Irrigante pela Cohidro aposta em tomate fertirrigado no Sertão Sergipano

O plantio irrigado ocupa uma área de 1,5 ha

Partindo do conceito de diminuição dos custos com infraestrutura e mão de obra, o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro (o popular Sidrack), assistido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado Califórnia (Canindé de São Francisco), aposta na variedade de Tomate Ty 2006, que dispensa o uso de estaqueamento, é resistente ao Geminivírus e se adéqua ao sistema de fertirrigação, onde a adubação é levada até a planta por meio da irrigação por gotejamento. Na primeira de três áreas que pretende implantar, o Agricultor quer colher 3,6 mil caixas em 1,5 hectares.

O Geminivírus, transmitido pela Mosca Branca, praticamente dizimou o cultivo do Tomate no Vale do Rio São Francisco no início da década passada. Com o surgimento de variedades híbridas como a Ty 2006, associado ao manejo correto de espaçamento e correção de solo, o problema foi superado, despontando atualmente o Semiárido Baiano como grande produtor do fruto. Atrás desses resultados, Sidrack adequou a variedade a um sistema de fertirrigação amparado pela irrigação pública, fornecida pelo Governo do Estado através da Cohidro.

“Acho que até o pequeno produtor, tem que estar atento às novidades da tecnologia. Antes, aqui o cultivo era feito sem a irrigação por gotejamento e a fertirrigação, situação em que se tem um trabalho maior, para suprir o que a planta requer”, justificou Sidrack. No método de adubação que aderiu os nutrientes complementares à planta são transferidos por meio da água, que já é o meio de transporte dos elementos naturais fundamentais à sobrevivência vegetais, a citar o Hidrogênio, Oxigênio e sais minerais.

O trabalho começou a partir da análise de solo via laboratório, para depois reparar as deficiências que precisam ser corrigidas. “Além do esterco de gado, usado para adubar o solo, a partir da análise pudemos saber o quando era necessário repor de Nitrogênio, Potássio e Fósforo (NPK)”, complementou Sidrack. Paralelo a isso, o Agricultor desenvolveu o plantio das mudas de Tomate em sua estufa. Na instalação ele produz mudas de outras plantas que cultiva, mas também para comercialização, atendendo produtores do Califórnia e do Jacaré-Curituba, Perímetro Irrigado administrado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), em Canindé e Poço Redondo.

As mudas hoje com 28 dias de transplantadas da estufa-berçário, têm um acompanhamento frequente para suprir suas necessidades de fertilização e é onde entra a assistência fornecida pela Cohidro. O técnico agrícola da Empresa, Antônio Roberto Ramos (Beto), é o responsável por atender o setor do Perímetro Califórnia onde se encontra a nova plantação de tomates. “Nesse caso, oriento o Sidrack nas alterações que podem ser feitas na dosagem de cada um dos adubos usados para nutrição da planta, via irrigação por gotejamento. Dependendo do estágio em que se encontra, a idade e aspecto da planta, é necessário alterar a proporção do NPK adicionado à água”, considerou.

Utilizando canteiros com espaçamento de 2,5 metros entre eles, e de 0,60 entre uma planta e outra, a plantação é irrigada, na maior parte do terreno, por duas mangueiras microperfuradas em cada leira. Por ser um declive, na seção menos elevada da área, os canteiros são atendidos por só uma mangueira. “É uma forma de compensar a dispersão de água neste nível, pois na parte alta, onde há menos pressão, a água sai com menos força e poderia até não sair se na parte mais baixa tiver uma vazão maior, ou seja, se usarmos duas mangueiras também”, complementou o técnico Beto.

Uva fertirrigada
Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro disse não ser a primeiro cultivo via fertirrigação por gotejamento no Pólo de Irrigação, mas em poucos casos se mostraram ser tão eficazes como o de Levy Alves. “É um investimento bem estruturado o que Sidrack está fazendo e há até projetos bem mais elaborados para um futuro bem próximo, como é o caso do acordo transferência de tecnologia que está sendo firmado com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Semiário de Petrolina (PE), onde vai ser usado o mesmo sistema para o cultivo da Uva”, ressaltou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, esclarece que o convênio com a Embrapa foi propiciado via Emendas Parlamentares (EP) propostas pelo senador sergipano Antônio Carlos Valadares. “A primeira EP de Valadares, há dois anos, beneficiou o nosso Perímetro Piauí, em Lagarto, levando para lá campos experimentais de Maçã, Pera e Caqui, dois mil pés de cada uma. Nesta terceira empreitada, será trazido para o nosso Sertão o cultivo de Uva. Todos plantios já em estágio de produção comercial em Petrolina, que deram certo”, compartilhou sobre a inovação que chegará ao Califórnia ainda este ano.

Rotação de culturas
Beto esclarece o período produtivo dos tomates, que pode durar até 130 dias. “Por 20 dias, depois de plantadas em bandejas, as pequenas mudas ficam na estufa. Depois de transplantadas, elas vão demorar mais 80 dias no campo até começar o ciclo produtivo, que vai propiciar uma colheita por semana, que vai durar entre 25 e 30 dias”, esclareceu. Para depois disso, o Técnico da Cohidro orientou o Produtor introduzir um outro tipo de planta, de preferência uma leguminosa, como o feijão de corda, ou o milho, para repor nutrientes perdidos no solo e prevenir doenças. “Na rotação de culturas, você quebra o ciclo de algumas pragas que atacam só o tomate. Mudando a cultura, a praga perde a ação”, completou.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, afirma que o sistema de irrigação por gotejamento é algo bem-vindo aos perímetros da Empresa. “Há culturas que se adaptam bem ao método e se desenvolvem evitando excesso de umidade, reduzindo a ação dos fungos, como é o caso do tomate. No mais, é um sistema de irrigação que proporciona economia de água, pois a água só cai no pé da planta, o que na fertirrigação trás enorme vantagem para seu desenvolvimento”, finalizou.

Dia do agrônomo foi comemorado com palestra de Carlos Britto

Dia do Agrônomo

Agrônomos foram homenageados nesta terça-feira, 13 de outubro, pela Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (AEASE) em solenidade que contou com a participação do Secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal dos Santos, representando o Governo Estadual. A solenidade contou com palestra do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres de Britto com o tema “A ética como indutora no combate à corrupção e para o desenvolvimento do Brasil”; seguida da entrega do título de agrônomo do ano ao Engenheiro Luiz Mário Santos.

O Presidente da AEASE, Naum Araújo, disse que o evento tinha o objetivo de comemorar o dia do Engenheiro Agrônomo, 12 de outubro, trazendo um debate fluente e promovendo a celebração entre os profissionais da categoria, parentes e amigos. “Nossa expectativa é de que possamos sair deste encontro congregados e valorizados com a palestra do ministro Carlos Britto e do título de agrônomo 2015 para o Engenheiro Luiz Mário que ao longo dos seus 45 anos de profissão se destacou como pesquisador na área da fruticultura.”

O Secretário Esmeraldo Leal destacou a AEASE como importante parceiro do Estado no debate e proposição de questões voltadas para a agropecuária sergipana. “É como muita alegria que venho trazendo o abraço do governador em exercício Belivaldo Chagas e do governador Jackson Barreto para esta categoria que tanto tem contribuído para o desenvolvimento do estado”.

Ele destacou também que os números positivos na agropecuária sergipana se dá, também, com o trabalho do agrônomo. “Apesar de sermos um estado pequeno, nos orgulha ver que nossa produção e produtividade se destacam em relação a outros estados do Brasil, a exemplo do milho, do arroz, do leite e da laranja. Devo concordar com a música que diz que Deus é sergipano, porque temos aqui todas as condições favoráveis: homens e mulheres que trabalham com muito gosto no campo, um clima ameno em relação a outros do nordeste, uma terra fértil e, além de tudo isso, temos a força e a qualidade profissional e tecnológica dos agrônomos que em muito contribuem para o desenvolvimento de nosso estado. Essa soma de esforços entre os homens e mulheres trabalhadores rurais e o profissionais da agronomia muito nos orgulha, parabéns a todos”, concluiu o secretário.

Palestra com Carlos Britto

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, disse que o Brasil atravessa um período muito difícil e conturbado com uma crise simultaneamente ética, econômica e política. Ele traçou uma retrospectiva histórica para explicar que sofremos consequências da forma que foi feita a colonização Brasileira e comparou o processo de colonização brasileiro com o norte-americano para sustentar as raízes da histórica crise ética brasileira. “Permito-me dizer que os nossos males começam desde a colonização. Nosso processo de ocupação do solo brasileiro não foi virtuoso como o norte-americano. Lá a sociedade chegou antes do Estado, aqui o contrário, o que teve consequências até hoje”.

O ministro conta que tivemos um início de república conturbada. Logo no início até 1930 tivemos uma republica dos coronéis, com aqueles maus costumes da colônia de grandes propriedades rurais, eleição à bico de pena, influência econômica no processo eleitora, entre outros. Logo veio o período Vargas e a tentativa de permanência no poder. A constituição democrática de 1945, mas que era mais no papel do que de fato.

Carlos Britto passou a elogiar o Brasil com a chegada da Constituição de 1988 “que nos últimos anos vem turbinando a cidadania e fortalecendo as instituições”. “O país conseguiu uma Constituição essencialmente democrática, que investiu na sua própria força normativa para resolver coisas importantes, sem mediador”. Ele explicou que à luz dessa Constituição o Poder Legislativo produziu leis exemplares como a Lei da Ficha Limpa, A Lei Anti Corrupção Eleitoral, Lei Maria da Penha, Lei de Acesso à Informação, entre outras. Também à luz dessa Constituição o STF vem tomando medidas saneadoras dos novos costumes e afirmando princípios como o da publicidade, moralidade e impessoalidade.

Ao falar sobre ética Ayres citou o Bispo emérito Dom Pedro Casaldáliga quando disse: “Ética é ter vergonha na cara e amor no coração”. É imprescindível o respeito pelo cidadão, pelo erário, pelas leis, evitar nepotismo e patrimonialismo?. Ele cita ainda a frase do ex-presidente norte-americano Thomas Jefferson: “a arte de governar consiste exclusivamente na arte de ser honesto”. O ministro levou o público a refletir que a moralidade, a honestidade e a ética depende de uma decisão de dentro para fora do indivíduo, e concluiu este ponto dizendo “inteligente é ser honesto”.

Ayres conclui a palestra dizendo que o país reúne condições de superação de suas dificuldades. O maior aspecto, segundo ele, é que temos uma Constituição primorosa que começa a produzir efeitos e a se incorporar no nosso cotidiano “Uma Constituição que nos lega à democracia que é o valor dos valores, o princípio dos princípios”. Outra condição é a criatividade. Ele aconselha dizendo precisamos agora é ser mais propositivos frente aos desafios, e cita o exemplo da Espanha em relação à crise de desemprego. “Lá eles resolveram abrir micro-crédito para a população montar seu próprio negócio. Acredito que sem abrir mão da honestidade, praticando o rigor da penalização podemos usar da nossa criatividade para superar as dificuldades. Esse é o quadro que queria traçar para vocês”, finaliza.

A programação da AEASE seguiu entregando os títulos de engenheiro do ano 2015 ao agrônomo Luiz Mário Santos da Silva, seguido de coquitel. Participaram ainda da programação o reitor da Universidade Federal de Sergipe, Angelo Roberto Antoniolli, o diretor-presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano, o Chefe Geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Manoel Moacir, e o representante do Confea, João Bosco Lima.

Orgânicos assistidos pela Cohidro se reúnem em Lagarto

Produtores e técnicos fazem do encontro uma oportunidade para aprender e trocar experiências

Terça-feira, 6, aconteceu mais um encontro dos produtores orgânicos instalados em Lagarto. No lote do agricultor Delfino Batista, os irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí – administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) – e outros membros do Organismo de Controle Social (OCS) se reuniram para aprender a fazer a Calda Bordalesa e para discutir a atuação do grupo, idealizando uma maior união para superar dificuldades.

Delfino, anfitrião do encontro, disse que já são cinco anos desde a criação da OCS que participa. Ele considera que se fossem mais unidos, seria mais fácil de conseguir os benefícios para o grupo. “Como por exemplo ir para Aracaju levar nossa produção orgânica. Seja dividindo os custos ou de ir buscar no Poder Público a ajuda para conseguir isso”, considera o produtor, se valendo do fato de ser a Capital Sergipana o mais promissor mercado para a produção orgânica.

Técnica da Gerência de Desenvolvimento Agrário da Cohidro (Gedea), Maria Terezinha Albuquerque também considera a união dos produtores essencial, pensando nos programas governamentais de compra da produção. “Ano que vêm passa a valer um Decreto do Plano Safra da Agricultura Familiar, que determina a todos os órgãos da Administração Federal que recebem recursos para a compra de alimentos, a aplicação mínima de 30% dos recursos na agricultura familiar,” alertou, reiterando que só se agrupando em associações regulamentadas, os produtores poderão fornecer para o poder público.

Josevan Lisboa Batista, embora não seja um agricultor irrigante com área produtiva dentro do Perímetro Piauí da Cohidro, tem se beneficiado da troca de experiências tratada nos encontros, onde produtores colaboram entre si sob a orientação dos técnicos da Empresa. Na sua opinião, é preciso buscar mercados onde o orgânico seja valorizado, para assim obter mais retorno da atividade. “Entrego a minha produção só a pessoas de Lagarto, todo sábado e vivo hoje exclusivamente da minha produção, daquilo que eu e a minha esposa produzimos, pois se for contratar não compensa”, expôs ele, que tem lote no povoado Colônia Treze e pertence a mesma OCS dos irrigantes do Piauí.

A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, concorda que seja necessária a organização dos produtores para a conquista de novos mercados, disponibilizando os recursos do escritório da Cohidro para auxiliar sempre que possível. “Fazemos todo o possível para que estes produtores possam atuar em mercados maiores, em outras cidades e na Capital Aracaju. Toda e qualquer oferta que nos é oferecida de um espaço para a venda de produtos orgânicos, é sempre repassada aos produtores que, quando estão aptos ao fornecimento contínuo de alimentos, são sempre bem aceitos nesses locais de comércio”, destacou ela, incentivadora dos encontros dos orgânicos, que até já resultou em mutirões nos lotes irrigados.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, se orgulha em fazer parte deste processo de transformação dos pequenos produtores familiares em empreendedores da agricultura orgânica. “Ao contrário do que se pensa, ao ver o agronegócio e suas enormes máquinas ceifadeiras, estes pequenos estão a um passo à frente, pois trabalham com a alimentação saudável, em propriedades sustentáveis onde não há agressão ao meio ambiente, se comparada às grandes plantações empresariais. A Companhia presa por esta mudança de conceito produtivo e apoia sempre para que essas iniciativas se desenvolvam”.

Novos adeptos

Há um ano e três meses, Iolanda Farias Alves atua como agricultora familiar em uma área coletiva da Associação dos Futuros Produtores de Lagarto, instalada no Perímetro Piauí. São quatro produtores que cultivam em conjunto na área que pertence ao grupo. “Estou participando desta reunião pela primeira vez, após o convite que recebi de Delfino. Acho muito interessante a ideia de produzir sem agrotóxico, se for possível, gostaria de trabalhar com isso também e até fazer parte desta OCS”, disse.

Calda Bordalesa

Técnico agrícola da Cohidro, Marcos Emílio Almeida fez uma demonstração prática de como preparar a Calda Bordalesa aos produtores. Segundo ele, a descoberta da receita foi meio que por acaso, quando no Século XIX o botânico francês Pierre Marie Alexis Millardet notou que alguns vinhedos da região de Bordeaux – que dá o nome ao insumo – não apresentavam debilitações por fungos. Após indagar aos produtores de uvas, descobriu que estes aplicavam a calda, composta por sulfato de cobre e cal, com a intenção de amargar os frutos para que ninguém viesse furtar os parreirais.

“Além de combater os fungos, as pesquisas revelaram que se trata de um excelente inseticida e ainda combate algumas bactérias. Sendo pouco tóxico é um produto autorizado para uso na agricultura orgânica, basta fazer uma lavagem para consumir”, explicou Marcos. Ele revela que a receita é composta pela fração de 1% de cada um dos ingredientes, para um volume de água. “No caso aquide 20 litros de água, usamos 200 gramas do Sulfato e outros 200 gramas da cal virgem. Dilui-se estes sólidos separadamente, cada qual em um litro daquela água, até formar uma pasta homogenia”, acrescentou.

Após a dissolução dos produtos na água, eles são misturados entre si e depois ao restante da água a ser usada. Dai então, se for usado um pulverizador na aplicação, é importante coar em um pano ou peneira. Mas o agricultor tem que estar atento a outros detalhes, como explica Marcos Emílio. “Quando for misturar os dois produtos dissolvidos, sempre se deve acrescentar o Sulfato de Cobre na Cal, nunca o contrário, pois pode dar errado. Importante também alertar que a Calda não deve ser aplicada em sementeiras, em mudas de tomate só depois de elas terem mais de quatro folhas”, revelou.

Marcos ainda alerta que a aplicação deve ser feita nos horários de menor insolação, no começo ou no fim do dia, a fim de evitar que as folhas sejam queimadas pelo calor do sol. “Não menos importante, mas um fator que pode interferir na qualidade do produto é a acidez. Então, aconselha-se medir o PH da solução final, usando até um papel indicador de PH em água de piscina, fácil de encontrar no comercio. Se indicar um número abaixo de 7 ou 8, é recomendável diminuir a acides colocando mais Cal, em nosso exemplo de 20 litros de água, acrescentar então mais 10 ou 20 gramas do produto por vez, até dar um número aceitável”, concluiu.

 

12 de outubro – Dia do Engenheiro Agrônomo

12 de outubro – Dia do Engenheiro Agrônomo

O Dia da Criança, além de ser da Padroeira do Brasil, é também quando se comemora o dia do Profissional chave na atividade extensionista de assistência ao produtor rural, o ENGENHEIRO AGRÔNOMO. Na Cohidro, seja na tecnicização da irrigação, ou na orientação no modo certo de plantar ele tem papel fundamental.

Parabéns a todos os Agrônomos, que dedicaram suas vidas à profissionalização do campo.

Feira do Produtor Rural leva à Capital a agricultura irrigada pela Cohidro

30 produtores expuseram e venderam na Feira do Sebrae – apoio da Seidh que forneceu as bancas

Segunda-feira, 5, foi comemorado o Dia da Micro e Pequena Empresa. O Sebrae Sergipe, findando as atividades do Movimento Compre do Pequeno Empreendedor, realizou a Feira do Produtor Rural em Aracaju, na Praça Fausto Cardoso. Das 30 barracas que vendiam produtos agrícolas e seus derivados, três eram mantidas por agricultores irrigantes atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro). O evento reforçou a função de pequeno negócio que desempenha a agricultura familiar.

Dois agricultores são irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí da Cohidro em Lagarto, trazendo à Feira hortaliças orgânicas e derivados de mandioca produzidos em seus lotes no pólo de irrigação. Uma terceira banca era compartilhada por agricultores que constituem a Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5), formada por produtores orgânicos ou que têm produções com aptidão agroecológica, instalados no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. De lá vieram hortaliças, frango e ovos caipiras, além de doces caseiros.

Segundo Luciana Oliveira Gonçalves do Sebrae, uma das coordenadoras do Evento, são todos produtores já assistidos pela Instituição e justifica a atenção dada aos agricultores. “Os pequenos produtores também estão inclusos nos parâmetros de pequenos empresários. O Sebrae além organizar a estrutura, forneceu transporte para aquele que não tinham veículo próprio, disponibilizando três rotas de escoamento da produção: Alto Sertão, Sul e Agreste Sergipano”, informou, acrescentando que a Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) emprestou as bancas da Feira da Agricultura Familiar para o evento.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, parabeniza o Sebrae pela iniciativa e fica feliz com o resultado da Cohidro ao atender esses irrigantes, fornecendo água e assistência técnica para a produção. “Eles precisam de acesso ao consumidor final, pois alimentos de qualidade eles têm para fornecer. Faltam-lhes tanto meios para trazer do campo para cidade esses produtos, quanto também locais apropriados para expor essa produção diferenciada e que não se encontra nos supermercados, por se tratar de alimento saudável e de procedência confiável, natural e sem agrotóxicos”, confirmou.

Lagarto

Joselita Maria da Silva garante que sua produção agrícola, no lote que mantêm com a família no perímetro Piauí, é livre do uso de agrotóxicos. Depois de participar da Semana de Capacitação Empresarial – Sebrae No Campo, que ocorreu de 21 a 26 em várias cidades do Estado, ela foi convidada pela Instituição à expor para venda a sua fabricação artesanal de derivados da mandioca. Foram 100 quilos de tapioca, 50 de farinha de puba, 30 de farinha e 20 quilos de tapioca seca, tudo feito no mesmo lote de onde é colhida a matéria prima.

“É a primeira vez que venho em uma feira pública na Capital. Hoje participo da feirinha da Praça Filomeno Hora, formada só por agricultores atendidos pela Cohidro todo sábado, pela manhã. Para lá não levo só tapioca e farinha como hoje aqui, também vendo verduras que produzo no meu lote no Perímetro. Viemos num carro fretado por nós e que o Sebrae vai custear o gasto com combustível”, contou Joselita. Antes, ela foi um dos 99 beneficiados por kits do PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), fornecidos pelo convênio entre a Companhia e novamente o Sebrae, em todo Estado.

Também convidado pelo Sebrae durante a Semana de Capacitação Empresarial, foi o irrigante Raimundo Carlos de Almeida. Ele trouxe 30 molhos de rúcula, 150 dos cinco tipos de alface que produz, 100 de pepino e cebolinha, 200 de couve e muito brócolis, salsa, coentro, repolho, chuchu, vagem, limão, coco e tomate cereja. Além da grande quantidade e variedade de itens que Raimundinho dispôs à venda na feira, sua produção é reconhecida como legitimamente orgânica, por ser registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como um dos 10 integrantes do Organismo de Controle Social (OCS) que atua em Lagarto.

“Só tinha vindo aqui em Aracaju vender milho orgânico certa vez. A feira está boa, graças a Deus ta vendendo razoavelmente bem. Garanto que é tudo orgânico e tenho a certidão de registro para mostrar ao cliente, por isso tenho o retorno do comprador que pode confiar no produto sem agrotóxico que vendo”, analisou Raimundinho, que vendeu todo o enorme estoque de hortaliças que levou à Feira do Produtor Rural do Sebrae.

Maria Terezinha Albuquerque, Técnica Agrícola da Gerência de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, avaliou ter sido bastante compensatória a participação dos irrigantes pela Cohidro na Feira. “Fiquei muito contente em saber que eles puderam vender tudo que levaram. Essas poucas vezes que eles podem vir trazer à Aracaju a sua produção orgânica ou natural, eles têm alcançado o sucesso esperado para uma produção assistida pelo Governo do Estado, num evento organizado pelo Sebrae”, comentou, considerando ser a união de esforços destes agricultores irrigantes, a única forma de conquistarem os mercados além de seus municípios.

Bio5

União é o que acontece na Bio5 de Canindé, onde 10 agricultores irrigantes cooperam entre si, inclusive na realização de mutirões uns nos lotes dos outros. Seis deles constituíram um OCS reconhecida pelo MAPA e cada vez mais produtos são elencados à lista de itens produzidos sob a aptidão agroecológica. Na Feira do Sebrae, eles trouxeram vegetais como coentro, quatro tipos de alface, fava verde, couve, cebolinha e rúcula, tudo embalado para durar mais e garantir maior higiene. Além disso, teve frango e ovos caipira e doces caseiros, produzidos com as frutas colhidas no Perímetro Califórnia.

Quitéria da Silva Araújo é uma das agricultoras integrantes do OCS que esteve na Feira do Produtor Rural expondo seus produtos. “Estou achando muito boa, é primeira vez que venho vender em Aracaju, se tiver outra vez eu venho de novo”, avisou. Igualmente da OCS e integrante da Bio5 é Maria Aparecida Nascimento Santana. “Viemos com o carro fretado pelo Sebrae e ainda terá para nós a alimentação garantida. Muito bom poder contar com este apoio para vir vender”, comentou Cida. Os filhos das duas e de outros integrantes da Associação compõem outro grupo, o B5-Jovem.

Recentemente estes jovens participaram de um curso de 40 horas,oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), sobre empreendedorismo. Conforme explicou Tito Reis, técnico agrícola da Cohidro que acompanha o desenvolvimento destes dois grupos. A intenção é repassar aos filhos, a incumbência da comercialização dos produtos orgânicos gerados nas propriedades das famílias.“Inovar é preciso. Seja na capacitação, adoção de conceitos de higiene com os alimentos e no aumento da variedade de produtos a serem oferecidos. Esses produtores estão sempre abertos às novidades que diferenciem seus produtos dos demais”, completou.

Pra Sergipe Avançar: Distribuição de Sementes, Horas Trator e Irrigação

O governo está investindo R$ 6,5 milhões do Proinveste na recuperação dos perímetros irrigados da Cohidro: Piauí, Califórnia, Jabiberi e Ribeira. O Águas de Sergipe vai investir R$ 12 milhões na redução do consumo hídrico nos perímetros irrigados: Ribeira, Jacarecica I e II.

Em 2014 o Governo forneceu a água de irrigação e assistência técnica agrícola, para gerar 115 mil toneladas em alimentos, nos 6 perímetros irrigados administrados pela Cohidro, beneficiando 9.585 pessoas no campo.

Belivaldo discute ações integradas para enfrentar a seca em Sergipe

O governador em exercício, Belivaldo Chagas, reuniu os gestores de órgãos diretamente envolvidos com a segurança hídrica de Sergipe – Foto: Marcos Rodrigues/ASN

Na manhã desta terça-feira, 29, o governador em exercício, Belivaldo Chagas, reuniu os gestores de órgãos diretamente envolvidos com a segurança hídrica de Sergipe para discutir antecipadamente os possíveis problemas ligados à escassez da água no período de estiagem. Participaram as secretarias de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), de Comunicação Social (Secom), a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), o Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil de Sergipe e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

“Atendendo a uma determinação do governador Jackson Barreto, que está muito preocupado com os problemas de falta d’água que já estão ocorrendo em algumas regiões do nosso estado e que pode se agravar com uma estiagem iminente, estamos promovendo essa reunião integrada de órgãos que cuidam das questões relacionadas à segurança hídrica de nosso estado para podermos nos adiantar neste processo e evitar maiores transtornos para nosso povo”, disse Belivaldo Chagas.

No caso da Cohidro, o diretor-presidente Mardoqueu Bodano esclarece que a atuação ocorre em três frentes distintas, com destaque para o ‘Água para Todos’, um programa do Governo Federal que a companhia executa no estado, na perfuração de poços com sistema de abastecimento.

“São 107 poços a serem perfurados. Já executamos 39 e estamos agora licitando a instalação dos equipamentos de bombeamento para a distribuição. Além dele, temos o programa de médias e pequenas barragens, para o qual encaminhamos nova proposta para retomá-lo, pois é de muita importância para o semiárido sergipano. A outra frente que nós vamos atuar é a questão da perfuração feita especificamente pela Cohidro com as máquinas que temos na empresa. Vamos pleitear novos materiais para ajudar no dia a dia na perfuração destes poços para que a gente possa atender essa demanda em Sergipe, especialmente onde existe o problema da falta de água”, destacou o presidente.

Também participaram da reunião o assessor especial do Governo, Carlos Cauê, o diretor de irrigação da Cohidro, João Fonseca e assessores.

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Micro-pecuaristas fazem acordo de cooperação com Sebrae em Perímetro da Cohidro

Esforço conjunto pretende ampliar produção de leite

Em 2010, o Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Tobias Barreto, passou a ter a aptidão produtiva para o gado de leite, quando lá foi inserido, pelo Governo do Estado, o Programa Balde Cheio. Hoje esses irrigantes produzem juntos uma média diária de 3,3 mil litros, ganho de 70,7% desde o período introdutório do projeto. Buscando melhorias na qualidade do leite e na sustentabilidade da propriedade, até dezembro eles vão contar com o atendimento zootécnico e veterinário, via convênio com o Sebrae Sergipe.

Segundo Gerente do Jabiberi, José dos Reis Coelho, se trata de um acordo de cooperação técnica entre a Associação dos Pequenos Criadores do Perímetro Irrigado Jabiberi (APCPIJ) e o Sebrae Sergipe, em que somente 20% dos custos de contratação dos profissionais serão a cargo dos produtores. “O Balde Cheio veio e deixou sua contribuição, ainda permeia o método de manejo, mas agora o trabalho de acompanhamento é fora do projeto original, que era possibilitado pela transferência de tecnologia realizada pela Embrapa São Carlos-SP, financiamento do Banco do Brasil e assistência técnica do Sebrae e da Cohidro, que também fornece a água para a irrigação”.

Rebeca Santos da Silva, Médica Veterinária e Thiago dos Santos Almeida, Zootecnista, irão fazer visitas periódicas aos produtores de leite do Jabiberi. O planejado é de que a dupla faça sete visitas para cada um dos 20 produtores inseridos no programa. “Pretendemos terminar todo trabalho até dezembro, sendo que a cada visita será tratado com o produtor um dos temas: gestão, tratando dos custos e receitas; produção, fazendo com que o produtor anote a quantidade de cios, a produção diária de cada animal; a nutrição, quanto à qualidade do pasto, suplementos e a situação sanitária das instalações”, ilustrou Thiago.

Na primeira visita, realizada no dia 22 de setembro ao irrigante Pedro Vidal da Silva, os profissionais coletaram amostra de solo para avaliar uma possível correção, necessária ao bom desenvolvimento do capim. “Vamos fazer uma análise laboratorial da amostra coletada, além disso, fizemos uma completa coleta de dados da propriedade, para avaliar e fazer as devidas orientações futuras, para então ver o que pode ser mudado”, colocou a Veterinária Rebeca Santos. Ela ainda informou que um “caderno de campo” foi deixado com o produtor, onde todos os dados diários da propriedade e de cada animal devem ser apontados, para avaliação na próxima visita dos técnicos.

Para o diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, se faz necessário o convênio com o Sebrae para dar continuidade ao projeto de produção de leite. “O período de vigência do convênio que nos trouxe o Balde Cheio expirou, mas satisfatoriamente boa parte dos produtores continua produzindo o leite, inclusive com aumento da produção leiteira. O quadro funcional da nossa Companhia foi formado, na época de sua fundação, por profissionais das ciências agrárias, para atender à produção através da irrigação. Nossa carência por veterinários e zootécnicos era preenchida pelo Balde Cheio e agora volta a ser novamente suprida”, justificou.

O Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considerou como muito produtiva a parceria estabelecida com o Sebrae. “Já são nossos parceiros de longa data e desta vez estão estendendo a mão para a APCPIJ, para que a iniciativa de aumentar a produção de leite em Tobias Barreto. Não podemos, de forma alguma, abandonar estes produtores, que hoje são pecuaristas consolidados e mesmo pequenos, utilizam de métodos tecnológicos avançados como a inseminação artificial e a ordenha mecanizada,” ponderou.

Já o presidente da APCPIJ, Acrisio Jesus Nascimento, reforçou que o principal motivo desta demanda é o aumento da produção de leite, a partir das melhorias técnicas sugeridas pela consultoria. “Queremos ampliar mais o projeto. O preço de leite está baixo, enquanto o milho, o farelo de soja, os insumos estão muito altos. A intenção é melhorar a produtividade na mesma área e com o mesmo rebanho que cada produtor já tem”, complementa. Ele ainda informa que os 20 produtores escolhidos para receber o atendimento são os que possuem a produção contínua e propriedade dedicada a criação do gado leiteiro.

Primeiro da lista
Pedro Vidal é criador de gado leiteiro no Jabiberi há cinco anos, começou junto com a introdução do Balde Cheio no Perímetro Irrigado. No momento, possui 12 vacas girolando em período de lactação, que produzem a média de 190 litros de leite por dia, vendidos a um laticínio da região ao preço de R$ 0,85. “Para mim vai ser muito bom. Por falta de veterinário, a vaca emprenha fora do tempo certo, por isso a minha dificuldade. Tem vaca que tem problema com a inseminação artificial e precisa de um acompanhamento”, retratou o produtor que conta que em janeiro seu rebanho leiteiro ganha outros cinco animais que agora estão fora do período reprodutivo e saem, para o descanso, somente duas das atuais produtoras.

A área de pastagem da propriedade de Pedro Vidal tem 1,3 hectares e é subdividida em 48 piquetes menores, onde é plantando o capim Mombaça, 24 deles medem 14 por 20 metros e o restante 18 por 14, de forma que as vacas utilizam dois piquetes a cada dia, no sistema de rotação, sendo que toda vez que retornam da segunda ordenha, encontram aberto um novo piquete. Aquela área que acabou de ser “pastada”, vai receber adubação e a irrigação diária e só volta a receber os animais depois de um mês de recuperação. Além do pasto, o rebanho também tem uma complementação alimentar de ração à base de milho e farelo de soja.

“O Balde Cheio determinava um piquete por dia, mas depois analisei que seria melhor dois”, esclareceu Pedro Vidal. Este tipo de alternativas, ao projeto original, que serão levadas em consideração pela assistência oferecida no convênio que agora se inicia, incluindo a necessidade de melhoramento do tipo das pastagens e da fertilidade do solo. “Fazendo a coleta da amostra de solo e a análise de laboratório, ai a gente vai saber a necessidade de correção”, complementou o produtor, se ferindo a necessidade de adubos, nas áreas dos piquetes.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:03.