Indiaroba tem funcionando 3 dos 4 ‘Água para Todos’ a serem implantados pelo Governo do Estado

Benfeitorias do Água para Todos garante a fonte de captação de água própria ao consumo humano, reservatórios e pontos de captação – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Indiaroba, município do Sul sergipano há 100 km da capital, foi beneficiado com quatro sistemas de abastecimento do programa ‘Água para Todos’. Dos quais, três estão em pleno funcionamento e fornecendo água potável para 624 pessoas. Investimento da União e Governo de Sergipe, via Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), de R$ 730.644,50. Na quarta unidade só resta a ligação do poço à rede elétrica. Ao todo, a primeira etapa contempla 40 povoações rurais do Estado sendo que nestas, 23 já são abastecidas.

Criado em 2011, o ‘Água para Todos’ tem como meta universalizar o acesso à água para 750 mil famílias em todo Brasil. Quem gere o programa é o Ministério da Integração Nacional (MIN) e confia, ao Governo de Sergipe, a gestão no Estado. Aqui serão 107 localidades, em 29 municípios, recebendo água para consumo humano, a um investimento federal de R$ 14,4 milhões, somando à contrapartida estadual de R$ 720 mil. São mais de 5.000 famílias sergipanas beneficiadas com água própria para o consumo humano, residentes em povoações rurais distantes das redes convencionais de distribuição de água e selecionadas a partir de levantamento socioeconômico independente, licitado pela Cohidro.

O programa até agora atendeu em Sergipe 3.752 pessoas, nesses sistemas instalados em povoações rurais de Indiaroba, Santa Luzia do Itanhy, Estância, São Francisco, Barra dos Coqueiros, Divina Pastora, Itaporanga D’ajuda, Japaratuba, Japoatã e Salgado. Em outros povoados destes municípios e também em São Cristóvão, Tomar do Geru, Frei Paulo, Muribeca, Ilha das Flores, Santa do São Francisco, Riachão do Dantas e Siriri, há unidades prontas para começar a fornecer água, restando apenas a ligação à rede elétrica. Segundo o diretor de infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, o trabalho é realizado em três etapas distintas e tem uma prestação de contas frequente para Brasília.

“Depois do levantamento socioeconômico, que elegeu as localidades atendidas, passamos para a perfuração dos poços e por fim, a instalação, etapa que está sendo feita por empresa licitada. São 22 sistemas em funcionamento, atendendo 23 localidades. Temos outros 14 sistemas (para levar água em 17 povoados) onde somente falta a ligação à rede elétrica (como é o caso do Assentamento Sepé Tiaraju em Indiaroba) para então pôr em funcionamento, com a instalação das bombas de captação de água e, em três deles, dessalinizador”, explicou Paulo Sobral. Ele esclarece que estes equipamentos, por instalar, já foram adquiridos e com isso, somados, são hoje 36 sistemas prontos, para tão logo atender as 40 localidades.

5 de Janeiro

José Wilson Santos Guimarães é presidente da Associação-Cooperativa dos Moradores do Assentamento 5 de Janeiro e também cuida da operação do sistema instalado na localidade de Indiaroba pela Cohidro, atendendo 128 famílias a partir de 12 chafarizes e quatro reservatórios, o principal deles elevado à 30 metros do chão. “Estou ligando a água e distribuindo para o pessoal, são 4 registros, aí tem que ser um dia sim e um dia não. Está bom o serviço, atendendo a necessidade correta. A água é boa, mineral, de Estância para cá, a melhor água é essa”, disse o agricultor que vive da lavoura onde planta macaxeira, goiaba, graviola e laranja.

Como o Assentamento se estende em 4 setores diferentes e neles estão distribuídos os chafarizes, existe tubulações onde os moradores estão fazendo ligações, por conta própria, às residências. Só lá são 60 casas interligadas à rede. Uma delas é a de Rosária dos Santos, trabalhadora rural na colheita de pimenta e no próprio lote, que toma conta junto do marido e de uma das filhas, dos 11 que tem. Sobre a qualidade da água, ela não tem do que reclamar. “Doce, boa. Nós (antes) pegava água ali, nas cisternas. Era boa, mas agora tem em casa, água encanada. Fiz a instalação. A gente bebe, lava uma roupa, cozinha…”, contou.

Assentamento 27 de Outubro

A localidade de Indiaroba tem mais de 80 moradores que vivem da agricultora e da pecuária, praticada em seus lotes de reforma agrária. Um deles é José Francisco dos Santos, que só é elogios à unidade do ‘Água para Todos’ instalada pela Cohidro no assentamento. “A água está muito boa, não tem problema nenhum. Melhorou bastante, estou bem satisfeito”. Sobre a dificuldade anterior ao sistema de abastecimento, o agricultor conta com pesar. “Rapaz a gente ia longe, viajava meia hora de carroça para pegar água. Aí esperava a boa vontade de abrir. Tinha hora marcada para pegar água”, recorda.

Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, o benefício do ‘Água para Todos’, se traduz na persistência do homem do campo. “Levando esta benfeitoria, suprindo uma carência de primeira necessidade, que é a água, é mais um motivo para ele permanecer como um agricultor familiar, trabalhando a terra e gerando o sustendo da família. Somado aos benefícios que Estado e União oferecem via crédito rural; seguro safra; doação de sementes, material forrageiro e ainda, especificamente no caso da nossa Empresa, a construção e recuperação de barragens, são meios de garantir que o êxodo rural não prevaleça, evitando que isso aumente a camada de pobreza nas cidades”, justifica.

Povoado Sítio Novo

A bucólica localidade de Indiaroba, onde vivem 95 habitantes, também recebeu um sistema de abastecimento instalado pela Cohidro com dois chafarizes e dois reservatórios. Lá vive Tiago Elias Filho dos Santos, trabalhando no seu próprio pomar ou colhendo laranja para terceiros. “A água aqui está chegando todo dia, tem um rapaz que liga bomba, sempre que falta, é só ligar para ele, aí ele vem enche a caixa daqui e a da Rua Norte. A gente usa para beber e para cozinhar, porque para lavar roupa tem o riacho e tem o rio lá embaixo também. A qualidade está boa sim, graças a Deus, está boa, está limpinha, água pura. Se for comparar com a que a gente bebia no poço na beira do riacho, essa é de boa qualidade sim”, relatou.

Estudantes do IFS conhecem o ‘Balde Cheio’ na Cohidro de Tobias Barreto

Mesmo a passeio, a seriedade com que se deve levar o assunto é a mesma da sala de aula – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Vindos do Campus São Cristóvão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS), 35 alunos do Curso Técnico de Agropecuária estiveram sexta-feira, 25, visitando as instalações e lotes de pecuarista do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto. Foram conhecer uma experiência bem-sucedida de criação de gado em sistema de piquetes rotacionados, chamado de ‘Balde Cheio’. Introduzido em 2010, pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro),o método possibilitou a esses pequenos pecuaristas, a produção média 1,3 milhões de litros de leite anualmente e agora está sendo expandido, pela Empresa, para a sua implantação também em Canindé de São Francisco.

Quem orientou a visita ao perímetro, distante 123km de Aracaju, foi a Professora Doutora em Zootecnia Mônica Alixandrina Silva Santos, que leciona a disciplina de Bovinocultura aos alunos do 3º ano do curso técnico.“Eu conheci o ‘Balde Cheio’ há uns três anos atrás.Me encantei com esse projeto e comecei a ler e sempre divulguei isso para os meus alunos. Alguns deles são filhos de produtores rurais, então eles ficavam as vezes me perguntando: ‘Professora, como que a gente produz em pouca área?’ Então eu senti a necessidade de mostrar um exemplo real, trazer esses meninos que tem essa vontade para conhecer e criar uma esperança de que pode produzir em uma pequena extensão”, descreveu a docente que contou com o apoio do auxiliar técnico, também do IFS, Jucelino Cortes.

O Técnico em Agropecuária da Cohidro, José Reis Coelho recebeu a turma no Jabiberi. Ele acompanhou a introdução do programa no perímetro de Tobias Barreto desde o início e hoje é a pessoa mais recomendada para falar do processo de conversão e seus efeitos. “Iniciado em 2010, após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do ‘Balde Cheio’ foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem, juntos, uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. Num dos melhores anos de produção, 2015, foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a acima do ano anterior”, explicou ele que primeiro fez uma palestra aos alunos, depois os levou até o campo para conhecer a aplicação do sistema.

Para a professora Mônica Alixandrina, foi satisfatória a visita em Tobias Barreto, principalmente por que foi possível confirmar que o método de produção é viável. “Quando você alia a técnica ao esforço do produtor, não tem como dar errado, tem que trabalhar junto.Os meninos estão na academia pra trabalhar justamente essa técnica, muita coisa que o Coelho falou, a gente viu isso lá, realmente, na escola. Só que o que falta pra gente é a prática, a vivência do produtor, conhecer e ver que deu certo”, avalia.

No lote de Pedro Vidal, que tem dois sistemas ‘Balde Cheio’ implantados e ao todo 18 vacas, os estudantes se deparam a pastagem em recuperação e oito animais produzindo leite. Durante o verão passado, o nível da barragem do Jabiberi caiu muito e como esse reservatório é compartilhado com o abastecimento de água potável da sede municipal e povoados de Tobias Barreto, a distribuição no perímetro foi racionada, ficando deficitária principalmente na irrigação dos pastos. Tal fato é motivo de lamento por parte do produtor irrigante, que teve que diminuir o rebanho para a criação suportar o período de seca. “E foi como falei pra ele, problemas vai ter, de fato, então você tem que preparar os meninos, você tem que preparar o produtor rural para saber que você pode ter 10 anos de sucesso, mas pode vir seis meses de fracasso, então, você tem que está preparado pra isso”, conforta a professora Mônica.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o produtor é exemplo para todos os demais e o sucesso que alcançou e está servindo como molde no processo de transferência de tecnologia do programa para outros perímetros. “Pedro Vidal foi capaz de obter o resultado de 6.500 litros de leite em um mês. É, sem dúvida, o mais bem sucedido dos que optaram pelo ‘Balde Cheio’ do Perímetro. Portanto, é nele que levamos (em 8 de junho) os nossos técnicos de Canindé, na intenção de implantar o programa no nosso Perímetro Califórnia. Em pleno Semiárido, o sistema tem muita chance de dar certo, pela disponibilidade de água que é maior do que em Tobias e pela própria aptidão do Serão Sergipano, que é a de produção de leite, aproveitando principalmente as áreas ociosas que existem nos lotes e com isso diversificar as atividades do Perímetro Califórnia”, comenta.

O sistema
No ‘Balde Cheio’ a área destinada ao pasto é dividida em pequenos piquetes, onde a quantidade de pasto mantem o rebanho, a depender do tamanho do piquete e do número cabeças, pastando por 24 horas ou 12, caso o produtor possuía 48 piquetes ao invés do usual, que são 24. De forma que, enquanto o gado parte para outro piquete, o anterior e já pastado, se recupera com muita irrigação e adubo, a fim de estar pronto para novamente receber o gado dentro de 24 dias.

“Os nossos perímetros irrigados, até para poder acomodar um número maior de agricultores familiares, foram projetados para atender pequenos lotes ou somente parte de áreas maiores, levando em conta a vazão de distribuição de água do sistema de irrigação. Por este motivo, em Tobias Barreto ou em Canindé, o ‘Balde Cheio’ se adapta perfeitamente, pois foi criado aproveitar pequenas propriedades rurais que dispõe de irrigação o ano inteiro. Havendo esta transferência de tecnologia para o Califórnia, aumenta a variedade de produtos oferecidos pelo Perímetro e a versatilidade do produtor em se adaptar à demanda do mercado. Tem tudo para dar certo e os produtores sabem disso, tanto é que hoje mais de 40 deles, lá em Canindé, já foram cadastrados para a seleção que começamos a fazer”, afirmou o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola.

Um dos estudantes que esteve no Jabiberi, na sexta, foi o formando Mateus Menezes. Para ele, a viagem valeu a pena e supriu a demanda que tinham de conhecer o método diferente do que é visto em outras regiões produtores de leite, onde geralmente a criação de gado é extensiva.“Agente não conhecia esse sistema, não tão bem como conhecemos agora.É um sistema muito interessante, porque a gente vê que a viabilidade é bem melhor do que os outros e realmente, é eficaz, dá lucro ao produtor e deixa ele satisfeito. Vamos usar o termo da área, uma suplementação para gente, de formação. Um conhecimento que a gente não tinha e agora a gente vem tendo”, analisou.

Presidente Felizola no Sala Parlamentar da TV Alese

O diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho deu entrevista ao programa ‘Sala Parlamentar’, da TV Alese, onde expôs parte se sua atividade, como gestor, frente a Empresa, desafios, conquistas, projetos em andamento e os futuros.

Perfil: Sidrack, mãos de agricultor e alma de empreendedor

Ele trabalha com a fertirrigação, adicionando o adubo ao sistema de distribuição de água para chegar às plantas

Agricultor irrigante do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Levi Alves Ribeiro trabalha há 20 anos cultivando alimentos variados, em especial a goiaba, sua maior fonte de renda financeira. Casado com Lucia Vieira Ribeiro e pai de dois filhos, sendo eles Esdras Ribeiro, que é acadêmico no curso de Administração e Eloyr Vieira Santos Ribeira, a caçula da família. Vivem junto ao lote, situado no município de Canindé de São Francisco, 213km da capital.

‘Sidrack’ – apelido que adquiriu quando criança, pela semelhança com o famoso árbitro de futebol Sidrack Marinho – tem uma rotina árdua, que começa ás cinco da manhã e não tem hora para terminar. Ele afirma não se arrepender das escolhas que fez na vida, entre elas a agricultura, definida como a mais importante. Filho de agricultor, de quem seguiu os ensinamentos na produção de alimentos, ele se tornou dono do lote 04 do Califórnia, com 2,50 hectares (ha).

Apesar das dificuldades que todo agricultor enfrenta, principalmente para plantar no Sertão, em seu lote consolidou um pomar com 780 pés de goiabas, atividade que, segundo ele, “hoje é o que coloca comida na mesa da família”. Para isso, a Cohidro foi parceira fundamental no crescimento e fortalecimento da terra, principalmente no fornecimento de água e orientação técnica. Com a assistência da Empresa, a produção de hortaliças – das mudas até o alimento pronto para o consumo – também se estruturou e hoje a venda desses produtos na feira é outra das práticas que garante a renda familiar.

Ele também viu na carência existente por fornecedores de mudas no Califórnia uma oportunidade e investiu na produção. O negócio deu tão certo que quis expandir. “Começamos a observar que o pessoal estava indo buscar mudas em Itabaiana, assim decidi produzir, no meu viveiro, mudas para vender aqui. Compensa financeiramente, tenho um viveiro de 7x26m, mas pretendo construir outro em breve, ainda maior, com 9 metros de largura”, admite Sidrack.

Partindo do conceito da diminuição dos custos com infraestrutura e mão de obra, Sidrack passou a apostar no tomate sem estaqueamento, baseado em variedades mais resistentes às pragas e uso de novas técnicas de produção. “Acho que até o pequeno produtor, tem que estar atento às novidades da tecnologia. Antes, aqui o cultivo era feito sem a irrigação por gotejamento ou fertirrigação, situação em que se tem um trabalho maior para suprir o que a planta requer”, justificou.

Diretor-presidente da Companhia que assiste Sidrack, José Carlos Felizola conta que “andando por todos os perímetros irrigados da Cohidro, é possível conhecer muitas histórias de conquista da autonomia de renda via o trabalho no campo, sob o benefício da irrigação pública do Governo do Estado. Mas há alguns, com Levi Ribeiro, que se sobressaem e viram referência, um exemplo para seguir, levando o trabalho de lidar com a terra além do simples ‘em se plantando tudo dá’. E se os fracassos devem ser usados de exemplo daquilo que não deve ser feito, os bem-sucedidos precisam ser destacados, como um ‘status quo’ para ser alcançado pelos demais”.

Mas quem pensa que o sucesso que o agricultor nessas empreitadas o acomodou, se engana. Agora, produzir alimentos orgânicos se tornou prioridade na vida de Sidrack. E isso se deu, ao ele perceber o aumento da procura de atravessadores. E tudo indica que esta conversão está iniciando em suas estufas, passando agora a produzir mudas para atender a demanda de clientes adeptos à produção sem uso de agrotóxicos.

Outra novidade no lote de Sidrack é o cultivo de uvas. Ele foi um dos dois produtores escolhidos a receber um campo experimental da transferência de tecnologia entre Embrapa e Cohidro. Neste, todo custo é arcado pelo convênio e o agricultor só entra com a terra, água e mão de obra. “Eu acho que é importante esse programa e através do Governo do Estado, é mais uma cultura nova. Com certeza estamos com uma boa expectativa. Temos assistência técnica, que é muito boa, muito responsável através da Cohidro e agora somando com o pessoal da Embrapa”.

O produtor considera que, havendo sucesso com as uvas, não terá dificuldade de escolar a produção. “O mercado é muito espaçoso. Só precisamos trabalhar, produzir e mercado a gente consegue”, confia o produtor que plantou, em 0,5ha, 684 mudas da variedade Isabel em dezembro do ano passado e já está colhendo, mas aguarda dar um ano, das videiras implantadas, para colher a primeira safra em nível comercial.

João Quintialiano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação da Cohidro, acompanha de perto a implantação do projeto em Canindé, explicando o objetivo da Companhia. “A intenção não é só favorecer os agricultores diretamente contemplados, como o Sidrack. Se a experiência se mostrar produtiva em seu lote e no do seu colega (José Leidison dos Santos), é a chance de uma nova cultura ser abraçada pelos demais irrigantes e assim favorecer a agricultura local, que quanto mais diversificada, melhor será o preço final dos produtos, oriundos daquele Perímetro Irrigado”, considerou.

Reconhecimento

Professores do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, citado no município vizinho de Poço Redondo, já adotaram o lote irrigado de Levi Alves como um ‘laboratório vivo’, uma extensão da sala de aula onde seus alunos para aprender melhor a lidar com a terra e as plantas. O que sugere que Sidrack está no caminho certo e seu trabalho é considerado exemplar, principalmente pelo ‘mix’ de atividades diferentes que ele consegue cultivar dentro de uma mesma propriedade, o ideal e recomendável à Agricultura Familiar.

Para o diretor do Centro de Educação Profissional, Edjenaldo Ferreira dos Santos, o Perímetro Irrigado Califórnia tem muita atividade rural para ser mostrada para os alunos do Curso Técnico em Agropecuária da instituição, mas isso corre “especialmente o lote do senhor Levi Alves Ribeiro, que tem sido um parceiro do nosso Centro, devido a diversificação de culturas implantadas. Abre a possibilidade para o estudo de quase todos os cultivos e disciplinas da área agrícola, tais como: fruticultura, olericultura, irrigação e drenagem, topografia e outras disciplinas”, avalia.

Aumenta produção de mamão havaí no Perímetro Piauí Sergipe Rural

No programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mamão havaí foi destaque.

Para dinamizar as culturas exploradas em seus lotes irrigados e incentivados pela demanda criada por novos pontos de comercialização para frutas frescas, como o novo Mercado Municipal de Lagarto, agricultores inseridos no Perímetro Irrigado Piauí investem no plantio do mamão havaí. A variedade precoce começa a produzir em menos de um ano de plantio e pode chegar há dois de colheita contínua. Para tanto, eles recebem o incentivo do governo do Estado, ao serem assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no fornecimento de irrigação e assistência técnica agrícola.

Jackson Barreto entrega sistemas de abastecimento de água em Canindé e comenta investimentos em Perímetro Irrigado

Foto: ASN

Para levar o acesso à água potável para a população de Canindé de São Francisco, o governador Jackson Barreto foi até o município do Alto Sertão nesta sexta-feira, 11, e entregou sistemas de dessalinização do Programa Água Doce em três localidades: assentamentos Mandacaru, 12 de Março e Comunidade Caiçara, um investimento de R$ 450 mil. A ação beneficia cerca de 750 pessoas de 150 famílias canindeenses.

O governador foi recepcionado com festa e explicou que ampliar o abastecimento de água nas comunidades do Sertão sergipano significa levar dignidade e felicidade a um povo que enfrenta dificuldades ao conviver com a seca.

“As chuvas chegaram, mas o governo continua trabalhando para levar água de qualidade para o povo do Sertão. Nós não podemos passar mais a situação que já passamos, a população sofreu muito. Estamos entregando hoje três dessalinizadores. O valor pode parecer pouco, mas quando se trata de levar água de qualidade para a população do Sertão, estamos fazendo um benefício sem tamanho. Para mim, é uma alegria voltar ao nosso sertão, já que estive aqui na semana passada para inaugurar cerca de dez obras em Nossa Senhora da Glória ao lado do prefeito Chico dos Correios”, declarou, relembrando o ex-prefeito do município Orlandinho Andrade, falecido em março. “Quando eu venho em Canindé, para uma solenidade dessa, lembro de Orlandinho. Impossível não lembrar dele”.

Foto: ASN

De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, em cada sistema dessalinizador foram investidos R$ 150 mil. “Isso aqui é uma obra importantíssima para governo do Estado, que trouxe algo da melhor qualidade: água pura e tratada que proporcionará qualidade de vida paras as comunidades beneficiadas e refletirá na saúde dessas pessoas. O senhor, governador, vem aqui para fazer obras para as pessoas, para trazer um benefício tão importante quanto esse, isso representa o olhar do Estado. Os dessalinizadores são investimentos do governo em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Programa Água Doce”.

Olivier também ressaltou a preocupação ambiental do programa. “Essa obra tem uma responsabilidade ambiental muito grande. O descarte da água, por ter um alto grau de salinização, tem que ser feito de forma responsável para não prejudicar o solo. Para isso, são construídos, também, um tanque pra receber esse rejeito”, acrescentou.

Para a líder comunitária do assentamento Mandacaru, Maria das Dores França, a chegada da água representa uma grande alegria para os moradores locais. “Estamos todos felizes com essa água boa. Isso é muito importante para gente, porque era muita escassez de água e dependíamos dos carros-pipa, agora vamos ficar tranquilos”.

Já a líder comunitária do assentamento 12 de Março, Jailma Pereira, afirmou que os recursos disponibilizados pelo governo na comunidade ajudarão a acabar com a dependência dos carros-pipa. “A gente necessitava muito dessa água, porque dependíamos dos carros-pipa. Agradecemos muito por esse trabalho. Estamos em um paraíso, só a gente sabe o quanto significa essa água pra nossa comunidade”.

Mãe de três crianças, a moradora da Comunidade Caiçara, Maria Daniele Niela, comentou o quanto o acesso a água facilitará sua rotina e ajudará a melhorar a saúde na localidade. “Antes, a gente precisava carregar água do chafariz. Agora, vai ficar melhor. Essa água é muito boa, é tratada. Os moradores estão felizes demais”.

Respondendo a uma solicitação da população da Caiçara, Jackson incumbiu ao secretário Esmeraldo Leal que recorra aos trâmites legais, por meio do crédito fundiário, para regularizar as terras da comunidade e, a partir disso, realizar um projeto junto à Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) para levar a rede de energia elétrica ao local e possibilitar maior segurança e conforto aos moradores.

Programa Água Doce
O programa é uma ação do Ministério do Meio Ambiente, por meio da secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O programa assumiu a meta de implantar 1.200 sistemas de dessalinização, com investimentos de R$ 240 milhões beneficiando, aproximadamente, 500 mil pessoas.

Em Sergipe, serão implantados 33 sistemas de dessalinização. São 25 sistemas que disponibilizarão água potável com qualidade numa primeira etapa e oito na segunda etapa. Ao todo, serão 75 comunidades beneficiadas em 14 municípios, a partir de um investimento total de R$ 6.652.305,90, beneficiando 2.757 famílias.

O primeiro município sergipano a ter um sistema de dessalinização instalado foi Poço Redondo, na comunidade remanescente quilombola Serra da Guia. Também já foi entregue um sistema em Nossa Senhora da Glória, em Aningas; quatro em Carira, nos povoados Bezerra, Três Tanques, Lagoa dos Porcos e Macaco e seis dessalinizadores em Poço Verde, nos povoados de Cova da Índia, Recanto, Ponta da Serra, Lages, Cachorro Morto e Cacimba Nova.

Ao todo, o Alto Sertão vai receber 12 sistemas de abastecimento, levando água de qualidade para os municípios de Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória.

O prefeito de Canindé, Ednaldo Vieira, falou das ações do governo do Estado no município. “Ficamos felizes porque são dias melhores para o nosso município. Esse é o papel da nossa gestão e do governador, que não tem fechado os olhos para o nosso povo. Mesmo com tantas dificuldades enfrentadas pelo Estado, ele tem trazido para o sertão e para todas as comunidades o que há de melhor”.

Para o secretário de Estado de Agricultura, Esmeraldo Leal, a implantação de dessalinizadores ajuda na permanência das famílias em seu local de origem. “Nós estamos numa das regiões mais secas do estado de Sergipe, com uma excelente produção de leite, no entanto, com pouco acesso à água. Trazer água significa viabilizar a permanência dessas famílias aqui. Com isso, a gente vai ter certeza que essas comunidades vão produzir bem e viver bem”.

“Não é apenas nos momentos de dificuldades que temos que pensar a questão da água. Água de qualidade é saúde também. Estamos aqui entregando mais um compromisso que o governo do Estado em prol das comunidades do Sertão”, declarou o vice-governador Belivaldo Chagas.

Ações na região
Durante a solenidade, Jackson fez um resumo das ações já empreendidas na região. Ele destacou a construção da Orla de Canindé, os investimentos em bombas e motores no projeto Califórnia e a reforma do pelotão Especial de Policiamento em Área de Caatinga (Pepac), situado no povoado Vaca Serrada, em Porto da Folha.

“Estamos investindo mais de R$ 4 milhões nas bombas, motores do projeto Califórnia para que os pequenos agricultores daqui mantenham seu sustento. Estive recentemente em Brasília lutando pela barragem da Barra da Onça. Não saio do governo sem antes realizar essa obra. Estamos reformando o Pelotão da Caatinga, atendendo um pedido da população, que me parava para perguntar do retorno do Pelotão. Nesta semana, também fui ao Ministério da Educação para pedir a liberação de mais recursos para a construção do Instituto Federal, que está sendo construído em Poço Redondo. Tive a garantia do ministro da Educação da liberação dos recursos para o Instituto Federal, tanto de Poço Redondo, como o de Nossa Senhora da Glória. É dessa forma que o governador procura atuar”, afirmou, anunciando a licitação da ponte da Lagoa da Volta, em Porto da Folha.

“Nós já estamos no processo para fazer a licitação da ponte da Lagoa da Volta. Já conseguimos os recursos de R$ 3,5 milhões. Já avisei ao prefeito e ao ex-prefeito Manoel de Rosinha”, declarou Jackson.

Presenças
Acompanharam as solenidades o deputado federal João Daniel; os deputados estaduais Luciano Bispo (presidente da Assembleia), capitão Samuel, Jefferson Andrade e Jairo de Glória; os prefeitos de Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, Chico do Correio e Marinez Silva; o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), José Carlos Felizola Filho; o ex-prefeito de Poço Redondo, Roberto Araújo; o ex-deputado federal Rogério Carvalho, o ex-deputado estadual, Mardoqueu Bondano e lideranças locais.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Em Brasília, Jackson busca recursos para finalizar obra do Terminal Pesqueiro

O governador de Sergipe, Jackson Barreto, reuniu-se nesta quarta-feira, 09, com o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima, em Brasília, para tratar da obtenção de recursos para finalização das obras do Terminal Pesqueiro de Aracaju / Fotos: Roque Sá

O governador de Sergipe, Jackson Barreto, reuniu-se nesta quarta-feira, 09, com o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima, em Brasília, para tratar da obtenção de recursos para finalização das obras do Terminal Pesqueiro de Aracaju. Na companhia do deputado federal Jony Marcos e do superintendente do escritório de Sergipe em Brasília, Heleno Silva, Jackson cobrou ao secretário-executivo a regularização do convênio responsável pelo financiamento da obra, firmado com o antigo Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento e hoje de responsabilidade do MDIC. O convênio para construção do novo Terminal, no valor de R$ 14.376.700,10, sendo R$ 12.894.062,49 do governo federal e R$ 1.482.637,61 correspondentes à contrapartida do governo do Estado, prevê não só a construção do Terminal, mas também a aquisição de equipamentos para beneficiamento de pescado e a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Sustentável da Pesca no estado.

O governador voltou a cobrar liberação de recursos para recuperação da barragem da Barra da Onça, em Poço Redondo, no Ministério da Integração. Nesta quarta, o chefe do Executivo foi recebido pelo secretário de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração, Marlon Cambraia, e destacou que a obra, orçada em R$ 989.924,59, beneficiará comunidades do Alto Sertão, cuja atividade econômica é a pecuária leiteira.

Não é a primeira vez que o governador pleiteia, junto ao Ministério da Integração, a recuperação da barragem. Em junho, ele esteve com o ministro da pasta, Helder Barbalho para tratar a questão. No mês de maio, durante visita ao município de Poço Redondo para entregar material forrageiro e o Centro de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, o governador conversou por telefone com o ministro, que solicitou o envio de um projeto sobre a utilização dos recursos.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

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Programa de Recuperação de Barragens tem êxito no Alto Sertão

Barragem na Serra da Guia em obras -Foto Fernando Augusto(Ascom/Cohidro)

No Alto Sertão Sergipano, foram sete barragens públicas que passaram este ano por obras do Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, executado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Todas captaram água, graças às chuvas que caíram a partir de abril e, na maioria dos casos, atingiram a capacidade total de armazenamento e até verteram. Em outros municípios fora dessa microrregião e que, de igual forma, decretaram situação de emergência devido à seca em 2016, a Empresa reformou seis reservatórios de médio porte.

Segundo o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, o Programa vem sendo possível a partir de convênio com a Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (Seidh). “Neste ano, a Empresa contou com R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep). Isso permitiu recuperar 12 barragens públicas em todo Estado, a perfuração de 20 poços comunitários e a instalação de quatro sistemas de abastecimento de água em povoações rurais de Lagarto e Simão Dias”. Mas o diretor completa que essas obras também ocorreram em anos anteriores. “A parceria vem desde 2012 e já reformou quase 2 mil aguadas rurais, 33 delas públicas e de médio porte”.

Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral explica que as barragens recuperadas têm como função principal a dessedentação animal. “ São pequenas aguadas em propriedades de pequenos criadores, ou reservatórios maiores de acesso coletivo, como é o caso de todas as que foram limpas e ampliadas agora, neste ano. Em todos casos, usamos máquinas para retirar o excesso de sedimentos, aumentar sua a extensão e reforçar as barreiras de contenção”, disse, reforçando que sempre que a benfeitoria for em terreno particular, o proprietário da área assina um termo de concessão pública da água, para atender os demais moradores.

No Assentamento Paulo Freire, em Porto da Folha, a obra de recuperação já alcançou o seu objetivo por completo. A chuva, com maior intensidade neste município sertanejo do que em outros, fez a barragem chegar ao ápice e até verteu. Assentados, como Eronildes Antônio da Silva, levam o gado para beber no reservatório ou carregam a água até os criatórios. “Crio duas vacas, uso para levar água, para botar aqui, a gente bebe daqui, para botar no tanque, no terreno, que diga”, contou.

Os assentados do Paulo Freire comemoram, acreditam que agora, com a barragem ampliada e cheia, a reserva vá durar por mais de um ano. “Foi boa, foi um projeto bom para nós, porque tem muita água para nós, para os bichos beber. Estava aterrada com muita lama, quando ‘os cabras’ vieram não tinha mais água não, agora tem muita água graças a Deus”, agradece Eronildes.

Poço Redondo
Na Comunidade Serra da Guia o Programa recuperou o reservatório que estava completamente vazio e que depois das chuvas deste inverno, está agora inteiramente cheio. A localidade existe como território quilombola oficializado desde a sua demarcação, em 2004. Em seus 2.310 hectares de terra produzem, de forma coletiva, 200 agro-famílias e a principal atividade é a criação de gado leiteiro.

José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia. Produtor agrícola local, ele relata que agora que está cheia, a á água acumulada pode durar até 2 anos, principalmente por que ali não é permitido a captação da água que não seja para o uso da própria comunidade. “Essa obra da barragem chegou em uma boa ora, graças a Deus! A barragem existe há mais de 30 anos e usamos a água tanto para dar ao gado como para a lavagem de roupas”, relata.

Mesmo sendo no mesmo município, no Povoado Queimadas a chuva foi em menor intensidade do que na Serra da Guia, resultando em uma barragem recuperada que não encheu em sua totalidade, alcançando cerca de 50% da capacidade. Engenheiro Civil da Cohidro responsável pela obra, Valdi Aragão Porto explica que do reservatório foi retirada muita lama, sedimentos depositados no fundo. O que aumentou bastante a sua capacidade de reservamento de água.

Osman Vieira Aragão, pequeno criador de gado vizinho à Barragem, contou o seu uso da água da barragem é para o consumo residencial e para o gado, principalmente. “Mais gente usa, a redondeza aqui usa. A esperança é ver ela cheia, que é para todo mundo ficar alegre”. Ele ficou satisfeito com a reforma, comparando com a sua situação anterior. “Rapaz, já tem muito tempo, nós morávamos aqui já, tem mais de 10 anos que vieram fazer essa barragem e agora tem mais volume de água. Estamos satisfeitos, ficou melhor, muito maior e ela demora mais tempo para secar”, completa.

Canindé de São Francisco
O acúmulo de água na obra do Programa de Recuperação de Barragens em Canindé ainda é tímido. As chuvas não caíram em volume suficiente para encher o reservatório reformado na localidade. Mas o morador da Agrovila Serra Azul, no Assentamento João Pedro Teixeira, João Vieira de Lima (mais conhecido por Gaspar) acredita que sem a intervenção da Cohidro na barragem, que secou há bastante tempo, nem estaria apresentando a atual reserva. Também é expectativa deles, que a água alcance um volume bem maior quando chegarem as chuvas de trovoadas, no final para o início do novo ano. Mais ou menos quando secarem os pequenos tanques que cada pequeno criador assentado tem em seu lote, e daí se fará necessário o uso desta maior.

“Satisfeitos nós estamos né? Porque se não tivesse feito a limpeza, ela não estaria apresentando a água que tem hoje, porque ali todinha tinha lama. Então, provavelmente a água ia ficar por baixo da lama. Ruim é como ela estava, mas hoje graças a Deus! Há uns três ou quatro anos ela estava seca, sem água nenhuma. Com essa chuva que teve é um pouco, mas um pouco que está agradando todo mundo com essa água. Nós estamos tendo água para os animais, tanto na barragem grande comunitária que foi limpa, como nas barragens pequenas, que não estamos mais dependendo do carro pipa, para estar abastecendo as comunidades”, comemora Gaspar.

Canindé de São Francisco
Rildo Joaquim Carvalho, secretário Municipal de Agricultura em Canindé, considera de grande importância o Programa e espera que ação se repita, nos próximos anos, aproveitando o grande volume de chuva que ocorre no inverno. “A importância das obras que a Cohidro vem realizando, a nível de Estado, é exatamente você aproveitar as águas da chuva e reter elas. E a gente ficar com um volume de água, não jogado fora e sim, para que seja servido as comunidades. A comunidade estava necessitando, todo Sertão, não só da Serra Azul. Esperamos que esse programa venha cada vez mais crescendo e o Governador se sensibilize com as ‘chuvadas’ que estão acontecendo”, direcionou.

Outros municípios sertanejos
O Governador inaugurou a barragem no Povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória, no dia 22 de maio. Esta foi recuperada também nessa edição do Programa e na época já estava cheia, pela ação das chuvas ainda do comecinho do inverno. “São benefícios importantes para o homem do campo e o produtor rural neste momento em que levamos medidas ao Sertão para enfrentar a estiagem”, afirmou Jackson Barreto.

Da mesma forma ocorreu em Nossa Senhora de Lourdes, com o reservatório próximo à sede municipal completamente cheio. Em Gararu, no Povoado Lagoa de Dentro, a reforma obteve êxito por ter acúmulo da água na barragem que, mesmo não chegando à sua capacidade total, já serve de alento à comunidade que depende da reserva hídrica para dar de beber ao gado.

Governo investe US$117 milhões em esgotamento e melhorias de recursos hídricos em Sergipe

O estado de Sergipe desponta no cenário nacional como um dos poucos a inserir na pauta do governo projetos relacionados à preservação dos recursos hídricos, a fim de aperfeiçoar as práticas de manejo do solo e da qualidade do sistema fluvial. Apesar de ações como essa passarem despercebidas pela opinião pública, elas impactam diretamente na vida dos cidadãos.

E foi pensando na melhoria da qualidade da água e práticas de gestão da bacia hidrográfica do rio Sergipe, que o governo do Estado criou o programa “Águas de Sergipe”, coordenado pela secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), com a interveniência de outros órgãos como as Companhias de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) e de Saneamento (Deso), além da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro). Com as metas fixadas em 2012, o governo firmou uma parceria com o Banco Mundial para financiar o projeto.

O conjunto total de financiamento gira em torno de US$117 milhões, os quais US$70 milhões financiados pela instituição bancária global e US$46 milhões de contrapartida do Estado, já honrados. Com esses recursos, estão sendo realizadas intervenções, especialmente em tratamento de esgoto, irrigação, drenagem e resíduos sólidos, com cerca de 80 ações em diversos municípios interligados à bacia do rio Sergipe, fazendo do programa um dos mais importantes em execução dos últimos tempos no estado.

Três componentes
O programa foi desenvolvido em três grandes frentes ou componentes de trabalho, como explica o coordenador da Unidade de Administração do Programa Águas de Sergipe, Everton Teixeira. No Componente 1, o foco é a estruturação da estratégia de cuidados dos recursos hídricos do Estado, coordenado pela Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) da Semarh, com previsão global de US$9,2 milhões.

“Ele objetiva organizar e melhorar essa gestão com várias ações, a exemplo de um estudo, que já está concluído, que aponta quais seriam as melhores práticas que o Estado poderia adotar para melhorar sua gestão de recursos hídricos. Esse componente também contém outros ingredientes que vão ajudar na gestão. Por exemplo, a cobrança pelo uso da água, o cadastramento dos usuários da água, o enquadramento dos rios, no sentido de fazer um trabalho de verificação da qualidade dos rios. Todas essas ações estão contratadas ou em andamento. Também está em processo de contratação a ação que diz respeito a integrar os mecanismos de outorga e licenciamento ambiental, ações que serão feitas em parceria com a SRH e Adema”, detalha Everton.

O Componente 1 ainda realiza investimento para a melhoria da gestão da Agência Reguladora de Serviços do Estado de Sergipe (Agrese), parceira da Semarh, ajudando a comprar equipamentos e mobília. O Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), que faz a análise das águas, também foi contemplado com a reformulação de seus laboratórios. Faz parte também do Componente 1, e uma das principais ações do programa, a recuperação de áreas degradadas.

Componente 2
Previsto para ser executado pela Cohidro e pela Emdagro, o Componente 2, com recursos na ordem de US$12,5 milhões, tem como objetivo medidas que venham a melhorar a qualidade e utilização dos recursos hídricos nas áreas de atuação dos perímetros irrigados da agricultura familiar. Fazem parte ações como a compra de um painel de segurança de barragem. De acordo com Everton, o programa contratou quatro especialistas que vieram analisar as barragens inseridas dentro da bacia hidrográfica do rio Sergipe, que são Jacarecica 1 e 2, Ribeira e Poxim. Ainda segundo ele, o banco concordou em contemplar outras duas barragens que estão fora da bacia hidrográfica, que são Jabeberi e o Piauí.

“Além disso, o Banco permitiu que fosse feita uma análise de segurança no Açude da Marcela, em Itabaiana, que não é uma estrutura estadual, é uma estrutura federal, mas mesmo assim o Banco concordou. Então, esses 7 captadores de águas tiveram trabalhos de segurança feitos, relatórios produzidos e, agora, o programa está implementado as ações para mitigar os riscos nas quatro barragens que são abrangidas pela bacia hidrográfica do rio Sergipe. Fazem parte dessas ações: a instrumentação das barragens, que permita o acompanhamento científico sobre o que acontece com elas; e a batimetria, que consiste em verificar a sedimentação do fundo da barragem para saber o nível da água”, reforçou Everton.

Também faz parte do Componente 2 a troca de mecanismos de irrigação de dois perímetros irrigados, Jacarecica 1 e Ribeira, onde irá permitir uma melhoria na utilização da água das barragens, por parte da Cohidro. “Antigamente, essas barragens foram construídas com o objetivo somente de irrigação, hoje, elas são de uso múltiplos, e tem como principal objetivo o abastecimento humano”, lembrou.

Além disso, continua Everton, esse componente dá condições para que as parceiras Cohidro e da Emdagro fortaleçam suas atividades institucionais. “Dotamos essas empresas de equipamentos, de veículos, de reformas de estruturas, com atualização de softwares, informática, dando condições a elas de executar melhor o seu papel. Essas ações estão em andamento, algumas contratadas, outras em processo de licitação. Por parte da Emdagro, 60 agricultores familiares vão ter seus sistemas de irrigação modificados, como uma experiência para verificar a viabilidade desse trabalho e expandir para outras partes da área atendida pela Emdagro.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

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Presidente da Cohidro fala da emoção em levar água para comunidades carentes

José Carlos Felizola no Programa Sala Parlamentar

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), o advogado José Carlos Felizola Filho ressaltou na manhã desta segunda-feira, 31, durante gravação do Programa Sala Parlamentar, na TV Alese, a importância de ações voltadas para amenizar os efeitos da seca, a exemplo do Programa Água para Todos.

“Quando cheguei na Cohidro, a empresa estava em processo de extinção. Foi um desafio muito grande e hoje graças a Deus colocamos a empresa num cenário de relevância político-institucional do nosso Estado. Essa seca que nós atravessamos mostrou o papel importante que a Cohidro tem”, afirma destacando que deu continuidade ao trabalho do antecessor, o ex-deputado estadual, Mardoqueu Boldano, implementando os programas que estavam em andamento, mas que já está colocando a sua marca e dando a sua contribuição.

Entre os programas desenvolvidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação, Carlos Felizola falou sobre a importância do Água para Todos.

“Esse programa é fantástico. A gente acha a água um coisa tão simples, mas tem muita gente carregando em carroças, em potes na cabeça. Nós chegamos em comunidades rurais que não são abastecidas por água, cavamos o poço, armazenamos a água e distribuímos para as casas. Com dois meses de gestão nós inauguramos o primeiro poço em um assentamento de Sem-Terra no município de Japaratuba. O que nos deixa emocionados é que não levamos apenas água para essas comunidades carentes, levamos saúde e sobretudo dignidade”, afirma.

E acrescenta: “É uma coisa muito simples e quando a gente faz isso, a gente colhe, como dizia o saudoso Marcelo Deda, sorrisos e isso é a essência daqueles que procuram fazer o Poder Público”.

Água para Todos
O programa Água para Todos é coordenado pelo Ministério da Integração Nacional (MIN) e faz parte do Plano Brasil Sem Miséria. O objetivo é levar água para 750 mil famílias, principalmente do semiárido brasileiro, universalizando o acesso de água a populações carentes residentes em comunidades rurais, e para consumo animal.

No Estado de Sergipe, serão investidos R$ 14,4 milhões em 25 municípios, na perfuração e instalação de 107 sistemas de distribuição e abastecimento de água potável. Para a segunda fase de execução, já estão previstas a perfuração e instalação de outros 67 sistemas de abastecimento.

Outros programas
Na entrevista, José Carlos Felizola Filho falou ainda sobre os programas: perímetros irrigados, contribuindo para a produção de 49,6 mil toneladas de alimentos; perfuração de poços tubulares; aquisição de alimentos; programa de recuperação de barragens; cisternas e Programa Produtor de Água, entre outros.

Última atualização: 16 de outubro de 2017 08:52.