Obras do novo frigorífico em Itabaiana seguem bem adiantadas

Foto: Ednilson Barbosa / Ascom-Seagri

Seguem bem adiantadas as obras do novo frigorífico que está sendo construído na localidade da Ribeira, município de Itabaiana, às margens da estrada que liga os municípios de Itabaiana a Itaporanga. O empreendimento é de iniciativa privada do Grupo Souza com incentivos do Governo Estadual. Quando estiver em funcionamento, vai atender a todos os mercados e pequenos feirantes dos municípios da região sul, centro sul e parte do agreste.

A expectativa da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), estatal responsável pelo serviço de inspeção animal e vegetal, é de que o novo frigorífico acabe com os abatedouros clandestinos e aqueles que funcionam irregularmente nos municípios. Segundo o órgão, o abate em Sergipe é de 40 mil bovinos por mês.

No último dia 20, o secretário de estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, acompanhado do diretor-presidente da Emdagro, Jefferson Feitosa, e da diretora de defesa animal e vegetal da estatal, Salete Dezen, visitaram as obras de construção do novo frigorífico e demonstraram estar surpresos com o avanço na construção. Eles foram recebidos pelo empresário Manoel Moacir Souza e conheceram grande parte dos 82 mil metros da área destinada ao complexo do frigorífico.

“Já vínhamos lutando desde 2011 e estávamos praticamente desistindo devido a uma série de dificuldades, especialmente pelo problema de acesso a água. Foi quando o secretário Esmeraldo Leal nos procurou no início do ano passado e nos incentivou a retomar o projeto. O secretário nos acompanhou para resolver o problema da água através da Cohidro, que vai fornecer o abastecimento de água dentro do regime operacional do Perímetro de irrigação da Ribeira. Nós somos muito gratos pela maneira ágil e competente que ele nos atendeu e que continua nos atendendo, além de toda equipe técnica da Cohidro e Emdagro”, destacou Moacir.

Logística do frigorífico
Moacir Souza, sergipano de Campo do Brito, empreendedor e proprietário de outros quatro frigoríficos no Estado da Bahia onde trabalha há 10 anos, disse que a unidade de processamento e abate de bovinos em Itabaiana vai atender ao mercado interno de carne. Segundo ele, prestará serviço para feirantes e mercados de carne dos municípios da região sul e centro-sul do estado que estiverem em um raio de 100 quilômetros.

“O dono do boi, pecuaristas ou marchantes, vai trazer o animal, paga uma taxa, e aqui o naimal será abatido corretamente dentro dos padrões de higiene exigidos pelos órgãos competentes da vigilância sanitária e inspeção animal. Depois, vamos entregar o produto, ou seja, os cortes de carne e as vísceras embalados adequadamente e transportados em caminhões frigoríficos até a banca de mercado do município ou onde o proprietários do animal desejar”, detalhou Moacir.

O frigorífico tem 6 mil metros quadrados, mas toda área industrial tem 82 mil metros contando com as lagoas de estabilização aeróbia que receberão todos os resíduos para tratamento biológico. A capacidade de abate diário é de 600 bois por dia que vai atender em torno de 30 municípios. O secretário Esmeraldo Leal vislumbra que a unidade produtiva, além de incrementar a economia da região, vai beneficiar o estado resolvendo o problema do abate clandestino, que desqualifica a qualidade da carne, gerando problemas de saúde pública e ambiental.

“Em Sergipe temos um problema sério com relação ao abate de animais. Os matadouros, sejam eles públicos ou privados, trabalham de forma precária, e outros são clandestinos.
Apenas o frigorífico da Nutrial em Propriá é certificado. Então, com a construção de um frigorífico deste porte, dentro de todos os padrões legais, além de ser um empreendimento sergipano que tem experiência muito forte na Bahia, acaba resolvendo muitos problemas. Ele pretende gerar cerca de 120 empregos diretos, também cumpre um fim social e ambiental extremamente importante. O Governo do Estado tem se colocado como instrumento de incentivo às iniciativas, com a Seagri e suas empresas vinculadas Cohidro e Emdagro à disposição do que é possível ser feito”, destacou.

Esmeraldo disse estar surpreso como andamento da obra, porque o grupo há muitos anos tentava instalar-se em Sergipe e não conseguia. “A sensação era de que como se trata de uma obra muito grande, demoraria mais tempo. Imaginávamos que seria uma obra muito lenta, mas para minha surpresa e surpresa muito boa, percebi que está muito adiantada. O grupo é extremamente ágil, escalou um número grande de funcionários e está respondendo num tempo extraordinário, inclusive com previsão de data de inauguração. Isso nos deixou muito estimulados de que fecharemos o ano com mais um grande empreendimento funcionando no estado de Sergipe”.

O presidente da Emdagro, Jefferson Feitosa, explicou que os órgãos de fiscalização e o Ministério Público lutam há anos pela regularização do abate de carne nessa região. “Num acordo com diversas Promotorias do estado, Emdagro, Secretaria de Agricultura e Vigilância Sanitária dos municípios ficou definido que os matadouros municipais irregulares continuariam funcionando até que existisse um matadouro regulamentado que fizesse o abate. A partir do momento que esse frigorífico de Itabaiana estiver funcionando, outros matadouros não regulamentados provavelmente serão fechados a pedido Ministério Público Estadual”, disse.

A diretora de defesa animal e vegetal da Emdagro, Salete Dezen, disse que as obras do frigorífico de Itabaiana estão dentro dos padrões legais do sistema estadual de inspeção animal. Segundo ela, a previsão de funcionamento do novo espaço é na segunda quinzena de outubro. “Com o funcionamento, continuaremos a inspeção e, ai sim, o estabelecimento passa a ter certificação de inspeção final. Por enquanto, ela é preventiva”, explicou Salete.

Fonte: Ascom/Seagri

Cohidro estreia sua melhor perfuratriz em povoado de São Cristóvão

Perfuratriz é o equipamento de maior eficiência da Cohidro

Maior e mais eficiente perfuratriz da Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), com capacidade de perfurar até 500 metros de profundidade, entra em operação em novo poço no Povoado Timbó, em São Cristóvão. Parceria com a SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) do município, a obra tem previsão de terminar na semana seguinte, com profundidade estimada de 70 metros e fornecendo água potável para cerca de 73 famílias, atendendo a demanda local e do Ministério Público.

Doada pelo Ministério da Integração Nacional, junto de outros três comboios de perfuração, estes capazes de atingir 250 metros cada, o conjunto de máquinas foi estimado em R$ 10 milhões. Agora, a Cohidro recebeu as brocas tricônicas e a argila bentonita ao custo de R$ 385 mil, a partir de licitação custeada pelo Proinveste, para então pôr em operação as duas perfuratrizes. Convênio, com a Prefeitura Municipal de São Cristóvão, disponibilizou uma escavadeira, caminhão-pipa, o material para o revestimento do poço, alimentação e alojamento para os funcionários.

José Albuquerque Cunha, Geólogo da Geperf (Gerência de Perfuração) da Cohidro, explica que a nova máquina possui sistema moderno para enfrentar solos rochosos. “É uma sonda de perfuração rotativa com capacidade para 500 metros de profundidade, pronta para os solos de rochas sedimentares. No ritmo de trabalho atual, estimamos que em 35 horas de trabalho (cerca de quatro dias) terminaremos o trabalho, tendo acesso a água com vasão suficiente para explorar o poço”, analisou.

Segundo o Geólogo, a novidade desta máquina é o uso da circulação de “fluido de perfuração”, que é injetado pela perfuratriz nos tubos da sonda e retorna à superfície pelas bordas do poço, sendo recolhido para repetir todo processo. “Esse fluído é a mistura de água com a argila bentonita, por dentro ele tem a função de estabilizar as paredes do poço evitando o desmoronamento, transporta para fora toda terra e rocha escavada e ainda o líquido tem a função de lubrificar e resfriar a broca rotativa”, explicou Albuquerque, acrescentando que o novo equipamento perfura com uma bitola maior: 4,5 polegadas, contra as 3,5 usuais.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, a aquisição desses benefícios são fruto da persistência dos gestores estaduais. “Luta que vem do tempo do saudoso ex-governador Marcelo Déda, tanto por ele ter nos colocado na lista dos beneficiados pelas perfuratrizes, do Governo Federal, quanto por defender a aprovação do Proinveste, página emocionante da história do Estado. O governador Jackson Barreto, em ocasiões que esteve em Brasília, também impôs celeridade à entrega das perfuratrizes do Ministério da Integração e hoje, com sua equipe de governo, administra o financiamento federal com prudência”, analisou.

Parcerias

Diretor de Irrigação e Infraestrutura da Cohidro (Dinfra), Paulo Henrique Machado Sobral, informou que estão sendo feitas parcerias com prefeituras, associações de moradores e órgão públicos, para que estes compartilhem os custos de um novo poço, ou na recuperação dos antigos. “São equipamentos que não temos disponíveis para dar logística em todas as perfuratrizes, materiais e máquinas que vão ficam no poço a exemplo das tubulações, alimentação e alojamento aos funcionários, para os cerca de cinco dias que levam para perfurar um poço. Itens que a gente tem solicitado para estas instituições que requisitam nossos serviços, a fim de viabilizar e até acelerar o início das obras”.

Artemísia Barreto de Góes Dantas, é diretora-presidente da SAAE, empresa municipal que vai instalar a estrutura para o bombeamento, tratamento, armazenamento e distribuição da água potável até as casas dos moradores do Povoado Timbó. “É uma parceria muito importante, nós queremos parabenizar e agradecer à Cohidro. Ela veio trazer um benefício muito grande, está sendo de muita importância para a população que é sofrida”, analisou, reiterando o desejo que a parceria seja “a primeira de muitas que nós pretendemos realizar com a Cohidro”, avalia.

Jorge Eduardo Santos (Jorjão) é o prefeito de São Cristóvão e elucida a necessidade do Povoado, próximo da Barragem no Rio Poxim, pela obra. “Vem agora trazer um benefício à uma comunidade que estava desassistida em virtude da barragem aqui que, quando foi inundada, o chafariz foi encoberto e a comunidade ficou desabastecida. Nessa parceria da prefeitura e a Cohidro estamos aí contemplando 73 famílias que terão o seu abastecimento normalizado com água de boa qualidade e, para a Prefeitura, isso é um passo muito importante”, enfatizou.

Solicitação

Essa carência da comunidade é reafirmada por Jailson Alves Pereira, morador do Povoado Timbó. Ele conta que atualmente, quem mora na localidade têm que ir buscar a água para consumo da casa na Barragem, de carroça ou carro de mão. “Receber a água em casa é uma maravilha. A gente não pode perder é a esperança, lembro quando fui falar com Dr. Paulo Sobral na Cohidro, pedindo um poço e hoje está acontecendo”, reafirmou.

Segundo o diretor Paulo Sobral, o poço vem de uma requisição feita tanto pela comunidade como pelo Ministério Público Estadual (MPE). “A escolha desta locação veio a partir de reuniões que tivemos como o MPE, que identificou na localidade essa carência por uma fonte de água potável. Assim, fomos acionados pela entidade para que fosse atendida esta demanda, a qual está sendo feita com prioridade e ainda utilizando o que temos de melhor em equipamento de perfuração”, finalizou.

Universitária alemã visita áreas orgânicas em perímetro irrigado sergipano

Na Farmácia Viva Maddalena, Gilvanete, Meirinha, Daniela e Terezinha

Agricultura Orgânica é aquela que abdica do uso de defensivos industriais que podem ser tóxicos a quem vai consumir os alimentos, convive com a lavoura e ainda oferece risco de degradar o meio ambiente. Produzir nesse sistema exige conhecer métodos alternativos de como substituir os agrotóxicos e uma forma disso dar certo é trocando experiências com outros agricultores, através de uma Organização de Controle Social (OCS). A formalização desses grupos, em Sergipe, despertou o interesse da estudante alemã Maddalena Moel, há dois meses no Brasil pesquisando arranjos produtivos.

Formada a partir de uma associação ou cooperativa de agricultores familiares, a OCS precisa que, entre os participantes, exista uma relação de organização, comprometimento e confiança, para tanto conquistar a credibilidade da sociedade como para ser regulamentada. Comercializar seus produtos orgânicos diretamente com o consumidor exige que a organização esteja cadastrada junto à Superintendência Federal da Agricultura do seu estado, subsidiada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), através de seus técnicos e engenheiros agrônomos, incentiva o surgimento destas organizações e faz um acompanhamento frequente destes arranjos produtivos nos polos de irrigação que administra, existindo hoje três desses grupos formalizados. O mais ativo deles fica no município de Lagarto, no Perímetro Piauí.

Maddalena Moel cursa Gestão de Desenvolvimento Internacional de Cadeias de Valores Sustentáveis, na Van Hall Larenstein University Of Applied Sciences da Holanda. Há dois meses ela faz estágio na Associação Biodinâmica de Botucatu-SP, instituição que a indicou o Instituto Social Micael, em Sergipe, para complementar sua pesquisa acadêmica na área. A Ong, com sede em Aracaju, já aplicou cursos de Agricultura Biodinâmica para técnicos da Cohidro e por esse motivo levou a visitante até o perímetro de Lagarto, no dia 13 de abril.

Biodinâmica é um modelo de Agricultura Orgânica criado por Rudolf Steiner em 1924, onde além do conceito de produção natural de alimentos, prima por uma propriedade rural em que várias modalidades agrícolas sejam exploradas de forma integrada, mas independente de elementos externos, em um nível de individualidade que não precise de qualquer tipo de insumo comercial. Maddalena Moel tem seu estudo voltado para esta metodologia produtiva, mas antes quer entender como acontece a convivência entre os agricultores que compõem as OCS.

“Me interessa mais a Agricultura Biodinâmica, mas quero entender como funciona o controle social da produção orgânica na prática, como ocorre através do OCS. Estou visitando algumas fazendas, fazendo um mapeamento da biodinâmica do Brasil. Já estive na Fazenda Toca, em Itirapina-SP e lá eles fazem agora a conversão à biodinâmica. Estive no Espirito Santo, vendo plantações de café orgânico e biodinâmico”, contou a visitante, curiosa em saber como os agricultores de Lagarto produzem para atender a demanda, como são aceitos os produtos pelos consumidores e qual o critério para escolher as culturas plantadas. Ela ainda informou que continuaria sua pesquisa viajando, ainda naquela semana, para o estado da Paraíba, onde iria conhecer uma fazenda de criação de cabras que produz queijos orgânicos.

Roteiro da visita

Visita à horta irrigada de Tal

O primeiro local visitado por Moel, no Perímetro Piauí, foi a Farmácia Viva de espécies fitoterápicas, anexa ao escritório da Cohidro em Lagarto. Esta atividade é desenvolvida em parceria com o Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que utiliza o espaço para pesquisa. “Esse aqui é um herbário mãe, cultivado no sistema orgânico e que abastece outras unidades de produção. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que 80% dos brasileiros usam algum tipo de planta medicinal e é esse conhecimento que disseminamos aqui, a partir de cursos extracurriculares”, explicou Rosimeire Barbosa (Meirinha), que coordena o espaço.

Gilvanete Teixeira, Gerente do Perímetro Piauí, reitera a importância dessa parceria com a UFS. “A Cohidro tem apoiado a Farmácia Viva, cedendo o espaço, a água para irrigação, insumos e mão de obra. Em troca tentamos inserir os agricultores nesse trabalho, para que eles contribuam com novas espécies medicinais (difundidas pelo conhecimento popular) e utilizem também as plantas para a própria saúde e nas suas plantações, já que tem espécies pesquisadas aqui que podem ser usadas como substituto aos agrotóxicos”, afirmou, dando como o exemplo as folhas do Nim, árvore asiática identificada como excelente inseticida natural.

Da sede da Cohidro, a visita seguiu para o lote irrigado de José Edmilson dos Santos (Tal), agricultor orgânico há mais de 15 anos e integrante da OCS. Ele explicou uma técnica alternativa de combate de pragas que Maddalena ainda não conhecia. “Aprendemos em um curso, um procedimento usando o arroz cozido, que é enterrado, depois lavado e usa esse líquido que sai, para combater fungos nas plantações”. Na entrevista feita pela estudante, o produtor contou que hoje o que dá mais trabalho é combater o pulgão que dá nos brócolis. “A gente incentiva um ao outro, chega um produtor aqui e eu ensino o que usei para combater um problema na cultura, mas a gente tem sempre a Cohidro para dar apoio técnico”, completou.

Maria Terezinha Albuquerque, Técnica da Gerência de Desenvolvimento Agrário da Cohidro (Gedea), acompanhou toda visita e explicou à estudante alemã como se dá o procedimento da legalização das OCS. “Existe uma Comissão Estadual da Produção Orgânica, formada por representantes das instituições governamentais e sociedade civil, que está visitando os grupos objetivando reestrutura-los. Mas também existe um movimento para a criação de Opac’s (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade), que consiste em integrar, além dos agricultores, outros agentes da sociedade no controle, na produção e comercialização dos orgânicos. Nesse sistema a produção poderá ser comercializada também de forma indireta, em outros canais de comercialização e com certificação”, assinalou.

O final da visita se deu na propriedade de outro agricultor orgânico e membro da OCS, João Pacheco, que cultiva alimentos orgânicos há mais de 20 anos. “Participar da OCS é bom porque a gente aprende mais, trocando experiências, produzindo e comercializando alimentos sem agrotóxicos”, argumentou o produtor que é modelo a ser seguido no Perímetro Irrigado, recebendo sempre a visita de grupos de estudantes para conhecer sua propriedade, onde ele garante não ter uso de veneno. “Eu não vejo problema nenhum em virem visitar minha horta, porque sei que estou trabalhando correto”, destacou.

Maddalena Moel agradeceu a recepção que teve na Cohidro e todo apoio que tem recebeu do Instituto Micael, como também de Daniela Campos, colaboradora da Ong que a acompanhou na visita à Lagarto. “A experiência hoje aqui para mim foi muito boa. Depois do Brasil, espero conhecer trabalhos parecidos com os que estou vendo aqui, também na Argentina e no Chile”, completou a estudante, indicando quais serão os próximos países que irá dar continuidade à sua pesquisa.

Agricultores de Gararu fazem visita técnica à Cohidro em Canindé

A visita culminou nos pomares de Goiaba irrigada

Quinta-feira, 7, o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, recebeu a visita de um grupo de oito produtores rurais provenientes de Gararu, ambos municípios localizados no Alto Sertão Sergipano. Pensando em diversificar os tipos de culturas que já trabalham, eles queriam conhecer as principais plantas cultivadas nesse polo agrícola que utiliza tecnologia agrícola e métodos de irrigação adaptados à realidade do clima Semiárido.

A agricultura empregada nos perímetros irrigados da Cohidro serve de modelo para outras áreas agrícolas devido ao empenho de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas que tem a função de coordenar e incentivar a aplicação de métodos aprimorados de produção, buscando fazer valer o investimento público de prover irrigação para mais de duas mil unidades de produção agrícola nos seis polos de irrigação da Empresa. Segundo o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o auxílio dos especialistas vai dos cultivos escolhidos pelos agricultores até os campos experimentais propostos pela Companhia e parceiros.

“Nossos valorosos técnicos e engenheiros ajudam os agricultores irrigantes produzirem melhor aquilo que estão acostumados, ou o cultivo que está sendo mais lucrativo da época, como também estão aptos para orientar a produção nos campos experimentais. Está sendo assim em Lagarto (Perímetro Piauí) com a Pimenta-do-reino e foi com a Maçã, Pera e Caqui, através de convênio com a Embrapa, mesma parceria que vai introduzir, em breve, a Uva no Califórnia. E não podemos esquecer do Programa Balde Cheio (originado na Embrapa São Carlos-SP) de produção leiteira, introduzido com sucesso no Perímetro Jabiberi (Tobias Barreto)”, relacionou o presidente Mardoqueu.

Perímetro Califórnia

No Perímetro Califórnia, foram duas das suas particularidades as mais observadas pelos visitantes: a experiência dos produtores irrigantes com a fruticultura, em destaque a goiaba e as técnicas por eles usadas para conviver com a aridez do clima do Alto Sertão Sergipano, ao qual compreende, igualmente, Gararu. Josias José dos Santos é presidente da Associação de Produtores Rurais de Gararu e um dos produtores que estiveram em Canindé para observar a agricultura assistida pela Cohidro.

“Como a gente já produz, têm irrigação direto do rio ou de cisterna, estamos entrevistando os agricultores, sobre as plantas que cultivam, espaçamento e tipo de adubação. Vamos tentar transferir isso daqui para nós. Eu já vi e gostei da goiaba, estamos tirando foto, catalogando as técnicas usadas. Lá temos condição de produzir, mas não conhecemos. Vamos também levar contatos sobre fornecedores de mudas e usar lá”, relatou Josias José.

Segundo Josias, eles pretendem repassar tudo que viram para os demais produtores das três localidades que enviaram representantes: povoados Monte Santo, João Pereira e Assentamento Nova Esperança. “Cada um vai ser um agente multiplicador, nossa intenção é isso”. Ele e os outros sete agricultores visitantes fornecem alimentos para Prefeitura Municipal através do Penae (Programa Nacional de Alimentação Escolar). “Todos nós somos cadastrados no fornecimento para a merenda escolar e por isso viemos aqui na intenção de diversificar a produção, procurar outras culturas”, acrescentou o produtor do Monte Santo.

O gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro foi quem recepcionou os agricultores e os orientou em toda visita, acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas, também da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto) e Joaquim Ribeiro dos Santos. “Considero como um intercâmbio técnico, é bom a gente mostrar o nosso trabalho para esses agricultores que estão interessados em diversificar os plantios, procurando fazer uma agricultura agroecologia e sustentável, aproveitando a água que está bem próximo dos seus lotes”, expôs o chefe do Perímetro que, como em Gararu, utilizada do Rio São Francisco para irrigação.

“Mostramos para eles desde o histórico do Califórnia, como está hoje, todos os dados técnicos de plantio, a produção e toda infraestrutura do Perímetro. Mostramos a importância econômica do Perímetro Califórnia para o município de Canindé. Depois fizemos a visita ao lote de José Bispo do Nascimento (Zé Branco), produtor de goiaba que é referência aqui. Ainda fomos até a EB-100 (Estação de Bombeamento), onde eu expliquei todo o sistema, como funciona desde a captação até a pressurização nos lotes”, complementou Edmilson, relatando como foi toda a visita que guiou.

Agricultura Familiar e Orgânica

Cleovan de Freitas é o Secretário Municipal de Agricultura de Gararu e estava também na visita ao Califórnia. Ele agradeceu a forma como foi recebido em Canindé. “A gente queria, de início, ressaltar o apoio que teve aqui ao chegar. A equipe da Cohidro atendeu a gente muito bem. A atenção do produtor, Zé Branco, foi muito boa, que atendeu as perguntas que a gente fez sobre adubação, mudas e poda da goiaba”, avaliou. Ele disse ainda que esses agricultores, além de fornecer para a merenda escolar, participam da Feira da Agricultura Familiar da Cidade, conduzida em parceria com a Seidh (Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos).

Feirante assídua na Feira da Agricultura Familiar é a agricultura Neusa Soares Poderoso Santos. Ela também atravessa o São Francisco para levar, os alimentos que produz com o Marido no Povoado João Pereira, em mais duas feiras no Estado de Alagoas e ainda fornece para o Penae. Mesmo com sua rotina corrida na lavoura, vendas e ainda cuidar da família, arranjou tempo de participar da visita ao Califórnia. Do que viu, chamou mais atenção a goiaba, embora também quisesse saber mais da Agricultura Orgânica praticada no Perímetro de Canindé.

“Eu Planto quiabo, melancia, milho, coentro, alface e pimentão, que forneço para a merenda escolar e trabalho na feira livre também, uma em Gararu, uma em Traipu (AL) e uma em Giral (do Ponciano-AL). Há 15 anos na luta, trabalhando no campo, consigo sustentar a família e boto o filho ainda na faculdade, um está formado e o outro está formando e tudo isso é fruto da agricultura”. Embora estudem, Ela diz que todos em casa têm que ajudar. “Eu só boto funcionário quando eu vou colher, mas para produzir e trabalhar somos nós quatro, é só a gente mesmo”, relatou Neusa.

Embora a Agricultora não tenha certificação, trabalha coma produção orgânica baseada na confiança que seus produtos conquistaram e já tem freguesia certa. “Procuram muitos produtos orgânicos, eles gostam muito. – Olha o pessoal que não usa veneno! Aí todo mundo chega para cá. É tudo na confiança. É você ver a qualidade né? Há anos a gente trabalha e dizem: – Ah, eu comprei seu Coentro e não apodreceu na geladeira, comprei na outra banquinha e apodreceu. São mais duradouros, mas é difícil de plantar, a gente perde muito”, justifica Neuza Soares, o motivo dos Agroecológicos custarem mais nas feiras livres.

Cohidro completa 33 anos de serviços a Sergipe em meio à reestruturação

Estrutura dos perímetros está sendo recuperada – Perímetro Piauí

Responsável pela tarefa de perfurar poços em todo Estado e gerenciar seis perímetros irrigados, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste dia 13 de abril, completa 33 anos atravessando uma fase de reestruturação. Graças ao Proinveste e do “Programa Águas de Sergipe”, está reformando e reequipando suas instalações que pouco sofreram melhorias desde sua fundação, na década de 1980. O financiamento federal ainda está possibilitando a compra de peças e suprimentos para aparelhar suas perfuratrizes.

Nesses seus 33 anos, a Empresa se estabeleceu como um órgão do Governo de Sergipe que, acima de tudo, promove a geração de renda em mais de duas mil propriedades rurais, garantindo sustento para mais de 14 mil pessoas. São seis perímetros irrigados em que a Cohidro fornece irrigação e promove a produção de alimentos com eficiência, tanto que estas unidades produtivas servem de modelo para o desenvolvimento agrícola do Estado, recebendo visitação de produtores rurais e acadêmicos do ramo, querendo conhecer os métodos e práticas lá aplicados.

Mardoqueu Bodano, presidente que comemora também em abril cinco anos à frente da Cohidro, contabiliza o que viu acontecer neste período, como amostra da funcionalidade da Empresa para o desenvolvimento do Estado. “Até 2015, acompanhei cerca de 500 mil toneladas de alimentos sendo produzidas nestes perímetros. Em valores atualizados, são mais de meio bilhão de reais em renda aos produtores rurais. Dinheiro que se transforma em qualidade de vida para a agricultura familiar, salários aos trabalhadores temporários e vendas, que aquecem o comércio no interior”, enumerou.

Segundo o Presidente, essa garantia de produção propiciada pela irrigação pública, além de abastecer o mercado alimentício com itens mais baratos ao consumidor, dá também aporte para que esses agricultores participarem de programas federais, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). “Desde que aqui cheguei, em 2011, vi 2,3 mil toneladas de comida sendo diretamente doadas para alimentarem, por um ano, 2,5 milhões de pessoas em insegurança nutricional. A doação é simultânea via projeto à Conab (Companha Nacional de Abastecimento) que remunerou, neste mesmo período, 1,1 mil produtores irrigantes”, acrescentou Mardoqueu.

Infraestrutura hídrica
Mas a Companhia também fortalece a permanência do agricultor no campo, provendo a água para consumo humano nas localidades mais longínquas do Estado, contribuindo com a saúde destas populações que passam a ter acesso à água limpa. “Até final de 2015, a Cohidro perfurou 3.650 poços tubulares, quase que a totalidade deles na zona rural e de uso coletivo. São localidades onde a Empresa, até hoje, faz o trabalho de manutenção e recuperação em parceria com as prefeituras e as associações de moradores, responsáveis por estes poços comunitários”, afirmou o Presidente da Cohidro.

“Além de evitar que o cidadão abandone o campo por falta de água de beber, perfurando poços, a Cohidro executa o Programa de Recuperação de Pequenas Barragens do Governo do Estado, focado na dessedentação animal. Mais de duas mil aguadas foram reformadas e ampliadas desde 2008, quando começou a ação conjunta entre a Seidh e Seagri (secretarias de estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos e da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca), via recursos do Funcep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza)”, completou Mardoqueu Bodano.

A Empresa ainda se tornou, em Sergipe, a responsável pela viabilização do “Programa Água para Todos”, levando água para o abastecimento de 1,6 mil famílias e emprega R$ 5.016.000 do Ministério da Integração Nacional, com a contrapartida do Governo Estadual de R$ 264 mil, para perfurar e equipar 40 novos poços. “Esta é só a primeira etapa do Programa, que ao todo construirá 107 destes sistemas de abastecimento em 28 municípios. Estamos na fase em que começa a construção da estrutura para prover o abastecimento nos povoados, com bombas, reservatórios e tubulações”, informou ainda o Presidente da Companhia.

Servidores
Titular da Seagri, pasta estadual à qual a Cohidro é subsidiada, o secretário Esmeraldo Leal acredita que, em maior parte, a importância e reconhecimento que tem a Companhia hoje, se deve ao empenho dos seus colaboradores. “Nenhuma empresa existe se não tiver pessoas e o que a gente já sentia, antes de estar oficialmente na Secretaria, é a força que a Cohidro tem, o papel que a Cohidro desenvolve nas regiões, no Estado de Sergipe como um todo. Secretário, pude conhecer e ter contato ainda mais próximo com os funcionários e fico impressionado com o esforço desses homens e mulheres para manter essa Empresa, que é tão estratégica”, avaliou.

Esmeraldo também relaciona a importância da Empresa ao abastecimento de água da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), que compartilha com a Cohidro a barragem ou a estrutura de alguns dos perímetros irrigados. “Por exemplo o Jabiberi, lá em Tobias Barreto que, além de ajudar a produzir em uma região árida, ajuda também na manutenção da água da cidade. O projeto de irrigação acaba tendo uma dupla função estratégica para o Estado. Em Itabaiana, em Canindé e em Lagarto, acontece a mesma coisa, a força da Cohidro acaba ajudando não só a gerar alimentos, ajuda a trazer água potável para os sergipanos dessas regiões”, colocou o secretário.

Proinveste
O Proinveste é uma linha de financiamento que a União ofereceu ao Governo Sergipe, no qual foi destinado para Cohidro R$ 11 milhões, verba que a Empresa vem utilizando para se reestruturar. Quatro dos perímetros irrigados estão recebendo reformas, depois de passarem quase 30 anos sem tais investimentos. Mas esses recursos também estão servindo para compra de equipamentos, tanto para suprir os polos de irrigação, como também para a área de perfuração poços. Mardoqueu Bodano relaciona os investimentos que a Empresa está fazendo.

“Em equipamentos já comprados, são R$ 385 mil em brocas tricônicas que agora equipam nossas seis perfuratrizes, hoje todas em funcionamento. Na aquisição de uma retroescavadeira e um compressor de ar, novos, foram empenhados mais R$ 200 mil. Licitados, são outros R$ 119 mil em bombas submersas, para atender os novos poços. Para novos equipamentos de bombeamento, irrigação, energia solar e veículos de transporte, serão injetados mais de R$ 2 milhões nos perímetros irrigados Califórnia, Piauí, Ribeira e Jabiberi e outros R$ 5,3 milhões, na recuperação estrutural destas mesmas instalações”, informou o Presidente da Cohidro.

Águas de Sergipe
A Cohidro participa de um movimento que pretende tanto recuperar como garantir, às próximas gerações, o acesso aos recursos hídricos na Bacia do Rio Sergipe: o Programa Águas de Sergipe (PAS). Coordenado no Estado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e contado com recursos oriundos de financiamento do Banco Mundial, a Empresa Pública terá R$ 12 milhões para a adequação dos seus três perímetros irrigados inseridos neste ecossistema, mantendo o potencial produtivo sem que sejam afetados pela gradativa redução da água disponível para a agricultura, evitando ainda que esta exploração degrade o meio ambiente.

Em Itabaiana, os perímetros da Ribeira e Jacarecica I terão todo sistema de irrigação trocados para um modelo mais eficiente e econômico: a Microaspersão e serão instaladas válvulas 100% automatizadas, que restringem o uso abusivo de água, reduzindo o atual consumo dos 3.200 metros cúbicos por hectare, para 1.200. “É inevitável que as cidades cresçam, assim como suas populações e isso aumente o consumo de água potável oriunda das reservas hídricas compartilhadas conosco. Por isso são urgentes essas ações em prol da economia, desde já”, concluiu Mardoqueu Bodano, enfatizando que “antes da eficiente, a Cohidro precisa trabalhar de forma responsável”.

Parceria firmada entre SAAE e Cohidro garante construção de novo poço artesanal para comunidade do Povoado Timbó

Poço

Parceria firmada entre SAAE e Cohidro garante construção de novo poço artesanal para comunidade do Povoado Timbó
Cerca de 230 famílias residentes no Povoado Timbó serão beneficiadas com a implantação de um novo poço artesiano na localidade. A obra será iniciada esta semana graças à parceria firmada entre o Serviço Autonômo de Água e Esgoto (SAAE) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que juntos irão garantir o fornecimento de água para os cidadãos residentes na comunidade.

Os acertos finais, para que o processo de construção do poço possa ser iniciado, foram realizados na manhã desta segunda-feira, 04, com uma visita em loco realizada pelo diretor técnico do SAAE, Antônio Roberto, o Geólogo da Cohidro, José Albuquerque e o coordenador de espaços públicos do município, Valmir Silveira. “O novo poço terá uma profundidade aproximada de 60 metros, segundo o planejamento desenvolvido pela Cohidro. Nos responsabilizamos pela perfuração, que será concluída no prazo de 10 dias a partir do início dos serviços”, explica Albuquerque.

Com a perfuração concluída será a vez das equipes do SAAE realizarem a instalação do sistema de bombeamento e distribuíção. “Esse serviço demanda um pouco mais de tempo e cuidado, mas nossa previsão é que dentro de 30 dias, após a conclusão da perfuração, consigamos deixar tudo funcionando e atendendo as necessidades dos moradores. Estamos realizando todos os estudos técnicos para garantir a qualidade da água, que beneficiará não só o abastecimento das residências, mas também o da escola local”, destaca Antônio Roberto.

Para a nova diretora-presidente do SAAE, Artemise B. de Goes Dantas, esta parceria é de extrema importância para melhoria da qualidade de vida daquela comunidade. “Estou muito feliz em estar iniciando minha gestão com a oportunidade de somar esforços para que se concretize o desejo da gestão em conquistar o fornecimento de água para esses cidadãos”, destaca.

O líder comunitário do Povoado Timbó, Jailson Alves Pereira, aplaudiu a iniciativa da Administração Municipal e se colocou a disposição para colaborar no que for possível. “Graças a esse serviço a população do Povoado Timbó poderá contar com abastecimento de água e isso é maravilhoso. Com o empenho de todos conseguimos fazer esse projeto sair do papel e tomar forma, beneficiando os cidadãos”, comemora.

Fonte: Gabriele Frades – Ascom / Prefeitura de São Cristóvão

Revista Exame aponta Sergipe como novo polo agrícola nacional

A Revista Exame, especializada em economia e negócios, traz o estado de Sergipe como novo polo agrícola brasileiro. A edição de número 1.110, publicada em março, mostra como o agronegócio cresce, apesar da crise, alcança safras recordes e incorpora novos polos, a exemplo de Sergipe, destaque na produção de milho.

Em 2015, o setor colheu uma safra recorde de grãos e fechou o ano gerando um saldo positivo de U$ 75 bilhões na balança comercial. Para este ano, a previsão é que os agricultores colham mais de 210 milhões de toneladas de grãos, quebrando o recorde de produção pelo sétimo ano seguido.

O texto apresenta a produtividade e a eficiência como responsáveis pelo alto rendimento do setor e pelo surgimento de novos polos agrícolas. A publicação cita Sergipe como exemplo novo polo. “O aumento da eficiência continua se disseminando pelo país, incorporando novos polos agrícolas. O mais recente exemplo vem de Sergipe, o menor estado brasileiro em extensão territorial. Atraídos pela possibilidade de ter clientes cativos para sua produção, os agricultores desenvolveram plantações de milho com sementes melhoradas e manejo adequado”, diz a matéria.

A revista ressalta a safra sergipana recorde de milho: mais de 1 milhão de toneladas do grão, que passou a ser chamada de terceira safra por complementar as colheitas de verão e de inverno das principais regiões produtoras do país.

Para o secretário de Estado da Agricultura de Sergipe, Esmeraldo Leal, o apoio do Governo do Estado, por meio da distribuição de sementes e da assistência técnica, é importante para o bom resultado da sara de milho. “O programa de distribuição de sementes de qualidade, o programa de mecanização agrícola, aliados à assistência técnica da Emdagro e Cohidro, e a força e determinação do agricultor familiar são fundamentais para esse resultado. Além, é claro, dos fatores favoráveis no estado, citados na reportagem, como solo fértil e chuvas regulares no inverno, além do importante trabalho da Embrapa, que passou a divulgar os resultados de pesquisas demonstrando o potencial de Sergipe na produção de milho com a adoção de técnicas mais modernas, incluindo o uso de sementes melhoradas”, declarou.

Esmeraldo Leal diz que a produção deste ano será recorde, acompanhando a tendência nacional. “É importante destacar que, mesmo neste período de dificuldade financeira, o Governo de Sergipe vem distribuindo as sementes antes do período das chuvas. Foram entregues 657 toneladas de sementes, em parceria com a Conab, para 40 mil agricultores familiares, um investimento de R$ 4.073.588,00”.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Fertirrigação e cultivo em lona contribui com Tomate em Perímetro da Cohidro

Estima-se uma colheita de 2 mil caixas de tomate fertirrigado no Perímetro Piauí

Sistema com uso de lona viabiliza o cultivo de tomate irrigado para os agricultores atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no Perímetro Irrigado Piauí, que a Empresa Pública administra no Município de Lagarto. Neste primeiro semestre do ano, perto de duas mil caixas de Tomate (30 quilos) serão colhidas no método aonde a água que chega até a planta, via gotejamento, é fertilizada. A lavoura não requer estaqueamento, porém a proteção plástica não deixa o fruto tocar o solo, evitando doenças.

O Tomate Ty 600, híbrido cultivado pelos agricultores irrigantes do Perímetro Piauí é do tipo salada, com frutos grandes e rijos e tem peso médio de 180 a 210 gramas, tamanho que se mantem uniforme em todo ciclo de colheita. A coleta é feita geralmente após os 75 dias de plantio, com 70 a 80% dos frutos maduros, repetindo o processo duas vezes, num intervalo médio de uma semana. Embora a variedade utilizada seja resistente a muitas doenças, a safra dos dois produtores em Lagarto foi atacada pela Broca-pequena do Tomateiro, provocada pela mariposa Neoleucinodes elegantalis.

Devido ao ataque da praga, a expectativa era de uma safra 60% maior, conforme comentou o agricultor irrigante José Edmilson dos Santos. “Colhi 600 caixas, eram para ser 1.500. A chuva atrasou a colheita e como essa foi a primeira vez, só arranquei uma vez o mato”, justifica o produtor. As plantas invasoras, que servem de hospedeiro para pragas e o maior tempo de exposição do fruto aos insetos, prejudicou a colheita dele, mas isso não o desanima. “Eu sempre quis plantar o Tomate, pois é um plantio arriscado, tanto pode ganhar muito, como pode perder. Vou cuidar melhor na próxima, fazer mais de uma dessas limpezas de mato”.

O rendimento médio da colheita do Tomate de José Edmilson foi de 786 caixas por hectares (ha). Ele plantou quatro mil plantas em uma área de 0,76 ha, no sistema Mulching, onde uma lona cobre o canteiro e as mangueiras do sistema de gotejamento. A irrigação, desse tipo, molha somente o solo onde são transplantadas as mudas, após os 25 dias de semeadura, que crescem pelos pequenos furos na cobertura plástica.

A lona plástica evita o contato do fruto com o solo e tem a face externa branca, o que tem função tripla ao refletir a luz do sol, pois a planta recebe mais luminosidade, aumentando seu metabolismo na fotossíntese, mesmo motivo que diminui a incidência de fungos, por não reter umidade e pela baixa absorção de calor da coloração, a temperatura do solo diminui. O agricultor utilizou, em sua plantação de Tomate, quase três mil metros do produto, a um custo aproximado, incluindo as mangueiras, de R$ 3,5 mil. Mas a isso ainda se soma os custos com sementes, mão de obra e os nutrientes da fertirrigação, que é a adubação feita constantemente via a irrigação.

“Tenho muito que agradecer a Cohidro, pois mesmo na época de chuva a Empresa ligava as bombas, para irrigar e distribuir a adubação nos tomateiros. O técnico agrícola Willian Domingos prestou assistência técnica e sempre estava aqui me acompanhando”, referenciou Edmilson, sobre o apoio dado pela Companhia. Agora, depois de colhido o Tomate, ele pretende introduzir imediatamente, como cultura rotacional, o Milho e o Quiabo, que lhe renderá colheitas até setembro e outubro. Depois, retorna o plantio do fruto como fez desta vez, em dezembro.

Gilvante Teixeira, gerente do Perímetro Piauí, conta que orgulha ao Perímetro ter agricultores preocupados em tornar a produção mais eficiente, investindo em tecnologia. “As áreas irrigadas são pequenas, 1,5 ha em média, mas pelo fato de receberem irrigação contínua, esses pequenos lotes se transformam em grandes unidades produtoras que geram alimento o ano todo. Mas em casos como de José Edmilson e ainda de Gildeon Dias, que experimentam novas técnicas de plantio com base na irrigação, eles superam esta realidade já positiva. Quem investe mais, acaba por lucrar mais”, avaliou.

Já o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, analisa que além do aumento na renda e competitividade do produto gerado no Perímetro Irrigado, ganha o mercado e o cidadão, com mais oferta de produtos. “Os alimentos se tornam mais acessíveis e todos ganham. O produtor gera mais renda, pois produz melhor e pode também arriscar plantar diferentes tipos de alimentos usando essas tecnologias, dinamizando sua oferta, fazendo novos negócios. É mais produção, maior variedade para o povo sergipano, que acaba por pagar menos, já que não precisa arcar com o custo de importar tudo do Sul do País, nesses casos”, disse.

Gildeon Dias dos Reis plantou, no mesmo sistema Mulching, o Tomate fertirrigado, em três áreas que somadas correspondem a 1,2 ha. Começou a colher em 4 de março em uma área de uma tarefa, onde obteve 222 caixas, rendimento médio de 727 caixas/ha. Na segunda área, com coleta iniciada dia 10 e de 1,5 tarefas, o rendimento quase dobrou, colheu 560, média de 1.223 caixas/ha. Agora, dia 30, ele começou a colheita da terceira área, de tamanho igual ao da primeira.

Se neste último plantio, Gildeon seguir no mesmo ritmo da sua segunda área e se a produtividade ainda não melhorar, o produtor irá colher, ao todo, em torno de 40 toneladas de tomate. “Vendo a caixa do Tomate no valor de R$ 30 a R$ 35, pois entrego direto ao feirante”, relatou. O investimento anterior que ele fez, na compra de caixas plásticas para o transporte, lhe garante a vantagem de não precisar de atravessadores intermediários, que diminuem o valor pago pelo produto.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Rural da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o agricultor tem que se sentir privilegiado por ter a irrigação pública em seu lote. “Se ele não tem os custos que um agricultor normal teria para implantar o sistema de irrigação na sua lavoura, a exemplo da compra de bombas, tubos e etc, ele deve então investir em tecnologia de produção e ferramentas que o ajudem a produzir e vender melhor”, finalizou.

Última atualização: 29 de novembro de 2018 12:49.