perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri): o Califórnia, em Canindé de São Francisco. Lá, o calor Alto Sertão e o solo mais rígido, dificultam o crescimento dos tubérculos da batata-doce. Gilson Jesus é um dos agricultores pioneiros no perímetro Califórnia a arriscar o cultivo. “Planto macaxeira, quiabo, inhame e batata o ano todo! A batata, consigo arrancar de 80 a 100 caixas por semana. Tudo é vendido para a população de Canindé mesmo e graças a Deus, todo dia tenho dinheiro. Dá trabalho, mas ninguém consegue nada sem trabalho”, pontuou.

Os agricultores do perímetro da Cohidro em Canindé produziram, em 2021, 514 ton. de batata-doce. Gerente do Califórnia, Eliane Moraes destaca o bom preço da batata-doce como principal incentivo aos irrigantes optarem por esse tipo de lavoura. “E a gente incentiva, dando toda assistência técnica agrícola, além da água do nosso sistema de estações de bombeamento, canais e adutoras. Sem a água, não teria como esse cultivo prosperar no Alto Sertão. Se por um lado tem a água o ano todo para plantar, o sol forte do Clima Semiárido ajuda toda planta a crescer e dificulta o surgimento de diversas pragas que possam ser comuns em outras regiões mais úmidas”, avaliou a gerente.

A batata-doce está presente nas refeições cotidianas – lado a lado com a macaxeira e o inhame, todos produzidos dentro dos perímetros irrigados estaduais – faz parte do grupo de alimentos bem-aceitos no café da manhã e da noite (jantar) do sergipano. Cozida, é recomendada por nutricionistas para quem faz dieta de perda de peso ou de ganho de massa muscular. A parte aérea da planta da batata-doce é um item à parte do leque de vantagens para o bataticultor. Nunca pergunte a um destes agricultores se ele planta batata-doce, a resposta será sempre não. É que uma parte destas ‘ramas’ arrancadas na colheita dos tubérculos é usada, sem qualquer tipo de processamento, para plantar outras lavouras de batata-doce. A rama que não for utilizada como ‘semente’, é um alimento rico em proteína e largamente usado na nutrição animal.

O Perímetro Irrigado Jacarecica II leva água para partes de Malhador, Riachuelo e Areia Branca. Francisco de Araújo vive em Malhador, é agricultor no seu lote irrigado que fica em Riachuelo e vende toda a sua variada produção em um box no Mercado Municipal Vereador Milton Santos, em Aracaju. O produtor só tinha duas qualidades de batata-doce, mas a pedidos dos seus clientes fiéis, ele aumentou a gama de variedades. “Eu tenho aqui quatro variedades: a branca, a roxa, a ‘cenourinha’ e a ‘beterraba’. Eles pediram a cenourinha daí eu coloquei. Surgiu essa beterraba, os clientes não conseguiam, daí eu consegui e o pessoal vai lá perguntando: cadê a batata beterraba e eu digo que daqui a uns dias ela chega. O lote era só batata e macaxeira, Daí como eu vendia na feira e o pessoal ia pedindo, eu fui acrescentando. O que eu não tinha, eu fui colocando”.

 

Cohidro expõe ações e distribui material informativo durante a Sealba AgroShow

No estande do Governo de Sergipe foram apresentados resultados do investimento público em perfuração e instalação de poços, sistemas de abastecimento e irrigação pública

 

[foto: Fernando Augusto]
Sucesso de público, volume de negócios concretizados e oportunidade para o lançamento de políticas públicas estaduais para o meio rural, o Sealba AgroShow foi também espaço, no estande do Governo de Sergipe, para a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) expor suas ações em todo estado e os resultados do investimento público em perfuração e instalação de poços, sistemas de abastecimento e irrigação pública. Na feira realizada entre os dias 10 e 12 de fevereiro em Itabaiana, chamou a atenção dos visitantes a maquete de uma unidade de dessalinização de água e produção do Programa Água Doce, exposta pela Cohidro, e ainda uma amostra constante das hortaliças produzidas pelos irrigantes atendidos pela companhia nos dois perímetros irrigados estaduais naquele município.

Dividindo o estande com a Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Secretaria de Estado do Turismo (Setur); Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro); a Cohidro cumpriu uma agenda de mostrar ao público presente, as suas unidades e atividades para a promoção de água no campo e os programas a qual participa como executora ou colaboradora. “Foi oportunidade para a justa prestação de contas, diretamente com a sociedade, do que é gerado de benéfico ao povo sergipano a partir do investimento público feito na empresa”, destacou o diretor-presidente da companhia, Paulo Sobral. “O resultado dessa participação foi bastante positivo, muitos visitantes paravam para saber mais do que se tratava aquele pedacinho bonito e vivo do agro show, que era a parte da Cohidro”, complementou.

Estudante do 5º período do curso Tecnologia em Agroecologia, do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – campus São Cristóvão, Inara Cruz disse ter gostado do modelo do Programa Água Doce, ao mesmo tempo em que achou importante a exposição dos produtos da irrigação pública. “O que eu mais gostei no estande da Cohidro foi a maquete, explicando e mostrando como a eles fornecem a água para o povo sergipano, e que eles também levaram as hortaliças, raízes, representando a garra do nosso povo aqui de Sergipe”, assinalou. De origem rural, a aluna do IFS natural de Cedro de São João, considerou proveitosa a visita à Sealba e ao estande onde a Cohidro foi expositora. “Para a gente que é da área agrária, que estuda e que produz, foi muito legal poder ali ver, compartilhar conhecimento e eu gostei bastante”, concluiu.

Água Doce
A maquete exposta na feira agropecuária pela Cohidro, mostra todos os detalhes de um sistema integrado de dessalinização de água com reaproveitamento do rejeito salino para criar peixes e irrigar a planta forrageira ‘atriplex’, utilizada como ração de ovinos e caprinos. Como esta, em Sergipe operam 29 unidades do programa federal Água Doce, que a Seagri executa através das suas vinculadas Cohidro e Emdagro. A diretora de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Elayne de Araújo, reforçou a importância de apresentar a maquete. “É uma maneira didática de mostrar para a população como é feita a extração de água do subsolo para abastecimento humano e toda a estrutura empregada quando existe a necessidade de dessalinizar a água de um poço. Um sistema complexo que dá água potável e que cria meios para complementação de renda dos moradores destes povoados atendidos”, avaliou.

Irrigação pública
Sergipe conta com seis perímetros irrigados estaduais, mantidos pela Cohidro, e o Platô de Neópolis, distrito de irrigação em que o patrimônio pertence ao Estado e a companhia gere contratos de concessão a empresas que exploram a produção agrícola em larga escala. Diante disso, para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, a participação da empresa na Sealba se torna essencial. “Só em Itabaiana, que sediou o agroshow, são dois perímetros irrigados – Poção da Ribeira e Jacarecica I – que a Cohidro tem e que os 590 lotes de irrigantes produziram juntos um volume de mais de 36 mil toneladas de alimentos em 2021, movimentando quase R$ 65 milhões no município, com a comercialização destes produtos em Sergipe e Bahia”, expôs o diretor, complementando que a área do estande ocupada pela Cohidro, contou com amostras sempre frescas das hortaliças produzidas em Itabaiana.

Seagri visita perímetros irrigados em Itabaiana e acompanha nível das barragens

Produção de tubérculos e folhosas abastece mercado local e de outras regiões do país

 

Saber as necessidades do homem do campo, observar in loco o que está sendo produzido nas lavouras sergipanas e verificar como estão os níveis de água das barragens que abastecem os perímetros irrigados de Sergipe. Essas são algumas demandas do governador Belivaldo Chagas para o setor agrícola, e, com esse propósito, o secretário da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva, iniciou nesta quarta-feira, 24, uma série de visitas que fará aos perímetros. Acompanhado do diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, ele foi até Itabaiana, na região agreste do estado, para conhecer de perto os perímetros Jacarecica I e Ribeira.

Simeão Santana [Foto – Vieira Neto]
Em operação desde março de 1987, o Jacarecica I compreende uma área total de 398 hectares e 126 lotes familiares onde são produzidos tubérculos e folhosas, como batata-doce, quiabo, amendoim, coentro, alface, cebolinha, tomate, pepino e maxixe, entre outros. Toda a produção abastece Sergipe e grande parte da região Nordeste, principalmente os estados da Bahia e Alagoas. “Além disso, nossa batata-doce é vendida para Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. São 250 a 300 toneladas ao mês de itens produzidos em 248 hectares de área cultivada, onde é beneficiado um público de 630 pessoas”, destacou o técnico agrícola da Seagri, Simeão Santana, no povoado Agrovila, onde está localizado o escritório da Cohidro.

[Foto – Vieira Neto]
Também inaugurado na mesma época, em 1987, o Perímetro Irrigado da Ribeira é um projeto do tipo irrigação pública, gerido pelo governo do Estado que comporta uma área total de 1.970 hectares, sendo 1.100 hectares de área agrícola irrigável, beneficiando mais de 4.600 pessoas, e de onde saem diariamente entre quatro a cinco caminhões carregados de produtos. São 466 lotes familiares onde se cultivam batata-doce, coentro, cebolinha, pimentão, tomate, pepino, couve, amendoim, berinjela, alface, feijão, vagem, quiabo e milho verde. “O governo do Estado é responsável pela gestão dos perímetros, por toda a assistência técnica, a cessão de uso da área e pela água que os abastece. O resultado disso é a produção de diversas culturas agrícolas que abastecem todo o estado, inclusive contribuindo para que tenhamos uma das cestas básicas com menor custo do país”, ressaltou Paulo Sobral.

Roberto Santos [Foto – Vieira Neto]
São famílias de agricultores que trabalham na terra e dela tiram seu sustento, numa cadeia produtiva que avança de geração em geração, como no caso do produtor Roberto Santos Nascimento. “Desde que foi inaugurado o perímetro, meu pai, José Francisco, começou a plantar na região. Hoje, infelizmente, ele não está mais com a gente, mas continuo na lavoura junto com meus irmãos e assim garantimos nossa renda e o sustento de nossa família”, afirmou o agricultor que planta batata-doce e coentro em uma área de dois hectares, no Jacarecica I, juntamente com mais cinco irmãos.

Zeca da Silva [Foto – Vieira Neto]
Para o secretário Zeca da Silva as visitas foram muito produtivas e vão acontecer com uma maior regularidade de agora em diante. Preocupado com a estiagem deste ano e as consequências para as lavouras, observadas no baixo nível de água das barragens visitadas, o secretário ouviu os produtores e garantiu estar atento, junto com os órgãos competentes, caso seja necessário interromper o fornecimento de água. “Foi muito gratificante conhecer de perto o funcionamento de nossos escritórios nesses perímetros da região, ver as lavouras verdinhas, produzindo itens de qualidade que abastecem nosso mercado, de estados vizinhos e até de outras regiões do país”, afirmou. “São milhares de pessoas beneficiadas diretamente, além de outras tantas de forma indireta, através desse trabalho realizado pelo governo do Estado, que promove renda, gera empregos e garante o sustento do homem do campo”, comemorou.

 

Cohidro estima produção de 1.795 T de milho verde irrigado para o período junino

Agricultores de quatro perímetros devem colher 2,3 milhões de espigas em área superior a 120 ha, no período

[Foto: arquivo pessoal]
A pandemia de Covid-19 pode até querer atrapalhar a festa, mas a tradição do consumo de milho verde no período junino resiste, contribuindo não só para a perpetuação da tradição cultural, mas também com a geração de renda para os sergipanos que plantam, transportam e comercializam o produto. Nos perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) não é diferente: o milho verde é o cultivo predominante em praticamente em todos os lotes, seja para comercializar ou para o consumo da família no período de festas. Em quatro dos seis perímetros – Califórnia, Jacarecica I, Piauí e Ribeira – são esperados 1.795.000 quilos colhidos em junho, o que corresponde a 2.332.000 espigas. O perímetro o Califórnia, situado em Canindé de São Francisco, é onde está sendo aguardada a maior colheita: 960 mil espigas só para este mês.

A maioria da produção é destinada à demanda interna, mas existem exceções. No Califórnia os agricultores irrigantes fornecem para feiras livres de algumas cidades de Alagoas. No perímetro Piauí, em Lagarto, o milho verde atende mercados baianos, na região da divisa com Sergipe, como informa o gerente do perímetro, Gildo Almeida. “O pessoal de Paripiranga compra milho verde aqui para vender para aquela região de lá; tem pessoas de Boquim que pegam aqui; e essa semana encontrei um comprador de Campo do Brito”, conta Gildo. Dos perímetros irrigados de Itabaiana também saem cargas diárias para a capital baiana. “Se até o São João não tiver milho chegando em Salvador, com certeza um pouco desse milho daqui deve ser enviado para lá também”, reforçou o técnico agrícola do perímetro Jacarecica I, Simeão Santana.

[Foto: Fernando Augusto]
Derinaldo Brito, irrigante do perímetro Jacarecica I, plantou 0,6 hectares (ha) de milho verde, pensando no São João. “Sempre planto nesse período, para vender na feira mesmo. Este milho faz 50 dias que plantei e vou colher daqui uns 15 dias. Só planto o milho nesse período; tiro a batata-doce e planto; e quanto tirar o milho, ponho o quiabo. Vejo que tá R$ 40 o cento, mas vai depender do tempo”, afirma o agricultor. Não se perde nada no lote. Tem a oferta de palha do pé de milho, depois de colhido verde, e até com, se tiver alguma sobra de espigas: tudo é picado para servir de ração para as vaquinhas que ele cria no lote. “Aproveita a palha para o gado que crio. Dá para aproveitar a palha do milho, o milho e a rama da batata”, completa Derinaldo. No Jacarecica I, foi estimada a área de 37 ha plantada para o período junino de 2021, o que pode promover uma colheita de 481 toneladas, ou 740 mil espigas.

Em Canindé, para o período junino neste ano, foram plantados 48 hectares de milho verde irrigado também pensando nos festejos, o que pode render, aproximadamente, a colheita de 624 toneladas. Mas, segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, nem todo esse milho tem como destino certo a mesa dos sergipanos. “Nós temos uma produção de milho que irá atender, na época junina, a população do Estado de Sergipe, mas nessa produção, principalmente em Canindé, há uma predisposição dos irrigantes em produzir milho também para que, no próximo verão, possa acontecer a integração entre o irrigado e o sequeiro, para o fornecimento de ração para os animais da nossa bacia leiteira”, explica João Fonseca.

Manoel Alves [Foto: arquivo pessoal]
A gerente do Califórnia, Eliane Moraes, reforça que a produção de milho no perímetro do Alto Sertão Sergipano é continuada, acontecendo durante todo ano. “Neste mês de junho ainda vão plantar mais, e colher em 65 dias. Cerca de 16 hectares foram plantados em maio, para colher lá para agosto”, revela a gerente. O irrigante no perímetro Califórnia planta o milho com a certeza de que vai colher, já que a irrigação fornecida diariamente garante o desenvolvimento das plantas e também tem a certeza de que, se não for como espiga, ele vai encontrar comprador para outros usos do produto. Um deles é Manoel Alves, que sempre aproveita esta época para plantar milho, esperando as boas vendas. “Plantei uma roça, uma tarefa (0,33 ha) de milho para vender agora no São João, mas se não vender a gente sabe que dá para fazer outras coisas com ele”, confirma o agricultor.

 

 

 

PAA: Irrigação pública estadual gera renda no campo e segurança alimentar em Itabaiana e Pedra Mole

Mais da metade do grupo do projeto dos irrigantes itabaianenses é formado por mulheres, critério classificatório ao programa

Conab fez reunião com os agricultores proponentes na semana passada [Foto: Fernando Augusto]
De Itabaiana a Pedra Mole, no Agreste Sergipano, são enviados alimentos produzidos pela Associação dos Produtores Rurais da comunidade Lagoa do Forno, adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade ‘Compra com Doação Simultânea’. Os 11 agricultores familiares produzem no Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, gerenciado pela a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), e são remunerados a preço justo, escoando sua produção agrícola pelo período de 9 meses. Ao mesmo tempo, cerca de 2 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar atendidas pelo Fundo Municipal de Assistência Social de Pedra Mole passam a ter acesso a esse alimento fresco, numa dieta saudável e balanceada. Até o momento, cerca de 7 toneladas de alimentos já chegaram em Pedra Mole, em entregas realizadas desde agosto, seguindo as recomendações preventivas demandadas pela pandemia.

As entregas seguirão quinzenalmente até os agricultores completarem o fornecimento das 22,1 toneladas de alimentos propostas no projeto, aceito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na última quinta-feira (19), os técnicos da empresa federal fizeram uma reunião de orientação com esses produtores, em Itabaiana. A Conab dispõe de quase R$ 4,5 milhões para remunerar 30 projetos do PAA em 28 municípios do estado. Ao todo, R$ 11 milhões foram liberados pelo Ministério da Cidadania ao Programa de Aquisição de Alimentos em Sergipe – distribuídos entre frentes de trabalho nas secretarias de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS) e da Agricultura (Seagri). Vinculada a esta última, a Cohidro exerce o papel de facilitador do PAA em seus perímetros irrigados, como é o caso do Poção da Ribeira, fornecendo água para irrigação, assistência técnica agrícola e assessoria na elaboração dos projetos e no planejamento das plantações, para atender os compromissos das entregas.

“Nosso papel é bastante importante, não só na elaboração do projeto, mas também no planejamento da produção por produtor. São elaborados, através da assistência técnica, cálculos para o ciclo de cada cultura. Tudo dentro do que foi estipulado no projeto. Além de tudo, damos o apoio no recolhimento das folhosas através do nosso transporte, no dia da entrega. Então, sem o apoio da Cohidro, o PAA aqui não funcionaria. A aceitação tem sido positiva dentre os agricultores”, avalia César Rocha, gerente do perímetro da Ribeira. Nos perímetros da Cohidro em Lagarto, Canindé de São Francisco e Itabaiana, 55 produtores têm participações confirmadas no programa, sendo três propostas formalizadas em grupo [PAA Conab] e 14 individuais [PAA SEIAS]. A expectativa é que, até o ano que vem, esses irrigantes sejam remunerados em cerca de R$ 550 mil, se somadas as entregas periódicas previstas.

Antônio Almeida é presidente da associação da Lagoa do Forno e fará a entrega, durante nove meses, de tomate, pimentão e couve ao PAA. “Para nós, agricultores, está sendo ótimo, por conta do preço, que está bem melhor. Às vezes, a depender do tempo, o preço está bem baixo e assim não tem como melhorar nossa renda. No projeto há esta mudança. É muito melhor a venda pelo PAA do que nas feiras”, destaca o agricultor irrigante, que considera importante também o cunho assistencial do programa. “Ajudar o próximo é sempre bom, principalmente os mais necessitados”, afirma. Também na avaliação de Edjane do Nascimento, irrigante da Ribeira, o programa incrementa a renda do agricultor.

“É ótimo e super importante, pois da mesma forma que ajudamos as pessoas que precisam, o projeto também nos ajuda, com uma renda extra. Participo do projeto há muito tempo, sempre entregando cebolinha. Temos a segurança de entregar os produtos com um bom preço, melhor do que nas feiras”, pontua Edjane. A sua colega Elineuza Ribeiro, que entrega coentro ao PAA, cita a relevância do serviço prestado pela Cohidro tanto para o participar do programa, quanto para a irrigação. “Se não fosse a Cohidro não estaríamos fazendo isso. Eles sempre ajudam a gente aqui, sem falar da irrigação. Nós vivemos da roça e ter essas entregas ajuda muito. Vendemos para a feira e para o projeto. Acho melhor vender para o PAA, porque já entrega em casa, e na feira já tem o transporte, barraca, etc. com um custo maior. E o valor está ótimo. Já participei outras vezes do projeto e espero que não termine, porque é muito bom para todo mundo, tanto para o agricultor quanto para quem recebe”, conclui a irrigante.

 

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:50.