Universitários puderam conhecer técnicas de produção irrigada para frutas e hortaliças
Na última quarta-feira (11), o perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, recebeu a visita da turma do quarto ano do curso de Engenharia Agronômica do Campus Sertão da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Os estudantes puderam conhecer a aplicação de técnicas de produção irrigada para espécies frutíferas e olerícolas, como banana, maracujá, tomate, quiabo, pera e uva. Esta foi a terceira visita acadêmica dos alunos a um perímetro irrigado administrado pelo governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro.
A gerente do perímetro irrigado no sertão sergipano, Eliane Moraes, destacou que no ‘Califórnia’ há 333 lotes agrícolas recebendo água de irrigação para produzir anualmente cerca de 30 mil toneladas de alimentos, que injetam mais de R$ 33 milhões na economia local através da comercialização. “A partir de 2016 começaram a ser implantados campos experimentais de variedades frutíferas adaptadas ao clima semiárido, em convênio de transferência de tecnologia com a Embrapa Petrolina (PE). Primeiro foi a uva, que já está partindo para sua quinta colheita comercial, e depois a pera, que já rende lucros ao produtor que abrigou a nova cultura”, informou a gerente do perímetro ‘Califórnia’, que também se destaca na produção de quiabo: 4.620 toneladas foram produzidas em 2018, superando a produção de todos os outros alimentos.
A visita acadêmica foi orientada pelos professores da UFS, Marcos Eric e Thiago Matos, que levaram os 26 alunos do curso de Agronomia para conhecer experiências práticas nos sistemas de produção de fruteiras e olerícolas. “A vivência superou as expectativas. Os alunos tiveram a oportunidade de ver, no perímetro Califórnia, o trabalho prático e as áreas de produção de fruteiras, como maracujá e banana. Inclusive, estivemos em áreas experimentais de uva e pera, o que foi bem interessante”, conta o professor Marcos – que, além de engenheiro agrônomo, é doutor em Irrigação e Drenagem pela UFS.
Conhecendo na prática
No perímetro, os alunos foram recebidos pelo técnico agrícola da Cohidro, Roberto Ramos, que os acompanhou pelos lotes irrigados do produtor de peras, Ozeias Beserra, e do produtor de uvas, José Leidison. A aluna Damares Francisco participou da visita e destacou os conhecimentos apreendidos. “Vimos na prática a produção, tanto de fruteiras como de olerículas. O técnico que nos acompanhou explicou tudo certinho, foi muito atencioso e a visita foi ótima. Achei muito interessante a produção de uva e pera com o uso de tecnologias aqui em Canindé. Acho bem positivo, tanto para os produtores, quanto para o desenvolvimento da região. Tudo muito bem organizado e manejado, de acordo como deve ser”, avaliou Damares, natural do município de Carira.
A aluna enfatiza, ainda, a importância da irrigação para a produção agrícola na região do Alto Sertão Sergipano e disse que pretende se especializar na área. “A irrigação é essencial para a produção durante o ano inteiro, pois com isso o produtor não fica dependente de questões climáticas – se vai ter chuva ou não. Como aqui a gente sofre muito com a falta de chuvas, a irrigação acaba com esse problema. Eu e o professor Marcos Eric somos membros do grupo de estudos de Salinidade e Irrigação da UFS Campus Sertão e tudo o que vimos na visita, vamos levar para o grupo de estudos também”, completa Damares.
A turma do Prof. Marcos também já visitou perímetros irrigados localizados em outros municípios. Segundo ele, dessa forma, os alunos têm observado as experiências técnicas dos agricultores. “No perímetro Jacarecica I, em Itabaiana, eles conheceram a parte de sistemas de irrigação, como é feito o manejo. Em Lagarto, no perímetro Piauí, eles viram a parte de produção de grandes culturas”, recordou o professor. Em Itabaiana, os perímetros irrigados da Cohidro receberam investimentos de mais de R$ 14 milhões na troca de todo sistema dos lotes para a irrigação localizada e automatizada, reduzindo o consumo de água em 60% e o de energia elétrica em 50%. Já o perímetro Piauí se destaca em fornecer a produção para a indústria, como a de molhos e conservas de pimenta, a tabagista e às casas de farinha.