Perímetro irrigado estadual que atende três municípios recebe obras no inverno

Riachuelo, Malhador e Areia Branca têm áreas irrigadas pelo Jacarecica II. Inverno chuvoso foi propício à paralisação da irrigação e realização de serviços estruturais
Com o final das chuvas de inverno, a irrigação volta a ser necessária no Jacarecica II – Foto: Fernando Augusto – Ascom/Coderse

Para de chover e volta a ser necessário o fornecimento de água no Perímetro Irrigado Jacarecica II, situado na tríplice divisa entre os municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca, na grande Aracaju e agreste sergipano. Mas no longo período em que o clima foi generoso com as plantações, o polo agrícola mantido pelo Governo do Estado recebeu manutenções e reparos da infraestrutura que leva água da barragem, por gravidade, até os 344 lotes.

Essas unidades produtivas também receberam benfeitorias no período em que a irrigação deixou de funcionar. Como é o caso do lote de Marcílio Rezende, no assentamento Mário Lago. A chuva foi tanta que até atrapalhou a plantação. E ele precisou da ajuda da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) — empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) — para abrir drenos em seu lote e diminuir o encharcamento do solo. “Foi necessário, para fazer o escoamento de água, porque com a chuva do inverno formou-se uma lagoa dentro do terreno e com isso, acabou o problema do acúmulo de água”.

Pela pouca diferença de temperatura, na passagem de uma das quatro estações para outra no Nordeste, na observação prática do agricultor, só existem duas e o ‘verão’ é todo aquele período em que não há chuva que traga frio e solos encharcados. “No inverno é o tempo que a gente menos trabalha aqui, por causa do solo. A produção mesmo forte aqui é no ‘verão’, com a água do perímetro Jacarecica II”, completou Marcilio Rezende, que produz milho, batata-doce, amendoim, maracujá, mamão, banana, coentro e couve na irrigação pública.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, explica que o Jacarecica II se difere da maioria dos perímetros irrigados estaduais, por não ter custos com energia elétrica para bombeamento. “Esse encargo não é revertido ao agricultor e ele tem um custo reduzido para produzir. Por outro lado, tem certos tipos de culturas que não vão se dar bem no inverno. Ainda mais em um ano atípico como o de 2023, com chuvas acima da média. Por isso, a gente sabia que era possível aproveitar esse período em que o perímetro estava inoperante, para realizar algumas obras que os produtores esperavam há muito tempo”, pontuou.

Com o sistema interrompido, sem irrigar, foi possível realizar a recomposição de uma comporta de metal na barragem do perímetro Jacarecica II. A obra evitará danos estruturais futuros à rede de distribuição e foram consertados vazamentos na tubulação de 1.200 mm que faz a adução da barragem. “Mas também fizemos o reparo em adutora de 600mm no Assentamento Dandara; a solda da tubulação da caixa de registro do Assentamento Santa Maria, onde foi aberta e cascalhada uma estrada para ter acesso a esse local da obra; e teve a recuperação da tubulação que fornece água ao Assentamento Mário Lago”,completou o diretor Júlio Leite.

Irrigante no Assentamento Marcelo Déda, José Luiz Correia é um produtor que se dedica à agricultura irrigada no período de estiagem, quando planta feijão-de-corda, pimenta de cheiro, quiabo, banana, batata-doce e macaxeira. “Esse serviço é muito importante. A Coderse fez isso e a gente ficou muito alegre, o povo daqui ficou muito satisfeito. E no ‘verão’ nós estamos sabendo que teremos água, graças a Deus, para nós produzirmos. Porque sabe que não tem vazamento. Quando tem vazamento a água fica fraca. Um usa hoje e o outro usa amanhã, e agora não. Feito o serviço, a gente está mais tranquilo”, considerou.

“Nós todos dependemos da água e essa revisão é necessária. Esse ‘manejo’ que a Coderse está fazendo, está de parabéns. Oferecendo até retroescavadeira para a gente fazer o escoamento da água do lote e tirando os vazamentos que existiam na saída da barragem”, concluiu o irrigante Marcilio Rezende.

Cohidro e engenheiros realizam projeto de automação dos perímetros de Itabaiana

Projeto do PAS é de troca de equipamentos de bombeamento para reduzir as perdas de água, o consumo elétrico e o uso de mão de obra, além do aumento da vida útil das máquinas e da segurança operacional.

EBs possuem maquinário defasado e que exige manutenção constante (foto Jacarecica I /Cohidro)

Tendo entrado em operação no mesmo ano de 1987, os perímetros irrigados da Ribeira e Jacarecica I, ambos implantados pelo Governo do estado em Itabaiana (SE) e até hoje administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), passaram quase 32 anos operando a partir de uma tecnologia acessível à época, da mesma forma que contavam com uma oferta de água e de energia elétrica menos concorrida com as necessidades do restante a sociedade. Hoje muita coisa mudou e tem sido necessária a substituição dos métodos empregados para irrigar o campo e de operacionalizar a água disposta ao agricultor, desde as bombas d’água até os aspersores.

A mudança já ocorre nos 592 lotes irrigados por estes dois perímetros, com a troca completa no sistema de irrigação que, além de ser automatizado, tem uma saída de água reduzida e regulada à só fornecer a quantidade necessária para a planta crescer, sem desperdícios. O que ainda é regulado por válvulas de controle de pressão em cada uma dessas unidades de produção, resolvendo outro problema que era o da distribuição de água de forma desigual, penalizando aqueles agricultores que tinham plantações mais distantes das estações de bombeamento (EBs).

Esta modernização foi proposta pelos engenheiros da Cohidro no momento em que foi elaborado o plano de ações do Programa Águas de Sergipe (PAS). Financiado pelo Banco Mundial, pretende diminuir o impacto ambiental e recuperar a degradação ocorrida nos mananciais da bacia do rio Sergipe e o que está sendo feito pela empresa corresponde a uma diminuição no consumo de água dos lotes irrigados de até 60%, enquanto que poderá ser reduzida em até 50% a eletricidade necessária para bombear a água de irrigação, desde o reservatório até os campos.

Mas no mesmo programa também foi proposta a contratação de empresa especializada para elaborar um projeto de automação das EBs dos perímetros compreendidos pelo PAS, que hoje operam com máquinas ultrapassadas, de forma manual e sem dispositivos que controlem o bombeamento adequado ao nível de consumo ou acusem distorções na rede de distribuição de água até os lotes, como o caso de vazamentos.

Início dos trabalhos
Os trabalhos para da elaboração de projeto de automação das EBs instaladas em Itabaiana (SE), iniciaram em reunião entre engenheiros da Cohidro e da empresa licitada, a TPF Engenharia, realizada no último dia 5, na sede da estatal em Aracaju (SE). O engenheiro elétrico da Cohidro Ricardo Luiz Lima disse que o encontro alinhou os pontos quanto ao projeto, definindo então as melhorias que são pretendidas.

“Este projeto definirá os equipamentos e conceitos a serem empregados nas três unidades de bombeamento e no escritório administrativo da Ribeira, e que atenderão aos requisitos do que há de mais atual e moderno no mercado industrial de automação e monitoramento à distância. O projeto contemplará a substituição de todos os equipamentos elétricos, mecânicos e hidráulicos, os quais estão em operação há mais de 30 anos e com vida útil esgotada, causando com isso muitas paradas para manutenções corretivas e emergenciais gerando, com isso, gastos excessivos e comprometendo a eficiência do sistema”, explica Ricardo Luiz.

Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, as mudanças são urgentes e atendem às demandas da comunidade. “Um perímetro irrigado é a infraestrutura fornecida pelo Estado que compreende um reservatório de água de grande porte, as EBs e as adutoras que fazem chegar água até os hidrantes instalados em cada lote. Essa necessidade de diminuir o consumo dos perímetros se deu a partir de que o aumento do consumo humano nas áreas urbanas requereu a captação da água de nossas barragens, contrastando com os fatores climáticos e degradação ambiental que têm diminuindo a oferta das águas que fazem a recarga desses sistemas. Outro fator é o econômico, quando os recursos públicos empregados para fornecer o subsídio da irrigação ao agricultor têm que ser racionalizados, impactando menos no orçamento estadual cada vez mais enxuto para atender todas as áreas sociais”.

Através do projeto, as três EBs inclusas no plano passarão a funcionar por meio de um sistema automatizado. Um dos principais benefícios da substituição do sistema manual é a otimização do uso de energia. “Nós vimos que tem uns equipamentos bem obsoletos e a operação está manual, então nós estamos aqui juntamente com uma equipe multidisciplinar para tentar otimizar o uso da energia, trocar essas bombas e colocar bombas mais eficientes. Porque já vimos que o sistema parcelar já esta sendo trocado nos lotes, e a gente vai fazer a nossa parte, que é a de eficiência energética. O maior insumo que tem em um projeto desses é o custo de energia, esse que é o nosso objetivo” afirma o engenheiro civil Sérgio Luiz Fontes, da TPF Engenharia.

Ricardo Luiz, salienta a economia de energia, com o novo sistema de bombeamento que será implementado. “O projeto de automação visa à melhoria da eficiência no fornecimento de água e que trará uma economia de até 60% no consumo, eliminando as perdas e o desperdício que o atual sistema manual é incapaz de detectar de forma eficaz. Também trará uma maior eficiência no consumo de energia elétrica, pois os novos equipamentos a serem empregados funcionarão de acordo com a demanda de campo evitando que haja um funcionamento de 100% da capacidade operacional durante todo tempo de bombeamento. Com isso, haverá uma economia no consumo de energia que poderá chegar até 50% do que hoje se consome”.

Automatização
Automatizar o processo irá fazer com que o sistema opere de maneira remota através de um centro de operações (CO), que ficará situado no escritório do perímetro da Ribeira com todos os equipamentos necessários a operar as três EBs sem que para isso haja a necessidade da presença de funcionários nas unidades de bombeamento, mas este benefício não trará desligamento de pessoal. “O quadro (de funcionários) fica o mesmo, se você vai automatizar um processo é uma coisa que o homem não podia fazer, nós vamos tirar a pessoa do trabalho braçal e colocar ele numa função mais nobre. E com a automação você evita perdas você, por exemplo, detecta se uma bomba está vibrando antes dela dar problema então você vai lá e troca o rolamento dela senão ela vai quebrar. Isso, a longo prazo, é uma eficiência muito grande e baixa muito o custo do projeto, então isso viabiliza projetos de irrigação”, argumenta o engenheiro Sérgio Fontes.

Outros investimentos do PAS
Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, expõe que a elaboração do projeto de automação será com recursos financiados pelo Banco Mundial. “Além dessa ação, existem várias outras em andamento que visam recuperar a capacidade operacional dos perímetros, capacitar produtores, aquisição de equipamentos, reforma de prédios, segurança de barragens, dentre outras que somam investimentos da ordem de R$ 40 milhões nesses Perímetros e barragens”, informou, lembrando que as demais ações do PAS contemplam também o Perímetro Irrigado Jacarecica II, situado entre os municípios sergipanos de Malhador, Riachuelo e Areia Branca.

Capacitação para uso de agrotóxicos é iniciada em perímetro da Cohidro de Itabaiana

Quase R$ 1 mi do PAS é destinado ao treinamento de agricultores e de replicadores, que são agentes de saúde e educadores que atuam nas comunidades rurais.

Com as duas aulas e o dia de campo, a capacitação será de 12h-aulas para cada agricultor (Foto: Ascom/Cohidro)

Desde segunda-feira (3), no Perímetro Irrigado da Ribeira em Itabaiana (SE), ocorrem aulas pela manhã e pela tarde para as quatro primeiras turmas do ‘treinamento e capacitação para o uso adequado dos agrotóxicos’, na modalidade voltada aos agricultores irrigantes inseridos nos perímetros da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) que fazem parte da bacia do rio Sergipe. É uma das ações do Programa Águas de Sergipe (PAS), realizado pelo Governo de Sergipe e em parte financiado do Banco Mundial.

Com as quatro turmas findando nesta sexta-feira (7) com um dia de campo, nesta semana vão ser habilitados em torno de 150 produtores irrigantes. Ao repetir esse cronograma semanalmente, a as capacitações ao todo atenderão 980 destes agricultores assistidos pela Cohidro, ao serem incluídos os inseridos nos perímetros Jacarecica I e II, que abrangem áreas de irrigação pública também de Itabaiana, Malhador (SE), Riachuelo (SE) e Areia Branca (SE). Com as duas aulas e o dia de campo, capacitação será de 12h/aula para cada agricultor.

Nos 26 municípios sergipanos que compõem a bacia hidrográfica do rio Sergipe, ocorrerão treinamentos de outros agricultores, por intermédio da Empresa de Desenvolvimento Agrário (Emdagro). Professores e agentes de saúde que atuam na zona rural em todo estado receberão treinamento para conscientizar as populações assistidas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) coordena o PAS e licitou a empresa que está fazendo todo este treinamento, um investimento total de R$ 985.548,88.

Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera primordial essa preocupação do PAS com a preparação dos moradores e trabalhadores do campo com o manuseio e precauções com os defensivos tóxicos. “O agrotóxico, se for exposto à nossa pele ou se for ingerido em alimentos ou água contaminados, prejudica muito a saúde. Os animais de criação e toda fauna e flora estão sujeitos aos riscos de contaminação, se não nos preocuparmos com a aplicação correta e, principalmente, com o descarte adequado das embalagens”, observa. Para ele, é um tema que nunca vai ser esgotado no meio rural. “Não é a primeira vez que reunimos agricultores dos perímetros para falar disso e certamente, não será a última. A indústria de agrotóxicos está sempre pondo produto novo no mercado e isso confunde bastante o agricultor na hora de usar. A conscientização tem que ser constante”.

Adenilson Xavier de Almeida é um dos irrigantes da Ribeira presente na primeira das quatro turmas da semana inicial de curso. Embora já tenha buscado se informar sobre manuseio correto dos agrotóxicos em outras atividades, não dispensa a oportunidade dada pelo PAS e Cohidro. “Claro, sempre aprendendo alguma coisa a mais, né? Sempre eu participo, toda reunião, todo curso que eu sou convidado, eu marco presença. Aprender sempre é bom, qualquer coisa que a gente aprende é bom para a vida, para o dia a dia. Faço (uso de agrotóxicos), eu geralmente já sigo essas regras, infelizmente são poucas pessoas, mas uso o mínimo possível”, relevou.

O instrutor dos cursos é o engenheiro agrônomo Pedro Acioli de Souza, que além de prestar serviço para empresas e entidades como o Senar e o Sebrae, é agricultor e apicultor, com trabalhos científicos publicados nas áreas. “Eu quero passar uma bagagem que faça com que além de receber uma gama de informações, procure fazer com que ele questione a situação que ele vive, pois só através do questionamento pode-se tomar algumas atitudes. Não é aquela capacitação de levar a informação e isso tá certo, não! Então este treinamento, eu acredito que ele dá muito resultado devido a essa metodologia um pouco inovadora”, considera.

Cláudia Silva Sampaio é coordenadora das capacitações pela STCP – Consultoria, Engenharia e Gerenciamento. “O curso de capacitação para o uso adequado de agrotóxicos tem três módulos e sempre no primeiro se discute a questão da legislação, de uma forma bem geral. Depois se discute a questão do uso de EPIs, que está vinculada a segurança e saúde dos trabalhadores e finalmente a manipulação do uso de agrotóxicos, que é todo o processo de aplicação. Dentro disso nós precisamos, antes de realizar essas ações, realizar um questionário para identificar quais são as atividades e a forma como elas estão sendo desenvolvidas por esses agricultores. A partir deles a gente vai ter uma ideia do todo”, completa ela, informando que irá ocorrer um seminário com todos os secretários municipais de educação, saúde, meio ambiente e agricultura, os agentes de epidemiologia, além dos delegados e coordenadores de educação ambiental.

Águas de Sergipe
O programa resulta de contrato firmado entre o Governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O PAS tem como finalidade a melhoria da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Sergipe. Desse montante, US$ 8 milhões serão destinados à Cohidro para ações de modernização da infraestrutura dos perímetros irrigados e segurança de barragens, atendendo as demandas inseridas no PAS, que se destinam à recuperação ambiental da bacia do rio Sergipe.

“Nesse sentido, com os recursos destinados à empresa já foram implantadas ações de monitoramento, segurança e reflorestamento das margens das barragens públicas que atendem nossos perímetros e a aquisição de veículos novos para atuar dentro dos perímetros. E atualmente ocorre a reforma predial das nossas diretorias técnicas; a completa substituição do sistema de irrigação em cada lote dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, adotando o modelo de irrigação localizada e automatizada, economizando 60% no consumo de água e reduzindo 50% na conta da energia elétrica. Nesta semana, simultaneamente aos treinamentos, demos início a elaboração de um audacioso projeto de automação de nossas estações de bombeamento, repercutindo em menos consumo de eletricidade”, listou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

 

Governo inicia ciclo de reuniões para implantação dos novos sistemas de irrigação no Jacarecica I

Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Na manhã desta terça-feira, 27, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Olivier Chagas, coordenou reunião com os agricultores do perímetro irrigado Jacarecica I, em Itabaiana. O encontro visa esclarecer possíveis dúvidas relacionadas aos investimentos que o governo do Estado está realizando, a exemplo de ações de reflorestamento e modernização dos sistemas de irrigação.

Através do Programa Águas de Sergipe, gerido pela Semarh, o governo do Estado investe quase R$ 30 milhões nos perímetros irrigados. São aproximadamente R$ 14,8 milhões destinados ao reflorestamento na Ribeira, Jacarecica I e II, Açude da Macela, Cajueiro dos Veados (Malhador) e barragem do Poxim (entre São Cristóvão e Itaporanga D’Ajuda). Outros R$ 14 milhões estarão sendo aplicados na modernização e implantação da irrigação localizada, neste caso, beneficiando Ribeira e Jacarecica I.

“O nosso objetivo aqui é reunir os técnicos da Semarh, Cohidro, Emdagro, das empresas que executarão o projeto e os agricultores para que possamos explicar bem o plano e dizer como ele será desenvolvido. Além disso, iremos tentar consensuar alguma divergência de entendimento sobre a adequação do sistema”, explicou o secretário.

O presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo, acredita que a questão é de adaptação. “Quando se muda a cultura e tradições na maneira do plantio, se cria algumas resistências. Quando o Governo veio ao Jacarecica para lançar essa obra, alguns produtores nos procuraram para dizer que tinham dúvidas em relação às mudanças. Então, provocamos essa reunião justamente para ouvir os pleitos deles”, comentou.

Com a modernização dos sistemas de irrigação dos perímetros irrigados de Itabaiana, haverá economia de água, contribuindo com a resolução da crise hídrica que o estado vivencia. Além disso, a mudança também proporcionará economia de energia elétrica, facilitando a vida do agricultor.

O maior desafio no momento é mostrar ao produtor rural que o novo sistema trará mais benefícios que malefícios. João Fonseca, diretor de irrigação da Companhia de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e de Irrigação de Sergipe (Cohidro), disse que a ideia é eliminar todas as possíveis dúvidas. “O objeto da reunião é tirar as dúvidas dos produtores e esclarecer o que for possível para implantar o projeto com o mínimo de incertezas possível”, esclareceu.

Para o agricultor Genivaldo Brito, conhecido como Peba, o caminho é a experimentação. “Tem que fazer o teste primeiro, se não funcionar, temos que refazer. O próprio Dr. Olivier falou que vai fazer o teste em dois terrenos e se não funcionar, vai mudar. O povo precisa ouvir as sugestões e pelo menos tentar”, ponderou.

No que concerne ao reflorestamento, a empresa STCP Engenharia de Projetos será a responsável por sua execução. O projeto é voltado ao plantio de mudas de espécies nativas nas Áreas de Proteção Permanente – áreas que beiram a barragem – e cercamento das margens dos rios e afluentes, com cerca natural e artificial.

“Essa etapa nós chamamos de mobilização, que é justamente informar para eles do que se trata o projeto, os benefícios e estabelecer um canal de comunicação com todos. Ou seja, a partir do momento que eles identifiquem alguma coisa que acham fora do normal ou tenham alguma sugestão, podem nos contatar com facilidade”, assegurou Eder Fernandes, consultor técnico da STCP.

Antônio de Santana é agricultor há mais de 20 anos e acredita que o reflorestamento já deveria ter sido iniciado. “Isso já devia ser feito. Tem sobra de terra que é do governo e o povo desmata todinha. Do outro lado da barragem precisam ser plantadas árvores novas e povo está é derrubando”, lamentou.

Jacarecica I
O perímetro irrigado Jacarecica I está situado no povoado Agrovila, entrou em operação em 1987 e congrega 126 produtores rurais. As culturas em destaque são: batata-doce, alface, milho verde, quiabo, coentro, cebolinha, tomate, pepino, feijão, vagem, maxixe, pimenta e amendoim.

Águas de Sergipe
O programa resulta de contrato firmado entre o governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O Águas de Sergipe tem como finalidade a melhoria da qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. Somente na primeira etapa do projeto de esgotamento sanitário em Itabaiana, que compõe o programa, já foram investidos R$ 23,5 milhões.

Fonte: Ascom/Semarh

Governo realiza visita técnica em mananciais da bacia hidrográfica do rio Sergipe

Esses mananciais receberão ações de mobilização, sensibilização, cercamento, reflorestamento e manutenção das matas ciliares, num investimento superior a R$ 14,8 milhões, proveniente do programa Águas de Sergipe, em parceria com o Banco Mundial

Foto: Lucas Noronha/Ascom Semarh

Na manhã desta terça-feira (06), o grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), com interveniência da Deso, Cohidro e Emdagro, além da empresa STPC, deu continuidade às visitas de cunho técnico aos mananciais da bacia hidrográfica do rio Sergipe. Esses mananciais receberão ações de mobilização, sensibilização, cercamento, reflorestamento e manutenção das matas ciliares, num investimento superior a R$ 14,8 milhões, proveniente do programa Águas de Sergipe, em parceria com o Banco Mundial.

Na semana passada, o grupo de trabalho visitou as barragens Jacarecica I (em ltabaiana), Poção da Ribeira (Itabaiana), Poxim (São Cristóvão) e o Açude da Marcela (Itabaiana). Hoje, os locais visitados foram Jacarecica II (entre Malhador, Areia Branca e Riachuelo) e o riacho Cajueiro dos Veados (Malhador).

De acordo com o gestor da Semarh, Olivier Chagas – que acompanhou as visitas -, com a intervenção, serão recuperados, através de recomposição florestal, aproximadamente 220 hectares, além do plantio de 500 mil mudas.

“Desde a semana passada nós estamos fazendo visitas in loco, onde o nosso projeto de reflorestamento irá atuar. A ideia é plantar 500 mil mudas nessas regiões, para que a gente possa recompor as matas ciliares e garantir a perenidade desses mananciais, tão importantes para a vida e para o abastecimento. É a maior ação da história de Sergipe no que concerne à recuperação de matas ciliares. Nosso governador Jackson Barreto mostra o seu compromisso com o meio ambiente e com as gerações presentes e futuras. É uma ação que se realiza hoje e que terá resultados efetivos no futuro”, enfatiza o secretário.

O representante da Deso, Luiz Carlos, destacou que o grupo de fiscalização vem fazendo um trabalho minucioso para tentar corrigir uma distorção histórica.

“Os proprietários de terras no entorno desses reservatórios trouxeram degradação, comprometendo a qualidade das águas. Esse trabalho vem a corrigir essa distorção e trazer de volta a água com qualidade e quantidade. Se a gente continuar desmatando, jogando esgoto, Sergipe não terá água. Esse grupo de trabalho, a partir do processo de um decreto criado pelo governador para fiscalização desses investimentos, tem participação direta da Deso, Cohidro, Emdagro e Semarh”, elucida Luiz Carlos.

Maria Cleusa, técnica da Emdagro, explica como irá atuar. “A participação da Emdagro visa fazer o reconhecimento de possíveis problemas que a empresa que vai executar o trabalho possa ter, para que a gente possa traçar os passos que agilizem as tarefas. A Emdagro também tem um papel fiscalizador no que tange ao tamanho da muda a ser plantada”, afirma.

O técnico da Cohidro, Sergio Sá, afirma que o projeto é essencial. “Porque visa preservar todas as nascentes da bacia do rio Sergipe. Em nossas visitas, identificamos as degradações de alguns mananciais e isso não podemos deixar acontecer. O projeto do governo é essencial para a preservação dessas nascentes e a Cohidro está aqui para somar e ajudar”, frisa.

Plantação em maio
Claudia Pereira, engenheira da empresa STPC, que está fazendo a execução do projeto, disse que a parte inicial prevê a mobilização de todos os proprietários que estão fazendo o uso das áreas para que aconteça o plantio, previsto para o final do outono.

“Vai ser feita a identificação desses usos, depois o cadastro de todos esses ocupantes e, em seguida, a anuência para que seja feita a plantação. Depois de maio, nós já iniciaremos o plantio para aproveitar o período chuvoso”, avisou.

O projeto
O projeto, inédito em Sergipe, tem como objetivo atender a demanda crescente por água, garantindo o aumento da quantidade e da qualidade das águas da Bacia e provendo o abastecimento hídrico para consumo humano nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador, Campo do Brito, São Cristóvão, Itaporanga D’Ajuda e Riachuelo.

Entre as ações compreendidas estão, a adequação das propriedades rurais ao novo código florestal, no que diz respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs). Além disso, está prevista ainda a aplicação de técnicas efetivas de manejo do solo e da água, assegurando os projetos de irrigação nos perímetros irrigados de Jacarecica I e II, Ribeira e Açude da Marcela. Essas localidades têm importância fundamental para a economia local, sobretudo em se tratando dos pequenos produtores hortifrutigranjeiros.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

PAA: irrigação pública estadual produzirá alimentos para doar a 24 mil pessoas carentes em 2016

Na APPIP os agricultores entregam os produtos que são pesados, registrados e no mesmo dia são recolhidos pelas entidades beneficentes – Foto Ascom-Cohidro

A Superintendência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Sergipe visitou associações de agricultores em Lagarto e Malhador. Eles tanto são irrigantes atendidos pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), quanto vendem sua produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade “doação simultânea”. Em reuniões e entrevistas, o Órgão Federal visou orientar fornecedores e receptores nesses dois projetos que permitem a doação de alimentos para mais de três mil famílias carentes.

Dentro dos perímetros irrigados da Cohidro atualmente estão em andamento, na etapa de entrega de alimentos, quatro projetos do PAA e existem outros dois analisados e em fase de homologação e pagamento pela Conab, na Superintendência Regional de Sergipe. Nestes já aprovados, são 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar recebendo, até o final do ano, um total de 648 toneladas (ton) de alimentos fornecidos por 171 produtores, remunerados com recursos federais em R$ 1.367.445,00 de forma parcelada, uma parte a cada entrega. Para tanto, 13 órgãos públicos ou entidades sem fins lucrativos intermediarão as doações nas comunidades que atendem em Lagarto, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Pedra Mole e Itabaiana.

Em Lagarto, o superintendente Estadual da Conab, Emanuel Carneiro, explicou que é função da Companhia fazer visitas aos projetos em andamento ou que ainda serão implantados. “Nós solicitamos essa reunião para que fosse discutido o PAA, na sua essência. Se funciona, quais são as atribuições dos produtores, quais são as obrigações do recebedor, toda a normativa para que o projeto possa transcorrer da melhor forma possível e atender os objetivos, que é justamente atender a comunidade carente que necessita de uma complementação da alimentação”, considerou.

Emanuel tem avaliado como muito boa a atuação dos agricultores dos perímetros irrigados no PAA. “O presidente (da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP) é um parceiro nosso já há alguns anos, mas também a Cohidro é fundamental nesses projetos dos perímetros irrigados. Em Canindé do São Francisco, inclusive, nós já estamos analisando o projeto e vamos visitá-los ainda neste ano”, disse o superintendente, se referindo a proposta ao Programa feita por 24 irrigantes do Perímetro Califórnia, para fornecer 77 ton de alimentos. ”Eu acredito que nos próximos 30 dias esse projeto esteja já funcionando”.

O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, expõe que nos dois projetos, propostos pelas associações dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI) e dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa Do Forno, eles assumem fornecer quase 160 ton de alimentos para 5,8 mil pessoas em insegurança alimentar, assistidas pelos centros de referência de Assistência Social (CRAS) de Canindé, de Nossa Senhora das Dores e no Hospital e Maternidade São José, em Itabaiana. Neste último caso, as doações serão para o preparo de refeições aos pacientes.

“São 59 produtores irrigantes dos perímetros Califórnia e Ribeira inscritos em dois projetos aguardando homologação e o pagamento de R$ 472 mil (R$ 8 mil para cada), pela venda garantida de produção durante um ano. Dos aprovados, além da APPIP, temos outras duas associações de Itabaiana, no perímetro da Ribeira e mais a Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador. Todos fazendo entrega para o PAA”, assinalou Sandro Prata.

Lagarto
“Esse projeto da APPIP, se comparado aos que nós temos em funcionamento, é o maior que a Conab tem hoje no Estado de Sergipe. Atendendo 69 produtores e várias entidades. A Cohidro é um parceiro importantíssimo nesse contexto, se não fosse a Cohidro aqui, não teríamos este êxito. Nós sabemos das dificuldades que o produtor tem, o agricultor não é comerciante, ele é agricultor, então ele necessita de apoio técnico e a Cohidro tem feito isso de uma forma excelente em todos os perímetros que ela atua”, relatou o superintendente Emanuel Carneiro. A Conab investe nesses agricultores do Perímetro Piauí R$ 551.450,00, para que produzam 296 ton de alimentos, doados para 6.860 pessoas assistidas por seis instituições socioassistenciais de Lagarto.

Participou da reunião, realizada na sede recreativa da APPIP no dia 12, a coordenadora do CRAS 1 de Lagarto, Marta Catarina Dantas de Almeida. Ela foi convidada pela Associação para divulgar aos produtores o trabalho que a entidade faz, falando “sobre o que é o papel do CRAS, de estar distribuindo os alimentos para as famílias. Vim passar para os agricultores mais uma força, um incentivo”, relata, confirmando a função social no PAA, ao justificar que as doações chegam sim até as pessoas. ”Falei da importância dos alimentos para essas famílias, do quanto está sendo bom para elas”.

O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, estabelece que além das pessoas que recebem o alimento, o produtor também se beneficia no PAA. “É um preço fixo por cada produto e que não varia com o mercado. Se um preço cair, o que é bastante recorrente, o produtor não leva prejuízo como acontece quando ele vende para os atravessadores. Isso facilita muito o planejamento das suas plantações, ele pode programar sua produção durante toda vigência do contrato com a Conab sabendo que receberá seu repasse, toda vez que fizer uma entrega à doação simultânea”, argumentou.

Josileide Martins de Carvalho Nascimento (Dona Dicuri) reconhece essa vantagem no PAA. Ela é agricultora irrigante no Perímetro Piauí e entrega coentro, couve e alface e diz que já contabilizou mais de 300 quilos de alimentos à doação, cerca de 40 por semana. “Essa é a primeira vez que participo e digo que compensa, vale apena”, contou. Na reunião com a Conab, considerou importante ter esse tipo de encontro. “É bom porque a gente fica sabendo mais ainda, ficou por dentro do assunto. Eu sei que está tudo certo, guardo os documentos numa pastinha, é bom ter o controle. O pagamento está indo bem, entrego numa semana e recebo na outra”, completou.

Para o presidente da APPIP, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), a reunião serviu para melhorar o conhecimento que tinham do PAA e reforçar a importância do Programa. “A partir de agora todo mundo vai se organizar mais, vai procurar colocar mais produtos, produzir mais. É uma alegria muito grande receber o superintendente da Conab do Estado aqui na nossa Associação, pela primeira vez. Ele veio esclarecer nossas duvidas e nós ficamos agora tranquilos, todo mundo está consciente do seu papel”, avaliou, reforçando estarem recebendo os pagamentos corretamente, após cada entrega.

José Carlos Felizola Filho, diretor-presidente da Cohidro, considera que a cooperação dada pela Empresa, ao PAA, vá além do auxílio técnico para a elaboração dos projetos. “Para produzir com a variedade e quantidade de alimentos que esses agricultores se propõe à Conab e durante um ano, em Sergipe não há como plantar sem irrigação. A irrigação pública, oferecida pelo Governo do Estado, propicia essa garantia para esses pequenos produtores, de que eles podem assumir o compromisso com o Conab e com as entidades beneficentes que, por sua vez, poderão se comprometer com as pessoas que atendem, de que esse alimento vai chegar nas suas mesas”, relevou.

De Malhador para Areia Branca
Cerca de 750 famílias em situação de insegurança alimentar em Areia Branca estão recebendo alimentos doados pelo PAA. Doações que são produzidas por agricultores da Astrapicica, de Malhador. Eles são todos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II e repassam os produtos para coleta realizada pelo CRAS do município vizinho. Raine Costa é coordenadora da entidade beneficente e acompanhou a Conab na visita feita à a Associação, no dia 15.

“O projeto é bastante organizado e vem beneficiando famílias carentes. Ele contribui bastante para essas pessoas que estão numa situação nutricional delicada. A gente que trabalha na Secretaria de Assistência Social conhece de perto a realidade dos habitantes de Areia Branca”, destacou, acrescentando que a doação é feita priorizando os mais necessitados. “Nós procuramos primeiro ir aos povoados, que tem uma maior necessidade. A gente entrega praticamente na porta de cada um e como a Associação nos repassa produtos de ótima qualidade, a população dá um bom retorno, eles estão bastante satisfeitos com o projeto”, reforçou Raine Costa.

Irrigantes da Cohidro vão doar 648 toneladas via Conab

Evento reuniu agricultores, representantes das entidades beneficentes e técnicos da Cohidro e Conab

Representantes de associações de produtores rurais dos perímetros irrigados e de entidades beneficentes estiveram reunidos quarta-feira, 13, com os diretores das companhias de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Nacional de Abastecimento (Conab). Na sede da Estatal Sergipana, houve a assinatura de dois contratos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) federal, que consolidou a doação de quase 240 toneladas de alimentos, beneficiando mais de sete mil pessoas em insegurança alimentar durante um ano.

Esse montante é só parte dos contratos que em 2015 foram liberados, pela Conab, para execução. Ao todo foi autorizada a compra 648.265 quilos de alimentos, de 171 produtores irrigantes, sob a remuneração total de R$ 1.367.445 e que beneficiarão, pelos 12 meses de vigência de contrato, 18.260 pessoas. São agricultores que cultivam nos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Ribeira em Itabaiana e Jacarecica II, estes de Malhador. Serão beneficiados com cestas de alimentos in natura ou na preparação de refeições, os assistidos por entidades beneficentes de Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Lagarto, Itabaiana e Areia Branca.

Emanuel Carneiro, Superintendente Estadual da Conab, ressaltou a longa parceria entre as duas Companhias, onde a Cohidro assessora os agricultores a formalizarem os seus projetos para o PAA, na modalidade de “doação simultânea”. “Fizemos hoje a assinatura da ata que autoriza o inicio da doação dos produtos. Então, a partir de agora, essas instituições já estão aptas a entregar os produtos. À medida que eles prestam conta, é feito o faturamento na nossa unidade e automaticamente a gente já autoriza o banco a desvincular e liberar o valor relativo aquela prestação”, disse.

Astrapicica

A Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica), de Malhador é a proponente do projeto de PAA no valor de R$ 263.995, correspondente a compra de 135,7 toneladas de alimentos de 35 agricultores, para a doação simultânea beneficiando 3,5 mil pessoas. Luiz Alves de Oliveira, presidente da entidade, conta que ele os produtores envolvidos no projeto conseguem melhores preços para o Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora e Abobrinha, na as entregas.

“Para nós, é muito benéfico, porque conseguimos nos livrar do atravessador, que não vai mais em nossa porta. Compensa muito, já tem ano que o atravessador está comprando o saco de Batata-doce por R$ 10, e a Conab comprar por R$ 32. A vigência do contrato é de um ano e assim o preço que fica assegurado para este período”, contou Luiz Alves, que explica que a Empresa Sergipana atua em toda elaboração do projeto. “O que mais ajuda a gente é a credibilidade da Cohidro, esse projeto feito por Sandro tem muita facilidade de ser aceito, a Conab acredita no projeto”, completou.

Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata informa que a Astrapicica é uma associação que está ativa no PAA desde 2009. “A entidade participou do PAA propondo cinco projetos, totalizando R$ 873.510 pagos aos 207 produtores, correspondente a mais de 500 toneladas de alimentos doados a quase 20 mil pessoas”, confirmou o Técnico que na Empresa. Ele atua indo até cada uma das associações para reunir produtores, assessorando na formalização dos seus projetos e orientando de que forma deverão se comportar, depois das propostas aceitas.

Neste projeto a entidade que receberá os alimentos é o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. O Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Meio Ambiente, José Agnaldo dos Santos, na reunião representou a beneficiaria. “A gente vai entregar a três povoados bem necessitados. A prefeita esta maravilhada e com urgência para entregar, porque são muitas pessoas para receber na comunidade. Vai ser uma distribuição feita anotando no documento, pra depois a gente prestar conta tanto à Cohidro quanto a Conab”, advertiu, comunicando ser a quarta doação simultânea do PAA que participam em menos de um ano, antes recebendo suco de uva, leite em pó e feijão.

Até 2013, Sergipe era atendido pela Conab na Bahia e o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considerou que a vinda de uma unidade da Companhia para o Estado só contribuiu com as equipes da Cohidro e as entidades proponentes e beneficiadas. “O Governador Jackson Barreto foi excelente ao cobrar do Governo Federal e assim viabilizar a vinda de uma Superintendência para nosso Estado. Isso facilitou muitíssimo o acesso aos programas e para nós, foi um voto de confiança em nossa capacidade de gerir os projetos para receber os recursos. O que retribuímos com o trabalho, instruindo e auxiliando cada vez mais agricultores para serem proponentes”.

Povoado São José

Paulo Souza Melo é o presidente da Associação dos Moradores de Amigos do Povoado São José, que é a outra entidade proponente ao PAA que possui recursos já liberados para a comercialização dos alimentos. Para o produtor e líder do grupo participante pela terceira vez com um projeto, é um benéfico que compensa para o agricultor. “A estabilização dos preços seria uma das vantagens. Em poucas oportunidades o preço de mercado está maior que o pago pela Conab. E a Cohidro tem um papel primordial, na elaboração dos projetos, no acompanhamento, na distribuição, inclusive na arrecadação dos produtos. Sem a Cohidro dificilmente se realizaria esse trabalho”, revelou.

“Formada por agricultores irrigantes do Perímetro da Ribeira, em Itabaiana os 34 produtores da Associação vão fornecer 103.175 quilos de alimentos, sub uma remuneração de R$ 272.000 que vai beneficiar 3,6 mil pessoas atendidas pelo Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole”, informou Sandro Prata da Cohidro.

Sandro assinala que também já possuem projetos, liberados para execução, a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, também do Perímetro da Ribeira e a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), esta de Lagarto. “Ambos projetos somam mais de R$ 800 mil em recursos para adquirir alimentos em quantidade superior a 400 toneladas. Estão somente aguardando a liberação da verba federal, o que pode ocorrer à qualquer momento”, acrescentou.

Lania Ribeiro é assistente social e gestora de projetos sociais da Entidade da Barra dos Coqueiros, que prepara refeições para as crianças da creche e aos jovens que participam de oficinas culturais ou da programação da Rádio Comunitária que fica na sede do Centro, ou então o alimento que recebem das doações é distribuído às famílias de baixa renda da mesma comunidade. Esta será a segunda vez que a ONG participa como beneficiária de um projeto de “doação simultânea” oriundo de um perímetro irrigado da Cohidro.

“O que a gente sempre conta, é que tem uma grande diferença de quando a gente passou a receber os alimentos e antes. A qualidade da alimentação na comunidade que a gente atende mudou muito, dos idosos e principalmente das crianças, que chegam lá de manhã sem ainda terem feito uma refeição e a gente tem alimentação para oferecer. Da nossa parte, é um trabalho sério de preparo, de distribuição e principalmente de conservação, para não haver desperdício ou qualquer perda”, relatou Lania Ribeiro.

Balanço do PAA

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista que desde 2008, quando a Empresa passou a prestar assessoria aos produtores proponentes ao PAA, os perímetros irrigados comercializaram mais de 3 mil toneladas de alimentos, que foram doados para 114.977 pessoas e que remuneraram 1.284 agricultores em quase R$ 6 milhões. “Quero agradecer a minha equipe que cuida destes projetos: o Sandro, a Gerente de Desenvolvimento Agrícola Sônia Loureiro e os gerentes dos perímetros irrigados, pelo excelente trabalho que têm feito. Aqui o programa sempre foi muito bem-vindo, porque é fantástico, tanto beneficia o produtor como às entidades”.

Governo do Estado apresenta o PAS aos irrigantes através da Cohidro

Reunião reuniu agricultores, técnicos e diretores da Empresa

Representantes das associações de produtores rurais irrigantes, dos perímetros irrigados João Alves Filho (Poção da Ribeira) e Jacarecica I, administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana e Areia Branca, foram recebidos na sede da Empresa, no último dia 11, por diretores, técnicos e o Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal.

A pauta principal da reunião foi apresentar, aos agricultores, a ação de irrigação localizada a ser executada nos dois pólos de irrigação, com respaldo do Programa Águas de Sergipe (PAS), assim como expor os principais investimentos que os recursos, totalizando R$ 12 milhões financiados pelo Banco Mundial, trarão em suas atividades produtivas.

A Instituição Financeira, através da subsidiária Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) disponibilizou, ao Governo do Estado, o empréstimo de US$ 70,275 milhões, com a finalidade de recuperação e conservação da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe (BHRS). Nela estão inseridos os dois perímetros irrigados, além do Jacarecica II, que abrange os municípios de Malhador, Riachuelo e Areia Branca. Neste, estão inseridos no projeto, ações de recuperação das matas ciliares de sua barragem. Mas no Jacarecica I e Ribeira, além desses cuidados, o PAS vai promover a substituição de todo sistema de irrigação para microaspersão automatizada, em todos os 592 lotes.

O Engenheiro Agrônomo e mestre em Irrigação e Drenagem da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis, expôs seu estudo feito na área, que apresenta excesso no uso de água na irrigação e até o risco de desabastecimento, se não ocorrer uma total transformação no sistema. “O solo encharcado lava e tira os nutrientes do solo, inclusive a adubação posta pelo agricultor, além disso, favorece a salinização. Em cortes que fiz, encontrei água até a um metro de profundidade, o que não é necessário para o cultivo o que comprova o uso abusivo”, informou. Ele calcula que uma lâmina correspondente a um terço da água na barragem esteja espalhada no subsolo da área total dos perímetros. Sendo este montante “alimentado” todos os dias, através do excesso de irrigação, o dado corresponde a um desperdiço hídrico diário.

O especialista expôs que hoje, com o uso da aspersão convencional, o consumo mensal de água no Perímetro da Ribeira é de 3.200 metros cúbicos por hectare. “Com a implantação da Irrigação Localizada (Sistema de Microasperssão), esse consumo diminui para 1.200, o que é totalmente justificável a troca do sistema de irrigação, vindo também a permitir que a irrigação seja efetuada de forma 100% automatizada. Todo processo vai promover uma folga de vazão nos sistemas de bombeamento, da ordem de 44,35% na Ribeira, e de 27,71% em Jacarecica I”, conta Luiz Gonzaga. Mas o agrônomo falou que as transformações não param somente na troca dos aspersores.

“Não só os aspersores, como também toda tubulação, mangueiras, registros, filtros, injetores de fertilizantes, válvulas nos lotes, como também dos sistemas de bombeamento, serão fornecidos pela Cohidro no Programa. Equipamento novo, moderno e de primeira linha, que ainda incluiu o sistema automatizado que fará a gestão da água para até oito setores de irrigação diferentes, irrigando um de cada vez e sem sobrecarregar o sistema”, completou Luiz Gonzaga, lembrando que com a vazão reduzida em cada lote, os que são atendidos no final das adutoras terão o fornecimento regularizado.

Irrigação noturna

A preocupação com a economia, por parte dos especialistas que elaboraram o projeto do PAS, não se limitou somente à racionalização do uso da água para irrigação, explicou o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto. “O projeto inclui também a mudança no horário de bombeamento e irrigação, que passará a ser noturno, das 21h às 6h, somando nove horas de irrigação, justamente no período de tarifação reduzida da energia elétrica, utilizada no bombeamento”, colocou.

Para o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o plano prevê o uso racional de todos os recursos: naturais, energéticos e financeiros. “Vai se pagar o equivalente a 10% ou 15% do que se paga hoje. O menor gasto com a eletricidade vai contribuir com a redução do maior custo que o Governo do Estado tem com estes dois perímetros. Diante da atual conjuntura, de cortes de gastos em todos os níveis do poder executivo, nós estaremos assim contribuindo bastante com Sergipe”, justificou.

Mas olhando além do atual panorama da economia, que nacionalmente enfrenta situação corte de despesas públicas, Mardoqueu projeta, na iniciativa do PAS, o desenvolvimento para o futuro. “Isso é economia não só para a Estado, é para o contribuinte, que verá o dinheiro da Estatal investido em outros setores, como a própria ampliação da capacidade de irrigar, que é um dos aspectos previstos também no Programa. Se todos vão usar menos água e se ela não for fazer falta nas outras prioridades que tem a barragem, poderemos sim ampliar o número de famílias com acesso à um ponto de água para irrigação”, concluiu o presidente da Cohidro.

A parte dos irrigantes

A Diretoria de Irrigação, através da Coordenação do PAS, informou que nenhum agricultor irrigante vai ser forçado a aceitar as modificações sem antes ser ouvido em reuniões, a serem realizadas entre o final de agosto e início de setembro, na Ribeira e Jacarecica I. Ocasião em que poderão sugerir ou contestar qualquer ponto proposto. Depois dos detalhes discutidos, todos vão assinar um documento, firmando o compromisso em atender as orientações e deveres estipulados neste acordo. O ente financiador, no caso o BIRD, só liberará os recursos sob esta condição.

Janiel Domingos Santos é presidente da Associação dos Produtores Rurais do Povoado Mangabeira e presidente do Conselho de Desenvolvimento Social (CMDS) de Itabaiana. Ele posicionou-se a favor das mudanças e considera que a maioria dos irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, como ele, concordam que deva existir um controle no consumo de água, inclusive punindo aqueles que adulterarem os mecanismos de limitação, para ter acesso a mais água que os demais.

“Eu acho ótimo e isso pode resolver todos os problemas que existem hoje no Perímetro. A Cohidro precisa arranjar meios de proibir os abusos, que acabam prejudicando muito os agricultores que estão no fim de linha, onde a água demora e chega pouca. Lá 80% hoje pensa assim, só mesmo quem faz a coisa do modo errado, que prejudica os demais para ter mais água, é que vai ser contra”, enfatizou o agricultor Janiel, que produz em seu lote uma grande variedade de hortaliças.

Para o Secretário Esmeraldo Leal, ao mesmo tempo em que a Cohidro discute a sua própria reestruturação, para melhor cumprir sua obrigação, está preocupada com a melhoria da oferta da água nos perímetros irrigados que, para ele, contribuem muito com a economia do Estado na produção de alimentos e na economia. Mas o que ele considera mais importante é o fato dos beneficiários destes pólos agrícolas, os produtores, se mostrarem receptivos às mudanças e estão participando deste processo de modernização, em que o Governo está investindo.

“Os próprios beneficiários também se deram conta que eles têm que assumir um papel cada vez mais protagonista, de sujeito de fato, não só de beneficiário passivo, como alguém que recebe um favor do Estado, mas de alguém que ajuda a pensar todo perímetro e deve contribuir também, para que isso seja um financiamento mútuo.Até porque o Estado está fazendo um investimento muito grande, em tecnologia, justamente privilegiando este publico em especial. Toda sociedade ganha com o uso racional de água, que é importante pro planeta, não só para o Estado”, completa Esmeraldo.

O engenheiro Agrônomo da Cohidro, Antônio Paulo Feitosa, encerrou a reunião expondo, aos agricultores presentes, um estudo dos custos de uma possível taxação do fornecimento de água para irrigação. “Sanados todos os problemas que comprometem hoje a eficiência dos perímetros, a partir desta modernização e automação de todo sistema, o Governo do Estado imbuiu à Cohidro de averiguar uma forma de, ao menos, dividir este custo com a energia elétrica com o produtor. Custo que será bem menor do que é pago hoje, por operar em horário reduzido e rateado com todos os irrigantes, o valor total vai se tornar então bastante acessível”, finalizou.

Cohidro palestra na Colônia de Férias da SEEL

Nesta sexta-feira, 25, os cerca de 120 alunos, de 11 a 14 anos, matriculados nas três escolas de esporte de Aracaju – geridas pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) – participaram da Colônia de Férias organizada pelo Órgão com apoio do Serviço Social do Comércio (Sesc), no Parque dos Cajueiros, Zona Sul da Capital. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) foi convidada a participar das atividades do evento, com palestra sobre cultivo de hortaliças e agricultura orgânica, ministrada pelo técnico agrícola Tito Reis.

A manhã foi reservada para os jovens, que além do passeio no ambiente natural do Parque, praticarem atividades recreativas, com jogos, brincadeiras, oficina de maquiagem teatral, mas também partiu da Seel a iniciativa de acrescentar uma temática educativa ao cronograma do evento, como explica a coordenadora do Setor de Lazer do Órgão, Lilia Boaventura, que contou, ao todo, com o apoio de 12 professores estagiários da Secretaria, dois coordenadores de ensino e mais duas enfermeiras.

“Convidamos a Cohidro para que possamos trazer a eles não só o conhecimento sobre esportes, mas também como é feito o plantio de mudas de hortaliças, de que forma é cuidada e colhida. Isso pensando no que eles poderão ser no futuro, no mercado de trabalho, para quem sabe se tornarem um técnico agropecuário, um engenheiro agrônomo”, explicou a coordenadora Lilia, que também solicitou à Companhia mudas de hortaliças que foram distribuídas entre os alunos, para levarem para casa e terem a experiência de cultivar uma planta e depois a consumir como alimento.

Palestra educativa

O técnico Tito Reis, especialista em agricultura orgânica e que presta assistência técnica aos perímetros irrigados Jacarecica II (Malhador, Riachuelo e Areia Branca) e Califórnia (Canindé de São Francisco) da Cohidro, explicou às crianças qual é o trabalho realizado pela Companhia, prosseguindo com uma iniciação ao processo de plantio de mudas de hortaliças pelos meios convencionais, concluindo com a temática da produção agroecológica e abrindo espaço aos alunos fazerem perguntas sobre o assunto. “Demonstrei a eles como é este nosso trabalho de conscientização dos agricultores para a conversão aos métodos agroecológicos de plantio, principalmente na horticultura, demostrando que para nós, que consumimos, é muito mais sadio o alimento orgânico”, relatou.

Fazendo perguntas ao técnico e levando as mudas doadas pela Cohidro para casa, depois das brincadeiras, os alunos participaram ativamente da palestra oferecida pela Companhia. Daniel Menezes, 10, é aluno da Escola Municipal Letícia Soares e no turno oposto, pratica e aprende na Escola de Esportes José Gerivaldo Garcia, no Bairro Santo Dumont em Aracaju, uma das unidades da Seel. Ele disse que come hortaliças “às vezes sim, às vezes não”, mas o que gosta mais é de tomate.

“O que eu aprendi hoje é muito importante para vida, vou contar para minha mãe que foi muito bom, que aprendi muito sobre as plantas e que talvez seja bom que a gente plante uma horta em casa”, relatou.

Carla Daniely Machado da Silva, 13, cursa a 5ª série no Colégio Estadual Olavo Bilac e também é aluna na Escola de Esporte do Santo Dumont, onde gosta de praticar vôlei. Ela conta que em sua casa sempre come verduras, que a mãe compra em feiras livres. “Entendi como plantar, do jeito certo, as verduras. Agora sei como funcionam as coisas de onde vêm as verduras que comemos”, contou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, salienta que a Companhia contribui com a conscientização da sociedade sempre que existem oportunidades como a oferecida pela Seel. “Além da assistência dada ao agricultor, também contribuirá com esta agricultura familiar se cada vez mais pessoas ficarem cientes desta produção, principalmente da orgânica, mais saudável. Não há forma mais verdadeira de fazer entrar este conceito, nas casas das pessoas, que não seja pelas crianças”, considerou.

Escolas de esportes

As unidades de ensino da Seel têm como um dos objetivos revelar talentos em diversas modalidades esportivas, mas também contribuiu com uma função social na vida destes jovens, como expôs o professor estagiário de Educação Física, Carlos Campos Neto, da Escola de Esportes Professor Kardec, no Bairro Santa Maria, em Aracaju. “Nosso trabalho educativo é 100% para fazer a inclusão social através do esporte, para que eles tenham uma atividade para fazer no horário oposto da escola”, comentou.

Além da José Gerivaldo Garcia e Professor Kardec, a Seel ainda possui o Complexo Esportivo Josefa Silva Santos – Dona Finha, no Bairro Industrial, em Aracaju e a Escola de Esportes Raimundo Rodrigues, em Malhador. São atendidas, ao todo, mais de 3 mil crianças e adolescentes, de 8 até 17 anos, oferecendo espaço adequado e professores para 15 praticas esportivas: Boxe, Judô, Jiu-Jitsu, MuayThay, Tae-kwon-do, Karatê, KickBoxing, Basquetebol, além de Futsal, Futebol e Voleibol, Handebol, Basquete e Badminton.

Irrigante da Cohidro em Malhador colhe macaxeira gigante

Raízes da macaxeira gigante tem de 40 a 50 quilos ao todo

Soma de água farta para irrigação com uma adubação rica em nutrientes está fazendo com que o agricultor Adalberto dos Santos colha raízes de macaxeira que impressionam, devido ao tamanho fora padrão da espécie vegetal, em sua plantação, com túberos que podem pesar até 15 quilos e ter 60 centímetros de comprimento. Ele é um dos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no município de Malhador.

Seu lote de 5 hectares fica no Assentamento Dandara que é atendido pela Cohidro. Nele, Adalberto tem lavoura de milho, batata-doce, inhame, abobrinha, amendoim, mas são suas duas tarefas de plantio da macaxeira – também conhecida como aipim ou ainda mandioca-mansa – que o tem feito, ao mesmo tempo que contente, um pouco inconformado. “Assisto os jornais mostrando outros agricultores colhendo a macaxeira e dizendo serem as maiores do Estado, quando olho a que colho aqui, vejo que são maiores, mais produtivas. Nesse meu pé aqui mesmo, devo tirar entre 40 e 50 quilos”, conta o agricultor, enquanto mostra as raízes do seu pé plantado há 8 meses atrás.

PAIS
Adalberto Santos, além de contar com o fornecimento de água contínuo do Perímetro Irrigado e assistência dos técnicos da Cohidro, é um dos agricultores familiares atendidos pelo Programa de Agricultura Integrada e Sustentável (PAIS) e recebeu do convênio – entre a Companhia, o Sebrae, Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – o kit de irrigação, bomba e caixa d’água, materiais para construção do galinheiro e o plantel de 10 galinhas e um galo , fato este que explica um pouco do segredo de suas macaxeiras “gigantes”.

“Eu uso muito esterco das galinhas junto da irrigação constante por micro aspersão. Não deixo a água faltar”, complementa o agricultor que hoje cria as “filhas” e “netas” das aves que ganhou do Projeto, há cerca de 3 anos, lhe fornecendo ovos, carne e adubo orgânico. O PAIS também é um projeto agroecológico, porque dispensa o uso de ações prejudiciais à natureza, como o uso de agrotóxicos, o desmatamento e as queimadas. É integrado, pois alia a criação de animais com a produção vegetal, e ainda utiliza insumos da propriedade em todo o processo produtivo.

O técnico agrícola da Cohidro, José Ginaldo dos Santos, conta que não é difícil encontrar, nos lotes dos outros irrigantes, produções de macaxeira similares à de Alberto. “Dependendo dos lotes, conforme for o cuidado do agricultor, pode chegar a ter este resultado. O Adalberto é um exemplo bem sucedido, tem sempre mais de um lote de macaxeira ao mesmo tempo e sempre que colhe um, tem outro para colher na sequência. Mas usa a rotação de cultura, onde as próximas lavouras vão ser cultivadas em outros locais da propriedade, nunca repetindo a mesma cultura num mesmo lugar, fazendo o descanso do solo, com culturas de menor periodicidade”, comentou.

Irrigação o ano inteiro
Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, fica maravilhado ao saber do resultado obtido na plantação do agricultor e orgulhoso de participar deste processo produtivo. “É uma dádiva, ver essa gente trabalhadora, se favorecendo das políticas públicas de apoio à agricultura, oferecidas pelo Estado. Água é vida, que faz estas plantações cada vez mais prósperas, trazendo renda para agricultura familiar. No Jacarecica II, são 30 milhões de metros cúbicos armazenados em nossa barragem – o maior volume d’água de Sergipe, depois do Rio São Francisco – disponíveis para irrigação em uma área de 820 hectares, que abrange Malhador, Riachuelo e Areia Branca. Nossa barragem, devido sua altitude, abastece todos os lotes por meio da gravidade e a oferta de água é o ano inteiro”, relaciona.

Gerente do Jacarecica II, Osvaldo de Oliveira Andrade admite que a produção do agricultor impressiona, mas confirma que a irrigação é fator primordial para ter este resultado. “Realmente é grande a raiz, grossa, chega a dar 50 centímetros de circunferência. Mas se não fosse a irrigação, dependendo só do ciclo das chuvas, essa macaxeira, por exemplo, levaria de um a um ano e meio para crescer ao ponto de colher, contra os oito meses que eles conseguem por serem irrigantes. O que favorece no tempo de colheita, também favorece na produtividade”, esclarece, explicando que geralmente os agricultores do Perímetro plantam a macaxeira em agosto para colher em abril do ano seguinte.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.