Técnicos do Governo do Estado combatem doença provocada por fungos em pomares irrigados em Lagarto

Fusariose atinge principalmente espécies frutíferas

A assistência técnica aos agricultores nos perímetros irrigados do Governo do Estado complementa o fornecimento da irrigação. Em Lagarto, centro-sul sergipano, os técnicos agrícolas do perímetro Piauí têm dado toda orientação para combater a incidência da fusariose em pomares irrigados, principalmente de maracujá. A doença fúngica mata as plantas infectadas e tem alta capacidade de contaminação do solo e até de outras plantações.

A fusariose, ou murcha do maracujazeiro, é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum que impede o crescimento e atrofia as plantas, culminando até na sua morte súbita. Conforme explica o engenheiro agrônomo da Coderse, Fernando Andrade, a contaminação ocorre com o plantio de mudas contaminadas e também entre as plantas, por meio do contato entre as raízes.

“É uma das principais patogenicidades que acometem o maracujá, constituindo-se em uma doença de grande expressividade econômica que, caso não seja adequadamente combatida, poderá ser transmitida de um pomar para o outro. A fusariose ataca as raízes, com o micélio do fungo atuando nos vasos da planta, bloqueando o xilema e impedindo o fluxo normal de água, provocando a murcha e, posteriormente, a morte das plantas”, advertiu Fernando Andrade.

Produtor irrigante do perímetro Piauí, Weverton da Silva disse que, por conta da fusariose, perdeu cerca de 50, dos 700 pés de maracujá que plantou com a irrigação da Coderse. “A orientação dos meninos foi boa, graças a Deus. Eles vieram para verificar tudo certinho e me orientaram que arrancasse a planta que foi infectada e as outras próximas dela. Abri uma valinha onde tem os pés, joguei a cal e fiz a aplicação do fungicida”, disse.

Gerente do Piauí, Gildo Almeida informa que os técnicos agrícolas têm dado bastante atenção à fusariose, pela sua gravidade. A recomendação geral é de que ao fazer o tratamento sejam eliminadas as plantas infectadas e mais as cinco plantas sadias em volta da doente. “O técnico tem que indicar o defensivo para o produtor usar, como prevenção das plantas sadias e não deve ser feito um novo plantio na área em que foi identificada a doença”, observou.

O técnico da Coderse em Lagarto, Jackson Ribeiro, reforça que a doença se dissemina de uma planta para outra. “De urgência, tem que evitar a gradagem, arrancar a planta que está doente pela raiz e queimar, abrir um buraco de 20 cm, onde estava a planta e jogar cal dentro. Depois disso, usar um fungicida sistêmico para pulverizar, diluído em água, na planta toda [na parte sadia da lavoura]. Devem ser feitas três aplicações no intervalo de sete dias”, ensinou, observando ainda sobre a necessidade de limpar bem as ferramentas usadas com as plantas doentes, a fim de não infectar as sadias.

“Quanto mais a gente divulgar, melhor. Porque só assim os outros produtores vão começar a se prevenir. Já vão saber quando começar a atacar as plantinhas, para a gente conseguir frear essa doença e não dar tanto prejuízo para os produtores também. Sempre quando aparece algum problema, eu já procuro William e o Gildo, que dão uma assistência muito boa para a gente”, considerou o agricultor Weverton da Silva, se referindo à equipe da Coderse.

Ainda segundo Fernando Andrade, a doença não tem controle curativo, sendo recomendadas medidas preventivas para que ela não se dissemine e possa comprometer toda a plantação. “Para o caso de a doença já estar instalada, recomenda-se evitar o novo plantio na área infectada, mantendo-se a mesma em ‘pousio’”, acrescentou o agrônomo.

Governo oferece orientação a agricultores do perímetro irrigado de Lagarto sobre análise de solo

Produtores buscam orientação sobre como utilizar resultado da análise de solo em benefício da eficiência das lavouras irrigadas
[Foto: Fernando Augusto / Ascom Coderse]

No perímetro irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado, em Lagarto, os técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) auxiliam o entendimento dos resultados das análises de solo. Eles orientam os agricultores irrigantes assistidos em como proceder para fazer a adubação de correção de solo, quando ela se faz necessária para o aumento da produtividade das áreas de plantio.

Quando recebe o resultado da análise do laboratório, o agricultor pode encontrar dificuldade de interpretar as informações técnicas, que enumeram os níveis, elementos e compostos presentes na amostragem da área de plantação. Outro detalhe importante que o técnico leva em consideração é o desperdício de adubo, que vai impactar na renda do agricultor, com a atividade agrícola.

“Ele não vai estar jogando dinheiro fora. Às vezes o solo não está carente naquele tipo de adubação e jogando no solo é custo, é dinheiro. Na adubação tem que gastar no que está sendo exigido pelo ITPS (Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe) na análise do solo. Melhora a produção e economiza o dinheiro, porque está usando o que é necessário”, explicou o técnico Jackson Ribeiro.

A Coderse é vinculada à Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Seu diretor de Irrigação, Júlio Leite, avalia essa orientação como mais um item do grupo de políticas públicas destinadas à agricultura de Lagarto. “São 421 propriedades recebendo irrigação diariamente, assim como assistência técnica sobre a correção do solo. O recurso investido pelo Governo do Estado, para fazer a água chegar ao produtor, vai dar mais retorno à atividade agrícola, em produção e renda, para essas famílias do campo”, considerou.

Irrigante do perímetro Piauí, Gival Souza acredita na eficiência da análise e correção do solo para aumentar a produtividade da lavoura e não dispensa a ajuda dada pelos técnicos da Coderse, tanto no procedimento de envio das amostras, como na interpretação das amostras. “Pelo menos uma vez por ano eu faço essa coleta e envio para eles o procedimento todo. Aí eu tento aplicar ao máximo para poder dar certo. Há muito tempo eu sou acompanhado por eles e eu sempre trabalhei assim”, disse.

O técnico da Coderse, Jackson Ribeiro, aponta que depois de realizar os cálculos sobre o resultado da análise de solo, repassa o resultado ao produtor, acompanhando a aplicação. Inclusive quando a plantação necessita de adubação específica para a fertirrigação. “Só a gente fornecer a água não adianta. Às vezes o solo está carente não só de água, tem que ter o acompanhamento técnico e uma análise de solo para suprir as necessidades que o solo está precisando”, complementa o técnico, garantindo que o procedimento aumenta a produtividade das lavouras.

Gival Souza já tinha feito um plantio de milho quando chegou o resultado da análise do laboratório, mas tem uma boa expectativa. “Através dos outros nutrientes que eu vou colocar, que os técnicos já me deram a dica, acredito que ainda dê tempo. Mas no próximo plantio a gente vai trabalhar tudo corretamente, para ver se melhora mais ainda a produtividade”, confiou o agricultor, que tem uma roça de milho recém plantada, onde vai aplicar a adubação por fertirrigação. Com essa tecnologia o fertilizante chega à planta diluído na água da irrigação.

Emdagro e Cohidro firmam cooperação para aperfeiçoar assistência técnica rural nos perímetros irrigados

Expertise no desenvolvimento dos recursos hídricos no campo também será disponibilizada para aprimorar assistência agrícola em todo o estado

Encontros alinharam a programação de atividades da cooperação [foto Fernando Augusto]
Paralelamente ao serviço de distribuição de água a lotes agrícolas, os perímetros irrigados gerenciados pelo Governo de Sergipe realizam o acompanhamento da produção agrícola, orientando, corrigindo e indicando soluções para os problemas encontrados nas lavouras pelos pequenos produtores. A irrigação permite a produção praticamente durante o ano todo e, assim, a assistência técnica rural também precisa ser constante. Por isso, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro estão firmando cooperação para a elaboração e execução de um plano de ação para a promoção de ganhos de eficiência à assistência técnica prestada ao agricultor irrigante.

Em reuniões realizadas entre as equipes técnicas das duas empresas públicas vinculadas à secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), foram definidos termos para essa cooperação. Entre eles, está prevista a ampliação do atendimento ao agricultor, incluindo a parte social e econômica, com extensão rural a toda a sua família, por meio por exemplo, do programa Saúde no Campo [capacitação realizada pela Emdagro para agentes multiplicadores das noções e cuidados com os riscos dos agrotóxicos à saúde], que passará a atender também aos perímetros. Outra ação prevista é a ampliação do acompanhamento à Agricultura Orgânica.

Novas reuniões estão programadas para acontecer entre os técnicos agrícolas da Emdagro e Cohidro, além de incursões aos perímetros Irrigados, para diagnosticar como ocorre a interação entre assistência e produtor rural, a fim de avaliar de que forma ela pode ser melhorada. O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, explica que a aplicação do plano de trabalho da cooperação segue um cronograma já elaborado. “Nessa semana, ocorrerá uma reunião com os técnicos da sede em Aracaju, que vão coordenar esse projeto. Depois vamos ter uma reunião no perímetro Jacarecica I em Itabaiana, na semana seguinte, com todos os técnicos dos perímetros da Cohidro, para apresentar o trabalho que vai ser feito. Posteriormente, Emdagro e Cohidro vão até Canindé, fazer um diagnóstico do trabalho dos técnicos locais com os produtores irrigantes”, detalhou.

O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, afirma que tem mobilizado as equipes técnicas da empresa para compor, com a equipe da Emdagro, o plano de trabalho para assistência técnica e extensão rural aos lotes irrigados. Segundo ele, a companhia precisa dar esta contrapartida aos agricultores, diante da nova realidade da gestão dos perímetros. “Atualmente, nós temos buscado no produtor um parceiro que seja atuante, que compartilhe com o governo do Estado as responsabilidades com a manutenção e continuidade da irrigação pública. Por isso, temos a obrigação de assisti-los também de maneira coerente, levando orientação técnica eficiente, oferecendo solução para as suas dificuldades ao plantar. A Emdagro, co-irmã da Cohidro, já foi parceira em diversos outros projetos e tenho certeza de que vai cooperar muito nesse nosso compromisso com o agricultor”, considera.

Também o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Esmeraldo Leal, afirma acreditar na possibilidade de ajuda mútua entre os dois entes públicos do estado, cada um conforme a sua expertise técnica. “A ideia é a gente reforçar uma parceria, na qual seja ampliado esse diálogo e a gente disponibilize os nossos técnicos, se for necessário, da mesma forma que a Cohidro, caso precisemos discutir alguma coisa que envolva recursos hídricos no campo. É uma troca de desafios, para que possamos melhorar cada vez mais o atendimento das duas empresas ao público geral da Agricultura no Estado. Já fizemos um calendário, segundo o qual os nossos técnicos (Emdagro) prepararão os técnicos da Cohidro. Depois, estarmos à disposição caso necessitem de apoio técnico ou de um especialista de alguma área específica”, concluiu Esmeraldo.

 

 

Última atualização: 22 de outubro de 2019 16:09.